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Livro Terceiro: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
10.1 – Liberdade natural
10.2 – Escravidão
10.3 – Liberdade de pensar
10.4 – Liberdade de consciência
10.5 – Livre-arbítrio
10.6 – Fatalidade
10.7 – Conhecimento do futuro
10.8 – Resumo teórico da motivação das ações do homem
Referências
Slide:
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/310-lei-de-liberdadepptx
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Lei de liberdade
É da natureza do Espírito a necessidade de se libertar.
Quanto maior a obediência às leis de Deus, mais independente, mais
autônomo, mais livre é a criatura.
Quanto menos obedecemos a lei de Deus, estamos mais ligados, mais
aprisionados, mais escravizados à matéria, aos vícios e às paixões inferiores.
Podemos não ser escravos fisicamente, mas aos vícios e assim não somos
livres.
Quando seguimos a lei de Deus tudo isso que nos prende ao mundo material
não terá mais força sobre nós e assim seremos realmente livres.
A doutrina espírita nos orienta que enquanto estamos na condição de Espíritos
imperfeitos não temos ainda condições de gozar da liberdade plena, pois
temos direito a respeitar. Toda vez que há direito a respeitar, não podemos
fazer tudo o que queremos. Qualquer prejuízo causado ao semelhante não
ficará impune perante a lei de Deus. Há sempre o direito do próximo a limitar
a minha ação, os meus direitos.
Há também os arrastamentos dos Espíritos inferiores. Há todo momento
somos influenciados pelos Espíritos positivos e negativos. Há os que nos
influenciam, que nos inspiram para o bem e há aqueles que nos inspiram para
o mal.
Por mais que a Espiritualidade inferior queira nos influenciar para o mal não
há arrastamento irresistível no sentido de nos perdermos completamente
nosso livre arbítrio. Mesmo no caso das obsessões graves, nas chamadas
subjugações, ainda existe no homem um resquício de livre arbítrio. Querendo
o homem resistir, ele é capaz de fazer. Se há vontade de resistir é plenamente
possível não ceder. O que ocorre é que às vezes não temos essa vontade nos
deixando facilmente influenciar pelos outros. Por isso, não nos cabe eximir da
responsabilidade.
Quando somos influenciados, aquele que influencia tem sua cota de
responsabilidade perante Deus. Dessa forma, às vezes quem pratica um ato
não vai responder única e exclusivamente por aquele ato. Todos aqueles que
de alguma forma incentivaram, influenciaram naquele ato também serão
responsabilizados.
Por exemplo, ao estar sob o efeito de tóxicos, drogas ou álcool e querer tirar
a culpa dos atos. Tem a responsabilidade sim. Nessas situações se comete
dupla falta porque se envenena voluntariamente e ainda age de forma
incorreta.
Não nos cabe nos eximir das nossas responsabilidades.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
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10.1 – Liberdade natural
825 – Há posições no mundo em que o homem possa se vangloriar de
gozar de uma liberdade absoluta?
Não, porque todos necessitais uns dos outros, os grandes como os pequenos.
Comentários:
A partir do momento que precisamos dos outros a nossa liberdade já se
encontra limitada.
Quando lidamos com o outro não podemos fazer tudo aquilo que desejamos,
pois, conforme a lei de sociedade há direitos e deveres.
Nos cumprimentos dos nossos deveres ou simplesmente no dever da boa
convivência para com o outro, em muitas ocasiões precisamos agir ou fazer
algo que não nos agrada, tendo a nossa liberdade relativamente tolhida.
Se pudéssemos ter a plena liberdade no trato com o próximo seria muito mais
difícil evoluirmos porque não precisaríamos controlar/reduzir o orgulho, a
vaidade, os interesses pessoais.
A liberdade plena seria podermos fazer tudo o que quiséssemos sem a menor
responsabilidade.
Mas ao lidar com o outro nós estabelecemos um cuidado, pois a nossa
consciência avalia a nossa conduta. Nós filtramos as nossas ações. O que é
certo e o que é errado. Aquilo que posso ou não posso. E nesse processo
vamos crescendo, vamos evoluindo porque a consciência nos dá o indicativo
daquilo que devemos ou não fazer.
Uma das formas mais simples de exercer a nossa liberdade sem causar
prejuízos a outras pessoas é nos colocando no lugar delas.
Exemplo: som alto. Antes de elevar o volume, pergunte-se se você gostaria
que o seu vizinho fizesse o mesmo e atrapalhasse o seu descanso.
O conceito de liberdade define que cada indivíduo tem autonomia para
escolher o caminho que irá seguir, desde que, claro, não ultrapasse os limites
do outro. Assim, cada um pode tomar decisões em relação à sua vida pessoal
ou profissional de acordo com suas crenças, valores e desejos de uma forma
geral. Por isso, é natural que, em uma sociedade com um grande número de
pessoas, exista diferenças entre os caminhos e escolhas de cada um.
Respeitar a pluralidade é essencial para que a liberdade seja celebrada de
forma positiva e para que tanto os seus direitos como os das outras pessoas
sejam respeitados.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
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Não espere que os outros mudem para que tome alguma atitude, seja você a
mudança que deseja ver ao seu redor.
A minha liberdade acolhe, respeita a liberdade dos outros.
O limite da liberdade é decência, bom senso, respeito, responsabilidade,
maturidade e sabedoria.
Tudo me é lícito, mas nem tudo convém. (1 Coríntios 6:12)
Todos temos uma liberdade natural, entretanto, juntamente com ela deve haver o respeito
às criaturas, nossas irmãs, e os nossos deveres para com elas. Ultrapassar os limites até
onde podemos ir, é violência aos que nos cercam e que nos ajudam a viver. (Miramez)
826 – Qual seria a condição na qual o homem poderia gozar de uma
liberdade absoluta?
O eremita no deserto. Desde que haja dois homens juntos, eles têm direitos a
respeitar e não têm mais, por conseguinte, liberdade absoluta.
Comentários:
A partir do momento que duas ou mais pessoas convivem há direitos e deveres
recíprocos.
A liberdade é aquela em que posso fazer tudo aquilo que eu desejar.
Liberdade absoluta só existe para Deus, criador de todas as coisas. A criatura
é dependente do Criador. Deus pode fazer o que bem entender dentro da
criação, mas somente Ele. No que se refere aos homens, se todos têm os
mesmos direitos, deixa de existir tal liberdade, pela barreira do respeito de uns
para com os outros. Além disso, nos submetemos à obediência das leis
naturais criadas.
Pela lei de sociedade sabemos que o direito que cabe a mim, cabe ao outro
também e eu preciso respeitar. Preciso cumprir essa lei, pois serei
responsabilizada não apenas perante a lei dos homens, mas também perante
a lei divina.
Portanto, essa liberdade absoluta no mundo material somente para aquela
pessoa que vive isolada do mundo completamente distante de toda e qualquer
pessoa. Essas pessoas que vivem nessa condição perdem a oportunidade do
crescimento, pois é através do outro que nós crescemos, que vamos burilando
aquilo que precisa ir melhorando.
Ou temos a liberdade absoluta (sem crescimento) ou temos o mecanismo do
progresso.
5
827 – A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o direito
de ser independente consigo mesmo?
De modo algum, porque é um direito que lhe vem da Natureza.
Comentários:
O maior direito de todos nós é o direito à vida.
A vida em si, juntamente com tudo aquilo que vem oportunizar uma vida
correta, decente, com respeito e gratidão a Deus.
Que adiantaria estarmos vivos se não tivéssemos condições de exercermos
os nossos direitos? Sermos desrespeitados, humilhados. Teríamos a vida
física, mas não a vida moral porque estaríamos sendo subjugados pelo outro,
tornando-nos insignificantes no nosso direito de viver.
O direito de viver é amplo.
Precisamos nos preocupar conosco mesmos e ao mesmo tempo oportunizar
ao outro o direito de viver. Não apenas de estar vivo, mas viver uma vida com
todos os direitos que lhe convém.
Tudo é equilíbrio e moderação.
828 – Como conciliar as opiniões liberais de certos homens, com o
despotismo que, frequentemente, eles próprios exercem no seu interior
e sobre os seus subordinados?
Eles têm a inteligência da lei natural, estando ela contrabalançada pelo
orgulho e pelo egoísmo. Eles compreendem o que deve ser, quando seus
princípios não são uma comédia representada calculadamente, mas não o
fazem.
828.a) Ser-lhes-ão levados em conta, na outra vida, os princípios que
professaram neste mundo?
Quanto mais inteligência tenha o homem para compreender um princípio,
menos é escusável de não aplicá-lo a si mesmo. Digo-vos, em verdade, que o
homem simples, mas sincero, está mais avançado no caminho de Deus do
que aquele que quer parecer o que não é.
Comentários:
A palavra é força poderosa em todas as suas ressonâncias, no entanto, nem
sempre o que se fala corresponde à vivência.
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É muito comum a criatura anunciar certas verdades, porém, se encontrar longe
delas. É comum vermos pessoas e nós mesmos sermos bondosos, amáveis
com os estranhos e carrascos com a própria família. Esforçando-se com certo
sofrimento para parecerem o que não são para os outros, por simples
necessidade de manter a posição, mas os pensamentos que partem da sua
realidade interna agitam em direção àqueles da convivência diária.
Para Deus nada adianta aquilo que falamos, mas essencialmente, aquilo que
fazemos. Não é que os pensamentos e as palavras não tenham importância,
mas a coerência com as ações, pois elas são aquilo que reflete no mundo.
Através delas podemos construir ou destruir sonhos e pessoas.
A atitude pesa mais para Deus.
Por isso a Espiritualidade nos diz que o homem simples, mas sincero, está
mais avançado no caminho de Deus do que aquele que quer parecer o que
não é.
Aquele que ainda não cumpre aquilo que fala, na realidade, ele não é aquilo
que fala. Gostaria de ser, mas ainda não é.
Precisa haver sintonia entre aquilo que pensamos, que falamos e aquilo que
fazemos.
Quem já tem ideias abertas (liberais), mas ainda não exerce em seu lar, por
exemplo, em relação aos seus subordinados está ainda nesse processo de
desenvolvimento e de luta contra o orgulho e o egoísmo. Já há certa
compreensão da lei natural, mas ainda lhe falta força, entendimento,
compreensão das verdades da vida para que possa aplicar aqueles conceitos
a si e na sua relação com as pessoas.
A quem muito é dado, muito será cobrado.
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10.2 – Escravidão
829 – Há homens que sejam, por natureza, destinados a ser de
propriedade de outros homens?
Toda sujeição absoluta de um homem a outro homem é contrária à lei de Deus.
A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como
desaparecerão, pouco a pouco, todos os abusos.
Allan Kardec:
A lei humana que consagra a escravidão é uma lei antinatural, visto que
assemelha o homem ao animal e o degrada moral e fisicamente.
Comentários:
A lei de liberdade é uma lei divina e se aplica a todo o Universo. Portanto, a
escravidão é contrária a essa lei, pois ninguém foi criado para ser subjugado
a outro homem, como os animais.
Somos seres divinos, criados para a liberdade, para o respeito mútuo e para
a fraternidade, portanto, a escravidão é sempre prejudicial à criatura e ao
desenvolvimento do ser humano.
No passado existiu legalmente a escravidão no Brasil, onde africanos e índios
foram escravizados como conhecemos através da história.
Escravidão moderna ou contemporânea
Artigo IV da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Proclamada pela da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro
de 1948.
“Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.”
O trabalho escravo foi banido em quase todos os países, mas ainda existem
muitas pessoas vivendo sob essa condição ao redor do mundo.
O trabalho em condições análogas à escravidão ainda acontece pelo mundo,
alcançando 40 milhões de vítimas.
A legislação moderna proíbe a escravidão, mas isso não tem impedido que
pessoas inescrupulosas se beneficiem do trabalho de pessoas cativas.
Nenhuma região do planeta está livre desse flagelo.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
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A escravidão moderna ou contemporânea é o termo que designa as relações
de trabalho onde as pessoas são forçadas a exercer uma atividade mediante
formas de intimidação, ameaça, detenção, violência física ou
psicológica. Envolve situação de cerceamento de liberdade ou condições
degradantes de trabalho, jornadas exaustivas ou situação de servidão por
dívida.
https://www.dci.com.br/dci-mais/escravidao-contemporanea/85297/
Exemplos:
 Indústria da pesca e de frutos do mar
 Escravidão sexual
 Obrigados a mendigar
 Indústrias têxteis
 Em propriedades rurais
 No extrativismo mineral
Valorizamos tanto a matéria a ponto de subjugar o nosso irmão tirando a sua
liberdade para atender os nossos caprichos.
Há outra forma de escravidão presente em nosso meio e passa despercebido
pela sociedade, sendo tão nefasta quanto à anterior.
Há muitas pessoas vivendo escravizadas a outras, como por exemplo:
- Esposas escravizadas a seus maridos;
- Filhos escravizados a seus pais;
- Religiosos que escravizam os seus fiéis;
- Políticos que escravizam o povo e a sociedade;
São formas que acabam tolhendo a liberdade, o direito das pessoas, a
capacidade de gerenciarem suas próprias vidas, uma vez que estão na
dependência do outro
Todas as situações que a liberdade de um é cerceada por outro, em função
dos seus caprichos, há o indício de escravização, subjugação.
Precisamos estar atentos às nossas atitudes autoritárias e repressivas porque
essas ações precisam ser trabalhadas e retiradas dos nossos corações.
Devemos estar unidos uns aos outros pelo respeito, pela fraternidade, pelo
amor e nunca pela submissão nefasta.
830 – Quando a escravidão está nos costumes de um povo, os que dela
se aproveitam são repreensíveis, visto que não fazem senão se
conformar a um uso que lhes parece natural?
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O mal é sempre o mal, e todos os vossos sofismas não farão com que uma
ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios
que se tem de compreendê-lo. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é
sempre culpado de uma violação da lei natural, mas nisso como em todas as
coisas, a culpabilidade é relativa. A escravidão, tendo passado nos costumes
de certos povos, o homem pôde aproveitá-la de boa-fé e como de uma coisa
que lhe parecia natural, mas, desde que sua razão mais desenvolvida, e
sobretudo esclarecida pelas luzes do Cristianismo, mostrou-lhe o escravo
como um seu igual diante de Deus, ele não tem mais desculpa.
Comentários:
Diante da cultura, do nível em que a sociedade se encontrava no período da
codificação, muitos povos achavam a escravidão um fator natural, inclusive
muitas pessoas de boa-fé.
Mas hoje, já não podemos agir da mesma forma, pois temos maior
entendimento, maior esclarecimento.
Quem mais sabe, mais responsabilidade tem sobre suas ações,
principalmente, quando contrárias à Lei de Deus.
Compreendemos que todos somos iguais, somos irmãos, filhos do mesmo Pai,
Deus.
831 – A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças
humanas sob a dependência de raças mais inteligentes?
Sim, para as erguer e não para as embrutecer ainda mais pela servidão. Os
homens, durante muito tempo, têm olhado certas raças humanas como
animais de trabalho, munidos de braços e mãos, que se julgaram no direito de
os vender como bestas de carga. Eles se creem de um sangue mais puro.
Insensatos que não veem senão a matéria! Não é o sangue que é mais ou
menos puro, mas o Espírito. (361-803)1
Comentários:
Ficamos muito triste quando percebemos que éramos nós mesmos agindo
assim.
Hoje na condição que nos encontramos de imperfeição em muitas situações
ainda olhamos o nosso irmão com olhar de superioridade, como se nós
fôssemos melhores que eles em alguma coisa.
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- Vide Nota Explicativa da Editora no final do livro.
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São atitudes que ainda continuamos fazendo como fazíamos no passado,
quando de alguma forma escravizamos os nossos irmãos.
Acreditávamos ter o direito de comercializá-los (comprar e vender) como se
eles fossem animais, como se tivéssemos o sangue mais puro que eles.
Éramos insensatos e continuamos a ser.
Que possamos lutar com todas as nossas forças para tirarmos do nosso
coração esse orgulho que nos cega, que nos faz ver o outro como se ele fosse
inferior.
Quanta dor, quanto sofrimento carregamos em nossas almas!
Que a luz que o Evangelho nos traz possa nos fazer pessoas melhores.
Todos nós somos irmãos, filhos do mesmo Pai, Deus.
Todos nós estamos momentaneamente utilizando um corpo de uma forma ou
de outra para crescer, para evoluir, para aprimorar o que já temos e, jamais
subestimar ou subjugar o nosso irmão.
Todos somos iguais.
NOTA EXPLICATIVA DA EDITORA NO FINAL DO LIVRO.
Na época, Allan Kardec sabia apenas o que vários autores contavam a respeito dos selvagens
africanos, sempre reduzidos ao embrutecimento quase total, quando não escravizados impiedosamente.
É baseado nesses informes “científicos” da época que o Codificador repete, com outras palavras, o
que os pesquisadores europeus descreviam quando de volta das viagens que faziam à África negra.
Todavia, é peremptório ao abordar a questão do preconceito racial:
“Nós trabalhamos para dar a fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores
uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de
raça, casta, seita, cor, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro
sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais.” (KARDEC, Allan. Revista Espírita de 1863 - 1ª.ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2005. - janeiro de 1863.)
“O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças,
porque em todos os homens vê irmãos seus.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 3, p. 348)
832 – Há homens que tratam seus escravos com humanidade; que não
lhes deixam faltar nada e pensam que a liberdade os exporia a privações
maiores; que dizeis deles?
Digo que estes compreendem melhor seus interesses. Eles têm também
grande cuidado com seus bois e seus cavalos, a fim de tirar deles maior
proveito no mercado. Não são tão culpados como aqueles que os maltratam,
mas dispõem deles como de uma mercadoria, privando-os do direito de serem
independentes.
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Comentários:
Em nenhuma situação a falta de liberdade é justa perante Deus.
Ele permite que isso aconteça como uma necessidade para o despertar da
criatura, para que possamos valorizar nossos irmãos, a vida e a liberdade de
todas as pessoas.
O fato de os escravos serem bem tratados não exime a culpa do seu senhor,
da sua responsabilidade pelo ato contrário à lei de Deus, pela falta de
liberdade. Claro que diante daqueles que maltratavam, que lhes faziam mal o
outro está em uma condição melhor.
Sempre é um erro manter um irmão privado da sua liberdade.
A lei de liberdade precisa ser respeitada.
Todas as vezes que ferirmos a lei divina estaremos nos comprometendo com
ela, nos responsabilizando por um resgate, um reparo.
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10.3 – Liberdade de pensar
833 – Há no homem alguma coisa que escapa a todo constrangimento e
pela qual ele desfruta de uma liberdade absoluta?
É no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque
não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o voo, mas não aniquilá-lo.
Comentários:
Há um tipo de liberdade plena: a liberdade de pensar.
No pensamento podemos ter a liberdade absoluta. Podemos pensar o que
quisermos. Mas a consciência vai nos dizer se aquele pensamento é
adequado ou não.
E assim podemos pensar o que quisermos sem nenhuma barreira para limitar
o pensamento. Dessa forma a única liberdade plena, absoluta que nós temos
é a liberdade de pensar.
Agora a liberdade de agir, a de vivência, não temos, pois envolve a relação
com o outro que tem direitos a serem cumpridos e respeitados.
A mente em atividade já coloca o que se deseja em caminho.
Daí a nossa responsabilidade em relação àquilo que pensamos.
Exemplo:
- “Os nazistas o haviam despojado de tudo que fosse palpável, mas seu
impulso para pensar, raciocinar e saber sobreviveu. Meu pai estava preso,
mas sua mente estava livre e ele continuava a refletir.” (Livro: De primatas a
astronautas – a jornada do homem em busca do conhecimento. Autor: Leonard Mlodinow, cap. 1)
- Stephen William Hawking (1942 – 2018) foi um físico teórico, cosmólogo e
autor britânico, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à
ciência, sendo um dos mais renomados cientistas do século.
- Muitos paraplégicos e portadores de deficiência física
834 – O homem é responsável pelo seu pensamento?
Ele é responsável diante de Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, o condena
ou o absolve segundo a sua justiça.
Comentários:
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
13
Ao sabermos que os pensamentos são energia, são força viva e que impactam
o mundo tanto material, quanto espiritual compreendemos o porque somos
responsáveis pelo nosso pensamento.
Quando desconhecíamos a doutrina espírita achávamos que o pensamento
não causava nenhum mal. Se aquele pensamento não transformasse em
ação, não traria e nem causaria nenhum prejuízo.
A doutrina espírita e a própria ciência que já vem estudando a força do
pensamento, a lei da sintonia, a lei de atração nos mostra que o pensamento
é força criativa.
A doutrina espírita nos mostra de forma muito clara que o pensamento se
materializa no plano espiritual. Aquilo que pensamos chega a criar formas no
plano espiritual de tal modo que influencia sobremaneira o mundo material,
como o mundo espiritual.
O nosso pensamento tem vibração, tem energia e vai buscar outros
pensamentos que estejam vibrando na mesma sintonia. Portanto, somos
responsáveis pelo nosso pensamento.
Se as outras pessoas não têm esse conhecimento, Deus conhece e Ele tem
condições de avaliar se os nossos pensamentos são salutares ou
pensamentos perniciosos, desequilibrados.
Todo ato, todo pensamento, toda vibração, toda emoção em desconformidade
com a lei de Deus precisam de algum reajuste.
O pensamento reflete como um espelho.
A atmosfera terrestre se apresenta com a cor azul, porém a atmosfera
espiritual terrestre é escura em função dos pensamentos tanto de nós
encarnados, como dos desencarnados. Há alguns pontos iluminados.
Podemos avaliar o teor da nossa responsabilidade com os nossos
pensamentos na harmonia geral do planeta. Atingimos os outros.
Futuro – telepatia
Devemos educar os pensamentos.
O poder da prece, dos pensamentos elevados.
Orai e vigiai, sempre.
- Nosso Lar – Cap. 37.
14
10.4 – Liberdade de consciência
835 – A liberdade de consciência é uma consequência da liberdade de
pensamento?
A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos
os outros pensamentos.
Comentários:
Para a liberdade de pensar não há limites. Podemos pensar o que quisermos
mesmo que sejam pensamentos negativos, pensamentos pouco produtivos.
No pensar somos livres.
A liberdade de consciência tem um aspecto diferente. Ela vem nos moldar, nos
chamar a atenção para o que é certo e errado.
A consciência é a voz de Deus que nos conduz a repensar as nossas atitudes
avaliando o certo e o errado.
A liberdade de consciência vem junto a liberdade de pensar nos auxiliando a
controlar os pensamentos, as atitudes e ações.
Com a consciência nós dosamos as nossas atitudes, pois se déssemos vazão
a todas as nossas vontades seria um caos.
A liberdade de consciência é necessária, pois é ela que vai pouco a pouco nos
moldando no caminho para aquilo que é certo, para aquilo que está em
conformidade com as leis de Deus.
836 – O homem tem direito de entravar a liberdade de consciência?
Não mais que à liberdade de pensar, porque só a Deus pertence o direito de
julgar a consciência. Se o homem regula, por suas leis, as relações de homem
para homem, Deus, por suas leis da Natureza, regula as relações do homem
com Deus.
Comentários:
A liberdade de consciência, a liberdade de pensar são liberdades dadas à
criatura por Deus, que fazem parte da lei divina, portanto cabe somente a Deus
colocar qualquer tipo de limitação.
Não cabe ao homem colocar qualquer tipo de empecilho naquilo que não foi
por ele criado.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
15
Nas leis criadas pelo homem que regula as relações entre a própria
humanidade, o homem pode alterar, pode colocar embaraços, pois não foi
uma criação de Deus.
As leis da natureza vêm de Deus e regulam as relações de Deus para conosco
e toda a sua criatura, portanto, não temos direito de colocar qualquer tipo de
embaraço ou limitações.
837 – Qual é o resultado dos entraves postos à liberdade de consciência?
Constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, torná-los
hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira
civilização e do progresso.
Comentários:
A liberdade de consciência é a voz de Deus em nossas vidas, sendo assim,
qualquer embaraço que se tente colocar a ela não será bem vista aos olhos
de Deus.
Se tentamos embaraçar / entravar a liberdade de consciência estaremos
constrangendo, contribuindo para que os homens procedam em desacordo
com o seu modo de pensar, tornando-os hipócritas, fazendo com que haja em
desacordo com a lei de Deus.
A liberdade de consciência é que vai conduzir bem a criatura humana, já que
a liberdade de pensar não tem limites, então é a consciência que vai colocar
esses limites, fazendo um filtro naquilo que pensamos. Ela favorece a
civilização, levando o homem ao progresso e a depuração do seu Espírito.
Não podemos permitir nenhum constrangimento ou limitação da nossa
liberdade de consciência.
Quando agimos contra a nossa consciência, há dor, há sofrimento. Quando
agimos contra as leis de Deus, há as consequências como os desastres, os
flagelos.
Somos privilegiados por termos a oportunidade de conhecer a doutrina espírita
e de ter a nossa consciência, o nosso conhecimento ampliado. Precisamos
reconhecer essas bênçãos e agradecer por tudo o que nós temos e procurar
colocar em prática todas as virtudes que nós aprendemos.
A liberdade de consciência é força do progresso espiritual de todas as criaturas, não
obstante, há países, por contradição materialistas, que desejam opor-se a esta liberdade.
Nenhum regime político consegue se manter quando não entende as leis naturais, ou tenta
impedir a sua ação. Infelizes dos homens que tentam constranger a liberdade de
consciência, região divina no homem, para ouvir o que os Céus desejam falar.
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A consciência é uma área que deve ser livre por pertencer principalmente a Deus, depois,
ser ouvida pela mente e obedecida.
A consciência nos inspira para amar; a alma que desconhece essa fonte, odeia.
A consciência nos inspira para a paz; a alma ignorante procura a guerra.
A consciência nos fala para perdoar;
A alma esquece a advertência e revida todas as ofensas.
E nesta ação contrária, o Espírito vai criando o seu próprio inferno e passa a sofrer dentro
dele, até surgir a maturidade, conscientizando-o de que deve reparar o mal que fez,
recolhendo muitas experiências e fazendo acender a luz no coração.
Liberdade de Consciência: possui grande amplitude. Protege o indivíduo de interferências
de ordem moral, filosófica, religiosa, política ou sociológica.
Liberdade de expressão e liberdade de consciência - Instituto Liberal
838 – Toda crença é respeitável, mesmo que seja notoriamente falsa?
Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As
crenças repreensíveis são as que conduzem ao mal.
Comentários:
Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem.
Mesmo que seja uma crença falsa, mas as pessoas que nela acreditam fazem
de forma sincera, verdadeira, acreditando que aquela crença é correta e se
conduz a prática do bem é uma crença respeitável.
Só deve ser condenada as crenças que conduzem o homem para o mal.
Muitas vezes brigamos para termos razão. Queremos que a nossa verdade,
que a nossa crença seja melhor, seja a mais respeitada, seja aquela que todos
sigam. Porém devemos nos preocupar é se a crença leva o homem à prática
do bem.
Isso explica o porquê da doutrina espírita se relacionar de forma positiva com
todas as crenças, com todas as religiões.
O importante não é a crença que se professa, mas sim a prática do bem
839 – É repreensível escandalizar na sua crença aquele que não pensa
como nós?
É faltar com a caridade e golpear a liberdade de pensar.
Comentários:
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Uma atitude como essa é a demonstração do orgulho e do egoísmo, monstros
da discórdia e da prepotência.
A partir do momento que convivemos com o outro devemos respeitar os
direitos do nosso irmão, assim como desejamos que ele respeite o nosso.
Todos nós somos individualidade. Não somos iguais a ninguém. Cada um de
nós traz consigo as suas experiências reeencarnatórias, desenvolveu sua
inteligência e moralidade em condições diferenciadas. Portanto, estamos em
momentos diferentes e podemos ter opiniões, verdades e crenças distintas.
Todas as crenças que levam o homem a Deus que busca o bem são
respeitáveis.
Todo aquele que menospreza as opiniões alheias, por não compatibilizarem
com as suas, está cheio de vaidade e desconhece os direitos alheios.
Nós em alguns momentos, ou constantemente, achamos que só a nossa
verdade é a correta e temos muita dificuldade de entender a opinião do outro,
de respeitar o outro e de saber conviver com a verdade dele.
840 – É insultar a liberdade de consciência opor entraves às crenças
capazes de perturbar a sociedade?
Podem-se reprimir os atos, mas a crença íntima é inacessível.
Allan Kardec:
Reprimir os atos exteriores de uma crença, quando esses atos trazem
algum prejuízo a outrem, não é insultar a liberdade de consciência,
porque essa repressão deixa à crença sua inteira liberdade.
Comentários:
Se de alguma forma reprimirmos os atos exteriores não estaremos reprimindo
a crença em si, pois é uma liberdade de pensar, é um desejo íntimo, uma
vontade íntima que cada pessoa tem. A crença íntima é inacessível. Podemos
reprimir os atos, caso acarretem prejuízos a terceiros. Faz parte do dever da
sociedade.
As leis de Deus que um dia vigorarão em toda a humanidade nunca pregam o
benefício de um em detrimento do outro.
Tudo aquilo que venha acarretar prejuízo ao outro é dever do Estado, é dever
do cidadão, é dever de um líder, de um povo, conter esses excessos, mas isso
não significa que a pessoa em seu íntimo mude a sua forma de pensar, a sua
crença.
18
Ao impedir ou colocar empecilhos aos atos não estaremos colocando
impedindo à crença.
A crença em si se mantém plena. Continua pleno o direito de cada um pensar
o que quiser.
841 – Deve-se, em respeito à liberdade de consciência, deixar se
propagarem doutrinas perniciosas, ou se pode, sem insultar a essa
liberdade, procurar trazer de novo ao caminho da verdade aqueles que
se perderam por falsos princípios?
Certamente se pode e, mesmo, se deve. Mas ensinar, a exemplo de Jesus,
pela suavidade e a persuasão e não pela força, o que seria pior que a crença
daquele a quem se quer convencer. Se há alguma coisa que seja permitido se
impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o meio de os fazer
admitir seja o de agir com violência: a convicção não se impõe.
Comentários:
O que é permitido impor e que devemos impor é o bem e a fraternidade, sem
violência e sim pela convicção, pelo exemplo.
É através da brandura, da persuasão e nunca da força que vamos fazer com
que as boas crenças e a verdade preponderem no mundo.
Temos o dever de trabalhar para que as verdadeiras crenças que de fato
levam a criatura para Deus, que elas possam chegar até outros corações, mas
sempre com brandura, sensatez e não com a força.
A partir do momento que a força se faz presente estaremos impondo a nossa
crença. A imposição não se convence.
Dependendo da situação a pessoa concorda, diz que aceita aquela crença,
mas no fundo do seu coração isso não é verdade.
Será pelo exemplo, pela vivência dos ensinamentos bons que iremos
convencer outras pessoas.
Vamos tentar compreender as crenças do outro, respeitar as crenças do outro,
exemplificar as nossas crenças com brandura e carinho para que os outros
também possam perceberem que as nossas crenças talvez os auxiliem mais
do que aquelas que hoje eles professam, mas sem imposição.
Só o bem e a fraternidade devem existir em nossas vidas. A convicção tem
que ser conquistada, nunca imposta.
A pessoa que procura viver de forma honesta, com seriedade, com respeito,
com brandura, com bondade nunca encontra dificuldades para ensinar.
19
Nunca aconselhamos a violência, para impedir que se propaguem certas ideias. A brandura
é sempre o melhor caminho. Quando falamos em energia, não queremos dizer que se deve
oprimir pela força, os pensamentos e mesmo fatos que possam contaminar a massa
humana. O homem que ama, a pessoa branda na sua vida, a alma honesta no seu viver
com seriedade, o ser humano que procura sempre a verdade, nunca encontram
dificuldades para ensinar, e quem os ouve acata seus pensamentos educativos.
Podemos respeitar as criaturas e, no entanto, divergir delas no modo pelo qual pensam e
fazem, sem que a prepotência e o orgulho possam nos afetar.
Quando se trata de liberdade, é certo que não devemos tolher os outros ao propagarem
suas crenças, desde que elas não firam a moral da sociedade. Quando isso acontecer,
essa mesma sociedade tem seus meios de defesa. Uma religião combater a outra é, pois
mostra de que já se encontra fraca e tem medo de desaparecer. Se ela teme, não está com
a verdade, porque a verdade não precisa de defesa dos homens.
842 – Todas as doutrinas tendo a pretensão de ser a única expressão da
verdade, por que sinais se pode reconhecer aquela que tem o direito de
se colocar como tal?
Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer,
praticante da lei do amor e da caridade na sua maior pureza e na sua mais
larga aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque
toda doutrina que tiver por consequência semear a desunião e estabelecer
uma demarcação entre os filhos de Deus, não pode ser senão falsa e
perniciosa.
Comentários:
A Espiritualidade não define uma religião específica como a detentora da
verdade, mas diz que o que faz de uma doutrina ou crença boa é a prática da
lei de amor e de caridade na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação.
Qualquer religião ou crença que de alguma forma semeia a desunião entre as
pessoas, colocando uma linha de separação entre os filhos de Deus, quando
nós somos todos irmãos e devemos nos enxergar assim, então ela não é boa.
Com certeza é falsa e perniciosa.
A questão não é acharmos ou definirmos que a nossa religião é a melhor. Nós
estamos dentro da doutrina espírita e foram os Espíritos que responderam
essa pergunta. Eles poderiam, se quisessem dizer que a melhor delas seria a
doutrina espírita. Mas eles não fizeram isso, pois sabemos que toda religião
que leva o homem a Deus ela é boa, merece o respeito de todos nós.
A melhor de todas é aquela que mais vivencia a lei de amor, a lei de justiça e
de caridade, portanto, se queremos que a nossa crença seja melhor vamos
vivenciar esses preceitos e com isso teremos uma crença maravilhosa.
20
Diretor de grupo onde Chico Xavier atuava alerta sobre rumo do espiritismo
Nesse domingo (02/04/2023) foi o aniversário de 113 anos do médium mais famoso do
Brasil; como homenagem está prevista a revitalização de Memorial que leva o seu nome
Um dia após o aniversário de 113 anos de Chico Xavier, ocorrido neste domingo
(02/04/2023), o diretor do Grupo Espírita da Prece (local onde o famoso médium
psicografou a maior parte de seus livros) alertou sobre a fuga em grande parte dos centros
espíritas de todos os ensinamentos da doutrina, filosofia e ciência do Espiritismo.
“Hoje em Uberaba (onde o médium viveu grande parte de sua vida na Terra), de cerca de
120 centros espíritas, apenas de 10 a 15 seguem realmente as mensagens que Alan
Kardec e Chico Xavier queriam passar, ou seja, trabalhar no bem em prol do próximo”,
comentou Wellington Wagner de Souza, diretor do Grupo Espírita da Prece e da Casa
Espírita João Urzedo.
Souza complementa que atuar dentro da filosofia espírita não é apenas fazer a caridade,
dar o alimento, uma cesta básica, mas sim evangelizar e acompanhar espiritualmente cada
necessitado.
“O Espiritismo, não só em Uberaba, mas em várias partes do Brasil, está perdendo o norte;
está perdendo a referência de simplicidade, humildade, desapego e o cunho moral que é
ensinar o correto, o justo e ajudar as pessoas a se tornarem pessoas de bem.
Estão inserindo em casas espirítas reiki, cromoterapia, apometria, entre outros elementos
que não existem no Espiritismo.
Além disso, vejo que tem muito espírita que não gosta de pobre e é apegado a bens
materiais”, lamentou Wellington de Souza, que também é médium.
Diretor de grupo onde Chico Xavier atuava alerta sobre rumo do espiritismo - Gerais - Estado de Minas
Países onde as pessoas não têm liberdade
Países onde as pessoas não têm liberdade (msn.com)
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10.5 – Livre-arbítrio
843 – O homem tem o livre-arbítrio dos seus atos?
Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem livre-arbítrio o
homem seria uma máquina.
Comentários:
Nós temos o livre-arbítrio.
Deus nos permite agir conforme orienta a nossa consciência, o nosso
pensamento.
A vida nos coloca diante de inúmeras situações e cabe a nós diante do nosso
conhecimento, das nossas experiências, da nossa cultura, dos valores
absorvidos, decidir como agir diante dessas situações que a vida nos coloca.
Nós podemos sempre agir.
A lei de causa e efeito é uma lei divina.
Temos a liberdade para agir, mas seremos escravos das consequências das
nossas escolhas. Portanto, essas escolhas devem ser bem refletidas, pois
seremos obrigados a enfrentar as consequências das nossas atitudes, sejam
elas boas ou ruins.
Algumas pessoas questionam se verdadeiramente temos livre-arbítrio em
função do planejamento reencarnatório considerando que ele nos coloca em
determinadas condições que não teremos como impedir ou deixar de vivenciar
aquela situação, onde em tese não haveria o livre-arbítrio.
Mas há livre-arbítrio, sim e desde o plano espiritual.
No planejamento reencarnatório somos nós que escolhemos grande parte das
provas.
Diante daquilo que foi escolhido, que faz parte do planejamento, o livre-arbítrio
se fez presente não na matéria, mas sim, na erraticidade. Depois aqui
conforme conduzimos a vida esse plano vai sofrendo alterações. Fazemos
escolhas todos os dias.
Nas questões subsequentes vamos ver de forma mais detalhada sobre livre-
arbítrio e fatalidade.
Ex: Nascer no meio que favorece o caminho do crime, pois preciso passar por
essa situação. Escolhi nascer onde haja criminalidade, mas não escolhi
praticar o crime. É uma prova para ver se irei sucumbir ou não. Então decorre
do meu livre arbítrio seguir ou não para o crime.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
22
O objetivo do planejamento reencarnatório é sempre positivo. A meta é que eu
vença aquela tendência, aquela influência do meio e seja uma pessoa de bem.
Isso não é fatalidade.
Quando estamos diante dos enfrentamentos da vida é que vamos escolher o
caminho do bem ou do mal.
- Desencarna antes do tempo – vícios, sentimentos perniciosos
- Vive além do tempo previsto – Ações de bondade
Orai e vigiai.
Escolha das provas – Questões 258 à 273 (Cap. VI – Vida Espírita).
844 – O homem goza do livre-arbítrio desde o seu nascimento?
Há liberdade de agir desde que haja liberdade de fazer. Nos primeiros tempos
da vida a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as
faculdades. A criança, tendo pensamentos relacionados com as necessidades
de sua idade, aplica seu livre-arbítrio às coisas que lhe são necessárias.
Comentários:
Na fase infantil o Espírito não está com sua plenitude de pensamento, de
personalidade, de entendimento. Portanto, a criança não tem como ter a
liberdade de um adulto.
O corpo físico não está pleno de desenvolvimento, os órgãos continuam
crescendo e desenvolvendo em todos os aspectos, então o Espírito não tem
condições de ter todas as liberdades nessa fase.
Os pais precisam estar próximos, orientar, dosar a liberdade das crianças que
podem se machucar. Ex: as tomadas
A criança não está na plenitude das suas faculdades, da sua inteligência, é
necessário que os pais possam suprir essa carência.
É preciso adquirir as condições para que ele possa chegar a uma liberdade
mais acentuada, porém, quando a tem, essa liberdade vai chegando com o
crescimento e ao se tornar adulto, é livre para pensar e fazer o que achar mais
conveniente dentro da vida.
845 – As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer, não são
um obstáculo ao exercício do livre-arbítrio?
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As predisposições instintivas são as do Espírito antes de sua encarnação.
Conforme for ele mais ou menos avançado, elas podem solicitá-lo para atos
repreensíveis, e ele será secundado nisso pelos Espíritos que simpatizam com
essas disposições, mas não há arrebatamento irresistível, quando se tem a
vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (361).
Comentários:
Nós temos condições de resistir tanto as nossas predisposições instintivas, ou
seja, as nossas tendências inferiores que trazemos conosco, como os
Espíritos com os quais poderemos simpatizar e que queiram nos influenciar
para o mal.
Nós sempre podemos resistir.
Querer é poder – No sentido de que por mais difícil que seja, por mais
influência que possamos sofrer, por mais que as nossas más tendências sejam
fortes em nosso íntimo, se tivermos vontade de resistir conseguiremos.
Não há arrastamento irresistível.
Não há perca completa, total do livre-arbítrio.
Em função de determinadas influências espirituais, nos encontramos em
processo obsessivo, principalmente, em um processo de obsessão grave, o
nosso livre-arbítrio diminui, pois estamos praticamente dominados pelos
Espíritos obsessores, mas mesmo com essa redução do nosso livre-arbítrio o
controle sempre é nosso, a vontade é nossa.
O que falta à criatura humana é vontade. Por isso muitas vezes cedemos às
nossas tendências inferiores e às influências dos Espíritos.
Nós cedemos porque ainda gostamos daquela coisa ou da situação a qual
cedemos. Se aquilo ainda nos apraz não temos força para sair daquilo. Ex: a
bebida (ainda gostamos do prazer da bebida)
Nós deixamos que a sensação o mundo nos proporciona, que o prazer
material prepondere sobre aquilo que é correto, sobre a nossa razão, sobre
aquilo que de fato é importante para o nosso progresso espiritual.
Acabamos preferindo o prazer momentâneo do mundo doque a felicidade
futura que nos é concedida quando nós fazemos aquilo que deve ser feito.
As predisposições instintivas existem, dificultam a nossa trajetória aqui, mas
não são arrastamentos irresistíveis anos.
846 – O organismo não exerce influência sobre os atos da vida? Se ele
exerce influência, não o faz com prejuízo do livre-arbítrio?
24
O Espírito, certamente, é influenciado pela matéria que o pode entravar em
suas manifestações. Eis por que, nos mundos onde os corpos são menos
materiais que sobre a Terra, as faculdades se desdobram com mais liberdade,
mas o instrumento não dá a faculdade. De resto, é preciso distinguir aqui as
faculdades morais das faculdades intelectuais; se um homem tem o instinto de
homicida, é seguramente seu Espírito que o possui e que lho transmite, mas
não seus órgãos. Aquele que anula seu pensamento para não se ocupar
senão com a matéria, torna -se semelhante ao bruto, e pior ainda, ele nem
sonha mais em se precaver contra o mal, e é nisto que é culpado, visto que
age assim por sua vontade. (vede nºs 367 e seguintes. Influência do
organismo).
Comentários:
A matéria exerce influência sim.
Desprendidos da matéria nossas faculdades se ampliam, pensamos e agimos
com mais plenitude, conforme o nosso adiantamento.
As pessoas que nascem com limitações físicas e mentais o Espírito não está
adoecido, continua com toda a sua bagagem intelectual e moral, mas não
consegue se expressar completamente em função daquele corpo físico
limitado.
O corpo físico exerce influência sobre o Espírito no sentido de embaraçar lhe
as manifestações, mais ou menos intensamente.
Quanto mais materializado é o mundo em que aquele Espírito está encarnado,
mais limitações o corpo vai operar, quanto menos materializado é o corpo
físico, mais liberdade tem o Espírito de demonstrar as suas faculdades de uma
forma mais completa.
O corpo dificulta um pouco as potencialidades ou o fato do Espírito se mostrar
mais livre, porém não é o corpo material que imprime as imperfeições, os
pensamentos desequilibrados, as condutas inadequadas, as condutas
criminosas. Isso não está no corpo, mas sim, no Espírito.
Por mais que o corpo exerça influência é o Espírito que atua de forma positiva
ou negativa. Ex: instinto de assassínio é o Espírito que possui e não o corpo.
A frase: “A carne é fraca”. A carne não é fraca. O Espírito é fraco. A carne vai
estar externando para o mundo material a fraqueza que o Espírito ainda
possui.
É o Espírito que é evoluído ou atrasado.
847 – A deformação das faculdades tira ao homem o livre-arbítrio?
25
Aquele cuja inteligência está perturbada por uma causa qualquer, não é mais
senhor do seu pensamento e, desde logo, não tem mais liberdade. Essa
deformação, frequentemente, é uma punição para o Espírito que, em uma
existência anterior, pode ter sido vão e orgulhoso e ter feito mau uso de suas
faculdades. Ele pode renascer no corpo de um idiota, como o déspota no corpo
de um escravo, e o mau rico no de um mendigo; o Espírito sofre esse
constrangimento, do qual tem perfeita consciência, e aí está a ação da matéria.
(371 e seguintes).
Comentários:
Deformação ou aberração das faculdades é uma forma que Kardec utilizou
para dizer quando as faculdades se encontram limitadas, comprometidas a
ponto das faculdades não poderem ser exercidas em sua plenitude.
Nesse caso o livre-arbítrio se mantém ou a pessoa perde o livre-arbítrio?
Quando o corpo não oferece condições para que o Espírito se manifeste na
sua plenitude, o seu livre-arbítrio na matéria, na sua condição de Espírito
encarnado fica comprometido.
Quanto mais limitações o corpo físico oferecer mais o seu livre-arbítrio é
comprometido.
O Espírito não perde o seu livre-arbítrio como um todo, a sua independência,
a sua consciência.
Nessas situações o Espírito está apenas impossibilitado de se manifestar, mas
as aquisições adquiridas no decorrer das suas inúmeras reencarnações é
patrimônio do Espírito e será mantido com ele, embora não consiga manifestar
em função das limitações do corpo físico.
- Fútil e orgulhoso – limitações mentais (idiota)
Nada é por acaso. Há sempre uma justa causa, uma razão para explicar as
condições de cada criatura.
848 – A aberração das faculdades intelectuais por embriaguez escusa os
atos repreensíveis?
Não, porque o bêbado está voluntariamente privado de sua razão para
satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, ele comete duas.
Comentários:
A pessoa quis voluntariamente, dando vazão à sua liberdade, causar o
comprometimento das suas faculdades intelectuais.
26
Se a pessoa comete um ato em decorrência da embriaguez ou do uso de
entorpecentes, não pode usar da embriaguez para se desculpar da
responsabilidade daquele ato. Se embriagou porque quis.
Em vez de uma falta comete duas: primeira falta, se embriagar e a segunda
falta, praticar atos reprováveis por conta da embriaguez.
Não adianta querer se desculpar porque estava drogado, alcoolizado, dopado
para se justificar. A responsabilidade existe.
A não ser que tenhamos sido obrigados a isso. Obrigados a nos embriagar, a
ficarmos drogados, etc. Porque nessa situação não estamos agindo por nossa
própria vontade.
849 – Qual é, no homem em estado selvagem, a faculdade dominante: o
instinto ou o livre-arbítrio?
O instinto, o que não o impede de agir com uma inteira liberdade para certas
coisas. Mas, como a criança, aplica essa liberdade às suas necessidades, e
ela se desenvolve com a inteligência. Por conseguinte, tu que és mais
esclarecido que um selvagem, és também mais responsável que ele pelo que
fazes.
Comentários:
Quanto mais primitiva é a pessoa mais ela utiliza o instinto do que
propriamente o livre-arbítrio.
Ela utiliza o livre-arbítrio para atender suas necessidades mais imediatas, mas
predomina o instinto.
As necessidades prioritárias do homem primitivo são as necessidades de
conservação, alimento, reprodução e proteção. São nessas situações que
usará o livre-arbítrio, mas o instinto se faz primeiro, como o instinto de
conservação é que move a criatura nesses primeiros momentos dentro do
reino hominal para que ele possa agir.
Nós que somos mais esclarecidos que um selvagem temos também mais
responsabilidade por aquilo que fazemos porque temos mais entendimento,
mais compreensão, mais condições de avaliar o certo e o errado, mais
conhecimento das leis divinas e um melhor entendimento acerca de Deus.
O livre-arbítrio sempre se faz presente, mas se desenvolve à medida que a
pessoa amadurece.
É como se fôssemos crianças. No início temos menos livre-arbítrio e à medida
que crescemos e vamos desenvolvendo a intelectualidade o livre-arbítrio se
amplia.
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850 – A posição social, algumas vezes, não é um obstáculo à inteira
liberdade dos atos?
O mundo tem, sem dúvida, suas exigências. Deus é justo e leva tudo em conta,
mas vos deixa a responsabilidade do pouco esforço que fazeis para superar
os obstáculos.
Comentários:
Tudo Deus pondera.
Aquelas pessoas que diante da sua posição social ou da condição em que se
encontram aqui na Terra tenham mais dificuldades para vivenciarem a sua
liberdade, para conseguirem exercer o seu livre-arbítrio da forma mais
completa possível, Deus levará isso em consideração.
No mundo material em que estamos existem as regras do mundo, existem os
deveres que o mundo material nos impõe e em função disso nem sempre
teremos total autonomia para fazermos o que desejamos, pois podemos estar
em uma condição social mais inferior, mais difícil que não nos permita exercer
a nossa liberdade da forma mais plena possível.
No mundo material há aqueles que tem mais liberdade que outros e posição
social pode ser em determinadas situações um dos fatores que dificulta o
exercício do livre-arbítrio.
Deus é justo, vai levar em conta, mas deixa a responsabilidade de nenhum ou
pouco esforço empregado para vencer os obstáculos.
Ok, filho a sua condição social dificulta um pouco o exercício da sua inteira
liberdade, mas o que tu fazes para vencer os obstáculos, o que tens feito para
superar a sua limitação social de modo que possas exercer as suas
potencialidades, a tua liberdade?
O que tens feito para mudar a tua condição?
Tens corrido atrás ou se mantém de braços cruzados?
Tens trabalhado ou tens deixado que a preguiça tome conta de ti?
Deus quer que nós diante das dificuldades da vida possamos crescer
aproveitando essas situações.
28
10.6 – Fatalidade
851 – Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido
ligado a essa palavra, quer dizer, todos os acontecimentos são
predeterminados? Nesse caso, em que se torna o livre-arbítrio?
A fatalidade não existe senão pela escolha que fez o Espírito, em se
encarnando, de suportar tal ou tal prova. Escolhendo, ele faz uma espécie de
destino que é a consequência mesma da posição em que se encontra. Falo
das provas físicas, porque para o que é prova moral e tentações, o Espírito,
conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e sobre o mal, é sempre senhor de
ceder ou de resistir. Um bom Espírito, vendo-o fraquejar, pode vir em sua
ajuda, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um
Espírito mau, quer dizer, inferior, mostrando-lhe, exagerando lhe um perigo
físico, pode abalá-lo e assustá-lo; mas a vontade do Espírito encarnado não
fica menos livre de todos os entraves.
Comentários:
Na vida nós temos livre-arbítrio ou tudo é uma fatalidade em função daquilo
que devemos passar na Terra, diante do nosso planejamento reencarnatório?
A fatalidade existe no tocante à escolha que o Espírito fez antes de reencarnar
em relação a uma prova ou outra.
Antes de reencarnarmos temos o livre-arbítrio de escolher durante a nossa
participação no nosso planejamento reencarnatório. Nesse momento há o
exercício do livre-arbítrio no plano espiritual, escolhendo a família, em que
condições reencarnaremos, situações que iremos passar, ou seja, as provas
gerais.
Quando reencarnamos, as situações físicas previstas no planejamento
reencarnatório vão acontecer. Então, nesse momento, quando estamos aqui
na Terra é uma fatalidade porque é algo que vai acontecer independente da
nossa vontade encarnada, mas houve a nossa vontade para atuar nessa
fatalidade quando estávamos desencarnados, na condição de Espírito errante.
Então, de qualquer forma, atuamos com o nosso livre-arbítrio. Só modificam
os momentos em que o livre-arbítrio esteve presente. Antes de encarnar e
depois de encarnar.
As situações previstas no planejamento reencarnatório vão acontecer.
A forma de lidar, as decisões que tomaremos diante das situações não está
previsto no planejamento reencarnatório. São escolhas nossas enquanto
reencarnados.
Exemplo:
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
29
Se eu escolho no planejamento reencarnatório nascer no meio propenso à
criminalidade. Irei nascer nesse meio propenso à criminalidade, pois está
previsto no planejamento reencarnatório. Mas como irei reagir naquele meio é
livre-arbítrio enquanto reencarnada. Eu posso seguir para o crime ou eu posso
resistir e não ir para o crime, mesmo que seja difícil. Tenho o livre-arbítrio de
ceder ou não aquele arrastamento.
As escolhas morais se mantêm intactas. Sempre teremos o livre-arbítrio
referente a elas.
Determinadas situações físicas previstas no planejamento parecem para nós
fatalidade, mas é algo que foi decidido com a minha participação no plano
espiritual, portanto, com o uso do meu livre-arbítrio.
Há muitas situações que passamos que não estavam no planejamento. São
frutos do nosso desregramento, da nossa conduta, da nossa imprevidência.
Nossos mentores sempre nos auxiliam.
O que chamas fatalidade já é produto do livre arbítrio, pois, antes de reencarnar o Espírito,
por vezes, escolheu determinadas fases para passar. Se ele escolheu, o acontecimento é
uma fatalidade. Mesmo assim, conforme a sua vida na Terra, poderá modificar seu destino
em algum aspecto, dependendo do que vai fazer ou está fazendo em favor da humanidade.
Há casos em que os benfeitores espirituais investem na criatura e encurtam ou alongam a
sua vida, desde quando isso sirva para o bem comum. Mas, tudo depende de Deus, que é,
como se sabe, o senhor de tudo que existe na criação. Quantas enfermidades escolhidas
são removidas dos caminhos de quem as escolheu, porque o mesmo trabalho que, em
certa ocasião somente elas poderiam fazer, o amor pode substituí-las com mais eficiência?
852 – Há pessoas que uma fatalidade parece perseguir,
independentemente de sua maneira de agir; a infelicidade não está no
seu destino?
Pode ser que sejam provas que elas devem suportar e que escolheram. Mas,
ainda uma vez, levais à conta do destino o que não é, o mais frequentemente,
senão a consequência de vossa própria falta. Nos males que te afligem,
esforça-te para que a tua consciência seja pura, e serás consolado em parte.
Allan Kardec:
As ideias justas ou falsas que fazemos das coisas nos fazem vencer ou
fracassar segundo nosso caráter e nossa posição social. Achamos mais
simples e menos humilhante para nosso amor-próprio, atribuir, nossos
fracassos à sorte ou ao destino, do que à nossa própria falta. Se a
influência dos Espíritos contribui para isso algumas vezes, podemos
30
sempre nos subtrair dessa influência, repelindo as ideias que eles nos
sugerem, quando elas são más.
Comentários:
Nós poderemos estar diante de situações que parecem fatalidade, quando
essas situações não são positivas, quando essas situações repetidamente se
fazem presentes em nossa vida.
É comum percebermos que determinadas situações em nossas vidas voltam
a acontecer de tempos em tempos. Às vezes mudam as pessoas, mas a
situação, o problema, a ideia é a mesma. Esse fato muitas vezes são provas
que nós escolhemos e que nos cabem sofrer.
Não há acaso, não há coincidência em nossas vidas.
Se aquela situação retorna sempre para nós é uma necessidade e ali está a
nossa oportunidade de aprendizado.
Nós escolhemos vivenciar aquela situação, uma vez que provavelmente o
nosso erro foi dentro daquele contexto e por isso a situação volta para que
possamos aprender.
Será que estou aprendendo?
Ou será que a situação volta e erro novamente?
Todas as vezes estou caindo diante de uma situação que eu poderia sair
vitoriosa?
Muitas vezes é consequência das nossas próprias faltas.
Sabemos que as nossas dificuldades, as nossas tribulações não vêm de vidas
passadas. São situações e problemas que adquirimos na vida atual.
ESE – Causas anteriores das aflições – causas atuais das aflições.
Nós procuramos essas tribulações. Ao invés de agirmos em conformidade
com o evangelho, agimos errado e daí teremos que lidar com situações
delicadas, difíceis, os chamados infortúnios. Nós mesmos buscamos esses
infortúnios, diante das nossas atitudes.
Deus, na sua bondade e no seu amor, concede a todos de boa vontade a liberdade para
escolherem os trilhos que lhes aprouver, desde que as leis não fiquem sem ser obedecidas.
Todas as provações, todas as lutas, todos os infortúnios, e mesmo as missões das almas
são para harmonizar a mente, para que compreendamos o amor praticando-o, a fim de que
todas as verdades espirituais se nos apresentem de modo que passemos a vivê-las.
853 – Certas pessoas não escapam de um perigo mortal senão para cair
num outro; parece que elas não poderiam escapar à morte. Não há nisso
fatalidade?
31
Não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte.
Quando esse momento chega, seja por um meio ou por outro, não podeis dele
vos livrar.
853.a) Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morremos
se a hora não é chegada?
Não, tu não perecerás, e disso tens milhares de exemplos. Mas, quando é
chegada a tua hora de partir, nada pode subtrair-te dela. Deus sabe,
antecipadamente, de qual gênero de morte partirás daqui e, frequentemente,
teu Espírito o sabe também, porque isso lhe é revelado quando faz escolha de
tal ou tal existência.
Comentários:
A Espiritualidade nos orienta que a morte faz parte do planejamento
reencarnatório.
O período (não é data, hora e minuto) previsto para que a pessoa desencarne
está previsto no planejamento reencarnatório. Quando chega esse período
nada poderá ser feito para impedir que o desencarne aconteça.
A não ser que a vontade de Deus seja essa.
É possível que um período inicialmente marcado para o desencarne de uma
pessoa seja alterado.
Deus pode alterar. Tanto pode nos dar uma moratória, como pode antecipar
aquele desencarne.
A função da vida de cada um, conforme estejamos conduzindo a nossa vida,
isso pode acontecer.
Se estivermos conduzindo muito bem a nossa vida, em conformidade com as
leis de Deus e trazendo muito benefício para a sociedade, Deus pode permitir
que permaneçamos por mais tempo na Terra.
O inverso também pode ocorrer.
Caso estejamos conduzindo de forma inadequada ou pouco construtiva
podemos retornar antes do tempo.
Não podemos afirmar com toda segurança que há uma fatalidade no que se
refere à morte.
Fatal mesmo no sentido verdadeiro da palavra só o instante da morte, pois o
período inicialmente previsto no planejamento reencarnatório pode sofrer
alguma alteração.
Qualquer que seja o perigo que nos ameaça se a hora da morte ainda não
chegou, não morreremos.
32
Não há mortes por acidentes.
Há os desregramentos, os excessos.
A única morte que acontece fora do tempo previsto é o suicídio direto ou
indireto. Todas as demais só acontecem na hora que tinham que acontecer.
Por mais que sejam mortes repentinas havia chegado o momento daquela
pessoa retornar à pátria espiritual, pois se não fosse o momento aquela
pessoa iria se salvar. Fosse um acidente ou uma situação que nenhum outro
se salvaria, aquela pessoa se salvaria, se essa fosse a vontade de Deus.
A vontade de Deus sempre se faz presente, pois Ele é soberano.
Se chegar o momento o desencarne vai acontecer, de uma forma ou de outra,
mediante um perigo ou outro. Se não tiver chegado o momento a pessoa não
desencarna.
Ex: Acidente, bala perdida, raio, queda, infarto, etc.
Nós já temos condições de participar do nosso planejamento reencarnatório,
então temos consciência ou um certo pressentimento do tipo de morte ou pelo
menos do momento que nós vamos desencarnar. É por isso que muitas
pessoas quando chega próximo do período do seu desencarne, elas sentem
que não têm mais muito tempo aqui na Terra. Esse pressentimento vem do
fato de ter esse conhecimento prévio antes de reencarnar que está arquivado
na sua memória perispíritual.
854 – Da infalibilidade da hora da morte, segue-se que as precauções que
se tomam para evitá-la são inúteis?
Não, porque as precauções que tomais vos são sugeridas para evitar a morte
que vos ameaça; elas são um dos meios para que a morte não ocorra.
Comentários:
O instinto de conservação contido na lei de conservação faz parte da lei divina.
Cabe a nós adotarmos todas as medidas cautelares nas nossas vidas. Temos
que nos proteger, nos precaver dos perigos ou das situações que possam
destruir a nossa vida.
Nosso primeiro direito é o direito de viver, portanto, precisamos cuidar da
nossa vida.
Ao não adotarmos as medidas necessárias para cuidarmos da nossa vida
estaremos expondo a nossa vida em risco. Essas medidas são em todos os
sentidos, como cuidar da nossa saúde, cuidar do nosso corpo, não utilizarmos
do álcool, de tóxicos, de medicamentos, nada que possa contribuir para a
33
diminuição da saúde, do fluido vital, se proteger de um perigo, etc. São
medidas que evitam a morte e faz parte do nosso dever.
Respeitar as leis de trânsito, cuidar da saúde, ter cautela para evitar acidentes.
A hora que chegar o momento do nosso desencarne, nós vamos nos
desencarnar, mas porque chegou a hora e não por falta de cuidado com a
nossa saúde. Às vezes a pessoa cuida de um problema e perece de outro que
nem esperava.
Caso contrário, seremos responsáveis, inclusive, pela nossa morte,
adentrando no chamado suicídio indireto que é aquele em que nós adotamos
medidas que comprometeram a saúde do nosso organismo e fizeram com que
retornássemos à Espiritualidade antes da hora inicialmente prevista.
Essas precauções são necessárias.
855 – Qual o objetivo da Providência ao fazer-nos correr perigos que não
devem ter consequência?
Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo
desejaste, a fim de te desviar do mal e te tornares melhor. Quando escapas
desse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, sonhas, mais ou
menos fortemente, segundo a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos,
em te tornares melhor. O mau Espírito sobrevindo (digo mau subentendendo
o mal que ainda há nele), pensas que escaparás igualmente de outros perigos
e deixas de novo tuas paixões se desencadearem. Pelos perigos que correis,
Deus vos lembra vossas fraquezas e a fragilidade de vossa existência. Se
examinarmos a causa e a natureza do perigo, ver-se-á que, o mais
frequentemente, as consequências foram a punição de uma falta cometida ou
de um dever negligenciado. Deus vos adverte, assim, para vos recolher em
vós mesmos e vos corrigir. (526-532).
Comentários:
O perigo nos faz repensar, nos faz refletir sobre a nossa vida, sobre a maneira
como estamos nos conduzindo para que possamos avaliar para ver se
realmente estamos fazendo nosso melhor, se estamos aproveitando de todas
as oportunidades que a vida nos proporciona para crescermos e evoluirmos.
A possibilidade de uma hora para outra retornar para o plano espiritual (seja
por um acidente, por uma doença ou qualquer outra situação) faz com que
muitas pessoas repensem as suas atitudes procurando melhorar.
Nada é sem utilidade na existência humana. Deus não permitiria que
corrêssemos perigo em, mesmo sem nenhuma consequência direta em nossa
vida.
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Nós podemos até não desencarnar, mas aquele fato nos traz a mudança que
nós precisamos naquele momento com uma finalidade construtiva para o
nosso progresso.
Prece ante a todas as ações. Pedir livramento, sabedoria, força e resignação.
856 – O Espírito sabe antecipadamente o gênero de morte pelo qual deve
sucumbir?
Sabe que o gênero de vida que escolheu o expõe a morrer de tal maneira
antes que de outra, mas sabe igualmente as lutas que terá de sustentar para
o evitar, e que, se Deus o permitir, não sucumbirá.
Comentários:
Há o planejamento reencarnatório para que ao estarmos aqui na Terra
tenhamos determinadas situações, determinadas condições físicas e materiais
necessárias para o processo de aprendizado que teremos e a morte é algo
que está previsto em nosso planejamento reencarnatório.
Nem tudo o que acontece em nossa vida, como alguns detalhes, não é
previsto, mas situações importantes, como o tipo de vida que teremos, o
ambiente que vamos nascer, os nossos familiares, nossas doenças cármicas
estão previstas em nosso planejamento reencarnatório. O gênero de morte
também, em decorrência da vida, das situações, das nossas necessidades.
Podemos escolher o gênero de morte, como uma morte mais violenta ou uma
mais tranquila.
Mas o nosso planejamento reencarnatório sofre mudanças constantemente
em função do nosso modo de ser e de agir, isso quer dizer que o nosso gênero
de morte pode ser aliviado em função de um bem que nós fazemos. O tempo
também pode ser alterado em função do bem, do trabalho que está sendo
desenvolvido.
Em regra, não lembramos, mas temos como um pressentimento, pois se
participamos do nosso planejamento nós sabemos mais ou menos como será
o nosso desencarne e mesmo havendo o esquecimento do passado quando
aqui estamos, algo fica em nossa memória perispiritual. Nós não esquecemos
tudo. Há certas pessoas que acessam informações de vidas passadas de
forma natural e espontânea, pois aquilo vem à sua mente.
As informações se encontram dentro de nós, parcialmente esquecidas.
Assim, não temos uma certeza, mas um pressentimento, um sentimento
daquilo que vai acontecer, da forma que vamos nos desencarnar.
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857 – Há homens que enfrentam os perigos dos combates com certa
persuasão de que sua hora não chegou; há algum fundamento nessa
confiança?
Muito frequentemente o homem tem o pressentimento do seu fim, como pode
ter o de que não morrerá ainda. Esse pressentimento lhe vem dos seus
Espíritos protetores que querem adverti-lo a estar pronto para partir, ou que
levantam sua coragem nos momentos em que ela lhe mais necessária. Pode-
lhe vir ainda da intuição que tem da existência que escolheu, ou da missão
que aceitou e que sabe dever cumprir. (411-522).
Comentários:
Esse sentimento de que já está chegada a hora da partida ou de que não é o
momento pode vir através da intuição, das lembranças arquivadas na mente
perispiritual.
Esse sentimento de que a hora chegou ou que ainda não chegou, que ainda
há tarefas a serem realizadas na Terra pode vir como um pressentimento,
como um aviso, como uma inspiração da espiritualidade. Nós temos os nossos
Espíritos amigos, protetores que nos auxiliam.
Há os encontros durante o sono que são transferidos como intuição ou
pressentimento durante a vigília.
858 – Por que aqueles que pressentem sua morte a temem, geralmente,
menos que os outros?
É o homem que teme a morte, não o Espírito. Aquele que a pressente, pensa
mais como Espírito que como homem; compreende sua libertação e a espera.
Comentários:
Sabemos que a vida na matéria é uma prisão.
Nosso planeta é um mundo de provas e expiações, onde Espíritos doentes,
endividados com a lei de Deus são para cá enviados com o objetivo de
trabalhar, aprender, crescer e regatar os erros.
O retorno ao plano espiritual, principalmente, para aquela pessoa que procura
fazer o seu melhor, aproveitando as oportunidades da vida para evoluir sabe
que o retorno à espiritualidade é uma libertação da alma.
Quanto mais se compreende acerca da imortalidade da alma, quanto mais se
compreende que a vida é eterna, que nós continuamos tendo a nossa
individualidade, podendo crescer e evoluir na espiritualidade, quando
pressentimos o nosso desencarne já temos um entendimento, uma aceitação
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e mesmo que não tenha essa compreensão, o Espírito sente que é um
processo de libertação e espera.
Às vezes é um processo de doença em que o Espírito já está cansado com
aquela luta e aguarda esse momento de desprendimento do corpo físico.
Quanto mais a pessoa se espiritualiza e cresce, menos receio tem em relação
à morte e mais se prepara espiritualmente para esse momento.
É o que temos a fazer também. Procurar viver mais no mundo espiritual que
na matéria. Quando chegar esse momento e, eventualmente, pressentirmos
não terá necessidade de ter temor.
Precisamos, além do entendimento, buscar a prática do Evangelho para que
possamos caminhar com serenidade e tranquilidade.
Os que pressentem a morte, reconhecem internamente que escolheram aquele tipo de
desencarnação e, por vezes, sentem-se aliviados quando ela dá demonstração de que está
chegando. Morrer, para o Espírito que cumpriu sua missão na Terra, é um prêmio.
Muitos dos que temem a morte, é porque não cumpriram a obrigação que assumiram no
plano do Espírito e procuram por todos os meios viver para terminar sua tarefa.
859 – Se a morte não pode ser evitada quando chegou a sua hora, ocorre
o mesmo em todos os acidentes que nos atingem no curso da vida?
Frequentemente, essas são coisas muito pequenas, das quais podemos vos
prevenir e, algumas vezes, as fazer evitar, dirigindo vosso pensamento,
porque não amamos o sofrimento material; mas isso é pouco importante para
a vida que escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, não consiste senão na
hora em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.
859.a) Há fatos que, forçosamente, devam acontecer e que a vontade dos
Espíritos não possa evitar?
Sim, mas tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste, ao fazer a tua
escolha. Entretanto, não creias que tudo o que ocorre esteja escrito, como se
diz. Um acontecimento é, frequentemente, a consequência de uma coisa que
fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal sorte que se não tivesses feito
essa coisa, o acontecimento não ocorreria. Se queimas o dedo, isso não é
nada; é o resultado de tua imprudência e a consequência da matéria. Não há
senão as grandes dores, os acontecimentos importantes que podem influir
sobre o moral, que são previstos por Deus, porque são úteis à tua depuração
e à tua instrução.
Comentários:
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A questão aborda os temas livre-arbítrio, fatalidade e planejamento
reencarnatório.
A Espiritualidade deixa claro que esses acontecimentos menores que
acontecem na nossa vida, que não tem influência direta na nossa moralidade,
na nossa evolução não está previsto no nosso planejamento reencarnatório.
Isso faz parte das nossas escolhas, das nossas vivências, das nossas
imprudências aqui no mundo material.
Só estarão previstos no planejamento reencarnatório aqueles fatos mais
essenciais da nossa existência física: a família em que vamos nascer, o local,
o meio, profissão, filhos, doenças cármicas, tipo e estilo de morte. São
situações importantes que definem diretamente a nossa forma de ser e de agir
no mundo material.
Muitas situações ocorrem em função das nossas faltas diárias, das nossas
imprudências.
Exemplo:
Quando uma pessoa dirige um veículo e sempre desrespeita os sinais, mesmo que não
tenha provação cármica de passar por um acidente de veículos, ele está criando essa
condição pelo desrespeito aos sinais que significam ordem nas raias humanas. Quando
acontece um acidente, apesar de toda a atenção do motorista, é a força da cobrança do
passado, usando o ambiente do presente.
O que devemos fazer no momento é, pois, respeitar todas as leis, porque elas criam em
nosso coração a harmonia que nos defende dos males que provêm da invigilância.
860 – O homem, por sua vontade e por seus atos, pode fazer com que os
acontecimentos que deveriam ocorrer não ocorram, e vice-versa?
Ele o pode, desde que esse desvio aparente possa se harmonizar com a vida
que escolheu. Ademais, para fazer o bem, como o deve ser, e como isso é o
único objetivo da vida, pode impedir o mal, sobretudo aquele que poderia
contribuir para um mal maior.
Comentários:
Nós podemos alterar aquilo que estava previsto?
Sim, mas se essa mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência
da vida que a pessoa escolheu para fazer o bem.
Quando se busca a execução do bem a Espiritualidade vem em nosso auxílio
para que as coisas possam acontecer, para que o bem predomine.
Nosso objetivo maior sempre será a prática do bem, impedir que o mal
prepondere.
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Para que um determinado mal não aconteça em nosso prejuízo ou em prejuízo
de outras pessoas e Espiritualidade e Deus permitem a alteração no nosso
planejamento reencarnatório.
Dessa forma o planejamento reencarnatório em determinadas situações da
nossa vida que nem estavam previstas no planejamento reencarnatório podem
ser naturalmente alteradas.
861 – O homem que comete um homicídio sabe, ao escolher sua
existência, que se tornará um assassino?
Não. Ele sabe que, escolhendo uma vida de luta, há a chance, para ele, de
matar um dos seus semelhantes, mas ignora se o fará porque há, quase
sempre, nele, uma deliberação antes de cometer o crime. Ora, aquele que
delibera sobre uma coisa, está sempre livre para fazê-la, ou não. Se o Espírito
sabia, de antemão, que, como homem, devia cometer um homicídio, é que
isso estava predestinado. Sabei, pois, que não há ninguém predestinado ao
crime e que todo crime, ou todo ato qualquer, é sempre o resultado da vontade
e do livre-arbítrio.
De resto, confundis sempre duas coisas bem distintas: os acontecimentos
materiais da vida e os atos da vida moral. Se, algumas vezes, há fatalidade, é
nos acontecimentos materiais cuja causa está fora de vós, e que são
independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, eles
emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a
liberdade de escolha; para esses atos, pois, jamais há fatalidade.
Comentários:
Duas coisas fundamentais:
- O Espírito nunca terá um planejamento reencarnatório para o mal. Não há
planejamento negativo. Todos os planejamentos são elaborados para que nós
possamos vencer.
- As coisas, as vivências que precisamos enfrentar e que possam ser
escolhidas em nosso planejamento reencarnatório se relacionam aos
acontecimentos materiais da nossa vida. Como vou nascer, em que meio,
quem serão meus pais, meus filhos, meu parceiro, doenças cármicas,
profissão, como vou desencarnar. São fatos direcionados aos aspectos
materiais da nossa vida. Não tem como interferir.
Está previsto nascer em ambiente favorável ao crime, agora o aspecto
relacionado à vida moral, a liberdade de escolher entre praticar ou não o mal
não é algo material, mas sim, moral. Depende das minhas escolhas, da minha
vontade.
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A vida nos proporciona inúmeras condições e situações, como agiremos
diante dela é o livre-arbítrio.
“Fatalidade” (se é que podemos chamar fatalidade) diz aos aspectos materiais.
862 – Há pessoas para as quais nada sai bem, e que um mau gênio parece
perseguir em todas suas empreitadas; não há nisso o que se pode
chamar fatalidade?
Há fatalidade, se a queres chamar assim; ela, porém, se prende à escolha do
gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por
uma vida de decepção, a fim de exercitar sua paciência e sua resignação.
Entretanto, não creiais que essa fatalidade seja absoluta; frequentemente, ela
é o resultado de um caminho falso que tomaram, e que não está em relação
com sua inteligência e suas aptidões. Aquele que quer atravessar um rio a
nado, sem saber nadar, tem grande chance de se afogar; assim é na maior
parte dos acontecimentos da vida. Se o homem não empreendesse senão
coisas compatíveis com suas faculdades, ele teria êxito quase sempre; o que
o perde é seu amor-próprio e sua ambição que o fazem sair de seu caminho
e tomar, por uma vocação, o desejo de satisfazer certas paixões. Ele fracassa
e a culpa é sua; mas, em lugar de tomá-la sobre si, prefere acusar sua estrela.
Tal seria um bom operário e ganharia honradamente sua vida, que seria um
mau poeta e morreria de fome. Haveria lugar para todos, se cada um soubesse
se colocar no seu lugar.
Comentários:
A fatalidade, de fato, não existe, conforme o entendimento que nós temos.
Algo que acontece porque já estava determinado, sem a minha vontade, sem
que desejemos.
As situações no aspecto material que nos chegam escolhemos antes de
reencarnar. Então não há fatalidade, pois os fatos ocorrem conforme a nossa
vontade.
As situações, as coisas morais escolhemos aqui no dia a dia, as coisas
materiais escolhemos na erraticidade antes de reencarnarmos. Sempre há a
nossa participação. Nos parece fatalidade porque quando chegamos aqui não
lembramos que fizemos essa escolha. Parece dada por Deus, mas fomos nós
que escolhemos.
Primeiro, se escolhemos uma vida de provas, de decepções, de miséria, de
lutas foi para exercitar a paciência e a resignação. Não dá para chamar de
fatalidade aquilo que nós mesmos escolhemos.
Segundo, muitas vezes as decepções, as lutas decorrem das nossas escolhas
equivocadas na vida atual. Em algumas situações, temos aptidões para
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determinadas coisas, mas o nosso orgulho, o nosso egoísmo, a nossa vontade
de satisfazer certas paixões faz com que sigamos um caminho que não era o
ideal, não era o apropriado para nós.
Essas decepções decorrem da nossa própria responsabilidade em não agir
conforme aquilo que deveríamos seguindo as nossas aptidões, indo buscar
algo além da nossa necessidade nesta existência.
Querer seguir os mesmos caminhos que o outro sem atentar para as próprias
aptidões.
- Inveja, cobiça, desejo.
863 – Os costumes sociais não obrigam, frequentemente, um homem a
seguir tal caminho antes que outro, e não está ele submetido ao controle
da opinião pública na escolha de suas ocupações? O que se chama o
respeito humano não é um obstáculo ao exercício do livre-arbítrio?
São os homens que fazem os costumes sociais e não Deus; se se submetem
a eles é porque isso lhes convém, e o fazem por um ato de seu livre-arbítrio
visto que, se o quisessem, poderiam libertar-se deles; nesse caso, por que se
lamentar? Não são os costumes sociais que devem acusar, mas seu tolo
amor-próprio que os faz preferir morrer de fome a derrogá-los. Ninguém lhes
levará em conta esse sacrifício feito à opinião pública, enquanto que Deus terá
em conta o sacrifício de sua vaidade. Isso não quer dizer que seja preciso
enfrentar essa opinião sem necessidade, como certas pessoas que têm mais
de originalidade que de verdadeira filosofia. Há tanto contrassenso em tornar-
se objeto de crítica ou mostrar-se como um animal curioso, quanto há de
sabedoria em descer voluntariamente, e sem murmurar, quando não se pode
manter-se no topo da escada.
Comentários:
Ideias fundamentais para reflexão.
Primeiramente, nos mostra que os costumes sociais não são determinados
por Deus e sim pelos homens.
Quando se trata de fatalidade, pensamos em algo imposto a nós por Deus e
não é isso, como já comentado anteriormente.
No planejamento reencarnatório escolhemos a sociedade da qual faremos
parte.
Se os costumes sociais são impostos pelo homem, o próprio homem em algum
momento irá modificá-los, pois a evolução é contínua e com isso os costumes,
41
as leis, as regras que nós estabelecemos para nós mesmos vão sendo
modificados.
A influência do meio, as regras, os costumes não são fatalidades.
Temos o livre-arbítrio para nos submetermos a esses costumes ou não.
Não é instigar o homem a se rebelar contra as leis, contra as ordens, mas usar
o bom senso. Nem aquela atitude que demonstra uma completa passividade,
sem postura, sem dinamismo no sentido de trazer novas ideias e nem aquela
atitude que quer sair destruindo tudo como se fosse o dono da verdade.
Precisamos ter equilíbrio, avaliar em que situações vale a pena e é necessário
colocar a atitude e muitas vezes mudar uma determinada condição, situação
social e em quais situações é melhor o calar.
A fatalidade no tocante aos costumes sociais não existe.
864 – Se há pessoas às quais a sorte é contrária, outras parecem ser
favorecidas, porque tudo lhes sai bem; a que se prende isso?
Frequentemente, é porque elas sabem escolher melhor; mas isso pode ser
também um gênero de provas, pois o sucesso as embriaga e confiam-se ao
seu destino, pagando, no geral, mais tarde, esses mesmos sucessos por
cruéis revezes que poderiam evitar com a prudência.
Comentários:
De ordinário é que as pessoas sabem conduzir melhor os seus negócios, as
suas empresas, as suas vidas. Decorre das habilidades que o Espírito traz
consigo.
Há pessoas que possuem talentos maiores para determinadas coisas e
situações, uma personalidade mais ativa, mais determinadas. São pessoas
muito trabalhadoras. Portanto, como consequência, o sucesso estará
presente, vai existir.
Há pessoas que gostariam que as coisas ocorressem de forma favorável, mas
não são pessoas dinâmicas, dedicadas, trabalhadoras, muitas vezes
acomodadas que querem que as coisas sejam entregues prontas.
Há outra situação, no sentido de ser um gênero de prova, pois muitas vezes
confiantes nessa situação que as coisas sempre dão certo, acreditam que
esse é o seu destino e de repente passa a não saber lidar com determinadas
situações e poderão mais adiante enfrentar revezes cruéis por falta de
prudência. É o acreditar muito na competência, na autossuficiência e se
arriscam deixando a prudência de lado.
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Alguns dos favorecidos acham que, os que não o são, parecem preguiçosos, ou então não
são dotados de inteligência para ganhar a vida com mais facilidade. Os próprios fatos
desmentem isto, por existirem criaturas de pouca inteligência bem aquinhoadas de bens
materiais e outras que não usaram a inteligência para adquirir os bens materiais, como, por
exemplo, fortunas entregues a eles pelos processos de jogos, que bem conheces. A riqueza
não constitui felicidade; às vezes é o contrário, no entanto, quando sabemos usá-la, ela é
uma porta que poderá levar seu dono para as estâncias de luz.
O homem que sabe se conduzir melhor nas suas empresas, é aquele que já tem experiência
de outras vidas. O que não as tem, deverá adquiri-las, por vezes com sofrimentos e
dificuldades sem conta. Ninguém evolui por simples passe de mágica, nem com uma
simples bênção.
865 – Como explicar a chance que favorece certas pessoas nas
circunstâncias em que nem a vontade nem a inteligência interferem? O
jogo, por exemplo?
Certos Espíritos escolheram anteriormente certas espécies de alegria; a
chance que os favorece é uma tentação. Aquele que ganha como homem,
perde como Espírito: é uma prova para seu orgulho e sua cupidez.
Comentários:
Através do planejamento reencarnatório podemos solicitar várias condições
aqui no mundo material e nem sempre escolhemos só a dor e o sofrimento.
Em determinadas situações podemos escolher a sorte material, algumas
facilidades, condições que nos favoreça ou inspire tentação, vaidade, orgulho,
egoísmo. Talvez seja nesse aspecto que precisamos trabalhar.
Isso é necessário em algum momento em nossa vida, pois precisamos passar
por inúmeras situações no mundo material, uma vez que cada condição nos
oportuniza um tipo de aprendizado, um tipo de virtude a ser conquistada.
A lei da reencarnação pode mudar as pessoas de posições, quantas vezes for permitido
por Deus. O rico de hoje pode. vir a ser pobre amanhã, e vice-versa. O melhor é tirar o
proveito educativo nas mudanças que Deus faz com os Seus filhos.
A prova da riqueza é muito difícil, pois é mais propício haver quedas.
A fortuna é uma tentação. É uma prova para o orgulho.
Quanto mais ganha como homem, mais perde como Espírito. Quanto mais
prioriza a conquista dos bens materiais, mais o Espírito se compromete.
Ex: Ganhar na Mega Sena – Auxiliar na caridade / administrar tudo no seu
entorno.
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866 – A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa
vida seriam, pois, o efeito de nosso livre-arbítrio?
Tu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude ela for, e melhor a
suportares, mais te elevarás. Aqueles que passam sua vida na abundância e
na felicidade humana são Espíritos frouxos que permanecem estacionários.
Assim, o número dos infortunados sobrepuja em muito o dos felizes desse
mundo, já que os Espíritos procuram, na maioria, a prova que resulte a mais
frutífera. Eles veem muito bem a futilidade das vossas grandezas e das vossas
alegrias. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada: não o
seria senão pela ausência da dor. (525 e seguintes.)
Comentários:
O nosso livre-arbítrio fez parte da escolha das nossas provas, dos grandes
fatos, das grandes responsabilidades, das grandes situações que envolvem a
nossa existência.
A nossa vida é resultante das nossas escolhas.
A grande maioria cientes da necessidade de crescer, de evoluir pede situações
mais difíceis, situações que exijam de nós mais empenho, mais esforço, mais
perseverança e fé.
Se pedirmos para vivenciarmos aqui uma vida de pouco sacrifício, uma vida
muito tranquila, quase não evoluiremos. Por isso o número de desafortunados
é superior ao dos felizes nesse mundo, porque os Espíritos procuram as
provas que eles possam ser bem proveitosas.
Não tem lógica solicitar uma reencarnação para viver na ociosidade usufruindo
das futilidades da vida material se isso não vai agregar valores na experiência
reencarnatória.
Ninguém está aqui de férias ou a passeio.
As provas escolhidas têm que ser com inteligência.
Temos que escolher aquilo que vai nos ajudar no nosso progresso.
Não perder a oportunidade.
A Espiritualidade nos auxilia no planejamento reencarnatório, mas muitas
vezes nós pedimos provas que não seriam as ideais, mas Deus permite para
que possamos vir e percebermos pelas nossas próprias escolhas que não
fizemos uma escolha muito correta.
A Espiritualidade sempre nos auxilia.
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A história de Sibelius Donato
Sibélius Donato Tenório, nasceu m Campina Grande, em 1973, de parto prematuro, com
seis meses e meio. Aos três anos de idade não falava, nem andava, locomovia-se,
arrastando-se de costas. E foi aos 4 anos de idade, que Sibélius escolheu o silêncio da
madrugada para sentar no piano do seu pai e tocar Assum Preto de Luiz Gonzaga e a
sinfonia nº40 de Mozart.
Compôs sua primeira música aos 5 anos de idade, intitulada Crianças Encantadas. Aos
sete anos de idade sua mãe o matriculou no conservatório de música em Belém do Pará,
com um mês de aula os professores pediram-lhe que o levassem para casa, pois não tinha
mais o que aprender, já sabia tudo.
Aos doze anos de idade apresentou seu primeiro recital em Maceió, e com a mesma idade
apresentou-se no programa Fantástico da Rede Globo, no quadro meninos prodígios do
mundo, onde teve seu nome junto a Pelé, Charles Chaplin, entre outros. Foi entrevistado
por Jô Soares, que na ocasião ficou encantado.
Aos quinze anos de idade, teve seu primeiro encontro com Chico Xavier, em Uberaba. Foi
Chico quem afirmou ser Sibélius a reencarnação de um grande gênio musical do século
passado, o compositor filandês Jean Julius Cristian Sibélius.
Simplicidade, humildade e um sorriso largo são suas marcas registradas. Sua idade mental
se situa na adolescência. Toca com perfeição qualquer melodia, seja ela clássica, erudita
ou popular - basta tê-la escutado no máximo três vezes. Não lê partituras, mas as elabora
com o auxílio do computador.
Autor de mais de 1000 ( mil) composições, com cinco CDS lançados, Sibélius é possuidor
de uma rara genialidade musical. Músico autodidata, executa clássicos famosos com
perfeição. Suas composições lembram a beleza, a harmonia, o valor musical e inteireza
das obras dos grandes gênios da música universal. Seu cérebro funciona como um
computador, pois uma música uma vez tocada, já passa a fazer parte do seu reportório.
Suas mãos visilvelmente “frágeis” deixam em todos a impressão de que flutuam nos
teclados, com agilidade e uma precisão impressionante. Sua música, forte e suave,
envolvente, desperta nos ouvintes uma grande emoção.
Temos a impressão que as células de Sibélius têm a forma de notas musicais, que fluem
do seu ser, ele já nasceu sabendo. Tem por marca um largo e generoso sorriso,
caraterísticas dos gênios, na certeza humilde de quem sabe. Seu olhar translúcido, revela
toda beleza e pureza incontestável de uma criança. Entre dedos de veludo desnuda nossa
alma profundamente, levando-nos ao transcendental, ao inexplicável, a simbiose com o
Deus da música, da harmonia, do amor, a arte Divina, em sua mais pura expressão.
Eis aqui um gênio paraibano da música, um ser iluminado, que aqui está para transbordar
o amor na sua “forma” mais plena, através da música.
Vídeo relatando o reencontro de Sibelius com Chico Xavier.
https://www.youtube.com/watch?v=ALP5is6z_Y0
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867 – De onde vem a expressão: Nascer sob uma feliz estrela?
Velha superstição que ligava as estrelas ao destino de cada homem; alegoria
que certas pessoas têm a tolice de tomar ao pé da letra.
Comentários:
É uma crendice, uma alegoria que a humanidade foi adquirindo e acabou
acreditando que de fato as pessoas sofrem alguma influência em decorrência
das estrelas.
Nada chega até nós de forma gratuita.
Não há méritos, conquistas sem esforço.
As pessoas aqui no mundo material que parecem estar favorecidas pela vida,
nada é gratuito. É possível que aí esteja uma situação de provas.
Pode ser uma situação em que a vida não traga dificuldades, mas a pessoa
está na condição, na oportunidade de exercer a prática do bem. Buscar aliviar
as dores, secar as lágrimas do outro, auxiliando nos infortúnios ocultos. É uma
oportunidade para ajudar.
Pode decorrer também do merecimento de cada um. Quando somos pessoas
um pouco mais felizes, isso decorre das nossas conquistas pessoais porque
Deus não oferece privilégios a ninguém. Cada um tem aquilo que merece,
aquilo que plantou, aquilo que conquistou.
Porém, geralmente, quando conquista determinado patamar evolutivo o
Espírito vem em missão no auxílio daqueles que precisam ou mesmo da
humanidade.
Os astrólogos afirmam que a posição dos astros na hora exata do nascimento
das pessoas — além dos movimentos astrais posteriores, influencia no caráter
e destino dos seres humanos. Cientistas negam os princípios da astrologia,
mas milhões de pessoas creem e praticam-na.
140 –Os astros influenciam igualmente na vida do homem?
As antigas assertivas astrológicas têm a sua razão de ser. O campo magnético
e as conjunções dos planetas influenciam no complexo celular do homem
físico, em sua formação orgânica e em seu nascimento na Terra; porém, a
existência planetária é sinônima de luta. Se as influências astrais não
favorecem a determinadas criaturas, urge que estas lutem contra os
elementos perturbadores, porque, acima de todas as verdades astrológicas,
temos o Evangelho, e o Evangelho nos ensina que cada qual receberá por
suas obras, achando-se cada homem sob as influências que merece. (Livro:
O Consolador)
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Certos acontecimentos que ocorrem em nossa vida são consequências de
atos que nós mesmos praticamos. Se existe alguma influência, é por conta de
nossas ações e não dos astros. Além do mais, as ações são totalmente
individuais, ao passo que a que querem dizer que os astros possuem é
coletiva, pois atinge milhares de pessoas ao mesmo tempo. Onde ficaria o
nosso livre-arbítrio se para tudo estivesse predeterminado pelos astros?
47
10.7 – Conhecimento do futuro
868 – O futuro pode ser revelado ao homem?
Em princípio, o futuro lhe é oculto e não é senão em casos raros e
excepcionais que Deus permite a revelação.
Comentários:
A humanidade sempre teve um grande desejo de saber sobre o seu amanhã,
curiosidades em saber o que Deus nos reserva.
Assim como o passado não nos é revelado, exceto em situações raras e
excepcionais, igualmente o futuro.
Em regra, não temos acesso ao futuro por várias razões.
O futuro depende do nosso hoje, portanto, muitas vezes o nosso amanhã
ainda não está definido.
Há um planejamento reencarnatório que pode acontecer em função das
nossas atitudes hoje, se realmente fizermos aquilo que foi previsto fazer, mas
podemos mudar as nossas escolhas. O nosso livre-arbítrio pode nos levar por
outro caminho. Assim, o futuro inicialmente previsto não vai acontecer.
O futuro pode ser alterado em decorrência do nosso hoje. Além disso, Deus
não nos permite que saibamos do nosso amanhã, pois se soubéssemos não
trabalharíamos mais por ele.
“Isso vai acontecer de qualquer maneira, por que irei agir ou deixar de agir.”
O conhecimento do futuro na condição de imperfeição que nos encontramos
nem sempre seria benéfico.
Porém em casos raros, excepcionais, em função do merecimento, da
necessidade de cada um, esse futuro pode ser revelado.
Temos informação de muitas pessoas que tiveram acesso a informações do
futuro, como por exemplo, os médiuns proféticos que trouxeram profecias para
toda a humanidade, os médiuns de pressentimentos que acessam
informações futuras. Nós mesmos durante o desdobramento do sono
acessamos informações futuras.
Esse acesso não é algo que está disponível a todas as criaturas, a todo
momento indistintamente. Embora todos em algum momento pode acessar
esse futuro que não está aberto como um livro aberto que acessamos a hora
que desejarmos.
O passado de todos os Espíritos está mais ou menos escondido no subconsciente, de modo
a permitir à alma andar mais livremente em busca do melhor. Se ele viesse à tona da mente
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo X: Lei de Liberdade
48
presente, é certo que perturbaria a vida atual, em face dos deslizes do Espírito nas leis
espirituais.
Conhecer o futuro, se ele se encontra escondido nas dobras do tempo, igualmente poderá
nos interromper em nossa marcha de ascensão para o amanhã. O homem não está
preparado para conhecer o seu próprio futuro; se por acaso fosse ele revelado antes do
tempo, o Espírito reencarnado iria fazer todos os esforços para modificá-lo, e poderia
atrapalhar sua caminhada, no que diz respeito ao aprendizado.
869 – Com que objetivo o futuro está oculto ao homem?
Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com
a mesma liberdade, porque seria dominado pelo pensamento de que, se uma
coisa deve acontecer, não tem que se ocupar dela, ou então, procuraria
dificultá-la. Deus não quis que fosse assim, a fim de que cada um concorresse
para a realização das coisas, mesmo às quais gostaria de se opor. Assim, tu
mesmo, frequentemente, preparas, sem desconfiar disso, os acontecimentos
que sobrevirão no curso da tua vida.
Comentários:
Se soubéssemos que algo indesejado está previsto a acontecer no amanhã
iríamos nos movimentar de alguma forma para evitar aquele acontecimento,
aquela previsão que não nos agrada.
Por outro lado, se fosse algo que nos agradasse talvez por achar que aquilo
já está previsto e que vai acontecer de qualquer maneira não iríamos atrás
para alcançar aquele objetivo, aquele sonho.
Exemplo: Preparando para um concurso, tem-se a previsão de que vai ser
aprovada, não se prepararia o suficiente, não se dedicaria para aquele mérito.
Por isso a Espiritualidade dosa essas informações, permitindo somente aquilo
que é necessário.
Se todos os homens tivessem conhecimento do futuro, seria uma catástrofe nas suas vidas;
eles iriam lutar para não passarem pelas provas que deveriam enriquecer suas experiências
para a verdadeira felicidade.
870 – Visto que é útil que o futuro seja desconhecido, por que Deus,
algumas vezes, permite a sua revelação?
Ele o permite quando esse conhecimento prévio deve facilitar a realização da
coisa em lugar de dificultá-la, obrigando a agir de modo diverso do que se faria
sem esse conhecimento. Aliás, frequentemente, é uma prova. A perspectiva
de um acontecimento pode despertar pensamentos mais ou menos bons; por
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Lei da Liberdade e os Limites da Liberdade Absoluta

  • 1. 1 Livro Terceiro: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade 10.1 – Liberdade natural 10.2 – Escravidão 10.3 – Liberdade de pensar 10.4 – Liberdade de consciência 10.5 – Livre-arbítrio 10.6 – Fatalidade 10.7 – Conhecimento do futuro 10.8 – Resumo teórico da motivação das ações do homem Referências Slide: https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/310-lei-de-liberdadepptx
  • 2. 2 Lei de liberdade É da natureza do Espírito a necessidade de se libertar. Quanto maior a obediência às leis de Deus, mais independente, mais autônomo, mais livre é a criatura. Quanto menos obedecemos a lei de Deus, estamos mais ligados, mais aprisionados, mais escravizados à matéria, aos vícios e às paixões inferiores. Podemos não ser escravos fisicamente, mas aos vícios e assim não somos livres. Quando seguimos a lei de Deus tudo isso que nos prende ao mundo material não terá mais força sobre nós e assim seremos realmente livres. A doutrina espírita nos orienta que enquanto estamos na condição de Espíritos imperfeitos não temos ainda condições de gozar da liberdade plena, pois temos direito a respeitar. Toda vez que há direito a respeitar, não podemos fazer tudo o que queremos. Qualquer prejuízo causado ao semelhante não ficará impune perante a lei de Deus. Há sempre o direito do próximo a limitar a minha ação, os meus direitos. Há também os arrastamentos dos Espíritos inferiores. Há todo momento somos influenciados pelos Espíritos positivos e negativos. Há os que nos influenciam, que nos inspiram para o bem e há aqueles que nos inspiram para o mal. Por mais que a Espiritualidade inferior queira nos influenciar para o mal não há arrastamento irresistível no sentido de nos perdermos completamente nosso livre arbítrio. Mesmo no caso das obsessões graves, nas chamadas subjugações, ainda existe no homem um resquício de livre arbítrio. Querendo o homem resistir, ele é capaz de fazer. Se há vontade de resistir é plenamente possível não ceder. O que ocorre é que às vezes não temos essa vontade nos deixando facilmente influenciar pelos outros. Por isso, não nos cabe eximir da responsabilidade. Quando somos influenciados, aquele que influencia tem sua cota de responsabilidade perante Deus. Dessa forma, às vezes quem pratica um ato não vai responder única e exclusivamente por aquele ato. Todos aqueles que de alguma forma incentivaram, influenciaram naquele ato também serão responsabilizados. Por exemplo, ao estar sob o efeito de tóxicos, drogas ou álcool e querer tirar a culpa dos atos. Tem a responsabilidade sim. Nessas situações se comete dupla falta porque se envenena voluntariamente e ainda age de forma incorreta. Não nos cabe nos eximir das nossas responsabilidades. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 3. 3 10.1 – Liberdade natural 825 – Há posições no mundo em que o homem possa se vangloriar de gozar de uma liberdade absoluta? Não, porque todos necessitais uns dos outros, os grandes como os pequenos. Comentários: A partir do momento que precisamos dos outros a nossa liberdade já se encontra limitada. Quando lidamos com o outro não podemos fazer tudo aquilo que desejamos, pois, conforme a lei de sociedade há direitos e deveres. Nos cumprimentos dos nossos deveres ou simplesmente no dever da boa convivência para com o outro, em muitas ocasiões precisamos agir ou fazer algo que não nos agrada, tendo a nossa liberdade relativamente tolhida. Se pudéssemos ter a plena liberdade no trato com o próximo seria muito mais difícil evoluirmos porque não precisaríamos controlar/reduzir o orgulho, a vaidade, os interesses pessoais. A liberdade plena seria podermos fazer tudo o que quiséssemos sem a menor responsabilidade. Mas ao lidar com o outro nós estabelecemos um cuidado, pois a nossa consciência avalia a nossa conduta. Nós filtramos as nossas ações. O que é certo e o que é errado. Aquilo que posso ou não posso. E nesse processo vamos crescendo, vamos evoluindo porque a consciência nos dá o indicativo daquilo que devemos ou não fazer. Uma das formas mais simples de exercer a nossa liberdade sem causar prejuízos a outras pessoas é nos colocando no lugar delas. Exemplo: som alto. Antes de elevar o volume, pergunte-se se você gostaria que o seu vizinho fizesse o mesmo e atrapalhasse o seu descanso. O conceito de liberdade define que cada indivíduo tem autonomia para escolher o caminho que irá seguir, desde que, claro, não ultrapasse os limites do outro. Assim, cada um pode tomar decisões em relação à sua vida pessoal ou profissional de acordo com suas crenças, valores e desejos de uma forma geral. Por isso, é natural que, em uma sociedade com um grande número de pessoas, exista diferenças entre os caminhos e escolhas de cada um. Respeitar a pluralidade é essencial para que a liberdade seja celebrada de forma positiva e para que tanto os seus direitos como os das outras pessoas sejam respeitados. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 4. 4 Não espere que os outros mudem para que tome alguma atitude, seja você a mudança que deseja ver ao seu redor. A minha liberdade acolhe, respeita a liberdade dos outros. O limite da liberdade é decência, bom senso, respeito, responsabilidade, maturidade e sabedoria. Tudo me é lícito, mas nem tudo convém. (1 Coríntios 6:12) Todos temos uma liberdade natural, entretanto, juntamente com ela deve haver o respeito às criaturas, nossas irmãs, e os nossos deveres para com elas. Ultrapassar os limites até onde podemos ir, é violência aos que nos cercam e que nos ajudam a viver. (Miramez) 826 – Qual seria a condição na qual o homem poderia gozar de uma liberdade absoluta? O eremita no deserto. Desde que haja dois homens juntos, eles têm direitos a respeitar e não têm mais, por conseguinte, liberdade absoluta. Comentários: A partir do momento que duas ou mais pessoas convivem há direitos e deveres recíprocos. A liberdade é aquela em que posso fazer tudo aquilo que eu desejar. Liberdade absoluta só existe para Deus, criador de todas as coisas. A criatura é dependente do Criador. Deus pode fazer o que bem entender dentro da criação, mas somente Ele. No que se refere aos homens, se todos têm os mesmos direitos, deixa de existir tal liberdade, pela barreira do respeito de uns para com os outros. Além disso, nos submetemos à obediência das leis naturais criadas. Pela lei de sociedade sabemos que o direito que cabe a mim, cabe ao outro também e eu preciso respeitar. Preciso cumprir essa lei, pois serei responsabilizada não apenas perante a lei dos homens, mas também perante a lei divina. Portanto, essa liberdade absoluta no mundo material somente para aquela pessoa que vive isolada do mundo completamente distante de toda e qualquer pessoa. Essas pessoas que vivem nessa condição perdem a oportunidade do crescimento, pois é através do outro que nós crescemos, que vamos burilando aquilo que precisa ir melhorando. Ou temos a liberdade absoluta (sem crescimento) ou temos o mecanismo do progresso.
  • 5. 5 827 – A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o direito de ser independente consigo mesmo? De modo algum, porque é um direito que lhe vem da Natureza. Comentários: O maior direito de todos nós é o direito à vida. A vida em si, juntamente com tudo aquilo que vem oportunizar uma vida correta, decente, com respeito e gratidão a Deus. Que adiantaria estarmos vivos se não tivéssemos condições de exercermos os nossos direitos? Sermos desrespeitados, humilhados. Teríamos a vida física, mas não a vida moral porque estaríamos sendo subjugados pelo outro, tornando-nos insignificantes no nosso direito de viver. O direito de viver é amplo. Precisamos nos preocupar conosco mesmos e ao mesmo tempo oportunizar ao outro o direito de viver. Não apenas de estar vivo, mas viver uma vida com todos os direitos que lhe convém. Tudo é equilíbrio e moderação. 828 – Como conciliar as opiniões liberais de certos homens, com o despotismo que, frequentemente, eles próprios exercem no seu interior e sobre os seus subordinados? Eles têm a inteligência da lei natural, estando ela contrabalançada pelo orgulho e pelo egoísmo. Eles compreendem o que deve ser, quando seus princípios não são uma comédia representada calculadamente, mas não o fazem. 828.a) Ser-lhes-ão levados em conta, na outra vida, os princípios que professaram neste mundo? Quanto mais inteligência tenha o homem para compreender um princípio, menos é escusável de não aplicá-lo a si mesmo. Digo-vos, em verdade, que o homem simples, mas sincero, está mais avançado no caminho de Deus do que aquele que quer parecer o que não é. Comentários: A palavra é força poderosa em todas as suas ressonâncias, no entanto, nem sempre o que se fala corresponde à vivência.
  • 6. 6 É muito comum a criatura anunciar certas verdades, porém, se encontrar longe delas. É comum vermos pessoas e nós mesmos sermos bondosos, amáveis com os estranhos e carrascos com a própria família. Esforçando-se com certo sofrimento para parecerem o que não são para os outros, por simples necessidade de manter a posição, mas os pensamentos que partem da sua realidade interna agitam em direção àqueles da convivência diária. Para Deus nada adianta aquilo que falamos, mas essencialmente, aquilo que fazemos. Não é que os pensamentos e as palavras não tenham importância, mas a coerência com as ações, pois elas são aquilo que reflete no mundo. Através delas podemos construir ou destruir sonhos e pessoas. A atitude pesa mais para Deus. Por isso a Espiritualidade nos diz que o homem simples, mas sincero, está mais avançado no caminho de Deus do que aquele que quer parecer o que não é. Aquele que ainda não cumpre aquilo que fala, na realidade, ele não é aquilo que fala. Gostaria de ser, mas ainda não é. Precisa haver sintonia entre aquilo que pensamos, que falamos e aquilo que fazemos. Quem já tem ideias abertas (liberais), mas ainda não exerce em seu lar, por exemplo, em relação aos seus subordinados está ainda nesse processo de desenvolvimento e de luta contra o orgulho e o egoísmo. Já há certa compreensão da lei natural, mas ainda lhe falta força, entendimento, compreensão das verdades da vida para que possa aplicar aqueles conceitos a si e na sua relação com as pessoas. A quem muito é dado, muito será cobrado.
  • 7. 7 10.2 – Escravidão 829 – Há homens que sejam, por natureza, destinados a ser de propriedade de outros homens? Toda sujeição absoluta de um homem a outro homem é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como desaparecerão, pouco a pouco, todos os abusos. Allan Kardec: A lei humana que consagra a escravidão é uma lei antinatural, visto que assemelha o homem ao animal e o degrada moral e fisicamente. Comentários: A lei de liberdade é uma lei divina e se aplica a todo o Universo. Portanto, a escravidão é contrária a essa lei, pois ninguém foi criado para ser subjugado a outro homem, como os animais. Somos seres divinos, criados para a liberdade, para o respeito mútuo e para a fraternidade, portanto, a escravidão é sempre prejudicial à criatura e ao desenvolvimento do ser humano. No passado existiu legalmente a escravidão no Brasil, onde africanos e índios foram escravizados como conhecemos através da história. Escravidão moderna ou contemporânea Artigo IV da Declaração Universal dos Direitos Humanos Proclamada pela da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. “Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.” O trabalho escravo foi banido em quase todos os países, mas ainda existem muitas pessoas vivendo sob essa condição ao redor do mundo. O trabalho em condições análogas à escravidão ainda acontece pelo mundo, alcançando 40 milhões de vítimas. A legislação moderna proíbe a escravidão, mas isso não tem impedido que pessoas inescrupulosas se beneficiem do trabalho de pessoas cativas. Nenhuma região do planeta está livre desse flagelo. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 8. 8 A escravidão moderna ou contemporânea é o termo que designa as relações de trabalho onde as pessoas são forçadas a exercer uma atividade mediante formas de intimidação, ameaça, detenção, violência física ou psicológica. Envolve situação de cerceamento de liberdade ou condições degradantes de trabalho, jornadas exaustivas ou situação de servidão por dívida. https://www.dci.com.br/dci-mais/escravidao-contemporanea/85297/ Exemplos:  Indústria da pesca e de frutos do mar  Escravidão sexual  Obrigados a mendigar  Indústrias têxteis  Em propriedades rurais  No extrativismo mineral Valorizamos tanto a matéria a ponto de subjugar o nosso irmão tirando a sua liberdade para atender os nossos caprichos. Há outra forma de escravidão presente em nosso meio e passa despercebido pela sociedade, sendo tão nefasta quanto à anterior. Há muitas pessoas vivendo escravizadas a outras, como por exemplo: - Esposas escravizadas a seus maridos; - Filhos escravizados a seus pais; - Religiosos que escravizam os seus fiéis; - Políticos que escravizam o povo e a sociedade; São formas que acabam tolhendo a liberdade, o direito das pessoas, a capacidade de gerenciarem suas próprias vidas, uma vez que estão na dependência do outro Todas as situações que a liberdade de um é cerceada por outro, em função dos seus caprichos, há o indício de escravização, subjugação. Precisamos estar atentos às nossas atitudes autoritárias e repressivas porque essas ações precisam ser trabalhadas e retiradas dos nossos corações. Devemos estar unidos uns aos outros pelo respeito, pela fraternidade, pelo amor e nunca pela submissão nefasta. 830 – Quando a escravidão está nos costumes de um povo, os que dela se aproveitam são repreensíveis, visto que não fazem senão se conformar a um uso que lhes parece natural?
  • 9. 9 O mal é sempre o mal, e todos os vossos sofismas não farão com que uma ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios que se tem de compreendê-lo. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado de uma violação da lei natural, mas nisso como em todas as coisas, a culpabilidade é relativa. A escravidão, tendo passado nos costumes de certos povos, o homem pôde aproveitá-la de boa-fé e como de uma coisa que lhe parecia natural, mas, desde que sua razão mais desenvolvida, e sobretudo esclarecida pelas luzes do Cristianismo, mostrou-lhe o escravo como um seu igual diante de Deus, ele não tem mais desculpa. Comentários: Diante da cultura, do nível em que a sociedade se encontrava no período da codificação, muitos povos achavam a escravidão um fator natural, inclusive muitas pessoas de boa-fé. Mas hoje, já não podemos agir da mesma forma, pois temos maior entendimento, maior esclarecimento. Quem mais sabe, mais responsabilidade tem sobre suas ações, principalmente, quando contrárias à Lei de Deus. Compreendemos que todos somos iguais, somos irmãos, filhos do mesmo Pai, Deus. 831 – A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência de raças mais inteligentes? Sim, para as erguer e não para as embrutecer ainda mais pela servidão. Os homens, durante muito tempo, têm olhado certas raças humanas como animais de trabalho, munidos de braços e mãos, que se julgaram no direito de os vender como bestas de carga. Eles se creem de um sangue mais puro. Insensatos que não veem senão a matéria! Não é o sangue que é mais ou menos puro, mas o Espírito. (361-803)1 Comentários: Ficamos muito triste quando percebemos que éramos nós mesmos agindo assim. Hoje na condição que nos encontramos de imperfeição em muitas situações ainda olhamos o nosso irmão com olhar de superioridade, como se nós fôssemos melhores que eles em alguma coisa. 1 - Vide Nota Explicativa da Editora no final do livro.
  • 10. 10 São atitudes que ainda continuamos fazendo como fazíamos no passado, quando de alguma forma escravizamos os nossos irmãos. Acreditávamos ter o direito de comercializá-los (comprar e vender) como se eles fossem animais, como se tivéssemos o sangue mais puro que eles. Éramos insensatos e continuamos a ser. Que possamos lutar com todas as nossas forças para tirarmos do nosso coração esse orgulho que nos cega, que nos faz ver o outro como se ele fosse inferior. Quanta dor, quanto sofrimento carregamos em nossas almas! Que a luz que o Evangelho nos traz possa nos fazer pessoas melhores. Todos nós somos irmãos, filhos do mesmo Pai, Deus. Todos nós estamos momentaneamente utilizando um corpo de uma forma ou de outra para crescer, para evoluir, para aprimorar o que já temos e, jamais subestimar ou subjugar o nosso irmão. Todos somos iguais. NOTA EXPLICATIVA DA EDITORA NO FINAL DO LIVRO. Na época, Allan Kardec sabia apenas o que vários autores contavam a respeito dos selvagens africanos, sempre reduzidos ao embrutecimento quase total, quando não escravizados impiedosamente. É baseado nesses informes “científicos” da época que o Codificador repete, com outras palavras, o que os pesquisadores europeus descreviam quando de volta das viagens que faziam à África negra. Todavia, é peremptório ao abordar a questão do preconceito racial: “Nós trabalhamos para dar a fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais.” (KARDEC, Allan. Revista Espírita de 1863 - 1ª.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - janeiro de 1863.) “O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 3, p. 348) 832 – Há homens que tratam seus escravos com humanidade; que não lhes deixam faltar nada e pensam que a liberdade os exporia a privações maiores; que dizeis deles? Digo que estes compreendem melhor seus interesses. Eles têm também grande cuidado com seus bois e seus cavalos, a fim de tirar deles maior proveito no mercado. Não são tão culpados como aqueles que os maltratam, mas dispõem deles como de uma mercadoria, privando-os do direito de serem independentes.
  • 11. 11 Comentários: Em nenhuma situação a falta de liberdade é justa perante Deus. Ele permite que isso aconteça como uma necessidade para o despertar da criatura, para que possamos valorizar nossos irmãos, a vida e a liberdade de todas as pessoas. O fato de os escravos serem bem tratados não exime a culpa do seu senhor, da sua responsabilidade pelo ato contrário à lei de Deus, pela falta de liberdade. Claro que diante daqueles que maltratavam, que lhes faziam mal o outro está em uma condição melhor. Sempre é um erro manter um irmão privado da sua liberdade. A lei de liberdade precisa ser respeitada. Todas as vezes que ferirmos a lei divina estaremos nos comprometendo com ela, nos responsabilizando por um resgate, um reparo.
  • 12. 12 10.3 – Liberdade de pensar 833 – Há no homem alguma coisa que escapa a todo constrangimento e pela qual ele desfruta de uma liberdade absoluta? É no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o voo, mas não aniquilá-lo. Comentários: Há um tipo de liberdade plena: a liberdade de pensar. No pensamento podemos ter a liberdade absoluta. Podemos pensar o que quisermos. Mas a consciência vai nos dizer se aquele pensamento é adequado ou não. E assim podemos pensar o que quisermos sem nenhuma barreira para limitar o pensamento. Dessa forma a única liberdade plena, absoluta que nós temos é a liberdade de pensar. Agora a liberdade de agir, a de vivência, não temos, pois envolve a relação com o outro que tem direitos a serem cumpridos e respeitados. A mente em atividade já coloca o que se deseja em caminho. Daí a nossa responsabilidade em relação àquilo que pensamos. Exemplo: - “Os nazistas o haviam despojado de tudo que fosse palpável, mas seu impulso para pensar, raciocinar e saber sobreviveu. Meu pai estava preso, mas sua mente estava livre e ele continuava a refletir.” (Livro: De primatas a astronautas – a jornada do homem em busca do conhecimento. Autor: Leonard Mlodinow, cap. 1) - Stephen William Hawking (1942 – 2018) foi um físico teórico, cosmólogo e autor britânico, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à ciência, sendo um dos mais renomados cientistas do século. - Muitos paraplégicos e portadores de deficiência física 834 – O homem é responsável pelo seu pensamento? Ele é responsável diante de Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, o condena ou o absolve segundo a sua justiça. Comentários: LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 13. 13 Ao sabermos que os pensamentos são energia, são força viva e que impactam o mundo tanto material, quanto espiritual compreendemos o porque somos responsáveis pelo nosso pensamento. Quando desconhecíamos a doutrina espírita achávamos que o pensamento não causava nenhum mal. Se aquele pensamento não transformasse em ação, não traria e nem causaria nenhum prejuízo. A doutrina espírita e a própria ciência que já vem estudando a força do pensamento, a lei da sintonia, a lei de atração nos mostra que o pensamento é força criativa. A doutrina espírita nos mostra de forma muito clara que o pensamento se materializa no plano espiritual. Aquilo que pensamos chega a criar formas no plano espiritual de tal modo que influencia sobremaneira o mundo material, como o mundo espiritual. O nosso pensamento tem vibração, tem energia e vai buscar outros pensamentos que estejam vibrando na mesma sintonia. Portanto, somos responsáveis pelo nosso pensamento. Se as outras pessoas não têm esse conhecimento, Deus conhece e Ele tem condições de avaliar se os nossos pensamentos são salutares ou pensamentos perniciosos, desequilibrados. Todo ato, todo pensamento, toda vibração, toda emoção em desconformidade com a lei de Deus precisam de algum reajuste. O pensamento reflete como um espelho. A atmosfera terrestre se apresenta com a cor azul, porém a atmosfera espiritual terrestre é escura em função dos pensamentos tanto de nós encarnados, como dos desencarnados. Há alguns pontos iluminados. Podemos avaliar o teor da nossa responsabilidade com os nossos pensamentos na harmonia geral do planeta. Atingimos os outros. Futuro – telepatia Devemos educar os pensamentos. O poder da prece, dos pensamentos elevados. Orai e vigiai, sempre. - Nosso Lar – Cap. 37.
  • 14. 14 10.4 – Liberdade de consciência 835 – A liberdade de consciência é uma consequência da liberdade de pensamento? A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos. Comentários: Para a liberdade de pensar não há limites. Podemos pensar o que quisermos mesmo que sejam pensamentos negativos, pensamentos pouco produtivos. No pensar somos livres. A liberdade de consciência tem um aspecto diferente. Ela vem nos moldar, nos chamar a atenção para o que é certo e errado. A consciência é a voz de Deus que nos conduz a repensar as nossas atitudes avaliando o certo e o errado. A liberdade de consciência vem junto a liberdade de pensar nos auxiliando a controlar os pensamentos, as atitudes e ações. Com a consciência nós dosamos as nossas atitudes, pois se déssemos vazão a todas as nossas vontades seria um caos. A liberdade de consciência é necessária, pois é ela que vai pouco a pouco nos moldando no caminho para aquilo que é certo, para aquilo que está em conformidade com as leis de Deus. 836 – O homem tem direito de entravar a liberdade de consciência? Não mais que à liberdade de pensar, porque só a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, por suas leis, as relações de homem para homem, Deus, por suas leis da Natureza, regula as relações do homem com Deus. Comentários: A liberdade de consciência, a liberdade de pensar são liberdades dadas à criatura por Deus, que fazem parte da lei divina, portanto cabe somente a Deus colocar qualquer tipo de limitação. Não cabe ao homem colocar qualquer tipo de empecilho naquilo que não foi por ele criado. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 15. 15 Nas leis criadas pelo homem que regula as relações entre a própria humanidade, o homem pode alterar, pode colocar embaraços, pois não foi uma criação de Deus. As leis da natureza vêm de Deus e regulam as relações de Deus para conosco e toda a sua criatura, portanto, não temos direito de colocar qualquer tipo de embaraço ou limitações. 837 – Qual é o resultado dos entraves postos à liberdade de consciência? Constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso. Comentários: A liberdade de consciência é a voz de Deus em nossas vidas, sendo assim, qualquer embaraço que se tente colocar a ela não será bem vista aos olhos de Deus. Se tentamos embaraçar / entravar a liberdade de consciência estaremos constrangendo, contribuindo para que os homens procedam em desacordo com o seu modo de pensar, tornando-os hipócritas, fazendo com que haja em desacordo com a lei de Deus. A liberdade de consciência é que vai conduzir bem a criatura humana, já que a liberdade de pensar não tem limites, então é a consciência que vai colocar esses limites, fazendo um filtro naquilo que pensamos. Ela favorece a civilização, levando o homem ao progresso e a depuração do seu Espírito. Não podemos permitir nenhum constrangimento ou limitação da nossa liberdade de consciência. Quando agimos contra a nossa consciência, há dor, há sofrimento. Quando agimos contra as leis de Deus, há as consequências como os desastres, os flagelos. Somos privilegiados por termos a oportunidade de conhecer a doutrina espírita e de ter a nossa consciência, o nosso conhecimento ampliado. Precisamos reconhecer essas bênçãos e agradecer por tudo o que nós temos e procurar colocar em prática todas as virtudes que nós aprendemos. A liberdade de consciência é força do progresso espiritual de todas as criaturas, não obstante, há países, por contradição materialistas, que desejam opor-se a esta liberdade. Nenhum regime político consegue se manter quando não entende as leis naturais, ou tenta impedir a sua ação. Infelizes dos homens que tentam constranger a liberdade de consciência, região divina no homem, para ouvir o que os Céus desejam falar.
  • 16. 16 A consciência é uma área que deve ser livre por pertencer principalmente a Deus, depois, ser ouvida pela mente e obedecida. A consciência nos inspira para amar; a alma que desconhece essa fonte, odeia. A consciência nos inspira para a paz; a alma ignorante procura a guerra. A consciência nos fala para perdoar; A alma esquece a advertência e revida todas as ofensas. E nesta ação contrária, o Espírito vai criando o seu próprio inferno e passa a sofrer dentro dele, até surgir a maturidade, conscientizando-o de que deve reparar o mal que fez, recolhendo muitas experiências e fazendo acender a luz no coração. Liberdade de Consciência: possui grande amplitude. Protege o indivíduo de interferências de ordem moral, filosófica, religiosa, política ou sociológica. Liberdade de expressão e liberdade de consciência - Instituto Liberal 838 – Toda crença é respeitável, mesmo que seja notoriamente falsa? Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças repreensíveis são as que conduzem ao mal. Comentários: Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. Mesmo que seja uma crença falsa, mas as pessoas que nela acreditam fazem de forma sincera, verdadeira, acreditando que aquela crença é correta e se conduz a prática do bem é uma crença respeitável. Só deve ser condenada as crenças que conduzem o homem para o mal. Muitas vezes brigamos para termos razão. Queremos que a nossa verdade, que a nossa crença seja melhor, seja a mais respeitada, seja aquela que todos sigam. Porém devemos nos preocupar é se a crença leva o homem à prática do bem. Isso explica o porquê da doutrina espírita se relacionar de forma positiva com todas as crenças, com todas as religiões. O importante não é a crença que se professa, mas sim a prática do bem 839 – É repreensível escandalizar na sua crença aquele que não pensa como nós? É faltar com a caridade e golpear a liberdade de pensar. Comentários:
  • 17. 17 Uma atitude como essa é a demonstração do orgulho e do egoísmo, monstros da discórdia e da prepotência. A partir do momento que convivemos com o outro devemos respeitar os direitos do nosso irmão, assim como desejamos que ele respeite o nosso. Todos nós somos individualidade. Não somos iguais a ninguém. Cada um de nós traz consigo as suas experiências reeencarnatórias, desenvolveu sua inteligência e moralidade em condições diferenciadas. Portanto, estamos em momentos diferentes e podemos ter opiniões, verdades e crenças distintas. Todas as crenças que levam o homem a Deus que busca o bem são respeitáveis. Todo aquele que menospreza as opiniões alheias, por não compatibilizarem com as suas, está cheio de vaidade e desconhece os direitos alheios. Nós em alguns momentos, ou constantemente, achamos que só a nossa verdade é a correta e temos muita dificuldade de entender a opinião do outro, de respeitar o outro e de saber conviver com a verdade dele. 840 – É insultar a liberdade de consciência opor entraves às crenças capazes de perturbar a sociedade? Podem-se reprimir os atos, mas a crença íntima é inacessível. Allan Kardec: Reprimir os atos exteriores de uma crença, quando esses atos trazem algum prejuízo a outrem, não é insultar a liberdade de consciência, porque essa repressão deixa à crença sua inteira liberdade. Comentários: Se de alguma forma reprimirmos os atos exteriores não estaremos reprimindo a crença em si, pois é uma liberdade de pensar, é um desejo íntimo, uma vontade íntima que cada pessoa tem. A crença íntima é inacessível. Podemos reprimir os atos, caso acarretem prejuízos a terceiros. Faz parte do dever da sociedade. As leis de Deus que um dia vigorarão em toda a humanidade nunca pregam o benefício de um em detrimento do outro. Tudo aquilo que venha acarretar prejuízo ao outro é dever do Estado, é dever do cidadão, é dever de um líder, de um povo, conter esses excessos, mas isso não significa que a pessoa em seu íntimo mude a sua forma de pensar, a sua crença.
  • 18. 18 Ao impedir ou colocar empecilhos aos atos não estaremos colocando impedindo à crença. A crença em si se mantém plena. Continua pleno o direito de cada um pensar o que quiser. 841 – Deve-se, em respeito à liberdade de consciência, deixar se propagarem doutrinas perniciosas, ou se pode, sem insultar a essa liberdade, procurar trazer de novo ao caminho da verdade aqueles que se perderam por falsos princípios? Certamente se pode e, mesmo, se deve. Mas ensinar, a exemplo de Jesus, pela suavidade e a persuasão e não pela força, o que seria pior que a crença daquele a quem se quer convencer. Se há alguma coisa que seja permitido se impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o meio de os fazer admitir seja o de agir com violência: a convicção não se impõe. Comentários: O que é permitido impor e que devemos impor é o bem e a fraternidade, sem violência e sim pela convicção, pelo exemplo. É através da brandura, da persuasão e nunca da força que vamos fazer com que as boas crenças e a verdade preponderem no mundo. Temos o dever de trabalhar para que as verdadeiras crenças que de fato levam a criatura para Deus, que elas possam chegar até outros corações, mas sempre com brandura, sensatez e não com a força. A partir do momento que a força se faz presente estaremos impondo a nossa crença. A imposição não se convence. Dependendo da situação a pessoa concorda, diz que aceita aquela crença, mas no fundo do seu coração isso não é verdade. Será pelo exemplo, pela vivência dos ensinamentos bons que iremos convencer outras pessoas. Vamos tentar compreender as crenças do outro, respeitar as crenças do outro, exemplificar as nossas crenças com brandura e carinho para que os outros também possam perceberem que as nossas crenças talvez os auxiliem mais do que aquelas que hoje eles professam, mas sem imposição. Só o bem e a fraternidade devem existir em nossas vidas. A convicção tem que ser conquistada, nunca imposta. A pessoa que procura viver de forma honesta, com seriedade, com respeito, com brandura, com bondade nunca encontra dificuldades para ensinar.
  • 19. 19 Nunca aconselhamos a violência, para impedir que se propaguem certas ideias. A brandura é sempre o melhor caminho. Quando falamos em energia, não queremos dizer que se deve oprimir pela força, os pensamentos e mesmo fatos que possam contaminar a massa humana. O homem que ama, a pessoa branda na sua vida, a alma honesta no seu viver com seriedade, o ser humano que procura sempre a verdade, nunca encontram dificuldades para ensinar, e quem os ouve acata seus pensamentos educativos. Podemos respeitar as criaturas e, no entanto, divergir delas no modo pelo qual pensam e fazem, sem que a prepotência e o orgulho possam nos afetar. Quando se trata de liberdade, é certo que não devemos tolher os outros ao propagarem suas crenças, desde que elas não firam a moral da sociedade. Quando isso acontecer, essa mesma sociedade tem seus meios de defesa. Uma religião combater a outra é, pois mostra de que já se encontra fraca e tem medo de desaparecer. Se ela teme, não está com a verdade, porque a verdade não precisa de defesa dos homens. 842 – Todas as doutrinas tendo a pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais se pode reconhecer aquela que tem o direito de se colocar como tal? Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, praticante da lei do amor e da caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque toda doutrina que tiver por consequência semear a desunião e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus, não pode ser senão falsa e perniciosa. Comentários: A Espiritualidade não define uma religião específica como a detentora da verdade, mas diz que o que faz de uma doutrina ou crença boa é a prática da lei de amor e de caridade na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Qualquer religião ou crença que de alguma forma semeia a desunião entre as pessoas, colocando uma linha de separação entre os filhos de Deus, quando nós somos todos irmãos e devemos nos enxergar assim, então ela não é boa. Com certeza é falsa e perniciosa. A questão não é acharmos ou definirmos que a nossa religião é a melhor. Nós estamos dentro da doutrina espírita e foram os Espíritos que responderam essa pergunta. Eles poderiam, se quisessem dizer que a melhor delas seria a doutrina espírita. Mas eles não fizeram isso, pois sabemos que toda religião que leva o homem a Deus ela é boa, merece o respeito de todos nós. A melhor de todas é aquela que mais vivencia a lei de amor, a lei de justiça e de caridade, portanto, se queremos que a nossa crença seja melhor vamos vivenciar esses preceitos e com isso teremos uma crença maravilhosa.
  • 20. 20 Diretor de grupo onde Chico Xavier atuava alerta sobre rumo do espiritismo Nesse domingo (02/04/2023) foi o aniversário de 113 anos do médium mais famoso do Brasil; como homenagem está prevista a revitalização de Memorial que leva o seu nome Um dia após o aniversário de 113 anos de Chico Xavier, ocorrido neste domingo (02/04/2023), o diretor do Grupo Espírita da Prece (local onde o famoso médium psicografou a maior parte de seus livros) alertou sobre a fuga em grande parte dos centros espíritas de todos os ensinamentos da doutrina, filosofia e ciência do Espiritismo. “Hoje em Uberaba (onde o médium viveu grande parte de sua vida na Terra), de cerca de 120 centros espíritas, apenas de 10 a 15 seguem realmente as mensagens que Alan Kardec e Chico Xavier queriam passar, ou seja, trabalhar no bem em prol do próximo”, comentou Wellington Wagner de Souza, diretor do Grupo Espírita da Prece e da Casa Espírita João Urzedo. Souza complementa que atuar dentro da filosofia espírita não é apenas fazer a caridade, dar o alimento, uma cesta básica, mas sim evangelizar e acompanhar espiritualmente cada necessitado. “O Espiritismo, não só em Uberaba, mas em várias partes do Brasil, está perdendo o norte; está perdendo a referência de simplicidade, humildade, desapego e o cunho moral que é ensinar o correto, o justo e ajudar as pessoas a se tornarem pessoas de bem. Estão inserindo em casas espirítas reiki, cromoterapia, apometria, entre outros elementos que não existem no Espiritismo. Além disso, vejo que tem muito espírita que não gosta de pobre e é apegado a bens materiais”, lamentou Wellington de Souza, que também é médium. Diretor de grupo onde Chico Xavier atuava alerta sobre rumo do espiritismo - Gerais - Estado de Minas Países onde as pessoas não têm liberdade Países onde as pessoas não têm liberdade (msn.com)
  • 21. 21 10.5 – Livre-arbítrio 843 – O homem tem o livre-arbítrio dos seus atos? Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem livre-arbítrio o homem seria uma máquina. Comentários: Nós temos o livre-arbítrio. Deus nos permite agir conforme orienta a nossa consciência, o nosso pensamento. A vida nos coloca diante de inúmeras situações e cabe a nós diante do nosso conhecimento, das nossas experiências, da nossa cultura, dos valores absorvidos, decidir como agir diante dessas situações que a vida nos coloca. Nós podemos sempre agir. A lei de causa e efeito é uma lei divina. Temos a liberdade para agir, mas seremos escravos das consequências das nossas escolhas. Portanto, essas escolhas devem ser bem refletidas, pois seremos obrigados a enfrentar as consequências das nossas atitudes, sejam elas boas ou ruins. Algumas pessoas questionam se verdadeiramente temos livre-arbítrio em função do planejamento reencarnatório considerando que ele nos coloca em determinadas condições que não teremos como impedir ou deixar de vivenciar aquela situação, onde em tese não haveria o livre-arbítrio. Mas há livre-arbítrio, sim e desde o plano espiritual. No planejamento reencarnatório somos nós que escolhemos grande parte das provas. Diante daquilo que foi escolhido, que faz parte do planejamento, o livre-arbítrio se fez presente não na matéria, mas sim, na erraticidade. Depois aqui conforme conduzimos a vida esse plano vai sofrendo alterações. Fazemos escolhas todos os dias. Nas questões subsequentes vamos ver de forma mais detalhada sobre livre- arbítrio e fatalidade. Ex: Nascer no meio que favorece o caminho do crime, pois preciso passar por essa situação. Escolhi nascer onde haja criminalidade, mas não escolhi praticar o crime. É uma prova para ver se irei sucumbir ou não. Então decorre do meu livre arbítrio seguir ou não para o crime. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 22. 22 O objetivo do planejamento reencarnatório é sempre positivo. A meta é que eu vença aquela tendência, aquela influência do meio e seja uma pessoa de bem. Isso não é fatalidade. Quando estamos diante dos enfrentamentos da vida é que vamos escolher o caminho do bem ou do mal. - Desencarna antes do tempo – vícios, sentimentos perniciosos - Vive além do tempo previsto – Ações de bondade Orai e vigiai. Escolha das provas – Questões 258 à 273 (Cap. VI – Vida Espírita). 844 – O homem goza do livre-arbítrio desde o seu nascimento? Há liberdade de agir desde que haja liberdade de fazer. Nos primeiros tempos da vida a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades. A criança, tendo pensamentos relacionados com as necessidades de sua idade, aplica seu livre-arbítrio às coisas que lhe são necessárias. Comentários: Na fase infantil o Espírito não está com sua plenitude de pensamento, de personalidade, de entendimento. Portanto, a criança não tem como ter a liberdade de um adulto. O corpo físico não está pleno de desenvolvimento, os órgãos continuam crescendo e desenvolvendo em todos os aspectos, então o Espírito não tem condições de ter todas as liberdades nessa fase. Os pais precisam estar próximos, orientar, dosar a liberdade das crianças que podem se machucar. Ex: as tomadas A criança não está na plenitude das suas faculdades, da sua inteligência, é necessário que os pais possam suprir essa carência. É preciso adquirir as condições para que ele possa chegar a uma liberdade mais acentuada, porém, quando a tem, essa liberdade vai chegando com o crescimento e ao se tornar adulto, é livre para pensar e fazer o que achar mais conveniente dentro da vida. 845 – As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer, não são um obstáculo ao exercício do livre-arbítrio?
  • 23. 23 As predisposições instintivas são as do Espírito antes de sua encarnação. Conforme for ele mais ou menos avançado, elas podem solicitá-lo para atos repreensíveis, e ele será secundado nisso pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições, mas não há arrebatamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (361). Comentários: Nós temos condições de resistir tanto as nossas predisposições instintivas, ou seja, as nossas tendências inferiores que trazemos conosco, como os Espíritos com os quais poderemos simpatizar e que queiram nos influenciar para o mal. Nós sempre podemos resistir. Querer é poder – No sentido de que por mais difícil que seja, por mais influência que possamos sofrer, por mais que as nossas más tendências sejam fortes em nosso íntimo, se tivermos vontade de resistir conseguiremos. Não há arrastamento irresistível. Não há perca completa, total do livre-arbítrio. Em função de determinadas influências espirituais, nos encontramos em processo obsessivo, principalmente, em um processo de obsessão grave, o nosso livre-arbítrio diminui, pois estamos praticamente dominados pelos Espíritos obsessores, mas mesmo com essa redução do nosso livre-arbítrio o controle sempre é nosso, a vontade é nossa. O que falta à criatura humana é vontade. Por isso muitas vezes cedemos às nossas tendências inferiores e às influências dos Espíritos. Nós cedemos porque ainda gostamos daquela coisa ou da situação a qual cedemos. Se aquilo ainda nos apraz não temos força para sair daquilo. Ex: a bebida (ainda gostamos do prazer da bebida) Nós deixamos que a sensação o mundo nos proporciona, que o prazer material prepondere sobre aquilo que é correto, sobre a nossa razão, sobre aquilo que de fato é importante para o nosso progresso espiritual. Acabamos preferindo o prazer momentâneo do mundo doque a felicidade futura que nos é concedida quando nós fazemos aquilo que deve ser feito. As predisposições instintivas existem, dificultam a nossa trajetória aqui, mas não são arrastamentos irresistíveis anos. 846 – O organismo não exerce influência sobre os atos da vida? Se ele exerce influência, não o faz com prejuízo do livre-arbítrio?
  • 24. 24 O Espírito, certamente, é influenciado pela matéria que o pode entravar em suas manifestações. Eis por que, nos mundos onde os corpos são menos materiais que sobre a Terra, as faculdades se desdobram com mais liberdade, mas o instrumento não dá a faculdade. De resto, é preciso distinguir aqui as faculdades morais das faculdades intelectuais; se um homem tem o instinto de homicida, é seguramente seu Espírito que o possui e que lho transmite, mas não seus órgãos. Aquele que anula seu pensamento para não se ocupar senão com a matéria, torna -se semelhante ao bruto, e pior ainda, ele nem sonha mais em se precaver contra o mal, e é nisto que é culpado, visto que age assim por sua vontade. (vede nºs 367 e seguintes. Influência do organismo). Comentários: A matéria exerce influência sim. Desprendidos da matéria nossas faculdades se ampliam, pensamos e agimos com mais plenitude, conforme o nosso adiantamento. As pessoas que nascem com limitações físicas e mentais o Espírito não está adoecido, continua com toda a sua bagagem intelectual e moral, mas não consegue se expressar completamente em função daquele corpo físico limitado. O corpo físico exerce influência sobre o Espírito no sentido de embaraçar lhe as manifestações, mais ou menos intensamente. Quanto mais materializado é o mundo em que aquele Espírito está encarnado, mais limitações o corpo vai operar, quanto menos materializado é o corpo físico, mais liberdade tem o Espírito de demonstrar as suas faculdades de uma forma mais completa. O corpo dificulta um pouco as potencialidades ou o fato do Espírito se mostrar mais livre, porém não é o corpo material que imprime as imperfeições, os pensamentos desequilibrados, as condutas inadequadas, as condutas criminosas. Isso não está no corpo, mas sim, no Espírito. Por mais que o corpo exerça influência é o Espírito que atua de forma positiva ou negativa. Ex: instinto de assassínio é o Espírito que possui e não o corpo. A frase: “A carne é fraca”. A carne não é fraca. O Espírito é fraco. A carne vai estar externando para o mundo material a fraqueza que o Espírito ainda possui. É o Espírito que é evoluído ou atrasado. 847 – A deformação das faculdades tira ao homem o livre-arbítrio?
  • 25. 25 Aquele cuja inteligência está perturbada por uma causa qualquer, não é mais senhor do seu pensamento e, desde logo, não tem mais liberdade. Essa deformação, frequentemente, é uma punição para o Espírito que, em uma existência anterior, pode ter sido vão e orgulhoso e ter feito mau uso de suas faculdades. Ele pode renascer no corpo de um idiota, como o déspota no corpo de um escravo, e o mau rico no de um mendigo; o Espírito sofre esse constrangimento, do qual tem perfeita consciência, e aí está a ação da matéria. (371 e seguintes). Comentários: Deformação ou aberração das faculdades é uma forma que Kardec utilizou para dizer quando as faculdades se encontram limitadas, comprometidas a ponto das faculdades não poderem ser exercidas em sua plenitude. Nesse caso o livre-arbítrio se mantém ou a pessoa perde o livre-arbítrio? Quando o corpo não oferece condições para que o Espírito se manifeste na sua plenitude, o seu livre-arbítrio na matéria, na sua condição de Espírito encarnado fica comprometido. Quanto mais limitações o corpo físico oferecer mais o seu livre-arbítrio é comprometido. O Espírito não perde o seu livre-arbítrio como um todo, a sua independência, a sua consciência. Nessas situações o Espírito está apenas impossibilitado de se manifestar, mas as aquisições adquiridas no decorrer das suas inúmeras reencarnações é patrimônio do Espírito e será mantido com ele, embora não consiga manifestar em função das limitações do corpo físico. - Fútil e orgulhoso – limitações mentais (idiota) Nada é por acaso. Há sempre uma justa causa, uma razão para explicar as condições de cada criatura. 848 – A aberração das faculdades intelectuais por embriaguez escusa os atos repreensíveis? Não, porque o bêbado está voluntariamente privado de sua razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, ele comete duas. Comentários: A pessoa quis voluntariamente, dando vazão à sua liberdade, causar o comprometimento das suas faculdades intelectuais.
  • 26. 26 Se a pessoa comete um ato em decorrência da embriaguez ou do uso de entorpecentes, não pode usar da embriaguez para se desculpar da responsabilidade daquele ato. Se embriagou porque quis. Em vez de uma falta comete duas: primeira falta, se embriagar e a segunda falta, praticar atos reprováveis por conta da embriaguez. Não adianta querer se desculpar porque estava drogado, alcoolizado, dopado para se justificar. A responsabilidade existe. A não ser que tenhamos sido obrigados a isso. Obrigados a nos embriagar, a ficarmos drogados, etc. Porque nessa situação não estamos agindo por nossa própria vontade. 849 – Qual é, no homem em estado selvagem, a faculdade dominante: o instinto ou o livre-arbítrio? O instinto, o que não o impede de agir com uma inteira liberdade para certas coisas. Mas, como a criança, aplica essa liberdade às suas necessidades, e ela se desenvolve com a inteligência. Por conseguinte, tu que és mais esclarecido que um selvagem, és também mais responsável que ele pelo que fazes. Comentários: Quanto mais primitiva é a pessoa mais ela utiliza o instinto do que propriamente o livre-arbítrio. Ela utiliza o livre-arbítrio para atender suas necessidades mais imediatas, mas predomina o instinto. As necessidades prioritárias do homem primitivo são as necessidades de conservação, alimento, reprodução e proteção. São nessas situações que usará o livre-arbítrio, mas o instinto se faz primeiro, como o instinto de conservação é que move a criatura nesses primeiros momentos dentro do reino hominal para que ele possa agir. Nós que somos mais esclarecidos que um selvagem temos também mais responsabilidade por aquilo que fazemos porque temos mais entendimento, mais compreensão, mais condições de avaliar o certo e o errado, mais conhecimento das leis divinas e um melhor entendimento acerca de Deus. O livre-arbítrio sempre se faz presente, mas se desenvolve à medida que a pessoa amadurece. É como se fôssemos crianças. No início temos menos livre-arbítrio e à medida que crescemos e vamos desenvolvendo a intelectualidade o livre-arbítrio se amplia.
  • 27. 27 850 – A posição social, algumas vezes, não é um obstáculo à inteira liberdade dos atos? O mundo tem, sem dúvida, suas exigências. Deus é justo e leva tudo em conta, mas vos deixa a responsabilidade do pouco esforço que fazeis para superar os obstáculos. Comentários: Tudo Deus pondera. Aquelas pessoas que diante da sua posição social ou da condição em que se encontram aqui na Terra tenham mais dificuldades para vivenciarem a sua liberdade, para conseguirem exercer o seu livre-arbítrio da forma mais completa possível, Deus levará isso em consideração. No mundo material em que estamos existem as regras do mundo, existem os deveres que o mundo material nos impõe e em função disso nem sempre teremos total autonomia para fazermos o que desejamos, pois podemos estar em uma condição social mais inferior, mais difícil que não nos permita exercer a nossa liberdade da forma mais plena possível. No mundo material há aqueles que tem mais liberdade que outros e posição social pode ser em determinadas situações um dos fatores que dificulta o exercício do livre-arbítrio. Deus é justo, vai levar em conta, mas deixa a responsabilidade de nenhum ou pouco esforço empregado para vencer os obstáculos. Ok, filho a sua condição social dificulta um pouco o exercício da sua inteira liberdade, mas o que tu fazes para vencer os obstáculos, o que tens feito para superar a sua limitação social de modo que possas exercer as suas potencialidades, a tua liberdade? O que tens feito para mudar a tua condição? Tens corrido atrás ou se mantém de braços cruzados? Tens trabalhado ou tens deixado que a preguiça tome conta de ti? Deus quer que nós diante das dificuldades da vida possamos crescer aproveitando essas situações.
  • 28. 28 10.6 – Fatalidade 851 – Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra, quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, em que se torna o livre-arbítrio? A fatalidade não existe senão pela escolha que fez o Espírito, em se encarnando, de suportar tal ou tal prova. Escolhendo, ele faz uma espécie de destino que é a consequência mesma da posição em que se encontra. Falo das provas físicas, porque para o que é prova moral e tentações, o Espírito, conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e sobre o mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Um bom Espírito, vendo-o fraquejar, pode vir em sua ajuda, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, quer dizer, inferior, mostrando-lhe, exagerando lhe um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo; mas a vontade do Espírito encarnado não fica menos livre de todos os entraves. Comentários: Na vida nós temos livre-arbítrio ou tudo é uma fatalidade em função daquilo que devemos passar na Terra, diante do nosso planejamento reencarnatório? A fatalidade existe no tocante à escolha que o Espírito fez antes de reencarnar em relação a uma prova ou outra. Antes de reencarnarmos temos o livre-arbítrio de escolher durante a nossa participação no nosso planejamento reencarnatório. Nesse momento há o exercício do livre-arbítrio no plano espiritual, escolhendo a família, em que condições reencarnaremos, situações que iremos passar, ou seja, as provas gerais. Quando reencarnamos, as situações físicas previstas no planejamento reencarnatório vão acontecer. Então, nesse momento, quando estamos aqui na Terra é uma fatalidade porque é algo que vai acontecer independente da nossa vontade encarnada, mas houve a nossa vontade para atuar nessa fatalidade quando estávamos desencarnados, na condição de Espírito errante. Então, de qualquer forma, atuamos com o nosso livre-arbítrio. Só modificam os momentos em que o livre-arbítrio esteve presente. Antes de encarnar e depois de encarnar. As situações previstas no planejamento reencarnatório vão acontecer. A forma de lidar, as decisões que tomaremos diante das situações não está previsto no planejamento reencarnatório. São escolhas nossas enquanto reencarnados. Exemplo: LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 29. 29 Se eu escolho no planejamento reencarnatório nascer no meio propenso à criminalidade. Irei nascer nesse meio propenso à criminalidade, pois está previsto no planejamento reencarnatório. Mas como irei reagir naquele meio é livre-arbítrio enquanto reencarnada. Eu posso seguir para o crime ou eu posso resistir e não ir para o crime, mesmo que seja difícil. Tenho o livre-arbítrio de ceder ou não aquele arrastamento. As escolhas morais se mantêm intactas. Sempre teremos o livre-arbítrio referente a elas. Determinadas situações físicas previstas no planejamento parecem para nós fatalidade, mas é algo que foi decidido com a minha participação no plano espiritual, portanto, com o uso do meu livre-arbítrio. Há muitas situações que passamos que não estavam no planejamento. São frutos do nosso desregramento, da nossa conduta, da nossa imprevidência. Nossos mentores sempre nos auxiliam. O que chamas fatalidade já é produto do livre arbítrio, pois, antes de reencarnar o Espírito, por vezes, escolheu determinadas fases para passar. Se ele escolheu, o acontecimento é uma fatalidade. Mesmo assim, conforme a sua vida na Terra, poderá modificar seu destino em algum aspecto, dependendo do que vai fazer ou está fazendo em favor da humanidade. Há casos em que os benfeitores espirituais investem na criatura e encurtam ou alongam a sua vida, desde quando isso sirva para o bem comum. Mas, tudo depende de Deus, que é, como se sabe, o senhor de tudo que existe na criação. Quantas enfermidades escolhidas são removidas dos caminhos de quem as escolheu, porque o mesmo trabalho que, em certa ocasião somente elas poderiam fazer, o amor pode substituí-las com mais eficiência? 852 – Há pessoas que uma fatalidade parece perseguir, independentemente de sua maneira de agir; a infelicidade não está no seu destino? Pode ser que sejam provas que elas devem suportar e que escolheram. Mas, ainda uma vez, levais à conta do destino o que não é, o mais frequentemente, senão a consequência de vossa própria falta. Nos males que te afligem, esforça-te para que a tua consciência seja pura, e serás consolado em parte. Allan Kardec: As ideias justas ou falsas que fazemos das coisas nos fazem vencer ou fracassar segundo nosso caráter e nossa posição social. Achamos mais simples e menos humilhante para nosso amor-próprio, atribuir, nossos fracassos à sorte ou ao destino, do que à nossa própria falta. Se a influência dos Espíritos contribui para isso algumas vezes, podemos
  • 30. 30 sempre nos subtrair dessa influência, repelindo as ideias que eles nos sugerem, quando elas são más. Comentários: Nós poderemos estar diante de situações que parecem fatalidade, quando essas situações não são positivas, quando essas situações repetidamente se fazem presentes em nossa vida. É comum percebermos que determinadas situações em nossas vidas voltam a acontecer de tempos em tempos. Às vezes mudam as pessoas, mas a situação, o problema, a ideia é a mesma. Esse fato muitas vezes são provas que nós escolhemos e que nos cabem sofrer. Não há acaso, não há coincidência em nossas vidas. Se aquela situação retorna sempre para nós é uma necessidade e ali está a nossa oportunidade de aprendizado. Nós escolhemos vivenciar aquela situação, uma vez que provavelmente o nosso erro foi dentro daquele contexto e por isso a situação volta para que possamos aprender. Será que estou aprendendo? Ou será que a situação volta e erro novamente? Todas as vezes estou caindo diante de uma situação que eu poderia sair vitoriosa? Muitas vezes é consequência das nossas próprias faltas. Sabemos que as nossas dificuldades, as nossas tribulações não vêm de vidas passadas. São situações e problemas que adquirimos na vida atual. ESE – Causas anteriores das aflições – causas atuais das aflições. Nós procuramos essas tribulações. Ao invés de agirmos em conformidade com o evangelho, agimos errado e daí teremos que lidar com situações delicadas, difíceis, os chamados infortúnios. Nós mesmos buscamos esses infortúnios, diante das nossas atitudes. Deus, na sua bondade e no seu amor, concede a todos de boa vontade a liberdade para escolherem os trilhos que lhes aprouver, desde que as leis não fiquem sem ser obedecidas. Todas as provações, todas as lutas, todos os infortúnios, e mesmo as missões das almas são para harmonizar a mente, para que compreendamos o amor praticando-o, a fim de que todas as verdades espirituais se nos apresentem de modo que passemos a vivê-las. 853 – Certas pessoas não escapam de um perigo mortal senão para cair num outro; parece que elas não poderiam escapar à morte. Não há nisso fatalidade?
  • 31. 31 Não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou por outro, não podeis dele vos livrar. 853.a) Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morremos se a hora não é chegada? Não, tu não perecerás, e disso tens milhares de exemplos. Mas, quando é chegada a tua hora de partir, nada pode subtrair-te dela. Deus sabe, antecipadamente, de qual gênero de morte partirás daqui e, frequentemente, teu Espírito o sabe também, porque isso lhe é revelado quando faz escolha de tal ou tal existência. Comentários: A Espiritualidade nos orienta que a morte faz parte do planejamento reencarnatório. O período (não é data, hora e minuto) previsto para que a pessoa desencarne está previsto no planejamento reencarnatório. Quando chega esse período nada poderá ser feito para impedir que o desencarne aconteça. A não ser que a vontade de Deus seja essa. É possível que um período inicialmente marcado para o desencarne de uma pessoa seja alterado. Deus pode alterar. Tanto pode nos dar uma moratória, como pode antecipar aquele desencarne. A função da vida de cada um, conforme estejamos conduzindo a nossa vida, isso pode acontecer. Se estivermos conduzindo muito bem a nossa vida, em conformidade com as leis de Deus e trazendo muito benefício para a sociedade, Deus pode permitir que permaneçamos por mais tempo na Terra. O inverso também pode ocorrer. Caso estejamos conduzindo de forma inadequada ou pouco construtiva podemos retornar antes do tempo. Não podemos afirmar com toda segurança que há uma fatalidade no que se refere à morte. Fatal mesmo no sentido verdadeiro da palavra só o instante da morte, pois o período inicialmente previsto no planejamento reencarnatório pode sofrer alguma alteração. Qualquer que seja o perigo que nos ameaça se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos.
  • 32. 32 Não há mortes por acidentes. Há os desregramentos, os excessos. A única morte que acontece fora do tempo previsto é o suicídio direto ou indireto. Todas as demais só acontecem na hora que tinham que acontecer. Por mais que sejam mortes repentinas havia chegado o momento daquela pessoa retornar à pátria espiritual, pois se não fosse o momento aquela pessoa iria se salvar. Fosse um acidente ou uma situação que nenhum outro se salvaria, aquela pessoa se salvaria, se essa fosse a vontade de Deus. A vontade de Deus sempre se faz presente, pois Ele é soberano. Se chegar o momento o desencarne vai acontecer, de uma forma ou de outra, mediante um perigo ou outro. Se não tiver chegado o momento a pessoa não desencarna. Ex: Acidente, bala perdida, raio, queda, infarto, etc. Nós já temos condições de participar do nosso planejamento reencarnatório, então temos consciência ou um certo pressentimento do tipo de morte ou pelo menos do momento que nós vamos desencarnar. É por isso que muitas pessoas quando chega próximo do período do seu desencarne, elas sentem que não têm mais muito tempo aqui na Terra. Esse pressentimento vem do fato de ter esse conhecimento prévio antes de reencarnar que está arquivado na sua memória perispíritual. 854 – Da infalibilidade da hora da morte, segue-se que as precauções que se tomam para evitá-la são inúteis? Não, porque as precauções que tomais vos são sugeridas para evitar a morte que vos ameaça; elas são um dos meios para que a morte não ocorra. Comentários: O instinto de conservação contido na lei de conservação faz parte da lei divina. Cabe a nós adotarmos todas as medidas cautelares nas nossas vidas. Temos que nos proteger, nos precaver dos perigos ou das situações que possam destruir a nossa vida. Nosso primeiro direito é o direito de viver, portanto, precisamos cuidar da nossa vida. Ao não adotarmos as medidas necessárias para cuidarmos da nossa vida estaremos expondo a nossa vida em risco. Essas medidas são em todos os sentidos, como cuidar da nossa saúde, cuidar do nosso corpo, não utilizarmos do álcool, de tóxicos, de medicamentos, nada que possa contribuir para a
  • 33. 33 diminuição da saúde, do fluido vital, se proteger de um perigo, etc. São medidas que evitam a morte e faz parte do nosso dever. Respeitar as leis de trânsito, cuidar da saúde, ter cautela para evitar acidentes. A hora que chegar o momento do nosso desencarne, nós vamos nos desencarnar, mas porque chegou a hora e não por falta de cuidado com a nossa saúde. Às vezes a pessoa cuida de um problema e perece de outro que nem esperava. Caso contrário, seremos responsáveis, inclusive, pela nossa morte, adentrando no chamado suicídio indireto que é aquele em que nós adotamos medidas que comprometeram a saúde do nosso organismo e fizeram com que retornássemos à Espiritualidade antes da hora inicialmente prevista. Essas precauções são necessárias. 855 – Qual o objetivo da Providência ao fazer-nos correr perigos que não devem ter consequência? Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviar do mal e te tornares melhor. Quando escapas desse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, sonhas, mais ou menos fortemente, segundo a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos, em te tornares melhor. O mau Espírito sobrevindo (digo mau subentendendo o mal que ainda há nele), pensas que escaparás igualmente de outros perigos e deixas de novo tuas paixões se desencadearem. Pelos perigos que correis, Deus vos lembra vossas fraquezas e a fragilidade de vossa existência. Se examinarmos a causa e a natureza do perigo, ver-se-á que, o mais frequentemente, as consequências foram a punição de uma falta cometida ou de um dever negligenciado. Deus vos adverte, assim, para vos recolher em vós mesmos e vos corrigir. (526-532). Comentários: O perigo nos faz repensar, nos faz refletir sobre a nossa vida, sobre a maneira como estamos nos conduzindo para que possamos avaliar para ver se realmente estamos fazendo nosso melhor, se estamos aproveitando de todas as oportunidades que a vida nos proporciona para crescermos e evoluirmos. A possibilidade de uma hora para outra retornar para o plano espiritual (seja por um acidente, por uma doença ou qualquer outra situação) faz com que muitas pessoas repensem as suas atitudes procurando melhorar. Nada é sem utilidade na existência humana. Deus não permitiria que corrêssemos perigo em, mesmo sem nenhuma consequência direta em nossa vida.
  • 34. 34 Nós podemos até não desencarnar, mas aquele fato nos traz a mudança que nós precisamos naquele momento com uma finalidade construtiva para o nosso progresso. Prece ante a todas as ações. Pedir livramento, sabedoria, força e resignação. 856 – O Espírito sabe antecipadamente o gênero de morte pelo qual deve sucumbir? Sabe que o gênero de vida que escolheu o expõe a morrer de tal maneira antes que de outra, mas sabe igualmente as lutas que terá de sustentar para o evitar, e que, se Deus o permitir, não sucumbirá. Comentários: Há o planejamento reencarnatório para que ao estarmos aqui na Terra tenhamos determinadas situações, determinadas condições físicas e materiais necessárias para o processo de aprendizado que teremos e a morte é algo que está previsto em nosso planejamento reencarnatório. Nem tudo o que acontece em nossa vida, como alguns detalhes, não é previsto, mas situações importantes, como o tipo de vida que teremos, o ambiente que vamos nascer, os nossos familiares, nossas doenças cármicas estão previstas em nosso planejamento reencarnatório. O gênero de morte também, em decorrência da vida, das situações, das nossas necessidades. Podemos escolher o gênero de morte, como uma morte mais violenta ou uma mais tranquila. Mas o nosso planejamento reencarnatório sofre mudanças constantemente em função do nosso modo de ser e de agir, isso quer dizer que o nosso gênero de morte pode ser aliviado em função de um bem que nós fazemos. O tempo também pode ser alterado em função do bem, do trabalho que está sendo desenvolvido. Em regra, não lembramos, mas temos como um pressentimento, pois se participamos do nosso planejamento nós sabemos mais ou menos como será o nosso desencarne e mesmo havendo o esquecimento do passado quando aqui estamos, algo fica em nossa memória perispiritual. Nós não esquecemos tudo. Há certas pessoas que acessam informações de vidas passadas de forma natural e espontânea, pois aquilo vem à sua mente. As informações se encontram dentro de nós, parcialmente esquecidas. Assim, não temos uma certeza, mas um pressentimento, um sentimento daquilo que vai acontecer, da forma que vamos nos desencarnar.
  • 35. 35 857 – Há homens que enfrentam os perigos dos combates com certa persuasão de que sua hora não chegou; há algum fundamento nessa confiança? Muito frequentemente o homem tem o pressentimento do seu fim, como pode ter o de que não morrerá ainda. Esse pressentimento lhe vem dos seus Espíritos protetores que querem adverti-lo a estar pronto para partir, ou que levantam sua coragem nos momentos em que ela lhe mais necessária. Pode- lhe vir ainda da intuição que tem da existência que escolheu, ou da missão que aceitou e que sabe dever cumprir. (411-522). Comentários: Esse sentimento de que já está chegada a hora da partida ou de que não é o momento pode vir através da intuição, das lembranças arquivadas na mente perispiritual. Esse sentimento de que a hora chegou ou que ainda não chegou, que ainda há tarefas a serem realizadas na Terra pode vir como um pressentimento, como um aviso, como uma inspiração da espiritualidade. Nós temos os nossos Espíritos amigos, protetores que nos auxiliam. Há os encontros durante o sono que são transferidos como intuição ou pressentimento durante a vigília. 858 – Por que aqueles que pressentem sua morte a temem, geralmente, menos que os outros? É o homem que teme a morte, não o Espírito. Aquele que a pressente, pensa mais como Espírito que como homem; compreende sua libertação e a espera. Comentários: Sabemos que a vida na matéria é uma prisão. Nosso planeta é um mundo de provas e expiações, onde Espíritos doentes, endividados com a lei de Deus são para cá enviados com o objetivo de trabalhar, aprender, crescer e regatar os erros. O retorno ao plano espiritual, principalmente, para aquela pessoa que procura fazer o seu melhor, aproveitando as oportunidades da vida para evoluir sabe que o retorno à espiritualidade é uma libertação da alma. Quanto mais se compreende acerca da imortalidade da alma, quanto mais se compreende que a vida é eterna, que nós continuamos tendo a nossa individualidade, podendo crescer e evoluir na espiritualidade, quando pressentimos o nosso desencarne já temos um entendimento, uma aceitação
  • 36. 36 e mesmo que não tenha essa compreensão, o Espírito sente que é um processo de libertação e espera. Às vezes é um processo de doença em que o Espírito já está cansado com aquela luta e aguarda esse momento de desprendimento do corpo físico. Quanto mais a pessoa se espiritualiza e cresce, menos receio tem em relação à morte e mais se prepara espiritualmente para esse momento. É o que temos a fazer também. Procurar viver mais no mundo espiritual que na matéria. Quando chegar esse momento e, eventualmente, pressentirmos não terá necessidade de ter temor. Precisamos, além do entendimento, buscar a prática do Evangelho para que possamos caminhar com serenidade e tranquilidade. Os que pressentem a morte, reconhecem internamente que escolheram aquele tipo de desencarnação e, por vezes, sentem-se aliviados quando ela dá demonstração de que está chegando. Morrer, para o Espírito que cumpriu sua missão na Terra, é um prêmio. Muitos dos que temem a morte, é porque não cumpriram a obrigação que assumiram no plano do Espírito e procuram por todos os meios viver para terminar sua tarefa. 859 – Se a morte não pode ser evitada quando chegou a sua hora, ocorre o mesmo em todos os acidentes que nos atingem no curso da vida? Frequentemente, essas são coisas muito pequenas, das quais podemos vos prevenir e, algumas vezes, as fazer evitar, dirigindo vosso pensamento, porque não amamos o sofrimento material; mas isso é pouco importante para a vida que escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, não consiste senão na hora em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo. 859.a) Há fatos que, forçosamente, devam acontecer e que a vontade dos Espíritos não possa evitar? Sim, mas tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste, ao fazer a tua escolha. Entretanto, não creias que tudo o que ocorre esteja escrito, como se diz. Um acontecimento é, frequentemente, a consequência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal sorte que se não tivesses feito essa coisa, o acontecimento não ocorreria. Se queimas o dedo, isso não é nada; é o resultado de tua imprudência e a consequência da matéria. Não há senão as grandes dores, os acontecimentos importantes que podem influir sobre o moral, que são previstos por Deus, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução. Comentários:
  • 37. 37 A questão aborda os temas livre-arbítrio, fatalidade e planejamento reencarnatório. A Espiritualidade deixa claro que esses acontecimentos menores que acontecem na nossa vida, que não tem influência direta na nossa moralidade, na nossa evolução não está previsto no nosso planejamento reencarnatório. Isso faz parte das nossas escolhas, das nossas vivências, das nossas imprudências aqui no mundo material. Só estarão previstos no planejamento reencarnatório aqueles fatos mais essenciais da nossa existência física: a família em que vamos nascer, o local, o meio, profissão, filhos, doenças cármicas, tipo e estilo de morte. São situações importantes que definem diretamente a nossa forma de ser e de agir no mundo material. Muitas situações ocorrem em função das nossas faltas diárias, das nossas imprudências. Exemplo: Quando uma pessoa dirige um veículo e sempre desrespeita os sinais, mesmo que não tenha provação cármica de passar por um acidente de veículos, ele está criando essa condição pelo desrespeito aos sinais que significam ordem nas raias humanas. Quando acontece um acidente, apesar de toda a atenção do motorista, é a força da cobrança do passado, usando o ambiente do presente. O que devemos fazer no momento é, pois, respeitar todas as leis, porque elas criam em nosso coração a harmonia que nos defende dos males que provêm da invigilância. 860 – O homem, por sua vontade e por seus atos, pode fazer com que os acontecimentos que deveriam ocorrer não ocorram, e vice-versa? Ele o pode, desde que esse desvio aparente possa se harmonizar com a vida que escolheu. Ademais, para fazer o bem, como o deve ser, e como isso é o único objetivo da vida, pode impedir o mal, sobretudo aquele que poderia contribuir para um mal maior. Comentários: Nós podemos alterar aquilo que estava previsto? Sim, mas se essa mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência da vida que a pessoa escolheu para fazer o bem. Quando se busca a execução do bem a Espiritualidade vem em nosso auxílio para que as coisas possam acontecer, para que o bem predomine. Nosso objetivo maior sempre será a prática do bem, impedir que o mal prepondere.
  • 38. 38 Para que um determinado mal não aconteça em nosso prejuízo ou em prejuízo de outras pessoas e Espiritualidade e Deus permitem a alteração no nosso planejamento reencarnatório. Dessa forma o planejamento reencarnatório em determinadas situações da nossa vida que nem estavam previstas no planejamento reencarnatório podem ser naturalmente alteradas. 861 – O homem que comete um homicídio sabe, ao escolher sua existência, que se tornará um assassino? Não. Ele sabe que, escolhendo uma vida de luta, há a chance, para ele, de matar um dos seus semelhantes, mas ignora se o fará porque há, quase sempre, nele, uma deliberação antes de cometer o crime. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa, está sempre livre para fazê-la, ou não. Se o Espírito sabia, de antemão, que, como homem, devia cometer um homicídio, é que isso estava predestinado. Sabei, pois, que não há ninguém predestinado ao crime e que todo crime, ou todo ato qualquer, é sempre o resultado da vontade e do livre-arbítrio. De resto, confundis sempre duas coisas bem distintas: os acontecimentos materiais da vida e os atos da vida moral. Se, algumas vezes, há fatalidade, é nos acontecimentos materiais cuja causa está fora de vós, e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, eles emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a liberdade de escolha; para esses atos, pois, jamais há fatalidade. Comentários: Duas coisas fundamentais: - O Espírito nunca terá um planejamento reencarnatório para o mal. Não há planejamento negativo. Todos os planejamentos são elaborados para que nós possamos vencer. - As coisas, as vivências que precisamos enfrentar e que possam ser escolhidas em nosso planejamento reencarnatório se relacionam aos acontecimentos materiais da nossa vida. Como vou nascer, em que meio, quem serão meus pais, meus filhos, meu parceiro, doenças cármicas, profissão, como vou desencarnar. São fatos direcionados aos aspectos materiais da nossa vida. Não tem como interferir. Está previsto nascer em ambiente favorável ao crime, agora o aspecto relacionado à vida moral, a liberdade de escolher entre praticar ou não o mal não é algo material, mas sim, moral. Depende das minhas escolhas, da minha vontade.
  • 39. 39 A vida nos proporciona inúmeras condições e situações, como agiremos diante dela é o livre-arbítrio. “Fatalidade” (se é que podemos chamar fatalidade) diz aos aspectos materiais. 862 – Há pessoas para as quais nada sai bem, e que um mau gênio parece perseguir em todas suas empreitadas; não há nisso o que se pode chamar fatalidade? Há fatalidade, se a queres chamar assim; ela, porém, se prende à escolha do gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepção, a fim de exercitar sua paciência e sua resignação. Entretanto, não creiais que essa fatalidade seja absoluta; frequentemente, ela é o resultado de um caminho falso que tomaram, e que não está em relação com sua inteligência e suas aptidões. Aquele que quer atravessar um rio a nado, sem saber nadar, tem grande chance de se afogar; assim é na maior parte dos acontecimentos da vida. Se o homem não empreendesse senão coisas compatíveis com suas faculdades, ele teria êxito quase sempre; o que o perde é seu amor-próprio e sua ambição que o fazem sair de seu caminho e tomar, por uma vocação, o desejo de satisfazer certas paixões. Ele fracassa e a culpa é sua; mas, em lugar de tomá-la sobre si, prefere acusar sua estrela. Tal seria um bom operário e ganharia honradamente sua vida, que seria um mau poeta e morreria de fome. Haveria lugar para todos, se cada um soubesse se colocar no seu lugar. Comentários: A fatalidade, de fato, não existe, conforme o entendimento que nós temos. Algo que acontece porque já estava determinado, sem a minha vontade, sem que desejemos. As situações no aspecto material que nos chegam escolhemos antes de reencarnar. Então não há fatalidade, pois os fatos ocorrem conforme a nossa vontade. As situações, as coisas morais escolhemos aqui no dia a dia, as coisas materiais escolhemos na erraticidade antes de reencarnarmos. Sempre há a nossa participação. Nos parece fatalidade porque quando chegamos aqui não lembramos que fizemos essa escolha. Parece dada por Deus, mas fomos nós que escolhemos. Primeiro, se escolhemos uma vida de provas, de decepções, de miséria, de lutas foi para exercitar a paciência e a resignação. Não dá para chamar de fatalidade aquilo que nós mesmos escolhemos. Segundo, muitas vezes as decepções, as lutas decorrem das nossas escolhas equivocadas na vida atual. Em algumas situações, temos aptidões para
  • 40. 40 determinadas coisas, mas o nosso orgulho, o nosso egoísmo, a nossa vontade de satisfazer certas paixões faz com que sigamos um caminho que não era o ideal, não era o apropriado para nós. Essas decepções decorrem da nossa própria responsabilidade em não agir conforme aquilo que deveríamos seguindo as nossas aptidões, indo buscar algo além da nossa necessidade nesta existência. Querer seguir os mesmos caminhos que o outro sem atentar para as próprias aptidões. - Inveja, cobiça, desejo. 863 – Os costumes sociais não obrigam, frequentemente, um homem a seguir tal caminho antes que outro, e não está ele submetido ao controle da opinião pública na escolha de suas ocupações? O que se chama o respeito humano não é um obstáculo ao exercício do livre-arbítrio? São os homens que fazem os costumes sociais e não Deus; se se submetem a eles é porque isso lhes convém, e o fazem por um ato de seu livre-arbítrio visto que, se o quisessem, poderiam libertar-se deles; nesse caso, por que se lamentar? Não são os costumes sociais que devem acusar, mas seu tolo amor-próprio que os faz preferir morrer de fome a derrogá-los. Ninguém lhes levará em conta esse sacrifício feito à opinião pública, enquanto que Deus terá em conta o sacrifício de sua vaidade. Isso não quer dizer que seja preciso enfrentar essa opinião sem necessidade, como certas pessoas que têm mais de originalidade que de verdadeira filosofia. Há tanto contrassenso em tornar- se objeto de crítica ou mostrar-se como um animal curioso, quanto há de sabedoria em descer voluntariamente, e sem murmurar, quando não se pode manter-se no topo da escada. Comentários: Ideias fundamentais para reflexão. Primeiramente, nos mostra que os costumes sociais não são determinados por Deus e sim pelos homens. Quando se trata de fatalidade, pensamos em algo imposto a nós por Deus e não é isso, como já comentado anteriormente. No planejamento reencarnatório escolhemos a sociedade da qual faremos parte. Se os costumes sociais são impostos pelo homem, o próprio homem em algum momento irá modificá-los, pois a evolução é contínua e com isso os costumes,
  • 41. 41 as leis, as regras que nós estabelecemos para nós mesmos vão sendo modificados. A influência do meio, as regras, os costumes não são fatalidades. Temos o livre-arbítrio para nos submetermos a esses costumes ou não. Não é instigar o homem a se rebelar contra as leis, contra as ordens, mas usar o bom senso. Nem aquela atitude que demonstra uma completa passividade, sem postura, sem dinamismo no sentido de trazer novas ideias e nem aquela atitude que quer sair destruindo tudo como se fosse o dono da verdade. Precisamos ter equilíbrio, avaliar em que situações vale a pena e é necessário colocar a atitude e muitas vezes mudar uma determinada condição, situação social e em quais situações é melhor o calar. A fatalidade no tocante aos costumes sociais não existe. 864 – Se há pessoas às quais a sorte é contrária, outras parecem ser favorecidas, porque tudo lhes sai bem; a que se prende isso? Frequentemente, é porque elas sabem escolher melhor; mas isso pode ser também um gênero de provas, pois o sucesso as embriaga e confiam-se ao seu destino, pagando, no geral, mais tarde, esses mesmos sucessos por cruéis revezes que poderiam evitar com a prudência. Comentários: De ordinário é que as pessoas sabem conduzir melhor os seus negócios, as suas empresas, as suas vidas. Decorre das habilidades que o Espírito traz consigo. Há pessoas que possuem talentos maiores para determinadas coisas e situações, uma personalidade mais ativa, mais determinadas. São pessoas muito trabalhadoras. Portanto, como consequência, o sucesso estará presente, vai existir. Há pessoas que gostariam que as coisas ocorressem de forma favorável, mas não são pessoas dinâmicas, dedicadas, trabalhadoras, muitas vezes acomodadas que querem que as coisas sejam entregues prontas. Há outra situação, no sentido de ser um gênero de prova, pois muitas vezes confiantes nessa situação que as coisas sempre dão certo, acreditam que esse é o seu destino e de repente passa a não saber lidar com determinadas situações e poderão mais adiante enfrentar revezes cruéis por falta de prudência. É o acreditar muito na competência, na autossuficiência e se arriscam deixando a prudência de lado.
  • 42. 42 Alguns dos favorecidos acham que, os que não o são, parecem preguiçosos, ou então não são dotados de inteligência para ganhar a vida com mais facilidade. Os próprios fatos desmentem isto, por existirem criaturas de pouca inteligência bem aquinhoadas de bens materiais e outras que não usaram a inteligência para adquirir os bens materiais, como, por exemplo, fortunas entregues a eles pelos processos de jogos, que bem conheces. A riqueza não constitui felicidade; às vezes é o contrário, no entanto, quando sabemos usá-la, ela é uma porta que poderá levar seu dono para as estâncias de luz. O homem que sabe se conduzir melhor nas suas empresas, é aquele que já tem experiência de outras vidas. O que não as tem, deverá adquiri-las, por vezes com sofrimentos e dificuldades sem conta. Ninguém evolui por simples passe de mágica, nem com uma simples bênção. 865 – Como explicar a chance que favorece certas pessoas nas circunstâncias em que nem a vontade nem a inteligência interferem? O jogo, por exemplo? Certos Espíritos escolheram anteriormente certas espécies de alegria; a chance que os favorece é uma tentação. Aquele que ganha como homem, perde como Espírito: é uma prova para seu orgulho e sua cupidez. Comentários: Através do planejamento reencarnatório podemos solicitar várias condições aqui no mundo material e nem sempre escolhemos só a dor e o sofrimento. Em determinadas situações podemos escolher a sorte material, algumas facilidades, condições que nos favoreça ou inspire tentação, vaidade, orgulho, egoísmo. Talvez seja nesse aspecto que precisamos trabalhar. Isso é necessário em algum momento em nossa vida, pois precisamos passar por inúmeras situações no mundo material, uma vez que cada condição nos oportuniza um tipo de aprendizado, um tipo de virtude a ser conquistada. A lei da reencarnação pode mudar as pessoas de posições, quantas vezes for permitido por Deus. O rico de hoje pode. vir a ser pobre amanhã, e vice-versa. O melhor é tirar o proveito educativo nas mudanças que Deus faz com os Seus filhos. A prova da riqueza é muito difícil, pois é mais propício haver quedas. A fortuna é uma tentação. É uma prova para o orgulho. Quanto mais ganha como homem, mais perde como Espírito. Quanto mais prioriza a conquista dos bens materiais, mais o Espírito se compromete. Ex: Ganhar na Mega Sena – Auxiliar na caridade / administrar tudo no seu entorno.
  • 43. 43 866 – A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida seriam, pois, o efeito de nosso livre-arbítrio? Tu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude ela for, e melhor a suportares, mais te elevarás. Aqueles que passam sua vida na abundância e na felicidade humana são Espíritos frouxos que permanecem estacionários. Assim, o número dos infortunados sobrepuja em muito o dos felizes desse mundo, já que os Espíritos procuram, na maioria, a prova que resulte a mais frutífera. Eles veem muito bem a futilidade das vossas grandezas e das vossas alegrias. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada: não o seria senão pela ausência da dor. (525 e seguintes.) Comentários: O nosso livre-arbítrio fez parte da escolha das nossas provas, dos grandes fatos, das grandes responsabilidades, das grandes situações que envolvem a nossa existência. A nossa vida é resultante das nossas escolhas. A grande maioria cientes da necessidade de crescer, de evoluir pede situações mais difíceis, situações que exijam de nós mais empenho, mais esforço, mais perseverança e fé. Se pedirmos para vivenciarmos aqui uma vida de pouco sacrifício, uma vida muito tranquila, quase não evoluiremos. Por isso o número de desafortunados é superior ao dos felizes nesse mundo, porque os Espíritos procuram as provas que eles possam ser bem proveitosas. Não tem lógica solicitar uma reencarnação para viver na ociosidade usufruindo das futilidades da vida material se isso não vai agregar valores na experiência reencarnatória. Ninguém está aqui de férias ou a passeio. As provas escolhidas têm que ser com inteligência. Temos que escolher aquilo que vai nos ajudar no nosso progresso. Não perder a oportunidade. A Espiritualidade nos auxilia no planejamento reencarnatório, mas muitas vezes nós pedimos provas que não seriam as ideais, mas Deus permite para que possamos vir e percebermos pelas nossas próprias escolhas que não fizemos uma escolha muito correta. A Espiritualidade sempre nos auxilia.
  • 44. 44 A história de Sibelius Donato Sibélius Donato Tenório, nasceu m Campina Grande, em 1973, de parto prematuro, com seis meses e meio. Aos três anos de idade não falava, nem andava, locomovia-se, arrastando-se de costas. E foi aos 4 anos de idade, que Sibélius escolheu o silêncio da madrugada para sentar no piano do seu pai e tocar Assum Preto de Luiz Gonzaga e a sinfonia nº40 de Mozart. Compôs sua primeira música aos 5 anos de idade, intitulada Crianças Encantadas. Aos sete anos de idade sua mãe o matriculou no conservatório de música em Belém do Pará, com um mês de aula os professores pediram-lhe que o levassem para casa, pois não tinha mais o que aprender, já sabia tudo. Aos doze anos de idade apresentou seu primeiro recital em Maceió, e com a mesma idade apresentou-se no programa Fantástico da Rede Globo, no quadro meninos prodígios do mundo, onde teve seu nome junto a Pelé, Charles Chaplin, entre outros. Foi entrevistado por Jô Soares, que na ocasião ficou encantado. Aos quinze anos de idade, teve seu primeiro encontro com Chico Xavier, em Uberaba. Foi Chico quem afirmou ser Sibélius a reencarnação de um grande gênio musical do século passado, o compositor filandês Jean Julius Cristian Sibélius. Simplicidade, humildade e um sorriso largo são suas marcas registradas. Sua idade mental se situa na adolescência. Toca com perfeição qualquer melodia, seja ela clássica, erudita ou popular - basta tê-la escutado no máximo três vezes. Não lê partituras, mas as elabora com o auxílio do computador. Autor de mais de 1000 ( mil) composições, com cinco CDS lançados, Sibélius é possuidor de uma rara genialidade musical. Músico autodidata, executa clássicos famosos com perfeição. Suas composições lembram a beleza, a harmonia, o valor musical e inteireza das obras dos grandes gênios da música universal. Seu cérebro funciona como um computador, pois uma música uma vez tocada, já passa a fazer parte do seu reportório. Suas mãos visilvelmente “frágeis” deixam em todos a impressão de que flutuam nos teclados, com agilidade e uma precisão impressionante. Sua música, forte e suave, envolvente, desperta nos ouvintes uma grande emoção. Temos a impressão que as células de Sibélius têm a forma de notas musicais, que fluem do seu ser, ele já nasceu sabendo. Tem por marca um largo e generoso sorriso, caraterísticas dos gênios, na certeza humilde de quem sabe. Seu olhar translúcido, revela toda beleza e pureza incontestável de uma criança. Entre dedos de veludo desnuda nossa alma profundamente, levando-nos ao transcendental, ao inexplicável, a simbiose com o Deus da música, da harmonia, do amor, a arte Divina, em sua mais pura expressão. Eis aqui um gênio paraibano da música, um ser iluminado, que aqui está para transbordar o amor na sua “forma” mais plena, através da música. Vídeo relatando o reencontro de Sibelius com Chico Xavier. https://www.youtube.com/watch?v=ALP5is6z_Y0
  • 45. 45 867 – De onde vem a expressão: Nascer sob uma feliz estrela? Velha superstição que ligava as estrelas ao destino de cada homem; alegoria que certas pessoas têm a tolice de tomar ao pé da letra. Comentários: É uma crendice, uma alegoria que a humanidade foi adquirindo e acabou acreditando que de fato as pessoas sofrem alguma influência em decorrência das estrelas. Nada chega até nós de forma gratuita. Não há méritos, conquistas sem esforço. As pessoas aqui no mundo material que parecem estar favorecidas pela vida, nada é gratuito. É possível que aí esteja uma situação de provas. Pode ser uma situação em que a vida não traga dificuldades, mas a pessoa está na condição, na oportunidade de exercer a prática do bem. Buscar aliviar as dores, secar as lágrimas do outro, auxiliando nos infortúnios ocultos. É uma oportunidade para ajudar. Pode decorrer também do merecimento de cada um. Quando somos pessoas um pouco mais felizes, isso decorre das nossas conquistas pessoais porque Deus não oferece privilégios a ninguém. Cada um tem aquilo que merece, aquilo que plantou, aquilo que conquistou. Porém, geralmente, quando conquista determinado patamar evolutivo o Espírito vem em missão no auxílio daqueles que precisam ou mesmo da humanidade. Os astrólogos afirmam que a posição dos astros na hora exata do nascimento das pessoas — além dos movimentos astrais posteriores, influencia no caráter e destino dos seres humanos. Cientistas negam os princípios da astrologia, mas milhões de pessoas creem e praticam-na. 140 –Os astros influenciam igualmente na vida do homem? As antigas assertivas astrológicas têm a sua razão de ser. O campo magnético e as conjunções dos planetas influenciam no complexo celular do homem físico, em sua formação orgânica e em seu nascimento na Terra; porém, a existência planetária é sinônima de luta. Se as influências astrais não favorecem a determinadas criaturas, urge que estas lutem contra os elementos perturbadores, porque, acima de todas as verdades astrológicas, temos o Evangelho, e o Evangelho nos ensina que cada qual receberá por suas obras, achando-se cada homem sob as influências que merece. (Livro: O Consolador)
  • 46. 46 Certos acontecimentos que ocorrem em nossa vida são consequências de atos que nós mesmos praticamos. Se existe alguma influência, é por conta de nossas ações e não dos astros. Além do mais, as ações são totalmente individuais, ao passo que a que querem dizer que os astros possuem é coletiva, pois atinge milhares de pessoas ao mesmo tempo. Onde ficaria o nosso livre-arbítrio se para tudo estivesse predeterminado pelos astros?
  • 47. 47 10.7 – Conhecimento do futuro 868 – O futuro pode ser revelado ao homem? Em princípio, o futuro lhe é oculto e não é senão em casos raros e excepcionais que Deus permite a revelação. Comentários: A humanidade sempre teve um grande desejo de saber sobre o seu amanhã, curiosidades em saber o que Deus nos reserva. Assim como o passado não nos é revelado, exceto em situações raras e excepcionais, igualmente o futuro. Em regra, não temos acesso ao futuro por várias razões. O futuro depende do nosso hoje, portanto, muitas vezes o nosso amanhã ainda não está definido. Há um planejamento reencarnatório que pode acontecer em função das nossas atitudes hoje, se realmente fizermos aquilo que foi previsto fazer, mas podemos mudar as nossas escolhas. O nosso livre-arbítrio pode nos levar por outro caminho. Assim, o futuro inicialmente previsto não vai acontecer. O futuro pode ser alterado em decorrência do nosso hoje. Além disso, Deus não nos permite que saibamos do nosso amanhã, pois se soubéssemos não trabalharíamos mais por ele. “Isso vai acontecer de qualquer maneira, por que irei agir ou deixar de agir.” O conhecimento do futuro na condição de imperfeição que nos encontramos nem sempre seria benéfico. Porém em casos raros, excepcionais, em função do merecimento, da necessidade de cada um, esse futuro pode ser revelado. Temos informação de muitas pessoas que tiveram acesso a informações do futuro, como por exemplo, os médiuns proféticos que trouxeram profecias para toda a humanidade, os médiuns de pressentimentos que acessam informações futuras. Nós mesmos durante o desdobramento do sono acessamos informações futuras. Esse acesso não é algo que está disponível a todas as criaturas, a todo momento indistintamente. Embora todos em algum momento pode acessar esse futuro que não está aberto como um livro aberto que acessamos a hora que desejarmos. O passado de todos os Espíritos está mais ou menos escondido no subconsciente, de modo a permitir à alma andar mais livremente em busca do melhor. Se ele viesse à tona da mente LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo X: Lei de Liberdade
  • 48. 48 presente, é certo que perturbaria a vida atual, em face dos deslizes do Espírito nas leis espirituais. Conhecer o futuro, se ele se encontra escondido nas dobras do tempo, igualmente poderá nos interromper em nossa marcha de ascensão para o amanhã. O homem não está preparado para conhecer o seu próprio futuro; se por acaso fosse ele revelado antes do tempo, o Espírito reencarnado iria fazer todos os esforços para modificá-lo, e poderia atrapalhar sua caminhada, no que diz respeito ao aprendizado. 869 – Com que objetivo o futuro está oculto ao homem? Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade, porque seria dominado pelo pensamento de que, se uma coisa deve acontecer, não tem que se ocupar dela, ou então, procuraria dificultá-la. Deus não quis que fosse assim, a fim de que cada um concorresse para a realização das coisas, mesmo às quais gostaria de se opor. Assim, tu mesmo, frequentemente, preparas, sem desconfiar disso, os acontecimentos que sobrevirão no curso da tua vida. Comentários: Se soubéssemos que algo indesejado está previsto a acontecer no amanhã iríamos nos movimentar de alguma forma para evitar aquele acontecimento, aquela previsão que não nos agrada. Por outro lado, se fosse algo que nos agradasse talvez por achar que aquilo já está previsto e que vai acontecer de qualquer maneira não iríamos atrás para alcançar aquele objetivo, aquele sonho. Exemplo: Preparando para um concurso, tem-se a previsão de que vai ser aprovada, não se prepararia o suficiente, não se dedicaria para aquele mérito. Por isso a Espiritualidade dosa essas informações, permitindo somente aquilo que é necessário. Se todos os homens tivessem conhecimento do futuro, seria uma catástrofe nas suas vidas; eles iriam lutar para não passarem pelas provas que deveriam enriquecer suas experiências para a verdadeira felicidade. 870 – Visto que é útil que o futuro seja desconhecido, por que Deus, algumas vezes, permite a sua revelação? Ele o permite quando esse conhecimento prévio deve facilitar a realização da coisa em lugar de dificultá-la, obrigando a agir de modo diverso do que se faria sem esse conhecimento. Aliás, frequentemente, é uma prova. A perspectiva de um acontecimento pode despertar pensamentos mais ou menos bons; por