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Mazelas de uma vida
vazia
BYUNG-CHUL HAN
Deosimar Antonio Damasio
Licenciado em Física, Mestre em educação, Doutorando em educação (Todos pela UnB)
Orientador: Gilberto Lacerda Santos
Psicopolítica (2014)
Sociedade do Cansaço (2010)
No enxame (2013)
Topologia da violência (2011)
A salvação do belo (2015)
A expulsão do diferente (2016)
Toda sua visão de mundo é construída a partir de um
diálogo, por vezes um tanto arrogante, com o
pensamento de Michel Foucault, Giorgio Agamben,
Nietzsche, Hannah Arendt, Walter Benjamim, dentre
outros.
Se alinhando ou se contrapondo a estes autores, Han vai
tecendo sua visão sobre os indivíduos e suas "doenças"
na sociedade atual.
A temática de seus livros gira em torno:
• Do esgotamento provocado pelo burburinho
nas redes sociais;
• Da ilusão de autonomia profissional camuflando uma
"autoexploração" cada vez mais depressiva pelo bom
desempenho;
• Da falta de tempo para a contemplação e a reflexão
na correria consumista;
• Da dificuldade para se relacionar com os outros numa
sociedade marcada pelo narcisismo
Sua particular visão de mundo, baseia-se na
tese de que hoje os indivíduos se
autoexploram e têm pavor do outro, do
diferente. Vivendo-se, assim, “no deserto,
ou no inferno, do igual” (Han, 2010)
Segundo Han, hoje as pessoas exploram-se a si
mesmas achando que estão se autorrealizando,
seguindo a lógica traiçoeira do neoliberalismo que
culmina na síndrome de ‘burnout’.
Numa Sociedade do Cansaço estamos sempre fadados
a falhar. Se não com o trabalho, com a família. Se não
com a família, com os amigos. Se não com os amigos,
com os projetos pessoais.
O lamento do depressivo, “não posso mais…”, só é
possível numa sociedade que crê que nada é
impossível. “Não-mais-poder leva a uma autoacusação
destrutiva e a uma autoagressão”.
O último homem, o sujeito do desempenho, está livre
da dominação de seu senhor. Ele responde apenas a si
mesmo. Ou melhor, ele é submisso a si mesmo.
“Nós encontramos a felicidade” dizem os últimos homens
em Zaratustra. Mal sabem eles que, ao contrário de
qualquer possibilidade de tornarem-se Sábios (Espinosa),
o que eles fizeram foi coincidir liberdade e coação.
“No 1984 orwelliano a sociedade era consciente de que
estava sendo dominada; hoje não temos nem essa
consciência de dominação”, (Han, 2018)
Uma fórmula tão cômica quanto paradoxal: ajo segundo
minha própria vontade produzida por outros. Quem
poderia imaginar tal ironia?
Livre coerção = autoexploração
Eis a fórmula mais eficaz que o nosso capitalismo foi capaz
de inventar, pelo menos até agora. Muito mais eficaz do
que a exploração do outro é a exploração de si mesmo.
O mais bizarro é como nos entendiamos. Nossa
hiperatividade nos leva a um tédio insuportável quando
escutamos uma música longa, quando ficamos ao sol,
quando lemos uma poesia, quando escutamos alguém
falar, quando cozinhamos.
Nossa cultura pede por um tipo de atenção dispersa:
MULTITAREFA.
Todos são capazes de fazer qualquer coisa sem deixar de
olhar para o celular. Não é à toa que o déficit de atenção é
uma das patologias que mais vende remédio.
• É difícil se concentrar com um aparato onipresente
apitando a cada 5 segundos no seu bolso.
• É difícil terminar de ver um programa na TV quando ela
vocifera comerciais a cada 5 minutos na sua sala.
• É difícil ler um livro, com tantas informações fáceis
ao seu alcance!
Muito embora seja socialmente aceita a exaustão laboral, o
sujeito enfraquecido e solitário se culpabiliza pelo fracasso.
Se nada é considerado impossível na Sociedade de
Desempenho, como não se sentir derrotado diante da
sensação de que nada é possível?
Perdemos a presença. Só o demorar contemplativo tem
acesso ao longo fôlego. Precisamos desacelerar.
cuspir a demanda. Recusar o óbvio. Não queremos uma
promoção no trabalho, nem na loja. Queremos tempo para
demorar-nos em coisas pequenas.
Queremos criar histórias e viver boas horas sob o sol.
Encontrar o meio-dia. Sentir o sabor da comida e rir sem
pressa.
Para invertamos uma saída, dois afetos precisam ser
substituídos, ou melhor, precisam atingir o ponto de
ebulição.
O Cansaço precisa se tornar Esgotamento. A Irritação
se tornar Ira!
Transformamo-nos em máquinas de desempenho.
Precisamos recuperar um cansaço fundamental. Um estado
onde ‘as presilhas da identidade se afrouxem’. Precisamos
recuperar nossa capacidade de indeterminação.
Precisamos transformar o corpo novamente numa zona
heterogênea e permeável, flexível e articulável. Precisamos
voltar a produzir afetos longamente esquecidos ou até
mesmo nunca antes experimentados.
Precisamos descobrir os “não-para” dos nossos corpos.
Nossas vidas não são para o trabalho… estranho precisar
dizer coisas tão óbvias! Nossos sorrisos não são para a
propaganda! Nossas peles não são para a cor! Nossos
gêneros não são binários! Nossas sexualidades não são para
a reprodução!
Temos um mundo novamente a inventar! Temos uma
sociedade a desmontar! Temos um corpo novo a pensar!
Temos de aprender a Pedagogia do ver.
É nesse contexto que se insere a estratégia
de mercantilização da escola, com parâmetros de eficiência
empresarial e exigência de resultados mensuráveis e
imediatistas.
Precisamos aprender a não reagir de forma impulsiva.
“Reagir de imediato e seguir a todo e qualquer impulso já
seria uma doença, uma decadência, um sintoma de
esgotamento.” (HAN, 2017, p. 52).
A crescente expansão do paradigma de desempenho escolar
vem determinando a sobrecarga horária, a oferta de
múltiplas atividades e fontes de informação, o
desenvolvimento de competências para o mercado, a
redução de investimentos em tempos de austericídio e a
verticalização nas decisões, produzindo conflitos éticos e
elevados níveis de estresse, tanto nos docentes quanto nos
alunos (Oliveira, 2018).
Cabe ainda trazer à tona, outra grande contribuição de Han
para o debate atual.
O papel que as tecnologias digitais jogam em
vidas.
Novas Percepções
Novas Emoções
Novas Condutas
A Tecnologia Digital induz
Somos incapazes de perceber
seus efeitos, ou, as
consequências de seu uso.
O brilho dos meios de
comunicação digital nos
ofusca a visão.
“O digital submete a tríade lacaniana do real, do imaginário e
do simbólico a uma reconstrução radical. Ele desconstrói o real
e totaliza o imaginário” (pág. 45).
Para Han, a principal consequência do uso
das tecnologias digitais é a PERDA DO
RESPEITO.
Ele abre um espaço narcísico, uma esfera do imaginário na qual
eu me tranco. Por meio do smartphone o outro não fala.” (pág.
45)
Vivemos em uma
SOCIEDADE SEM RESPEITO
Nossa intimidade está sempre
exposta.
Não existe distancia entre o
PÚBLICO e o PRIVADO
Estado
TODOS CONTROLAM
SEUS PASSOS, SEUS
ATOS, SUAS ESCOLHAS,
SUAS PALAVRAS.
MÍDIA
Empresas Pessoas
Estado (CIA, DPF, ABIM,
Receita, Detran, etc)
TERABITES de dados sobre você. Cada palavra, cada
desejo, cada conversa.
Tudo, é transparente.
Google, Aplle, Microsoft,
Vivo, TIM, OI, NET, etc.
Cartões, bancos,
supermercados, etc.) Facebook, instagran,
Compras Atores
Tudo o que você digitaliza, cai no espaço público.
Fotografias Segredos
Filmes Livros Pessoas Sites
Um ato inocente de compra (online ou
não), como por exemplo, de um perfume,
se transforma imediatamente em uma
informação a ser explorada, comunicada e
divulgada para todos.
Tudo é publicado.
Tudo é
TRANSPARENTE.
A EROSÃO da DISTANCIA, rompe uma condição
necessária para a existência do respeito.
Presença visual e auditiva constante, contato
em tempo real, informações pessoais
permanentemente atualizadas.
NÃO HÁ MAIS SEGREDOS.
Não há mais diferença entre a vida mental e a
vida real.
Tudo é imediatamente digitalizado e
analisado processado e tornado público.
Tudo é passível de análise e critica por
qualquer um habitante do mundo digital.
Todos são autores.
Todos são atores.
Toda a manifestação é livre e espontânea.
Mas a imensa maioria do que se escreve e
se fala se dá em um meio sem respeito,
sem confiança.
Num ambiente propício à descarga
emocional instantânea.
Sem o distanciamento necessário para a
análise profunda.
Este é o ambiente propício para o
surgimento das “tempestades de merda”
(Shitstorm).
Ondas de indignação que se tornam
tremendos barulhos.
Milhares de IPs (Internet Protocol)
apontando na mesma direção.
SHITSTORM É DESRESPEITO CANALIZADO
Soberano
é aquele
que
CONTROLA
o SHITSTORM
na
REDE
Ela já foi CONSUMIDA.
Já se deu UM LIKE.
Já se postou um comentário, já se obteve atenção que se
queria.
Agora é correr atrás do próximo LIKE
Mas estas ondas de indignação logo se desfazem.
Exatamente porque, assim que consumida, uma
informação perde o sentido, deixa de ser relevante.
• Banalização,
•MASSIFICAÇÃO.
•Achatamento da linguagem,
•Normalização de tendências
A sociedade da INDIGNAÇÃO é, também, a sociedade
da instabilidade.
A massa de indignação é fugidia e dispersa.
Ela não gera nenhum futuro!
Os indivíduos que compõem estas ondas de indignação,
se assemelham a enxames que se movem rapidamente,
juntos, mas por pouco tempo.
Quando atingido o objetivo inicial, o bando de desintegra
e tudo volta ao normal.
Estas aglomerações são fugidias e dispersas! Elas
não formam massas, no sentido clássico do termo.
Os sujeitos econômicos neoliberais não constituem
nenhum nós capaz de ação comum.
A tendência ao egoísmo e a atomização da sociedade
leva a uma redução radical dos espaços para ação
conjunta dos indivíduos.
Estas aglomerações são fugidias e dispersas! Elas
não formam massas, no sentido clássico do termo.
A privatização impõe-se, invadindo a própria alma.
A solidão caracteriza a constituição social atual.
Eu não me sinto representado por ninguém. Eu me
apresento e me represento, sem moderadores, sem
intermediários!
Os políticos, no sentido tradicional, passam a ser
dispensáveis,
Eles não são representantes do povo, mas,
BARREIRAS.
Para superarem esta contradição, os políticos deixam
de lado as suas convicções e abraçam as causas do
momento.
CONFORMISMO!
O longo olhar que se demora nas coisas sem as
explorar, o olhar voyeur, já se perdeu.
Somos hoje a sociedade da eficiência. “O que não é
informação não é”.
O Olhar simplório do camponês deu lugar o caçador
de informações, impaciente, descuidado, avido por
números. Cada clique, cada curtida uma nova presa.
Ilhas narcisistas de ego, caçadores de informações e
imagens, o homem moderno não se choca com nada.
Suas “Defesas Imunológicas” estão destruídas,
fortalecendo assim o consumo de informações.
Consumimos até a exaustão, a SFI.
O narcisismo, o esgotamento mental, a incapacidade
de lidar com tanta informação nos leva a incapacidade
de análise.
A massa de informação não produz por si mesmo a
verdade.
A partir de um certo ponto, o excesso nada comunica.
A SFI nos torna irresponsáveis, levianos, sem
compromisso.
Para que seriam necessários os partidos hoje, se cada
um é ele mesmo um partido, se as ideologias, que
formavam outrora um horizonte político,
degeneraram em incontáveis opiniões individuais e
opções individuais?
Na sociedade da transparência, onde todos os
comportamentos estão MAPEADOS, os modelos
teóricos são dispensáveis e a CORRELAÇÃO subistitui
a CAUSALIDADE:
porque é assim? X É ASSIM QUE É.
Os DADOS FALAM POR SI SÓ.
Flusser fala da sociedade sócio-técnica, da democracia
desideologizada, onde os políticos são substituídos
por técnicos ou especialistas.
O Data-mining torna visível os modelos coletivos de
comportamento dos quais não se está, enquanto
indivíduo, nem sequer consciente.
O Psicopoder é mais eficiente na medida que ele
controla um indivíduo que se deixa controlar.
O self-mad man (o homem que faz a si mesmo de
modo contínuo) é sua figura ideal-típica.
A liberdade dada pela TRANSPARÊNCIA é um engodo.
O sujeito só é “livre” na media em que se autoexplora.
Se torna senhor de si mesmo, aí não há mais que se
falar em exploração do homem pelo homem.
O liberalismo atinge o ápice de sua glória.
Isoladamente, temos a sensação de liberdade.
Fazemos nossas próprias escolhas, traçamos nosso
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  • 1. Mazelas de uma vida vazia BYUNG-CHUL HAN Deosimar Antonio Damasio Licenciado em Física, Mestre em educação, Doutorando em educação (Todos pela UnB) Orientador: Gilberto Lacerda Santos
  • 2. Psicopolítica (2014) Sociedade do Cansaço (2010) No enxame (2013) Topologia da violência (2011) A salvação do belo (2015) A expulsão do diferente (2016)
  • 3. Toda sua visão de mundo é construída a partir de um diálogo, por vezes um tanto arrogante, com o pensamento de Michel Foucault, Giorgio Agamben, Nietzsche, Hannah Arendt, Walter Benjamim, dentre outros. Se alinhando ou se contrapondo a estes autores, Han vai tecendo sua visão sobre os indivíduos e suas "doenças" na sociedade atual.
  • 4. A temática de seus livros gira em torno: • Do esgotamento provocado pelo burburinho nas redes sociais; • Da ilusão de autonomia profissional camuflando uma "autoexploração" cada vez mais depressiva pelo bom desempenho; • Da falta de tempo para a contemplação e a reflexão na correria consumista; • Da dificuldade para se relacionar com os outros numa sociedade marcada pelo narcisismo
  • 5. Sua particular visão de mundo, baseia-se na tese de que hoje os indivíduos se autoexploram e têm pavor do outro, do diferente. Vivendo-se, assim, “no deserto, ou no inferno, do igual” (Han, 2010)
  • 6.
  • 7. Segundo Han, hoje as pessoas exploram-se a si mesmas achando que estão se autorrealizando, seguindo a lógica traiçoeira do neoliberalismo que culmina na síndrome de ‘burnout’.
  • 8. Numa Sociedade do Cansaço estamos sempre fadados a falhar. Se não com o trabalho, com a família. Se não com a família, com os amigos. Se não com os amigos, com os projetos pessoais.
  • 9. O lamento do depressivo, “não posso mais…”, só é possível numa sociedade que crê que nada é impossível. “Não-mais-poder leva a uma autoacusação destrutiva e a uma autoagressão”.
  • 10. O último homem, o sujeito do desempenho, está livre da dominação de seu senhor. Ele responde apenas a si mesmo. Ou melhor, ele é submisso a si mesmo.
  • 11. “Nós encontramos a felicidade” dizem os últimos homens em Zaratustra. Mal sabem eles que, ao contrário de qualquer possibilidade de tornarem-se Sábios (Espinosa), o que eles fizeram foi coincidir liberdade e coação.
  • 12. “No 1984 orwelliano a sociedade era consciente de que estava sendo dominada; hoje não temos nem essa consciência de dominação”, (Han, 2018)
  • 13.
  • 14. Uma fórmula tão cômica quanto paradoxal: ajo segundo minha própria vontade produzida por outros. Quem poderia imaginar tal ironia? Livre coerção = autoexploração Eis a fórmula mais eficaz que o nosso capitalismo foi capaz de inventar, pelo menos até agora. Muito mais eficaz do que a exploração do outro é a exploração de si mesmo.
  • 15. O mais bizarro é como nos entendiamos. Nossa hiperatividade nos leva a um tédio insuportável quando escutamos uma música longa, quando ficamos ao sol, quando lemos uma poesia, quando escutamos alguém falar, quando cozinhamos.
  • 16. Nossa cultura pede por um tipo de atenção dispersa: MULTITAREFA. Todos são capazes de fazer qualquer coisa sem deixar de olhar para o celular. Não é à toa que o déficit de atenção é uma das patologias que mais vende remédio.
  • 17. • É difícil se concentrar com um aparato onipresente apitando a cada 5 segundos no seu bolso. • É difícil terminar de ver um programa na TV quando ela vocifera comerciais a cada 5 minutos na sua sala. • É difícil ler um livro, com tantas informações fáceis ao seu alcance!
  • 18.
  • 19.
  • 20. Muito embora seja socialmente aceita a exaustão laboral, o sujeito enfraquecido e solitário se culpabiliza pelo fracasso. Se nada é considerado impossível na Sociedade de Desempenho, como não se sentir derrotado diante da sensação de que nada é possível?
  • 21. Perdemos a presença. Só o demorar contemplativo tem acesso ao longo fôlego. Precisamos desacelerar. cuspir a demanda. Recusar o óbvio. Não queremos uma promoção no trabalho, nem na loja. Queremos tempo para demorar-nos em coisas pequenas. Queremos criar histórias e viver boas horas sob o sol. Encontrar o meio-dia. Sentir o sabor da comida e rir sem pressa.
  • 22. Para invertamos uma saída, dois afetos precisam ser substituídos, ou melhor, precisam atingir o ponto de ebulição. O Cansaço precisa se tornar Esgotamento. A Irritação se tornar Ira!
  • 23. Transformamo-nos em máquinas de desempenho. Precisamos recuperar um cansaço fundamental. Um estado onde ‘as presilhas da identidade se afrouxem’. Precisamos recuperar nossa capacidade de indeterminação.
  • 24. Precisamos transformar o corpo novamente numa zona heterogênea e permeável, flexível e articulável. Precisamos voltar a produzir afetos longamente esquecidos ou até mesmo nunca antes experimentados. Precisamos descobrir os “não-para” dos nossos corpos.
  • 25. Nossas vidas não são para o trabalho… estranho precisar dizer coisas tão óbvias! Nossos sorrisos não são para a propaganda! Nossas peles não são para a cor! Nossos gêneros não são binários! Nossas sexualidades não são para a reprodução! Temos um mundo novamente a inventar! Temos uma sociedade a desmontar! Temos um corpo novo a pensar! Temos de aprender a Pedagogia do ver.
  • 26. É nesse contexto que se insere a estratégia de mercantilização da escola, com parâmetros de eficiência empresarial e exigência de resultados mensuráveis e imediatistas.
  • 27. Precisamos aprender a não reagir de forma impulsiva. “Reagir de imediato e seguir a todo e qualquer impulso já seria uma doença, uma decadência, um sintoma de esgotamento.” (HAN, 2017, p. 52).
  • 28. A crescente expansão do paradigma de desempenho escolar vem determinando a sobrecarga horária, a oferta de múltiplas atividades e fontes de informação, o desenvolvimento de competências para o mercado, a redução de investimentos em tempos de austericídio e a verticalização nas decisões, produzindo conflitos éticos e elevados níveis de estresse, tanto nos docentes quanto nos alunos (Oliveira, 2018).
  • 29. Cabe ainda trazer à tona, outra grande contribuição de Han para o debate atual. O papel que as tecnologias digitais jogam em vidas.
  • 30. Novas Percepções Novas Emoções Novas Condutas A Tecnologia Digital induz
  • 31. Somos incapazes de perceber seus efeitos, ou, as consequências de seu uso. O brilho dos meios de comunicação digital nos ofusca a visão.
  • 32. “O digital submete a tríade lacaniana do real, do imaginário e do simbólico a uma reconstrução radical. Ele desconstrói o real e totaliza o imaginário” (pág. 45). Para Han, a principal consequência do uso das tecnologias digitais é a PERDA DO RESPEITO. Ele abre um espaço narcísico, uma esfera do imaginário na qual eu me tranco. Por meio do smartphone o outro não fala.” (pág. 45)
  • 33. Vivemos em uma SOCIEDADE SEM RESPEITO
  • 34. Nossa intimidade está sempre exposta. Não existe distancia entre o PÚBLICO e o PRIVADO Estado TODOS CONTROLAM SEUS PASSOS, SEUS ATOS, SUAS ESCOLHAS, SUAS PALAVRAS. MÍDIA Empresas Pessoas
  • 35. Estado (CIA, DPF, ABIM, Receita, Detran, etc) TERABITES de dados sobre você. Cada palavra, cada desejo, cada conversa. Tudo, é transparente. Google, Aplle, Microsoft, Vivo, TIM, OI, NET, etc. Cartões, bancos, supermercados, etc.) Facebook, instagran, Compras Atores Tudo o que você digitaliza, cai no espaço público. Fotografias Segredos Filmes Livros Pessoas Sites
  • 36. Um ato inocente de compra (online ou não), como por exemplo, de um perfume, se transforma imediatamente em uma informação a ser explorada, comunicada e divulgada para todos.
  • 37. Tudo é publicado. Tudo é TRANSPARENTE.
  • 38. A EROSÃO da DISTANCIA, rompe uma condição necessária para a existência do respeito. Presença visual e auditiva constante, contato em tempo real, informações pessoais permanentemente atualizadas. NÃO HÁ MAIS SEGREDOS.
  • 39. Não há mais diferença entre a vida mental e a vida real. Tudo é imediatamente digitalizado e analisado processado e tornado público.
  • 40. Tudo é passível de análise e critica por qualquer um habitante do mundo digital. Todos são autores. Todos são atores. Toda a manifestação é livre e espontânea.
  • 41. Mas a imensa maioria do que se escreve e se fala se dá em um meio sem respeito, sem confiança. Num ambiente propício à descarga emocional instantânea. Sem o distanciamento necessário para a análise profunda.
  • 42. Este é o ambiente propício para o surgimento das “tempestades de merda” (Shitstorm). Ondas de indignação que se tornam tremendos barulhos. Milhares de IPs (Internet Protocol) apontando na mesma direção.
  • 45. Ela já foi CONSUMIDA. Já se deu UM LIKE. Já se postou um comentário, já se obteve atenção que se queria. Agora é correr atrás do próximo LIKE Mas estas ondas de indignação logo se desfazem. Exatamente porque, assim que consumida, uma informação perde o sentido, deixa de ser relevante.
  • 46. • Banalização, •MASSIFICAÇÃO. •Achatamento da linguagem, •Normalização de tendências
  • 47. A sociedade da INDIGNAÇÃO é, também, a sociedade da instabilidade. A massa de indignação é fugidia e dispersa. Ela não gera nenhum futuro!
  • 48. Os indivíduos que compõem estas ondas de indignação, se assemelham a enxames que se movem rapidamente, juntos, mas por pouco tempo. Quando atingido o objetivo inicial, o bando de desintegra e tudo volta ao normal. Estas aglomerações são fugidias e dispersas! Elas não formam massas, no sentido clássico do termo.
  • 49. Os sujeitos econômicos neoliberais não constituem nenhum nós capaz de ação comum. A tendência ao egoísmo e a atomização da sociedade leva a uma redução radical dos espaços para ação conjunta dos indivíduos. Estas aglomerações são fugidias e dispersas! Elas não formam massas, no sentido clássico do termo.
  • 50. A privatização impõe-se, invadindo a própria alma. A solidão caracteriza a constituição social atual. Eu não me sinto representado por ninguém. Eu me apresento e me represento, sem moderadores, sem intermediários!
  • 51. Os políticos, no sentido tradicional, passam a ser dispensáveis, Eles não são representantes do povo, mas, BARREIRAS. Para superarem esta contradição, os políticos deixam de lado as suas convicções e abraçam as causas do momento. CONFORMISMO!
  • 52. O longo olhar que se demora nas coisas sem as explorar, o olhar voyeur, já se perdeu. Somos hoje a sociedade da eficiência. “O que não é informação não é”. O Olhar simplório do camponês deu lugar o caçador de informações, impaciente, descuidado, avido por números. Cada clique, cada curtida uma nova presa.
  • 53. Ilhas narcisistas de ego, caçadores de informações e imagens, o homem moderno não se choca com nada. Suas “Defesas Imunológicas” estão destruídas, fortalecendo assim o consumo de informações. Consumimos até a exaustão, a SFI.
  • 54. O narcisismo, o esgotamento mental, a incapacidade de lidar com tanta informação nos leva a incapacidade de análise. A massa de informação não produz por si mesmo a verdade. A partir de um certo ponto, o excesso nada comunica. A SFI nos torna irresponsáveis, levianos, sem compromisso.
  • 55. Para que seriam necessários os partidos hoje, se cada um é ele mesmo um partido, se as ideologias, que formavam outrora um horizonte político, degeneraram em incontáveis opiniões individuais e opções individuais?
  • 56. Na sociedade da transparência, onde todos os comportamentos estão MAPEADOS, os modelos teóricos são dispensáveis e a CORRELAÇÃO subistitui a CAUSALIDADE: porque é assim? X É ASSIM QUE É. Os DADOS FALAM POR SI SÓ. Flusser fala da sociedade sócio-técnica, da democracia desideologizada, onde os políticos são substituídos por técnicos ou especialistas.
  • 57. O Data-mining torna visível os modelos coletivos de comportamento dos quais não se está, enquanto indivíduo, nem sequer consciente. O Psicopoder é mais eficiente na medida que ele controla um indivíduo que se deixa controlar.
  • 58. O self-mad man (o homem que faz a si mesmo de modo contínuo) é sua figura ideal-típica. A liberdade dada pela TRANSPARÊNCIA é um engodo.
  • 59. O sujeito só é “livre” na media em que se autoexplora. Se torna senhor de si mesmo, aí não há mais que se falar em exploração do homem pelo homem. O liberalismo atinge o ápice de sua glória.
  • 60. Isoladamente, temos a sensação de liberdade. Fazemos nossas próprias escolhas, traçamos nosso próprio caminho. SERÁ?
  • 61. Sua trajetória está dada. Um voto basta. Isimov estava certo (?)