O documento discute os principais movimentos literários do Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo e Simbolismo, descrevendo suas características e exemplos no Brasil e em Portugal. O Realismo é definido como uma estética do século XIX que defende a objetividade e visão científica, com Machado de Assis como marco no Brasil. O Naturalismo é uma radicalização do Realismo com foco na ciência e determinismo, tendo Aluísio de Azevedo como expoente no país. Por fim,
4. Linha do Tempo
Memórias Póstumas de Brás Cubas , Machado de
Assis
1850 - 1870
2ª Revolução Industrial
1888: Abolição da Escravatura
1889: Proclamação da República
1857: Realismo na EUROPA 1881: Realismo no BRASIL
Madame Bovary, Gustav Flauber
Darwin, Marie Curie, Einstein
Socialismo Utópico, Liberalismo Econômico, Socialismo Científico
6. Definição
EUROPA
SÉCULO XIX (1857 – INÍCIO SÉCULO XX) BRASIL
SÉCULO XIX (1881 – INÍCIO SÉCULO
XX)
• A ORIGEM encontra-se nas artes plásticas francesas;
• O Realismo é uma estética do século XIX que defende a
objetividade, a moderação do sentimentalismo e a visão
científica, opondo-se ao Romantismo.
7.
8. Romantismo X Realismo
ROMANTISMO REALISMO
Fantasia e imaginação criadora Verossimilhança
Improviso e exagero Criação reflexiva e análise crítica
Retrata o “eu” do artista Retrata a vida social
Subjetividade Objetividade
Sentimentos nobres Fragilidade e relativismo moral
Heróis puros, virtuosos,
honestos
Heróis ambiciosos, desumanos,
egoístas
9. Características do Realismo
• Objetividade;
• Racionalismo;
• Moderação do sentimentalismo;
• Visão científica;
• Análise psicológica dos personagens;
• Críticas a tentativa de mudanças sociais.
12. Poesia Realista em Portugal
DIVULGAÇÃO
Ideias Revolucionárias
COTIDIANO
Fatos corriqueiros
METAFÍSICA
Existencialismo
13. EÇA DE QUEIROZ 1845 - 1900
"O Crime do Padre Amaro" (Beata ❤️ Padre ----) filho)
• Marco inicial do Realismo em Portugal
• Foi considerado o melhor romance realista português do século
XIX
“O Primo Basílio" (Luísa CASADA com Jorge)
FILME PORTUGÊS: https://www.youtube.com/watch?v=Zlm3KmhgrLY
ANIMAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=Bstsc1wJGF8
15. MARCO DO REALISMO: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
(1881)
• Morro do Livramento, Bairro do Cosme Velho – RJ
• Avós escravos
• Dificuldades financeiras
• Preconceito
• Epilepsia / Gago
• Aprendeu Francês (Padeiro) / Latim (Padre)
• 15 anos ----) SONETOS
MACHADO DE ASSIS 1839 - 1908
16. OBRAS MACHADIANAS
Romantismo Realismo
“Ressurreição” (1972)
“A Mão e a Luva” (1874)
“Helena” (1876)
“Iaiá Garcia” (1878)
“Contos Fluminenses” (1870)
Histórias da Meia Noite” (1873)
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”
(1881)
Quincas Borba (1891)
Dom Casmurro ( 1899)
Esaú e Jacó (1904)
Memorial de Aires (1908) Contos
“O alienista”,
“A cartomante”
“Missa do galo”
“Uns braços”
“O espelho”
“Cantiga de esponsais” “Teoria do
medalhão”
“A causa secreta”
17. ESTILO MACHADIANO
• METALINGUAGEM / DIGRESSÃO ----) Dialoga com o leitor
• Personagens Metafísicos (Brás Cubas *Personagem MORTO)
• Capítulos curtos
• Uso do tempo psicológico (Memória do personagem)
• Pessimista em relação ao homem
• Linguagem ambígua (várias interpretações)
23. IMPRESSIONISMO NO BRASIL
Raul Pompéia (1857-1913)
• Estudou em um colégio interno;
• Começou sua carreira como jornalista;
• Formou-se em Direito;
• Suicidou-se.
TEMAS: Memória / Subjetividade / Deboche
MARCO: “O Ateneu” (1888)
25. CARACTERÍSTICAS
• Defende a objetividade;
• Preocupa-se com a forma;
• Descritivismo;
• Impessoalidade;
• Culto à forma;
• Preciosismo vocabular;
• Buscam valores clássicos (figuras greco-romano);
• Sensualismo;
• Arte pela arte.
MARCO: Théophile Gautier / Leconte de Lisle / Théodore de Banville
26. PARNASIANISMO NO BRASIL
• Olavo Bilac (Hino da Bandeira)
• Alberto de Oliveira
• Raimundo Correia
MARCO: “Fanfarras”, Teófilo Dias (1882)
29. CARACTERÍSTICAS
• Subjetividade; / Fala do inconsciente;
• Espiritualidade;
• Conhecido como “os malditos”;
• Musicalidade / Sinestesia.
• MARCO: “As Flores do Mal”, Charles Baudelaire (1856)
30. SIMBOLISMO NO BRASIL
Cruz e Sousa (1861 – 1898)
• Precursor do Simbolismo no Brasil;
• Obra marcada pela musicalidade, espiritualidade
(temáticas satânicas e sensuais) / COR BRANCA
Alphonsus de Guimaraens (1870 – 1921)
• Morte, Solidão, Sofrimento, Amor. “Dona Mística”
32. HORA DA REVISÃO!
MOVIMENTOS LITERÁRIOS
PROFESSORA PAULA MEYER
CARACTERÍSTICAS NO BRASIL
CONTEXTO
HISTÓRICO
· Segunda revolução industrial;
· Abolição da escravatura (1888);
· Proclamação da República brasileira (1889).
REALISMO
Os Quebradores De Pedra, de
Gustave Courbet
SÉCULO XIX (1860 – INÍCIO SÉCULO XX)
· Encontra-se nas artes plásticas francesas;
· Defende a objetividade;
· Racionalismo (moderação do sentimentalismo);
· Visão científica, opondo-se ao Romantismo;
· Análise psicológica das personagens;
· Críticas e tentativas de mudança social.
MARCO: Madame Bovary, Gustave Flaubert.
SÉCULO XIX (1881 – INÍCIO SÉCULO XX)
· Machado de Assis;
· Defende a objetividade, a moderação do sentimentalismo e a visão
científica, opondo-se ao Romantismo;
MARCO: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis.
NATURALISMO
O vagão de terceira classe, de
Honoré Daumier
· Radicalização do realismo;
· Se pauta na ciência (posicionamento cientificista);
· Romance experimental;
· Determinismo (homem fruto do meio, da raça e do momento);
· Instinto (sexo);
· Homossexualidade feminina;
· Aspectos negativos da sociedade;
· Personagens transformados em animais.
MARCO: Thérèse Raquin,, Émile Zola (1867).
· Aluísio de Azevedo
MARCO: O Mulato / O Cortiço (1890)
IMPRESSIONISMO
· Reflexos subjetivos (reflexos);
· Memória;
· Vingança;
· Sátira;
· Homossexualidade masculina;
MARCO: O Ateneu, Raul Pompeia (1888)
PARNASIANISMO
O Parnasio, de Sanzio,
· Defende a objetividade;
· Preocupa-se com a forma;
· Descritivismo;
· Impessoalidade;
· Culto à forma;
· Preciosismo vocabular;
· Buscam valores clássicos (figuras greco-romano);
· Sensualismo;
· Arte pela arte.
MARCO: Théophile Gautier / Leconte de Lisle / Théodore de Banville
· Olavo Bilac
· Alberto de Oliveira
· Raimundo Correia
MARCO: Fanfarras, Teófilo Dias (1882)
SIMBOLISMO
Vampiro de Edvard Munch.
· Subjetividade; / Fala do inconsciente;
· Espiritualidade;
· Conhecido como “os malditos”;
· Musicalidade / Sinestesia;
MARCO: As Flores do Mal, Charles Baudelaire (1856)
1893
Cruz e Sousa
Alphonsus de Guimaraens
33.
34.
35.
36. “Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando
as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora
para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num
requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de
barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer
toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem
azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Rita
[…] tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra
amaldiçoada; aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro
que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada,
harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante.”
“E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade
quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer,
um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar
espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como
larvas no esterco.”
37.
38. Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
39. Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
40. Fiados nesta seleção apuradora, que é comum o erro sensato de julgar
melhores famílias as mais ricas, sucedia que muitas, indiferentes mesmo e
sorrindo do estardalhaço da fama, lá mandavam os filhos. Assim entrei eu.
As simpatias verdadeiras eram raras. No âmago de cada sorriso,
morava-lhe um segredo de frieza que se percebia bem.
Quando meu pai entrou comigo, havia no semblante de Aristarco uma
pontinha de aborrecimento. Decepção talvez de estatística: o número dos
estudantes novos não compensando o número dos perdidos, as novas
entradas não contrabalançando as despesas do fim do ano. Mas a sombra do
despeito apagou-se logo e foi com uma explosão de contentamento que o
diretor nos acolheu.
41.
42.
43. Ismália: SOBRINHA que faleceu
Anos depois, Alphonsus suicidou-se
EMICIDA: Ismália
https://www.youtube.com/watch?v=EtN1jBk0ZQg
44. Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a
minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um
defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das
cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e
os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à
consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os
outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o
vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício
hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade!
Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas,
despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o
que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos,
nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da
opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o
território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não
examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do
julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o
desdém dos finados.