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DESENVOLVIMENTO DE
FORMULAÇÕES DE SALIVA
ARTIFICIAL COMO
COADJUVANTES NO
TRATAMENTO DA XEROSTOMIA
Roxeane Teles Martins
Hilda Aquino
Hárdala Halexandra Paz Paiva
Francisca Mayara Diógenes Pinheiro
Flavio Nogueira Costa
Introdução
•  A xerostomia, ou sensação de secura excessiva da boca,
é consequência da secreção insuficiente ou nula de
saliva.
•  Xerostomia pode ocorrer em virtude:
•  da destruição das glândulas salivares por radioterapia,
doenças sistêmicas e por desidratação;
•  Diabetes mellitus;
•  Radiação e quimioterapia da cabeça e pescoço;
•  Doenças nas glândulas salivares, como a síndrome de
Sjögren (SS);
•  O uso de alguns medicamentos, como por exemplo, os
anti-hipertensivos, antialergicos, descongestionantes.
Introdução
•  A saliva é produzida pelas glândulas salivares, sendo
constituída a base de água.
•  Contêm componentes antimicrobianos (lisozimas),
imunoglobulinas (sIgA), proteínas (mucinas, amilases),
eletrólitos (Na+, K+, Cl-, Cálcio, bicarbonato, fosfato),
lactoferrina e histatinas. propriedades de tamponamento.
•  Desempenha um papel importante na manutenção das
condições fisiológicas normais dos tecidos da boca.
•  Seu pH oscila entre os 6,5 - 7,4.
•  Os sistemas tampão - bicarbonato, fosfatos e algumas
proteínas - existentes na saliva, contribuem para a
manutenção do pH fisiológico
Tratamento
•  O tratamento da xerostomia é difícil e pode ser alcançado
com o alívio sintomático pela administração de:
•  Gomas de mascar sem açúcar;
•  Hidratação frequente;
•  Substitutos salivares e sialogogos (aumentam
farmacologicamente a produção da saliva;
•  Estimulação do tecido glandular.
•  O melhor tratamento quando as glândulas salivares,
mesmo estimuladas, não produzem saliva, é o uso de
saliva artificial.
A saliva Artificial
•  As salivas artificiais devem ser idênticas à saliva humana
na composição e nas propriedades biofísicas.
•  São uma terapia de substituição e não de cura.
•  Diante da necessidade de desenvolver novas
formulações que visem aprimorar o uso de saliva artificial
para pacientes com xerostomia, foram desenvolvidas
formulações. Uma a base de eletrólitos e outra a base de
gelatina, que diante de suas propriedades gelificantes, irá
ajudar na reepitalização da cavidade oral, deixando um
resíduo na boca durante um período de tempo aceitável.
Das formulações
•  Composição da Formulação 1:
•  Fosfato de potassio dibasico (K2HPO4)……..0,45%;
•  Fosfato de sódio dibasico (Na2HPO4)………..0,34%;
•  Bicarbonato de potássio (KHCO3)……………1,54%;
•  Cloreto de sódio (NaCl)………………………..0,6%
•  Cloreto de magnésio (MgCl2)…………………0,014%
•  Acido cítrico (C6H8O7)………………………….0,0010%
•  Cloreto de cálcio (CaCl2)………………………0,5%
•  Benzoato de sódio……………………………...0,5%
•  Sorbitol…………………………………………..10%
•  CMC……………………………………………...0,7%
•  Nipagim…………………………………………..0,18%
•  Água destilada…………………………………..10L.
Das formulações
•  Formulação 2:
•  Gelatina..................................................3%
•  O Fosfato de sódio ................................0,34%
•  Fosfato de potássio ................................0,45%
•  Sorbitol.....................................................10%
•  Nipagim ..................................................0,18%
•  Ácido cítrico..............................................0,0010%
•  Benzoato de sódio...................................0,5%
•  Cloreto de sódio........................................0,6%
•  Cloreto de magnésio.................................0,014%
•  Água destilada..........................................15 L
Teste de Estabilidade
•  Das formulações foram avaliadas: o pH, a viscosidade e
as características organolépticas em variações de
temperatura e a temperatura ambiente (25ºC).
•  Gráfico I- Variação do pH da saliva artificial a temperatura ambiente, estufa e
geladeira durante 75 dias
6
6,2
6,4
6,6
6,8
7
pH
Variação de pH x Tempo
Ambiente
Estufa
Geladeira
Padrão
Características organolépticas das
formulacões de saliva artificial
•  Tabela 1-Características organolépticas da saliva
artificial
Testes de Viscosidade
•  Grafico-Avaliação da viscosidade da amostras de saliva a
temperatura refrigerada (9°) e em temperatura ambiente
(25°)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0 15 30 45 60 75 90
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•  Grafico 2- Viscosidade da saliva a temperatura em
estufa a 35°.
0%
2%
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8%
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12%
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Controle de qualidade MIcrobiológico
•  As amostras não apresentaram contaminação nem por
fungos e/ou levedura e nem por bactérias quando foram
realizadas as contagem de microrganismos viáveis das
amostras pelo método de semeadura em profundidade ou
Pour Plate.
•  As amostras não apresentaram alterações do odor ou
sabor durante o teste de estabilidade.
Conclusão
•  O uso da saliva artificial como um substituinte bucal da saliva
produzida pelas glândulas salivares, vem sendo estudado por
ser frequentemente utilizada para o tratamento da xerostomia.
•  As formulações a base de CMC, eletrólitos e de gelatina irão
ajudar na reepitalização da cavidade oral e consequentemente
no tratamento da xerostomia e da boca seca.
•  A formulações de saliva artificial que foram mantida em
temperatura ambiente apresentaram maior estabilidade e
viscosidade ideal com a vantagem adicional que pode ser
transportado sem a necessidade refrigeração.
•  É importante ressaltar que estudos complementares serão
necessários para avaliar a eficácia dessa formulação em
pacientes com quadro de xerostomia.
Referencias
•  AQUINO, H. E. Produção e avaliação da qualidade microbiológica e físico-química de saliva artificial. 2005. 117 f. (Graduação).
Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2005.
•  BOLAND, A.; BUHRER, K.; GIANNOULI, P.; Saskia M. van Ruth*
Influence of gelatin, starch, pectin and artificial saliva on the release of 11 flavour compounds from model gel systems. Food Chemistry
Volume 86, Issue 3, July 2004, Pages 401–411.
•  BRASIL, Formulário nacional da farmacopeia brasileira. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2.ed. Brasília:
Anvisa, 2012. 2 2 4 p .
•  BROCHADO, J. I. V. Xerostomia e produção de saliva artificial na doença oncológica. 2014. 74 f. (Mestrado). Faculdade de Ciências
da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014. Disponível em: <bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4861/1/PPG_23440.pdf>. Acesso
em: 20 fev. 2016.
•  FAVARO, R. A. A. F.; FERREIRA, T. N. R.; MARTINS, W. D. XEROSTOMIA: etiologia, diagnóstico e tratamento. Revisão. Clin. Pesq.
Odontol., Curitiba, v.2 , n.4, p. 303-317, abr./jun. 2006.
•  CRUZ, J. C., et alii (2013). Salivary characteristics and dental caries. JADA, 144(5), pp. E 31- e 40.
•  FEIO, M.; SAPETA, P. Xerostomia em cuidados paliativos. Acta Med Port 2005; 18: 459-466.
•  FLORENCE, A. T. & Attwood, D. Princípios físico-químicos em Farmácia. São Paulo: Edusp, 2003. 3ª. Ed. p. 197 e 198.
•  FONSECA, F. Abordagem multidisciplinar das complicações bucais da radioterapia: Papel do cirurgião-dentista. 2003. 94 f.
(Mestrado). Faculdade de Odontologia da Pontifícia, Universidade Católica de Minas Gerais Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <
server05.pucminas.br/teses/Odonto_FonsecaF_1.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2016.
•  KOLBE, A. C.; BRITTO, P. K. Halitose: principais origens, incidência, efeitos colaterais na geriatria. Um grande portal na odontologia do
futuro. Revista Internacional de Estomatologia. Ano1, v.1, n.1. abr./jun..2004 pgs 40/44 Editora Maio.
•  MEGHPARA, K. Escavador, Composições e cápsulas com camadas hidrofílicas estáveis. 2011. Disponível em: <http://www.escavador.com/
patentes/327216/composicoes-e-capsulas-com-camadas-hidrofilicas-estaveis>. Acesso em: 10 mar. 2016.
•  NATVIM, Gelatina é fonte de colágeno. Disponível em: <http://pt-br.natvim.com/treatment/4044-gelatina-e-fonte-de-colageno>. Acesso em:
10 mar. 2016.
•  NISHIMOTO. M.; SAKAMOTO, R.; MIZUTA, S.; YOSHINAKA, R., 2005. Identification and characterization of molecular species of collagen
in ordinary muscle and skin of the Japanese flounder (Paralichthys olivaceus). J. Food Chem. 90, 151-156.
•  SAITO, L. T.; LOPES, S.S.; PONTES, S. R. B.; SULIANO, L. C. Acupuntura Sistêmica no Tratamento de Xerostomia Decorrente do Uso de
Anti-hipertensivos: Estudo de Casos. Rev. Bras. Terap. E Saúde. 3(1); 9-13, 2012. DOI 10.7436/rbts-2012.03.01.02.
•  SINGH, M. V.; DIAS, L. O.; BALDINI, N. L. F.; SILVEIRA, D.; ZAGO, R. Desenvolvimento farmacotécnico e avaliação da estabilidade de gel
com extrato aquoso de camomila para uso bucal. Rev. Bras. Farm., 89(2): 134 – 138, 2008.

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Formulações saliva artificial

  • 1. DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÕES DE SALIVA ARTIFICIAL COMO COADJUVANTES NO TRATAMENTO DA XEROSTOMIA Roxeane Teles Martins Hilda Aquino Hárdala Halexandra Paz Paiva Francisca Mayara Diógenes Pinheiro Flavio Nogueira Costa
  • 2. Introdução •  A xerostomia, ou sensação de secura excessiva da boca, é consequência da secreção insuficiente ou nula de saliva. •  Xerostomia pode ocorrer em virtude: •  da destruição das glândulas salivares por radioterapia, doenças sistêmicas e por desidratação; •  Diabetes mellitus; •  Radiação e quimioterapia da cabeça e pescoço; •  Doenças nas glândulas salivares, como a síndrome de Sjögren (SS); •  O uso de alguns medicamentos, como por exemplo, os anti-hipertensivos, antialergicos, descongestionantes.
  • 3. Introdução •  A saliva é produzida pelas glândulas salivares, sendo constituída a base de água. •  Contêm componentes antimicrobianos (lisozimas), imunoglobulinas (sIgA), proteínas (mucinas, amilases), eletrólitos (Na+, K+, Cl-, Cálcio, bicarbonato, fosfato), lactoferrina e histatinas. propriedades de tamponamento. •  Desempenha um papel importante na manutenção das condições fisiológicas normais dos tecidos da boca. •  Seu pH oscila entre os 6,5 - 7,4. •  Os sistemas tampão - bicarbonato, fosfatos e algumas proteínas - existentes na saliva, contribuem para a manutenção do pH fisiológico
  • 4. Tratamento •  O tratamento da xerostomia é difícil e pode ser alcançado com o alívio sintomático pela administração de: •  Gomas de mascar sem açúcar; •  Hidratação frequente; •  Substitutos salivares e sialogogos (aumentam farmacologicamente a produção da saliva; •  Estimulação do tecido glandular. •  O melhor tratamento quando as glândulas salivares, mesmo estimuladas, não produzem saliva, é o uso de saliva artificial.
  • 5. A saliva Artificial •  As salivas artificiais devem ser idênticas à saliva humana na composição e nas propriedades biofísicas. •  São uma terapia de substituição e não de cura. •  Diante da necessidade de desenvolver novas formulações que visem aprimorar o uso de saliva artificial para pacientes com xerostomia, foram desenvolvidas formulações. Uma a base de eletrólitos e outra a base de gelatina, que diante de suas propriedades gelificantes, irá ajudar na reepitalização da cavidade oral, deixando um resíduo na boca durante um período de tempo aceitável.
  • 6. Das formulações •  Composição da Formulação 1: •  Fosfato de potassio dibasico (K2HPO4)……..0,45%; •  Fosfato de sódio dibasico (Na2HPO4)………..0,34%; •  Bicarbonato de potássio (KHCO3)……………1,54%; •  Cloreto de sódio (NaCl)………………………..0,6% •  Cloreto de magnésio (MgCl2)…………………0,014% •  Acido cítrico (C6H8O7)………………………….0,0010% •  Cloreto de cálcio (CaCl2)………………………0,5% •  Benzoato de sódio……………………………...0,5% •  Sorbitol…………………………………………..10% •  CMC……………………………………………...0,7% •  Nipagim…………………………………………..0,18% •  Água destilada…………………………………..10L.
  • 7. Das formulações •  Formulação 2: •  Gelatina..................................................3% •  O Fosfato de sódio ................................0,34% •  Fosfato de potássio ................................0,45% •  Sorbitol.....................................................10% •  Nipagim ..................................................0,18% •  Ácido cítrico..............................................0,0010% •  Benzoato de sódio...................................0,5% •  Cloreto de sódio........................................0,6% •  Cloreto de magnésio.................................0,014% •  Água destilada..........................................15 L
  • 8. Teste de Estabilidade •  Das formulações foram avaliadas: o pH, a viscosidade e as características organolépticas em variações de temperatura e a temperatura ambiente (25ºC). •  Gráfico I- Variação do pH da saliva artificial a temperatura ambiente, estufa e geladeira durante 75 dias 6 6,2 6,4 6,6 6,8 7 pH Variação de pH x Tempo Ambiente Estufa Geladeira Padrão
  • 9. Características organolépticas das formulacões de saliva artificial •  Tabela 1-Características organolépticas da saliva artificial
  • 10. Testes de Viscosidade •  Grafico-Avaliação da viscosidade da amostras de saliva a temperatura refrigerada (9°) e em temperatura ambiente (25°) 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 0 15 30 45 60 75 90 Tempo/dias Viscosidade a 9° Viscosidade a 25°
  • 11. Teste de Viscosidade •  Grafico 2- Viscosidade da saliva a temperatura em estufa a 35°. 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 0 15 30 45 60 75 90 Tempo/dias Viscosidade de 35°
  • 12. Controle de qualidade MIcrobiológico •  As amostras não apresentaram contaminação nem por fungos e/ou levedura e nem por bactérias quando foram realizadas as contagem de microrganismos viáveis das amostras pelo método de semeadura em profundidade ou Pour Plate. •  As amostras não apresentaram alterações do odor ou sabor durante o teste de estabilidade.
  • 13. Conclusão •  O uso da saliva artificial como um substituinte bucal da saliva produzida pelas glândulas salivares, vem sendo estudado por ser frequentemente utilizada para o tratamento da xerostomia. •  As formulações a base de CMC, eletrólitos e de gelatina irão ajudar na reepitalização da cavidade oral e consequentemente no tratamento da xerostomia e da boca seca. •  A formulações de saliva artificial que foram mantida em temperatura ambiente apresentaram maior estabilidade e viscosidade ideal com a vantagem adicional que pode ser transportado sem a necessidade refrigeração. •  É importante ressaltar que estudos complementares serão necessários para avaliar a eficácia dessa formulação em pacientes com quadro de xerostomia.
  • 14. Referencias •  AQUINO, H. E. Produção e avaliação da qualidade microbiológica e físico-química de saliva artificial. 2005. 117 f. (Graduação). Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2005. •  BOLAND, A.; BUHRER, K.; GIANNOULI, P.; Saskia M. van Ruth* Influence of gelatin, starch, pectin and artificial saliva on the release of 11 flavour compounds from model gel systems. Food Chemistry Volume 86, Issue 3, July 2004, Pages 401–411. •  BRASIL, Formulário nacional da farmacopeia brasileira. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2.ed. Brasília: Anvisa, 2012. 2 2 4 p . •  BROCHADO, J. I. V. Xerostomia e produção de saliva artificial na doença oncológica. 2014. 74 f. (Mestrado). Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014. Disponível em: <bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4861/1/PPG_23440.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2016. •  FAVARO, R. A. A. F.; FERREIRA, T. N. R.; MARTINS, W. D. XEROSTOMIA: etiologia, diagnóstico e tratamento. Revisão. Clin. Pesq. Odontol., Curitiba, v.2 , n.4, p. 303-317, abr./jun. 2006. •  CRUZ, J. C., et alii (2013). Salivary characteristics and dental caries. JADA, 144(5), pp. E 31- e 40. •  FEIO, M.; SAPETA, P. Xerostomia em cuidados paliativos. Acta Med Port 2005; 18: 459-466. •  FLORENCE, A. T. & Attwood, D. Princípios físico-químicos em Farmácia. São Paulo: Edusp, 2003. 3ª. Ed. p. 197 e 198. •  FONSECA, F. Abordagem multidisciplinar das complicações bucais da radioterapia: Papel do cirurgião-dentista. 2003. 94 f. (Mestrado). Faculdade de Odontologia da Pontifícia, Universidade Católica de Minas Gerais Belo Horizonte, 2003. Disponível em: < server05.pucminas.br/teses/Odonto_FonsecaF_1.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2016. •  KOLBE, A. C.; BRITTO, P. K. Halitose: principais origens, incidência, efeitos colaterais na geriatria. Um grande portal na odontologia do futuro. Revista Internacional de Estomatologia. Ano1, v.1, n.1. abr./jun..2004 pgs 40/44 Editora Maio. •  MEGHPARA, K. Escavador, Composições e cápsulas com camadas hidrofílicas estáveis. 2011. Disponível em: <http://www.escavador.com/ patentes/327216/composicoes-e-capsulas-com-camadas-hidrofilicas-estaveis>. Acesso em: 10 mar. 2016. •  NATVIM, Gelatina é fonte de colágeno. Disponível em: <http://pt-br.natvim.com/treatment/4044-gelatina-e-fonte-de-colageno>. Acesso em: 10 mar. 2016. •  NISHIMOTO. M.; SAKAMOTO, R.; MIZUTA, S.; YOSHINAKA, R., 2005. Identification and characterization of molecular species of collagen in ordinary muscle and skin of the Japanese flounder (Paralichthys olivaceus). J. Food Chem. 90, 151-156. •  SAITO, L. T.; LOPES, S.S.; PONTES, S. R. B.; SULIANO, L. C. Acupuntura Sistêmica no Tratamento de Xerostomia Decorrente do Uso de Anti-hipertensivos: Estudo de Casos. Rev. Bras. Terap. E Saúde. 3(1); 9-13, 2012. DOI 10.7436/rbts-2012.03.01.02. •  SINGH, M. V.; DIAS, L. O.; BALDINI, N. L. F.; SILVEIRA, D.; ZAGO, R. Desenvolvimento farmacotécnico e avaliação da estabilidade de gel com extrato aquoso de camomila para uso bucal. Rev. Bras. Farm., 89(2): 134 – 138, 2008.