1) O texto discute o pensamento subjetivo, focando na vida do indivíduo e rejeitando falsas questões e problemas impostos de fora.
2) Argumenta que as pessoas são impedidas de perceber a totalidade de sua existência quando pressionadas a opinar sobre assuntos triviais. A única pergunta que importa é como vivemos.
3) Defende que identidades sociais como etnia e gênero não representam como vivemos de fato, e que a vida das pessoas é controlada quando lhes são dadas falsas escolhas.
14. VI
Pensar subje amente é usar a sua vida – como ela é agora e
como você quer que ela seja – como o centro das suas
a (você no centro
re xões. Essa auto-centralização
de suas questões) se complementa por uma con nua
sobre as externalidades: todas as falsas questões,
inves
e falsas
falsos con os, falsos problemas, falsas iden
dicotomias.
As pessoas são impedidas de perceberem a totalidades da
quando são conduzidas a opinar
sua existência c
cada pormenor: as fu lidades espetaculares, falsas
controvérsias e falsos escândalos. Você é a favor ou contra os
sindicatos, da bomba atômica, das câmeras nas salas de
aula? Qual a sua opinião sobre a legalização da maconha,
sobre a redução maioridade penal, o casamento gay, a vida
extraterrestre e o aumento da taxa SELIC?
Todas são falsas questões, a única pergunta que nos interessa
é como vivemos. Um velho ditado judeu já dizia: “Se você
tem apenas duas alterna as, então escolha a terceira”. Essa
alterna va possibilita ao sujeito buscar uma nova
a do problema. Nós podemos subverter ambos os
per
lados de um falso con o, tendo a nossa “terceira escolha”,
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15. colocando assim a situação a par r da subje vidade
revolucionaria.
Estar consciente da terceira escolha é recusar-se a escolher
entre duas supostas oposições, de fato iguais, polaridades
que tentam de
elas mesmas como a totalidade de uma
situação. Em sua forma mais simples, essa percepção é
expressa por um trabalhador que levado a julgamento por
“O senhor se declara
assalto a mão armada é ques
culpado ou inocente?”. “Sou desempregado” ele responde.
Um exemplo de um falso problema é aquela tradicional e
idiota pergunta “Qual a sua
de vida?”. Ela coloca um
conceito abstrato de “vida” que apesar do seu uso comum
nas conversas do dia-a-dia, nada tem a ver com a vida real,
porque ignora o fato de que “viver“ é o que estamos fazendo
agora.
Na falta de uma real vida em comunidade, as pessoas se
de falsa iden
social, conforme o
agarram a todo
papel que o individuo desempenha no espetáculo (no qual as
pessoas comtemplam e consomem imagens do que a vida
deveria ser e assim esquecem de como viver para si
sociais podem ser étnica (“Sul
mesmos). Essas iden
Americano”), racial (“Negro”), residencial (“Nordes
sexual (“Gay”), cultural (“Hipster”) e assim por diante, mas
todas possuem raízes em um desejo comum: estar associado
15
16.
17. uma relação material direta com milhões de pessoas: na
verdade com a grande parte da população mundial.
Eles produzem a minha vida e eu ajudo a produzir as suas.
Nesse ponto de vista as iden dades não representam
ado nenhum sobre como eu vivo. Imagine agora o
de alguém está
quanto de potencialidade e cria
atualmente preso nessa vida frustrada em que esses milhões
de trabalhadores que por não controlarem suas vidas, por
não serem senhores das suas escolhas estão subme
entregarem aquilo que produzem, aquilo que fazem, o
tempo que se dedicam, seus conhecimentos, a sua vida a
outra pessoa ou a uma forma de viver que não é ditada por
ele. Aqui começamos a descobrir uma verdadeira
odo mundo que estão lutando
iden
para reconquistar suas vidas, nós nos encontramos.
Todo dia somos levados a escolher entre dois lados de um
falso con ito. Governos, ins tuições de caridade,
associações pro ssionais e todo po de propagandistas
adoram nos apresentar escolhas que não são escolha
alguma. Eles gostariam de nos fazer acreditar que essas são
as únicas alterna as, nos deixando assim uma ilusão. A
do momento em que eles controlarem as escolhas que
percebemos como disponíveis para nós, eles também
controlarão resultado.
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18.
19.
20.
21.
22. O que nos importa não é que paremos de consumir ou que se
consuma as coisas “certas”, na verdade é que a sua vida se
resume ao consumo: de produtos, de ideias, de posturas, de
sen
tos, de lugares etc. Somos assim, conv
em
expectadores de nossas próprias vidas, porque nos
tornamos escravos de nossas falsas escolhas.
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