O documento apresenta os resultados de um estudo sobre o desenvolvimento cognitivo das noções espaciais e a leitura de mapas em crianças. O estudo avaliou mais de 300 crianças entre 7-13 anos em Rio Claro, Brasil, usando testes para medir o desenvolvimento das noções de direita/esquerda e relações espaciais. Os resultados mostraram que cerca de 50% das crianças de 9 anos ainda não distinguem direita e esquerda, e que o desenvolvimento dessas noções está relacionado à idade da criança. O estudo
1. ESTUDO METODOLÓGICO E
COGNITIVO DO MAPA
Equipe:
Rodrigo Sousa
Rita de Kássia
Regina Marta
Ana Érika
Ricardo Ferreira
Universidade EstadualVale do Acaraú-UVA
Centro de Ciências Humanas-CCH
Curso de Geografia
Disciplina: Representação Espacial
Professora:Ana Paula
Lívia de Oliveira
2. O mapa é uma das mais importantes
ferramentas que a humanidade possui,
ferramenta que permite facilitar a
compreensão do espaço, do cotidiano do
homem e dos resquícios documentados ao
longo dos tempos.
Essa importância não é algo novo, pois desde os
tempos mais remotos o homem sentiu a
necessidade de representar ou mesmo
organizar seu espaço, por meio dos mapas.
Introdução
3. Propiciar uma compreensão das bases do
mapa e incentivar uma forma de pensar sobre
os problemas didáticos e a ele concernentes,
não é analisar o ensino pelo mapa, mas sim,
propor o problema do processo de
ensino/aprendisagem do mapa.
Objetivos
4. O mapa sempre foi um instrumento usado pelo
homem para se orientar, se localizar, se informar,
enfim, para se comunicar;
O homem sempre desenvolveu uma atividade
exploratória do espaço circuncidante e sempre
procurou representar esse espaço para os mais
diversos fins;
Há uma evolução de métodos, técnicas materiais
e teorias que estão em acordo com o próprio
desenvolvimento e progresso da ciência e da
tecnologia.
Educação do mapa
5. Os mapas escolares são reprodução dos mapas
geográficos;
Parece que um problema didático do mapa é o
professor utilizá-lo como um recurso visual, com
o objetivo de ilustrar e mesmo “concientizar” a
realidade;
Ao aceitar o trabalho de Piaget e seus
colaboradores acerca da construção do espaço, é
possível delinear o problema didático do mapa.
O problema didático do mapa
6. (...) é somente o professor de Geografia que
tem formação básica para propiciar as
condições didáticas para o aluno manipular o
mapa;
De modo geral, os artigos que tratam dos
mapas, no setor educacional, voltando-se mais
para as finalidades e seu uso pelos professores
e pela criança em situações escolares.
Os mapas na sala de aula
7. Os mapas sempre fizeram parte dos
equipamentos pedagógicos nas escolas;
O ensino pelo mapa e não o ensino do mapa;
As pesquisas sobre o ensino do mapa
apresentam dificuldades que não lhes são
próprias e, que existem em outras áreas da
didática.
As bases para uma metodologia do
mapa
8. Estudo realizado com a finalidade de aplicar os
conceitos teóricos referentes às relações projetivas de
ordem espacial;
Piaget (1929) estudou a evolução das relações de
direita e esquerda em crianças de Genebra;
Constatou três estágios:
O processo da evolução das noções de
direita/esquerda sobre a mesma maneira que o da
socialização do pensamento de um egocentrismo puro.
As relações projetivas de ordem
espacial na leitura do mapa
• Crianças de 5-8 anos1º estágio
• Crianças de 8-11 anos2º estágio
• Crianças de 11-13 anos3º estágio
9. O propósito da pesquisa
sobre as relações
projetivas de ordem
espacial foi estudar as
suas aplicações à leitura
do mapa;
O estudo foi realizado
em 1974 / 75 na cidade
de Rio Claro;
Participaram da pesquisa
todas as crianças de 15
estabelecimentos de
ensino.
Realização do estudo
Divisão regional do Brasil
10. A homogeneidade das unidades da população -
aluno em cada grupo de idade – permitiram
trabalhar com uma amostra relativamente
pequena;
Foi adotada uma seleção radônica dos sujeitos
bem como uma listagem precisa e detalhada da
população como: nome, data de nascimento, sexo,
série, classe e período – diurno ou noturno -;
A população propriamente dita da pesquisa ficou
constituída por 3005 crianças, o que representava
38% do 7958 matriculados nas 12 escolas;
Procedimentos da pesquisa
11. Ficou constituída por 321 crianças, que
representavam 30,68 % da população total
(3005), e conseqüentemente de cada estrato,
isto é, de cada série e grupo de idade de
meninos e meninas.
O ultimo passo constitui em preparar uma
lista para cada escola -12 alunos com nome,
sexo, série e classe dos alunos sorteados para
integrar a amostra de 321 crianças.
Amostra
12. Foi realizada com a finalidade de caracterizar a
população quanto ao problema a ser investigada;
testar as provas; verificar o questionário quanto a
formulação das questões e reações das criança;
preparar as aplicadoras para que se familiarizem
com as provas e com o material a ser utilizado; e
estimar o tempo da pesquisa.
O grupo escolar “Marcelo Schmidt”e o colégio
estadual “Professor João Batista Leme”. Esses dois
estabelecimentos de ensino (14% do total das 14
escolas) tinham 1426 alunos, que representavam
15% do total dos 9384 alunos deste estudo,
sendo 717 meninos e 709 meninas.
Pesquisa piloto
13. Para verificar as noções projetivas de ordem
espacial, foram preparadas três provas, cada
uma delas dividida em três seções. A prova A,
referente as noções de direita/esquerda, foi
organizada de acordo com as propostas
apresentadas por Piaget, ao estudar a lógica
das relações. As provas B e C foram
preparadas pelo grupo organizador da
pesquisa, também considerando os passos
propostos por Piaget nas provas de
direita/esquerda.
Instrumento de medida
14. Os materiais utilizados nas
provas A e B incluiram seis
objetos diferentes
[borracha, esferográfica,
chave, lápis preto,
apontador, moeda de um
cruzeiro e um cartão
branco de 9X6,5 cm].
Além disso, utilizou-se uma
folha de papel branco para
cobrir os objetos.
Descrição das provas e dos materiais
Fotografia de satélite do Brasil.
15. Durante as provas, a
aplicadora tomou precau-
ções no sentido de se
certificar de que a criança
escutou as suas instru-
ções e prestou atenção
ao material. Como se
pode constatar, o experi-
mento foi conduzido que
procuraram manter a
objetividade e a unifor-
midade.
Coleta de dados
16. Técnicas de análise
Os pontos obtidos por cada aluno serviram à
classificação em estágios;
Considerou-se os acertos;
Considerou-se a idade;
Considerou-se o rendimento escolar;
17. Resultados
Adotou-se os estudos
de Laurendeau e Pinard,
que consideravam como
sendo válido uma
pesquisa que estuda
comportamento de
crianças pela idade,
como sendo
representativo acima de
50% das respostas
condizentes entre si.
Divisão política do Brasil
19. Resultados
Referente ao rendimento escolar
Correspondência
entre médias e
estágios de
desenvolvimento
das relações
projetivas
7,8 e 9
anos
A partir de
10 anos
Não ocorrência
de coincidências
entre as médias
escolares e a
pontuação
obtida no teste.
Estágio 1:
Médias baixas
Estágio 2: médias
razoáveis
Estágio 3:
melhores
médias
21. Implicação dos resultados
Somente metade dos alunos com 9 anos distinguem
direita/esquerda no seu próprio corpo;
O mapa é considerado recurso áudio visual;
Não se aplica o ensino do mapa, mas sim o ensino
pelo mapa.
A introdução dos mapas deve considerar:
Desenvolvimento mental
&
Processo de mapeamento
23. Conclusões
1. falta e necessidade de
uma metodologia para
o ensino do mapa;
2. necessidade de uma
cartografia infantil;
3. o mapa assume
função ecológica, pois
por meio deste o
individuo pode melhor
conhecer a terra e, dela
cuidar. Necessidade
documental;
4. falta o preparo dos
professores de ensino
fundamental e médio;
5. Necessidade de
introdução do
ensino/aprendizagem do
mapa nos currículos
escolares.
6. O mapa como
mecanismo de
enriquecer a vida
intelectual de seus
alunos.
24. Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Lívia de. Estudo Metodológico e cognitivo do mapa.
In:ALMEIDA, Rosângela Doin de (Org.). Cartografia Escolar, São Paulo:
Cautekto, 2007.