Nos últimos anos, o Brasil vem se destacando no crescimento da produtividade de milho (Zea mays), porém alguns fatores podem interferir na produção do grão como por exemplo o ataque de pragas e incidência de doenças. Atualmente a cigarrinha-do-milho, é considerada uma praga chave na cultura desse cereal pela transmissão dos patógenos responsáveis pelas doenças conhecidas como enfezamentos do milho. Os enfezamentos são causados por bactérias da classe Mollicutes, que infectam as plantas de forma sistêmica resultante da colonização e infecção dos tecidos do floema. Em milho, dois sintomas de enfezamento são conhecidos, enfezamento pálido e o enfezamento vermelho, ocasionados pelo procarionte Spiroplasma kunkelii Whitcomb (Corn Stunt Spyroplasma) e por Fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma), respectivamente. Ambos os patógenos são transmitidos de forma persistente propagativa pela cigarrinha do milho Dalbulus maidis . A cigarrinha é responsável também pela transmissão do vírus Maize rayado finovirus - MRFV. Enfezamento pálido: É causado pelo procarionte denominado Spiroplasma kunkelii Whitcomb (Corn Stunt Spyroplasma), pertencente ao domínio Bacteria, classe Mollicutes. Os sintomas do enfezamento pálido são estrias cloróticas delimitadas que se iniciam na base das folhas, plantas com altura reduzida, encurtamento de entrenós, brotos nas axilas foliares e cor avermelhada em folhas, podendo ocorrer enfraquecimento dos colmos e proliferação de espigas. Enfezamento vermelho: É causado pelo procarionte conhecido pelo nome comum fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma). Também pertencente à classe dos Mollicutes. Os sintomas do enfezamento vermelho são amarelecimento e/ou avermelhamento das folhas, geralmente iniciando pelas bordas, perfilhamento e proliferação de espigas por planta. Raiado fino: O agente raiado fino é o Maize rayado fino virus – MRFV, o sintoma do raiado fino é a formação de pequenos pontos cloróticos nas folhas que podem coalescer com o avanço da doença, formando linhas ao longo das nervuras. No Brasil, sua incidência geralmente está associada à ocorrência dos enfezamentos, porém sua correlação com os sintomas dos enfezamentos ainda precisa ser esclarecida. Quando ocorre infecção precoce por MRFV pode haver redução de crescimento e abortamento das gemas florais. Plantas de milho infectadas com o MRFV não apresentam a extensiva coloração vermelha ou amarela associada à infecção pelos molicutes. O manejo das doenças transmitidas por insetos deve se basear simultaneamente em evitar e reduzir as fontes de inóculo dos patógenos e a incidência do vetor na área. Para isso deve-se prevenir realizando o monitoramento da população de cigarrinhas durante o ano todo e na cultura do milho em especial nos estágios VE até V8. Realizar um bom tratamento de sementes, escolha de híbridos com tolerância às doenças transmitidas pelo inseto, eliminar milho voluntário e plantas hospedeiras, efetuar o manejo integrado de pragas, e controle biológico.