1) A eletroterapia consiste no uso de correntes elétricas para fins terapêuticos, como controle da dor, redução de edema e fortalecimento muscular. 2) Existem diferentes tipos de correntes que variam de acordo com a frequência e forma de onda, como a corrente galvânica, farádica e interferencial. 3) A história da eletroterapia remonta ao século XIX e seu uso tem se aperfeiçoado ao longo do tempo.
1. O que é eletroterapia
A eletroterapia é o uso de energia elétrica no tratamento de problemas de saúde. Na
medicina, o termo eletroterapia pode se aplicar a uma variedade de tratamentos,
incluindo o uso de corrente direta, como na cardioversão, e utilização de aparelhos
elétricos.
O termo eletroterapia também se aplica à aplicação de corrente elétrica para acelerar a
reabilitação de lesões. Adicionalmente, o termo eletroterapia também tem sido usado
para uma gama de aparelhos e tratamentos alternativos.
História da eletroterapia
Em 1855 Guillaume Duchenne, o pai da eletroterapia, anunciou que a eletricidade
alternada era superior à direta para o acionamento eletro-terapêutico de contrações
musculares. O que ele chamou de "efeito de aquecimento" da corrente direta irritava a
pele. Além disso, a corrente alternada produzia fortes contrações musculares
independente da condição do músculo, enquanto a corrente direta induzia contrações
fortes em músculos fortes, e fracas em músculos fracos.
Desde essa época, quase toda reabilitação envolvendo contração muscular tem sido feita
com ondas simétricas bifásicas. Porém, nos anos 40, o Departamento de Guerra dos
Estados Unidos, ao investigar a aplicação da eletroterapia, descobriu que a estimulação
elétrica não somente retardava e prevenia atrofia, como também restaurava a massa
muscular e força. Eles empregaram o que foi chamado exercício galvânico nas mãos de
pacientes que tiveram lesão nos nervos. Esses exercícios galvânicos utilizavam corrente
direta monofásica
Uso atual da eletroterapia
A eletroterapia inclui uma variedade de tipos de estimulações, protocolos e usos. Os
mais comuns são:
* Eletroestimulação neuromuscular para reabilitação.
* TENS para terapia contra dor.
* Corrente Russa.
* Microcorrentes.
* Corrente galvânica para iontoforese (introdução de químicos nos tecidos através de
campo elétrico).
Aplicações da eletroterapia
A eletroterapia é usada para relaxamento de espasmos musculares, prevenção e
retardamento de atrofia por falta de uso, elevação da circulação sanguínea local,
reabilitação e reeducação muscular, manutenção e elevação da amplitude de
movimentos, controle da dor, estimulação pós-cirúrgica imediata dos músculos para
evitar trombose venosa, recuperação de lesão e aplicação de medicamentos.
A Eletroterapia consiste no uso de correntes elétricas dentro da terapêutica. Embora
seu desenvolvimento tenha se aperfeiçoado mais apenas nas últimas décadas, já na
Antiguidade seu uso era empregado. Os registros mais antigos datam de 2.750 a.C.,
quando eram utilizados peixes elétricos para produzir choques nos doentes e assim obter
analgesia local.
2. Os aparelhos de eletroterapia utilizam uma intensidade de corrente muito baixa, são
miliamperes e microamperes.Os eletrodos são aplicados diretamente sobre a pele e o
organismo será o condutor. Na eletroterapia temos que considerar parâmetros como:
resistência, intensidade, voltagem potência e condutividade.
Resistência é a dificuldade com que os elétrons percorrem um condutor. A resistência é
medida em unidades chamadas Ohms e é representada pela letra R. Pode-se dizer que
quanto maior for a quantidade de elementos resistivos se opondo a corrente maior será a
resistência encontrada pela mesma ,visto que a resistência tem propriedade somatória. A
relação existente entre os parâmetros elétricos é definida pela Lei de Ohm que
simplificadamente nos diz que a corrente, num circuito elétrico, é diretamente
proporcional à voltagem que é aplicada e inversamente proporcional à resistência do
circuito. A Resistência gerada pela pele é chamada de impedância cutânea(Z) sendo o
maior obstáculo as correntes de baixa frequência. Essa impedância também sofre
variações por fatores como: temperatura, pilosidade, gordura, espessura da pele, suor,
umidade, tipo de eletrodo. Em relação à intensidade podemos utilizar o estabelecido
pela Lei de Ohm.
Os equipamentos atuais empregam diferentes tipos de correntes, onde o aparelho emite
a energia eletromagnética que é então conduzida através de cabos condutores até os
eletrodos que ficam aderidos à pele do paciente. Outras formas incluem a utilização de
agulhas ao invés de eletrodos, sendo este emprego mais reservado ao uso para terapia
estética ou para métodos diagnósticos.
Existe uma diversidade de correntes que podem ser utilizadas na eletroterapia, cada qual
com particularidades próprias quanto às indicações e contra-indicações. Mas todas elas
tem um objetivo comum: produzir algum efeito no tecido a ser tratado, que é obtido
através das reações físicas, biológicas e fisiológicas que o tecido desenvolve ao ser
submetido à terapia.
Uso Terapêutico da Corrente Elétrica
Controle da dor aguda e crônica;
Redução de edema;
Redução de espasmo muscular;
Minimização de atrofia por desuso;
Facilitação da reeducação muscular;
Fortalecimento muscular;
Facilitação da cicatrização tecidual;
Facilitação da consolidação de fraturas;
Realização da substituição ortésica
Classificação das Correntes
As correntes utilizadas em eletroterapia podem ter efeitos eletro-químicos, motores ou
sensitivos. Podem variar ainda quanto à freqüência e as formas de onda. Para uma boa
compreensão sobre os efeitos da eletroterapia, é importante ter em mente alguns
aspectos básicos relativos à corrente elétrica, freqüência de onda, forma de onda.
Classificação quanto às freqüências
3. Baixa Freqüência: 1 a 1.000 Hz, a mais utilizada na prática clínica a faixa de 1 a
200 Hz. Corrente: Galvânica, Farádica, Diadinâmicas, Tens e FES.
Média Freqüência: 1.000 a 100.000 Hz, sendo utilizado na eletroterapia de 2.000
a 4.000 Hz. Interferencial e Corrente Russa.
Alta Freqüência: Acima de 100 mil Hz. Ondas Curtas, Ultracurtas,
Decimétricas, Microondas, Ultrassom (Ultrassom Terapêutico).
Classificação quanto às formas de ondas
Formas de ondas:
Retilínea: direta ou contínua, polarizada. Ex: Corrente Galvânica Efeitos:
aplicação dos medicamentos por ter polaridade definida; hiperemia e
vasodilatação.
Quadrática: alternada, despolarizada. Ex: Tens, Ultra-excitante, Corrente
Russa, SMS. Efeitos: analgesia, contração, estimulação muscular de força.
Exponencial: polar e apolar Ex: Corrente Farádica Efeitos: contração muscular
Senoidal: alternada, bifásica, simétrica, apolar. Ex: Corrente Interferencial
Semi-senóide: monofásica, polar ou apolar. Ex: Diadinâmicas de Bernard: DF,
MF, CP, LP, RS.
Triangular: apolar ou polar (dependendo do aparelho), monofásica, alternada.
Ex: Corrente Farádica.
Quadrática com Triangular: apolar, alternada, bifásica, assimétrica. Ex: só
existe no TENS.
Ondas simétricas: quando a geometria dos semiciclos é invertida em relação ao
0V.
Ondas assimétricas: quando a geometria dos semiciclos é diferente.
Monofásica: quando a onda existe somente em um dos semiciclos, sendo
bloqueada no outro semiciclo. Neste caso a onda é necessariamente assimétrica.
Bifásica: quando a onda existe nos dois semiciclos. Pode ser simétrica ou
assimétrica.
OBS.: AS FORMAS DE ONDAS DE INTERESSE NA ESTÉTICA SÃO AS
RETILÍNEA (direta), QUADRÁTICA (alternadas – russa) E SENOIDAL (alternadas –
aussie).
Eletrodos
Os Eletrodos constituem a interface que transmite a corrente elétrica através da pele do
paciente nas sessões de eletroterapia. Com isso há uma grande melhora no
desenvolvimento fisico do paciente. Os eletrodos são fixados à pele do paciente em
duplas, para que a corrente emitida pelo aparelho passe de um eletrodo para o outro.
Quando a corrente atinge um eletrodo, a energia é então transmitida pelo tecido e irá se
propagar através dele até atingir o outro eletrodo-par. Sendo assim a corrente elétrica
fica correndo pelos tecidos de um eletrodo ao outro. No caso das correntes polarizadas
haverá sempre um predomínio de direção que dependerá do posicionamento dos pólos
dos cabos condutores, onde a maior parte das cargas elétricas irão ser conduzidas em
um único sentido. Esse é o caso da Corrente Galvânica. Já nas correntes não polarizadas
não existem pólos definidos e a energia é transmitida tanto do eletrodo A para B, como
de B para A, sem qualquer acúmulo de cargas ou predomínio de sentido da corrente.
Estão incluídas aí as correntes Farádicas, Diadinâmicas, TENS e Interferencial.
4. Tipos de Eletrodos
Borracha (Silicone Carbonado): necessita da utilização de um gel para facilitar a
passagem da corrente elétrica. A borracha dos eletrodos é feita com carbono que
aumenta a condutividade. Diferente dos chinelos de borracha.
Adesivo ou Silicone: dispensa o uso de gel. É só colar. Tem um tempo de vida
útil que varia de 10 a 15 utilizações, sendo depois é descartado. Podem ser
molhados para aumentar a condutividade.
Metálico revestido com esponja Esponja: molha, retira o excesso de água e
coloca no paciente. Aumenta a condutividade. Utiliza-se principalmente para a
corrente polar (Galvânica).
Eletroterapia - conceitos básicos
Uso de corrente elétrica para atingir objetivos terapêuticos.
Corrente Elétrica: orientação dos elétrons em um condutor quando submetido a um ddp.
Intensidade de corrente elétrica é dada pela unidade Ampére (A - mA ou uA)
CORRENTE ELÉTRICA CONTÍNUA OU GALVÂNICA: elétrons não variam a
direção e o sentido. É capaz de formar polos: corrente polarizada.
CORRENTE ALTERNADA: elétrons ora se orientam em um sentido, ora em outro.
Sem formação de polos.
Frequência da corrente alternada: quantidade de vezes por segundo que ocorre a
mudança de sentido dos elétrons. 1 ciclo por segundo = 1 Hz
1: Correntes de Baixa Frequência= intervalo a partir do zero até 1000 Hz, com faixa
terapêutica de 0 - 200Hz. Exemplo: correntes diadinâmicas de Bernard (normalmente
50Hz), corrente Farádica, TENS (estimulação neuromuscular elétrica transcutânea),
FES. O que difere é o tipo de pulso e a maneira como a corrente é oferecida para a fibra:
causando analgesia ou contração muscular (eletroestimulação muscular).
2: Correntes de Média Frequência= de 1000 à 100.000Hz, com faixa terapêutica de
1500 - 4000Hz. Exemplo: correntes interferenciais = analgesia, corrente russa =
contração. Atinge maior profundidade quanto maior for a frequência. É a única corrente
que produz *Hipertrofia Muscular.
3: Correntes de Alta Frequência: : oscilam acima de 100.000HZ. O efeito terapêutico
vai ocorrer a partir do campo magnético que essas correntes fazem. Atrito molecular =
CALOR (quantidade de vibração molecular de um determinado tecido): importante
maneira de produção de calor profundo. Exemplo: ultrassom = depende do tipo de
transdutor ou cabeçote (1,3ou5MHz), ondas curtas(23,5MHz), microondas (2300Hz)
=mais prático e simples.
CORRENTE GALVÂNICA
5. CARACTERÍSTICAS
polar e contínua
grande poder analgésico
produz os fenômenos de eletrosmose e iontoforese
aumenta o limiar de despolarização das fibras sensitivas = PA menor que 75mV,
estímulo subliminar = não consegue despolarizar a fibra.
APLICAÇÕES
Eletrosmose: migração das moléculas de água para o polo positivo e
carreamento da proteína para o polo negativo. A proteína é precursora da
cicatrização. Ao final da aplicação nota-se depressão no polo (-), e abaulamento
no (+).
Edema: sensibilidade alterada = grande risco de queimaduras = inverter os polos
de vez em quando para não causá-las.
Iontoforese: introdução de íons medicamentosos através de uma pele íntegra.
Aplicação no lado de polo igual para que o princípio ativo seja repulsado,
penetrando.
Galvanização: um polo com parte do membro imerso na água e o outro polo na
parte que está fora da água. Balde cheio de íon (Ex: salicilato), coloca dentro da
água um eletrodo negativo. O eletrodo + é fixado na parte que está fora. Atração
dos íons que penetrarão intensamente.
Indicações:
analgesia
processos inflamatórios agudos
iontoforese = penetração de princípios ativos que vão ajudar a melhorar o
metabolismo, (cuidado polaridade da substância)
drenagem de edema por diferença de polos
Cuidados na utilização
esponja deve estar sempre molhada, se seca, queima
distúrbio de sensibilidade
pele não íntegra (acne, cicatriz recente)
técnicas de implantes metálicos(fixação de acrômio, fêmur = pino, parafuso:
cuidado com a distância à placa = queimadura na certa
Técnica de Aplicação:
Integridade da sensibilidade = inspeção da pele
Molhar a esponja
Gel: especial, pois os comuns contêm outras partículas (corantes, cheiro,
densidade)
Ligar o aparelho
O único parâmetro de regulagem é a INTENSIDADE
6. Visor: unidade = micro ou miliampere
Sensação referida: formigamento. Agulhada é início de queimadura
Com 10 min de aplicação com intensidade de acordo com a sensibilidade, pele
íntegra, esponja molhada (é interessante molhá-la novamente) e trocar a
polaridade para não causar acúmulo de íon.
Hiperemia Latente= propriedade da corrente galvânica. Ocorre vermelhidão na parte
que estava em contato com o eletrodo. Vasodilatação induzida, descarga do simpático e
do parassimpático. Em 2 ou 3h desaparece.
Quando cessa o formigamento ocorre a acomodação do mecanismo de sensibilidade, se
fosse corrente apolar poderia variar o parâmetro, mas como é polar não pode.
GALVÂNICA: aumento muito intenso confunde os neurônios, efeito colateral =
fibrilação. Não pode haver nenhum tipo de contração, movimento ordenado de fibra. A
partir da corrente Farádica é que se tem produção de movimento a partir de
eletroestimulação.
IONTOFORESE
Utiliza a corrente galvânica (contínua), como uma das formas de eletroterapia de maior
utilização dentro da eletromedicina.
A corrente galvânica é uma corrente direta, ou seja, constante. Possui movimento
unidirecional de elétrons, criando dois pólos distintos. No pólo positivo (+) ocorre
reação ácida, liberação de oxigênio, queimadura
ácida, coagulação, vasoconstrição e sedação. Já no pólo negativo (-), há reação alcalina,
liberação de hidrogênio, queimadura alcalina, liquefação, vasodilatação e excitação.
Dentre as formas de aplicação clínica da corrente galvânica estão a eletroforese e a
iontoforese, que serão melhor detalhadas no texto a seguir.
A- Eletroforese: é a propriedade que a corrente galvânica tem de separar as diversas
cargas elétricas dentro do organismo sem a utilização de produtos.
A partir da separação por dois polos, positivo e negativo, tem-se os seguintes efeitos:
- produção de calor;
- estimulação celular;
- vasoconstrição no polo positivo e vasodilatação no polo negativo;
- ação antinflamatório.
B- Iontoforese: é a forma de utilização da eletroforese. Em um dos polos utiliza-se um
produto com as seguintes características: possuem polaridade definida e são solúveis em
água. Ou seja, quando se faz a alteração na aparente desordem dos componentes da pele
com a corrente galvânica, permite-se a introdução de um princípio ativo através da pele
íntegra.
Princípios Básicos da Aplicação Iontoforética
7. Transferência de Íons
Muitos compostos são formados de unidades estruturais carregadas positiva e
negativamente chamados íons. Quando esses compostos são colocados em uma solução
apropriada, dissociam-se dentro deles componentes polares (eletricamente carregados)
que assumem uma carga positiva ou negativa dependendo do átomo perder ou ganhar
um elétron.
Quando um estado carregado, cada íons pode ser influenciado por um campo elétrico
criado dentro da solução. Os íons positivamente carregados (cátions) serão atraídos para
o pólo negativo (cátodo) e repelidos do polo positivo. Os íons carregados negativamente
(ânions) serão atraídos para o ânodo e repelidos do cátodo. A repulsão eletrostática de
cargas iguais é a força motriz para iontoforese.
Quando as drogas ionizam em solução, a porção de drogas da molécula assumirá uma
carga negativa ou positiva, enquanto algum grupo do lado iônico assumirá a carga
oposta. A identificação da polaridade da droga determina a polaridade do eletrodo usado
para conduzir o íons na direção dos tecidos. As drogas positivas são colocadas sob o
eletrodo positivo (ânodo) e as negativas são colocadas sob o eletrodo negativo (cátodo).
O eletrodo que contém ou sobrepõe a droga é tipicamente referido como o eletrodo
“ativo” ou “de distribuição”, com o eletrodo oposto muitas vezes chamado de eletrodo
“de retorno” ou “dispersivo”.
Os efeitos mais comumente produzidos na utilização da corrente galvânica são:
1- Produção de calor – em função do fato de que a corrente deve vencer a resistência
específica do meio (ex.: a pele).
2- Dissociação iônica – é a eletroforese que nos possibilita a separação das substâncias
orgânicas que tenham polaridade definida.
3- Iontoforese – é através da iontoforese que utilizamos uma possível passagem através
da íntegra de medicamentos e/ou produtos ionizáveis (que somente serão assim
considerados em razão de seu fabricante informar quanto à sua possibilidade em água e
a sua polaridade).
Ilustraremos abaixo como se comportará uma solução após a passagem da corrente
galvânica. Note a ordem que assumem os íons, com relação aos pólos positivo e
negativo.
8. Em razão desta separação iônica, teremos como montar um campo elétrico em nossa
cliente, facilitando com isso a penetração de produtos ionizáveis.
Quando ligamos o equipamento e a chave inversa está ligada na posição normal, isto
significa que na extremidade do fio de saída vermelho para o apoio positivo e na
extremidade do fio de saída preto para o apoio negativo.
Ao mudarmos a chave para a posição inversa, o pólo positivo sairá do borne preto e o
negativo do borne vermelho.
Tipo Corrente
Contínua (CC)
Amplitude (intensidade)1-4 mA
Duração 20-40 min.
Dosagem de corrente total 40-80 mA/min
Tipo de Corrente
A corrente contínua cria um campo eletrostático unidirecional constante entre os
eletrodos para permitir transmissão ininterrupta da substância. Um aspecto da corrente
contínua particularmente importante durante a iontoforese é a tendência dos efeitos
eletrofisiológicos e clínicos específicos ocorrerem sob cada eletrodo.
Mesmo na ausência de qualquer substância, ocorre uma reação alcalina no cátodo
devido à formação de hidróxido de sódio, enquanto ocorre uma reação ácida no ânodo
devido à formação de ácido clorídrico.
Amplitude de Corrente
Muitos estudos clínicos usando iontoforese relataram usar amplitudes de corrente que
variam de 1 a 5 mA.
Duração da aplicação da Corrente
A extensão de tempo (duração) que a corrente é aplicada durante a iontoforese varia
muito de estudo para estudo. Durações tão curtas quanto cinco minutos ou tão longas
quanto várias horas foram registradas.
Geralmente, a extensão de tempo em que a corrente é aplicada é inversamente
proporcional a magnitude da corrente.
9. Correntes de amplitudes maiores (aproximando ou excedendo 4 mA) são tipicamente
aplicadas para períodos de tempo mais curtos, enquanto que correntes menores são
aplicadas para durações mais longas.
Conceito de Dosagem de Corrente durante a Iontoforese
A amplitude de corrente (mA) é multiplicada pela duração (minutos) para fornecer a
dosagem de corrente em unidades de mA/min. Exemplo: amplitude de 2mA para uma
duração de 20 minutos irá produzir uma dosagem de 40 mA/min.
Em qualquer dosagem de corrente dada pode ser atingida por um número infinito de
combinações de amplitude-duração. Por exemplo, uma dosagem de 40 mA/min. Pode
ser atingida aplicando-se 1mA durante 40 minutos, 2 mA durante 20 minutos, ou 4 mA
durante 10 minutos. Isso ilustra como o conceito de dosagem de corrente pode ser muito
útil na padronização da quantidade de corrente elétrica usada como um veículo de
substância durante a iontoforese. Os pacientes que não são capazes de tolerar
amplitudes de correntes mais altas ainda podem receber uma dosagem de corrente
designada através de uma extensão da duração do tratamento, ou seja, baixa a
intensidade e aumenta-se o tempo de aplicação.
Resulta-se que a intensidade é um feitor que depende da indicação do paciente, sendo
portanto subjetivo seu limite.
Forma de onda da Iontoforese
Prática Clínica da Iontoforese
Duração da Sessão
O tempo que pode durar uma sessão de tratamento depende principalmente da
agressividade da substância, da quantidade, da intensidade elegida e das precauções que
se devem tomar nas primeiras aplicações do tratamento.
O tempo programado depende fundamentalmente da quantidade de substância que
deseja introduzir no corpo do paciente, ainda que dependerá da intensidade aplicada e
da superfície do eletrodo.
Porém existe um fator importante bastante difícil de controlar, consiste no número de
valência do radical que se deseja introduzir e o peso da massa molecular. A relação
entre o tempo e a intensidade é inversa, de modo que a proporção que aumenta a
intensidade acima da média se deve reduzir o tempo.
Frequência das sessões
10. A potência da substância administrada é que determina o intervalo entre as sessões,
junto com a tolerância do paciente, que pode variar de 2 a 3 vezes por semana.
Duração do Tratamento Completo
Uma vez atingidos os resultados propostos, o tratamento deve ser suspenso, também em
casos de intolerância ou queimadura.
Nos casos agudos o tempo de tratamento é curto, ao passo que em tratamentos crônicos
o tempo tende a ser maior.
Indicações
Um exame completo deve verificar se a iontoforese de uma medicação específica tem o
potencial para ajudar a aliviar a condição do paciente sem produzir nenhum efeito
desagradável.
Analgesia em zonas localizadas
anti-inflamatório local
Vasodilatador
Desencrustante do tecido
De forma geral, a iontoforese sempre é indicada quando se deseja introduzir um
princípio ativo no organismo através da corrente elétrica. Em estética é muito utilizada
no tratamento da celulite (HLDG), da gordura localizada, nos rejuvenescimentos faciais
pois se realiza a introdução de princípios ativos lipolíticos, venolinfáticos, e
antioxidantes.
Guirro (2002) relata que a iontoforese é utilizada há mais de meio século, tendo sido
mencionada na literatura desde o século XVIII. A técnica é capaz de introduzir
substâncias ionizáveis a partir da pele e das mucosas para o interior dos tecidos, pois
aumenta a penetração de substâncias polares através da pele sob um gradiente de
potencial constante.
Quando dois eletrodos metálicos conectados a uma fonte de corrente contínua são
interpostos a um segmento corpóreo, em contato com uma solução eletrolítica, há a
possibilidade de se promover a transferência de íons para os tecidos. É uma técnica de
tratamento que permite a introdução, a partir da pele e das mucosas, de íons
medicamentosos para o interior dos tecidos, utilizando-se, para tanto, as propriedades
polares da corrente galvânica (Zats, 1993).
De acordo com Soriano (2000), existem numerosos experimentos para demonstrar a
realidade da passagem dos íons para o interior do organismo, todos estudos clínicos A.
Os experimentos demonstram a penetração dos íons graças a corrente contínua e a ação
da polaridade. Demonstra-se ainda que a penetração não é por contato, mas sim que um
íon introduzido pelo mecanismo de iontoforese tem os mesmos efeitos dos que são
introduzidos por qualquer outra via.
11. A migração iônica pela corrente galvânica é influenciada por vários fatores, como a
resistência do tecido, tamanhos do eletrodo e as características eletrônica do princípio
ativo a ser ionizado, o qual dever ser escolhido em função de suas característica
ionizáveis. É necessário provar que:
• Tal substância é passível de ionizar-se e movimentar-se em campo elétrico.
• Seja capaz de atravessar a barreira dérmica e pode ser detectada no organismo
• Que possui eficiência clínica. A quantidade de íons absorvida é diretamente
proporcional à intensidade da corrente e ao tempo de aplicação.
A iontoforese é portanto, um procedimento de efeitos locais indiscutíveis, mesmo que
superficiais, sendo benefícios terapêuticos:
• Ausência de efeitos colaterais sistêmicos
• Ação localizada do medicamento
• Ação mais efetiva e prolongada do fármaco no sítio de lesão.
Starkey (2001) relata que a introdução transdérmica de medicação tem vantagens sobre
a ingestão oral ou injeção de medicação. Uma das vantagens sobre a ingestão oral é que
na iontoforese o medicamento não passa pelo fígado, o que reduz a decomposição
metabólica da medicação, ou seja, a biotransformação hepática.
Distância entre os eletrodos
Quanto maior a distância entre os eletrodos, menor será o campo elétrico estabelecido
entre eles. Quanto maior distância menor força. Portanto, tende-se a colocar os eletrodos
mais próximos possíveis na mesma região, deixando de 1 a 2 centímetros de distância
entre os chamex. Isto é muito válido quando falamos em equipamentos que possuem
somente duas placas, uma de polo positivo e uma de pólo negativo, sendo que eu só
tenho essas duas para fechar o campo elétrico.
Em equipamentos que possuem 4 placas, 2 de polos negativos e 2 de polos positivos, eu
tenho a opção de fechar o campo elétrico entre as 4 placas, ou dar distância entre os
pares de placas, fechando o campo entre 2 placas (polo + e polo -) em uma região e 2
placas na outra. A distância entre os pares, se bem grande, causa um desligamento entre
elas, trabalhando regiões diferenciadas. É uma opção no caso de possuir poucos canais
para várias regiões.
Queimaduras:
O mal uso de um equipamento elétrico ou o erro na aplicação do tratamento, pode levar
a inconvenientes que podem chegar a serem muito sérios, como as queimaduras. Tanto
as queimaduras químicas como as elétricas são sempre causadas pelo mal uso do
equipamento, sendo que a corrente galvânica, se bem utilizada pelo operador, só trará
benefícios. Os riscos ficam por conta da habilidade do profissional. Abaixo
relacionamos dois tipos de queimaduras que podem se tornar presentes.
Queimadura Elétrica:
12. Ocorre esse tipo de queimadura quando há uma passagem excessiva de corrente, não
tolerada pelo paciente. Isso pode ser notável ao longo de uma sessão, onde não se
observa somente uma hiperemia suave, mas já o surgimento de vermelhidão excessiva.
Neste caso, não se trata de uma reação do organismo ao ativo ionizado, mas sim a
agressividade com que a intensidade exagerada causa na pele. Normalmente a
manifestação alérgica do organismo às substâncias ionizáveis, se manifesta com pontos
de maior ou menor vermelhidão.
Queimadura Química:
Esse tipo de queimadura independe da intensidade de corrente utilizada, pois ocorre por
contato direto entre uma parte metálica do equipamento com a pele. Isso poderia
acontecer por descuido e má adaptação dos eletrodos na região. Ocorre uma reação
química na região de contato com a água do chamex (que contém sal) provocando uma
queimadura na pele.
Contra Indicações:
Existem alguns casos em que não devemos utilizar o ionizador corporal, por se tratar de
corrente galvâncica que pode ser muito prejudicial em muitos casos. Abaixo
relacionamos algumas delas.
A. Gestantes. Uma das principais situações que é a contraindicação para o uso da
eletroterapia são as gestantes, podendo até acarretar um aborto provocado pela ação da
corrente. No caso de técnicas de corrente farádica ou galvânica, mesmo faciais, a
corrente pode trazer consequências ao feto, até mesmo malformações.
B. Cardiopatias, Hipotensão, Hipertensão, Marcapasso e Menstruação. O uso da
corrente facilita tanto o retorno venoso quanto à circulação sanguínea e linfática,
aumentando o fluxo de líquidos. Esse aumento do fluxo sanguíneo pode ser
desagradável no período de menstruação, como pode ser prejudicial nos casos
patológicos cardíacos.
C. Neoplasias. Todos sabemos que os casos de neoplasias se tornam mais progressivos
com a presença de sangue com nutrientes. O uso das correntes aumenta a velocidade da
circulação sanguínea, o que no local do tumor alimenta-o com maior intensidade,
podendo fazer com que se desenvolva mais rapidamente.
D. Placas Metálicas (próteses metálicas). Materiais metálicos são fortes condutores de
calor e de eletricidade, por isso qualquer corrente aplicada sobre placas metálicas,
intensifica a passagem da corrente, além do efeito térmico interior que pode causar
sérias queimaduras.
E. Lesões de Pele. A pele é uma potente barreira para a passagem da corrente elétrica,
diminuindo seu poder de condução. Qualquer patologia que lese essa barreira intensifica
a passagem da corrente causando incômodos e possíveis lesões. Uma diminuição na
sensibilidade da pele no local do tratamento também pode ser uma contraindicação para
iontoforese, embora vários estudos tenham relatado o uso cuidadoso da iontoforese para
13. ajudar a resolver o tecido da cicatriz e outras condições em que a sensibilidade possa
estar prejudicada
A Eletroterapia Aplicada na Estética Facial
A eletroterapia vem sendo cada vez mais utilizada nos tratamentos estéticos faciais e
corporais, sendo até considerada como fundamental por muitos profissionais da área.
Por esse fato, é imprescindível o conhecimento pleno das técnicas e sua correta
utilização evitando lesões, assim como sua aplicação.
Corrente Galvânica
É uma corrente do tipo contínua e com sentido unidirecional, ou seja, os elétrons
caminham num só sentido do pólo negativo para o positivo. São utilizados dois
eletrodos, um positivo (vermelho) outro negativo (preto), havendo necessidade de
ambos estarem em contato com o cliente fechando o circuito. Com a corrente galvânica
são realizadas as seguintes técnicas faciais:
Ionização
Desincruste
Eletrolifting ou Galvanopuntura
Eletrólise ou Eletrocoagulação
Proporciona alguns efeitos fisiológicos no organismo, tais como:
Hiperemia local
Vasodilatação local
Elevação da temperatura local
Elevação do metabolismo
Otimização da circulação sanguínea
Analgesia
Ionização
É uma técnica que facilita a penetração das substâncias ativas dos cosméticos através da
pele. A química a define como o processo pelo qual um átomo ganha ou perde elétrons
transformando-se em íon. Quando ganha torna-se um íon negativo ou ânion e quando
perde torna-se positivo ou cátion. A utilização da corrente elétrica "quebra" as
moléculas do princípio ativo do produto transformando-as em íons, os quais possuem
massa e tamanho menores que a molécula.
Essa dissociação facilita a passagem do produto pela pele, pela membrana celular e
pelos folículos pilo-sebáceos, permitindo melhores absorção e penetração. Sabemos que
substâncias com cargas iguais se repelem e substâncias com cargas opostas se atraem; o
mesmo ocorre entre os íons e os pólos da corrente.
14. Ionizando o produto com o pólo de mesma carga, estamos provocando uma repulsão
entre o produto e o eletrodo e uma atração entre o produto e o organismo, facilitando
sua penetração.
Geralmente os produtos utilizados são ampolas nutritivas à base de uréia, colágeno,
elastina, extrato placentário, DNA, vitamina C, entre outros.
Além de favorecer a penetração de substâncias nutritivas, também estimula os tecidos
promovendo um aumento do metabolismo e melhora da atividade celular. Essa técnica é
indicada para tratamentos preventivos de envelhecimento ou involução cutânea ou
mesmo para atenuar os sinais do envelhecimento.
Podem ser utilizados os dois eletrodos em esfera, movimentados ao mesmo tempo, ou
uma esfera e o outro bastonete, ou com e eletrodo caneta, especial para linhas de
expressão, e o bastonete.
Desincruste
É uma técnica que utiliza a corrente galvânica para facilitar a retirada do excesso de
secreção sebácea da superfície da pele. Geralmente é utilizado um produto com ativos à
base de carbonato de sódio, salicilato de sódio ou lauril sulfato de sódio, que possuem
características alcalinas.
Esses produtos realizam saponificação ou efeito detergente com os ácidos graxos
presentes na secreção sebácea, transformando-o em sabão, o qual é facilmente
removível com água. A função da corrente é facilitar a penetração do produto, por isso a
polaridade selecionada no aparelho deve ser a mesma do produto, seguindo o mesmo
princípio da ionização.
A diferença entre a ionização e desincruste é que este último atinge a camada mais
superficial da pele. A aplicação do desincruste deve ser feita principalmente na zona T,
ou seja, testa, nariz e queixo.
Os eletrodos que devem ser utilizados são o gancho (jacaré) envolvido por algodão
embebido na solução e o bastonete, que a cliente deve segurar durante a aplicação. Essa
técnica também tem sido bastante utilizada nos tratamentos capilares para redução da
oleosidade nos quadros seborréicos.
Eletrolifting ou Galvanopuntura
É uma técnica que utiliza a corrente galvânica juntamente com uma agulha de 5mm no
pólo negativo, com o objetivo de atenuar vincos e linhas de expressão. Não se
caracteriza por um método invasivo, pois a agulha atinge apenas a superfície da pele
sem aprofundar-se.
Esse método consiste em provocar uma sutil agressão na camada superficial da
epiderme, sobre as rugas ou linhas de expressão nas regiões naso-labiais, perioculares,
frontal, entre outras, com o intuito de estimular a produção de novas células, de
colágeno e elastina e ainda incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que
15. se encontram desnutridos e desvitalizados.
O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, a idade e os cuidados que se
tem com a pele. A técnica também pode ser utilizada em estrias, apresentando ótimos
resultados.
Para a aplicação, são utilizados os eletrodos bastonete e porta-agulhas e o profissional
deve estar especializado neste tratamento.
Eletrólise ou Eletrocoagulação
Também denominada por depilação "definitiva", é uma técnica que utiliza a corrente
galvânica e uma agulha metálica de 7mm como um recurso para destruir a raiz do
folículo pilo-sebáceo, bloqueando, assim, o crescimento do pelo. Essa destruição ocorre
devido a uma descarga elétrica através da agulha, pois é na raiz que se encontram os
nutrientes necessários para o crescimento do pelo.
Não é um método invasivo pois, a agulha atravessa a epiderme e chega à derme onde
atinge a capa germinativa do bulbo e a papila, sem portanto ultrapassá-la. Para localizar
o bulbo é necessário o auxílio de uma lupa.
Pode ser utilizada em qualquer região do organismo onde se deseja a eliminação de
pêlos indesejáveis tanto da face como do corpo, porém é utilizada com mais frequência
no buço, peito, virilhas e sobrancelhas.
Os eletrodos utilizados são: o porta-agulhas, o bastonete e um pedal que libera a
passagem da corrente, sendo que esta não passa de forma contínua para o cliente e sim
quando o pedal é acionado pelo profissional.
Para a aplicação desta técnica é necessário localizar com precisão o bulbo piloso, sendo
imprescindível que o profissional esteja capacitado, tornando a técnica eficaz e sem
causar lesões cutâneas.
Embora seja denominada por definitiva, a técnica pode não eliminar por completo o
folículo e o pelo pode vir a crescer novamente, porém com muito menos resistência e
espessura, facilitando sua retirada posteriormente. Além disso, sabemos que o termo
definitivo é muito comprometedor, visto que não existe um método cem por cento
definitivo.