Planta daninha é qualquer tipo de planta encontrada em local indesejado, ou seja, que interfere nos objetivos do homem. Estas podem ser classificadas em dois grupos principais, as voluntárias (plantas daninhas provenientes de sementes de culturas anteriores cultivadas naquela área, como o milho) e as verdadeiras (plantas que não foram geneticamente modificadas pelo homem e que apresentam maior rusticidade).
Para realizar o controle dessas plantas daninhas deve ser implementado o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), que se baseia na utilização de diferentes técnicas agrícolas a fim de otimizar o processo de controle, tornando-o um processo que seja economicamente, socialmente e ambientalmente viável. Além do manejo químico, estão integrados o manejo mecânico (roçadeiras e cultivadores), o manejo preventivo (sistema de plantio, uso de sementes puras, manejo de entressafra) e o manejo cultural (seleção de cultivares e adensamento populacional).
Digitaria insularis (capim-amargoso), Eleusine indica (capim-pé-de-galinha) e Euphorbia heterophylla (buva) são plantas de mais difícil controle, sobre as quais são aplicados herbicidas para matar a parte aérea, porém conseguindo baixíssimo nível de erradicação. Para essas plantas são utilizados principalmente no pré-plantio: glifosato, 2,4-D ou clorimuron, flumioxazina e cletodim. Para o pós-plantio são utilizados glifosato e clorimuron ou cletodim. A utilização de cletodim e clorimuron no pré-plantio constitui um uso indevido desses herbicidas, pois quando misturados com outros agem de forma antagônica, além de para um funcionamento eficiente necessitarem de água no perfil do solo, o que não é presente em boas quantidades em nossa região durante a entressafra.
Entre as principais plantas daninhas de soja encontramos também a Euphorbia heterophylla (leitero), Amaranthus spp. (caruru), Bidens spp. (picao-preto), Commelina benghalensis (trapoeraba) e Spermacoce verticillata (vassourinha-de-botão). Para controlar essas plantas perigosas, utiliza-se o mesmo posicionamento sem o uso do cletodim, que só é utilizado naquelas que exigem maior esforço de controle.
5. 5
EFEITOS DAS PLANTAS DANINHAS SOBRE AS CULTURAS
Diretas
Indiretas
INTERFERÊNCIA
Pressões
Hospedeiras
de pragas e
doenças
Competição e
alelopatia
Fonte: Leonardo Bianco de Carvalho; elaborado por Francisco Cavaglia, 2023.
6. 6
Redução de produtividade;
Redução na qualidade do produto colhido (principalmente impurezas);
Redução no valor da terra;
Disseminação de pragas e doenças;
Dificuldade de realizar tratos culturais e colheita;
Dificuldade no manejo da água (reservatórios e canais de irrigação).
EFEITOS DAS PLANTAS DANINHAS SOBRE AS CULTURAS
7. 7
• De acordo com seu ciclo:
CLASSIFICAÇÃO
Anuais: Amaranthus spp. Bianuais: Eleusine Indica Perene: Digitaria insularis
Fonte: Chilebio, 2018. Fonte: PictureThis, 2023. Fonte: Blog FieldView 2021.
8. 8
• De acordo com seu metabolismo:
Fonte: Khan Academy, 2023.
CLASSIFICAÇÃO
9. 9
MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS (MIPD)
Cultivadores
Roçada
mecânica
Escolha de
cultivares
Sementes
puras
Manejo na
entressafra
Manejo da
população
Práticas
fitotécnicas
Limpeza de
maquinaria
Sistema de
plantio
Manejos
preventivos,
culturais e
mecânicos
10. 10
Manejo químico
Pré-
emergentes
Pós- emergentes
das plantas
daninhas e antes
da cultura
Pós- emergentes
das plantas
daninhas e da
cultura
Digitaria insularis;
Euphorbia heterophylla;
Conyza spp;
Eleusine indica;
Amaranthus spp;
Bidens spp;
Commelina benghalensis;
Spermacoce verticillata.
MANEJO QUÍMICO DAS PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS DA SOJA
12. 12
IMPACTO
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Ausente 1 a 3 4 a 8
Rendimento
(kg/ha)
Densidade de capim-amargoso (plantas/m2)
Produtividade em kg/ha de soja cultivada
sob diferentes intensidades de infestações
de capim-amargoso
Fonte: Gazziero, D.L.P; Fornarolli, D; Vargas, L; Adegas, F. S. Elaborado por Francisco Cavaglia.
13. 13
RESISTÊNCIA Resistência de D.
insularis ao
herbicida
Glifosato (EPSP’s)
Brasil
2008
2016
Resistência aos I.A
Fenoxaprop-P-etil
e Haloxyfop-P-
methyl (ACCase)
2005
Paraguai
Resistência de D.
insularis ao
herbicida Glifosato
(EPSP’s)
Primer caso de
resistência múltipla
(Glifosato,
Fenoxaprop-P-etil e
Haloxyfop-P-methyl)
2020
2023
14. 14
Ordem: Malpighiales.
Família: Euphorbiaceae.
Gênero: Euphorbia.
Espécie: Euphorbia Heterophylla.
Características:
Dicotiledônea (folhas largas).
Metabolismo: C4.
Ciclo: Anual.
Reprodução: via sementes.
Heterofilia.
Presença de látex branco.
EUPHORBIA HETEROPHYLLA – “LEITEIRO”
Fonte: Royal Botanic Garden, 2023.
Fonte: J. Hayden, 2023.
15. 15
IMPACTO
Estimativas de redução da produção de soja para os cultivares Embrapa-48
(precoce) e Embrapa-62 (ciclo médio), em função da competição de
diferentes densidades de Euphorbia heterophylla.
Fonte: Embrapa, 2023.
16. 16
RESISTÊNCIA
Espécie Ano Tipo de
resistência
Mecanismo de ação Herbicida(s)
Euphorbia
Heterophylla
1993 Simples ALS Clorimuron, Cloransulam,
Imazamox, Imazaquin e
Imazetapir
Euphorbia
Heterophylla
2004 Múltipla ALS e PROTOX Acifluorfen, Cloransulam,
Diclosulam, Flumetsulam,
Fomesafen, Imazetapir,
Lactofen, Metsulfuron,
Saflufenacil
Euphorbia
Heterophylla
2019 Simples EPSP`s Glifosato
Fonte: Mais Soja, 2023.
18. Folhas: dentadas.
Ramos: também
apresenta forma
piramidal, porém a
haste principal
apresenta maior
pilosidade do que a C.
canadenses.
Folhas: com margens
dentadas.
Ramos: não excedem
ao topo, deixando a
planta em forma
piramidal.
18
DIFERENÇAS
Folhas: margens lisas,
podendo em certas
variedades apresentar
finos dentes.
Ramos: são maiores e
ultrapassam o topo do
caule.
Conyza bonariensis Conyza canadensis Conyza sumatrensis
Fonte: Harri Lorenzi, 2014. Fonte: Agrolink, 2023.
Fonte: Harri Lorenzi, 2014.
19. 19
IMPACTO
0% 14% 21% 23% 33% 43% 48% 59%
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 1 2 3 4 6 8 10
Rendimento
(kg/ha)
Densidade de Conyza spp. (pl/m2)
Produtividade média da soja em diferentes densidades
populacionais de Buva (Conyza spp.) conduzidos nas
safras 16/17 e 17/18
Rendimiento (kg/ha) Disminución del rendimiento (kg/ha)
Diminuição do rendimento (kg/ha)
Rendimento (kg/ha)
20. 20
RESISTÊNCIA
Linha do tempo mostrando a evolução das plantas da Buva (Conyza spp.), resistentes aos
herbicidas e com diferentes mecanismos de ação no Brasil. Os sinais positivos (+) indicam
biótipos com resistência a mais de um mecanismo de ação (resistência múltipla).
Fonte: Elevagro, 2022.
25. 25
RESISTÊNCIA
Bidens pilosa
Resistência a inibidores
ALS (Imazethapyr,
imazaquin, pyrithiobac,
chlorimuron e
nicosulfuron).
Bidens subalternans
Resistência a
inibidores do
fotosistema II
(atrazina).
Resistência a inibidores
ALS (Imazethapyr) e a
inibidores do
fotosistema II (atrazina)
Bidens pilosa
Bidens subalternans
Resistência a glifosato
1993
1996
2006
2016
2022/2023
Resistência a
inibidores ALS
Bidens subalternans
Fonte:
elaborado
por
Francisco
Cavaglia,
2023.
30. 30
AMARANTHUS SPP. - “CARURU”;
Ordem: Caryophyllales.
Família: Amaranthaceae.
Gênero: Amaranthus.
Características:
Dicotiledônea (folha larga).
Metabolismo: C4.
Ciclo: anual.
Elevada produção de sementes.
Fonte: Embrapa, 2023.
Fonte: Adama 2023.
Fonte: Mais Soja, 2023.
31. 31
DIFERENCIAÇÃO
Fonte: Harri Lorenzi, 2014. Fonte: Harri Lorenzi, 2014. Fonte: Agrolink, 2023.
Amaranthus hybridus var.
Paniculatus
Amaranthus hybridus var.
Patulus
Amaranthus retroflexus
32. 32
Fonte: Harri Lorenzi, 2014. Fonte: Harri Lorenzi, 2014. Fonte: Harri Lorenzi, 2014. Fonte: Embrapa, 2014.
Amaranthus deflexus Amaranthus viridis Amaranthus spinosus Amaranthus palmeri
33. 33
Impacto
Perda de rendimento em função da densidade populacional de
Amaranthus hybridus no experimento realizado em 2018/2019 e 2019/2020.
Fonte: Mais Soja, 2023.
47. Entre em contato conosco:
geagraufg.wordpress.com
geagracontato@gmail.com
GEAGRA UFG
@geagraufg
UNINDO CONHECIMENTO EM PROL DA AGRICULTURA!
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS DA SOJA
Francava6@gmail.com