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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CURSO DE LETRAS
CAMPUS-PEDREIRAS
INFLUÊNCIA DO TRATO DA
LÍNGUA E DA LINGUAGEM
Profª. Esp. Anny Gabrielly Araújo Dos Santos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CAMPUS – PEDREIRAS
CURSO – LETRAS LICENCIATURA
TRATO DA LÍNGUA E LINGUAGEM
A linguagem está presente, de maneira geral, em toda nossa
vida, isto é, que nos constituímos como sujeitos na e pela
linguagem, leva-nos a refletir sobre as diferentes concepções que
nortearam e norteiam o ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabeleceu, nas últimas
quatro décadas, o norte para o trabalho com a Língua Portuguesa nas
escolas brasileiras. Assim, cada Lei desse período, pela concepção de
linguagem que apresentava, dava os encaminhamentos principais para
esse trabalho.
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
• Os caminhos percorridos pelo ensino de língua portuguesa no Brasil
tiveram início com a educação jesuítica.
• Durante o período colonial, a língua mais utilizada no Brasil era o
Tupi. Depois, dada a interação dos colonizados e colonizadores,
passou-se a ter a Língua Geral.
• Somente com a expulsão dos jesuítas em 1759, pelo Marquês de
Pombal, é que a Língua Portuguesa se tornou o idioma oficial do Brasil e,
então, obrigatório o seu ensino.
• Os objetivos escolares continuavam os mesmos: hierarquizar e elitizar
ainda mais a sociedade.
• A disciplina de LP só foi introduzida nos currículos escolares brasileiros
nas últimas décadas do século XIX, sendo ensinada segundo os moldes
do ensino do Latim: fragmentando-se na gramática, retórica e poética.
• Nos anos 1960, com a LDB n. 4024/61, o objetivo, entre outros, é
desenvolver o raciocínio e atividades de expressão da criança e proporcionar
sua integração nos meios físico e social. Assim, há o predomínio, ainda, da
concepção de linguagem como expressão do pensamento.
LDB N. 4024/61
• Acreditava-se que valorizar a criatividade seria suficiente para desenvolver a
eficiência da comunicação e da expressão do aluno. O predomínio da
gramática prescritiva ainda era visto como adequado, já que grande parte
dos alunos que frequentavam a escola era oriunda das camadas mais
privilegiadas da sociedade, isto é, falava uma variedade linguística próxima
da considerada como língua padrão, a língua de prestígio do período.
Segundo Soares, os alunos pertencentes às classes dominantes, essa
“didática do reconhecimento” tem, como efeito, o aperfeiçoamento do
conhecimento [...], que já possuem, da língua “legítima”; para os alunos
pertencentes às camadas populares, essa “didática do reconhecimento” não
ultrapassa seus próprios limites, porque, na aprendizagem da língua,
reconhecer não leva a conhecer. Em outras palavras: a escola leva os alunos
pertencentes às camadas populares a reconhecer que existe uma maneira de
falar e escrever considerada “legítima”, diferente daquela que dominam, mas
não os leva a conhecer essa maneira de falar e escrever, isto é, a saber
produzi-la e consumi-la. (SOARES, 1986, p. 63)
LDB N. 5692/71
A partir da década de 70, com a LDB n. 5692/71, que vincula o
ensino à qualificação para o trabalho, sustentado por uma pedagogia
tecnicista, o ensino de LP, pauta-se na concepção de linguagem como
instrumento de comunicação.
Nessa época e por essa concepção de língua, a Teoria da Comunicação,
enunciada por Roman Jakobson, estruturalista funcionalista, também
passou a sustentar o ensino de LP nas escolas.
Ao analisar a intencionalidade ao qual o emissor proferiu uma mensagem
ao receptor é possível observar as funções de linguagem:
Emotiva - prioriza o sujeito que emite a mensagem, por isso evidencia
os aspectos subjetivos e sentimentais do indivíduo que fala.
Poética - prioriza a mensagem, ela é o principal foco e objetivo de todo
texto com predominância dessa função. Sua linguagem apresenta
aspecto simbólico e subjetivo.
Conativa - se concentra no sujeito que recebe a mensagem, seu
objetivo é instruí-lo, induzi-lo ou convencê-lo a respeito de algo.
Metalinguística - concentra-se no código e utiliza-o para falar sobre ele
mesmo. Por exemplo, utiliza-se a língua para falar da língua.
Referencial - prioriza o contexto. Seu objetivo é apontar para o sentido da
realidade material, logo, para os seres e as coisas que existem.
Fática - Texto para verificar se o canal de comunicação está funcionando.
Embora tenha havido mudança, o ensino de LP ainda continuou, de
certa forma, elitizado, pois persistia o ensino da gramática prescritiva,
priorizando as descrições sintáticas e morfológicas, as atividades que
enfatizavam ações repetitivas e paradigmáticas e as produções textuais
baseadas nas tipologias: narração, dissertação e descrição.
A LDB N. 9394/96
O foco de estudo da disciplina de LP passou a ser uma gramática
internalizada, com base no texto, refletindo uma concepção de
linguagem como processo de interação.
A INFLUÊNCIA NO TRATO DA
LINGUAGEM
No que se refere à primeira vertente, o subjetivismo individualista,
a linguagem está associada à constituição de um sujeito único,
centro e controlador de todo o dizer, ou seja, é encarada como
expressão do pensamento consciente e, assim, a teoria dessa
corrente prega que “quem não escreve bem é porque não pensa
bem”.
“conhecer língua materna, muito mais que se valer de termos sofisticados
pela erudição, era conhecer as normas que regiam a língua. Assim,
conhecer língua significava dominar a gramática da língua: sua história e
suas normas” (ZANINI, 1999, p. 80).
“A leitura é vista, também, tradicional e prioritariamente, como extração de
sentidos, fixados pelo autor do texto ou por um leitor autorizado”
(PERFEITO, 2005, p. 31).
A segunda perspectiva toma a linguagem como instrumento de
comunicação, cuja teoria defende que a linguagem é apenas transmissão
autômato de mensagens de um emissor a um receptor, ambos isolados
social e historicamente. A nossa negação a essa linha, adotada de forma
única e exclusiva.
A gramática desse período é a descritiva: conjunto de regras que são
seguidas. Procede-se à “descrição da estrutura e funcionamento da língua,
de sua forma e função” (TRAVAGLIA, 1996, p. 27).
“língua é vista como um código, ou seja, como um conjunto de signos que
se combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem,
informações de um emissor a um receptor” (TRAVAGLIA, 1996, p. 22).
Nesse período, os Livros Didáticos ganham espaço e se tornam
grandes artefatos nos processos de ensino e de aprendizagem, por
apresentarem exercícios prontos de siga o modelo, complete, descrição
de estrutura, forma, código, típicos da gramática descritiva,
predominante nessa tendência.
De acordo com a terceira vertente, então, o ato de fala ou, ainda, a
enunciação, em si, não pode ser encarada como individual, unicamente do
ponto de vista da norma, mas, ao contrário, “a enunciação é de natureza
social” (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2006, p. 113).
“A linguagem é pois um lugar de interação humana, de interação
comunicativa pela produção de efeitos de sentidos entre interlocutores, em
uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e
ideológico” (TRAVAGLIA, 1996, p. 23).
A gramática que marca essa terceira vertente é a internalizada: conjunto
de regras que o falante domina e utiliza para interagir com os demais
interlocutores nas situações reais de comunicação. Considera-se a
gramática como contextualizada, implicando em um ensino não normativista
nem descritivista.
TRÊS GRANDES CORRENTES DOS
ESTUDOS LINGUÍSTICOS:
• A gramática tradicional;
• O estruturalismo e o transformacionalismo;
• A linguística da enunciação.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Tradução Michel Lahud
e Yara Frateschi Vieira. 12ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
GERALDI, João Wanderley. O texto em sala de aula. 4.ed. São Paulo: Ática 2006.
SILVA, R. C. P. A Linguística Textual e a sala de aula. – Curitiba: Ibpex, Coleção Língua
Portuguesa em Foco, 2011.
TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997.
CONTATOS:
annyghabriellyaraujo@gmail.com
(99) 98453-7692

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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CURSO DE LETRAS CAMPUS-PEDREIRAS INFLUÊNCIA DO TRATO DA LÍNGUA E DA LINGUAGEM Profª. Esp. Anny Gabrielly Araújo Dos Santos UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CAMPUS – PEDREIRAS CURSO – LETRAS LICENCIATURA
  • 2. TRATO DA LÍNGUA E LINGUAGEM A linguagem está presente, de maneira geral, em toda nossa vida, isto é, que nos constituímos como sujeitos na e pela linguagem, leva-nos a refletir sobre as diferentes concepções que nortearam e norteiam o ensino.
  • 3. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabeleceu, nas últimas quatro décadas, o norte para o trabalho com a Língua Portuguesa nas escolas brasileiras. Assim, cada Lei desse período, pela concepção de linguagem que apresentava, dava os encaminhamentos principais para esse trabalho.
  • 4. O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL • Os caminhos percorridos pelo ensino de língua portuguesa no Brasil tiveram início com a educação jesuítica. • Durante o período colonial, a língua mais utilizada no Brasil era o Tupi. Depois, dada a interação dos colonizados e colonizadores, passou-se a ter a Língua Geral.
  • 5. • Somente com a expulsão dos jesuítas em 1759, pelo Marquês de Pombal, é que a Língua Portuguesa se tornou o idioma oficial do Brasil e, então, obrigatório o seu ensino. • Os objetivos escolares continuavam os mesmos: hierarquizar e elitizar ainda mais a sociedade. • A disciplina de LP só foi introduzida nos currículos escolares brasileiros nas últimas décadas do século XIX, sendo ensinada segundo os moldes do ensino do Latim: fragmentando-se na gramática, retórica e poética.
  • 6. • Nos anos 1960, com a LDB n. 4024/61, o objetivo, entre outros, é desenvolver o raciocínio e atividades de expressão da criança e proporcionar sua integração nos meios físico e social. Assim, há o predomínio, ainda, da concepção de linguagem como expressão do pensamento. LDB N. 4024/61
  • 7. • Acreditava-se que valorizar a criatividade seria suficiente para desenvolver a eficiência da comunicação e da expressão do aluno. O predomínio da gramática prescritiva ainda era visto como adequado, já que grande parte dos alunos que frequentavam a escola era oriunda das camadas mais privilegiadas da sociedade, isto é, falava uma variedade linguística próxima da considerada como língua padrão, a língua de prestígio do período.
  • 8. Segundo Soares, os alunos pertencentes às classes dominantes, essa “didática do reconhecimento” tem, como efeito, o aperfeiçoamento do conhecimento [...], que já possuem, da língua “legítima”; para os alunos pertencentes às camadas populares, essa “didática do reconhecimento” não ultrapassa seus próprios limites, porque, na aprendizagem da língua, reconhecer não leva a conhecer. Em outras palavras: a escola leva os alunos pertencentes às camadas populares a reconhecer que existe uma maneira de falar e escrever considerada “legítima”, diferente daquela que dominam, mas não os leva a conhecer essa maneira de falar e escrever, isto é, a saber produzi-la e consumi-la. (SOARES, 1986, p. 63)
  • 9. LDB N. 5692/71 A partir da década de 70, com a LDB n. 5692/71, que vincula o ensino à qualificação para o trabalho, sustentado por uma pedagogia tecnicista, o ensino de LP, pauta-se na concepção de linguagem como instrumento de comunicação.
  • 10. Nessa época e por essa concepção de língua, a Teoria da Comunicação, enunciada por Roman Jakobson, estruturalista funcionalista, também passou a sustentar o ensino de LP nas escolas.
  • 11. Ao analisar a intencionalidade ao qual o emissor proferiu uma mensagem ao receptor é possível observar as funções de linguagem: Emotiva - prioriza o sujeito que emite a mensagem, por isso evidencia os aspectos subjetivos e sentimentais do indivíduo que fala. Poética - prioriza a mensagem, ela é o principal foco e objetivo de todo texto com predominância dessa função. Sua linguagem apresenta aspecto simbólico e subjetivo. Conativa - se concentra no sujeito que recebe a mensagem, seu objetivo é instruí-lo, induzi-lo ou convencê-lo a respeito de algo.
  • 12. Metalinguística - concentra-se no código e utiliza-o para falar sobre ele mesmo. Por exemplo, utiliza-se a língua para falar da língua. Referencial - prioriza o contexto. Seu objetivo é apontar para o sentido da realidade material, logo, para os seres e as coisas que existem. Fática - Texto para verificar se o canal de comunicação está funcionando.
  • 13. Embora tenha havido mudança, o ensino de LP ainda continuou, de certa forma, elitizado, pois persistia o ensino da gramática prescritiva, priorizando as descrições sintáticas e morfológicas, as atividades que enfatizavam ações repetitivas e paradigmáticas e as produções textuais baseadas nas tipologias: narração, dissertação e descrição.
  • 14. A LDB N. 9394/96 O foco de estudo da disciplina de LP passou a ser uma gramática internalizada, com base no texto, refletindo uma concepção de linguagem como processo de interação.
  • 15. A INFLUÊNCIA NO TRATO DA LINGUAGEM No que se refere à primeira vertente, o subjetivismo individualista, a linguagem está associada à constituição de um sujeito único, centro e controlador de todo o dizer, ou seja, é encarada como expressão do pensamento consciente e, assim, a teoria dessa corrente prega que “quem não escreve bem é porque não pensa bem”.
  • 16. “conhecer língua materna, muito mais que se valer de termos sofisticados pela erudição, era conhecer as normas que regiam a língua. Assim, conhecer língua significava dominar a gramática da língua: sua história e suas normas” (ZANINI, 1999, p. 80). “A leitura é vista, também, tradicional e prioritariamente, como extração de sentidos, fixados pelo autor do texto ou por um leitor autorizado” (PERFEITO, 2005, p. 31).
  • 17. A segunda perspectiva toma a linguagem como instrumento de comunicação, cuja teoria defende que a linguagem é apenas transmissão autômato de mensagens de um emissor a um receptor, ambos isolados social e historicamente. A nossa negação a essa linha, adotada de forma única e exclusiva.
  • 18. A gramática desse período é a descritiva: conjunto de regras que são seguidas. Procede-se à “descrição da estrutura e funcionamento da língua, de sua forma e função” (TRAVAGLIA, 1996, p. 27). “língua é vista como um código, ou seja, como um conjunto de signos que se combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor” (TRAVAGLIA, 1996, p. 22).
  • 19. Nesse período, os Livros Didáticos ganham espaço e se tornam grandes artefatos nos processos de ensino e de aprendizagem, por apresentarem exercícios prontos de siga o modelo, complete, descrição de estrutura, forma, código, típicos da gramática descritiva, predominante nessa tendência.
  • 20. De acordo com a terceira vertente, então, o ato de fala ou, ainda, a enunciação, em si, não pode ser encarada como individual, unicamente do ponto de vista da norma, mas, ao contrário, “a enunciação é de natureza social” (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2006, p. 113).
  • 21. “A linguagem é pois um lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentidos entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico” (TRAVAGLIA, 1996, p. 23). A gramática que marca essa terceira vertente é a internalizada: conjunto de regras que o falante domina e utiliza para interagir com os demais interlocutores nas situações reais de comunicação. Considera-se a gramática como contextualizada, implicando em um ensino não normativista nem descritivista.
  • 22. TRÊS GRANDES CORRENTES DOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS: • A gramática tradicional; • O estruturalismo e o transformacionalismo; • A linguística da enunciação.
  • 23. REFERÊNCIAS BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Tradução Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. 12ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006. GERALDI, João Wanderley. O texto em sala de aula. 4.ed. São Paulo: Ática 2006. SILVA, R. C. P. A Linguística Textual e a sala de aula. – Curitiba: Ibpex, Coleção Língua Portuguesa em Foco, 2011. TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997.