2. PUERPÉRIO, SOBREPARTO, OU
PÓS - PARTO
DEFINIÇÃO
É um período cronologicamente variável, de
definição imprecisa, durante o qual se
desenrola todas as manifestações involutivas
e de recuperação da genitália materna após o
parto.(Rezende, 2015)
4. INFECÇÃO PUERPERAL
Denomina-se infecção puerperal (febre puerperal) a que se origina
no aparelho genital após parto recente. (Rezende, 2015)
DEFINIÇÃO:
FATORES PREDISPONENTES
Operação cesariana;
Parto e amniorrexe prolongados;
Numerosos toques vaginais;
Baixo nível sócio-econômico;
Lacerações do canal de parto.
No Brasil, a infecção
puerperal é a 3ª causa
de mortalidade
materna, sendo
responsável por 6,3%
dos óbitos.
(Ministério da Saúde,
2006)
(Rezende, 2015 / Zugaib, 2012)
5. INFECÇÃO PUERPERAL
GRUPOS DE RISCO
Grupo de Risco Características clínicas
Muito alto
(40 a 85%)
Operação cesariana após parto e amniorrexe de 6 a 12h, com
múltiplos exames vaginais em mulheres indigentes.
Alto (10 a 40%) Operação cesariana após parto e amniorrexe de >6h ou cesárea
eletiva em mulheres indigentes.
Operação cesariana após parto e amniorrexe de qualquer
duração em mulheres não indigentes.
Moderado
(3 a 10%)
Operação cesariana eletiva em mulheres não indigentes.
Parto vaginal e amniorrexe prolongados ou com grande
traumatismo.
Baixo (1 a 3%) Parto vaginal não complicado.
(Rezende, 2015)
6. INFECÇÃO PUERPERAL
(Rezende, 2015)
MICROBIOLOGIA
ANAERÓBIOSAERÓBIOS
Estreptococos beta-hemolíticos do grupo B;
Estreptococos beta-hemolíticos do grupo D;
Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A;
Estafilococos aeróbios;
Gram-negativos aeróbios;
Haemophilus influenzae;
Gardnerella vaginalis.
Gram - positivos anaeróbios;
Gram - negativos anaeróbios;
Clamídia
7. INFECÇÃO PUERPERAL
COMPLICAÇÕES
Abscesso pélvico
Em torno de 1 a 2% das pacientes podem evoluir com a formação de abscesso
abdominal. (Freitas, 2011)
Tromboflebite
pélvica séptica
Caracteriza-se pela formação de trombos nos vasos pélvicos em decorrência de
infecção. (Freitas, 2011)
Costuma ser o ponto de partida da pioemia, determinando abscessos renais,
pulmonares e de outros órgãos. (Rezende, 2015)
Fonte:Zugaib,2012
Fascite necrosante Representa uma forma rara de infecção, acometendo 1,8 mulher em cada mil
cesáreas. Com mortalidade entre 20 e 50% dos casos. (Zugaib, 2012)
Endometrite É a infecção puerperal da genitália mais frequente e surge na área de implantação da
placenta, incidindo em 1 a 3% após partos vaginais. (Rezende, 2015)
Choque
septicêmico
Precede o choque a septicemia, cujos sintomas são calafrios, elevação da temperatura
a 40ºC, taquicardia (120 a 140 bpm) e mau estado geral. (Rezende, 2015)
8. INFECÇÃO PUERPERAL
DIAGNÓSTICO
Fonte: Google imagens
A febre é o melhor sinal para o diagnóstico da infecção puerperal.
O diagnóstico da tromboflebite pélvica séptica é feito atualmente comTC ou
ressonância magnética.
A ultrassonografia é valiosa para o diagnóstico do abscesso pélvico.
(Rezende, 2015)
10. HEMORRAGIA PÓS-PARTO
É definida como a perda de sangue superior a 500ml após parto
vaginal ou maior que 1.000ml após o parto cesáreo.[American
College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), 2006]
DEFINIÇÃO:
CLASSIFICAÇÃO
Ocorre dentro de 24h do puerpério
Segundo a Federação Internacional de Obstetrícia e Ginecologia
(FIGO), a hemorragia pós parto pode ser definida e diagnosticada
clinicamente como sangramento excessivo que torna a paciente
sintomática (visão turva, vertigem e síncope).
PRIMÁRIA (PRECOCE) SECUNDÁRIA (TARDIA)
Ocorre dentro de 24h a 6 a 12
semanas
A hemorragia pós – parto é
a principal causa de morte
materna em todo o
mundo, sendo estimadas
140 mil mortes maternas
em 1 ano. O que
representaria uma morte a
cada 4 min,
(ACOG, 2006)
11. HEMORRAGIA PÓS-PARTO
ETIOLOGIA
As principais causas de hemorragia pós-parto são
atonia uterina (incapacidade do útero em
contrair-se adequadamente), retenção de
fragmentos placentários e lacerações do canal de
parto.
Fonte: Rezende, 2015
(Zugaib, 2012)
A atonia uterina
complica 1 em cada 20
nascimentos e é
responsável por 80%
dos casos de
hemorragia puerperal ,
(JACOBS, 2008)
12. HEMORRAGIA PÓS-PARTO
COMPLICAÇÕES
Choque
Hemorrágico
A hemorragia pode levar ao choque hipovolêmico. Este último consiste em uma
situação emergencial no qual a perfusão dos órgãos do corpo pode ficar gravemente
comprometida e provocar a morte. Os mecanismos fisiológicos compensatórios são
ativados em resposta a hemorragia (LOWDERMILK e PERRY, 2002)
Síndrome de
Sheehan
A síndrome de Sheehan se caracteriza pelo hipopituitarismo pós-parto secundário a
necrose hipofisária decorrente da hipotensão ou choque em virtude de hemorragia
maciça durante ou logo após o parto. (SOARES, 2008)
13. HEMORRAGIA PÓS-PARTO
MANIFESTAÇÕESCLÍNICAS
Sede, secura na boca, língua e lábios;
Fraqueza, tontura e frio;
Queda acentuada da pressão arterial;
Palidez;
Hematomas.
Hipovolemia (hipotensão, taquicardia e
oligúria);
Sudorese.
(Zugaib, 2012)
Fonte: WikihowFonte: Zugaib, 2012
14. HEMORRAGIA PÓS-PARTO
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de hemorragia pós-parto em geral é óbvio, exceto nos casos de acúmulo de sangue na
cavidade uterina ou em alguns eventos de rotura uterina com hemorragia intraperitoneal. (Zugaib,
2012)
O diagnóstico da hemorragia pós-parto se inicia com o reconhecimento do sangramento excessivo e o
exame pormenorizado da paciente para identificar a sua causa. A regra dos “4t” (tônus, trauma, tecido e
trombina) é o processo mnemônico interessante. (Rezende, 2015)
4-T Causa Incidência aproximada (%)
Tônus Atonia uterina 80
Trauma Lacerações, hematomas, ruptura,
inversão.
15
Tecido Placenta retida e acreta 5
Trombina Coagulopatia <1
18. PATOLOGIA DA LACTAÇÃO
INGURGITAMENTO
MAMÁRIO
O ingurgitamento mamário caracteriza-se
pelo aumento de volumes das mamas,
que se apresentam túrgidas, distendidas e
dolorosas a ponto de impedir a
amamentação.
DEFINIÇÃO ETIOLOGIA
Acontece uma retenção por
acotovelamento dos canais galactóforos e
consequente falta de esvaziamento das
mamas.
TRATAMENTO
Sustentação das mamas com sutiãs
apropriados, retirada do leite por
esvaziamento manual ou com bomba de
sucção, a ministração de ocitócitos e a
aplicação de bolsa de gelo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico, devendo-se
observar a aparência das mamas e
queixas de dor.
(Zugaib, 2012)
(Rezende, 2015)
19. PATOLOGIA DA LACTAÇÃO
MASTITE
DEFINIÇÃO
A mastite é uma condição inflamatória da
mama, que pode ou não ser
acompanhada de infecção. Quando a
mastite ocorre durante o período de
aleitamento é chamada de mastite
lactacional ou mastite puerperal. (Zugaib,
2012)
ETIOLOGIA
A remoção ineficiente de leite em razão
de técnicas inadequadas de aleitamento é
o principal fator predisponente para a
instalação do quadro de mastite. Assim, a
suspensão do aleitamento, como se
acreditava ser necessária no passado, é
hoje contraindicada na maioria dos
casos
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
O diagnostico de mastite e clinico,
podendo ser complementado com
exames bacteriológicos e de imagem.
Na vigência de mastite, a paciente
apresenta queixas de dor mamaria
localizada, na maioria das vezes
unilateral, acompanhada de hiperemia e
hipertermia
Antibioticoterapia;
Esvaziamento das mamas;
Bolsa de gelo;
Manter os seios suspensos com sutiã
adequados. (Rezende, 2015)
(Fonte :Zugaib, 2012)
20. DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS
PUERPERAIS
O puerpério é uma fase de
profundas alterações no
âmbito social, psicológico
e físico da mulher, sendo
assim, aumentam os riscos
para o aparecimento dos
transtornos psiquiátricos.
(SILVA, 2005)
21. DEPRESSÃO PÓS-PARTO (DPP)
A depressão puerperal, segundo ZANOTTI et al (2003) é um transtorno mental de alta
prevalência e que provoca alterações emocionais, cognitivas, comportamentais e físicas.
Inicia-se de maneira insidiosa, levando ate semanas após o parto.
DEFINIÇÃO:
Pitt apud ROCHA (1999) caracteriza esta síndrome puerperal como uma depressão atípica,
ou seja, uma variante de um quadro depressivo fisiológico mais comum em puérperas jovens
ou de personalidade imatura.
ETIOLOGIA
Pode-se dizer que a etiologia da DPP não
se determina por fatores isolados, mas
sim por uma série de aspectos que devem
ser abordados no diagnóstico e
terapêutica da DPP, portanto, uma
combinação de fatores psicológicos,
sociais, obstétricos e biológicos. (SILVA,
2005)
MANIFESTAÇÕESCLÍNICAS
Tristeza;
Choro fácil;
Desalento;
Abatimento;
Disturbios do sono;
Fadiga;
Dificuldade de concentração;
Irritabilidade, entre outros.
22. DEPRESSÃO PÓS-PARTO (DPP)
TRATAMENTO PROGNÓSTICO
A terapêutica da depressão puerperal
baseia-se na farmacologia, e na
psicoterapia, e em casos extremos na
eletroconvulsoterapia. Estes métodos são
semelhantes aos empregados no
tratamento de transtornos depressivos
em outros períodos da vida, comprovando
assim sua eficácia. (ROCHA, 1999)
Segundo KAPLAN et al (1999) tanto a
depressão puerperal quanto a psicose
pós-parto, apesar de apresentarem um
quadro clínico severo e de início abrubto,
podem cursar um bom prognóstico. Para
isso, é necessária a identificação precoce
dos sintomas iniciais e a partir daí o
planejamento de terapêuticas adequadas.
(Silva, 2005)
24. PAPEL DO ENFERMEIRO
Aferição de SSVV;
Reposição Hídrica;
Massagem Uterina;
Orientações;
Administração de Medicamentos;
Aplicação de Bolsa de Gelo;
AcessoVenoso Calibroso;
Curativos
Os cuidados de enfermagem
devem ser prestados de forma
integral, levando em
consideração que a puérpera é
um ser biopsicossocial, logo, o
enfermeiro deve saber ouvir e
interpretar as queixas referidas
pela puérpera e/ou
acompanhante
25. REFERÊNCIAS
COSTA, S.H.M. et al. Hemorragia pós-parto. In: FREITAS, F. et al. Rotinas em Obstetrícia. São Paulo, Artmed, 2011. p.
758-766.
DUARTE, M. R. et al. Atuação do enfermeiro no controle de infecção puerperal: revisão integrativa. Revista de
Enfermagem UFPE on-line. Recife. v. 8, n. 2, p. 433-41, fev. 2014. Disponível em:
<file:///C:/Users/Windows8/Documents/5332-52570-1-PB.pdf> Acesso em 19/03/2016
HIGUTI, P.C.D; CAPOCCI, P.O. Depressão pós-parto. Ver. Enferm. UNISA. v. 4, p. 46-50, 2003. Disponível em:
www.unisa.br/graduação/biologicas/enfer/revista/arquivos/2003-11.pdf . Acesso em 13/03/2016.
IANCONELLI, Vera. Depressão pós-parto, psicose pós-parto e tristeza materna. Revista pediatria moderna. v. 41, n. 4, Jul-
Ag, 2005. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagens/1927.pdf . Acesso em 13/03/2016.
LUBIANCA, J. N. et al. Infecção puerperal. In: FREITAS, F. et al. Rotinas em Obstetrícia. São Paulo, Artmed, 2011. p. 434-
444.
MONTENEGRO, C. A. B.; FILHO, J. R. Infecção Puerperal. In: MONTENEGRO, C. A. B.; FILHO, J. R. Obstetrícia
Fundamental. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2015. p.609-617.
MONTENEGRO, C. A. B.; FILHO, J. R. Hemorragia Pós-parto. In: MONTENEGRO, C. A. B.; FILHO, J. R. Obstetrícia
Fundamental. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2015. p.619-624.
MONTENEGRO, C. A. B.; FILHO, J. R. Patologia da Lactação. In: MONTENEGRO, C. A. B.; FILHO, J. R. Obstetrícia
Fundamental. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2015. p.625-628.
Notas do Editor
ATENTAR PARA INFECÇÕES ENDÓGENAS E EXOGENAS
Pioemia são êmbolos sépticos, atentar para explicar!
O principal responsável pelo choque é a E. Coli