O documento discute vários tipos de queimaduras, incluindo queimaduras por inalação, elétricas e químicas. Ele fornece detalhes sobre as lesões causadas por monóxido de carbono e descreve os sinais e sintomas, além do tratamento para intoxicação por este gás. Também aborda as características e complicações associadas a queimaduras elétricas.
4. QUEIMADURA POR INALAÇÃO
- Alta Morbidade e Mortalidade (lugares fechados)
- Lesões Pulmonares + Extensão da Queimadura +
Profundidade (Pior Prognóstico)
- Ar aquecido 150° Vapor (Lesões: Face, Orofaringe, Vias
Aéreas Súperiores)
- Lesão Térmica direta de Vias Aéreas Inferiores é rara
(Mecanismos de defesa: Reflexos Laríngeos, Dissipação do
Calor no trato Respiratório)
- Lesões Por Inalação: Envenenamento por Monóxido de
Carbono (´´Assassino Silencioso´´), Lesão Acima da Glote e
Lesão abaixo da Glote
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6. LESÃO POR MONÓXIDO DE
CARBONO
- O CO é produzido pela combustão incompleta de vários
materiais: o fumo do tabaco, os escapes de veículos a
motor em garagens mal ventiladas, os geradores movidos
a combustível e os sistemas de aquecimento por
combustão de querosene, gás propano, gás natural,
madeira e carvão.
- Outra fonte comum de intoxicação são os incêndios,
embora a inalação concomitante de outros gases tóxicos
como o cianeto, possa provocar colapso circulatório e
morte antes de surgirem os efeitos do CO
7. LESÃO POR MONÓXIDO DE
CARBONO
- Monóxido de Carbono (CO): Gás inodoro, incolor, afinidade
pela Hemoglobina (Carboxihemoglobina) 210X maior que o
O2
- A intoxicação por CO é a causa imediata mais frequente de
morte em incêndios (HIPOXIA)
- Hipóxia: Lesão Cerebral
- Carboxihemoglobina no Sangue:
- 15% Fumantes, Motoristas: Cefaléia
- 15-40% : Tontura, Vômitos
- 40-60% : Perda de Consciência, Coloração Vermelho Cereja
na pele(vasodilatação- CO) Síndrome Parkison Like
- De acordo com dados do Instituto Nacional de Medicina
Legal, mais de cem pessoas morreram entre 2005 e 2011
devido a intoxicação por monóxido de carbono (CO), um gás
tóxico, invisível, sem cheiro ou sabor e que resulta da
queima incompleta de combustíveis comuns como a lenha, o
carvão, ou o gás (butano, propano, etc.).
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9. LESÃO POR MONÓXIDO DE
CARBONO
- A concentração doméstica média de CO é de 0,5-5
partículas por milhão (ppm), podendo elevar-se até 5000 ppm
em casas com lareiras de lenha acesas.
Uma casa com 100 ppm de CO produz uma
carboxihemoglobina de 16%, suficiente para gerar sintomas.
- A intoxicação não relacionada com incêndios é a causa
principal de inalação deste gás nos EUA, da qual resultam
cerca de 450 mortes, mais de 2000 hospitalizações e acima
de 20.000 emergências médicas por ano
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11. CÂMARAS DE GÁS
Um famoso, e ao mesmo tempo triste episódio
da história onde o monóxido de carbono foi
amplamente utilizado ocorreu durante
a Segunda Guerra Mundial.
A época os nazistas queriam “purificar” o
mundo, por isso, exterminaram milhões de
judeus, e até mesmo alemães considerados
“indignos de continuar vivos”.
Seis grandes campos de extermínio foram
construídos: Sonnenstein, Bemburg, Hartheim,
Brandenburg, Hadamar e Grafeneck. Nestes
locais câmaras contendo monóxido de carbono
em seu estado mais tóxico serviram para o
extermínio de milhares de pessoas.
12. Lesões Térmicas de Vias Aéreas Súperiores
Lesão da mucosa do trato respiratório é causado pelos
aldeídos (Fumaça : Aldeído + Nitrogênio + H2O = ácido
clorídrico e Radicais Livres)
Lesão Por Inalação Acima da Glote
13. LESÃO POR INALAÇÃO ABAIXO DA
GLOTE
-Perda de Reflexos Protetores de vias aéreas: (Paciente
Inconsciente) Lesões de Vias Aéreas Inferiores
-Lesão Química Extensa
-Congestão, Edema, Necrose Tecidual
-Epitélio: Cilindros Pseudo Membranosos
-Perda de Atividade Ciliar
-Infecção
-Edema,SIRS
-IRpA
14. - AMBIENTES FECHADOS
- QUEIMADURAS DE MUCOSA NASAL, OROFARÍNGEA,
CÍLIOS E FACE
- SECREÇÕES BRÔNQUICAS
- RONCOS E ESTERTORES PULMONARES
- HIPÓXIA
- COR DA PELE VERMELHO CEREJA
LABORATORIAIS:
- GASOMETRIA ARTERIAL: HIPÓXIA E HIPERCAPNIA
- BRONCOSCOPIA
- ESPIROMETRIA
Diagnóstico
15. TRATAMENTO
- O2 100% ( se necessário Câmara Hiperbárica)
- Desobstrução de Vias Aéreas Superiores
- IOT (coma, rebaixamento de Glasgow)
Cricostomia (Edema de Glote, estridor progressivo e
hipóxia)
- Corticóides
Broncodilatadores
Ressucitação Volêmica e Suporte
Monitorização ( ECG, PVC, Sondagem Vesical, Sondagem
Gástrica)
UTI
16. QUEIMADURA ELÉTRICA
Introdução:
- Poucas descobertas têm tido um impacto tão grande na
cultura da humanidade quanto à geração e distribuição de
energia elétrica produzida pelo homem, pois o
desenvolvimento desta mudou hábitos e possibilitou o
avanço tecnológico da sociedade moderna.
- Lesões elétricas assumem importância considerável não só
devido aos graus variáveis de lesão cutânea associada a
grande destruição de tecidos profundos. (Ponta do Iceberg)
17. QUEIMADURA ELÉTRICA
Epidemiologia:
- 5 a 15% dos casos hospitalizados por queimaduras e a
superfície corporal média atingida é de 15%.
- Maioria : 20-30 anos (Acidente de Trabalho c/ alta voltagem).
- O membro superior é local mais atingido. Isso se deve ao fato
destes acidentes ocorrer, na maioria das vezes, o ato de segurar
um objeto eletricamente carregado.
- Acidentes elétricos em crianças se devem principalmente ao
contato com fios e tomadas, e ao fato de puxa-los ou coloca-los
na boca.
- Abaixo dos 5 anos, com mãos ou faces comprometidas.
- Crianças maiores: alta voltagem peridomiciliar relacionados a
atividades lúdicas (soltar pipa, subir no telhado).
- Acredita-se também que o risco de choque elétrico aumente
durante os dias quentes de verão porque a resistência do corpo
é freqüentemente diminuída pela sudorese.
19. FISOPATOLOGIA
- Eletricidade: um fluxo de elétrons de átomos através de um condutor.
- Corrente elétrica - tecido biológico: Fórmula de Joule : Q=I2XRXT
Q (Calor) é proporcional I²(Intensidade de Voltagem) x R x T (tempo)
- Voltagem: Força que faz com que os elétrons passem de um átomo para
outro (Baixas: Inferiores a 1000 volts – Doméstico; Altas: Superiores a 1000v-
Vias de transmissão)
-Amperagem: Quantidade de corrente que passa por um condutor durante um
determinado período de tempo.
-Resistência: Força que se opões ao fluxo de elétrons (Quanto Menor a R,
Menor lesão local, Maior Sistêmico) : Nervos (menor R) < Vasos< Músculos <
Pele < Ossos (Pior Condutor, Maior R, Maior Efeito Joule)
-Tipo de corrente: Contínua(Galvânica)– fluxo de elétrons se dá num único
sentido- Menor contratura – Pessoa é atirada
Alternada (Farádica) – o fluxo de elétrons se alterna(50x/s) em direções
opostas de forma regular. ( Com baixa voltagem a corrente alternada apresenta
um perigo maior que a continua da mesma voltagem)
20. CORRENTE ALTERNADA E CONTÍNUA
Se compararmos entre corrente alternada e contínua, a
primeira é muito mais perigosa, pois produz contraturas
musculares que mantém a vítima presa ao condutor e pode
levar a fraturas e parada cardio-respiratória.
A corrente contínua, por sua vez, causa uma contratura
muscular que afasta a vítima do condutor interrompendo
rapidamente o circuito.
21. ARCO VOLTÁICO (ELÉTRICO)
Ocorre por uma diferença de potencial elétrico entre os
corpos, nele o circuito se completa mesmo sem que a vítima
tenha tocado no condutor.
A vítima torna-se parte do circuito. A corrente elétrica,
nesse caso, move-se externamente ao corpo, a partir do
ponto de contato para o solo.
Essas queimaduras estão associadas à corrente de alta
tensão e a profundidade depende de quão próxima está da
pele.
As mesmas são graves já que o arco elétrico tem uma
temperatura de 2.500°C.
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23. LESÕES POR RAIO
- Raio é uma corrente direta de 100 milhões de volts
- Brasil é o País mais atingido por raios no mundo (60 milhões
de raios por ano)
- A lesão por raio é muito rara (300 mortes/ano EUA)
- Geralmente a vítima está desacordada. Ela pode conservar
a respiração espontânea ou tornar-se inconsciente, sem
pulso e com parada respiratória. Não deve necessariamente
ser tida como morta, devendo iniciar manobras de
ressuscitação oferecendo assistência respiratória e
cardíaca.
- Pacientes submetidos a grave lesão por raio parecem
suportar períodos prolongados de apnéia, talvez por
cessação do metabolismo, de modo que o processo
degenerativo é retardado.
24. LESÕES POR RAIO
- Fulguração: lesão por ação de descarga elétrica natural
(Raio) que não resulte em morte.
- Fulminação: morte por descarga elétrica natural (Raio)
- Sinal de Lichtenberg: Fulguração (raio) forma um sinal em
arborização (vasos subjacentes), sendo um sinal
patognomônico.
- Imantação de objeto metálico em vítima de fulminação.
- Catarata imediata por fulguração, devido a coagulação
protéica
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26. CLÍNICA DA QUEIMADURA ELÉTRICA
- A lesão local depende do tipo de voltagem, amperagem, umidade, tipo de
corrente, entre outros, e pode variar desde uma lesão puntiforme a uma
necrose extensa de todas as estruturas (Pele Enegrecida).
- Os Pontos de Entrada, em geral, apresentam pontos de Carbonização com
depressão central e os Pontos de Saída são, geralmente, menores e
mostram a pele Invertida como se a corrente houvesse empurrado a pele
para sair.
- As lesões extensas se comportam como a Síndrome de Esmagamento e os
músculos lesados podem levar à Rabdomiólise (dissolução ou desintegração
do músculo estriado- Urina Cor de Vinho do Porto – Mioglobinúria)
- Lesão muscular- perda da barreira funcional e maciça passagem de íons
cálcio para dentro da célula. O excesso de cálcio dentro da fibra muscular
causa uma interação patológica entre a actina e a miosina que leva à
necrose muscular, resultando em grande liberação de potássio no meio
extracelular.
- Injúrias elétricas de Alta-Voltagem ou lesões produzidas por Raios causam
Rabdomiólise em aproximadamente 10% dos sobreviventes ao acidente
primário, mesmo que as feridas ou ponto de entrada sejam pequenos.
- A coagulação intravascular disseminada (CIVD) pode se desenvolver no
paciente com rabdomiólise. Essa complicação freqüentemente é pior entre
o terceiro e o quinto dia.
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29. SINAIS
- Eletrocussão: Execusão através de corrente elétrica, é a
morte provocada pela exposição do corpo a uma carga letal
de energia elétrica, como em uma cadeira elétrica.
- Eletroplessão: qualquer acidente elétrico que venha ou não
a ter êxito letal (Malthus)
- Marca Elétrica: é o ponto de entrada/saída de eletricidade
no corpo.
Obs: é frequente se encontrar o sinal de saída de descarga
elétrica plantar.
- Sinal de Jellineck: Marca elétrica de entrada
- Sinal de Piacentino: Eletroplessão fatal, em geral no dorso,
forma petéquias e vesículas em órgãos.
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32. Fisiologia da queimadura elétrica
CORRENTE ELÉTRICA
Contração Tetânica dos músculos, podendo ocasionar Fraturas e
Luxações como efeitos retardados da descarga elétrica.
As manifestações CARDIOVASCULARES ocorrem logo após o
acidente (Fibrilação, PCR- Pálidos – Morte Branca)
A ANÓXIA (parada respiratória- Cianose- Morte Azul)
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR são as principais causas de
morte imediata.
Uma das complicações mais graves é a NECROSE TUBULAR
AGUDA, devido a rabdomiólise, levando a uma IRA.
33. LESÕES POR ELETRICIDADE
- Anestesia, parestesias ou disestesias (nervos Periféricos)
- Desordens do Sistema Nervoso Autônomo, em particular, distrofia
simpática reflexa e hipertensão.
- Quando a disfunção nervosa periférica é documentada, a associação da
desordem autonômica chamada de causalgia.
- Quando a corrente elétrica passa através do cérebro ou medula
espinhal podem ocorrer lesões permanentes.
- É comum também ocorrer lesões permanentes da personalidade,
confusão, problemas de aprendizagem e memória, concentração,
funções intelectuais e, o que é mais raro, afasia.
- A mais comum complicação neurofisiológica é a perda de memória.
Problemas psiquiátricos incluem fobia, ansiedade, irritabilidade,
depressão e psicose
34. TRATAMENTO
-Reanimação Inicial: Afastar da fonte,desligar energia
-Ressucitação Cardiopulmonar (ATLS)
-A SCQ ñ tem relação na queimadura elétrica (portanto seguir
a reposição conforme o débito urinário 50-100ml/h adultos ou
2ml/kg/h em crianças)
-Diuréticos Osmótico (Manitol)+ Alcalinização da urina-
rabdomiolise
-Hiperidatação
-Antibioticoterapia
-Profilaxia Antitetânica
-Complicação mais grave na fase inicial (Alta Tensão) é a
insuficiência renal aguda, sendo as causas mais freqüentes de
morte a Sepse, o choque séptico e a falência de múltiplos
órgãos.
-Aguardar 72 h para delimitação dos tecidos desvitalizados
(Efeito Joule)
35. TRATAMENTO DAS FERIDAS
Balneoterapia com desbridamento
Manutenção de uma nutrição adequada
Profilaxia da hipotermia
Controle da dor
Manutenção da mobilidade articular
Instituir métodos de controle de infecção
Avaliação e monitorização da ferida