Agentes produtores do espaço urbano geografia urbana
1. AGENTES PRODUTORES
DO
ESPAÇO URBANO
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Centro de Ciências Humanas -CCH
Curso de Geografia
Disciplina: Geografia Urbana
Professora Virginia Holanda
Data: 06-11-2012
EQUIPE: Rodrigo Sousa, Rita de Cássia, Valdenir
Alves, Regina Marta
4. Terrenos novovs
Sumaré
Dom Expedito
Junco
Renato Parente
Parque Silvano
UVA
Derby
Campo dos velhos
Alto do Cristo
Centro
Dom José
Alto da Brasilia
O espaço Urbano
simultaneamente
fragmentado e
articulado
8. O ESPAÇO URBANO
“Eis o que é o Espaço Urbano: fragmentado e
articulado, reflexo e condicionante social, um
conjunto de símbolos e campo de lutas. É assim
a própria sociedade em uma de suas
dimensões, àquela mais aparente,
materializada nas formas espaciais [...]”
CORRÊA, 1989
9. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
• Ao mesmo tempo produtores e consumidores do espaço;
• Reorganização espacial por meio de ações complexas, como:
- Ampliação da área urbana;
- densificação do uso;
- deterioração de áreas;
- revitalização de outras;
- mudança do conteúdo social de determinadas áreas;
- realocação de equipamentos e planos;
10. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
1. Proprietários dos
meios de produção
2. Proprietários
fundiários
3. Promotores
imobiliários
4. Estado
5. Grupos sociais
excluídos
?
11. PROCESSOS E FORMAS ESPACIAIS
PROCESSOS
FORMAS
Conjunto de ações
desencadeadas ao longo do
tempo.
Agentes produtores do espaço,
entanto modeladores das
formas;
Configuração do espaço a partir
das ações desencadeadas.
1) Centralização
2) Descentralização
3) Coesão espacial
4) Segregação social
5) Dinâmica de
segregação
6) Inércia e
cristalização
13. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
Os Proprietários dos Meios de Produção
• “A Terra Urbana tem assim, em principio, um duplo papel: o de
dar suporte e o de expressar diferencialmente requisitos
locacionais específicos as atividades.”P.13
• “A Especulação fundiária não é do interesse dos proprietários
dos meios de produção.”P.14
• “E quando uma indústria, localizada em razão de fatores do
passado, se vê envolvida fisicamente por usos residenciais de
status (...)”p.15
15. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
Proprietários Fundiários
• “Estão particularmente interessados na conversão da terra
rural em terra urbana.”p.16
• “Depende (...) das possibilidades de remuneração do capital
investidos em terras e operações Imobiliárias.”p.17
• “Os diferenciais das formas que a ocupação urbana na
periferia assumem são, em relação ao uso residencial, os
seguintes: urbanização de status e urbanização popular.”p.18
17. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
Promotores Imobiliários
• “A localização, o tamanho das unidades e a qualidade do
prédio a ser construído são definidos na incorporação ,assim
como as decisões de quem vai construí-lo, a propaganda e a
venda das unidades.”p.20
• “Na sociedade capitalista não há interesse das diferentes
frações do capital envolvidas na produção de imóveis em
produzir habitações populares.”p.21
19. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
O Estado
• “(...) o Estado atua diretamente como grande industrial,
consumidor de espaço e de localizações especificas,
proprietário fundiário e promotor imobiliário(...)”p.24
• “(...) Nem se processa de modo socialmente neutro, como o
Estado fosse uma instituição que governasse de acordo com
uma racionalidade fundamentada nos princípios de equilíbrio
social, econômico e espacial(...)”p.25
• “(...) o Estado capitalista cria mecanismo que levam a
segregação residencial e a sua ratificação.”p.26
21. AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO
Os Grupos Sociais Excluídos
• “Na sociedade de classes verifica-se diferenças sociais no que
se refere ao acesso aos bens e serviços produzidos
socialmente.”p29
• “É na produção da favela, em terrenos públicos ou privados
invadidos que os grupos sociais excluídos tornam-se
efetivamente agentes modeladores produzindo seu próprio
espaço (...)”p.30
22. CENTRALIZAÇÃO E ÁREA CENTRAL
• A área central constitui-se no foco principal não apenas da
cidade mas também de sua hinterlândia;
• Destaca-se na paisagem da cidade pela sua verticalização.
A gênese da área central
• A cidade mantem uma serie de ligações com o mundo exterior
a ela, ligações que envolvem fluxos de capitais, mercadorias,
pessoas e idéias.
• Em razão de suas vantagens locacionais, o preço da terra e dos
imóveis é aí o mais elevado. Isto leva a uma seleção de
atividades.
23. CENTRALIZAÇÃO E ÁREA CENTRAL
O núcleo central e a zona periférica do centro
• O processo de centralização ao estabelecer a área central
configurou-se dois setores: de um lado o núcleo central e do
outro, a zona periférica do centro .
Algumas características do núcleo central
• Uso intensivo do solo. Trata-se da área da cidade de uso
intensivo.
• Ampla escala vertical.
• Concentração diurna, durante as horas da população.
Algumas características da zona periférica do centro
• Uso semi-intensivo do solo .
• Ampla escala horizontal.
• Área residencial de baixo status.
25. DESCENTRALIZAÇÃO E OS NÚCLEOS
SECUNDÁRIOS
Aparece em razão de vários fatores. De um lado, como medida das
empresas visando eliminar as deseconomias geradas pela excessiva
centralização na área central e do outro, resulta de uma menor rigidez
locacional da cidade.
Fatores de repulsão da área central
• Aumento constante do preço da terra;
• Congestionamento e alto custo do sistema de transporte;
• Dificuldade de obtenção de espaço para a expansão;
Atração em áreas não centrais
• Terras não ocupadas a baixo preço e impostos;
• Infra-estrutura implantada;
• Facilidade de transporte;
A descentralização está também associada ao crescimento da cidade,
tanto em termos demográficos como espaciais.
27. DESCENTRALIZAÇÃO E OS NÚCLEOS
SECUNDÁRIOS
• A descentralização
industrial inicia-se
nos primórdios do
século XX,
entretanto nem
todas as indústrias
descentralizaram.
Fonte: Corrêa, 2005.
28. COESÃO E AS ÁREAS ESPECIALIZADAS
O processo de coesão pode ser definido como aquele movimento que leva as atividades a se
localizarem juntas. A coesão ou magnetismo funcional, como se referia Colby, verifica-se em relação as
atividades que:
• Apesar de não manterem ligações entre si, como as lojas varejistas de mesma linha de
produtos, formam um conjunto funcional que cria um monopólio espacial, atraindo
consumidores que têm assim a possibilidade de escolher entre vários tipos, marcas e
preços. As ruas especializadas em móveis, autopeças, lustres e confecções no atacado
são exemplos típicos de coesão de firmas de uma mesma linha de produtos.
• Exigem contatos pessoais face a face. Tais atividades agrupam-se, como se exemplifica
com as sedes das grandes empresas: neste caso a acessibilidade é fundamental.
A conseqüência deste processo é a criação de áreas especializadas, tanto na Área Central
como em outros setores da cidade é preciso notar que a coesão é um processo que está presente tanto
na centralização como na descentralização.
Murphy, Vance Jr, e Epstein indicam: No que se refere ao núcleo, o processo de coesão
aparece através de distritos especializados.
• Distrito de escritórios em geral, coincidindo geralmente com a área de maior
crescimento vertical; o comércio varejista aí é muito especializado, incluindo-se lojas de
material de escritório e papelaria, e serviços, como o de alimentação;
• Distrito de diversões e hotéis, onde tendem a se concentrar cinemas e teatros.
29. SEGREGAÇÃO E AS ÁREAS SOCIAS
Processos e formas espaciais vinculados sobretudo à existência e reprodução dos
diferentes grupos sociais. Referem-se, às residências e não às indústrias, comércio e
serviços.
Os processos que se seguem definem especificamente a divisão social do espaço:
Segregação residencial é definido como sendo uma concentração de tipos de população
dentro de um dado território. Seria ela resultante do processo de competição impessoal
que geraria espaços de dominação dos diferentes grupos sociais.
O conceito de áreas sociais definido por SHEVKY e BELL como sendo áreas marcadas pela
tendência à uniformidade da população em termos de três conjuntos de características:
Status sócio-econômico
Etnia
Urbanização
30. SEGREGAÇÃO E CLASSES SOCIAIS
A segregação residencial é uma expressão espacial das classes sociais. Para se
compreender melhor , é importante que se conheça como o capitalismo as classes sociais foram
estruturadas.
MARX, POULANTZAS E GIDDENS, HARVEY argumenta que no capitalismo há três forças
básicas que estruturam as classes sociais:
Uma força primária, básica, que vem das relações entre capital e trabalho, gerando uma estrutura
dicotômica de classes: os detentores dos meios de produção e os que vendem sua força de trabalho.
Uma força residual, que é originada de formas pretéritas de organização social ou do
contato entre um modo de produção dominante e um subordinado.
Forças derivativas, que emergem devido às necessidades de preservar os processos de
acumulação do capital através de inovações tecnológicas e controlar as mudanças na organização
social. As áreas sociais resultam das diversas soluções que as classes sociais encontraram para resolver
os problemas de como e onde morar, é preciso lembrar que existe um diferencial espacial na
localização de residências vistas em termos de conforto e qualidade que reflete em primeiro lugar um
diferencial no preço da terra.
Os terrenos de maior preço serão utilizados para as melhores residências e os terrenos com
menores preços, pior localizados, serão utilizados na construção de residências inferiores, a serem
habitadas pelos que dispõem de menor renda.
31. O SIGNIFICADO DE SEGREGAÇÃO
Harvey:
Segregação significa diferencial de renda real – proximidade às facilidades de vida urbana,
como água, esgoto, áreas verdes, melhores serviços educacionais e ausência de proximidade aos
custos da cidade, como crime, serviços educacionais inferiores, ausência de infra-estrutura etc. A
segregação residencial pode ser vista como um meio de reprodução social, e neste sentido o espaço
social age como um elemento condicionador sobre a sociedade.
A segregação é dinâmica, envolvendo espaço e tempo, e este processo de fazer e refazer
pode ser mais rápido ou mais lento, de modo que uma fotografia, um padrão espacial, pode
permanecer por um longo período de tempo ou mudar rapidamente.
32. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os agentes sociais tem suas ações
regulamentadas por um meio jurídico, sua
prática não é abstrata, são comuns os conflitos
entre os proprietários dos meios de produção,
fundiários e agentes imobiliários, mas os
interesses comuns são mais fortes, como a
especulação, consumo e combate às lutas
sociais, na complexidade do capitalismo estes
agentes mostram-se integrados e armados com
estratégias poderosas.
•
33. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço urbano. Ática: São Paulo,
2005.
RIBEIRO, Simone S. Cidade e Espaço Urbano. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=YbamdbvGzXQ>. Acesso
em: 01-11-2012.