Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Ncs4bim2013
1. Noções de Ciências Sociais
4º bimestre
OS DESAFIOS DO NOVO SÉCULO
As patologias sociais modernas [Pobreza; Minorias e
Exclusão]
Reconhecimento e valorização das diferenças e
diversidades
Questões de gênero, etnias e raça no mundo atual
História e cultura afro-brasileira e africana
Responsabilidade Individual e Empreendedorismo
3. A vida social e
cultural está em
movimento...
provocando
deslocamentos
inovações
conceituais...
hoje vivemos em um movimento
entre a
modernidade e a
contemporaneidade
Transformações como a
globalização
provocam colapso
nas estruturas estatais, nas
comunidades nacionais...
Produzem IDENTIDADES
GLOBALIZADAS...visíveis...
• capitalismo global
• convergência de culturas
> DIVERSIDADE
• homogeneidade de consumo
• distanciamento da cultura
local
• resistências...
> MINORIAS
migrações > remodelação das sociedades > PLURALIDADE
Contestações > DESIGUALDADES >
DESESTABILIZAÇÕES...
Segmento da população
que por alguma
característica está em
situação de exclusão
4. colapso de ideologias, de posições políticas...
conflitivas étnicas ou religiosas...
multiculturalismo
• troca de valores
• fragmentação / velocidade
• movimentos nacionalistas
• comunidade reconstituída
É efeito de
deslocamento.
Possibilidade
de convivência
com e na
diferença.
Mistura de
aspectos de
diversas
culturas...
5. INCLUSÃO EXCLUSÃO
Racionalidade dualista
Lógica classificatória
Diferença quantitativa
ESTRATÉGIAS DE
EXCLUSÃO
Reconhecimento da
exclusão
Absorção da
DIFERENÇA
como fonte de
diversidade,
heterogeneidade
e hibridismo
de forma enriquecedora
RELAÇÕES DE
PODER
Deslocamento
progressivo e
diferentes modos de
relacionamento:
TOLERÂNCIA
ACEITAÇÃO
NEGAÇÃO
RESPEITO
DESPREZO
INCLUSÃO
6. As diferenças sociais não são aquelas determinadas pela
natureza, e sim as criadas pela sociedade.
• Exemplo de diferenças naturais é o fato de uma pessoa
nascer branca e outra, negra. Mas são exemplos de diferenças
sociais, a exclusão social por racismo e a escravização de
pessoas pelo fato de serem negras.
Sempre fomos uma sociedade de poucos nobres e muitos
trabalhadores, o que com o passar dos séculos resultou numa
profunda desigualdade social e econômica.
Hoje há uma desumana concentração de renda que
submete milhões de brasileiros a viver abaixo da linha da
pobreza, deixando-os vulneráveis à marginalidade, à
violência e à precariedade educacional e higiênica
7. COMO SURGIU A DESIGUALDADE SOCIAL?
• A desigualdade social surgiu com a sedentarização
do homem.
• Quando o homem deixou de ser nômade e passou
a apropriar-se do solo e viver basicamente da
agricultura, surgiram as diversidades na
produção e, conseqüentemente, uns passaram a
ter mais que outros.
8. • A fixação ao solo provocou desigualdades de riqueza
devidas às partilhas sucessórias, diferenças de
fertilidade, acidentes meteorológicos, eficácia no
trabalho e quantidade de mão-de-obra.
• E ainda, os sedentários tinham mais conforto e mais
alimentos disponíveis que os nômades.
• Essas diferenças vão acentuar-se fortemente no
decorrer da história.
9. O povo brasileiro enfrenta diariamente a miséria, a
exploração laboral, a violência urbana, injustiças sociais,
sonegação de direitos fundamentais, precariedade nos
serviços públicos, o descaso das autoridades competentes,
a corrupção explicita e a revoltante impunidade.
Esse quadro é no mínimo revoltante (mas não o bastante
a ponto de tomarmos alguma atitude).
Acreditamos ser essa apatia política, a principal causa da
situação na qual nosso país se encontra.
10. discriminação das minorias
Na sociedade diversos grupos sociais
minoritários (grupos étnicos, religiosos, sexuais,
políticos e regionais) buscam espaço social e
geográfico e a sua identidade social e cultural.
Passam então a se organizar para defender seus
interesses, ressaltando suas particularidades.
11. discriminação das minorias
Os grupos sociais minoritários sentindo-se excluídos,
tiveram a necessidade de afirmar a sua própria
identidade e passaram a reivindicar seus direitos e
contestar as normas sociais, organizando
movimentos de cunho social, político, sexual,
religioso, racial, conferindo um novo sentido à noção
de cidadania.
13. minorias organizadas
a luta dos homossexuais pela legalização
do casamento entre pessoas do mesmo
sexo;
os sem-teto que invadem áreas urbanas
para obter uma habitação;
grupos feministas que exigem igualdade
de condições de trabalho e de salário para
as mulheres em relação aos homens;
grupos indígenas que reivindicam a
demarcação de suas terras.
14. Pode a maioria ser minoria?
Você já ouviu falar em
MINORIAS MAJORITÁRIAS ?
É possível uma minoria ser formada pela
maior parte da população?
Apesar de parecer contraditório, o que é
levado em consideração nesse caso é o
PODER.
15. discriminação das minorias
AS MINORIAS MAJORITÁRIAS OCUPAM
NA ESTRUTURA DE PODER UMA
POSIÇÃO DE SUBORDINAÇÃO
PERANTE A MINORIA AUTORITÁRIA
E PODEROSA.
É o “teto de vidro” em ação!
16. Grupos Sociais
Minoritários: discriminação
das minorias
C O M R E L A Ç Ã O À S D I S C R I M I N A Ç Õ E S D A S M I N O R I A S ,
F I C A O E X E M P L O E A A T I T U D E D A E D U C A D O R A J A N E
E L L I O T .
17. Grupos Sociais
Minoritários: discriminação
das minorias
DESDE 1968, QUANDO GANHOU UM EMMY
PELO DOCUMENTÁRIO “THE EYE OF THE
STORM”, A EDUCADORA AMERICANA JANE
ELLIOT DEDICA-SE À REALIZAÇÃO DE
WORKSHOPS, ONDE ELA APLICA UM
EXERCÍCIO DE UM DIA DE DISCRIMINAÇÃO
A UM GRUPO DE PESSOAS. O
DOCUMENTÁRIO OLHOS AZUIS CONTA A
EXPERIÊNCIA DE UM DESSES
WORKSHOPS.
18. Grupos Sociais
Minoritários: discriminação
das minorias
OS PARTICIPANTES SÃO EXPOSTOS A UM
EXERCÍCIO DE DISCRIMINAÇÃO BASEADO
NA COR DOS SEUS OLHOS.
OS PARTICIPANTES DE OLHOS AZUIS SÃO
MARCADOS COM UM COLAR E SÃO
IDENTIFICADOS COMO O GRUPO
INFERIOR.
TODOS OS ESTEREÓTIPOS NEGATIVOS
QUE GERALMENTE SÃO APLICADOS A
MULHERES, NEGROS, HOMOSSEXUAIS...
POR HOMENS E PESSOAS BRANCAS SÃO
APLICADOS A ELES.
19. OS QUE NÃO POSSUEM OLHOS AZUIS SÃO
DESIGNADOS COMO SUPERIORES E SÃO
INCENTIVADOS A DISCRIMINAR OS "OUTROS",
CHAMADOS DE FORMA DEPRECIATIVA DE
"OLHINHOS AZUIS".
DURANTE ESTE PERÍODO, OS OLHOS AZUIS
SÃO CRITICADOS, TRATADOS COMO
INFERIORES, E TUDO É ATRIBUÍDO
SOMENTE À COR DOS SEUS OLHOS.
FRASES DO TIPO: "ISSO SÓ PODIA VIR DE
UM OLHO AZUL MESMO", OU "SEU
OLHINHO AZUL" SÃO PROFERIDOS PELO
INSTRUTOR E PELOS PARTICIPANTES
MARCADOS COMO SUPERIORES.
20. Grupos Sociais Minoritários:
discriminação das minorias
MUITOS QUESTIONAM O MÉTODO
CLASSIFICANDO-O COMO "CRUEL" E
"DESUMANO" (ESPECIALMENTE PORQUE ELA
O APLICA EM CRIANÇAS DA ESCOLA EM QUE
ELA ENSINA).
21. A professora já tem a resposta e
leva o espectador a refletir:
se um dia, um único dia de discriminação
causa tamanho efeito em uma pessoa, o que
dizer de uma vida inteira cercada pelo
preconceito? Como uma criança que é
discriminada desde o momento do seu
nascimento pode competir em igualdade
com outra que é estimulada, amada e
incentivada? Isso não é cruel? Não é
totalmente desumano?
22. Grupos Sociais Minoritários:
discriminação das minorias
FICA COMO SUGESTÃO ASSISTIR OS VÍDEOS
DE JANE ELLIOT COM A DINÂMICA DOS
OLHOS AZUIS NO YOUTUBE NO LINK:
HTTP://YOUTUBE.COM/WATCH?V=4EC22ME
4CQW&FEATURE=RELATED
23. Aula de discriminação
Experiência fora do comum feita por uma professora
de ensino fundamental no Canadá mostrou como as
crianças podem assimilar rapidamente atitudes de
discriminação. Durante aula para alunos de
aparentemente 9 anos, ela afirmou que, segundo
estudos científicos, os estudantes mais baixos são
superiores, mais rápidos e inteligentes , e as mais
altas são desajeitadas e preguiçosas. Com base na
altura, ela dividiu a turma: os que tinham mais de
1,34 metro tiveram de vestir um colete vermelho
24. Aos baixinhos foram dados privilégios, como sair antes
para o intervalo. Eles também eram estimulados com
elogios enquanto resolviam exercícios no quadro.
A partir das atitudes da professora, os alunos altos se
sentiram rebaixados, e os mais baixos passaram a
tratá-los mal, dizendo “Ah, ele é alto”, em tom de
xingamento.
No dia seguinte, ela virou o jogo e fez com que se
invertessem os papéis.
25. Algumas crianças de nove anos de idade entenderam que
era tudo um jogo, mas para os demais acabou por ser uma
experiência muito poderosa.
Poucas crianças apoiaram os injustiçados, entre elas uma
garotinha que disse não precisar de privilégios. Ela estava
triste porque todos os seus amigos eram altos.
Vale a pena ver o vídeo, lançado em 2006 que é
comovente. Ele nos dá condições de entender melhor os
preconceitos e mostra os efeitos maléficos da
discriminação no comportamento de quem a sofre.
Vocês devem assistir pela internet e responder um
exercício sobre ele.
ACESSEM http://bitly.com/umalicaodediscriminacao
27. ...e a outra metade não dorme com medo da que não come.”
Josué de Castro
28. questão racial: uma agenda presente
Dimensão demográfica:
Brasil: 45% da população negra (pretos e pardos);
Maior população negra fora da África;
O Brasil tem a segunda população negra do mundo,
sendo a primeira da Nigéria.
29. questão racial: uma agenda presente
Dimensão social:
País de grandes desigualdades e de baixa mobilidade
social;
A população negra apresenta piores índices de acesso
a bens e serviços públicos e está superepresentada
nas camadas mais pobres;
A desigualdade racial não é mera expressão das
desigualdades socioeconômicas, é um fator
estruturante destas desigualdades.
30. Lei 12.288/2010
Do ponto de vista legal, para o
combate às desigualdades raciais,
uma grande conquista do negro no Brasil,
foi a aprovação, em 2010, do
Estatuto da Igualdade Racial
31. “ N A L U T A C O N T R A O R A C I S M O , O S I L Ê N C I O
É O M I S S Ã O ”
32. RACISMO: Doutrina que prega uma suposta
superioridade de raças.
Racismo é crime previsto no Constituição Federal, art. 5º, inciso XLII:
“ a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão nos termos da lei .”
33. História e cultura
afro-brasileira
Historicamente a população negra no Brasil foi
colocada à margem da sociedade.
A população negra historicamente é alvo de
racismo e de mecanismos de exclusão social.
Esta marginalidade foi sustentada por teorias
racistas elaboradas no século XIX visando forjar o
discurso de superioridade racial.
Por isso, faz-se necessário buscar alternativas
políticas e sociais de superação dessas
desigualdades.
34. História e Cultura Afro-Brasileira
Lei 12.288/2010 e outros dispositivos legais
tornam obrigatório o
Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
como conteúdos a serem inseridos em todas as
disciplinas do currículo escolar, bem como,
realizar discussões visando a
Educação das Relações Étnico-Raciais
na pluriétnica sociedade brasileira.
35. História e Cultura Afro-Brasileira
Cabem então as seguintes indagações:
De que maneira se encaminhou a luta contra o
racismo, o preconceito e a discriminação no Brasil?
Quais as políticas formativas e as ações afirmativas
desenvolvidas?
36. ações afirmativas
Ações afirmativas constituem políticas de
combate ao preconceito e à discriminação
mediante a promoção ativa da igualdade
de oportunidades para todos,
criando meios para que as pessoas
pertencentes a grupos socialmente
excluídos possam competir nas mesmas
condições na sociedade.
37. ações afirmativas
Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010),
Leis como Maria da Penha (Lei 11.340/2006),
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003),
Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.069/1990),
Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes
egressos de escolas públicas nas instituições públicas
federais de educação superior,
Lei que determina sanção às práticas discriminatórias
em razão da orientação sexual das pessoas.
38. Quais são as conquistas?
O marco legal estimulou e garantiu força e
legitimidade às iniciativas no país.
Mais força à diversidade e visibilidade de
experiências de educadores nas escolas.
A entrada de outros atores em cena.
A criação de coordenadorias no MEC.
O acúmulo de reflexão/produção de conhecimentos e
práticas dos negros.
40. mito da democracia racial
Criação, em nosso país, do mito da Democracia
Racial onde as três etnias (a branca, a negra e a
indígena) vivem em harmonia, de modo pacífico e
tolerante;
O mito da Democracia Racial encobriu as
desigualdades e as discriminações sofridas pela
população não-branca através de gerações;
41. Relações Raciais no Brasil
Estudos “científicos” (Lombroso) que
comprovavam a necessidade de implantação de
políticas de cunho eugênico e migratório contriburam
para o fortalecimento do racismo brasileiro.
Construção de representação social calcada em
estereótipos racistas que constitui uma imagem
negativa da população negra, associada à violência, à
preguiça, à lascividade, à falta de caráter e ética.
42. Relações Raciais no Brasil
Em 1999 tem inicio processo contra o racismo, a
partir da revisão das deliberações da ONU;
Após a III Conferência contra o Racismo, a
Discriminação Racial, Xenofobia e Formas
Correlatas de Intolerância (Durban, 2001),
o debate em torno das relações raciais e do
enfrentamento do racismo toma novos rumos.
No Brasil surgem as primeiras iniciativas
governamentais contra o racismo.
44. “pobreza de renda” e
“pobreza política”
Negros e índios no Brasil sofrem de
“pobreza de renda” e “pobreza política”.
Estão sub-representados em espaços de poder.
Esta sub-representação é prejudicial ao avanço do
processo democrático e ao desenvolvimento do país,
dificulta o acesso às políticas públicas.
Não participação no poder.
45. Negros no primeiro escalão
do governo federal
Sarney
(1985- 1989) – um negro
Collor
( 1990-1992) – nenhum
Itamar
(1992-1994) – nenhum
FHC
(1995-2002) – um negro
Lula
(2002-2010) – cinco negros
46. Raça
não é um conceito biológico. Porém, este conceito é
aceito como categoria de análise em diversas áreas
e tem pleno uso político, social, jurídico e
econômico .
RAÇA pode ser definida como grupo ou categoria
de pessoas conectadas por uma origem comum,
cujo significado está influenciado pelas regras e
códigos sociais de um determinado tempo
histórico, pelos grupos sociais considerados e
pelo espaço físico e simbólico que ocupam.
47. Racismo
É uma ideologia que prega a superioridade de uma
raça sobre a outra.
Atribui um significado social a determinados padrões
de diversidades genéticas e imputa características
negativas que justificam o tratamento desigual ao
grupo “desviante”.
Alimenta um padrão civilizatório que impede a
existência e o exercício da diferença e que promove
privilégios para grupos e classes sociais que não se
sentem responsáveis por este outro – o diferente.
48. Racismo Institucional
Racismo Institucional é uma prática que tem caráter
rotineiro e contínuo, sistêmico, e que pode variar entre a
visão pública aberta ou encoberta (escamoteada ou visível).
A discriminação institucional ocorre independente do fato
de as pessoas terem ou não preconceito.
São exemplos de racismo institucional:
ausência de minorias nos postos de trabalho
altas taxas de mortalidade de crianças, decorrentes de
alimentação ou habitação inadequadas
49. Racismo Institucional
Incapacidade coletiva de uma organização em prover
um serviço profissional apropriado às pessoas devido a
sua cor, cultura, origem étnica.
Pode ser visto ou detectado em práticas consolidadas
no cotidiano, em processos, atitudes e comportamentos
que contribuem para a discriminação e que prejudicam
grupos mioritários.
50. Discriminação
Distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada
em cor, descendência ou origem nacional ou étnica
que tenha por objetivo ou resultado, anular ou
restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em
igualdade de condições de liberdades fundamentais e
direitos humanos em qualquer campo da vida pública
(político, econômico, social, cultural).
51. A população negra do Brasil
em números
Conforme dados do IBGE a população negra
corresponde a 45% da população brasileira;
Dentre a população negra economicamente ativa,
apenas 6% está ocupada em atividades técnicas,
científicas, artísticas e administrativas.
15% dos réus negros respondem em liberdade, sendo
que os brancos são 27%;
52. Dados
18% dos negros têm possibilidade de ingressar
na universidade, enquanto esta possibilidade
para os brancos é de 43%.
Racismo no ambiente universitário revela-se
também de uma forma nova, ao considerá-lo
objeto de estudo.
A inserção do negro na sociedade deixa de ser
problema e torna-se tema acadêmico.
53. • PESQUISAS DO IPEA, MOSTRAM QUE UM
JOVEM BRANCO ESTUDA PELO MENOS ATÉ
O 1º ANO DO ENSINO MÉDIO, ENQUANTO O
NEGRO, ABANDONA A ESCOLA NA 6º
SÉRIE.
• CADA ANO DE ESCOLARIDADE DE UMA
PESSOA REPRESENTA UM ACRÉSCIMO DE
16% NA SUA RENDA.
• A DEFASAGEM ESCOLAR É O
PRIMEIRO ABISMO PARA
ENFRENTAR A DESIGUALDADE
SOCIAL.
54. • PESQUISAS DO IPEA, MOSTRAM QUE UM
JOVEM BRANCO ESTUDA PELO MENOS ATÉ
O 1º ANO DO ENSINO MÉDIO, ENQUANTO O
NEGRO, ABANDONA A ESCOLA NA 6º
SÉRIE.
• CADA ANO DE ESCOLARIDADE DE UMA
PESSOA REPRESENTA UM ACRÉSCIMO DE
16% NA SUA RENDA.
• A DEFASAGEM ESCOLAR É O PRIMEIRO
ABISMO PARA ENFRENTAR A
DESIGUALDADE SOCIAL.
55. Situação do negro em
Mato Grosso do Sul
Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul demonstra que
dentre a população total, os negros têm os mais baixos índices de escolaridade e renda.
Dos sul-mato-grossenses que concluíram o ensino superior 73,68% são
brancos, 1,32% são negros e 21,05% são mulatos.
Apenas 5,56% dos homens negros e 7,69% das mulheres negras têm superior
completo. Entre os homens e mulheres brancos, o índice sobe para 17,61% e 14,88%,
respectivamente.
Na ponta de baixo, do total que não completou sequer o 1o Grau, 57,65% são
mulatos e 7,21%, negros. Apenas 35,14% são brancos.
Entre os que têm apenas o 1o Grau, 48,35% são mulatos e 5,49%, negros. Os
brancos representam 42,86% do total.
Em relação à distribuição de renda: dos que ganham acima de 10 salários
mínimos, 72,31% são brancos. Nenhuma mulher negra afirmou que ganha
acima desse valor.
No geral, os dados confirmam que a distribuição de renda e oportunidades
têm, em primeiro lugar, um crivo racial e, em segundo, uma divisão de
gênero.
Fonte: Dados: Oferta e demanda de Recursos humanos em Mato Grosso do Sul. Pesquisa de autoria
do Professor Ido Michels/UFMS. Projeto Curso Pré-vestibular Milton Santos – Grupo TEZ/MS. 2001.
56. A questão racial e a educação no Brasil
Pesquisa divulgada pelo IPEA (Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas) mostra que a população negra tem,
em média, quase dois anos a menos de estudo que a
população branca (8,3 anos contra 6,6 anos);
o percentual de analfabetismo entre os negros é mais que o
dobro do que entre os brancos (13,6% contra 6,2%);
cerca de 571 mil crianças de 7 a 14 anos não frequentavam
a escola, das quais 351 mil (62%) eram negras.
57. Educação
A discriminação racial também está presente na
área educacional, o que acaba prejudicando o
desenvolvimento da população negra e indígena, e
culmina com a dificuldade de acesso às posições
melhor remuneradas no mercado de trabalho,
gerando um círculo vicioso de pobreza, fracasso
escolar e marginalização social
58. Situações que podem contribuir para
o Racismo, o Preconceito e a
Discriminação Racial na Escola:
Material Pedagógico: materiais didático-pedagógicos e
materiais auxiliares apresentam apenas pessoas brancas
como referência, os negros aparecem para ilustrar o
período escravista no Brasil ou situações de desprestígio
social;
Universo Semântico Pejorativo: dissimulações,
apelidos e ironias encobrem um preconceito latente e
favorecem a interiorização/cristalização de idéias
preconceituosas e atitudes discriminatórias.
59. Situações que podem contribuir para
o Racismo, o Preconceito e a
Discriminação Racial na Escola:
Distribuição Desigual de Oportunidades
para os alunos se sentirem aceitos, respeitados e
participantes das atividades desenvolvidas na
escola.
Negação da Diversidade Racial Brasileira
na Formação da Equipe da Escola: ausência
de parcerias com profissionais liberais negros
(palestrantes, médicos, psicólogos, escritores etc.).
60. Sugestões para combater a
Discriminação na Escola:
Discutir a diversidade racial da sociedade brasileira, buscando-
entender a situação do negro na sociedade brasileira;
Utilizar cartazes, livros, revistas e músicas que contemplem os negros
de forma positiva, para serem utilizados nas atividades escolares;
Possibilitar a presença de profissionais negros (profissionais liberais e
palestrantes), contemplando a diversidade racial existente na
sociedade;
Uma nova postura de mudança organizacional levando em conta a
necessidade de ampliar a reflexão sobre o tema;
É preciso valorizar o debate, enfrentar o tema das relações raciais e de
gênero com novos paradigmas, principalmente com a promoção da
igualdade.
61. As políticas de igualdade racial
na educação
Ações relacionadas a:
- Obrigatoriedade do ensino “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”1
e ensino de outras temáticas relacionada à diversidade e cidadania;
- Combate ao analfabetismo nas populações negra, indígena, cigana e
demais;
- Estímulo à adoção de cotas e outras questões de acesso e permanência na
Universidade para estudantes de baixa renda e grupos socialmente
discriminados;
- Inclusão de quesito raça/cor em registros educacionais.
Parceiro principal:
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – MEC
63. Cotas e inserção no mundo do trabalho
O ensino superior é a porta de entrada para a fatia
mais nobre do mercado de trabalho e,
conseqüentemente, dos empregos de melhores
rendimentos.
As cotas, portanto, funcionam como uma espécie de
amplificador de oportunidades, e importante
instrumento de equalização social
64. igualdade de gênero?
Segundo ranking anual do Fórum Econômico
Mundial, em 2012 o Brasil avançou 20 posições em
termos de igualdade de gênero, saindo da 82ª para a
62ª posição entre 135 países pesquisados.
O aumento da participação feminina em cargos
políticos e em sistemas educacionais são os
principais responsáveis pela melhoria do índice.
65. Gênero ≠ sexo
Os termos gênero e sexo são muito confundidos.
Enquanto sexo é uma categoria que demarca os
campos do que é ser fêmea e do que é ser macho.
Gênero é um conceito mais relacionado ao que é
feminino, masculino ou uma mistura dos dois.
Compreender essa diferença é essencial para discutir
a igualdade.
66. Legislação e mudanças da posição da mulher
ao longo do tempo
Há apenas 50 anos, a lei dizia expressamente que
durante o casamento o poder pátrio cabia à figura
masculina, e essa era uma legislação avançada se
retrocedermos ainda mais no tempo.
Em 1941, por exemplo, segundo a lei a mulher
deveria ser educada para ser ‘afeiçoada ao
casamento’, ‘desejosa da maternidade’ e ‘competente
para a criação dos filhos’.
Ou seja, à mulher era destinado apenas o espaço
doméstico.
67. MULHERES NO CONTEXTO NACIONAL
No Brasil, durante os últimos anos,
a mulher tem comemorado várias
conquistas no sentido de afirmar e
efetivar direitos assegurados na
legislação brasileira com o intuito de
implementar políticas públicas
avançando na busca pelas relações
de igualdade entre gêneros .
68. PODEMOS CITAR:
3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
(2011).
Secretaria Especial de Política para as Mulheres
(2003).
Conselho Nacional de Direitos das Mulheres (1985).
Estatuto da Igualdade Racial.
“LEI MARIA DA PENHA”.
Programas de combate a DST, AIDs.
Programas de Planejamento Familiar-Mortalidade
Materna.
69. CNAE - participação das mulheres
Uma análise no Cadastro Nacional de Atividades
Econômicas demonstra o crescimento da
participação das mulheres, principalmente nas
atividades de administração pública.
Segundo o recorte por gênero, as informações da
RAIS revelam que em 2011, os rendimentos médios
dos homens e das mulheres registraram valores reais
muito semelhantes: R$ 2.050,35, no caso dos
homens, e de R$ 1.697,75, no que se refere às
mulheres.
70. participação das mulheres
Em termos gerais, as informações do CNAE, por
gênero, evidenciam que quando comparada à
participação dos homens, a participação das
mulheres, das três etnias, é menor nos níveis de
escolaridade abaixo do nível médio incompleto e
maior nas faixas de mais altos graus de instrução.
O Ministério da Defesa anuncia que a presença
feminina nas Forças Armadas brasileiras é cada vez
maior. Segundo dados do ministério, elas já são
22.208 militares, ou 6,34% do efetivo total militar
(350.304) do País.
71. nível de escolaridade e taxa de fecundidade
No Brasil, a fecundidade vem caindo
aceleradamente: em 1980, era de quatro filhos por
mulher. Em 2009, estava em 1,94, muito próximo do
padrão dos EUA e Canadá.
Quando se analisa os dados relativos ao grau de
instrução, a desigualdade salta aos olhos.
72. Escolaridade feminina determina o padrão da família
Pesquisadores do IBGE estabelecem a relação entre
nível de escolaridade e taxa de fecundidade, o
número de filhos por mulher. Esse é um importante
indicador social e um dos principais marcadores do
grau de desenvolvimento de um país.
Em 2009, no Brasil, mulheres com até sete anos de
estudo tinham, em média, 3,19 filhos – próximo da
taxa de 1980 e quase o dobro daquelas com ensino
fundamental completo (1,68).
73. Grau de instrução das mulheres
O nível de instrução das mulheres interfere também
em outro indicador importante: a idade com que elas
se tornam mães.
Pesquisa do IBGE mostra que as mulheres com
menos de sete anos de estudo representaram 20,3%
do total de mães que tiveram filhos com idade entre
15 e 19 anos. Entre as mais instruídas, esse índice cai
para 13,3%.
74. Saúde das mulheres
Segundo dados divulgados pelo IBGE, 20% das
crianças que nasceram em 2005,no Brasil, são
filhas de adolescentes, e a taxa de natalidade e
fecundidade varia de acordo como rendimento da
família e a escolaridade da mulher
A maternidade precoce contribui para a
permanência da desigualdade, uma vez que
dificulta a permanência da jovem na escola e, por
tabela, seu ingresso e seu progresso no mercado
de trabalho. A principal causa do abandono da
escola entre as mulheres é a gravidez - 21,1%.
75. diminui o nº de filhos
Esta é uma correlação observada em evidências
empíricas: são fenômenos sincrônicos que se
reforçam mutuamente a queda da fecundidade e o
desenvolvimento econômico.
O número de filhos diminui quando a renda
aumenta.
Famílias com maiores níveis de renda têm, em
média menos filhos do que as famílias pobres.
76. taxa de natalidade
Para o Ipea, num cenário que em o rendimento dos
mais pobres no Brasil avança mais rápido do que dos
mais ricos, a desigualdade na taxa de fecundidade
entre mulheres de faixas diferentes de renda abre
caminho para uma a queda rápida da fecundidade
até chegar aos níveis dos países europeus do
mediterrâneo e do Japão.
Enquanto entre as mulheres da faixa de renda com
os 20% menores rendimentos familiares a taxa de
natalidade era de 3,6 filhos, na faixa dos grupos
familiares dos 20% mais ricos estava em 0,9 filho
(abaixo da taxa japonesa).
77. “geração nem nem”
Mulheres negras, pardas e indígenas são a maioria
entre os 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que
nem trabalham nem estudam no país (19,5% do total
de pessoas ), a chamada “geração nem nem”. Conforme
levantamento feito pelo Instituto de Estudos Sociais e
Políticos (Iesp) da UERJ são 2,2 milhões de pessoas.
Embora a taxa de jovens da “geração nem nem” seja
considerada alta, ela não está distante do verificado em
países com características demográficas semelhantes.
É o caso da Turquia e do México, segundo estudos da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
78. mortes maternas
O Brasil registrou queda recorde nos números de
mortes maternas em 2011, primeiro ano de
funcionamento do programa Rede Cegonha, do
Ministério da Saúde.
Foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de
complicações na gravidez e no parto, uma queda de
21% em comparação ao mesmo período de 2010.
Essa conquista é muito importante para o País, mas
o desafio existente é impedir mortes maternas
evitáveis, em parceria entre o governo federal, os
estados e os municípios.
79. Contra todas formas de
violência contra a mulher
A violência de gênero pode apresentar diferentes
formas e é estabelecida a partir das relações de
poder. Está presente em todas classes sociais,
religiões,cor, raça, sexo ou etnia, independente do
nível de escolaridade.
Em agosto de 2006 foi sancionada uma das leis
mais importantes na defesa da integridade física,
moral e mental da mulher:
a Lei Maria da Penha.
80. Mulheres no espaço de poder e decisões
As mulheres são maioria na população do país,
representando 51%.
A participação das mulheres na política contribui
para a construção da democracia de um país.
O acesso das mulheres ao poder reflete de forma
positiva a conquista dos postos de decisão,
alterando assim as condições de desigualdade que
existem entre homens e mulheres em na sociedade.
81. espaço social
Vivemos em uma sociedade que nos ensina
a cada dia o espaço social que devemos
ocupar.
Os espaços sociais são construídos ao longo
da história e foram transmitidos através das
lendas e dos mitos.
82. QUAIS OS ESPAÇOS SOCIAIS QUE FORAM DADOS
ÀS MULHERES AO LONGO DA HISTÓRIA?
Ao discutir à respeito da violência contra as
mulheres, somos tentados a pensar na violência
física e individualizada.
A imagem das mulheres que chega pelos jornais,
rádios, televisão e principalmente pelos livros
didáticos é cruel.
83. Ao ler uma história, uma lenda, contar uma
fábula, ensinamos e aprendemos os valores que
estão nelas contidos.
Sabe-se que quando uma sociedade caminha para
a universalização da escrita e da leitura, os livros
se tornam transmissores de valores sociais,
reproduzindo a sociedade.
EDUCAÇÃO, RELAÇÕES SOCIAIS E
A IMAGEM DA MULHER
84. QUAL É O PAPEL DA MULHER
APRESENTADO PELOS LIVROS DIDÁTICOS?
A mulher está geralmente em situação de
subordinação, realizando trabalhos domésticos,
cuidando dos filhos e em situação de consumo.
A FAMÍLIA É APRESENTADA SEM CONFLITOS,
COM PAPÉIS DEMARCADOS:
- O PAI É O PROVEDOR
- A MÃE É A RAINHA DO LAR
- SIMULAM UMA SOCIEDADE HARMÔNICA.
85. EDUCAÇÃO NÃO SEXISTA E INCLUSIVA
Analisar a profissão docente requer
reflexões sobre o que significa ser
mulher, principalmente com a
profissão de professora, que é ainda
considerada um “dom” para ensinar,
desqualificando a profissionalização.
86. Diálogos e interlocução
internacional
A pesquisa realizada pela CNTE ¨Retrato da
Escola 3¨ revela a predominância feminina na
educação brasileira, com 83.1% da força de
trabalho.
Veja os dados a seguir sobre a maioria das
profissionais da educação.
87. A maioria dos educadores é...
Mulher
Está entre 25 e 59 anos, com predominância da faixa entre 40 a 59 anos
É casada ou tem companheiro
Vive em casa própria perto do centro da cidade
Segue uma religião
É sindicalizada
É simpatizante de algum partido político, mas não é filiada
Envolve-se pouco com movimentos sociais
Tem habilitação adequada ao cargo ou função que exerce
Trabalha na rede estadual
Já tem de 12 a 18 anos de serviço
Trabalha, em média, 11 a 20 horas semanais em casa
Dedica de horas semanais a trabalhos extras
Ocupa-se sozinha das tarefas domésticas
Cultiva o hábito da leitura, mas quase não vai ao teatro ou ao cinema
Não tem tablet
Quando tem computador, usa para fins profissionais
O acesso à internet ainda é muito restrito e limitado a fins profissionais
88. A escola é um espaço privilegiado para
assumir a luta contra as discriminações
sejam elas de orientação sexual, raça ou
gênero.
Nesta luta contínua pela melhoria da
educação, das condições de vida todos são
importantes:
especialistas,
professores,
funcionários.
89. Esse debate tem que chegar ao pátio da escola,
na medida em que permite a existência de
pólos de discussão que envolve as mulheres
trabalhadoras da educação e o desafio de
refletir a educação à luz das relações sociais e
de gênero.
90. DESAFIOS
Pode-se concluir que a escola não é neutra,
ela está vinculada a um modelo econômico e político
de sociedade.
Ao mesmo tempo que a escola
reproduz as relações sociais,
ela também é um espaço possível de luta e denúncias
das desigualdades de gênero.
91. A categoria dos profissionais da educação é
majoritariamente de mulheres, portanto deve
refletir sobre seu papel e espaço na nossa
sociedade.
NÃO SE PODE PERMITIR QUE
A INFERIORIDADE DAS MULHERES
CONTINUE A SER VISTA COM NATURALIDADE.
92. Como disse Rose Marie Muraro:
“O fim das discriminações de gênero
ou de qualquer outra natureza é um
desafio e só através da participação
de todos, homens e mulheres, pode se
tornar realidade.”
93. desigualdades econômicas e sociais
A sociedade atual reproduz a dominação histórica.
Projeta a ilusão da igualdade e amplia a realidade
das desigualdades a começar da divisão social das
possibilidades.
Acontece um aumento das desigualdades
econômicas e sociais, aprofundando a miséria e
alimentando a expansão da violência social, quando
as reformas estruturais econômicas atua na direção
de diminuir ou extinguir direitos sociais,
historicamente conquistados.
94. administrar a sociedade
Quando a sociedade torna hegemônica a ideologia
neoliberal, o Estado desaparece, ou se enfraquece no
sentido de gerenciar e administrar a sociedade.
O mercado ocupa o lugar de instituições enfraquecidas
responsáveis pela sociabilidade como: família, igreja
e escola.
O mercado não tem interesse de tratar pessoas como
seres humanos e sim como clientes.
95. Para garantir essas conquistas, para manter direitos
e privilégios, cada sociedade desenvolve diferentes
modos de produção, assim cresce o poder bélico,
entre os homens e a violência passa a predominar na
resolução dos problemas.
A principal dificuldade dessa abordagem é que a
violência se torna sinônimo de desigualdade, de
exploração, dominação, exclusão, segregação e
outros males usualmente associados a pobreza ou a
discriminação de etnia e gênero.
96. Em todo o processo histórico vê-se que as conquistas se
deram pela ocupação das terras e busca de riquezas e pelas
imposições das culturas dominantes.
A estimulação da violência é uma construção do modelo social
e econômico que se alimenta de conquistas como forma de
manter benefício para uma pequena parcela da população, ao
mesmo tempo que não consegue atender às condições
mínimas de sobrevivência para a grande maioria dos seres
humanos.
Outro ponto que chama atenção é o que toma como objeto de
rotulação os jovens que moram em bairros pobres, e classifica
os jovens de etnias inferiorizadas ou de camadas pobres como
“delinqüentes”.
97. Processo histórico e estigmatização
A estigmatização da mulher, do negro e do índio,
constituiram a origem das idéias autoritárias e
racistas que vingaram posteriormente.
O crescimento da população e o processo de
industrialização que caracterizou a segunda metade
do século XX, não eliminou as tragédias sociais
herdadas no período da escravidão e do extermínio
da população indígena.
98. A ONU
A ONU - (Organização das Nações Unidas), criada
após a segunda guerra mundial, desenvolve
campanhas pela paz no mundo todo.
As campanhas utilizam estratégias como:
a formação de valores
comportamentos
modos de vida relativos a solidariedade
tolerância e convivência.
99. Brasil contemporâneo
A desigualdade existente no Brasil contemporâneo
em relação ao exercício dos direitos constrange a
ética.
Nem mesmo o processo de democratização constante
na Constituição de 1988 foi suficiente para produzir
a igualdade.
100. Pobreza ≠ Miséria
A pobreza precisa ser compreendida como um fenômeno
multidimensional que envolve aspectos como fome,
violência, falta de oportunidades, ausência de acesso à
políticas sociais básicas como saúde, educação, habitação,
saneamento básico, políticas de gênero, políticas de geração
de trabalho e renda, acesso ao emprego.
Miséria = pobreza absoluta = pobreza extrema
101. Brasil sem Miséria
Nos últimos anos 28 milhões de brasileiros saíram
da pobreza absoluta e 36 milhões entraram na
classe média.
16 milhões de pessoas ainda permanecem na
pobreza extrema, porque há uma população tão
pobre que dificilmente é alcançada pela ação do
Estado.
Ela como quê se esconde, perdida em grotões
longínquos do território nacional ou em zonas
segregadas das grandes cidades.
102. Brasil sem Miséria
O Plano Brasil Sem Miséria é direcionado aos
brasileiros que vivem em lares cuja renda familiar é
de até R$ 70 por pessoa.
O Brasil possui 44 milhões de pobres e
16,2 milhões de miseráveis, conforme o IBGE.
103. Brasil sem Miséria
A meta do Plano Brasil sem Miséria é atender os 16,2
milhões de pessoas com:
serviços públicos nas áreas de educação, saúde,
assistência social, saneamento e energia elétrica,
inclusão produtiva,
transferência de renda.
104. Pobreza, Violência e Exclusão
A globalização termina com as fronteiras do
mundo não só para a migração da riqueza,
mas também da pobreza que é um fenômeno
transmigratório.
A cada minuto 47 pessoas nascem e somam-se ao já
enorme contingente de pobres.
Isso significa 25 milhões de pessoas por ano
105. Pobreza, Juventude e Violência
É preciso, portanto, mudar o paradigma.
A sociedade cobra medidas punitivas, pois tem
medo.
O aumento de medidas repressivas não diminui a
violência ou a criminalidade.
É preciso investir em medidas preventivas e de
combate à violência que atuem sobre as causas
e não sobre as conseqüências.
106. Juventude como questão social
Etapa problemática da vida
(Anos 1920/30: industrialização, meio urbano, desordem
social)
• Fase transitória para a vida adulta
(Anos 1950/60: socialização, escolarização, “moratória
social”)
• Ator estratégico do desenvolvimento
(Anos 1980/90: “onda jovem”, bônus demográfico, novos
atores sociais e políticos)
• Sujeito de direitos
(Anos 1990/2010: a condição juvenil, “prolongamento da
juventude”, oportunidades de experimentação)
107. Juventude e População:
Brasil 2008: 50,2 milhões de jovens de
15 a 29 anos (26,4% da população)
Jovens perdem importância relativa:
1980 (29,0%)
2010 (26,0%)
2050 (19,1%)
Fonte:Projeção Populacional do IBGE
108. Juventude e escola:
trajetórias irregulares e fracasso
Desigualdades e oportunidades limitadas no
processo de escolarização dos jovens:
– Defasagem escolar
– Abandono seguido de retomadas
– Jovens fora da escola
– Fracasso escolar
escola X trabalho → Escola noturna
Desafios da escola: qualidade e atratividade
Educação: caminho para “melhorar de vida”
109. Alguns dados
Na população de 18 a 24 anos
― 31% dos jovens freqüentam a escola
―1 3% estão no ensino superior.
Causas do abandono da escola:
―oportunidade de trabalho para os homens jovens -42,2%
―gravidez é a principal causa entre as mulheres - 21,1%
Fontes: Pnad/IBGE, Pesquisa “Juventude Brasileiras”, Unesco
110. Juventude e a difícil inserção no
mercado de trabalho
Jovens enfrentam antigos e novos problemas:
– Problema tradicional:
trabalho precoce = diminuição da frequência escolar
– Novos problemas: a crise do emprego
inserção em postos de pior qualidade (menor exigência de
qualificação, baixos salários, sem carteira assinada)
desemprego juvenil
inatividade / ociosidade
(desemprego por desalento e atividades domésticas)
111. J
Juventude e o comportamento de risco
– drogas,
– violência,
– “companhias”,
– iniciação sexual precoce,
– práticas sexuais desprotegidas,
– evasão escolar,
– geração nem nem (não estuda e não trabalha)
112. Do comportamento de risco
à situação de risco:
78% das mortes dos jovens do sexo masculino são
ocasionadas por causas externas (homicídios e
acidentes de trânsito)
30% dos casos notificados da epidemia de aids
concentram-se no grupo de 15 a 29 anos, sendo a
transmissão sexual a principal forma de contágio
O grupo de 18 a 24 anos registra as maiores %
de dependentes de álcool:
19,2% contra 12,3% para o total de todas as idades.
Fontes: SIM/SUS, MS, Senad/Cebrid
113. Vitimização pela violência
e criminalidade
A violência cotidiana é cometida por jovens contra
outros jovens:
homicídios, acidentes de trânsito, roubos, furtos, estupros,
lesões corporais decorrentes de brigas
Cenário:
- expansão, disseminação e sofisticação da violência e da criminalidade
- disseminação do porte de armas
- “cultura da violência”
- grandes contradições sociais
Mecanismos atuantes:
- “dinheiro fácil”
- reconhecimento imediato
- afirmação da identidade e da auto-imagem em construção
114. Pobreza, Juventude e Violência
Principal grupo de risco para mortalidade por
homicídio no Brasil:
adolescentes e jovens do sexo masculino,
afro-descendentes,
que residem nas periferias das metrópoles,
com baixa escolaridade e
pouca qualificação profissional.
115. Concluindo ...
A estigmatização da mulher, do negro e do índio,
constituiram a origem das idéias autoritárias e
racistas que vingaram.
O crescimento da população e o processo de
industrialização que caracterizou a segunda metade
do século XX, não eliminou as tragédias sociais
herdadas no período da escravidão e do extermínio
da população indígena.
Nem mesmo o processo de democratização constante
na Constituição de 1988 foi suficiente para produzir
a igualdade
116. Acreditamos que o Brasil tem condições de se
tornar um país desenvolvido.
Tem condições favoráveis: os recursos naturais,
e o povo trabalhador.
117. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO
HOMEM
Art. 1º Todos os homens nascem livres e iguais
em dignidade e direito. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos
outros com espírito de fraternidade.
118. O Brasil que queremos deve:
Aumentar o crescimento para gerar emprego
e renda;
Elevar os níveis de participação democrática
da população;
Comprometer-se com a redução da
desigualdade .
119. • CARVALHO, Rosita E. A nova LDB e a educação
especial. RJ: WVA. 2000.
• EIZIRIK, Marisa. Porque a diferença incomoda
tanto? In educação e escola. POA: AGE. 2001.
• FOUCAULT, Michel. A história da loucura na idade
clássica. SP: PERSPECTIVA. 1987.
• FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. RJ: VOZES. RIO
DE JANEIRO. 1991.
• HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-
modernidade. RJ: DPEA. 2005.
Referências Bibliográficas
120. Referências Bibliográficas
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discriminação racial na escola. Revista Palmares em ação. Ano
I. n.º 2. Brasília, DF: 2002.
OLIVEIRA, Dijaci David et al. (org). 50 anos depois: relações
raciais e grupos socialmente segregados. Brasília: Movimento
Nacional dos Direitos Humanos, 1999.
OLIVEIRA, Iolanda; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves.
Negro e educação: identidade negra – pesquisas sobre o negro
e a educação no Brasil. Rio de Janeiro: ANPED, 2003.
PAIXÃO, Marcelo. Desenvolvimento humano e relações
raciais. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
PAIXÃO, Marcelo e CARVANO, Luiz M (Orgs.). Relatório
Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2007-2008. Rio de
Janeiro: Editora Garamond, 2008.
121. • SASSAKI, Romeu K. Inclusão - construindo uma
sociedade inclusiva para todos. RJ: WVA. 1999.
• SAWAIA, Bader. (ORG) As artimanhas da exclusão.
RJ: VOZES. 1999.
• SILVA. Tomaz tadeu da. Identidade e diferença. RJ:
VOZES. 2005
• WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho
na sociedade inclusiva. RJ: WVA. 1997.
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Referências Bibliográficas