SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Prof. Olavo Lopes
Ecos (e lições) do Crash de 1929
As crises norte-americanas de 1929 e 2008 têm
muito em comum na sua origem.
Ambas começaram com o estouro de bolhas
especulativas, que tinham no entro a euforia
consumista da classe média, e cresceram graças
à falta de fiscalização do Estado sobre os
mercados.
Mas os 80 anos que nos separam do crash da
bolsa de NY ensinaram algo a governo e
investidores, e os efeitos desta vez não devem
ser tão devastadores nem duradouros.
1929 - Antecedentes
 Impulsionado por um vertiginoso crescimento
econômico, os anos 20 são de euforia nos EUA.
Com juros baixos e empréstimos fartos, o país
dobra a produção industrial e assiste à ascensão
da classe média.
 São essas pessoas que se sentem atraídas pela
facilidade para investir em ações. Os títulos
podem ser adquiridos a prazo, com uma entrada
de 10%, e renegociados a partir do pagamento
da primeira parcela. Isso leva os investidores a
assumir cada vez mais dívidas para aumentar
seus portfólios de ações.
O estopim e as bolsas
 Após atingir suas cotações máximas em
03/09/29, o preço das ações (que mais do que
dobrara desde 1925) começa a cair, ajustando-se
ao valor real das empresas. A venda maciça de
títulos continua até 29/10/29, “A TERÇA-FEIRA
NEGRA”, quando a desvalorização na bolsa de
NY atinge 20,4% - índice que só seria superado
em 1987.
 O pânico toma conta, pois milhares de famílias
empenharam todo o patrimônio em ações. Os
mais desesperados jogam-se dos altos prédios
de NY.
Conseqüências
 O mundo mergulha numa recessão conhecida
como a Grande Depressão, que dura 15 anos.
Empresas vão à bancarrota em profusão, 9 mil
bancos pedem falência. As linhas de crédito
quase desaparecem e a economia real é
fortemente afetada. Milhões perdem seus
empregos (25% da população).
 As importações de alimentos e matéria-prima
pelos EUA caem 70%. A produção industrial
encolhe 46%, assim como o PIB, arrastando
economias da América Latina, da Ásia e Europa.
 Surgem em todo mundo mecanismos de amparo
social, como seguros-desemprego.
Mecanismos de controle
 Os governos se limitam a controlar o câmbio e a
moeda. Não há dispositivos de defesa contra
altas e baixas acentuadas no mercado financeiro.
Pensamento econômico
 No início do século XX, a crença econômica é de
que a oferta pode criar a própria procura. Desde
que se produza, o mercado encontrará uma
forma de se auto-regular. Após o desastre de 29
(no qual o governo não interveio), ganham força
as teorias de John Keynes, que defendia a
intervenção do Estado, com investimentos
pesados em obras públicas para diminuir o
desemprego. Essa política passa a ser adotada a
partir de 1933, com Franklin Roosevelt na
presidência dos EUA.
E o Brasil?
 O país já vive uma crise com a baixa dos preços
do café (que representa mais de 60% das
exportações) causada por supersafras. Com os
maiores compradores mergulhados na pobreza, a
situação se agrava. Tentativas de controlar os
preços, como a queima do produto, fracassam.
 O impacto econômico do Crash de 29 é como
“água no fogo” no antigo sistema econômico,
precipitando a queda da Velha República e o
advento da industrialização do país.
2008 - Antecedentes
 Após anos de prosperidade, os EUA vivem um
momento de glória econômica, tendo a classe
média no centro.
 Desde o início da década, empréstimos
imobiliários e outros créditos de alto risco
(subprime) são concedidos a juros baixos a
pessoas com historio de maus pagadores.
Bancos vendem esses créditos a outros bancos e
usam o dinheiro para conceder mais
financiamentos.
 À medida que os bancos aumentam a oferta de
títulos baseado em hipotecas, as empresas de
crédito imobiliário também engordam suas
O estopim e as bolsas
 Sem dinheiro para quitar as dívidas, os clientes
começam a dar calotes em março de 2007,
derrubando a Bolsa de NY.
 O primeiro susto vem com os prejuízos do Banco
Bear Sterns em fundos de alto risco, anunciados
em junho do ano passado.
 O BC norte-americano adota medidas como
injetar dinheiro na economia, ajudar famílias e
reduzir a taxa de juros.
 Mas os grandes bancos têm prejuízos
significativos, como o Citigroup em novembro de
2007.
 O ápice é a quebra do Lehman Brothers,quarto
maior banco de investimentos dos EUA, em 15
de setembro. Neste dia, as principais bolsas do
mundo têm perdas bruscas. Em NY, de 4,42%.
Em SP 7,59%.
 Desde então, mais 25 instituições nos EUA e na
Europa quebram, recebem dinheiro público, são
nacionalizadas ou compradas por outras antes de
irem à bancarrota.
Conseqüências
 As conseqüências da atual crise não devem ser
tão devastadoras como em 1929, e a
recuperação deve vir em dois ou três anos.
 O crescimento negativo não deve superar 1% do
PIB.
 A contaminação da economia real, no entanto,
ainda é uma incógnita. Os primeiros efeitos são
retração do crédito, que deve frear investimentos
e levar a recessão.
Mecanismos de controle
 A intervenção ainda é mínima e a liberdade,
excessiva. A falta de fiscalização é apontada
como uma das causas da atual crise.
 Por outro lado, o governo tem mais instrumentos
para intervir, e maior compreensão do que é
necessário.
Pensamento econômico
 Vigora ainda o conceito de livre mercado. A
economia americana se baseia na interferência
mínima do Estado. Foi por isso que o Tesouro
não socorreu o Lehman,e é por isso que o pacote
de ajuda aos bancos foi rejeitado na Câmara dos
Deputados (01 semana depois foi aprovada).
E o Brasil?
 Resguardado por um sistema financeiro mais
rígido, em que a concessão de empréstimos e
mais criteriosa e exige mais garantias, o Brasil
não corre o mesmo risco dos EUA, mas deve
sentir a retração na importação.
 O maior problema deve ser a falta de crédito, já
que várias empresas (especialmente as
exportadoras) fazem empréstimos no exterior.
Como a crise afeta a minha
vida?
 Viajar para o exterior;
 Comprinhas em Libres (ARG) e Rivera (URU);
 Investir na bolsa;
 Os riscos aumentam;
 Produtos importados;
 Produtos de informática (+40%);
 Roupas (Nike, Adidas) qualquer artigo Made In
“PAÍS SUBDESENVOLVIDO”;
 Mercado de trabalho.
 Os investimentos são reduzidos (sem contratação,
sem concurso público.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

A origem do homem americano
A origem do homem americanoA origem do homem americano
A origem do homem americano
 
O golpe de 1964
O golpe de 1964O golpe de 1964
O golpe de 1964
 
Periodo entre guerras
Periodo entre guerrasPeriodo entre guerras
Periodo entre guerras
 
Roma
RomaRoma
Roma
 
07 revolução mexicana
07   revolução mexicana07   revolução mexicana
07 revolução mexicana
 
Brasil Contemporâneo - Prof. Medeiros
Brasil Contemporâneo - Prof. MedeirosBrasil Contemporâneo - Prof. Medeiros
Brasil Contemporâneo - Prof. Medeiros
 
2 governo geral
2 governo geral2 governo geral
2 governo geral
 
Séc xix o mundo em transformação - socialismo - liberalismo
Séc xix   o mundo em transformação - socialismo - liberalismoSéc xix   o mundo em transformação - socialismo - liberalismo
Séc xix o mundo em transformação - socialismo - liberalismo
 
Período Entre Guerras e Segunda Guerra
Período Entre Guerras e Segunda GuerraPeríodo Entre Guerras e Segunda Guerra
Período Entre Guerras e Segunda Guerra
 
3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
 
Imperialismo do século XIX
Imperialismo do século XIXImperialismo do século XIX
Imperialismo do século XIX
 
Grandes navegações
Grandes navegaçõesGrandes navegações
Grandes navegações
 
Monarquias nacionais
Monarquias nacionaisMonarquias nacionais
Monarquias nacionais
 
O imperialismo na Ásia e na África
O imperialismo na Ásia e na ÁfricaO imperialismo na Ásia e na África
O imperialismo na Ásia e na África
 
14 ditadura militar
14  ditadura militar14  ditadura militar
14 ditadura militar
 
Segundo reinado
Segundo reinadoSegundo reinado
Segundo reinado
 
Guerra Fria (2)- China e Cuba
Guerra Fria (2)- China e CubaGuerra Fria (2)- China e Cuba
Guerra Fria (2)- China e Cuba
 
1º ano - Reforma Religiosa
1º ano - Reforma Religiosa1º ano - Reforma Religiosa
1º ano - Reforma Religiosa
 
Colonização da América
Colonização da AméricaColonização da América
Colonização da América
 
Brasil república populista 1945 1964
Brasil república populista 1945 1964Brasil república populista 1945 1964
Brasil república populista 1945 1964
 

Semelhante a Crises de 1929 e 2008 comparadas

Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9Aléxia Fortes
 
Tainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexerTainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexerAlberto Santiago
 
Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008guest55f91d
 
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedores
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedoresOs dez anos de crise – ganhadores e perdedores
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedoresGRAZIA TANTA
 
A grande depressão
A grande depressãoA grande depressão
A grande depressãocattonia
 
Como surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundialComo surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundialletieri11
 
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB ConsultoresO Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB ConsultoresRonaldo Tenório
 
A resposta capitalista que estão a preparar para a crise
A resposta capitalista que estão a preparar para a criseA resposta capitalista que estão a preparar para a crise
A resposta capitalista que estão a preparar para a criseGRAZIA TANTA
 
4º crise financeirainternacionalunicamp
4º   crise financeirainternacionalunicamp4º   crise financeirainternacionalunicamp
4º crise financeirainternacionalunicampclaudio alfonso
 
O sistema financeiro, o primeiro ditador global 2
O sistema financeiro, o primeiro ditador global   2O sistema financeiro, o primeiro ditador global   2
O sistema financeiro, o primeiro ditador global 2GRAZIA TANTA
 

Semelhante a Crises de 1929 e 2008 comparadas (20)

CURSO DE ATUALIDADES INICIO
CURSO DE ATUALIDADES INICIOCURSO DE ATUALIDADES INICIO
CURSO DE ATUALIDADES INICIO
 
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
 
Tainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexerTainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexer
 
Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008
 
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedores
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedoresOs dez anos de crise – ganhadores e perdedores
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedores
 
2corsi12a19
2corsi12a192corsi12a19
2corsi12a19
 
A grande depressão
A grande depressãoA grande depressão
A grande depressão
 
G8 - Crise econômica
G8 - Crise econômicaG8 - Crise econômica
G8 - Crise econômica
 
Carta aos empresarios
Carta aos empresariosCarta aos empresarios
Carta aos empresarios
 
Como surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundialComo surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundial
 
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB ConsultoresO Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
 
Crise 1929
Crise 1929Crise 1929
Crise 1929
 
Crise de 1929
Crise de 1929Crise de 1929
Crise de 1929
 
A resposta capitalista que estão a preparar para a crise
A resposta capitalista que estão a preparar para a criseA resposta capitalista que estão a preparar para a crise
A resposta capitalista que estão a preparar para a crise
 
Economia 2008
Economia 2008Economia 2008
Economia 2008
 
Grupo 2
Grupo 2Grupo 2
Grupo 2
 
4º crise financeirainternacionalunicamp
4º   crise financeirainternacionalunicamp4º   crise financeirainternacionalunicamp
4º crise financeirainternacionalunicamp
 
O sistema financeiro, o primeiro ditador global 2
O sistema financeiro, o primeiro ditador global   2O sistema financeiro, o primeiro ditador global   2
O sistema financeiro, o primeiro ditador global 2
 
Crise 1
Crise 1Crise 1
Crise 1
 
Abismo Fiscal
Abismo FiscalAbismo Fiscal
Abismo Fiscal
 

Mais de Mario Lopes

Civilizações Americanas
Civilizações AmericanasCivilizações Americanas
Civilizações AmericanasMario Lopes
 
Civilizações Americanas
Civilizações AmericanasCivilizações Americanas
Civilizações AmericanasMario Lopes
 
Grécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaGrécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaMario Lopes
 
Grécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaGrécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaMario Lopes
 
Civilização Árabe
Civilização ÁrabeCivilização Árabe
Civilização ÁrabeMario Lopes
 
Civilização Árabe
Civilização ÁrabeCivilização Árabe
Civilização ÁrabeMario Lopes
 

Mais de Mario Lopes (8)

Civilizações Americanas
Civilizações AmericanasCivilizações Americanas
Civilizações Americanas
 
Civilizações Americanas
Civilizações AmericanasCivilizações Americanas
Civilizações Americanas
 
Guerra Fria
Guerra FriaGuerra Fria
Guerra Fria
 
Grécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaGrécia e Roma Antiga
Grécia e Roma Antiga
 
Grécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaGrécia e Roma Antiga
Grécia e Roma Antiga
 
Guerra Fria
Guerra FriaGuerra Fria
Guerra Fria
 
Civilização Árabe
Civilização ÁrabeCivilização Árabe
Civilização Árabe
 
Civilização Árabe
Civilização ÁrabeCivilização Árabe
Civilização Árabe
 

Último

Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfManuais Formação
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 

Último (20)

Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 

Crises de 1929 e 2008 comparadas

  • 1. Prof. Olavo Lopes Ecos (e lições) do Crash de 1929
  • 2. As crises norte-americanas de 1929 e 2008 têm muito em comum na sua origem. Ambas começaram com o estouro de bolhas especulativas, que tinham no entro a euforia consumista da classe média, e cresceram graças à falta de fiscalização do Estado sobre os mercados. Mas os 80 anos que nos separam do crash da bolsa de NY ensinaram algo a governo e investidores, e os efeitos desta vez não devem ser tão devastadores nem duradouros.
  • 3. 1929 - Antecedentes  Impulsionado por um vertiginoso crescimento econômico, os anos 20 são de euforia nos EUA. Com juros baixos e empréstimos fartos, o país dobra a produção industrial e assiste à ascensão da classe média.  São essas pessoas que se sentem atraídas pela facilidade para investir em ações. Os títulos podem ser adquiridos a prazo, com uma entrada de 10%, e renegociados a partir do pagamento da primeira parcela. Isso leva os investidores a assumir cada vez mais dívidas para aumentar seus portfólios de ações.
  • 4. O estopim e as bolsas  Após atingir suas cotações máximas em 03/09/29, o preço das ações (que mais do que dobrara desde 1925) começa a cair, ajustando-se ao valor real das empresas. A venda maciça de títulos continua até 29/10/29, “A TERÇA-FEIRA NEGRA”, quando a desvalorização na bolsa de NY atinge 20,4% - índice que só seria superado em 1987.  O pânico toma conta, pois milhares de famílias empenharam todo o patrimônio em ações. Os mais desesperados jogam-se dos altos prédios de NY.
  • 5. Conseqüências  O mundo mergulha numa recessão conhecida como a Grande Depressão, que dura 15 anos. Empresas vão à bancarrota em profusão, 9 mil bancos pedem falência. As linhas de crédito quase desaparecem e a economia real é fortemente afetada. Milhões perdem seus empregos (25% da população).  As importações de alimentos e matéria-prima pelos EUA caem 70%. A produção industrial encolhe 46%, assim como o PIB, arrastando economias da América Latina, da Ásia e Europa.  Surgem em todo mundo mecanismos de amparo social, como seguros-desemprego.
  • 6. Mecanismos de controle  Os governos se limitam a controlar o câmbio e a moeda. Não há dispositivos de defesa contra altas e baixas acentuadas no mercado financeiro.
  • 7. Pensamento econômico  No início do século XX, a crença econômica é de que a oferta pode criar a própria procura. Desde que se produza, o mercado encontrará uma forma de se auto-regular. Após o desastre de 29 (no qual o governo não interveio), ganham força as teorias de John Keynes, que defendia a intervenção do Estado, com investimentos pesados em obras públicas para diminuir o desemprego. Essa política passa a ser adotada a partir de 1933, com Franklin Roosevelt na presidência dos EUA.
  • 8. E o Brasil?  O país já vive uma crise com a baixa dos preços do café (que representa mais de 60% das exportações) causada por supersafras. Com os maiores compradores mergulhados na pobreza, a situação se agrava. Tentativas de controlar os preços, como a queima do produto, fracassam.  O impacto econômico do Crash de 29 é como “água no fogo” no antigo sistema econômico, precipitando a queda da Velha República e o advento da industrialização do país.
  • 9. 2008 - Antecedentes  Após anos de prosperidade, os EUA vivem um momento de glória econômica, tendo a classe média no centro.  Desde o início da década, empréstimos imobiliários e outros créditos de alto risco (subprime) são concedidos a juros baixos a pessoas com historio de maus pagadores. Bancos vendem esses créditos a outros bancos e usam o dinheiro para conceder mais financiamentos.  À medida que os bancos aumentam a oferta de títulos baseado em hipotecas, as empresas de crédito imobiliário também engordam suas
  • 10. O estopim e as bolsas  Sem dinheiro para quitar as dívidas, os clientes começam a dar calotes em março de 2007, derrubando a Bolsa de NY.  O primeiro susto vem com os prejuízos do Banco Bear Sterns em fundos de alto risco, anunciados em junho do ano passado.  O BC norte-americano adota medidas como injetar dinheiro na economia, ajudar famílias e reduzir a taxa de juros.  Mas os grandes bancos têm prejuízos significativos, como o Citigroup em novembro de 2007.
  • 11.  O ápice é a quebra do Lehman Brothers,quarto maior banco de investimentos dos EUA, em 15 de setembro. Neste dia, as principais bolsas do mundo têm perdas bruscas. Em NY, de 4,42%. Em SP 7,59%.  Desde então, mais 25 instituições nos EUA e na Europa quebram, recebem dinheiro público, são nacionalizadas ou compradas por outras antes de irem à bancarrota.
  • 12. Conseqüências  As conseqüências da atual crise não devem ser tão devastadoras como em 1929, e a recuperação deve vir em dois ou três anos.  O crescimento negativo não deve superar 1% do PIB.  A contaminação da economia real, no entanto, ainda é uma incógnita. Os primeiros efeitos são retração do crédito, que deve frear investimentos e levar a recessão.
  • 13. Mecanismos de controle  A intervenção ainda é mínima e a liberdade, excessiva. A falta de fiscalização é apontada como uma das causas da atual crise.  Por outro lado, o governo tem mais instrumentos para intervir, e maior compreensão do que é necessário.
  • 14. Pensamento econômico  Vigora ainda o conceito de livre mercado. A economia americana se baseia na interferência mínima do Estado. Foi por isso que o Tesouro não socorreu o Lehman,e é por isso que o pacote de ajuda aos bancos foi rejeitado na Câmara dos Deputados (01 semana depois foi aprovada).
  • 15. E o Brasil?  Resguardado por um sistema financeiro mais rígido, em que a concessão de empréstimos e mais criteriosa e exige mais garantias, o Brasil não corre o mesmo risco dos EUA, mas deve sentir a retração na importação.  O maior problema deve ser a falta de crédito, já que várias empresas (especialmente as exportadoras) fazem empréstimos no exterior.
  • 16. Como a crise afeta a minha vida?  Viajar para o exterior;  Comprinhas em Libres (ARG) e Rivera (URU);  Investir na bolsa;  Os riscos aumentam;  Produtos importados;  Produtos de informática (+40%);  Roupas (Nike, Adidas) qualquer artigo Made In “PAÍS SUBDESENVOLVIDO”;  Mercado de trabalho.  Os investimentos são reduzidos (sem contratação, sem concurso público.