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Perfil
Agro DBO visita o sítio de seu colaborador Hélio Casale, membro
do conselho editorial da revista, medalhista de ouro em cafeicultura.
Rogério F. Furtado
O nome dele é café
A
maior parte das terras de
relevo acidentado do sul
de Minas Gerais apre-
senta pastagens anê-
micas, às vezes coroadas por fia-
pos secundários de Mata Atlânti-
ca. Na paisagem do município de
Inconfidentes, o sítio Santo Antô-
nio da Montanha oferece um con-
traste reconfortante dentro do
panorama geral, com suas mui-
tas tonalidades de verde. Porteira
adentro, há exemplares de 253 va-
riedades vegetais, nativas e exóti-
ceptivo, não hesita em divulgá-las,
desde que sejam econômicas, além
de eficazes. Por vezes, modifica as
propostas originais. Com tal espí-
rito, alterou até o famoso aforis-
mo de Lavoisier, o pai da química,
acerca da transmutação da matéria,
conforme se lê em placa colocada
na entrada do sítio: “Aqui no SAM
tudo se planta, tudo se cria, nada
se perde, tudo se transforma”. Mais
adiante, perto da casa-sede, outros
dizeres resumem o gosto de Casa-
le e de sua esposa e apoiadora há
53 anos, Maria de Lourdes Omet-
to Casale (D. Lourdinha), por
uma paisagem verdejante: “Aqui
se cultiva e se pratica a biodiversi-
dade vegetal positiva”. Ou seja, as
plantas devem ter alguma função
– embelezar a propriedade é o mí-
nimo que se espera delas. Há um
sentido prático nisso: o objetivo
primordial é garantir um ambiente
favorável ao café, cultura que tem
merecido a atenção preferencial
de Casale desde sua formatura na
Esalq – Escola Superior de Agricul-
tura Luiz de Queiroz, em 1961.
Parceiros de lida
Casale leva adiante seus projetos
no sítio tendo como braço direito
o gerente Ubirajara Venâncio da
Costa, nascido em Inconfidentes,
que comanda outros cinco funcio-
A | Agro DBO – setembro 2016 setembro 2016 – Agro DBO | B
nários contratados, encarregados
da maioria das tarefas na proprie-
dade. Bira, como é chamado por
todos, trabalha no sítio há 14 anos e
tomou gosto pela prática de circun-
dar os talhões de café com plantas
de espécies diferentes, que também
vão margeando os carreadores e
estradas internas. O diálogo entre
o proprietário e o gerente é muito
cordial. Bira tem alguns hectares de
café nas proximidades e, reverente,
afirma ter aprendido com Casale
tudo o que sabe sobre a cultura – o
que não é pouco a esta altura. E os
conhecimentos que absorve apli-
ca com diligência em sua lavoura
O casal Casale,
Hélio e Dona
Lourdinha, diante
da casa-sede do
sítio Santo Antônio
da Montanha, em
Inconfidentes (MG).
Sede do sítio
Santo Antõnio
da Montanha,
laboratório e retiro
eventual entre
as andanças do
mestre.
Paisagem típica
da região de
Inconfidentes,
descortinada do
sítio dos Casales.
e no Santo Antônio da Montanha,
de 104 hectares, onde os cafeeiros
estão distribuídos em 33 talhões.
Ocupam um total de 28 hectares,
com produtividade média de 29
sacas/ha, taxa considerada boa por
Casale,se forem levadas em conta as
dificuldades enfrentadas por quem
pratica a cafeicultura em terreno de
forte declividade, onde a mecaniza-
ção se limita ao uso de poucas má-
quinas de operação manual.
O Catuaí 62 predomina, mas há
outras cultivares. Catorze hectares
de Bourbon também se destacam.
São plantas de 40 anos ou mais,
que Casale encontrou no terreno
por ocasião da compra, em 1984,
e se recusa a extirpá-las no curto
prazo: “Esses cafeeiros com certe-
za ainda vão produzir por 10 a 15
anos. Como o espaçamento entre
eles é largo, estamos adensando
a lavoura com mudas de Catuaí.
Ao mesmo tempo, começamos a
entrar no sistema de safra zero,
para limitar a altura das plantas e
renovar a galhada. No entanto, ao
contrário de muita gente, a poda
aqui se faz conforme manda a boa
técnica. O cafeeiro deve ficar com o
formato de um pinheirinho. Mais
estreito em cima e mais largo em-
baixo. Para isso o corte precisa ser
feito em ângulo de 15º, de modo
a respeitar as necessidades fisio-
cas, em quantidades diversas. São
palmeiras, frutíferas, plantas or-
namentais, arbustos e árvores pa-
ra sombreamento e madeira, que
dão abrigo e alimento à fauna re-
gional, em evidente processo de re-
cuperação no caso de algumas es-
pécies. Nada impede que o ver-
de esperançoso da propriedade se
dissemine para além de suas divi-
sas, pois o dono não faz segredo de
seus métodos. Ao contrário, o ve-
terano agrônomo e consultor in-
dependente, Hélio Casale, especia-
lista em nutrição de plantas, tem o
Santo Antônio da Montanha como
retiro, mas também como labora-
tório a céu aberto. Em suas pales-
tras, menciona com frequência os
resultados de experimentos reali-
zados ali. “É natural, pois antes de
recomendar produtos ou práticas
de manejo a meus clientes, preciso
testá-los primeiro”, diz ele.
Suas atividades profissionais
exigem que esteja atualizado de
forma permanente com as novida-
des da técnica. Casale, sempre re-
lógicas da planta. ‘O cafeeiro tem
a cabeça quente e os pés frios’, já
ensinava William H. Ukers no clás-
sico All about Coffee (Tudo sobre o
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Na colheita, a rotina no sítio
não difere do que se vê na região.
Da lavoura, o café segue para a área
plana do terreno, em nível inferior
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despolpada. A seca, natural, se re-
aliza em terreiros cobertos. Casale
vende a produção para comprado-
res do mercado local. Perguntado
se o café dá lucro, responde: “Está
pagando as contas. E deixa alguns
tostões”. Para manter as finanças
equilibradas, Casale aplica recur-
sos próprios. Nunca toma dinheiro
C | Agro DBO – setembro 2016
emprestado. E limita sua participa-
ção em duas cooperativas às com-
pras de insumos, quitadas à vista.
Ao café, de fato, compete pagar as
contas. Das muitas espécies vegetais
plantadas no sítio, por enquanto só
duas têm função econômica.O aba-
cate e a macadâmia. “O pessoal da
região não tem o costume de con-
sumir abacate com regularidade. Os
preços pagos são muito baixos. Mas
a macadâmia vai bem. Temos co-
locado a produção no mercado de
Poços de Caldas”. As atividades no
sítio se completam com o manejo
de pequeno rebanho bovino, que
pasta de forma alternada por diver-
sos piquetes. Alguns sombreados
por eucaliptos. Para o futuro próxi-
mo, Casale alimenta expectativas de
que o Santo Antônio da Montanha
venha a se tornar também uma fon-
te de boas madeiras. Dos eucaliptos
e das grevíleas.
Boas práticas, sempre
Um ambiente favorável ao café
pressupõe a conservação da água,
do solo e de sua fertilidade. Como
manda a natureza, que tudo trans-
forma, o Santo Antônio da Mon-
tanha tem passado por sucessivas
metamorfoses. Muita coisa já foi
modificada desde a compra por
Casale. “Viemos para cá estimu-
lados por nosso amigo José Peres
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Safra zero, banquetas, gesso agrícola, melaço, consórcios, poda
em 15°, etc. O receituário de Casale não cabe nestas duas linhas.
pequenas manchas de mata nati-
va. Embora devassadas, escaparam
dos machados e do fogo por serem
quase inacessíveis. Mas os cafezais
eram adultos e sem manejo. Com
dez a 15 hastes verticais por pé.
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acrescenta: “No terreno havia uma
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gumas laranjeiras morrendo...”.
O sítio, comprado de um cida-
dão com o apelido pitoresco de To-
niquinho, já contava com um siste-
ma de banquetas nos cafezais. Essa
técnica milenar – o terraceamento
–, recomendável para a agricultura
em áreas de declividade acentuada,
fora introduzida ali anos antes, por
José Peres Romero. As banquetas,
além de protegerem o solo contra a
erosão, facilitam e agilizam os tratos
culturais e a colheita, o que significa
economia de mão de obra,o item de
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de montanha. Casale comenta:“Em
terreno inclinado, o pano não para,
o café não para e o trabalhador
também escorrega. Agora vamos
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e aplainar mais o terreno. Assim
será possível colher no pano aci-
ma e abaixo das linhas de plantio”.
Além do terraceamento,nas últimas
décadas de grandes transformações,
diversas outras técnicas foram res-
suscitadas ou desenvolvidas para a
cultura do café.
Dentre a multiplicidade de
recursos surgidos no período, Ca-
sale destaca a aplicação do gesso
como condicionador dos solos e
o consórcio de braquiárias com os
cafeeiros como os mais importan-
tes. A Brachiaria ruziziensis é sua
predileta: “Dá para atravessar o
ano com um única roçada, pois ela
produz sementes apenas uma vez
a cada doze meses. E, quanto à ale-
lopatia, é a que combina mais com
o café. A Brachiaria decumbens dá
mais massa, mas não muito mais.
E, em contrapartida, exige bastan-
te trabalho no manejo. Costumo
recomendar a Brachiaria ruzizien-
sis com base nos estudos apro-
fundados sobre o tema, realizados
por meu colega agrônomo Dimas
Antonio Del Bosco Cardoso”. Ao
lado de José Peres Romero, Casale
tem sido também um incansável
difusor do uso do gesso agrícola,
conquistando discípulos fieis, a
exemplo do cafeicultor Antonio
Carlos David, de Franca, em São
setembro 2016 – Agro DBO | D
Paulo (leia Agro DBO, edição de
agosto de 2016).
O sistema de produção ado-
tado apresenta vantagens inques-
tionáveis. Permite, sobretudo, a
economia de defensivos. Cerca de
25% das despesas com esse item.
“Neste ano não fizemos pulveriza-
ções contra a broca e a ferrugem”,
diz Bira. O manejo previne o ata-
que da broca: os grãos que sobram
na lavoura são rastelados para as
entrelinhas, ficando sob o calor do
Sol, letal para as brocas. “E se você
quiser conhecer a ferrugem, não
será aqui”, diz Hélio. Para isso ele
tem uma explicação. “Ainda não
há pesquisas sobre o assunto. Mas
em todas as pulverizações estamos
usando melaço de cana-de-açúcar
em pó, na concentração de 2%, que
resulta em 12 de pH. É possível que
esse meio básico iniba a doença.
Nas fazendas que temos orienta-
do, empregando o melaço, nada
está sendo gasto contra a ferrugem.
Mas ainda falta comprovação cien-
tífica para esse efeito”.
Por fim, na composição de am-
biente saudável, na propriedade,
além das APPs – Áreas de Preser-
vação Permanente, existem as áreas
de preservação hídrica – as APHs,
termo cunhado por D. Lourdinha.
As várias nascentes do Santo Antô-
Hélio e Bira,
arco e flecha
no sítio dos
Casales, em
banquetas
entremeados
por cafeeiros.
De como surgiu o melaço
A descoberta do melaço por Casale
foi casual e divertida. Ele visitava uma
fazenda capixaba, dotada de grande nú-
mero de pivôs para a irrigação de café
conilon e plantios de mamão. À tarde,
depois de percorrer os cafezais, o irmão
do proprietário o convidou para passar
em revista as áreas do mamão. Casale,
com as habituais cortesia e bonomia
que lhe são próprias, aceitou, embora
confessasse ao anfitrião nada entender
desse ramo da fruticultura. Apenas se
lembrava que um minúsculo intruso,
chamado ácaro do ponteiro, era uma
das piores, senão a mais ameaçadora
praga dos mamoeiros. Ao notar que não
havia ácaros nos plantios, o tédio de Ca-
sale com a caminhada evaporou em se-
gundos. Ele perguntou ao fazendeiro o
que estava sendo usado contra a praga.
O homem desconversou. “Ele deu uma
resposta toda atrapalhada, que nada
tinha a ver com minha pergunta. Mais
adiante ele me indagou sobre uma
questão qualquer. Foi minha vez de dar
o troco, com uma conversa sem pé nem
cabeça. O homem não resistiu. Botou
as mãos em meus ombros e declarou
‘Casale, um a um. Vamos chegar a um
acordo?’ Topei na hora. Então ele disse:
‘Não respondi quando você perguntou
sobre o ácaro por vergonha. Usamos
melaço para conter a praga. Você já viu
aranha andar em goma-arábica? Pois
o ácaro é um aracnídeo. Fica preso no
melaço’...”
Misturador
ergonômico,
para facilitar a
lida no terreiro
de secagem,
simples, mas
funcional.
Cefeeiro “tipo”
Pinheirinho e grãos
recobertos por
fungos benéficos,
capazes de melhorar
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bebida: práticas
provadas a campo.
Perfil
nio da Montanha estão protegidas
em APPs bem definidas. Fora isso,
há um conjunto de lagoas e peque-
nas barragens, na verdade caixas
secas, construídas em todas as gro-
tas, onde havia risco de erosão. Elas
retêm as águas de chuvas e forçam
sua infiltração no terreno.“Alguma
água sai do sítio. Mas sai gemendo”,
sentencia Casale.
Uma vida com o café
Hélio Casale esteve rodeado de
café desde que nasceu em Santa
Adélia, interior de São Paulo. E, na
infância, viu alguns cafeeiros prote-
gidos por cercas de arame,com por-
teira e cadeado, na Fazenda Bacuri,
em Urupês, propriedade de dois
tios, irmãos de sua mãe. Só bem
mais tarde iria descobri o porquê
do isolamento das plantas: delas sa-
íram as sementes a partir das quais
o lendário geneticista Alcides Car-
valho, do Instituto Agronômico de
Campinas, faria sua maior criação
– o Mundo Novo, precursor do Ca-
tuaí e da maioria das cultivares de
arábica em produção atualmente.
Urupês, na década de 1930, se cha-
mava Mundo Novo, o que explica
o nome de batismo escolhido por
Carvalho para seu “filho” predileto.
E foi um acaso feliz que terminaria
por dar ao geneticista a matéria-
-prima para o melhoramento. Ca-
sale conta: “Uma família, viajando
em carro de boi, ia para Marília,
plantar café. Ao anoitecer, parou
na fazenda de um vizinho de meus
tios. Embora fossem desconheci-
dos, o proprietário lhes deu pouso
e alimentação, numa atitude típica
da hospitalidade dos velhos tempos.
No dia seguinte, muito agradeci-
do, o chefe da família presenteou
o fazendeiro com um punhado de
sementes, recomendando que expe-
rimentasse plantar, pois se tratava
de café extraordinário, o melhor de
sua região. Mais adiante, o vizinho,
‘seu’ Pedro Mazzaro, cedeu mudas
para meus tios, José e Domingos.
Algumas se destacaram. Foi assim
que tudo começou”.
E | Agro DBO – setembro 2016
Mas o interesse de Casale pelo
café foi despertado realmente quan-
do ele assumiu o posto de delegado
regional agrícola da Date (a Cati
de hoje), em Catanduva, no ano
seguinte ao de sua formatura na
Esalq. “Nesse cargo, comandei 12
casas de agricultura na região que,
em 1962, era coberta por um ver-
dadeiro mar de café – 52 milhões
de pés. Fiz boas amizades na época,
inclusive com o José Peres Romero,
então agrônomo da Copas, empre-
sa de fertilizantes. Em 1968, o Ro-
mero me convidou para trabalhar
na Copas. A proposta era tentado-
ra em termos financeiros. Resolvi
aceitar e fui até São Paulo. Mas nos
desencontramos. No mesmo dia,
topei com outro amigo agrônomo,
Cícero Corte Brilho, que me levou
imediatamente para a Quimbrasil,a
maior produtora de fertilizantes da
época. Permaneci nessa companhia
por 18 anos, até me tornar consul-
tor independente”.
Enquanto consultor, Casale
prestou serviços a pelo menos 230
produtores – pessoas físicas e em-
presas agrícolas. Com o famoso
professor Eurípedes Malavolta, da
Esalq, e José Peres Romero, traba-
lhou longamente no desenvolvi-
mento de projetos na área do café,
cacau, cítricos e cana-de-açúcar, em
propriedades de um grupo empre-
sarial paulista. A experiência acu-
mulada lhe permitiu atuar como
especialista em nutrição dessas
novas culturas. É o que tem feito,
principalmente em plantações de
cacau, na Bahia. Casale também foi
um dos pioneiros na abertura do
Cerrado Mineiro para o café, há 39
anos. “A terra era excelente. Ia para
lá uma vez por mês, com Lourdinha
e nossos três filhos. Mas Patrocínio
ficava muito longe naquela época.A
viagem consumia dois dias”. Pouco
tempo depois, o Santo Antônio da
Montanha ficaria visível na linha do
horizonte. Ao chegar, uma boa sur-
presa: em uma das pequena man-
chas remanescentes da Mata Atlân-
tica,Casale encontrou um jequitibá,
em pleno vigor de seus 450 anos,
presumíveis. Católico, devoto de
Nossa Senhora do Café, cuja ima-
gem entronizou no sítio, Casale tem
o jequitibá como talismã profano.
Inspirado por ele, ao ser pergunta-
do quando irá se aposentar de ver-
dade, o veterano agrônomo, aos 78
anos, responde: “Jamais. Enquanto
tiver forças, estarei no campo”!	
Imagem de
“Nossa Senhora
do Café”, de origem
colombiana,
entronizada por
Casale - agora
protege o sítio, o
casal, Bira, demais
funcionários e
respectivas familias.
Casale e Bira,
à frente e ao lado
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do cafeicultor.

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Café agro 81

  • 1. Perfil Agro DBO visita o sítio de seu colaborador Hélio Casale, membro do conselho editorial da revista, medalhista de ouro em cafeicultura. Rogério F. Furtado O nome dele é café A maior parte das terras de relevo acidentado do sul de Minas Gerais apre- senta pastagens anê- micas, às vezes coroadas por fia- pos secundários de Mata Atlânti- ca. Na paisagem do município de Inconfidentes, o sítio Santo Antô- nio da Montanha oferece um con- traste reconfortante dentro do panorama geral, com suas mui- tas tonalidades de verde. Porteira adentro, há exemplares de 253 va- riedades vegetais, nativas e exóti- ceptivo, não hesita em divulgá-las, desde que sejam econômicas, além de eficazes. Por vezes, modifica as propostas originais. Com tal espí- rito, alterou até o famoso aforis- mo de Lavoisier, o pai da química, acerca da transmutação da matéria, conforme se lê em placa colocada na entrada do sítio: “Aqui no SAM tudo se planta, tudo se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Mais adiante, perto da casa-sede, outros dizeres resumem o gosto de Casa- le e de sua esposa e apoiadora há 53 anos, Maria de Lourdes Omet- to Casale (D. Lourdinha), por uma paisagem verdejante: “Aqui se cultiva e se pratica a biodiversi- dade vegetal positiva”. Ou seja, as plantas devem ter alguma função – embelezar a propriedade é o mí- nimo que se espera delas. Há um sentido prático nisso: o objetivo primordial é garantir um ambiente favorável ao café, cultura que tem merecido a atenção preferencial de Casale desde sua formatura na Esalq – Escola Superior de Agricul- tura Luiz de Queiroz, em 1961. Parceiros de lida Casale leva adiante seus projetos no sítio tendo como braço direito o gerente Ubirajara Venâncio da Costa, nascido em Inconfidentes, que comanda outros cinco funcio- A | Agro DBO – setembro 2016 setembro 2016 – Agro DBO | B nários contratados, encarregados da maioria das tarefas na proprie- dade. Bira, como é chamado por todos, trabalha no sítio há 14 anos e tomou gosto pela prática de circun- dar os talhões de café com plantas de espécies diferentes, que também vão margeando os carreadores e estradas internas. O diálogo entre o proprietário e o gerente é muito cordial. Bira tem alguns hectares de café nas proximidades e, reverente, afirma ter aprendido com Casale tudo o que sabe sobre a cultura – o que não é pouco a esta altura. E os conhecimentos que absorve apli- ca com diligência em sua lavoura O casal Casale, Hélio e Dona Lourdinha, diante da casa-sede do sítio Santo Antônio da Montanha, em Inconfidentes (MG). Sede do sítio Santo Antõnio da Montanha, laboratório e retiro eventual entre as andanças do mestre. Paisagem típica da região de Inconfidentes, descortinada do sítio dos Casales. e no Santo Antônio da Montanha, de 104 hectares, onde os cafeeiros estão distribuídos em 33 talhões. Ocupam um total de 28 hectares, com produtividade média de 29 sacas/ha, taxa considerada boa por Casale,se forem levadas em conta as dificuldades enfrentadas por quem pratica a cafeicultura em terreno de forte declividade, onde a mecaniza- ção se limita ao uso de poucas má- quinas de operação manual. O Catuaí 62 predomina, mas há outras cultivares. Catorze hectares de Bourbon também se destacam. São plantas de 40 anos ou mais, que Casale encontrou no terreno por ocasião da compra, em 1984, e se recusa a extirpá-las no curto prazo: “Esses cafeeiros com certe- za ainda vão produzir por 10 a 15 anos. Como o espaçamento entre eles é largo, estamos adensando a lavoura com mudas de Catuaí. Ao mesmo tempo, começamos a entrar no sistema de safra zero, para limitar a altura das plantas e renovar a galhada. No entanto, ao contrário de muita gente, a poda aqui se faz conforme manda a boa técnica. O cafeeiro deve ficar com o formato de um pinheirinho. Mais estreito em cima e mais largo em- baixo. Para isso o corte precisa ser feito em ângulo de 15º, de modo a respeitar as necessidades fisio- cas, em quantidades diversas. São palmeiras, frutíferas, plantas or- namentais, arbustos e árvores pa- ra sombreamento e madeira, que dão abrigo e alimento à fauna re- gional, em evidente processo de re- cuperação no caso de algumas es- pécies. Nada impede que o ver- de esperançoso da propriedade se dissemine para além de suas divi- sas, pois o dono não faz segredo de seus métodos. Ao contrário, o ve- terano agrônomo e consultor in- dependente, Hélio Casale, especia- lista em nutrição de plantas, tem o Santo Antônio da Montanha como retiro, mas também como labora- tório a céu aberto. Em suas pales- tras, menciona com frequência os resultados de experimentos reali- zados ali. “É natural, pois antes de recomendar produtos ou práticas de manejo a meus clientes, preciso testá-los primeiro”, diz ele. Suas atividades profissionais exigem que esteja atualizado de forma permanente com as novida- des da técnica. Casale, sempre re-
  • 2. lógicas da planta. ‘O cafeeiro tem a cabeça quente e os pés frios’, já ensinava William H. Ukers no clás- sico All about Coffee (Tudo sobre o café), publicado em 1935”. Na colheita, a rotina no sítio não difere do que se vê na região. Da lavoura, o café segue para a área plana do terreno, em nível inferior ao dos plantios. Parte dos frutos é despolpada. A seca, natural, se re- aliza em terreiros cobertos. Casale vende a produção para comprado- res do mercado local. Perguntado se o café dá lucro, responde: “Está pagando as contas. E deixa alguns tostões”. Para manter as finanças equilibradas, Casale aplica recur- sos próprios. Nunca toma dinheiro C | Agro DBO – setembro 2016 emprestado. E limita sua participa- ção em duas cooperativas às com- pras de insumos, quitadas à vista. Ao café, de fato, compete pagar as contas. Das muitas espécies vegetais plantadas no sítio, por enquanto só duas têm função econômica.O aba- cate e a macadâmia. “O pessoal da região não tem o costume de con- sumir abacate com regularidade. Os preços pagos são muito baixos. Mas a macadâmia vai bem. Temos co- locado a produção no mercado de Poços de Caldas”. As atividades no sítio se completam com o manejo de pequeno rebanho bovino, que pasta de forma alternada por diver- sos piquetes. Alguns sombreados por eucaliptos. Para o futuro próxi- mo, Casale alimenta expectativas de que o Santo Antônio da Montanha venha a se tornar também uma fon- te de boas madeiras. Dos eucaliptos e das grevíleas. Boas práticas, sempre Um ambiente favorável ao café pressupõe a conservação da água, do solo e de sua fertilidade. Como manda a natureza, que tudo trans- forma, o Santo Antônio da Mon- tanha tem passado por sucessivas metamorfoses. Muita coisa já foi modificada desde a compra por Casale. “Viemos para cá estimu- lados por nosso amigo José Peres Romero, da vizinha Ouro Fino. O sítio tinha pastos, algum café e Safra zero, banquetas, gesso agrícola, melaço, consórcios, poda em 15°, etc. O receituário de Casale não cabe nestas duas linhas. pequenas manchas de mata nati- va. Embora devassadas, escaparam dos machados e do fogo por serem quase inacessíveis. Mas os cafezais eram adultos e sem manejo. Com dez a 15 hastes verticais por pé. Tivemos de podar tudo e começar de novo”, diz Casale. D. Lourdinha acrescenta: “No terreno havia uma única goiabeira em produção e al- gumas laranjeiras morrendo...”. O sítio, comprado de um cida- dão com o apelido pitoresco de To- niquinho, já contava com um siste- ma de banquetas nos cafezais. Essa técnica milenar – o terraceamento –, recomendável para a agricultura em áreas de declividade acentuada, fora introduzida ali anos antes, por José Peres Romero. As banquetas, além de protegerem o solo contra a erosão, facilitam e agilizam os tratos culturais e a colheita, o que significa economia de mão de obra,o item de custo mais pesado na cafeicultura de montanha. Casale comenta:“Em terreno inclinado, o pano não para, o café não para e o trabalhador também escorrega. Agora vamos aumentar a largura das banquetas e aplainar mais o terreno. Assim será possível colher no pano aci- ma e abaixo das linhas de plantio”. Além do terraceamento,nas últimas décadas de grandes transformações, diversas outras técnicas foram res- suscitadas ou desenvolvidas para a cultura do café. Dentre a multiplicidade de recursos surgidos no período, Ca- sale destaca a aplicação do gesso como condicionador dos solos e o consórcio de braquiárias com os cafeeiros como os mais importan- tes. A Brachiaria ruziziensis é sua predileta: “Dá para atravessar o ano com um única roçada, pois ela produz sementes apenas uma vez a cada doze meses. E, quanto à ale- lopatia, é a que combina mais com o café. A Brachiaria decumbens dá mais massa, mas não muito mais. E, em contrapartida, exige bastan- te trabalho no manejo. Costumo recomendar a Brachiaria ruzizien- sis com base nos estudos apro- fundados sobre o tema, realizados por meu colega agrônomo Dimas Antonio Del Bosco Cardoso”. Ao lado de José Peres Romero, Casale tem sido também um incansável difusor do uso do gesso agrícola, conquistando discípulos fieis, a exemplo do cafeicultor Antonio Carlos David, de Franca, em São setembro 2016 – Agro DBO | D Paulo (leia Agro DBO, edição de agosto de 2016). O sistema de produção ado- tado apresenta vantagens inques- tionáveis. Permite, sobretudo, a economia de defensivos. Cerca de 25% das despesas com esse item. “Neste ano não fizemos pulveriza- ções contra a broca e a ferrugem”, diz Bira. O manejo previne o ata- que da broca: os grãos que sobram na lavoura são rastelados para as entrelinhas, ficando sob o calor do Sol, letal para as brocas. “E se você quiser conhecer a ferrugem, não será aqui”, diz Hélio. Para isso ele tem uma explicação. “Ainda não há pesquisas sobre o assunto. Mas em todas as pulverizações estamos usando melaço de cana-de-açúcar em pó, na concentração de 2%, que resulta em 12 de pH. É possível que esse meio básico iniba a doença. Nas fazendas que temos orienta- do, empregando o melaço, nada está sendo gasto contra a ferrugem. Mas ainda falta comprovação cien- tífica para esse efeito”. Por fim, na composição de am- biente saudável, na propriedade, além das APPs – Áreas de Preser- vação Permanente, existem as áreas de preservação hídrica – as APHs, termo cunhado por D. Lourdinha. As várias nascentes do Santo Antô- Hélio e Bira, arco e flecha no sítio dos Casales, em banquetas entremeados por cafeeiros. De como surgiu o melaço A descoberta do melaço por Casale foi casual e divertida. Ele visitava uma fazenda capixaba, dotada de grande nú- mero de pivôs para a irrigação de café conilon e plantios de mamão. À tarde, depois de percorrer os cafezais, o irmão do proprietário o convidou para passar em revista as áreas do mamão. Casale, com as habituais cortesia e bonomia que lhe são próprias, aceitou, embora confessasse ao anfitrião nada entender desse ramo da fruticultura. Apenas se lembrava que um minúsculo intruso, chamado ácaro do ponteiro, era uma das piores, senão a mais ameaçadora praga dos mamoeiros. Ao notar que não havia ácaros nos plantios, o tédio de Ca- sale com a caminhada evaporou em se- gundos. Ele perguntou ao fazendeiro o que estava sendo usado contra a praga. O homem desconversou. “Ele deu uma resposta toda atrapalhada, que nada tinha a ver com minha pergunta. Mais adiante ele me indagou sobre uma questão qualquer. Foi minha vez de dar o troco, com uma conversa sem pé nem cabeça. O homem não resistiu. Botou as mãos em meus ombros e declarou ‘Casale, um a um. Vamos chegar a um acordo?’ Topei na hora. Então ele disse: ‘Não respondi quando você perguntou sobre o ácaro por vergonha. Usamos melaço para conter a praga. Você já viu aranha andar em goma-arábica? Pois o ácaro é um aracnídeo. Fica preso no melaço’...” Misturador ergonômico, para facilitar a lida no terreiro de secagem, simples, mas funcional. Cefeeiro “tipo” Pinheirinho e grãos recobertos por fungos benéficos, capazes de melhorar a qualidade da bebida: práticas provadas a campo.
  • 3. Perfil nio da Montanha estão protegidas em APPs bem definidas. Fora isso, há um conjunto de lagoas e peque- nas barragens, na verdade caixas secas, construídas em todas as gro- tas, onde havia risco de erosão. Elas retêm as águas de chuvas e forçam sua infiltração no terreno.“Alguma água sai do sítio. Mas sai gemendo”, sentencia Casale. Uma vida com o café Hélio Casale esteve rodeado de café desde que nasceu em Santa Adélia, interior de São Paulo. E, na infância, viu alguns cafeeiros prote- gidos por cercas de arame,com por- teira e cadeado, na Fazenda Bacuri, em Urupês, propriedade de dois tios, irmãos de sua mãe. Só bem mais tarde iria descobri o porquê do isolamento das plantas: delas sa- íram as sementes a partir das quais o lendário geneticista Alcides Car- valho, do Instituto Agronômico de Campinas, faria sua maior criação – o Mundo Novo, precursor do Ca- tuaí e da maioria das cultivares de arábica em produção atualmente. Urupês, na década de 1930, se cha- mava Mundo Novo, o que explica o nome de batismo escolhido por Carvalho para seu “filho” predileto. E foi um acaso feliz que terminaria por dar ao geneticista a matéria- -prima para o melhoramento. Ca- sale conta: “Uma família, viajando em carro de boi, ia para Marília, plantar café. Ao anoitecer, parou na fazenda de um vizinho de meus tios. Embora fossem desconheci- dos, o proprietário lhes deu pouso e alimentação, numa atitude típica da hospitalidade dos velhos tempos. No dia seguinte, muito agradeci- do, o chefe da família presenteou o fazendeiro com um punhado de sementes, recomendando que expe- rimentasse plantar, pois se tratava de café extraordinário, o melhor de sua região. Mais adiante, o vizinho, ‘seu’ Pedro Mazzaro, cedeu mudas para meus tios, José e Domingos. Algumas se destacaram. Foi assim que tudo começou”. E | Agro DBO – setembro 2016 Mas o interesse de Casale pelo café foi despertado realmente quan- do ele assumiu o posto de delegado regional agrícola da Date (a Cati de hoje), em Catanduva, no ano seguinte ao de sua formatura na Esalq. “Nesse cargo, comandei 12 casas de agricultura na região que, em 1962, era coberta por um ver- dadeiro mar de café – 52 milhões de pés. Fiz boas amizades na época, inclusive com o José Peres Romero, então agrônomo da Copas, empre- sa de fertilizantes. Em 1968, o Ro- mero me convidou para trabalhar na Copas. A proposta era tentado- ra em termos financeiros. Resolvi aceitar e fui até São Paulo. Mas nos desencontramos. No mesmo dia, topei com outro amigo agrônomo, Cícero Corte Brilho, que me levou imediatamente para a Quimbrasil,a maior produtora de fertilizantes da época. Permaneci nessa companhia por 18 anos, até me tornar consul- tor independente”. Enquanto consultor, Casale prestou serviços a pelo menos 230 produtores – pessoas físicas e em- presas agrícolas. Com o famoso professor Eurípedes Malavolta, da Esalq, e José Peres Romero, traba- lhou longamente no desenvolvi- mento de projetos na área do café, cacau, cítricos e cana-de-açúcar, em propriedades de um grupo empre- sarial paulista. A experiência acu- mulada lhe permitiu atuar como especialista em nutrição dessas novas culturas. É o que tem feito, principalmente em plantações de cacau, na Bahia. Casale também foi um dos pioneiros na abertura do Cerrado Mineiro para o café, há 39 anos. “A terra era excelente. Ia para lá uma vez por mês, com Lourdinha e nossos três filhos. Mas Patrocínio ficava muito longe naquela época.A viagem consumia dois dias”. Pouco tempo depois, o Santo Antônio da Montanha ficaria visível na linha do horizonte. Ao chegar, uma boa sur- presa: em uma das pequena man- chas remanescentes da Mata Atlân- tica,Casale encontrou um jequitibá, em pleno vigor de seus 450 anos, presumíveis. Católico, devoto de Nossa Senhora do Café, cuja ima- gem entronizou no sítio, Casale tem o jequitibá como talismã profano. Inspirado por ele, ao ser pergunta- do quando irá se aposentar de ver- dade, o veterano agrônomo, aos 78 anos, responde: “Jamais. Enquanto tiver forças, estarei no campo”! Imagem de “Nossa Senhora do Café”, de origem colombiana, entronizada por Casale - agora protege o sítio, o casal, Bira, demais funcionários e respectivas familias. Casale e Bira, à frente e ao lado do imponente jequitibá do sítio Santo Antônio da Montanha, talismã do cafeicultor.