2. Aspectos sócio-econômicos
• Alguns dados econômicos e sociais vêm
mostrando a desigualdade racial existente no
Brasil. De acordo com Henriques (2001) a
diferença de escolaridade entre brancos e negros
é de 2,3 anos de estudo, e a população branca
recebe salários cerca de 2,5 vezes maiores que a
população negra. Em relação à qualidade de vida,
Bento, referindo-se ao Instituto Interamericano
Sindical pela Igualdade Racial (INSPIR) diz que
73,1% dos negros vivem em habitações precárias,
como barracos, casas de palha ou madeira, contra
25,9% dos brancos na mesma condição. E grande
parte destes não tem água canalizada interna,
esgoto encanado e energia elétrica.
3. • A situação socioeconômica precária em que
vive a população negra é a expressão da
violação de diversos enfoques do Direito
Humano como o direito à moradia, direito ao
meio ambiente sadio, direito à educação e o
mais fundamental dos direitos humanos, o
direito a uma alimentação adequada, com
qualidade e quantidade suficiente,
respeitando a diversidade cultural sem
comprometer o acesso a outras necessidades
básicas.
4. 1.3Aspectos culturais ( hábitos; linguagem)
• Existem muitas palavras que são usadas em
nosso vocabulário que são de origem africana
como: cachaça:, cachimbo, cafuné, canjica,
carimbo, caxumba, dengo,fubá,inhame, jiló,
macumba, marimbondo, maxixe, miçanga,
mandinga,moleque, quiabo, samba, tutu,
vatapá, zumbi,entre muitas outras.
5. • Existem muitos hábitos e costumes negros que
são ainda presentes na cultura brasileira, como:
Capoeira, Sincretismo religioso (dar o nome dos
santos católicos aos orixás africanos. A culinária
(feijoada, vatapá), o uso dos tambores e
birimbaus na música, as palavras africanas que
fazem parte do nosso vocabulário, o uso de
tranças afro, danças afro, entre outros.
6. Aspectos psicossociais (comportamentais;
relacionamento familiar, sofrimentos)
• Apesar das dificuldades, negros conseguiam
manter laços de família durante a escravidão
• Para um negro que vivia no Brasil na época
em que vigorou a escravidão, era difícil
estabelecer laços familiares, já que seu destino
dependia da vontade do proprietário. Apesar
das condições adversas, muitas famílias foram
formadas, e elas representaram mais uma forma
de resistência dos negros às condições de vida
às quais eram submetidos. Eles não eram donos
de suas vidas. Eles tinham um senhor que a
qualquer momento podia vendê-los, enviá-los
para outra província, mandar para uma fazenda
no interior.
7. • No caso de união entre escravos e libertos,
um dos companheiros buscava a alforria do
outro. Muitas pessoas mantinham uma
relação estável, duradoura, e havia o
comprometimento de o homem comprar a
alforria de sua mulher ou de a mulher
comprar a alforria do marido. Com isso
percebemos a resistência, a luta para
preservar esses laços.
8. • O preconceito racial é o que mais se abrange em todo o
mundo, pois as pessoas julgam as demais por causa de
sua cor. Antigamente, era comum verem-se negros
africanos acompanhados de belas louras nórdicas ou de
outras partes da Europa. Não existia o menor
preconceito entre esses casais nem em relação a eles.
Para os brasileiros, porém, era algo inédito e
escandaloso; faziam-se piadas insinuando que o sucesso
dos negros se devia ao fato de que eram muito bem
dotados anatomicamente para o sexo. Uma visão
preconceituosa típica, que procurava desqualificar o
negro e que escondia, às vezes, uma boa dose de inveja.
• Com tudo isso, percebemos que o preconceito é um
dos problemas mais graves em todo o mundo, e que as
pessoas precisam se conhecer melhor, independente de
cor, sendo branco, preto, índio ou qualquer outro tipo,
devemos respeitar e zelar pelo próximo.
9. Dificuldades enfrentadas, violações de direitos que sofrem
• Como já dito, o preconceito é uma das maiores
dificuldades enfrentadas pelos negros, que gera
exclusão por parte da sociedade, no mercado de
trabalho e outros.
• Outra dificuldade enfrentada que é importante
mencionar, foi descoberta após um estudo que
mostra que a taxa de mortalidade é maior entre
jovens negros.
• Brasília – Homens negros jovens, com idade entre
15 a 29 anos, têm uma mortalidade maior do que os
brancos na mesma faixa etária. Metade das mortes
entre os negros é causada por fatores externos, como
homicídios. Isso certamente pelo fato do negro sofrer
muito preconceito, com isso acaba tendo problemas
psicológicos que os leva à depressão e
consequentemente a morte.
10. • Estudos mostram que negros morrem mais a
espera de atendimento do que pessoas brancas.
• Ocorre também que, os negros em virtude das
dificuldades de acesso aos serviços de educação e
saúde, como também, a falta de políticas públicas
que garantam esses direitos, apresentam níveis de
condições de vida bastante inferiores aos brancos.
No mercado de trabalho esses dados também são
alarmantes e se expressam com clareza através dos
indicadores desfavoráveis de emprego, rendimento e
qualidade da ocupação. O pequeno número de
ocupação no mercado de trabalho existe em virtude
dos baixos índices de escolaridade expressos pelas
dificuldades de acesso a uma educação básica de
qualidade e maior incidência
11. • Esses fatos nos mostram a diversidade de
direitos violados para com os negros, como:
direito a saúde, educação, trabalho,
igualdade, alimentação, dentre tantos outros.
12. Formas de lidar/resolver os problemas/violações
sofridas.
• Mencionamos muitos problemas e violações
sofridas pelos negros, primeira coisa que se deve
mudar são as pessoas, devem se conscientizar
que todos são iguais, independente de cor, e que
todos nós temos a mesmas capacidades de
exercer qualquer profissão, a ter atendimento
nos hospitais e no caso da alimentação, é
inadmissível aceitar que em pleno século XXI
milhões de pessoas passem fome, pois essa é a
manifestação mais extrema da pobreza e da
privação humana.
13. • Com isso, nascer negro está diretamente
relacionado à possibilidade de estar vinculado à
pobreza, pois a população negra concentra-se nos
piores indicadores econômicos. Esta realidade vem
demonstrando a ausência de ações mais efetivas
no que se refere à população negra. Isso não
significa que não haja ações que a contemplem,
mas as políticas universais não têm conseguido
diminuir as diferenças étnico-raciais entre as
populações mais pobres. É preciso que as políticas
sejam direcionadas e específicas e que
contemplem efetivamente a redução das
desigualdades raciais. Faltam políticas públicas que
garantam esses direitos aos negros.