2. CONTEXTO HISTÓRICO
O filme As Sufragistas retrata o movimento das mulheres
britânicas pelo sufrágio feminino no início do século XX. Na
época a lei do sufrágio dava apenas a (grande parte dos) homens
o direito ao voto e participação no parlamento.
O filme parte da perspectiva da trabalhadora Maud Watts e suas
dificuldades ao ingressar no movimento sufragista.
Apesar do filme retratar a exploração da mão-de-obra feminina
(e infantil), as péssimas condições de trabalho e o salário
desigual, a luta de classes está sempre em segundo plano. Há
uma preocupação muito maior em retratar o machismo no
comportamento dos personagens homens, mais até do que
criticar o próprio patriarcado e sua relação inevitável com o
capitalismo.
Homens contra mulheres; voto contra não voto.
3. Maud tem seu primeiro contato com o movimento por acaso.
Coincidentemente ela estava na rua quando as mulheres começam
uma rebelião e quebram vidraças de lojas em forma de protesto.
A intensificação da repressão policial acarretou em prisões, torturas
e mortes de muitas delas.
Outro aspecto que merece atenção é a relação das personagens
Maud Watts e Edith Ellen (Helena Bonham Carter). Edith é uma
pequena-burguesa, para ela o direito ao voto tem outra importância.
Ela quer ser livre e a luta pela igualdade fará dela uma igual diante
dos homens de sua classe. Já para Watts, significa o início da luta por
uma vida digna, pelo direito à melhoria das condições materiais,
como a redução da jornada de trabalho, melhores condições e salário
justo.
Contudo, não podemos, porém, desconsiderar a importância do
movimento sufragista na organização das mulheres e na conquista do
direito ao voto feminino. Consideramos que o direito ao voto é um
direito democrático que deve ser valorizado e aprofundando em
direção à uma democracia, de fato, satisfatória.