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cérebro
com alzheimer e
sem demência

cérebro
com alzheimer e
com demência

cérebro
saudável

sintomas
do alzheimer
e alterações
no córtex,
no hipocampo
e nas amídalas

Quantidade

8,49 bilhões
de neurônios

de placas
neuríticas

11,34 bilhões
de neurônios

Quantidade
de neurônios
no córtex,

3,49 células da
glia/neurônio

12,07 bilhões
de neurônios

no hipocampo
e nas amídalas

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glia/neurônio

Córtex
Número de células

1,72 célula da
glia/neurônio

da glia para
cada neurônio
no córtex,
no hipocampo
e nas amídalas

Hipocampo

Amídala
NEUROCIÊNCIA y

Pesquisadores querem entender o que faz o cérebro de algumas
pessoas resistir aos efeitos do mal de Alzheimer
Igor Zolnerkevic

infográficos ana paula campos  ilustrações  fabio otubo

O

s cérebros de quatro senhoras com idades entre 80 e 82
anos que morreram recentemente em São Paulo contam
um pouco mais sobre a complexidade
do mal de Alzheimer. Amostras desses
cérebros, doados ao banco de encéfalos da
Universidade de São Paulo (USP), foram
analisadas ao microscópio e revelaram
o amontoado de placas e emaranhados
de proteínas que são a marca típica dos
estágios avançados do Alzheimer. Era
de esperar, portanto, que essas mulheres
tivessem sofrido na última década de vida
sérios problemas de perda de memória
e de cognição, como dificuldade de se
expressar e de perceber o espaço a sua
volta. Entrevistas com familiares e cuidadores das idosas, porém, provaram que
elas viveram lúcidas até o fim.
“Ninguém entende exatamente por
que essas pessoas não desenvolveram
demência”, admite o neuroanatomista
Carlos Humberto Andrade-Moraes, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu doutorado, feito sob a
supervisão do neurocientista Roberto
Lent, da mesma universidade, é o primeiro no mundo a analisar o número
total de células do cérebro de idosos conhecidos como doentes de Alzheimer
assintomáticos. O estudo, publicado com
outros pesquisadores da UFRJ e da USP

em dezembro na Brain, concluiu que o
número de neurônios dos assintomáticos é praticamente igual ao de idosos
saudáveis, diferentemente do que se vê
no cérebro de pessoas com Alzheimer
que desenvolvem demência, a perda de
memória e da capacidade cognitiva. Na
demência há uma redução drástica de
neurônios no hipocampo e no córtex, as
regiões cerebrais responsáveis pela consolidação da memória e pelo raciocínio.
Em média, uma em cada 10 pessoas
com mais de 65 anos apresenta os sinais
clínicos do Alzheimer. A doença se manifesta primeiro com pequenos deslizes de
memória, que com o tempo ficam mais
frequentes, seguidos de falhas no julgamento moral, na percepção do espaço e
do tempo e do aumento na dificuldade
de se comunicar. A sobrevida média é de
oito anos, ao longo dos quais os sintomas
se agravam até a incapacitação total.
Há algum tempo se sabe que a demência é provocada pela destruição das sinapses, os trilhões de conexões entre
os 86 bilhões de neurônios, as células
cerebrais que armazenam e transmitem
informações, das quais emergem as memórias e os pensamentos. Um neurônio
saudável recebe até 10 mil sinapses de
outros neurônios, trocando sinais elétricos e substâncias que o mantêm vivo.
Impedidos de manter as sinapses no Al-

zheimer, os neurônios atrofiam e morrem. Como consequência, o volume do
hipocampo e a espessura do córtex diminuem, o que pode ser visto em imagens
de ressonância magnética. Segundo o
neurologista Márcio Balthazar, que atende pessoas com Alzheimer no Hospital
das Clínicas da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), as neuroimagens
podem ajudar no diagnóstico da doença,
mas ainda não substituem os testes laboratoriais, clínicos e psicológicos.
Em parceria com o neurologista Fernando Cendes, da Unicamp, Balthazar
e seus colaboradores vêm apostando no
aperfeiçoamento de uma nova forma de
identificar o Alzheimer precocemente:
o uso de neuroimagens para avaliar a
atividade cerebral, e não apenas a anatomia. A ideia é observar em imagens de
ressonância magnética funcional a atividade do cérebro quando os pacientes
estão relaxados, sem pensar em nada.
“Mesmo com a pessoa em repouso, vemos que algumas áreas do cérebro são
ativadas simultaneamente, pulsando em
uma mesma frequência, o que sugere
que sejam grupos de neurônios se comunicando”, explica Balthazar. “Uma
pessoa com Alzheimer tem essa rede
menos conectada.”
Em artigo publicado em novembro na
Psychiatric Research: Neuroimaging, o
pESQUISA FAPESP 215  z  51
A proteína do esquecimento
Amontoados de beta-amilioide interrompem conexões entre neurônios
1  molécula defeituosa

Versões deformadas da proteína
beta-amiloide se acumulam dentro e
fora do neurônio, formando oligômeros
(pequenos aglomerados) e placas
neuríticas (grandes aglomerados)

2 SINAPSEs interrompidas

Acredita-se que um
mecanismo desconhecido
tente eliminar os
oligômeros, muito
tóxicos, agregando-os em
placas neuríticas

3 

Os oligômeros interferem
na troca de
neurotransmissores entre
neurônios, interrompendo
as sinapses

morte celular

Sem sinapses
para trocar
neurotransmissores,
o neurônio isolado
atrofia

No interior dos
neurônios, os
emaranhados
neurofibrilares
contribuem para
a sua morte

Fonte  carlos alberto andrade-moraes / ufrj

grupo da Unicamp conseguiu distinguir
com cerca de 70% de acerto as neuroimagens da atividade cerebral em repouso de pessoas com sintomas moderados
de demência daquelas de idosos saudáveis. Os pesquisadores observaram ainda
uma relação entre as falhas de conexão
da rede e o grau de perda de memória.
quanto mais cedo melhor

“Esperamos aperfeiçoar o método para realizar o diagnóstico cada vez mais
precocemente”, conta Balthazar. Apesar
de o Alzheimer permanecer sem cura,
quanto antes o diagnóstico for feito mais
eficazes são as intervenções que aliviam
os sintomas: o uso de inibidores de acetilcolinesterase e a realização de terapia
ocupacional, reabilitação psicológica e
atividade física, além do planejamento
da família para o futuro.
Como a demência senil pode ter outras
causas – problemas vasculares e outras
doenças degenerativas –, o diagnóstico
do Alzheimer em geral só é confirmado após a morte. A autópsia do tecido
cerebral revela um excesso das chamadas placas neuríticas, ancoradas em ramificações dos neurônios, e dos emaranhados neurofibrilares, no interior
dos neurônios atrofiados. Esses sinais
são encontrados especialmente no hipocampo e no córtex cerebral. Até alguns
anos atrás, a maioria dos pesquisadores
acreditava que as placas neuríticas eram
52  z  janeiro DE 2014

as responsáveis pelas disfunções sinápticas. Mas estudos recentes feitos pela
equipe da neurocientista Fernanda De
Felice e do bioquímico Sergio Teixeira
Ferreira, ambos da UFRJ, vêm demonstrando que as placas, apesar de tóxicas,
não são a causa principal da eliminação
das sinapses e da morte dos neurônios
(ver Pesquisa FAPESP n. 157).
De fato, as placas são formadas pelo
acúmulo de pequenas moléculas de beta-amiloide. Normalmente produzida pelo
cérebro, essa proteína sofre deformações
no Alzheimer. Muitos pesquisadores,
porém, hoje acreditam que são amontoados bem menores de beta-amiloide
– os oligômeros, capazes de se difundir
para dentro e para fora dos neurônios –
os responsáveis por interferir nas sinapses. Outras pesquisas sugerem que esses
oligômeros também formam os emaranhados neurofibrilares, que impedem
o transporte de substâncias dentro dos
neurônios e contribuem para a sua morte. Segundo esse raciocínio, a formação
das placas seria uma tentativa do organismo de varrer os oligômeros para fora
das células e para longe das sinapses. “As
placas seriam protetoras e não causadoras da demência”, diz Andrade-Moraes.
A descoberta dos doentes de Alzheimer
assintomáticos reforçou essa hipótese. As
primeiras descrições desses casos surgiram em estudos que acompanharam
centenas de idosos nos Estados Unidos.

A comparação dos exames clínicos a que
essas pessoas eram submetidas periodicamente com a análise de seus cérebros após
a morte revelou que de 25% a 40% dos casos diagnosticados histologicamente como
sendo Alzheimer não haviam desenvolvido demência. “Embora permaneça duvidoso se esses indivíduos continuariam
clinicamente normais se tivessem vivido
mais tempo, eles parecem ter sido capazes
de compensar ou atrasar o aparecimento
dos sintomas de demência”, escreveu em
2012 o neuropatologista Juan Troncoso,
da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, um dos primeiros a chamar a
atenção para os pacientes assintomáticos.
Segundo Andrade-Moraes, antes do
estudo publicado na Brain nenhum trabalho sobre o impacto do Alzheimer no
número de células do cérebro havia comparado indivíduos com e sem demência.
“Queríamos saber se os assintomáticos
teriam alguma alteração na composição
das células cerebrais”, ele diz.
A pesquisa foi feita em parceria com
a equipe da neuropatologista Lea Grinberg, coordenadora do Banco de Encéfalos Humanos da USP, que, além de analisar os cérebros de idosos mortos em
São Paulo, investiga, por meio de questionários com familiares e cuidadores,
como era o desempenho cognitivo dessas
pessoas até 10 anos antes de sua morte.
Os pesquisadores da USP e da UFRJ selecionaram 14 cérebros de mulheres que
imagens 1 a 3 ANDRADE-MORAES, C.H. et al. Brain, 2013 4 balthazar, m.l. et al. Psychiatry research, 2013

Cérebro saudável

1

Cérebro com alzheimer sem demência

2

3

Córtex ao microscópio: as
setas indicam os emaranhados
neurofibrilares e os círculos,
as placas neuríticas. As áreas
verdes e azuis na imagem ao
lado mostram conexões que
começam a falhar na demência

4

morreram entre os 71 e os 88 anos (a prevalência do Alzheimer é um pouco maior
entre as mulheres). Cinco tinham um nível
de placas considerado normal para a idade, enquanto as demais apresentavam o
excesso característico do Alzheimer. Dessas últimas, cinco apresentavam sinais de
demência e quatro eram assintomáticas.
menos neurônios, mais glia

Os cérebros foram processados na UFRJ
em uma máquina, o fracionador isotrópico automático, construído pela equipe
de Lent (ver Pesquisa FAPESP nº 192). A
máquina transforma porções de cérebro
em uma suspensão homogênea, contendo
o núcleo das células. Anticorpos coloridos que se ligam ao núcleo dos neurônios
permitem distingui-los das demais células do cérebro, as células da glia.
Como esperado, o hipocampo das mulheres com demência tinha metade do
número de neurônios encontrado no hipocampo das saudáveis e das assintomáticas – aquelas com demência também
tinham menos neurônios no córtex todo.
Ao mesmo tempo, o cérebro das pessoas com demência tinha uma proporção
maior de células da glia (ver infográfico
na página 50). “Essas células aumentam de número para proteger os neurônios, mas com o progresso da doença
provocam uma inflamação que piora os
sintomas de demência”, explica Andra-

Cérebro com alzheimer com demência

Cérebro de
idosos saudáveis
e de idosos
com Alzheimer
assintomáticos
apresentam
números
semelhantes
de células
de-Moraes. Ele, porém, não encontrou
diferença significativa ­ no número de
–
neurônios e de células da glia – entre o
cérebro de idosos saudáveis e o de idosos
com Alzheimer assintomáticos.
“Os assintomáticos devem possuir algum mecanismo fisiológico desconhecido que protege suas redes de neurônios
dos efeitos dos oligômeros”, suspeita.
“Algo afasta os oligômeros das sinapses,
agregando-os rapidamente em placas.”
Para ele, um candidato a explicar esse
mecanismo é a atuação mais eficiente da
insulina no cérebro dos assintomáticos.
Diferentemente do que ocorre em outros
órgãos, o papel da insulina no cérebro parece não ser o controle do metabolismo de
açúcar, mas a consolidação da memória
e a formação de novas sinapses. Experimentos in vitro e com animais feitos por
Fernanda De Felice e Sérgio Ferreira vêm

demonstrando que a insulina protege os
neurônios da ação dos oligômeros. Em
artigo publicado em dezembro na Cell
Metabolism, eles apresentaram novos mecanismos neuronais que provocam a perda
de sinapses em camundongos e macacos
com sinais semelhantes aos de Alzheimer.
Parte do doutorado de Mychael Lourenço, esse trabalho mostrou ainda que um
remédio usado para tratar diabetes tipo
2, a liraglutida, bloqueou os danos neuronais em modelos animais de Alzheimer.
Atualmente uma equipe do Imperial College de Londres testa a liraglutida em 200
pessoas com Alzheimer.
Outra hipótese é que os assintomáticos
possuem uma maior reserva cognitiva,
talvez resultado de uma rede de sinapses
mais complexa do que a dos que desenvolvem demência. Essa reserva permitiria resistir mais aos efeitos dos oligômeros. Essa ideia vem da observação de que
os assintomáticos costumam ser pessoas
com um nível de escolaridade maior ou
que aprenderam a falar e a escrever cedo
na infância. Na Unicamp, Balthazar tenta confirmar o efeito protetor da reserva
cognitiva comparando a conectividade
das redes neuronais em pacientes idosos
com diferentes graus de escolaridade,
hábitos de leitura e vida social. n
Projetos
Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia –
Brainn (n° 2013/07559-3); Modalidade Centros de Pesquisa,
Inovação e Difusão (Cepid); Coord. Fernando Cendes – FCM/
Unicamp; Investimento R$ 13.621.302,32 (FAPESP).

Artigos científicos
ANDRADE-MORAES, C.H. et al. Cell number changes in
Alzheimer’s disease relate to dementia, not to plaques
and tangles. Brain. dez. 2013.
LOURENCO, M.V. et al. TNF- Mediates PKR-dependent
memory impairment and brain IRS-1 inhibition induced by
Alzheimer’s ß-amyloid oligomers in mice and monkeys.
Cell Metabolism. 3 dez. 2013.
BALTHAZAR, M.L. et al. Whole cortical and default mode
network mean functional connectivity as potential biomarkers for mild Alzheimer’s disease. Psychiatry Research. 11 nov. 2013.

pESQUISA FAPESP 215  z  53

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Cérebros resistentes ao Alzheimer

  • 1. cérebro com alzheimer e sem demência cérebro com alzheimer e com demência cérebro saudável sintomas do alzheimer e alterações no córtex, no hipocampo e nas amídalas Quantidade 8,49 bilhões de neurônios de placas neuríticas 11,34 bilhões de neurônios Quantidade de neurônios no córtex, 3,49 células da glia/neurônio 12,07 bilhões de neurônios no hipocampo e nas amídalas 1,80 célula da glia/neurônio Córtex Número de células 1,72 célula da glia/neurônio da glia para cada neurônio no córtex, no hipocampo e nas amídalas Hipocampo Amídala
  • 2. NEUROCIÊNCIA y Pesquisadores querem entender o que faz o cérebro de algumas pessoas resistir aos efeitos do mal de Alzheimer Igor Zolnerkevic infográficos ana paula campos  ilustrações  fabio otubo O s cérebros de quatro senhoras com idades entre 80 e 82 anos que morreram recentemente em São Paulo contam um pouco mais sobre a complexidade do mal de Alzheimer. Amostras desses cérebros, doados ao banco de encéfalos da Universidade de São Paulo (USP), foram analisadas ao microscópio e revelaram o amontoado de placas e emaranhados de proteínas que são a marca típica dos estágios avançados do Alzheimer. Era de esperar, portanto, que essas mulheres tivessem sofrido na última década de vida sérios problemas de perda de memória e de cognição, como dificuldade de se expressar e de perceber o espaço a sua volta. Entrevistas com familiares e cuidadores das idosas, porém, provaram que elas viveram lúcidas até o fim. “Ninguém entende exatamente por que essas pessoas não desenvolveram demência”, admite o neuroanatomista Carlos Humberto Andrade-Moraes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu doutorado, feito sob a supervisão do neurocientista Roberto Lent, da mesma universidade, é o primeiro no mundo a analisar o número total de células do cérebro de idosos conhecidos como doentes de Alzheimer assintomáticos. O estudo, publicado com outros pesquisadores da UFRJ e da USP em dezembro na Brain, concluiu que o número de neurônios dos assintomáticos é praticamente igual ao de idosos saudáveis, diferentemente do que se vê no cérebro de pessoas com Alzheimer que desenvolvem demência, a perda de memória e da capacidade cognitiva. Na demência há uma redução drástica de neurônios no hipocampo e no córtex, as regiões cerebrais responsáveis pela consolidação da memória e pelo raciocínio. Em média, uma em cada 10 pessoas com mais de 65 anos apresenta os sinais clínicos do Alzheimer. A doença se manifesta primeiro com pequenos deslizes de memória, que com o tempo ficam mais frequentes, seguidos de falhas no julgamento moral, na percepção do espaço e do tempo e do aumento na dificuldade de se comunicar. A sobrevida média é de oito anos, ao longo dos quais os sintomas se agravam até a incapacitação total. Há algum tempo se sabe que a demência é provocada pela destruição das sinapses, os trilhões de conexões entre os 86 bilhões de neurônios, as células cerebrais que armazenam e transmitem informações, das quais emergem as memórias e os pensamentos. Um neurônio saudável recebe até 10 mil sinapses de outros neurônios, trocando sinais elétricos e substâncias que o mantêm vivo. Impedidos de manter as sinapses no Al- zheimer, os neurônios atrofiam e morrem. Como consequência, o volume do hipocampo e a espessura do córtex diminuem, o que pode ser visto em imagens de ressonância magnética. Segundo o neurologista Márcio Balthazar, que atende pessoas com Alzheimer no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as neuroimagens podem ajudar no diagnóstico da doença, mas ainda não substituem os testes laboratoriais, clínicos e psicológicos. Em parceria com o neurologista Fernando Cendes, da Unicamp, Balthazar e seus colaboradores vêm apostando no aperfeiçoamento de uma nova forma de identificar o Alzheimer precocemente: o uso de neuroimagens para avaliar a atividade cerebral, e não apenas a anatomia. A ideia é observar em imagens de ressonância magnética funcional a atividade do cérebro quando os pacientes estão relaxados, sem pensar em nada. “Mesmo com a pessoa em repouso, vemos que algumas áreas do cérebro são ativadas simultaneamente, pulsando em uma mesma frequência, o que sugere que sejam grupos de neurônios se comunicando”, explica Balthazar. “Uma pessoa com Alzheimer tem essa rede menos conectada.” Em artigo publicado em novembro na Psychiatric Research: Neuroimaging, o pESQUISA FAPESP 215  z  51
  • 3. A proteína do esquecimento Amontoados de beta-amilioide interrompem conexões entre neurônios 1  molécula defeituosa Versões deformadas da proteína beta-amiloide se acumulam dentro e fora do neurônio, formando oligômeros (pequenos aglomerados) e placas neuríticas (grandes aglomerados) 2 SINAPSEs interrompidas Acredita-se que um mecanismo desconhecido tente eliminar os oligômeros, muito tóxicos, agregando-os em placas neuríticas 3  Os oligômeros interferem na troca de neurotransmissores entre neurônios, interrompendo as sinapses morte celular Sem sinapses para trocar neurotransmissores, o neurônio isolado atrofia No interior dos neurônios, os emaranhados neurofibrilares contribuem para a sua morte Fonte  carlos alberto andrade-moraes / ufrj grupo da Unicamp conseguiu distinguir com cerca de 70% de acerto as neuroimagens da atividade cerebral em repouso de pessoas com sintomas moderados de demência daquelas de idosos saudáveis. Os pesquisadores observaram ainda uma relação entre as falhas de conexão da rede e o grau de perda de memória. quanto mais cedo melhor “Esperamos aperfeiçoar o método para realizar o diagnóstico cada vez mais precocemente”, conta Balthazar. Apesar de o Alzheimer permanecer sem cura, quanto antes o diagnóstico for feito mais eficazes são as intervenções que aliviam os sintomas: o uso de inibidores de acetilcolinesterase e a realização de terapia ocupacional, reabilitação psicológica e atividade física, além do planejamento da família para o futuro. Como a demência senil pode ter outras causas – problemas vasculares e outras doenças degenerativas –, o diagnóstico do Alzheimer em geral só é confirmado após a morte. A autópsia do tecido cerebral revela um excesso das chamadas placas neuríticas, ancoradas em ramificações dos neurônios, e dos emaranhados neurofibrilares, no interior dos neurônios atrofiados. Esses sinais são encontrados especialmente no hipocampo e no córtex cerebral. Até alguns anos atrás, a maioria dos pesquisadores acreditava que as placas neuríticas eram 52  z  janeiro DE 2014 as responsáveis pelas disfunções sinápticas. Mas estudos recentes feitos pela equipe da neurocientista Fernanda De Felice e do bioquímico Sergio Teixeira Ferreira, ambos da UFRJ, vêm demonstrando que as placas, apesar de tóxicas, não são a causa principal da eliminação das sinapses e da morte dos neurônios (ver Pesquisa FAPESP n. 157). De fato, as placas são formadas pelo acúmulo de pequenas moléculas de beta-amiloide. Normalmente produzida pelo cérebro, essa proteína sofre deformações no Alzheimer. Muitos pesquisadores, porém, hoje acreditam que são amontoados bem menores de beta-amiloide – os oligômeros, capazes de se difundir para dentro e para fora dos neurônios – os responsáveis por interferir nas sinapses. Outras pesquisas sugerem que esses oligômeros também formam os emaranhados neurofibrilares, que impedem o transporte de substâncias dentro dos neurônios e contribuem para a sua morte. Segundo esse raciocínio, a formação das placas seria uma tentativa do organismo de varrer os oligômeros para fora das células e para longe das sinapses. “As placas seriam protetoras e não causadoras da demência”, diz Andrade-Moraes. A descoberta dos doentes de Alzheimer assintomáticos reforçou essa hipótese. As primeiras descrições desses casos surgiram em estudos que acompanharam centenas de idosos nos Estados Unidos. A comparação dos exames clínicos a que essas pessoas eram submetidas periodicamente com a análise de seus cérebros após a morte revelou que de 25% a 40% dos casos diagnosticados histologicamente como sendo Alzheimer não haviam desenvolvido demência. “Embora permaneça duvidoso se esses indivíduos continuariam clinicamente normais se tivessem vivido mais tempo, eles parecem ter sido capazes de compensar ou atrasar o aparecimento dos sintomas de demência”, escreveu em 2012 o neuropatologista Juan Troncoso, da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, um dos primeiros a chamar a atenção para os pacientes assintomáticos. Segundo Andrade-Moraes, antes do estudo publicado na Brain nenhum trabalho sobre o impacto do Alzheimer no número de células do cérebro havia comparado indivíduos com e sem demência. “Queríamos saber se os assintomáticos teriam alguma alteração na composição das células cerebrais”, ele diz. A pesquisa foi feita em parceria com a equipe da neuropatologista Lea Grinberg, coordenadora do Banco de Encéfalos Humanos da USP, que, além de analisar os cérebros de idosos mortos em São Paulo, investiga, por meio de questionários com familiares e cuidadores, como era o desempenho cognitivo dessas pessoas até 10 anos antes de sua morte. Os pesquisadores da USP e da UFRJ selecionaram 14 cérebros de mulheres que
  • 4. imagens 1 a 3 ANDRADE-MORAES, C.H. et al. Brain, 2013 4 balthazar, m.l. et al. Psychiatry research, 2013 Cérebro saudável 1 Cérebro com alzheimer sem demência 2 3 Córtex ao microscópio: as setas indicam os emaranhados neurofibrilares e os círculos, as placas neuríticas. As áreas verdes e azuis na imagem ao lado mostram conexões que começam a falhar na demência 4 morreram entre os 71 e os 88 anos (a prevalência do Alzheimer é um pouco maior entre as mulheres). Cinco tinham um nível de placas considerado normal para a idade, enquanto as demais apresentavam o excesso característico do Alzheimer. Dessas últimas, cinco apresentavam sinais de demência e quatro eram assintomáticas. menos neurônios, mais glia Os cérebros foram processados na UFRJ em uma máquina, o fracionador isotrópico automático, construído pela equipe de Lent (ver Pesquisa FAPESP nº 192). A máquina transforma porções de cérebro em uma suspensão homogênea, contendo o núcleo das células. Anticorpos coloridos que se ligam ao núcleo dos neurônios permitem distingui-los das demais células do cérebro, as células da glia. Como esperado, o hipocampo das mulheres com demência tinha metade do número de neurônios encontrado no hipocampo das saudáveis e das assintomáticas – aquelas com demência também tinham menos neurônios no córtex todo. Ao mesmo tempo, o cérebro das pessoas com demência tinha uma proporção maior de células da glia (ver infográfico na página 50). “Essas células aumentam de número para proteger os neurônios, mas com o progresso da doença provocam uma inflamação que piora os sintomas de demência”, explica Andra- Cérebro com alzheimer com demência Cérebro de idosos saudáveis e de idosos com Alzheimer assintomáticos apresentam números semelhantes de células de-Moraes. Ele, porém, não encontrou diferença significativa ­ no número de – neurônios e de células da glia – entre o cérebro de idosos saudáveis e o de idosos com Alzheimer assintomáticos. “Os assintomáticos devem possuir algum mecanismo fisiológico desconhecido que protege suas redes de neurônios dos efeitos dos oligômeros”, suspeita. “Algo afasta os oligômeros das sinapses, agregando-os rapidamente em placas.” Para ele, um candidato a explicar esse mecanismo é a atuação mais eficiente da insulina no cérebro dos assintomáticos. Diferentemente do que ocorre em outros órgãos, o papel da insulina no cérebro parece não ser o controle do metabolismo de açúcar, mas a consolidação da memória e a formação de novas sinapses. Experimentos in vitro e com animais feitos por Fernanda De Felice e Sérgio Ferreira vêm demonstrando que a insulina protege os neurônios da ação dos oligômeros. Em artigo publicado em dezembro na Cell Metabolism, eles apresentaram novos mecanismos neuronais que provocam a perda de sinapses em camundongos e macacos com sinais semelhantes aos de Alzheimer. Parte do doutorado de Mychael Lourenço, esse trabalho mostrou ainda que um remédio usado para tratar diabetes tipo 2, a liraglutida, bloqueou os danos neuronais em modelos animais de Alzheimer. Atualmente uma equipe do Imperial College de Londres testa a liraglutida em 200 pessoas com Alzheimer. Outra hipótese é que os assintomáticos possuem uma maior reserva cognitiva, talvez resultado de uma rede de sinapses mais complexa do que a dos que desenvolvem demência. Essa reserva permitiria resistir mais aos efeitos dos oligômeros. Essa ideia vem da observação de que os assintomáticos costumam ser pessoas com um nível de escolaridade maior ou que aprenderam a falar e a escrever cedo na infância. Na Unicamp, Balthazar tenta confirmar o efeito protetor da reserva cognitiva comparando a conectividade das redes neuronais em pacientes idosos com diferentes graus de escolaridade, hábitos de leitura e vida social. n Projetos Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia – Brainn (n° 2013/07559-3); Modalidade Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid); Coord. Fernando Cendes – FCM/ Unicamp; Investimento R$ 13.621.302,32 (FAPESP). Artigos científicos ANDRADE-MORAES, C.H. et al. Cell number changes in Alzheimer’s disease relate to dementia, not to plaques and tangles. Brain. dez. 2013. LOURENCO, M.V. et al. TNF- Mediates PKR-dependent memory impairment and brain IRS-1 inhibition induced by Alzheimer’s ß-amyloid oligomers in mice and monkeys. Cell Metabolism. 3 dez. 2013. BALTHAZAR, M.L. et al. Whole cortical and default mode network mean functional connectivity as potential biomarkers for mild Alzheimer’s disease. Psychiatry Research. 11 nov. 2013. pESQUISA FAPESP 215  z  53