Este documento descreve os riscos e cuidados associados à cirurgia de abdominoplastia. Ele explica que há riscos inerentes à anestesia e que a cirurgia envolve uma grande incisão na barriga com possíveis complicações como hematomas ou seromas. Também descreve os cuidados pós-operatórios necessários e possíveis resultados como cicatrizes, dor ou perda de sensibilidade.
1. TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO – PLÁSTICA DO ABDOME
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TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
(LIVRE E ESCLARECIDO)
Operação: Abdominoplastia (Plástica do Abdome)
Paciente:
Locais a serem tratados:
O paciente foi informado de modo claro e ostensivo (insistente e detalhado) dos
riscos/complicações e cuidados pós-operatórios da operação, como se segue:
A anestesia está a cargo do Médico Anestesiologista e tem seus riscos inerentes (alergias/reações
medicamentosas, choque anafilático, hipertermia maligna...) indo desde problemas leves até reações mais graves,
inclusive, raros casos, com o óbito (morte). O ato anestésico pode, raramente, nos casos de anestesia na espinha,
levar a infecções, dores de cabeça que podem ser intensas, no pós-operatório (tratadas com medidas específicas),
transtornos no ritmo cardíaco e pressão arterial, e também, em raros casos, a paralisia definitiva dos membros.
Cumpre dizer que os riscos comentados acima, existem independentes da cirurgia proposta, ou seja, são
comuns a qualquer operação.
O paciente foi informado de que a operação do abdome é feita com incisão (corte) na parte baixa
da barriga - normalmente ao nível da posição de uma cicatriz de cesareana. Via de regra o corte é grande -
habitualmente, estende-se da ponta do osso ilíaco direito até o osso ilíaco esquerdo ou até mais, a depender de
cada caso. O tamanho desse corte é determinado pela quantidade da sobra de pele apresentada pelo paciente.
Isto quer dizer que, quanto maior a sobra de pele apresentada, especialmente na posição sentada, maior será a
extensão da cicatriz. O grau de flacidez (esticamento da pele), estrias, a espessura da pele (quanto mais espessa
melhor é a retração) e a quantidade de gordura, são os determinantes diretos do grau de sobra de pele. Tudo é
feito para se obter a menor cicatriz possível - compensações, retirada da gordura nas extremidades das cicatrizes,
ou mesmo deixando as chamadas "orelhas" em cada ponta, que poderão ter que ser retiradas dai a (3 meses, no
chamado "retoque". O ônus financeiro desse eventual "retoque" incidirá apenas sobre a parte hospitalar e não
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sobre honorários da equipe cirúrgica, que nesse caso, nada cobrará. Foi informado de que a qualidade das
cicatrizes será, em grande parte, determinada pela respostas do seu organismo - determinismo genético / DNA,
condições hormonais/metabólicas, raça, tipo de pele, doenças, estados psico-emocionais, envelhecimento, rigor
nos cuidados orientados de pós-operatório, atenção aos retornos e outros... Assim, poderemos ter desde
cicatrizes muito boas (fininhas e cor da pele) até cicatrizes médias ou mesmo de má qualidade - largas ou elevadas
(hipertróficas) ou até "bolas" de fibrose (quelóides) a depender do que foi dito acima.
Foi informado de que a operação do abdome envolve grande descolamento da pele junto com
toda a gordura da região, desde a área do corte subindo até a borda das costelas na divisa com o tórax. Isto pode
levar, mesmo com todos os cuidados, a formação de coleções de sangue (hematomas) ou seromas (soro
amarelado) ou sero-hematomas, que deverão ser drenados, normalmente ao nível do consultório (seringa +
agulha), com ou sem o auxílio da ultra-sonografia para a localização das coleções. É a complicação mais comum
dentre todas, todavia é muito pouco freqüente mas, quando ocorre poderá ser de tratamento repetitivo, até por
semanas. Em raros casos poderá haver a necessidade da curetagem ou a retirada cirúrgica de uma "bolsa coletora"
da coleção.
Foi informado de que ficará internado normalmente de 1 a 2 dias (podendo ser mais a depender de
cada caso). Será usado dreno para saída do sangue/serosidade, acumulados, que normalmente é retirado com 24
a 48 horas do pós-operatório. Foi informado de que a ocorrência de infecção é rara nesta operação, todavia pode
acontecer e, na grande maioria das vezes é de leve intensidade e fácil tratamento. Infecções mais graves e
prolongadas são a exceção e necessitarão muito provavelmente reinternação, com cuidados estreitos e antibióticos
potentes. Nessa situação, o ônus financeiro desse tratamento ficará por conta do paciente ou seu convênio, se for
o caso. Não será, obviamente cobrado honorário da minha parte, excluindo é claro, eventuais outros profissionais
(infectologista ou outros especialistas, se for o caso...). Foi informado que não associo, sob nenhuma hipótese,
lipoaspiração na região operada. Assim, se seu abdome é mais gordo, não poderemos diminuir muito, além do que
seja seguro, prudente, a gordura acumulada, durante a operação. Se o paciente assim desejar, poderá submeter-se
a uma lipoaspiração daí a 6 ou 8 meses da cirurgia do abdome, como complementação final, sob nova
combinação de honorários e etc... Foi informado de que o umbigo terá formato o mais próximo possível do
natural, a depender de cada caso (é um dos pontos mais difíceis da operação) e tudo fazemos para obter o
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máximo. Retrações, hipertrofias/alargamentos ou mesmo quelóides são poucos comuns no umbigo mas podem
ocorrer. Foi informado de que o tamanho do umbigo dependerá por um lado de sua escolha e por outro das
proporções do abdome, ou seja, não dá para fazer umbigo pequeno para abdome grande e vice-versa. Também
levamos em conta a questão da segurança, vitalidade da pele do umbigo, no momento da definição do seu
tamanho. Utilizamos o umbigo, em elipse vertical ou em Y, o que é mais comum.
Foi informado de que a retirada da pele flácida, aquela que sobra, é feita levando-se em conta não
só aspectos estéticos (da beleza), como também, a segurança. Assim, não deixaremos a barriga "esticada", pois
além de não ficar natural (muito "chapada" ou reta), também pode ocorrer exagero na subida dos pêlos da região
pubiana e vulvar. Tal "esticamento" aumenta o risco de sofrimento da pele do abdome, com possibilidade de
necrose e formação de ferida, cujo tratamento é prolongado (até meses) e tedioso, com formação de cicatriz
indesejável que terá de ser retocada com muita probabilidade. A necrose da pele do abdome é ocorrência rara,
mas pode acontecer mesmo com todos os cuidados. Por quê? Por eventuais variações da anatomia dos vasos
sangüíneos, por espasmo (fechamento) destes vasos, de causa ignorada, por vasculopatia (doença dos vasos, ex. ,
diabetes) não sabida da nossa parte e/ou do paciente. Sabe-se com certeza que o cigarro e a diabetes são dois
fatores de risco para esta operação. No caso do cigarro é obrigação do paciente não fumar e não ficar perto de
quem fume, 3 semanas antes e 3 semanas após a operação! No caso de diabetes ou outras vasculopatias, somente
opero sob liberação expressa do especialista, com o paciente muito bem compensado da sua doença. Soltura de
alguns pontos (deiscência) pode ocorrer, mas é muito pouco freqüente. Acontece, seja por deficiência da
cicatrização, necroses localizadas e, por ex., nos casos de seroma, com escape do líquido, que pode ser desejável
- a ressutura (costura) deverá ser feita no momento, ou dias/semanas após a melhora do quadro. No caso de
umbigo alto e/ou flacidez menor, poderei optar por deixar cicatriz vertical de tamanho variável (sempre a menor
possível), na linha mediana, ligada a cicatriz horizontal - isso traz a vantagem de não puxar os pêlos pubianos/vulva
para cima e, o que é muito importante, não deixa a pele "esticada" diminuindo assim o indesejável risco de necrose
da pele da barriga. Foi informado de que a elevação dos pêlos pubianos, por mais que cuidemos, um pouco
sempre ocorre. Todavia, poderá ser maior, a depender da "flacidez" da fixação natural da região pubo-genital -
felizmente isto é bastante incomum.
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Foi informado de que na operação do abdome a posição final das cicatrizes não poderá ser
prevista com precisão, pois, no jogo de força das trações dos retalhos, do abdome em cima e da vulva e coxas de
cada lado, em baixo, poderemos ter algum tipo de distorção - passível de retoque se for o caso. Qualquer retoque
de cicatriz, por qualquer motivo, deverá ser feito, por volta do 6º mês de pós-operatório. Por que? Porque as
cicatrizes vão ficando mais moles, mais flexíveis e menos inflamadas (reparação residual) - corrigi-las antes pode
ser precipitação. O certo é que toda e qualquer cicatriz melhora com o tempo, de modo mais acentuado até um
ano e meio (dezoito meses) e de modo contínuo e progressivo (porém sutil) pelo resto da vida. É relativamente
comum, a extrusão (saída) de pontos pela cicatriz, principalmente se o paciente tiver pele fina e ou reação
tecidual a eles. Nos casos de hipertrofia (engrossamento), poderemos ter de utilizar compressão, micro – injeções
(agulha de insulina) intradérmicas de corticóide, que são relativamente dolorosas ou mesmo "retoque" cirúrgico.
Nos casos de pigmentação exagerada (manchas) temos que utilizar cremes despigmentantes e etc... no caso de
quelóides - o que é muito raro (é doença da cicatrização) - o tratamento será cirúrgico/radioterapia etc...Dor na
cicatriz é rara, e é relacionada principalmente a hipertrofia/quelóides. Foi informada de que é comum ocorrer
dormência ou mesmo perda da sensibilidade da pele, principalmente na região abaixo do umbigo e na cicatriz, cuja
duração varia de intensidade a depender de cada pessoa. No geral, cede com 1 ano até 1 ano e meio mas, em
raros casos, vai durar toda a vida. Sensação de repuxamento por dentro da área operada é relativamente comum,
e cede habitualmente com o tempo. Repuxamentos na região da cicatriz, não são comuns, mas poderão ocorrer,
cedendo com o tempo. Foi informado que terá equimoses (roxos) e edemas (inchaços) no abdome, de duração e
intensidade variáveis. Os roxos habitualmente cedem com 1 a 3 semanas e os inchaços poderão persistir por
tempo maior, principalmente na região abaixo do umbigo (linfedema do abdome), por período de
aproximadamente 6 meses - é natural ocorrer e vai cedendo com a cinta compressiva e também com fisioterapia
apropriada (massagens, drenagem linfática...). Em raros casos não cederá, quando então, será feito o "retoque"
(lipoaspiração ou resseção cirúrgica de eventual "bolsa" de seroma que possa ter ocorrido). A fisioterapia, se for o
caso, deverá ser feita por profissional da minha inteira confiança. Compressão elástica com cinta apropriada é
muito favorável – deverá ser utilizada por período que irá desde o 5º a 7.º dia de pós-operatório até mais ou
menos 4 meses. A cinta compressiva jamais deverá ser "apertada, constritiva", especialmente nos primeiros 10 dias
(risco de sofrimento de pele/necrose). No caso de alergia/irritação da pele (prurido ou "coceira", ardor da pele,
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vermelhidão...), que poderá ser pela cinta e/ou pelo Micropore (esparadrapo hipoalergênico da marca 3M), devo
ser avisado imediatamente, para contornar o problema logo no seu início. Estrangulamento da cintura por
vestes apertadas é proibido nos primeiros 90 dias (3 meses) do pós-operatórios - é que ele agrava o inchaço do
abdome. Outras recomendações naturalmente deverão ser dadas ao longo do tratamento.
É relativamente comum abaulamento (elevação) na região acima do umbigo devido a plicatura
(costura) da aponeurose, para o acinturamento que fazemos em toda a extensão vertical da barriga. É que o
espaço em cima é mais estreito por causa das costelas. Com o tempo, a elevação cede (3 a 6 meses). Se não
ocorrer, poderá ser tratada com lipoaspiração. Outra causa pode ser a soltura de pontos da plicatura que é bem
raro, mas pode ocorrer, tendo que ser reoperada para a correção.
O paciente foi informado de que a ocorrência de embolia pulmonar gordurosa, ou seja,
entupimento das artérias pulmonares por rolhas de gordura, deslocadas da área operada, é ocorrência raríssima,
mas pode acontecer e, em casos graves, ser fatal (morte). Também foi informado de que trombose venosa e
embolia pulmonar é associação possível, principalmente se tiver varizes nos membros inferiores. Assim, além de
tomarmos todas as medidas possíveis para evitar tal ocorrência (deambulação precoce, medicação apropriada ...),
deverá ter a máxima disposição em cooperar, já no dia da operação, para a movimentação passiva (com ajuda) e
mesmo ativa (andar um pouco, se possível). O repouso pós-abdominoplastia é relativo, ou seja, está liberada a
deambulação (andar curvada) logo no 1.º dia, sem excessos, é claro.
Foi informado de que é condição importante dormir de barriga para cima e dobrado,
especialmente nas primeiras 8 semanas, bem como andar dobrado durante este período - importante para não
forçar a cicatriz, não dar sofrimento de pele (feridas) e não forçar os pontos internos, arrebentando-os. Dormir
dobrado, ou seja, cabeceira elevada, mais ou menos a 45º, bem como andar dobrado pode gerar ou aumentar
dores na coluna. Assim, deve saber que, se já tiver problemas de coluna, poderá ter que utilizar medicações e
cuidados mais fortes e estreitos do que no geral.
O paciente foi informado de que deverá manter repouso relativo por no mínimo 30 dias (1 mês), ou
seja, nada de fazer força ou atividades que requeiram maior esforço abdominal... Nos primeiros 60 (sessenta) dias
não deverá nunca levantar da cama sem ajuda, sob pena de arrebentar os pontos internos, levando a
sangramentos e também a deformações na barriga. Não deverá manter relações sexuais por período, no mínimo,
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de 15 dias, sob pena de ocorrerem traumas, hematomas, infecções, solturas de pontos e etc...Tosse, prisão de
ventre (obstipação intestinal) deverão por tudo serem contornados/evitados.
Foi informado que deverá fazer tantos retornos quantos eu indicar, com zelo e atenção a
todas as orientações e cuidados de pós-operatório (alguns a serem dados ao longo do tratamento).
Desde já, adianto que não dou alta ou liberação definitiva, sob nenhuma hipótese, antes de 1 ano e meio
(dezoito meses) da operação - deverá fazer retornos em intervalos regulares até o fim desse período.
O paciente e/ou seus responsáveis, confirmam que não omitiram ou esqueceram qualquer
informação sobre sua condição de saúde, uso de medicamentos/drogas ou eventuais reações conhecidas a
medicações ou operações (inclusive a nível familiar). Refere (m) estar em perfeito estado de saúde, bem como
descartada qualquer possibilidade de estar grávida, mesmo em fase inicial.
Foi claramente informado, esclarecido e compreendido que não foi feita qualquer
promessa de resultado ou de perfeição, e sim, que tudo faremos para o melhor resultado possível, dentro
das limitações, das possibilidades e respostas do seu organismo.
Tendo ouvido, lido e entendido "muito claramente" todas as informações acima e concordado com
tudo, autorizo o Dr. Brunno Rosique Lara e sua equipe, a operar a minha pessoa. Assim, dou ciência e assino
abaixo.
Observações importantes:
Dou ciência, concordo e assino abaixo:
Paciente: