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PEDAGOGIA DAVIRTUDE
Palestra: Arlete Länzlinger
Palestra baseada no
livro:
Pedagogia da
Virtude - uma
educação especial ,
Ricardo Wantuil,
Editora Horizonte da
Mente.
Educadores
…nossa postura
deve ser de
observadores „Educar é o de conhecer a natureza da criança, ajudá-la a se
conhecer para que ela aprenda a se governar.“
Rosseau
„Educar é dar respostas a perguntas que ainda não foram feitas.“
“Educar é inserir na realidade“
Inserir na realidade
O que fazer para colocar a criança de forma saudável neste mundo em
que vivemos, mesmo que não estejamos do lado dela o tempo todo?
O que podemos transmitir são PRINCÍPIOS aos seus projetos pessoais,
que poderão não ser iguais aos nossos.
Princípios que norteiam a Pedagogia daVirtude
Vida desapropriada
Comover
Ser testemunho
Uma breve história da família
Idade Média
Revolução Industrial
• Casamentos por conveniência;
• Filhos entregues às amas de leite;
• Alta taxa de mortalidade infantil;
• Falta de privacidade no lar.
• Casamento por amor passa a ser possível devido à formação de
classe assalariada;
• Fortalecimento de amor mais genuíno pelos filhos: origem do amor
parental;
• Séc.18 – fim da falta de privacidade no lar, com o surgimento de
divisórias.
• Movimentos de independência de sua comunidade (devido
pensamento Iluminista);
• A família torna-se mais privada e menos coletiva
O sagrado e a família
O sagrado e a família
 Tiramos Deus do seu trono e o substituímos pela tecnologia, com
devoção pela ciência, pelo progresso e pelo consumo.
Livro dos Espíritos: 1857
Alvorecer da ciência
O sagrado e a família
Inicialmente, acreditou-se que a tecnologia facilitaria a rotina,
oferecendo ao homem mais tempo, para se dedicar a outros valores
da vida. Mas não foi isso que aconteceu.
A ambição o pressionou a trabalhar mais, acumular mais
intensificando a desigualdade social.
Sobrou pouco tempo para dedicar à família e aos valores espirituais.
A correria do trem da modernidade não produziu a felicidade
esperada, mas trouxe muitas inquietações e uma necessidade nova
entre os passageiros que se movimentam entre os vagões da
diversidade, sujeitando-se a viver com a qualidade do outro.
Dessa angústia, o homem busca respostas para seus
questionamentos e conforto para sua alma em diferentes
religiões.
O humano começa a descobrir o sagrado em si mesmo e uma
relação de misericórdia e encontros com Deus no cotidiano da
vida.
- Neste novo momento em que vivemos, o sagrado se
desloca do culto à imagem divina para o respeito e
dignidade do próprio homem, fazendo dele a razão da
aplicabilidade dos princípios universalistas, que
encontram em Jesus, como disse Kant, um «ideal
moral da humanidade».
Aonde queremos chegar
Ao constituir a família é preciso PLANEJAR
Qual é a nossa proposta de vida?
Quais ferramentas ou recursos utilizaremos ao longo da
caminhada?
Como lidar com um terreno muitas vezes desconhecido e
surpreendente, que é a alma daqueles a quem nos
propusemos amar?
É importante ter foco.
Paisagens do caminho
Mimetismo do desejo
 A busca da respeitabilidade social e o desejo de ser visto são
substituídos pelo culto estético. A finalidade da vida torna-se
superficial.
 O «SER COM» dá lugar ao «PARECER COM». O sucesso exterior
torna-se a medida de avaliação e o novo anseio a ser conquistado
através do consumo.
Crianças «tem» que usar
roupa da moda, ficar
bonitinha, ser aplaudida.
Mas fica proibida de brincar
no chão…
´Hoje, a febre de mudanças e o crescimento das fantasias- em
substituição ao SER – têm fomentado uma correria para satisfazer
as qualidades do mercado.
A singularidade do indivíduo nem sempre se ajusta ao padrão
exigido. Com isso, a insatisfação de estar atuando contra seus
anseios gera um vazio de sentido
Explorando necessidades
O desejo é algo que não se elimina. Se eu não posso eliminar o
desejo e não sei o que quero, posso trocar os objetos de desejo.
A sedução do marketing nos faz acreditar que aquele objeto é
imprescindível e que me fará feliz.O ser é substituído pelo ter.
A dificuldade de «ser com» criou a necessidade de evitar conflitos.
Tentar comprar a paz de espírito com promessas e trocas…
A relação com os objetos já não é do tipo lúdico, mas do tipo utilitário.
Cultura do novo
 As falsas necessidades não cessam de solicitar novos produtos
capazes de alimentar sensações agradáveis, proporcionando
sentido de inovação constante diante do tédio do cotidiano.
Ilusão a serviço do lucro.
 A cultura da novidade torna o velho, que era novo ontem,
obsoleto. Formou-se a opinião que o novo é melhor que o
antigo.
 Antigamente tocos de madeira transformavam-se em castelos,
em fazendas enfeitadas de cavaleiros e bois em miniaturas…
Objetos simples privilegiavam a imaginação, não permitindo o
tédio tomar conta. Mas… tocos de madeira não dão lucro.
Hedonismo
 .«A felicidade ao alcance de todos».
 Uma vez satisfeita a vontade, perde-se a graça e uma outra fonte
mais atraente é lançada no mercado do modismo.
 Evita-se o desprazer nas relações. Busca-se apenas constante
alegria. … criando sujeitos com baixo limiar de frustração,
incapazes de lidar com as vicissitudes da vida.
A tensão do vir-a-ser foi substituída pelo vir-a ter.
O prazer de ser autor e ter o reconhecimento de seu
tributo cedeu lugar ao praze dos sentidos, agora
canalizados na superficialidade de momentos de
deleites rápidos e intensos.
Cultura da evasão
 O efêmero ocupou as prateleiras das escolhas. Não há mais motivo
para compromissos responsáveis, de lealdade.
 Exaltou-se o individualismo da satisfação e matando-se
responsabilidade do vínculo, do social, do engajamento dos
indivíduos… Esvaziou-se o zelo com o outro, quando o que precisamos,
na verdade, é ensinar o filho a cuidar do avô doente. Esses pequenos
gestos, cheios de significado, é que formam o caráter do ser humano.
Relacionamento de redes
 A internet – através das redes sociais – interligou a solidão.
 Propiciou-nos uma rede de amigos, agrupados por tribos, por
semelhanças, gostos ou interesses.Acrescida de uma vantagem: um
simples «Del» exclui os indesejáveis.
 Relacionamentos superficiais.O que seduz é a relação livre, sem cerimônia,
sem cobranças, passível de trocas rápidas.
Cultura Midiática
 O sucesso é mostrado através de números. O «quanto» tornou-se
mais importante do que o «como». Um padrão moral como a
honestidade chega ser motivo de destaque, tão rara está sua
manifestação no coletivo.
O conhecimento- antes adquirido através de enciclopédias e livros –
foi transferido para a tela deTV ou computador. Recebemos
passivamente informações sem profundidade e sem compromisso
com verdades possíveis.O interesse é apenas distrair o telespectador,
através do sensacionalismo.
Sociedade de desempenho
 Temos que fazer mais, cada vez mais. Não nos sobra tempo para o belo, e o
tempo livre passa a ser motiva de culpa e desconforto.
 O «ser com o outro» é substituído pelo «estar com o outro» e, depois, cede
lugar para o «ficar com o outro»…
Obsessão pelos recordes tomam conta das empresas de esportes, das
relações afetivas, lazeres, alimentação e sexo. Competir, concorrer, explorar
ao máximo o potencial e depois descartar.
Medicação da moral
 As soluções dos nossos problemas já não são buscadas em nosso
interior, mas em produtos tecnológicos propiciadores de bem-estar
passageiro, seguindo de intolerância e de um ressentimento, que exige
novas dosagens, cada vez mais altas.
Tensões passaram a ser tratadas como doença.
O «ser no mundo» pede
ajuda aos esteroides,
que modelam corpos
sedutores, acobertando
sentimentos de fracasso
em outras área de
atuação da vida.
O imediatismo baniu a consciência do corpo,
como alarme que denuncia um psiquismo em
conflito
O corpo é um
espaço onde a
mentira não
encontra lugar, onde
a verdade é
representada.
Consumo da intimidade
 A intimidade superficial e frívola é consumida emTV, internet ou em
gaiolas colocadas em locais públicos. Como reality shows.
 Tudo o que se deseja ter e ser é mostrado.
 Descaso da realidade dura.
 A reality de fato não aparece, continua velada.
O lado bom
 Estamos num momento de transição, caracterizado por paradoxos.
 Crescem crises íntimas,… entretanto, há mais liberdade e mecanismos
de alívio para os problemas subjetivos.
 O modelo anterior não satisfaz, mas o novo ainda é desconhecido.
• A mudança vem pelo cansaço. E quando tudo parece sombrio, é
porque algo belo está para surgir.
• Nunca se viu tantas ONGs, defesa de direitos e combates às injustiças…
• A anestesia moral através de medicamentos convive com a busca por
livros de autoajuda e terapias ditas alternativas, grupos de
autoconhecimento e terapêuticas espiritualizantes.
Se os seus olhos forem bons…
Ao nos propormos educar os
filhos, teremos que escolher
uma premissa.
Uma visão de mundo baseada
em conhecimentos e
significados que adotamos
para nortear nossas ações
A premissa deve ser fundamentada em algo de valor, pois
vai nos conduzir ao propósito existencial.
Por isso, …
Como educar? Como tenho educado? Como tenho agido para conseguir
meus objetivos?
Desejo ser feliz e os meus sejam felizes... Mas o que é felicidade?
Se imaginamos nossa felicidade em ter bens materiais, prazeres, ausência
de sofrimento, provavelmente estaremos proporcinando aos filhos
constantes anestésicos p/as pequenas decepções naturais que trariam
amadurecimento. Crianças mimadas serão futuros homens mimados,
inseguros, sujeitos a dívidas, prazeres insaciáveis etc.
“Devemos procurar o lado mais nobre das pessoas,
principalmente de nossos filhos. Está no Evangelho: “Se
teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz”.
«Pais devem oferecer bússolas e não mapas.”
“Cabe aos pais ajudar a criança a descobrir o que possui de
seu, de próprio. “
Papel dos pais
582, LE: Pode-se considerar como missão a paternidade?
É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo
grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua
responsabilidade quanto ao futuro.
Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela
senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil
e delicada, que o torna propício a todas as impressões.
(L.Esp,Allan Kardec)
“Educar e descobrir a natureza da criança e ajudá-la a se conhecer, para
que ela aprenda a se governar.”
Parte 2
Papel dos pais
582, LE: Pode-se considerar como missão a paternidade?
É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo
grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua
responsabilidade quanto ao futuro.
Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela
senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil
e delicada, que o torna propicio a todas as impressões.
(L.Esp,Allan Kardec)
“Educar e descobrir a natureza da criança e ajudá-la a se conhecer, para
que ela aprenda a se governar.”
Tipos de pais
Pai é aquele que faz o filho crescer, promove e curte o seu crescimento. Mãe é
aquela que nutre, prepara, acolhe e sensibiliza.
 Se os filhos estiverem bem nutridos emocionalmente, bem cuidados e não estiverem
crescendo, estão sob a influência de uma boa mãe, porém com falta da figura do pai.
Pai herói: se acha importante ou tem a pretensão de ser, e não
tem tempo p/ lidar com a educação dos filhos.
Pai irmão: compete com o filho, diminuindo-o e não educa. « Eu
na sua idade, corria 10 Km em 30 min…» - Resultado: o menino
vai tentar ser o que não é possível.Assim que puder «chutará o
balde».
Pai palhaço: é aquele que não resolve nada. Leva tudo na
brincadeira.
Pai patrão: torna os filhos e a esposa seus empregados. Não
participa, dita o que fazer.
Tipos de mães
 Mãe secretária – é competente. Superorganizada e competente, porém falta calor,
envolvimento. O significado emocional das coisas não é levado em conta. Sua
preocupação é com a organização e o cumprimento das tarefas do dia.
 Mãe consultora - não participa das atividades com os filhos, terceiriza os cuidados,
sendo chamada a opinar quando os funcionários não sabem o que fazer.
 Mãe psicóloga – interpreta tudo e não se altera emocionalmente. O filho é
convidado a sentar-se no divã e expressar os sentimentos de sua inapetência.
 Mãe namorada – não quer o filho casado, porque nenhuma namorada serve para
ele. E, se ele casar, ela quer morar junto.
Todos nós temos registros de pai e mãe interiormente. Conforme a
necessidade do momento, seremos mais pai ou mãe.
Cada instante de convivência é oportunidade de conhecimento mútuo.
Formação da autoridade
 Autoridade está muito além de impor limites. Autoridade é uma relação de
confiança que contamina e promove o educando. É um testemunho.
A confiança vai ser desenvolvida em 3 níveis
durante o processo educacional:
Confiança em si Confiança mútua
entre filhos e pais
Confiança em
Deus
Amadurecimento afetivo
Amadurecimento moral
Amadurecimento mental
Amadurecimento social
A confiança entre pais e
filhos é consequência
natural da autoridade em
um clima de alegria, com
certeza sobre o que se
quer na relação.
Confiança em si
- Amadurecimento afetivo
postura receptiva, atitudes
doadoras,
- amar mais que exigir amor,
alegria de promover o outro
Autoconhecimento - Humildade
- Amadurecimento mental
- Evoluímos para um
pensamento correto
- Aceitar a verdade do outro.
- Capacidade de distinguir o
meu real do real alheio.
- Amadurecimento moral
- Amadurecemos deixando aos
poucos os instintos
imediatistas e nos apoiando na
ética, aprendendo a sentir o
prazer e viver o bem comum.
Realizam-se a justiça e a
solidariedade, redirecionando
o interesse particular para o
coletivo.
- Amadurecimento social
- Nos tornamos promovedores
da harmonia, aglutinadores,
proporcionando bem-estar e
compreensão à nossa volta.
Táticas que debilitam as autoridades dos pais
Convencimento
Na primeira
infância, quer vê-
la gordinha e
depois briga para
o filho emagrecer.
Ex: colheradas na
sopinha do neném
(aviãozinho)
Na primeira
infância a criança
não é convencida
pela razão, logo não
é possível a
democracia.
A ameaça é o recurso
dos pais que não foram
capazes de criar uma
motivação. Com isso o
resultado é o temor,
que vai funcionar por
pouco tempo.
uso do discurso
condicional
(ameaça):
«Se você
continuar agindo
assim…» ou «se
você não fizer
desse jeito…»
Promessas:
incentivam a não
obediência como
fonte de ganhos.
Ex:Você vai
enxugar a louça,
deixo você visitar
um amiguinho.
A obrigação, que não
encontrou motivação
prazeroza em si mesmo,
é estimulada
c/prazeres não
relacionados ao fato em
si, criando duas
vertentes de ações que
se antagonizam.
Chantagem:
Retira-se a fonte
do prazer, resta a
obrigação.
Recorre-se à
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«Mamãe não vai
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A obrigação, que não
encontrou motivação
prazeroza em si mesmo,
é estimulada
c/prazeres não
relacionados ao fato em
si, criando duas
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Pensar a indulgência
Do latim indulgentia, que significa “bondade”, “para ser gentil”
ou “perdão de uma pena”.
'A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita
falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se
não tornem conhecidos senão dela unicamente (...)".
(Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo X, item 16)
A indulgência é um treinamento que nos conduz à capacidade de
compreender o outro.
Indulgência compreensão
… onde começamos a
conviver com as diferenças
Sentir o perdão
PERDOAR- é voltar ao acontecido e mudar a maneira de ver o fato, dar a
ele a dimensão correta e enxergar as inúmeras intenções que podem estar
envolvidas no gesto.
É tornar o erro um momento de aprendizagem.
«Transformar o erro no passo de uma dança».
É um ato de escolha.«É uma maneira de treinar o olhar»
Não é aceitar o ato, nem fingir que está tudo bem. É compreender o
significado do desencontro, as possibilidades de doação de cada um no
que se espera
Agir com benevolência
Benevolência é desejar o bem, é buscar o bem.
Dar sentido ao bem em nossas relações com os filhos nos torna
menos apressados, menos aflitos, pois estamos construindo um
“Ser com” e isso requer tempo e impregnação.
Não importam resultados concretos imediatos, mas trabalhar os
sentimentos.
O conflito do certo e do errado
 Erro como fonte de aprendizagem
 Esqueça a lista do que é certo e errado.Tudo depende da intenção.
 A questão então é identificar o bem e dar a ele uma nova direção.
 Educar é conhecer o outro, ajudá-lo a se conhecer para que ele
faça bom governo de sua natureza.
 Lembre-se: não se educa comportamentos, mas sentimentos.
 O importante é a criança aprender a governar a sua natureza
íntima para atingir seus fins existenciais, com os dons que possui.
As tensões, os
conflitos e as doenças
são oportunidades
para se conhecer e
trabalhar as
emoções.
Não provoque sentimentos de culpa. A culpa dificulta a busca por soluções saudáveis
O limite na educação
 Ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar (novo dicionário
Aurélio)
O defeito que se torna talento
Cada indivíduo tem seu talento, sua singularidade, que se apresentea na
infância de forma desmedida e pode ser vista como problema. Conheça este
talento para ensinar adequação e direcionamento.
Com a Pedagogia daVirtude, nós queremos descobrir a natureza da criança
que, estando em excesso, pede adequação, potencialidades latentes que
exigem governo.
O distraído, rotulado
como portador de
déficit de atenção,
pode ser um filósofo,
cientista ou
controlador de
múltiplas funções…
Uma criança
teimosa pode
guardar em
germen uma
personalidade
perseverante…
Para isso, é necessário ouvir mais e falar menos.
Menos julgamentos e mais reflexões, aguardando
conclusões que virão mais tarde.
Para afinar a percepção, temos que exercitar a
sensibilidade, valorizando cada momento com o
filho.
A linguagem do sentir
 Ensine seu filho a atribuir significado aos acontecimentos.
A linguagem da educação não é falada, mas sentida.
O educador deve atrair pela coerência e estar atento para criar
situações que ensinem sobre poder e limite; lições muitas vezes
dolorosas, mas necessárias.
Não se educa falando à luz da razão.A criança não trabalha com
ela.A experiência deve fazer parte de cada época do crescimento
do filho e todos os sentidos devem ser estimulados.
Na adolescência, com os hormônios fervilhando, sensação de poder
e vontade de sair da sombra dos pais, humor oscilante. Está na hora
de mudar de tática: ouvir mais e falar menos.
Exercitar a compreensão …
Todos os momentos são ricos de interação com os filhos e as
situações ensinam regras, respeito e a aplicação de diversas
ciências.
Dever e prazer
 Formar bons hábitos sem prazer transforma a rotina em
obrigações acompanhadas de muito choro e cansaço.
 Há quem confunda disciplina com rigor. Mas… a criança não lida
com a razão, mas com o sentir, haurido pela experiência. Logo,
esses pequenos deveres deveriam estar acompanhados de uma
motivação prazerosa.
Dever Prazer
 O prazer não é um aliado das convenções, mas do inusitado e da
surpresa. Criar o dia de dormir com a mamãe e o papai, o dia das
guloseimas… Usar a imaginação para fazer algo diferente, vivendo
a fantasia possível.
 A obrigação pode se transformar em aspiração que convida, em
momento de satisfação de por Eros em tudo o que se faz. Eros, a
pulsão de vida, o amor, já existe em nós e espera apenas que o
coloquemos em movimento.
Educação para a liberdade
Educar para a liberdade, implica em treinar a atenção, a aceitação, não
fazer julgamentos e manter-se em postura de pergunta.
Educar a atenção: é estar atento a tudo com interesse, valorizando a totalidade.
É possível transformar a obrigação rotineira em ato de espontaneidade criativa e
conhecer a natureza da criança, os sentimentos que emergem na multiplicidade
dos acontecimentos.
Educar a aceitação é admitir que a dor e prazer fazem parte da vid e precisam
estar presentes nos crescimentos dos nossos filhos, se quisermos formar cidadãos
éticos. Quando optamos sempre pelo prazer, poupando os filhos das frustrações
Aprender a não fazer julgamentos: é deixar de submeter a realidade à presunção
do nosso juízo, abraçando conscientemente as situações que nos provocam, que
solicitam a vossa vocação e o nosso talento.
Exercitar a atitude de pergunta: é priorizar a busca, é saber a importância de se
ter fome e sede («Bem aventurados os que têm fome e sede»- Jesus). O excesso
de suprimento emocional oferecido aos filhos cerceia o contato com a demanda
interior, dando falsa sensação de satisfação e pouca resolutividade diante das
provocações.
Educação e medicina
 … doenças, ferimentos, tombos e tristezas são bons momentos de
educação e não de desespero.
Desatrelada de uma filosofia, a medicina moderna conhece muito bem as
partes e desconhece o todo.
Nos momentos de tempestade não tenha pressa para dar soluções.Aguarde
que suas indignações e medos asserem. O tempo ajudará você a encontrar
maneiras de conduzir a situação de forma coerente com seu propósito maior.
Lembre-se de ir à fonte sublime do único homem-síntese que aTerra
conheceu: Jesus.
Educação e escola
Escolas em clima de competição cria modelos engessados de alunos…
Aquele que não se enquadra é excluido, e a função de consertá-lo passa a
ser delegada a um psicólogo. Se esse profissional não obtém o resultado
esperado, dá-se ao menino o rótulo de patologia. Então a criança é
encaminhada ao psiquiatra, que tentará, com medicamentos, fazer o que
os outros não conseguiram. Por fim, entrega-se para a polícia os casos
mais severos e abandona-se os mais complexos.
«A escola atual prepara o homem para o mercado de trabalho e «para a
vida» nada.»
Vivemos uma epidemia de déficit de atenção ou uma invasão de crianças
com capacitades múltiplas, para as quais a escola ainda não acordou?
Numa sociedade consumista, individualista, na qual não se pergunta
sobre o significado do viver, o que resta é um vazio, preenchido com
distrações e medicado com Ritalina.
Por que não repensar este modelo exaurido e desgatado?
Sonhamos com uma educação voltada para a liberdade com
responsabilidade».
Uma educação verdadeira
reconhece o que o estudante
precisa e encontra, na
construção do saber, ou no
saber pensar, significados
reais.
A partir daí nasce a
possibilidade de satisfação,
que motiva outras buscas e
outros encontros.
Educação e religião
O homem se distanciou de Deus e agora busca-O numa nova
dimensão,mais próxima de si mesmo, sem intermediários.
Nos momentos de escolha e decisão onde vamos buscar parâmetros para
facilitar uma escolha que não danifique a nossa consciência?
Necessitamos de uma referência ética e moral que possibilite a nossa
liberdade com responsabilidade, luz que ajude a manter o compromisso de
atingirmos o nosso destino.
Durante milênios a religião influenciou as atividades humanas. Mas… a
religião perdeu terreno para o discurso do viver intensamente o aqui e agora,
lutando pelos objetos de felicidade fabricados pelo homem.
Os questionamentos acerca do sentido da vida foram substituídos pela
cirurgia plástica, pelos psicotrópicos, pelos divertimentos , que escondem a
miséria do rei, como dizia Pascal.
O significado do viver esvaneceu-se sem que as religiões pudessem suprir o
vazio que ficou. Os ideiais pelos quais deveríamos lutar, as bandeiras
tremulantes de um projeto coletivo perderam força para a preguiça, o
conformismo e a inércia mantida pelo conforto adquirido em lojas…
Educação e religião
Esse modelo é JESUS.
O exemplo de Cristo é a fonte que pode dar significado a cada
momento de nossa vida, na escola do lar, com atitudes que tornam
possível encontrar o que toda alma anseia: a paz, a alegria, a
bondade, a justiça e a beleza.
Não é possivel excluir Jesus da Educação.Conhecendo a natureza da
criança, seu talento, a direção é dada pela proposta de uma vivência
cristã.
Desta forma, prescrevemos como saudável que afamília resgate a
religiosidade, e não necessariamente a religião.
Resgatar as questões espirituais nas análises das diversidades da vida,
buscando a referência de Jesus.
Evangelho no Lar
Que se adquira o hábito de, uma vez por semana,
os pais se reunirem com os filhos e sentirem a
presença de Deus em oração, debatendo temas
atuais à luz da ética do Cristo.
Outono da vida
O ninho original se esvazia.O outono da vida anuncia sua chegada e,
com ele, vêm as reflexões sobre como foi a jornada...
Missão parcialmente cumprida como educadores, responsáveis pela
escolhas da caminhada. Missão totalmente cumprida só mesmo no
final da vida, pois continuamos como pais, sendo referência, espécie
de consultores.
As escolhas e alvos pertencem agora aos filhos.Continuamos a
viagem juntos, porém à distância, como observadores atentos e
disponíveis, compartilhando a alegria em alguns momentos e
socorrendo em outros.
Mas como escreveu Paulo aos romanos: «Eu plantei,Apolo regou;
mas o crescimento veio de Deus».
É hora de aceitar suas escolhas e sermos atentos para não criarmos
dependências deles para conosco, fruto da necessidade de tê-los por
perto.
Outono da vida, época de
preparar para um inverno
saudável: velhice ou
«terceiro ato da vida». Duas
almas (marido e esposa), de
mãos dadas, olhando para
um novo horizonte, iniciam
uma nova caminhada.
 Palestra baseada no livro:
 Pedagogia daVirtude -
uma educação especial ,
RicardoWantuil, Editora
Horizonte da Mente.

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Pedagogia da virtude

  • 1. PEDAGOGIA DAVIRTUDE Palestra: Arlete Länzlinger Palestra baseada no livro: Pedagogia da Virtude - uma educação especial , Ricardo Wantuil, Editora Horizonte da Mente.
  • 2. Educadores …nossa postura deve ser de observadores „Educar é o de conhecer a natureza da criança, ajudá-la a se conhecer para que ela aprenda a se governar.“ Rosseau „Educar é dar respostas a perguntas que ainda não foram feitas.“ “Educar é inserir na realidade“
  • 3. Inserir na realidade O que fazer para colocar a criança de forma saudável neste mundo em que vivemos, mesmo que não estejamos do lado dela o tempo todo? O que podemos transmitir são PRINCÍPIOS aos seus projetos pessoais, que poderão não ser iguais aos nossos.
  • 4. Princípios que norteiam a Pedagogia daVirtude Vida desapropriada Comover Ser testemunho
  • 5. Uma breve história da família Idade Média Revolução Industrial • Casamentos por conveniência; • Filhos entregues às amas de leite; • Alta taxa de mortalidade infantil; • Falta de privacidade no lar. • Casamento por amor passa a ser possível devido à formação de classe assalariada; • Fortalecimento de amor mais genuíno pelos filhos: origem do amor parental; • Séc.18 – fim da falta de privacidade no lar, com o surgimento de divisórias. • Movimentos de independência de sua comunidade (devido pensamento Iluminista); • A família torna-se mais privada e menos coletiva
  • 6. O sagrado e a família
  • 7. O sagrado e a família  Tiramos Deus do seu trono e o substituímos pela tecnologia, com devoção pela ciência, pelo progresso e pelo consumo. Livro dos Espíritos: 1857 Alvorecer da ciência
  • 8. O sagrado e a família Inicialmente, acreditou-se que a tecnologia facilitaria a rotina, oferecendo ao homem mais tempo, para se dedicar a outros valores da vida. Mas não foi isso que aconteceu. A ambição o pressionou a trabalhar mais, acumular mais intensificando a desigualdade social. Sobrou pouco tempo para dedicar à família e aos valores espirituais. A correria do trem da modernidade não produziu a felicidade esperada, mas trouxe muitas inquietações e uma necessidade nova entre os passageiros que se movimentam entre os vagões da diversidade, sujeitando-se a viver com a qualidade do outro.
  • 9.
  • 10.
  • 11. Dessa angústia, o homem busca respostas para seus questionamentos e conforto para sua alma em diferentes religiões. O humano começa a descobrir o sagrado em si mesmo e uma relação de misericórdia e encontros com Deus no cotidiano da vida. - Neste novo momento em que vivemos, o sagrado se desloca do culto à imagem divina para o respeito e dignidade do próprio homem, fazendo dele a razão da aplicabilidade dos princípios universalistas, que encontram em Jesus, como disse Kant, um «ideal moral da humanidade».
  • 12. Aonde queremos chegar Ao constituir a família é preciso PLANEJAR Qual é a nossa proposta de vida? Quais ferramentas ou recursos utilizaremos ao longo da caminhada? Como lidar com um terreno muitas vezes desconhecido e surpreendente, que é a alma daqueles a quem nos propusemos amar? É importante ter foco.
  • 14. Mimetismo do desejo  A busca da respeitabilidade social e o desejo de ser visto são substituídos pelo culto estético. A finalidade da vida torna-se superficial.  O «SER COM» dá lugar ao «PARECER COM». O sucesso exterior torna-se a medida de avaliação e o novo anseio a ser conquistado através do consumo. Crianças «tem» que usar roupa da moda, ficar bonitinha, ser aplaudida. Mas fica proibida de brincar no chão… ´Hoje, a febre de mudanças e o crescimento das fantasias- em substituição ao SER – têm fomentado uma correria para satisfazer as qualidades do mercado. A singularidade do indivíduo nem sempre se ajusta ao padrão exigido. Com isso, a insatisfação de estar atuando contra seus anseios gera um vazio de sentido
  • 15. Explorando necessidades O desejo é algo que não se elimina. Se eu não posso eliminar o desejo e não sei o que quero, posso trocar os objetos de desejo. A sedução do marketing nos faz acreditar que aquele objeto é imprescindível e que me fará feliz.O ser é substituído pelo ter. A dificuldade de «ser com» criou a necessidade de evitar conflitos. Tentar comprar a paz de espírito com promessas e trocas… A relação com os objetos já não é do tipo lúdico, mas do tipo utilitário.
  • 16. Cultura do novo  As falsas necessidades não cessam de solicitar novos produtos capazes de alimentar sensações agradáveis, proporcionando sentido de inovação constante diante do tédio do cotidiano. Ilusão a serviço do lucro.  A cultura da novidade torna o velho, que era novo ontem, obsoleto. Formou-se a opinião que o novo é melhor que o antigo.  Antigamente tocos de madeira transformavam-se em castelos, em fazendas enfeitadas de cavaleiros e bois em miniaturas… Objetos simples privilegiavam a imaginação, não permitindo o tédio tomar conta. Mas… tocos de madeira não dão lucro.
  • 17. Hedonismo  .«A felicidade ao alcance de todos».  Uma vez satisfeita a vontade, perde-se a graça e uma outra fonte mais atraente é lançada no mercado do modismo.  Evita-se o desprazer nas relações. Busca-se apenas constante alegria. … criando sujeitos com baixo limiar de frustração, incapazes de lidar com as vicissitudes da vida. A tensão do vir-a-ser foi substituída pelo vir-a ter. O prazer de ser autor e ter o reconhecimento de seu tributo cedeu lugar ao praze dos sentidos, agora canalizados na superficialidade de momentos de deleites rápidos e intensos.
  • 18. Cultura da evasão  O efêmero ocupou as prateleiras das escolhas. Não há mais motivo para compromissos responsáveis, de lealdade.  Exaltou-se o individualismo da satisfação e matando-se responsabilidade do vínculo, do social, do engajamento dos indivíduos… Esvaziou-se o zelo com o outro, quando o que precisamos, na verdade, é ensinar o filho a cuidar do avô doente. Esses pequenos gestos, cheios de significado, é que formam o caráter do ser humano.
  • 19. Relacionamento de redes  A internet – através das redes sociais – interligou a solidão.  Propiciou-nos uma rede de amigos, agrupados por tribos, por semelhanças, gostos ou interesses.Acrescida de uma vantagem: um simples «Del» exclui os indesejáveis.  Relacionamentos superficiais.O que seduz é a relação livre, sem cerimônia, sem cobranças, passível de trocas rápidas.
  • 20. Cultura Midiática  O sucesso é mostrado através de números. O «quanto» tornou-se mais importante do que o «como». Um padrão moral como a honestidade chega ser motivo de destaque, tão rara está sua manifestação no coletivo. O conhecimento- antes adquirido através de enciclopédias e livros – foi transferido para a tela deTV ou computador. Recebemos passivamente informações sem profundidade e sem compromisso com verdades possíveis.O interesse é apenas distrair o telespectador, através do sensacionalismo.
  • 21. Sociedade de desempenho  Temos que fazer mais, cada vez mais. Não nos sobra tempo para o belo, e o tempo livre passa a ser motiva de culpa e desconforto.  O «ser com o outro» é substituído pelo «estar com o outro» e, depois, cede lugar para o «ficar com o outro»… Obsessão pelos recordes tomam conta das empresas de esportes, das relações afetivas, lazeres, alimentação e sexo. Competir, concorrer, explorar ao máximo o potencial e depois descartar.
  • 22. Medicação da moral  As soluções dos nossos problemas já não são buscadas em nosso interior, mas em produtos tecnológicos propiciadores de bem-estar passageiro, seguindo de intolerância e de um ressentimento, que exige novas dosagens, cada vez mais altas. Tensões passaram a ser tratadas como doença. O «ser no mundo» pede ajuda aos esteroides, que modelam corpos sedutores, acobertando sentimentos de fracasso em outras área de atuação da vida. O imediatismo baniu a consciência do corpo, como alarme que denuncia um psiquismo em conflito O corpo é um espaço onde a mentira não encontra lugar, onde a verdade é representada.
  • 23. Consumo da intimidade  A intimidade superficial e frívola é consumida emTV, internet ou em gaiolas colocadas em locais públicos. Como reality shows.  Tudo o que se deseja ter e ser é mostrado.  Descaso da realidade dura.  A reality de fato não aparece, continua velada.
  • 24. O lado bom  Estamos num momento de transição, caracterizado por paradoxos.  Crescem crises íntimas,… entretanto, há mais liberdade e mecanismos de alívio para os problemas subjetivos.  O modelo anterior não satisfaz, mas o novo ainda é desconhecido. • A mudança vem pelo cansaço. E quando tudo parece sombrio, é porque algo belo está para surgir. • Nunca se viu tantas ONGs, defesa de direitos e combates às injustiças… • A anestesia moral através de medicamentos convive com a busca por livros de autoajuda e terapias ditas alternativas, grupos de autoconhecimento e terapêuticas espiritualizantes.
  • 25. Se os seus olhos forem bons… Ao nos propormos educar os filhos, teremos que escolher uma premissa. Uma visão de mundo baseada em conhecimentos e significados que adotamos para nortear nossas ações A premissa deve ser fundamentada em algo de valor, pois vai nos conduzir ao propósito existencial. Por isso, … Como educar? Como tenho educado? Como tenho agido para conseguir meus objetivos? Desejo ser feliz e os meus sejam felizes... Mas o que é felicidade? Se imaginamos nossa felicidade em ter bens materiais, prazeres, ausência de sofrimento, provavelmente estaremos proporcinando aos filhos constantes anestésicos p/as pequenas decepções naturais que trariam amadurecimento. Crianças mimadas serão futuros homens mimados, inseguros, sujeitos a dívidas, prazeres insaciáveis etc.
  • 26. “Devemos procurar o lado mais nobre das pessoas, principalmente de nossos filhos. Está no Evangelho: “Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz”. «Pais devem oferecer bússolas e não mapas.” “Cabe aos pais ajudar a criança a descobrir o que possui de seu, de próprio. “
  • 27. Papel dos pais 582, LE: Pode-se considerar como missão a paternidade? É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. (L.Esp,Allan Kardec) “Educar e descobrir a natureza da criança e ajudá-la a se conhecer, para que ela aprenda a se governar.”
  • 29. Papel dos pais 582, LE: Pode-se considerar como missão a paternidade? É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propicio a todas as impressões. (L.Esp,Allan Kardec) “Educar e descobrir a natureza da criança e ajudá-la a se conhecer, para que ela aprenda a se governar.”
  • 30. Tipos de pais Pai é aquele que faz o filho crescer, promove e curte o seu crescimento. Mãe é aquela que nutre, prepara, acolhe e sensibiliza.  Se os filhos estiverem bem nutridos emocionalmente, bem cuidados e não estiverem crescendo, estão sob a influência de uma boa mãe, porém com falta da figura do pai. Pai herói: se acha importante ou tem a pretensão de ser, e não tem tempo p/ lidar com a educação dos filhos. Pai irmão: compete com o filho, diminuindo-o e não educa. « Eu na sua idade, corria 10 Km em 30 min…» - Resultado: o menino vai tentar ser o que não é possível.Assim que puder «chutará o balde». Pai palhaço: é aquele que não resolve nada. Leva tudo na brincadeira. Pai patrão: torna os filhos e a esposa seus empregados. Não participa, dita o que fazer.
  • 31. Tipos de mães  Mãe secretária – é competente. Superorganizada e competente, porém falta calor, envolvimento. O significado emocional das coisas não é levado em conta. Sua preocupação é com a organização e o cumprimento das tarefas do dia.  Mãe consultora - não participa das atividades com os filhos, terceiriza os cuidados, sendo chamada a opinar quando os funcionários não sabem o que fazer.  Mãe psicóloga – interpreta tudo e não se altera emocionalmente. O filho é convidado a sentar-se no divã e expressar os sentimentos de sua inapetência.  Mãe namorada – não quer o filho casado, porque nenhuma namorada serve para ele. E, se ele casar, ela quer morar junto. Todos nós temos registros de pai e mãe interiormente. Conforme a necessidade do momento, seremos mais pai ou mãe. Cada instante de convivência é oportunidade de conhecimento mútuo.
  • 32. Formação da autoridade  Autoridade está muito além de impor limites. Autoridade é uma relação de confiança que contamina e promove o educando. É um testemunho. A confiança vai ser desenvolvida em 3 níveis durante o processo educacional: Confiança em si Confiança mútua entre filhos e pais Confiança em Deus Amadurecimento afetivo Amadurecimento moral Amadurecimento mental Amadurecimento social A confiança entre pais e filhos é consequência natural da autoridade em um clima de alegria, com certeza sobre o que se quer na relação.
  • 33. Confiança em si - Amadurecimento afetivo postura receptiva, atitudes doadoras, - amar mais que exigir amor, alegria de promover o outro Autoconhecimento - Humildade - Amadurecimento mental - Evoluímos para um pensamento correto - Aceitar a verdade do outro. - Capacidade de distinguir o meu real do real alheio. - Amadurecimento moral - Amadurecemos deixando aos poucos os instintos imediatistas e nos apoiando na ética, aprendendo a sentir o prazer e viver o bem comum. Realizam-se a justiça e a solidariedade, redirecionando o interesse particular para o coletivo. - Amadurecimento social - Nos tornamos promovedores da harmonia, aglutinadores, proporcionando bem-estar e compreensão à nossa volta.
  • 34. Táticas que debilitam as autoridades dos pais Convencimento Na primeira infância, quer vê- la gordinha e depois briga para o filho emagrecer. Ex: colheradas na sopinha do neném (aviãozinho) Na primeira infância a criança não é convencida pela razão, logo não é possível a democracia. A ameaça é o recurso dos pais que não foram capazes de criar uma motivação. Com isso o resultado é o temor, que vai funcionar por pouco tempo. uso do discurso condicional (ameaça): «Se você continuar agindo assim…» ou «se você não fizer desse jeito…» Promessas: incentivam a não obediência como fonte de ganhos. Ex:Você vai enxugar a louça, deixo você visitar um amiguinho. A obrigação, que não encontrou motivação prazeroza em si mesmo, é estimulada c/prazeres não relacionados ao fato em si, criando duas vertentes de ações que se antagonizam. Chantagem: Retira-se a fonte do prazer, resta a obrigação. Recorre-se à perda do afeto dos pais: «Mamãe não vai gostar mais de você.» A obrigação, que não encontrou motivação prazeroza em si mesmo, é estimulada c/prazeres não relacionados ao fato em si, criando duas vertentes de ações que se antagonizam.
  • 35. Pensar a indulgência Do latim indulgentia, que significa “bondade”, “para ser gentil” ou “perdão de uma pena”. 'A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente (...)". (Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo X, item 16) A indulgência é um treinamento que nos conduz à capacidade de compreender o outro. Indulgência compreensão … onde começamos a conviver com as diferenças
  • 36. Sentir o perdão PERDOAR- é voltar ao acontecido e mudar a maneira de ver o fato, dar a ele a dimensão correta e enxergar as inúmeras intenções que podem estar envolvidas no gesto. É tornar o erro um momento de aprendizagem. «Transformar o erro no passo de uma dança». É um ato de escolha.«É uma maneira de treinar o olhar» Não é aceitar o ato, nem fingir que está tudo bem. É compreender o significado do desencontro, as possibilidades de doação de cada um no que se espera
  • 37. Agir com benevolência Benevolência é desejar o bem, é buscar o bem. Dar sentido ao bem em nossas relações com os filhos nos torna menos apressados, menos aflitos, pois estamos construindo um “Ser com” e isso requer tempo e impregnação. Não importam resultados concretos imediatos, mas trabalhar os sentimentos.
  • 38. O conflito do certo e do errado  Erro como fonte de aprendizagem  Esqueça a lista do que é certo e errado.Tudo depende da intenção.  A questão então é identificar o bem e dar a ele uma nova direção.  Educar é conhecer o outro, ajudá-lo a se conhecer para que ele faça bom governo de sua natureza.  Lembre-se: não se educa comportamentos, mas sentimentos.  O importante é a criança aprender a governar a sua natureza íntima para atingir seus fins existenciais, com os dons que possui. As tensões, os conflitos e as doenças são oportunidades para se conhecer e trabalhar as emoções. Não provoque sentimentos de culpa. A culpa dificulta a busca por soluções saudáveis
  • 39. O limite na educação  Ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar (novo dicionário Aurélio)
  • 40. O defeito que se torna talento Cada indivíduo tem seu talento, sua singularidade, que se apresentea na infância de forma desmedida e pode ser vista como problema. Conheça este talento para ensinar adequação e direcionamento. Com a Pedagogia daVirtude, nós queremos descobrir a natureza da criança que, estando em excesso, pede adequação, potencialidades latentes que exigem governo. O distraído, rotulado como portador de déficit de atenção, pode ser um filósofo, cientista ou controlador de múltiplas funções… Uma criança teimosa pode guardar em germen uma personalidade perseverante… Para isso, é necessário ouvir mais e falar menos. Menos julgamentos e mais reflexões, aguardando conclusões que virão mais tarde. Para afinar a percepção, temos que exercitar a sensibilidade, valorizando cada momento com o filho.
  • 41. A linguagem do sentir  Ensine seu filho a atribuir significado aos acontecimentos. A linguagem da educação não é falada, mas sentida. O educador deve atrair pela coerência e estar atento para criar situações que ensinem sobre poder e limite; lições muitas vezes dolorosas, mas necessárias. Não se educa falando à luz da razão.A criança não trabalha com ela.A experiência deve fazer parte de cada época do crescimento do filho e todos os sentidos devem ser estimulados. Na adolescência, com os hormônios fervilhando, sensação de poder e vontade de sair da sombra dos pais, humor oscilante. Está na hora de mudar de tática: ouvir mais e falar menos. Exercitar a compreensão … Todos os momentos são ricos de interação com os filhos e as situações ensinam regras, respeito e a aplicação de diversas ciências.
  • 42. Dever e prazer  Formar bons hábitos sem prazer transforma a rotina em obrigações acompanhadas de muito choro e cansaço.  Há quem confunda disciplina com rigor. Mas… a criança não lida com a razão, mas com o sentir, haurido pela experiência. Logo, esses pequenos deveres deveriam estar acompanhados de uma motivação prazerosa. Dever Prazer  O prazer não é um aliado das convenções, mas do inusitado e da surpresa. Criar o dia de dormir com a mamãe e o papai, o dia das guloseimas… Usar a imaginação para fazer algo diferente, vivendo a fantasia possível.  A obrigação pode se transformar em aspiração que convida, em momento de satisfação de por Eros em tudo o que se faz. Eros, a pulsão de vida, o amor, já existe em nós e espera apenas que o coloquemos em movimento.
  • 43. Educação para a liberdade Educar para a liberdade, implica em treinar a atenção, a aceitação, não fazer julgamentos e manter-se em postura de pergunta. Educar a atenção: é estar atento a tudo com interesse, valorizando a totalidade. É possível transformar a obrigação rotineira em ato de espontaneidade criativa e conhecer a natureza da criança, os sentimentos que emergem na multiplicidade dos acontecimentos. Educar a aceitação é admitir que a dor e prazer fazem parte da vid e precisam estar presentes nos crescimentos dos nossos filhos, se quisermos formar cidadãos éticos. Quando optamos sempre pelo prazer, poupando os filhos das frustrações Aprender a não fazer julgamentos: é deixar de submeter a realidade à presunção do nosso juízo, abraçando conscientemente as situações que nos provocam, que solicitam a vossa vocação e o nosso talento. Exercitar a atitude de pergunta: é priorizar a busca, é saber a importância de se ter fome e sede («Bem aventurados os que têm fome e sede»- Jesus). O excesso de suprimento emocional oferecido aos filhos cerceia o contato com a demanda interior, dando falsa sensação de satisfação e pouca resolutividade diante das provocações.
  • 44. Educação e medicina  … doenças, ferimentos, tombos e tristezas são bons momentos de educação e não de desespero. Desatrelada de uma filosofia, a medicina moderna conhece muito bem as partes e desconhece o todo. Nos momentos de tempestade não tenha pressa para dar soluções.Aguarde que suas indignações e medos asserem. O tempo ajudará você a encontrar maneiras de conduzir a situação de forma coerente com seu propósito maior. Lembre-se de ir à fonte sublime do único homem-síntese que aTerra conheceu: Jesus.
  • 45. Educação e escola Escolas em clima de competição cria modelos engessados de alunos… Aquele que não se enquadra é excluido, e a função de consertá-lo passa a ser delegada a um psicólogo. Se esse profissional não obtém o resultado esperado, dá-se ao menino o rótulo de patologia. Então a criança é encaminhada ao psiquiatra, que tentará, com medicamentos, fazer o que os outros não conseguiram. Por fim, entrega-se para a polícia os casos mais severos e abandona-se os mais complexos. «A escola atual prepara o homem para o mercado de trabalho e «para a vida» nada.» Vivemos uma epidemia de déficit de atenção ou uma invasão de crianças com capacitades múltiplas, para as quais a escola ainda não acordou? Numa sociedade consumista, individualista, na qual não se pergunta sobre o significado do viver, o que resta é um vazio, preenchido com distrações e medicado com Ritalina. Por que não repensar este modelo exaurido e desgatado? Sonhamos com uma educação voltada para a liberdade com responsabilidade». Uma educação verdadeira reconhece o que o estudante precisa e encontra, na construção do saber, ou no saber pensar, significados reais. A partir daí nasce a possibilidade de satisfação, que motiva outras buscas e outros encontros.
  • 46. Educação e religião O homem se distanciou de Deus e agora busca-O numa nova dimensão,mais próxima de si mesmo, sem intermediários. Nos momentos de escolha e decisão onde vamos buscar parâmetros para facilitar uma escolha que não danifique a nossa consciência? Necessitamos de uma referência ética e moral que possibilite a nossa liberdade com responsabilidade, luz que ajude a manter o compromisso de atingirmos o nosso destino. Durante milênios a religião influenciou as atividades humanas. Mas… a religião perdeu terreno para o discurso do viver intensamente o aqui e agora, lutando pelos objetos de felicidade fabricados pelo homem. Os questionamentos acerca do sentido da vida foram substituídos pela cirurgia plástica, pelos psicotrópicos, pelos divertimentos , que escondem a miséria do rei, como dizia Pascal. O significado do viver esvaneceu-se sem que as religiões pudessem suprir o vazio que ficou. Os ideiais pelos quais deveríamos lutar, as bandeiras tremulantes de um projeto coletivo perderam força para a preguiça, o conformismo e a inércia mantida pelo conforto adquirido em lojas…
  • 47. Educação e religião Esse modelo é JESUS. O exemplo de Cristo é a fonte que pode dar significado a cada momento de nossa vida, na escola do lar, com atitudes que tornam possível encontrar o que toda alma anseia: a paz, a alegria, a bondade, a justiça e a beleza. Não é possivel excluir Jesus da Educação.Conhecendo a natureza da criança, seu talento, a direção é dada pela proposta de uma vivência cristã. Desta forma, prescrevemos como saudável que afamília resgate a religiosidade, e não necessariamente a religião. Resgatar as questões espirituais nas análises das diversidades da vida, buscando a referência de Jesus. Evangelho no Lar Que se adquira o hábito de, uma vez por semana, os pais se reunirem com os filhos e sentirem a presença de Deus em oração, debatendo temas atuais à luz da ética do Cristo.
  • 48. Outono da vida O ninho original se esvazia.O outono da vida anuncia sua chegada e, com ele, vêm as reflexões sobre como foi a jornada... Missão parcialmente cumprida como educadores, responsáveis pela escolhas da caminhada. Missão totalmente cumprida só mesmo no final da vida, pois continuamos como pais, sendo referência, espécie de consultores. As escolhas e alvos pertencem agora aos filhos.Continuamos a viagem juntos, porém à distância, como observadores atentos e disponíveis, compartilhando a alegria em alguns momentos e socorrendo em outros. Mas como escreveu Paulo aos romanos: «Eu plantei,Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus». É hora de aceitar suas escolhas e sermos atentos para não criarmos dependências deles para conosco, fruto da necessidade de tê-los por perto. Outono da vida, época de preparar para um inverno saudável: velhice ou «terceiro ato da vida». Duas almas (marido e esposa), de mãos dadas, olhando para um novo horizonte, iniciam uma nova caminhada.
  • 49.  Palestra baseada no livro:  Pedagogia daVirtude - uma educação especial , RicardoWantuil, Editora Horizonte da Mente.