2. A obesidade mórbida é uma doença que afeta muitos indivíduos. O
tratamento mais eficaz nestes casos é a cirurgia bariátrica, que tem por
finalidade diminuir o volume do estômago. A cirurgia bariátrica se divide em
três técnicas: restritivas, diabsortivas e mistas.
Foram observados em alguns estudos que os pacientes submetidos à
cirurgia bariátrica apresentaram manifestações bucais após cinco anos. As
principais alterações foram: erosão dentária, xerostomia, hipersensibilidade
dentinária, cárie, bruxismo e “ilhas de amálgama”.
A finalidade desse trabalho será discutir os efeitos colaterais bucais que a
cirurgia bariátrica pode acarretar, auxiliando cirurgiões dentistas a
diagnosticar e tratar manifestações bucais possíveis decorrentes das
desordens alimentares.
TMS
5. DIETA:
ALVAREZ-LEITE (2004) afirmou que a maioria dos pacientes submetidos aos
procedimentos mal absortivos desenvolvem deficiências.
CORDÁS ET AL. (2004) relataram sobre a compulsão alimentar.
SANTORO (2005) acreditou que a cirurgia bariátrica causa:
•piora no padrão alimentar
•causa má absorção dos nutrientes.
•influência dos nutrientes
SAMPAIO ET AL. (2007) efeitos na cavidade bucal
VALENTINI (2008)
•Intolerância a carne
•Alimentos açucarados devem ser evitados pois causam Síndrome de Dumping
•Acompanhamento nutricional
TMS
6. ASPECTOS PSICOLÓGICOS
Pré Operatório:
LEITE E PINTO (2001) relatou sobre a falta de cuidado com a saúde bucal
perfil psicológico.
OLIVEIRA ET AL (2004) E FANDIÑO ET AL (2004)
Pós Operatório:
MARSHESINI (2000) Afirmou que o foco terapêutico passa a ser outro
Perda de controle
Medicação
OLIVEIRA ET AL (2004) Adaptação e expectativas
FANDIÑO ET AL (2004) Afirmou que os pacientes sentem perda de autonomia
TMS
7. COMPLICAÇÕES BUCAIS
1.Doença Periodontal:
SANTORO (2005) Relatou sobre a influência da deficiência na absorção de
Cálcio e suas consequências na cavidade bucal.
Periodonto inflamado
Imagem cedida pela Profª.Dulce Helena Cabelho Passarelli TMS
8. 2.Bruxismo:
SAMPAIO et al (2007) afirmaram que o estresse, a ansiedade e as mudanças
oclusais pelas quais passa o paciente operado fazem com que eles
desenvolvam o bruxismo.
Bruxismo
Imagem cedida pela Profª.Dulce Helena Cabelho Passarelli
TMS
9. 3. Xerostomia:
Xerostomia:notar a
JARROUGE et al (2000) ; ARANHA (2002)
relataram sobre: viscosidade da
A saliva; Composição; Funções;Etiologia; saliva
SEABRA et al (2004); BUSSADORI e MASUDA
(2005) Afirmaram que os pacientes obesos, pelo uso
de medicação antidepressiva, pela acidez do suco
gástrico e por grandes períodos em jejum
desenvolvem Xerostomia.
SAMPAIO (2007) afirmaram que a má nutrição e a
deficiência vitamínica provocam a diminuição do
fluxo salivar.
Imagem cedida pela Profª.Dulce Helena Cabelho Passarelli
TMS
10. 4. Cárie Dental:
do fluxo salivar- uso de medicação
pós operatória, de cavitações de
superfícies dentais expostas
ARANHA (2002) e SANTORO (2005)
afirmaram que para que ocorra
remineralização é necessário que haja
Cálcio e Fosfato na saliva.
SAMPAIO et al (2007); GUEDES et al (2007)
acreditaram que a cárie é causada pela
alta ingestão de carboidratos, diminuição
do ph bucal, acidificação da saliva e
higiene bucal ineficiente Cáries em região cervical
Imagem cedida pela Profª.Dulce Helena Cabelho Passarelli
TMS
11. 5.Ilhas de amálgama:
CALDEIRA et al (2001) ;SAMPAIO et al (2007)
Figura 4: “ilhas de amálgama”
Imagem cedida pela Profª.Dulce Helena Cabelho Passarelli TMS
12. 6. Erosão dental:
CALDEIRA (2000) relatou sobre a higiene bucal dos pacientes
operados;
PERGORARO et al (2000) ;LEITE – PINTO (2001) relataram sobre
a influência da regurgitação e vômitos;
Figura 6: perimólise com Figura 7: Perimólise, região palatal de
Figura 5: Cavidade bucal incisivos superiores
destruição em dentina
TMS
13. FANDIÑO et al (2004); OLIVEIRA et al (2004); CORDÁS et al (2004) : após a cirurgia
manter o uso de antidepressivos,para controle do emocional dos pacientes.Senão o cuidado
com a saúde bucal fica deficitário.
SANTORO (2005); SAMPAIO et al (2007)
Deficiências de alguns nutrientes (cálcio, fosfato, folato e vitamina C), comprometem a resposta
inflamatória e cicatrização. Manter a dieta balanceada inclusive para que a produção de cálcio
permaneça e com isso não afetará o osso alveolar que sofre com os distúrbios de ansiedade e
depressão.
TMS
14. JARROUGE et al (2000); ARANHA (2002): concordam que o uso de antidepressivos resulta
em xerostomia e com isso o aparecimento de cáries incipientes e ou até em superfícies cervicais
é evidente.A saliva fica espessada e com viscosidade aumentada o que também aumenta a
quantidade de biofilme.
LEITE e PINTO (2001);ROSSATO et al (2002);CORDÁS et al (2004) e SAMPAIO et al (2007)
concordam também que os pacientes sentem –se ainda obesos ,pois não trataram o perfil
psicológico,porém discordam na quantidade e qualidade da saliva e afirmam que a regurgitação
e a hiperfagia fazem com que o Ph salivar diminua e provoque o aparecimento de
cáries,hipersensibilidade e erosões dentárias.
TMS
15. LEITE E PINTO (2001), BUSSADORI e MASUDA (2005)
Os pacientes pós-operados sofrem de alterações emocionais e este quadro pode desencadear o
bruxismo, que gera problemas nas articulações têmporo mandibular.
CALDEIRA et al (2000);TRAEBERT e MOREIRA (2001);LEITE e PINTO (2001); BUSSADORI e
MASUDA (2005) e SAMPAIO et al (2007)
O aparecimento de “ilhas de amálgama” é consequência da ação diminuída dos ácidos gástricos
sobre as superfícies de metal, quando comparadas à superfície do dente. E concordam que as
restaurações de amálgama devem ser evitadas ou trocadas, pois o ambiente ácido faz com que
elas deteriorizem.
LIMA e CAMPOS (2005); GUIMARÃES (2007); GUEDES et al (2007)
O CD exerce um papel importante no diagnóstico das doenças associadas às desordens
alimentares, porém seu papel deve estar aliado a outros profissionais da saúde como médico,
psicólogo, nutricionista e psiquiatra, buscando não apenas a manutenção da saúde bucal do
paciente, mas também promovendo saúde no seu sentido mais amplo.
TMS
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