O documento resume informações sobre o Oriente Médio, incluindo a localização e origem dos árabes, aspectos da sociedade como a posição da mulher, o terrorismo e a xenofobia na região. Também discute a religião, política e a Primavera Árabe.
Oriente Médio: Uma introdução à região, sua história e cultura
1.
2. Prezado leitor,
O trabalho a seguir foi realizado em conjunto da nossa turma para a disciplina de
História, com o objetivo de compartilhar nossos aprendizados e descobertas
sobre o Oriente médio, bem como seus aspectos fundamentais. Apesar de termos
nos dedicado ao máximo, ninguém é imune aos erros, por isso deixamos um
email para contato com nosso professor orientador, além de eventuais correções,
também incentivamos o envio de críticas, dúvidas e o debate de ideias a respeito
dos temas abordados.
Forte abraço e Salaam Aleikum,
Turma 102
e-mail para contato: marioolavo@ilv.com.br
3. Localização
Os Árabes são um grupo semita (o termo semita designa um conjunto linguístico
composto por vários povos), nativos principalmente do Oriente Médio e da África
Setentrional, originário da península Arábica, que é constituída majoritariamente
por regiões desérticas.
A península Arábica, ou Arábia, localiza-se no sudoeste da Ásia. É a terra natal
do povo árabe e também o berço do islamismo. A Arábia Saudita detém cerca de
quatro quintos do território da península.
4. Origem
Árabes são de origem semita, tendo origem em tribos nômades da região
desértica da Península Arábica (hoje Arábia Saudita). Estas tribos, em sua
maioria, descendem de povos Ismaelitas (descendentes de Ismael).
Com o domínio dos impérios: Babilônico, Persa, Grego e Romano, os povos do
oriente médio foram postos em igualdade, nações como os Elamitas, Moabitas,
Amorreus, Edomitas, Amoritas, Caldeus, Sírios, Filisteus e demais povos da
região (incluindo até mesmo parte dos Judeus), foram exterminados ou
incorporados como um só povo o qual adotou a língua Arábica.
9. Sociedade
Até o século VI
Os árabes viviam em
tribos, e por conta disso,
não havia um Estado
centralizado.
Havia tribos nômades de
beduínos no interior da
península e que viviam de
comércio e pastoreio.
Eram comuns as brigas por rotas comerciais
ou posse de oásis, assim como os ataques
às caravanas que levavam alguns artigos
que eram comercializados.
Começaram a erradicar cidades, as quais
podemos citar: Latribe, Taife e Meca. Meca
era a mais destacada, principalmente por
conta da importância religiosa.
10. Sociedade
O desenvolvimento da sociedade teve maior força após a criação do Islamismo
por Maomé.
A sociedade árabe é caracterizada como patriarcal (em que a figura
masculina tem o poder dentro da família, tendo a maior influência na sociedade) e
possui uma grande diversidade de culturas. É uma sociedade que teve muita
manifestação na arte, literatura e arquitetura (como palácios e mesquitas).
→ Há uma crença na sociedade que é denominada “Jihad”. Essa crença é uma
luta santa contra os que não tem como religião o islamismo, que é predominante
na região.
11. Mulheres no Mundo Árabe
- A participação feminina na economia e na política é reduzida ou quase nula;
- Pelo fato das mulheres terem exercido um papel bem importante nas revoltas
que marcaram as deposições de Hosni Mubarak (militar e político egípcio,
presidente da República Árabe do Egito de 1981 até 2011) e Mohammed
Morsi (político do Egito, 5º presidente de seu país de 2012 até 2013),
acreditou-se que elas seriam as principais beneficiárias das mudanças
políticas no país, porém isso ainda não ocorreu.
12. Mulheres no Mundo Árabe
- O assédio sexual ainda é uma realidade na vida das mulheres árabes. Várias
vítimas possuem medo de registrar ocorrência por conta do pensamento da
sociedade em relação ao assunto. Segundo alguns dados divulgados pela
Reuters (Agência de notícias), estima-se que 99,3% das mulheres já sofreu
algum tipo de assédio sexual no Egito, por exemplo. A seguir, estão alguns
países árabes que foram listados como os piores para as mulheres viverem,
devido a aspectos que impactam negativamente a vida das cidadãs.
13. Mulheres no Mundo Árabe
- Três mulheres, uma iemenita e duas liberianas, ganharam o Nobel da Paz
pela luta a favor dos direitos das mulheres em 2011. Seus nomes eram
respectivamente Tawakull Karman (que era jornalista e ativista), Ellen
Johnson (que era presidente da Libéria) e Leymah Bbowee (que era uma
militante);
- Na Arábia Saudita, as mulheres são proibidas de viajar para fora do país sem
ter a presença ou permissão de um homem da família, usar a roupa que
quiserem, abrir alguma conta bancária e precisam ter a autorização de um
parente homem se quiserem fazer qualquer curso superior;
- Devem esconder o corpo com roupas longas e usar um véu, pois “sua beleza
só pertence ao marido e outros homens não podem a ver”.
15. Malala Yousafzai
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai ficou mundialmente conhecida por
ter sido a pessoa mais nova a receber um Prêmio Nobel. Ela é um exemplo de
pessoa que defende o direito das mulheres e do acesso à educação na região em
que nasceu.
A história de Malala envolve superação, pois aos 15 anos, na tarde de 9 de
outubro de 2012, ela levou um tiro na cabeça enquanto estava em uma van
escolar. O atirador a chamou pelo nome e disparou em frente a todos.
O motivo teria sido a desobediência em relação às ordens do grupo Talibã,
que proibiu, em 15 de janeiro de 2009, 50 mil meninas de estudar em Swat,
região do Paquistão.
16. Malala Yousafzai
A revista New York Times publicou uma reportagem sobre Malala na mesma
época em que o Talibã deu as ordens. Segundo Malala, ela não se calaria diante
do grupo e estudaria, mesmo sendo proibido. Assim, as perseguições
começaram.
Após conseguir sobreviver ao ataque, a história de Malala se espalhou por
vários lugares. Ela teve que sair do país com sua família e foi para o Reino Unido,
onde seguiu estudando.
18. Terrorismo
Terrorismo: atos violentos cometidos por pessoas ou grupos para
causar medo e danos materiais a um estado ou uma população.
A denominação “terrorismo islâmico”, “terrorismo islamista” ou “terrorismo
jihadista” faz referência a um terrorismo religioso cometido por pessoas que são
extremistas islâmicas. Seu principal objetivo é atingir metas políticas e religiosas.
Principais grupos terroristas: Estado Islâmico, Boko Haram, Talibam e
Al-Qaeda.
Esses quatro grupos foram responsáveis por 74% das mortes causadas por
terrorismo em 2015.
19. Terrorismo
Mas por que esse tipo de conflito ocorre?
A resposta se encontra nas interpretações do alcorão (livro sagrado do islã),
Hádices (documento com leis e histórias sobre a vida de Maomé) e da Xaria
(direito islâmico), que são extremas.
Com essas interpretações extremas, dá-se a entender que deve haver uma
retaliação pela jihad contra as pessoas que não seguem a religião e contra alguns
muçulmanos autoproclamados, pois eles teriam violado a lei islâmica e seriam
infiéis.
20. Ataque suicida
Uma das características mais marcantes dos ataques terroristas é o uso de
homens-bomba em várias situações. Esse ataque suicida é definido como uma
operação bélica na qual quem ataca acaba morrendo.
Houve casos em que crianças foram utilizadas pelo Estado Islâmico, como
ocorreu no ano de 2016, em Kirkuk, capital do Curdistão iraquiano.
Um garoto, que não teve a identidade revelada, estava vestido com uma
camiseta de futebol do Lionel Messi, com um cinto de explosivos debaixo dela.
Ele acabou despertando a atenção dos soldados e foi desarmado, assim, sendo
impedido de realizar o ataque. Ao ser detido, disse que havia sido obrigado a
realizar tal ato e não parava de chorar.
22. A xenofobia
Muitas vezes, é comum algumas pessoas relacionarem os árabes ao
terrorismo, por estarem localizados em uma região com forte presença desse
tipo de conflito.
A xenofobia está muito presente nos Estados Unidos (que se intensificou
por conta dos ataques que ocorreram no passado - ataque do dia 11 de
setembro), Canadá, Brasil, Europa e Israel. Essa discriminação também pode
ocorrer por conta da diferença cultural e religiosa.
23. A xenofobia
A mídia acaba muitas vezes colaborando para que mais pessoas tenham
uma visão equivocada a respeito dos árabes e dos muçulmanos. Um bom
exemplo disso são as chamadas “câmeras escondidas”.
Várias foram as vezes em que usaram a imagem de um muçulmano para
representar um terrorista.
Nessas câmeras escondidas, um homem com trajes típicos da cultura árabe
se aproxima de pessoas aleatórias e joga uma mochila próxima a elas, dando a
entender que há uma bomba dentro. Apesar de parecerem brincadeiras
inocentes, acabam influenciando no pensamento e fazem com que a xenofobia
passe despercebida.
26. LEGENDA DO MURAL
Imagem 1: Jihadista;
Imagem 2: Representação de Maomé / Islamismo;
Imagem 3: Religiosos realizando uma prece;
Imagem 4: Mulher árabe com o véu, o qual deve ser usado em respeito à
tradição;
Imagem 5: Taj Mahal, considerado como Patrimônio da Humanidade pela
UNESCO e considerado uma das sete maravilhas do mundo. Fica na Índia.
Imagem 6: Caaba, lugar mais sagrado para o islmamismo e para onde os
seguidores da religião se dirigem para fazer suas preces.
27. Religião
A maior parte dos árabes são seguidores do islã, religião que surgiu na Península
Arábica no século VII, baseada nos ensinamentos de Maomé. As duas fontes
fundamentais da doutrina e da prática da religião são o Alcorão e a Sunna.
28. A Política no Oriente médio
A região apresenta um espectro político conturbado,tendo um extenso histórico de
regimes ditatoriais e conflitos militares.Apesar de muitas diferenças entre si,os
países do Oriente médio apresentam certos padrões quando se fala em sistema
de governo,como veremos abaixo:
Regimes ditatoriais: Sendo caracterizados pela presença de uma família ou pessoa por muitos
anos,geralmente usando da violência e opressão para se manterem no poder. Desde 2011(quando
inicia-se a Primavera árabe) mais e mais regimes vêm caindo, atualmente podemos citar a
Síria(controlada por Bashar Al-Assad e Egito(sob governo militar) como ditaduras.
img1: Protesto contra
Bashar Al-Assad
Img2: Confronto entre
polícias e manifestantes
sírios
29. A Política no Oriente médio
Monarquias: Muitos países mantêm Sheiks no poder até hoje funcionando como Monarquias
parlamentaristas ou presidencialistas,como Arabia Saudita,que é uma monarquia parlamentarista,
Omã,que muitos caracterizam como uma monarquia totalitária, e Bahrein. Pouco mudou nesses países
pós Primavera árabe,com exceção de Bahrein,que tem feitos julgamentos em massa desde o fim dos
protestos.
img1: Sheik saudita em
seu palácio
img2: Palácio do Sultão, Bahrein
30. A Política no Oriente médio
Governos instáveis: Iraque,Afeganistão,Iêmen,Líbano e Jordânia,se apresentam publicamente
Repúblicas,porém divisões político religiosas,bem como a vontade de líderes locais e a presença de
milícias,têm danificado os processos eleitorais e aumentado as tensões nesses países.Apesar de muitos
movimentos para opressão popular nenhum desses países pode ser considerado uma ditadura,por
enquanto.
Emirados Árabes Unidos: Por via de regra é uma monarquia absolutista,mas possui diferenças chave das
demais monarquias da região(ver slide 22)
Democracias estáveis: Apesar da situação de conflito constante,primariamente com o Irã, Israel é
considerada a democracia mais estável do Oriente Médio
Img1:Parlamento israelense
Img2: Soldados talibãs no
Afeganistão
31. A Política no Oriente médio
Teocracias: Apesar da forte influência,até mesmo em questões de estado, da fé muçulmana na região, o
único país que se declara abertamente uma Teocracia é o Irã,que apesar da presença de um presidente
eleito por sufrágio popular, o detentor de maior poder dentro do país é um líder islâmico,ao qual eles se
referem como Aítola.
Img1: Atual Aiatolá supremo, Ali
Khamenei.
Img2: Protestos pró
Khomeini,primórdios da teocracia no Irã
32.
33. A primavera árabe
Conhecida por trazer um novo suspiro de democracia para o “mundo árabe”, a
Primavera árabe foi uma série de protestos em favor da democracia que iniciarem
em 2010, na Tunísia, e se espalhou para muitos países da África e Oriente médio.
Devido ao enfoque do trabalho falaremos apenas dos países da última região
citada:
-Líbia: Conhecida por ter a revolução mais sangrenta, a Revolução Líbia começou pouco depois das
manifestações na Tunísia e incitou a queda do então ditador Muammar Khadafi,devido a situação
calamitosa houve a intervenção de tropas de paz da ONU
-Egito: Podendo ser chamada de Dias de Fúria, Revolução de Lótus ou Revolução do Nilo. Os protestos
egípcios que derrubaram o longo regime de Hosni Mubarak iniciaram em Janeiro de 2011 e duraram até
o fim do ano
34. A primavera árabe
-Síria: Os protestos de 2010 evoluíram para um guerra civil aberta entre as forças do governo Bashar
Al-Assad,cuja a família se mantém no poder a mais de 46 anos, e rebeldes antigoverno. Denúncias de
violações dos direitos humanos e uso de armas químicas por parte das forças governistas se tornaram
recorrentes na região. Esse ano a guerra civil no país completou 10 anos
-Bahrein: A reação esmagadora do governo aos primeiros indícios de protestos na capital impediram que
o movimento se espalhasse pelo país e a estimativa de mortes em confrontos com a polícia ultrapassa
uma centena. Devido a ação repressiva o governo se mantém estável, após os protestos julgamentos
em massa expulsaram opositores às centenas do país.
-Iêmen: Os protestos de 2010 forçaram o governo a decretar o fim da ditadura de Ali Abdullah
Saleh,com registros de poucos conflitos entre governo e manifestantes, apesar da instauração de uma
democracia no país, a situação política segue tensa.
35. A primavera árabe
-Jordânia: Os protestos no país começaram em 2012, clamando a saída do Rei Abdullah II, apesar do rei
ter se mantido no poder o governo anunciou novas eleições em 2013,desde de então o maior partido do
país a Irmandade Muçulmana tem promovido boicotes a eleições,justificando com casos comprovados de
fraudes eleitorais e compras de votos
-Omã: Diferente dos demais países, os protestos em Omã clamavam por melhores condições de vida
para seus habitantes. Para evitar o crescimento das manifestações o sultão Qaboos bin Said promoveu
reformas políticas e promoveu as primeiras eleições municipais em 2012. Porém grupos sindicais e
movimentos anti governo tem promovido graves e novos protestos desde 2013,apesar de poucos
confrontos com as autoridades a situação só tem crescido nos últimos anos.
36. Cultura
A cultura árabe surgiu na Península Arábica, e o povo semita veio de Ismael, o
filho ancestral de Abraão. As figuras mais representativas são os nômades
beduínos, que vivem em áreas desérticas e dependem principalmente do gado
para seu sustento. Porém, com a formação do Império Árabe no século 7 d.C, a
cultura e a religião islâmicas se espalharam pela península, mudando os
costumes desses nômades. Portanto, o Islã e a língua se tornarão a base do
processo de "arabização" no Norte da África.
37. INFLUÊNCIA ÁRABE NO BRASIL
Os primeiros traços da cultura árabe no Brasil chegaram com os portugueses, por
influência dos quase oito séculos de dominação árabe na Península Ibérica. Os
colonizadores trouxeram heranças da língua, da culinária, da música, da medicina
e farmacologia, das técnicas agrícolas e da arquitetura.
Alguns elementos presentes no nosso dia a dia como a pimenta, o cravo e canela
e a noz-moscada, que ressaltam o sabor da nossa culinária, são marcas da
cultura árabe.
Algumas regiões brasileiras com maior concentração de árabes e seus
descendentes são: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.