O documento descreve a história da Doença de Alzheimer, como foi descoberta e caracterizada pelo médico Alois Alzheimer. Explica que se trata de uma doença neurodegenerativa progressiva que causa danos ao cérebro e compromete funções cognitivas. Também discute pesquisas que indicam que maior estimulação intelectual ao longo da vida pode aumentar a reserva cognitiva e retardar os sintomas da doença.
2. HISTÓRIA
A Doença de Alzheimer foi descrita em 1906 pelo médico Psiquiatra e
Neurofisiologista alemão, Alois Alzheimer, quando publicou em um
Congresso, o estudo de caso de uma paciente com 51 anos, denominada
Auguste Deter. Esta paciente foi internada no Hospital Psiquiátrico de
Frankfur t, onde Alois trabalhava. O marido de Auguste queixou-se ao
médico que ela tinha comportamentos estranhos, andava descuidada
com a casa, vivia irritada e que lhe fazia constantes acusações a respeito
de sua fidelidade como esposo, sem ter qualquer motivo para tanto.
3. Após quatro anos, Auguste faleceu e Alóis pode estudar seu cérebro
tendo encontrado atrofia generalizada de células em seu córtex cerebral,
camada externa do cérebro que é relacionada às habilidades intelectuais.
Observou que eram as mesmas alterações encontradas em cérebros de
idosos, só que em maior quantidade e mais acentuadas no hipocampo
(uma estrutura no lobo temporal importante na formação de memórias).
Descreveu que as células que se mostravam alteradas formavam
emaranhados neurofibrilares (alterações de proteína Tau) e placas senis
(acúmulo de proteína beta amiloide), que matam neurônios (principais
células nervosas) e reduzem as conexões (sinapses) entre eles.
Logo em seguida, Emil Kraepelin, chefe de Alois em outra clínica que
trabalhavam, adiantou-se em batizar a doença de “Doença de
Alzheimer”.
4. O QUE É DOENÇA DE ALZHEIMER?
A Doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência, representando cerca de
50 a 80% dos casos. É uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de modo
lento e progressivo, caracterizada pelo comprometimento de duas ou mais funções
cognitivas como: memória, linguagem, atenção, raciocínio lógico, julgamento,
planejamento, habilidade visual e espacial, graves o suficiente para interferir nas
atividades da vida diária da pessoa.
Ao microscópio, constata-se a diminuição do número de células nervosas e de
sinapses.
A DA atinge primeiramente o hipocampo, uma estrutura cerebral responsável pelo
processamento da memória e com o tempo vai progredindo lentamente para outras
áreas do cérebro e causando a morte das células, especificamente dos neurônios.
Esses danos são irreversíveis e alteram todo o funcionamento intelectual, afetivo,
comportamental e mais tarde, físico da pessoa.
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6. O ESTUDO
Inúmeros estudos são realizados para explicar melhor porque pessoas com baixo
nível educacional e analfabetas (com pouca aprendizagem ao longo da vida)
parecem ser mais predispostas a desenvolver DA.
Pessoas com atividade intelectual intensa parecem fazer mais sinapses
(comunicação entre as células), o que pode fazer com que os sintomas demorem
mais para aparecer. Melhor educação pode refletir numa maior capacidade
cognitiva e de reserva cerebral, podendo adiar a manifestação clínica da doença.
Diversos estudos têm discutido uma questão denominada de Reserva Cognitiva
(RC), que refere-se a capacidade que o cérebro parece ter de suportar melhor os
efeitos de uma doença como a DA, sem apresentar os sintomas ou as
manifestações clínicas da doença, embora já instalada no cérebro. Um estudo
recente realizado por Barnes & Yaffe, analisou os efeitos da hipótese da RC e
concluíram que o risco é menor para quem tem ensino superior, exerceu uma
profissão estimulante ao longo da vida, tem QI (quociente de inteligência) mais
elevado, quem tem como hábito de vida realizar atividades física e de lazer que
sejam desafiadoras, encontrando uma redução de 10% de prevalência para a DA.
7. A principal hipótese é a de que o pouco uso do cérebro não fortalece nem aprimora
suas conexões, nem aumenta sua RC. A explicação para esta hipótese é a de que o
cérebro, quando bem “estimulado”, consegue formar vias alternativas para processar a
informação e funcionar direito por mais tempo, atrasando o surgimento dos sintomas.
As evidências são de que isto muda a estrutura física e química do cérebro resultando
em mais conexões entre as células, aumentando com isso suas reservas e reagindo bem
frente a uma lesão.
8. EXCEÇÕES
Mas nem tudo é boa notícia. A pesquisa ressalta que até mesmo
indivíduos com alta reserva cognitiva podem desenvolver sintomas de
demências senis, a reserva cognitiva ajuda o cérebro a contornar as
lesões, mas dependendo do grau de agressão é impossível não
desenvolver sintomas deste tipo de doença.
9. COMO EVITAR
Boa Alimentação.
Aumento de reserva cognitiva (estudo).
Cuidado com a saúde (controlar colesterol alto e diabetes).
Controle da pressão arterial.
Preocupação com o excesso de peso.
Sono controlado.
Manter-se fisicamente ativo.
Não fumar.
Dar sentido à vida (ter um propósito).
10. GINÁSTICA CEREBRAL
Ginástica cerebral nasceu da necessidade de se manter o cérebro
constantemente em exercício. Sua importância deve-se ao fato de que para
que todo o trabalho de resgate e cruzamento de informações aconteça com
eficácia e rapidez, seja fundamental que o cérebro esteja com todas as suas
sinapses devidamente desimpedidas, ativas, em forma e aptas a serem
utilizadas. Só assim as informações arquivadas serão resgatadas no
momento certo, no tempo necessário e circularão com rapidez, auxiliando
nas decisões, com maior precisão, eficácia e agilidade.[1]
Esta forma da ginástica é praticada através de exercícios e movimentos
coordenados do corpo que, executados de maneira apropriada, acessam e
estimulam partes específicas do cérebro, antes pouco utilizadas e/ou
desconectadas do conjunto cerebral. Um exemplo dessa prática são ordens
simples recebidas pelo cérebro, transmitidas ao corpo em forma de
movimentos, que são, gradativamente agilizadas. É o objetivo da ginástica
cerebral, estimular os hemisférios do órgão, para que trabalhem simultânea e
integralmente, o que oferece a possibilidade de utilização do cérebro de
maneira total, em todo o seu potencial para memorização e aprendizado,
com maior velocidade e eficiência.