1. ESTUDOS DA LINGUAGEM
Profa. Ma. Dllubia Santclair
Programa de Pós graduação lato sensu em
educação e linguagem
2. JUSTIFICATIVA
• Considerar que a linguagem está presente, de maneira
geral, em toda nossa vida, isto é, que nos constituímos
como sujeitos na e pela linguagem, leva-nos a refletir
sobre as diferentes concepções que nortearam e
norteiam o ensino.
• Apresentar um quadro síntese de conceitos
relacionados às concepções de linguagem, a fim de
ilustrar nossas discussões, considerando que essa
temática permeia todo o trabalho com a linguagem e
afeta, diretamente, as possibilidades e os resultados
dos processos de ensino e de aprendizagem
OBJETIVO
3. TIPOS DE LINGUAGEM
• A Linguagem está relacionada a fenômenos
comunicativos; onde há comunicação, há linguagem.
Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para
estabelecermos atos de comunicação, tais como:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais
convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica,
por exemplo).
[www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman1.php]
• Converse com seu colega ao lado sobre os diferentes
tipos de linguagem e liste-os
5. Até a década de 70
• A linguagem era considerada expressão de
pensamento. Trata-se de uma visão da tradição
gramatical grega, passando pelos latinos, pela
Idade Média e pela Moderna. Só repensada no
início do século XX, por Saussure (1969).
• Esta concepção preconiza que a expressão é
produzida no interior da mente dos indivíduos.
• A linguagem é considerada a “tradução” do
pensamento. As práticas linguísticas são vistas
como decodificação.
• Norma culta norteia o ensino. A escola não
explora as outras variantes linguísticas.
6. • “Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a
linguagem; é somente uma parte determinada, essencial dela,
indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da
faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias,
adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa
faculdade nos indivíduos.” (SAUSSURE, 2004, p.17).
• Essa citação é essencial para a discussão que aqui se propõe; nela,
Saussure esclarece a diferença entre língua e linguagem e a relação
entre elas: enquanto a linguagem é uma faculdade, a língua é
aquilo que permite o exercício de tal faculdade. Saussure atribui o
papel de organizadora do pensamento. Para o linguista, o
“pensamento não passa de uma massa amorfa e indistinta”
(SAUSSURE, 2004, p. 130) cuja distinção e organização são operadas
pela língua, uma vez que essa serve como intermediária entre o
pensamento e o som.
7. Na década de 1970
• A linguagem deixou de ser entendida como a
expressão do pensamento para ser considerada
instrumento de comunicação, em que a modalidade
oral é privilegiada. E também todos os gêneros e tipos
textuais tornaram-se importantes instrumentos de
transmissão de mensagens. O aluno deveria aprender
as características de cada um deles para reproduzi-los
na escrita e/ou fala e também para identificá-los nos
textos lidos.
• Nessa ótica, a linguagem é entendida como código. E o
estudo da língua, apesar de propostas de inovações,
ainda tende ao ensino gramatical, embora a leitura e a
produção textual já sejam trabalhadas na escola, ao
lado dos elementos da teoria da comunicação.
8. • Chomsky é responsável por uma das mais notáveis
criações da linguística teórica do século XX: a
Gramática Gerativa. Por meio dela foi introduzida a
ideia de que a linguagem humana se assenta sobre a
manifestação de estruturas cognitivas universais, que
torna possível a aprendizagem de sistemas particulares
de línguas.
• A manifestação da linguagem dependeria, dessa forma,
do estímulo do contexto linguístico e do emprego de
estruturas universais, subjacentes à espécie humana.
9. A partir de Bakhtin
• Conceber a linguagem como forma de interação significa
entendê-la "como uma ação orientada para uma finalidade
específica (...) que se realiza nas práticas sociais existentes,
nos diferentes grupos sociais, nos distintos momentos da
história" (BRASIL, 1998, p. 20).
• Ela foi criada a partir dos estudos de Mikhail Bakhtin (1895-
1975). Ele apresentou uma nova concepção de linguagem,
a enunciativo-discursiva, que considera o discurso uma
prática social e uma forma de interação – concepção
vigente até hoje.
• A relação interpessoal, o contexto de produção dos textos,
as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a
interpretação e a intenção de quem o produz passaram a
ser elementos fundamentais para a realização de um
ensino produtivo.
10. O DIALOGISMO
• A linguagem, sob esse aspecto, constitui-se como uma
reação-resposta a algo em uma dada interação e manifesta
as relações do locutor com os enunciados do outro.
• Por isso, temos de considerar que o outro, no movimento
dialógico, não é somente o interlocutor imediato ou virtual.
É muito mais. O outro projeta-se a partir de discursos
variados (passados, atuais, presumidos).
• São as outras vozes discursivas - posições sociais, opiniões -
que vêm habitar de diferentes formas o discurso em
construção. Com isso, o outro apresenta-se em diferentes
graus de presença no enunciado, às vezes é visível, às vezes
está escondido, mas sempre está lá; constitui um princípio
alteritário.
11. CONCEITOS CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM
EXPRESSÃO DO
PENSAMENTO
INSTRUMENTO DE
COMUNICAÇÃO
PROCESSO DE
INTERAÇÃO
FUNÇÃO DA
LÍNGUA
Exteriorizar um
pensamento, ou seja,
materializá-lo gráfica ou
fonicamente, com o
predomínio do eu.
Transmitir (codificar)
informações,
portanto, há o
predomínio do tu.
Realizar ações, agir
sobre o outro e,
dessa forma, o
predomínio está nas
interações verbais
sociais.
SUJEITO A linguagem é
considerada dom, o
sujeito pode controlar o
êxito e a boa
comunicação, logo, é
“consciente” e
“individual”.
A linguagem é
competência, o
sujeito determinado
e assujeitado, ao
codificar sua
mensagem, espera
que seu receptor
decodifique-a
exatamente da
maneira que foi
intencionalizada.
A linguagem é
interação, o sujeito
psicossocial, ativo na
produção de
sentidos, construído
na e pela linguagem,
passa a ocupar
posições sujeito
determinadas.