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Tipos de Análise de Risco
Isabel Rovisco
♦ Conceitos Básicos e Definições
Risco, refere-se à probabilidade condicional de ocorrência de um acontecimento
específico (e.g., falha numa barragem, colapso de uma ponte, queda de um avião)
combinado com alguma avaliação (e.g., uma perda ou avaria funcional) de
consequências de um acontecimento (e.g., ferimentos, morte, excesso de cancro,
perda de propriedade) (Kolluru et. al., 1996).
Avaliação de Risco, é o processo de estimativa de probabilidade de ocorrência de um
determinado acontecimento e a provável magnitude de efeitos adversos (em termos
de segurança, saúde, ecologia, ou economia) durante um determinado período de
tempo (Kolluru et.al., 1996).
Risco, é considerado como função de vários factores, nomeadamente,
− da natureza do perigo,
− da possibilidade de contacto (potencial de exposição),
− da característica das populações expostas (receptores),
− da possibilidade de ocorrência, e
− da magnitude das exposições e consequências, bem como da existência de
valores públicos (Kolluru et.al., 1996).
Análise de Risco para a Saúde Humana (USEPA, 1997), é um processo organizado
de forma metodológica, utilizado para descrever e estimar a possibilidade de
ocorrência de um efeito adverso para a saúde a partir da exposição ambiental de
determinadas substâncias químicas. As quatros fases do processo são:
− identificação de perigos,
− avaliação dose-resposta,
− avaliação de exposição e
− caracterização de risco.
A “Análise de Risco” e “Avaliação de Risco”, são termos frequentemente utilizados
como sinónimos, embora a análise de risco seja mais vasta incluindo os aspectos de
gestão de risco (Kolluru et.al., 1996).
Análise de Risco Ecológica/ Ambiental (ARE), é a probabilidade condicional da
ocorrência de um acontecimento ecológico específico, associado à explicação das
suas consequências ecológicas; por ex., redução de biodiversidade, perda de
recursos comerciais importantes, ou instabilidade do ecossistema. Na prática, a
avaliação de risco ecológica envolve a descrição, quantitativa ou qualitativa, da
provável ocorrência de um acontecimento ecológico indesejado, sendo as suas
consequências raramente contempladas (Kolluru et. al., 1996). Geralmente, a ARE
avalia impactes ecológicos resultantes das actividades humanas.
Estudo de Impacte Ambiental , é uma avaliação e identificação sistemática dos
impactes (efeitos) potenciais dos projectos propostos, planos, programas, ou acções
legislativas, relativas aos componentes ambientais físico-químicos, biológicos,
culturais e socio-económicos (Canter, 1993) . Poderá conter um capítulo de análise de
risco focalizando nos aspectos tecnológico, de saúde humana e/ ou dos
ecossistemas.
♦ Tipos de Análise de Risco
Existem diferentes tipos de análise de risco, que se focalizam em aspectos de
segurança (segurança humana), de saúde (saúde humana), ambientais/ ecológicos
(ecossistemas/ habitats), valores patrimoniais (valor) e financeiros (económicos). No
âmbito do presente curso serão abordados os três primeiros.
As diferenças entre os diferentes tipos de análise de risco são as seguintes:
Riscos de Segurança/Industriais – São tipicamente de baixa probabilidade, elevada
consequência, agudos (efeitos elevados em curto espaço de tempo), acidentais;
tempo crítico de resposta; relações causa-efeito óbvias; focaliza-se essencialmente
em aspectos da segurança humana e perca material, essencialmente dentro do
espaço de trabalho.
Riscos para a Saúde Humana – geralmente de elevada probabilidade, baixa
consequência, crónicos (exposições repetidas cujos efeitos podem não se
manifestar por períodos elevados de tempo); relações causa-efeito difíceis de
estabelecer; focaliza-se essencialmente na saúde humana, essencialmente fora do
local de trabalho ou da instalação.
Riscos Ecológicos/ ambientais – mudanças subtis, interacções complexas entre
populações, comunidades e ecossistemas (incluindo cadeias alimentares) a nível
micro e macro; elevada incerteza em relações causa-efeito; focaliza-se
principalmente em impactes no ecossistema e habitats que se podem manifestar a
grandes distâncias da fonte.
No quadro seguinte, apresenta-se uma análise sumária comparativa entre os três
principais tipos de análise de risco.
Quadro 1 - Análise Sumária Comparativa Entre Três Principais Tipos De Análise De
Risco
SEGURANÇA SAÚDE HUMANA AMBIENTAL/ECOLÓGICO
1. Identificação de
perigo (risco)
Materiais, equipamento,
procedimentos,(e.g.,
inventários de tamanho e
localização),
flamabilidade,
reactividade ou materiais
de toxicidade aguda;
e acontecimentos de
iniciação, (e.g., mau
funcionamento do
equipamento, erro
humano, falha em
reservatórios).
1. Análise de
dados/identificação de
perigo
Quantidades e
concentrações de agentes
químicos, físicos, e
biológicos no ambiente num
local ou área de estudo;
selecção dos químicos de
interesse.
1. Formulação do problema
(hazard screening)
Fauna e flora residente e
transiente, especialmente
espécies ameaçadas ou em
perigo; levantamentos
aquáticos e terrestres;
contaminantes e indutores de
stress de interesse nos limites
do estudo.
2. Estudo de estimativa
de probabilidade/
frequência de causas
Possibilidade de
iniciação/propagação de
acontecimentos e
acidentes a partir de
causas internas e
externas.
2. Avaliação de exposição
Caminhos e direcções,
receptores potenciais
incluindo subgrupos
sensíveis, taxas de
exposição, e períodos de
tempo.
2. Avaliação de exposição
Circuitos, habitats ou
populações receptoras,
especialmente espécies
protegidas ou valorizadas;
concentrações de
contaminantes em pontos de
exposição.
3. Análise de
consequências
Natureza, magnitude e
probabilidade de efeitos
adversos, (e.g., fogos,
explosões, libertação
súbita de materiais
tóxicos); meteorologia;
receptores.
3. Dose-resposta ou
Avaliação de toxicidade
Relação entre exposição ou
dose de contaminante e
efeitos adversos para a
saúde.
3. Avaliação de efeitos
tóxicos
Testes aquáticos, terrestres e
microbianos, e.g., LC50,
estudos de campo.
4. Avaliação de Risco
Integração das
probabilidades e
consequências para a
expressão quantitativa de
riscos de segurança;
revisão de sistema
aceitável.
4. Caracterização de risco
Integração de dados de
toxicidade e exposição para
a qualificação e
quantificação de
expressões de riscos para a
saúde;
análise de incerteza.
4. Caracterização de risco
Integração de levantamentos
de campo, dados de
toxicidade e exposição para a
caracterização de riscos
ecológicos significativos,
relações causais, incertezas.
“ENDPOINTS TÍPICOS”
Fatalidades, ferimentos
(segurança para o público
e trabalhadores)
Perda económica.
Risco de cancro individual e
para a população.
Impactes para o ecossistema
e habitats, e.g., abundância
de população, diversidade de
espécies; impactes globais.
Quadro 1 - Análise Sumária Comparativa Entre Três Principais Tipos De Análise De
Risco (Cont.)
APLICAÇÕES TÍPICAS
Processo de segurança
químico e petroquímico;
Transporte de materiais
perigosos;
Processo de gestão
segurança da OSHA;
Programas de gestão de
risco da EPA e estatais.
Locais de deposição de
resíduos perigosos
(Superfund, RCRA)
Licenciamento relacionado
com ar, água, e solo
Alimentos, medicamentos,
cosméticos
Expansão ou encerramento
de indústria.
Estudos de impacte ambiental
Localização de indústria,
estudos de zonas húmidas
Registo de pesticidas
Natural Resource Damage
Assessments (NRDA)
Superfund/RCRA sites.
Nota: Planeamento, incluindo objectivos definidos e loops reiteractivos, é um elemento
chave em todas as avaliações de risco.
♦ Metodologia De Análise De Risco – (United States Environmental
Protection Agency, USEPA)
Introdução
O objectivo principal da informação de risco é providenciar o enquadramento para
desenvolver a informação de risco necessária para ajudar no processo de decisão.
O estudo de análise de risco, dada a sua natureza variada mune-se de uma equipa
de técnicos com várias especialidades.
Assim, a equipa de análise de risco, é composta por uma equipa multidisciplinar de
toxicologistas, químicos, hidrologistas, engenheiros, etc.. Cada equipa é composta de
acordo com as necessidades científicas das características do local e do projecto.
Dado que são necessários pressupostos, suposições e julgamentos em muitos
pontos da análise é necessária a participação integrada de uma equipa multidisciplinar
no processo de avaliação de risco.
De acordo com a EPA a metodologia de avaliação de risco para a saúde humana,
consiste na caracterização da probabilidade de ocorrência de efeitos adversos
originados pela exposição do indivíduo a perigos ambientais.
Neste contexto, a análise de risco de referência difere da avaliação para a saúde
humana pois esta última baseia-se em características quantitativas, orientadas para
análises das substâncias químicas utilizando estatísticas e modelos biológicos para
calcular estimativas numéricas de risco para a saúde.
No entanto, ambas as avaliações de risco para a saúde utilizam dados de
investigação epidemiológicos humanos, quando disponíveis, e dados toxicológicos
quando não disponíveis, que se baseiam nos resultados de estudos toxicológicos em
animais.
A avaliação de risco da saúde humana envolve o seguimento dos seguintes pontos
(Figura 1):
1 – Recolha e avaliação de dados
2 - Avaliação de Exposição
3 – Avaliação de Toxicidade
4 – Caracterização de Risco
Figura 1 - AVALIAÇÃO DE RISCO
caracterização de ocorrência de potenciais efeitos adversos na saúde
avaliação de incerteza
sumário da informação de risco
Fonte: Adaptado de Risk Assessment Guidance for Superfund, USEPA, 1989
RECOLHA DE DADOS E
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DE
EXPOSIÇÃO
CARACTERIZAÇÃO DE RISCO
-Recolha e análise de dados relevantes
- Identificação de potenciais substâncias
químicas
AVALIAÇÃO DE
TOXICIDADE
- recolha de informação
de toxicidade quantitativa
e qualitativa
- determinar valores de
toxicidade
- análise de libertação de
contaminantes
- identificação de populações
expostas
- identificação de potenciais
percursos de exposição
- estimativa de concentração de
exposição para circuitos de
exposição
- estimativa de ingestão de
exposição para circuitos de
exposição
Recolha de Dados
Inclui os passos seguintes:
- recolha de dados existentes
- avaliação das necessidades de modelação de parâmetros (orientar a
investigação nesse sentido)
- recolha de dados de base
- condução de uma avaliação preliminar de exposição
- orientar a estratégia global para a recolha de amostras
- examinar as medidas de qualidade e controle
- identificar necessidades específicas analíticas
- assumir um papel activo durante o desenvolvimento do plano de trabalho e
recolha de dados.
Avaliação de dados
Inclui os passos seguintes:
- juntar os dados das investigações e separar por tipo de meio
- avaliar os métodos analíticos utilizados
- avaliar os limites quantitativos
- avaliar os dados qualificáveis
- identificar os químicos de potencial preocupação para posterior avaliação na
análise de risco, etc..
Avaliação de Exposição
Inclui os passos seguintes:
- caracterização da situação física
- identificação das populações potencialmente expostas
- identificação de percursos potenciais de exposição
- estimativa de concentrações de exposição
- estimativa de entrada de químicos
O objectivo da avaliação de exposição é proceder à estimativa do tipo e magnitude de
exposição às substâncias químicas em estudo, que se encontram presentes ou que
migram de um local para outro.
Os resultados da avaliação de exposição são combinados com informação específica
da toxicidade das substâncias químicas para caracterizar riscos potenciais.
Exposição, é definida como o contacto de um organismo (humano, no caso da
avaliação de risco para a saúde humana) com um agente físico, químico ou biológico
(EPA, 1989).
A magnitude da exposição, é determinada por medição ou estimativa da quantidade
de um agente disponível nas fronteiras de troca (por ex., os pulmões, pele, intestino e
outros órgãos internos) durante um período específico de tempo.
A avaliação de exposição é a determinação ou estimativa (qualitativa ou quantitativa)
da magnitude, duração e rotas de exposição.
Componentes de uma avaliação de exposição:
A avaliação detalhada do processo de exposição inicia-se após a recolha de dados
das substâncias químicas, sua validação e selecção das potenciais substâncias
químicas a estudar com maior detalhe (i.e., os mais preocupantes). Segue os
seguintes passos:
1- caracterização do local de exposição – no que refere às características gerais
físicas do local e às características dos poluentes no local ou na sua envolvente.
As características básicas do local também são identificadas neste ponto (1).
Também inclui o estudo e descrição da população local, bem como identificação
de subpopulações sensíveis.
(1) clima – ex.: temperatura, precipitação
meteorologia – ex.: intensidade e direcção do vento
geologia – ex.: localização e caracterização do estrato geológico
vegetação – ex.: sem vegetação, floresta, vegetação rasteira, etc.
tipo de solo – ex.: areia, orgânico, ácido, básico
hidrologia das águas subterrâneas – ex.: profundidade, tipo e direcção do
caudal
localização e descrição de águas superficiais – ex.: tipo, caudais, salinidade,
qualidade das águas, etc.
2- Identificação de percursos de exposição a que a população identificada poderá
estar exposta. Cada percurso de exposição descreve um mecanismo único pelo
qual a população poderá estar exposta aos químicos do local, ou originários do
local.
Os percursos de exposição são identificados baseados nas origens, libertações,
tipos e localizações das substâncias químicas no local. Os compartimentos
ambientais onde poderão existir comportamentos determinados associados às
substâncias químicas (incluindo persistência, partição, transporte e transferência
entre meios). (2)
Também é identificada a localização das actividades das potenciais populações
expostas.
(2) Pontos de exposição – são pontos de potencial contacto com a substância
química;
Rotas de exposição – são identificadas para cada percurso de exposição (ex.:
inalação, ingestão, absorção dermal).
Um percurso de exposição, descreve o percurso que um agente físico ou químico
leva desde a origem até o indivíduo exposto. Analisa ligações entre as origens,
localizações e tipos de libertação para o ambiente com a localização das
populações e padrões de actividade, para determinar os percursos de exposição
que se direcionam a um determinado indivíduo, que sejam significativos.
Um percurso de exposição geralmente consiste de 4 elementos:
1. uma fonte/origem e mecanismo de libertação da substância química
2. um meio de transporte ou retenção (ou meios, no caso de envolver
transferência de químicos entre meios; ex.: ar-água-solo)
3. um ponto de potencial contacto humano com o meio contaminado (ponto de
exposição) e
4. uma rota de exposição (ex.: ingestão) no ponto de contacto
3- Quantificação da exposição – neste ponto, é avaliada e quantificada a magnitude,
frequência e duração da exposição para cada percurso identificado no ponto 2.
Este ponto é frequentemente conduzido em 2 fases: estimativa de concentrações
de exposição e cálculo de entrada da substância química no organismo.
a) estimativa de concentração de exposição – determina a concentração de
substância química que serão sujeitos a contacto durante o período de
exposição. Para tal, utilizam-se modelos de monitorização de dados e/ou de
transporte de químicos e de comportamento ambiental dessas substâncias,
para situações actuais e predições futuras.
b) Cálculo de entrada de químico no organismo – calcula exposições específicas
de químico para cada percurso de exposição do ponto 2.
As estimativas de exposição são expressas em termos de massa de
substância em contacto com o organismo por unidade de peso do corpo por
unidade de tempo (por ex. mg de químico por kg peso do corpo por dia →
mg/kg – dia).
Representam taxas de exposição. Estas concentrações de “entrada” (intake)
de químico são calculadas utilizando concentrações de exposição, taxa de
contacto, frequência de exposição, duração de exposição, peso do
organismo e média temporal da exposição.
Alguns destes valores dependem das condições do local e das
características da população exposta.
Após o cálculo da estimativa das entradas de substâncias químicas, estas
são organizadas por tipo de população, se apropriado.
Finalmente, faz-se uma avaliação e sumário das fontes de incerteza (ex.:
variabilidade de dados analíticos, resultados da modelação com
pressuposotos associados aos parâmetros).
A informação relativa a incertezas é importante para os decisores que avaliam
os resultados das exposições e da avaliação de risco baseados em
premissas que têm graus de incerteza associados às medidas de mitigação
propostas.
A avaliação de exposição é concluída com um sumário dos cálculos de
ingestão para cada percurso avaliado.
Exposição máxima razoável (RME – reasonable maximum exposure ) As
decisões devem ser baseadas numa estimativa de exposição máxima
razoável de ocorrência para condições de uso actuais e futuras. A
exposição máxima razoável é definida como a exposição razoável mais
elevada (que se espera ocorra no local. RMEs são valores estimados para os
percursos individuais.
Avaliação de Comportamento e Transporte no meio de libertação
É utilizada para determinar exposições futuras e associar as fontes / origens
com meios contaminados actualmente.
O objectivo é identificar meios que estão a receber ou poderão receber
substâncias químicas originárias do local.
Geralmente questiona-se:
− Que químicos ocorrem na origem do local e no ambiente?
− Em que meio ( no local ou fora do local) ocorrem?
− Em que meio e em que local poderão ocorrer no futuro?
Após um químico ser libertado para o ambiente este pode ser:
− Transportado (ex.: no curso de água, nos sedimentos suspensos ou
através da atmosfera)
− Transformado fisicamente (ex.: volatilização, precipitação)
− Transformado quimicamente (ex.: fotólise, hidrólise, oxidação,
redução, etc.)
− Transformado biológicamente (ex.: biodegradação) e / ou
− Acumulado num ou mais meios (incluindo o meio receptor)
Para este estudo é necessário determinar o comportamento das substâncias
químicas identificadas no local, obter informações das suas características e
comportamentos físicos e químicos.
No Quadro seguinte apresentam-se os diferentes parâmetros de comportamento
físico, químico e ambiental.
Quadro - Parâmetros de Comportamento Físicos, Químicos e Ambientais:
Koc – Coeficiente de partição do carbono orgânico; dá a medida da extensão da
partição da substância química entre o carbono orgânico e a água, em condições de
equilíbrio.
Quanto mais elevado o Koc, maior é a possibilidade do químico se ligar ao solo ou ao
sedimento em vez de permanecer na água.
Kd – dá a medida específica da extensão da partição da substância química, entre o
solo ou o sedimento e a água, não ajustada para a dependência em relação ao carbono
(C) orgânico. Para ajustar para a fracção do C orgânico presente no solo ou sedimento
(foc), utiliza-se a expressão kd=kocXfoc.
Quanto mais elevado o kd, maior é a possibilidade do químico se ligar ao solo ou ao
sedimento em relação à possibilidade de se manter na água.
Kow – dá a medida da extensão da partição do químico entre a água e o octanol em
equilíbrio. Quanto mais elevado o kow maior é a possibilidade do químico. sofrer
partição para o octanol do que permanecer na água. O octanol é utilizado como
substituto dos lípidos (gorduras) e o Kow pode ser utilizado para prever
bioconcentração em organismos aquáticos.
Solubilidade: é o limite superior da concentração de um químico dissolvido em água a
uma determinada temperatura. Situações de concentração aquosas com excesso de
solubilidade pode indicar ligação aos sedimentos, a presença de químicos solúveis, tais
como solventes ,etc..
Quadro - Parâmetros de Comportamento Físicos, Químicos e Ambientais (Cont.):
Constante da Lei de Henry: dá uma medida da extensão da partição do químico entre
o ar e a água, em equilíbrio. Quanto mais elevada a constante da lei de Henry, maior a
possibilidade do liquido volatilizar em vez de permanecer na água.
Pressão de vapor: é a pressão exercida em equilíbrio por um químico no estado de
vapor e a sua forma sólida ou líquida a uma determinada temperatura. É utilizada para
calcular a taxa se volatilização de uma substância pura a partir de uma determinada
superfície, ou, calculando a constante da lei de Henry para químicos com baixa
solubilidade em água.
Quanto mais elevada a pressão de vapor, maior a possibilidade do químico existir em
estado gasoso.
Difusão: descreve o movimento de uma molécula num meio líquido ou gasoso como
resultado de diferentes concentrações.
É utilizada para calcular a componente dispersiva do transporte químico. Quanto mais
alta a difusão, maior é a possibilidade do químico para se mover como resposta ao
gradiente de concentração.
Factor de Bioconcentração (BCF) – dá a medida da extensão da partição do químico
em equilíbrio, entre o meio biótico (como tecido de peixe ou planta) e o meio externo
como a água.
Quanto mais alto o BCF, maior a acumulação esperada nos tecidos vivos.
Degradação (Metade da vida (half-life)), (específico para um meio) – dá uma medida
relativa da persistência de um químico num determinado meio, embora os valores
possam variar de acordo com as condições específicas do local.
Quanto mais alto o valor de half-life, maior a persistência do químico.
Após a determinação de pontos de exposição, procede-se à identificação de rotas de
exposição potenciais (isto é, ingestão, inalação e contacto dermal) baseado no meio
contaminado e nas actividades previstas nos pontos de exposição.
Integração de informação das origens/ libertações – comportamento e -
transporte, pontos de exposição e rotas de exposição nos percursos de
exposição
Procede-se então no sentido da integração da informação desenvolvida nos pontos
prévios e determina-se os percursos completos de exposição que existem para o
local.
Um percurso está completo, se existem:
1) Uma fonte/origem libertação de substância química de uma fonte
2) Um ponto de exposição onde pode ocorrer contacto e
3) Uma rota de exposição através da qual o contacto pode ocorrer
Sumarizar a informação de todas os percursos completos de exposição
Identificando populações potencialmente expostas, meio de exposição, pontos de
exposição e rotas de exposição.
Fonte Mecanismos de Libertação Meio de Transporte
Resíduos Volatilização Ar
Ponto de exposição Rota de exposição Inalação
Quantificação da Exposição:
É o passo seguinte do processo de avaliação da exposição; é a quantificação da
magnitude, frequência e duração de exposição para as populações e percursos de
exposição seleccionados para avaliação quantitativa.
Este processo é normalmente conduzido em duas fases:
1 – estimativa de concentração de exposição
2 – quantificação de “entradas” (intakes) para cada percurso específico
Conceitos básicos:
Exposição – define-se como o contacto do organismo com um agente físico ou
químico. Se a exposição ocorre durante um período de tempo, a exposição total é
dividida pelo período de tempo para obter uma média de taxa de exposição por
unidade de tempo. Também pode ser expressa como função do peso d o corpo.
Neste modelo, a exposição normalizada para o tempo e o peso do corpo denomina-se
"intake" e é expressa em unidades de mg químico / kg peso corpo – dia.
Equação Geral para calcular (“Intakes”) Entrada de Químico
I = C x CR x EFD x 1
BW AT
Onde:
I = entrada (intake); a quantidade de químico na fronteira de troca com o
órgão/organismo (ex., pele, pulmões, intestino, etc.) e disponível para absorção (dose
de absorção é a quantidade de químico absorvido para a corrente sanguínea (mg/kg
peso do corpo – dia)
C = concentração do químico ; a medida de concentração que contacta o organismo
durante 1 período de exposição ( ex.: mg / L água)
Dados adquiridos por monitorização e/ou combinação de valores de monitorização
com modelos ambientais de comportamento e transporte de químico.
CR = taxa de contacto; a quantidade de meio contaminado em contacto, por unidade
de tempo ou acontecimento (ex.: L/dia). Baseado em estatísticas ou experiência
profissional.
EFD = duração da frequência e exposição; descreve durante quanto tempo e com
que frequência ocorre a exposição. Calculada utilizando 2 termos: EF e ED
EF = frequência de exposição (dias/ano)
ED= duração de exposição (dias)
BW = peso do corpo (body weight) a média de peso do corpo durante o período de
exposição (kg)
AT = tempo médio; período durante o qual ocorre a exposição (dias)
O tempo médio (averaging time) depende do tipo de efeito tóxico
-para tóxicos com efeitos no desenvolvimento, as “entradas são calculadas
para o tempo médio de ocorrência do acontecimento (ex.: um dia ou um
incidente)
-para tóxicos agudos – as “entradas” são calculadas para períodos de
exposição curtos, que possam a causar um efeito, geralmente um
acontecimento ou um dia.
-para tóxicos não cancerígenos – as “entradas” são calculadas para o
período de exposição.
Exposição Residencial: Ingestão de químicos na água de beber (e bebidas
fabricadas com água de beber)
Equação:
I = CW x IR x EF x ED
BW x AT
Onde:
CW= concentração de químico na água (mg/L)
IR= taxa de ingestão (L/dia)
EF= frequência de exposição (dias/ano)
ED= duração de exposição (anos)
BW= peso do corpo (kg)
AT= média de tempo (período em que é feita a média de exposição) (dias)
Valores Variáveis:
CW = valor modelado ou medido no local
IR = 2L/dia (adultos, EPA 1989), valores específicos de acordo com a idade
EF = valor específico para o percurso do químico considerado (para residentes,
geralmente é diário – 365 dias/ano)
ED = 70 anos (duração de vida)
BW = 70KG (média adultos), valores específicos de acordo com a idade
AT = Período específico de exposição ao percurso do químico para efeitos não
cancerígenos (isto é, ED x 365 dias/ano) e 70 anos para efeitos cancerígenos (isto é,
70 anos x 365 dias/ano)
Cálculo de inalação de químico no estado de vapor
Exposição Residencial: (menor exposição para trabalhadores e actividades de
recreio), inalação de químico atmosférico (fase de vapor)
Equação:
Intake (mg/kg-dia)= I = CA x IR x ET x EF x ED
BW x AT
Onde:
CA= concentração de contaminante no Ar (mg/m3
)
IR= taxa de inalação (m3
/hora)
ET= Tempo de exposição (horas/dia)
EF= frequência de exposição (dias/ano)
ED= duração de Exposição (anos)
BW= peso do corpo (kg)
AT= tempo médio (períodos médios de exposição – dias)
Valores Variáveis:
CA= valor modelado ou determinado no local
IR=30 m3
/dia (adulto Õvalor mais elevado)
20 m3
/dia (adulto, média)
valores específicos de acordo com a idade
ET= valores específicos por percursos (depende da duração da exposição em
relação a determinadas actividades.
12 minutos - duche (percentil 90; inclui 90% da população)
7 minutos – duche (percentil 50; inclui 50% da população
EF = valor específico para percursos (dependente da frequência de duche ou outras
actividades relacionadas com a exposição)
ED= 70 anos (período de vida)
BW= 70 KG (média adultos)
Valores específicos com a idade
AT= período de exposição específico para os percursos para efeitos não
cancerígenos (isto é, ED x 365 dias/ano) e 70 anos (período de vida para efeitos
cancerígenos (isto é, 70 anos x 365 dias/anos)).
Avaliação de Toxicidade
O objectivo da avaliação de toxicidade é analisar a evidência relativamente à
possibilidade de determinados contaminantes causarem efeitos adversos em
indivíduos expostos e providenciar, quando possível, uma estimativa da relação entre
a extensão da exposição a um contaminante e o aumento da possibilidade e/ou
severidade de efeitos adversos.
A avaliação de toxicidade envolve geralmente 2 passos:
1. identificação de perigos e
2. avaliação dose-resposta.
A identificação de perigos é o processo que determina se a exposição a um agente
pode causar um aumento na incidência de um efeito adverso para a saúde (ex.,
cancro, defeito de nascimento) e se o efeito adverso tem a probabilidade de ocorrer
em humanos.
A avaliação dose-resposta, é o processo de quantitativamente avaliar a informação
toxicológica e de caracterizar a relação entre a dose de contaminante administrado
ou recebido e a incidência de efeitos adversos na saúde da população exposta. A
partir desta relação quantitativa D-R, derivam-se valores de toxicidade (ex., doses de
referência e factores de declive (slope factors) que podem ser utilizados para
estimar a incidência ou potencial para efeitos adversos como função da exposição
humana ao agente. Estes valores são usados na caracterização de risco para
estimar a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos em humanos decorrentes
de exposição a diferentes níveis.
Dose de referência (RfD)– Valores preferenciais de toxicidade (da EPA) para avaliar
efeitos não-cancerígenos resultantes da exposição a locais contaminados.
Dose de referência crónica – Uma estimativa da entrada diária de exposição para a
população humana, incluindo grupos sensíveis, que é possível de não causar riscos
apreciáveis ou efeitos negativos durante o período de vida. Os valores de dose de
referencia crónica são especificamente desenvolvidos para serem protectores para
exposições de longo termo a um contaminante (de 7 anos ao período de vida).
Factor de declive (slope factor) (SF) – uma estimativa do limite superior da
probabilidade de resposta por unidade de entrada de químico durante o período de
vida. O factor de declive é utilisado para detyerminar um limite superior de
probabilidade de um indivíduo desenvolver cancro como resultado da exposição,
durante o seu período de vida, a um nível particular de potencial cancerígeno.
(assume uma relação linear de exposição a pequenas doses de contaminante; SF é
constante e o risco será directamente afectado pela entrada de contaminante, mas só
é viável para baixas doses).
Caracterização de Risco
O passo final da análise de risco é a caracterização de risco. Neste ponto a
avaliação de exposição e toxicidade são sumariadas e integradas em expressões de
risco quantitativas e qualitativas.
- Revisão de outputs de avaliação de exposiição de toxicidade;
- Quantificar riscos postos por químicos individuais;
- Quantificar riscos de químicos múltiplos;
- Combinar riscos através de percursos de exposição;
- Avaliar a apresentar incertezas;
- Considerar estudos humanos específicos para o local
Quantificação de Riscos: para indíces de perigo para efeitos cancerígenos e não
cancerígenos a serem aplicados a cada percurso de exposição analisado.
1.Cálculo de riscos para substâncias individuais:
a) Efeitos cancerígenos
Equação de Risco Linear (baixos níveis de risco R < 0.01)
Risco = CDI x SF
Onde:
Risco: uma probabilidade de um indivíduo desenvolver cancro (ex., 2 x 10-5
); sem
unidades
CDI: (chronic daily intake) entrada diári crónica ao longo de 70 anos (mg/kg-dia)
SF: (slope factor): factor de declive; (mg/kg-dia)-1
c) Efeitos não cancerígenos
A forma de descrever a possibilidade de ocorrência de toxicidade humana devido a
substâncias não cancerígenas, não é expressa como uma probabilidade de um
indivíduo sofrer um efeito adverso. O potencial para ocorrência de efeitos não
cancerígenos é avaliada comparando o nível de exposição durante um período
específico (ex., duração de vida) com a dose de referência derivada para um período
semelhante. Esta razão de exposição à toxicidade é denominada quociente de perigo
(hazard quotient).
Quociente de perigo para não cancerígenos(HQ):
HQ = E/RfD
Onde:
E = nível de exposição (ou inntake)
RfD = dose de referência
E e RfD são expressos nas mesmas unidades e representam o mesmo períodod de
exposição (crónica, sub-crónica e curto prazo)
Para múltiplas exposições faz-se o somatório (adição) dos diferentes riscos
ocorridos.
Bibliografia:
USEPA, 1989, “Risk Assessment Guidance for Superfund. Volume I. Human Health
Evaluation Manual (Part A)”.
Louvar, Joseph F, Louvar, B. Diane, “Health and Environmental Risk Analysis.
Fundamentals with Applications,” Prentice Hall PTR, 1998.
Taylor, J. R., “Risk Analysis for Process Plant, Pipelines and Transport,” E&FN Spon,
1994.
OECD, 1997, “Report of the OECD Workshop on Risk Assessment and Risk
Communication in the Context of Chemical Accident Prevention, Preparedness and
Response”.

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Tipos Análise Risco

  • 1. Tipos de Análise de Risco Isabel Rovisco ♦ Conceitos Básicos e Definições Risco, refere-se à probabilidade condicional de ocorrência de um acontecimento específico (e.g., falha numa barragem, colapso de uma ponte, queda de um avião) combinado com alguma avaliação (e.g., uma perda ou avaria funcional) de consequências de um acontecimento (e.g., ferimentos, morte, excesso de cancro, perda de propriedade) (Kolluru et. al., 1996). Avaliação de Risco, é o processo de estimativa de probabilidade de ocorrência de um determinado acontecimento e a provável magnitude de efeitos adversos (em termos de segurança, saúde, ecologia, ou economia) durante um determinado período de tempo (Kolluru et.al., 1996). Risco, é considerado como função de vários factores, nomeadamente, − da natureza do perigo, − da possibilidade de contacto (potencial de exposição), − da característica das populações expostas (receptores), − da possibilidade de ocorrência, e − da magnitude das exposições e consequências, bem como da existência de valores públicos (Kolluru et.al., 1996). Análise de Risco para a Saúde Humana (USEPA, 1997), é um processo organizado de forma metodológica, utilizado para descrever e estimar a possibilidade de ocorrência de um efeito adverso para a saúde a partir da exposição ambiental de determinadas substâncias químicas. As quatros fases do processo são: − identificação de perigos, − avaliação dose-resposta, − avaliação de exposição e − caracterização de risco. A “Análise de Risco” e “Avaliação de Risco”, são termos frequentemente utilizados como sinónimos, embora a análise de risco seja mais vasta incluindo os aspectos de gestão de risco (Kolluru et.al., 1996). Análise de Risco Ecológica/ Ambiental (ARE), é a probabilidade condicional da ocorrência de um acontecimento ecológico específico, associado à explicação das suas consequências ecológicas; por ex., redução de biodiversidade, perda de recursos comerciais importantes, ou instabilidade do ecossistema. Na prática, a avaliação de risco ecológica envolve a descrição, quantitativa ou qualitativa, da provável ocorrência de um acontecimento ecológico indesejado, sendo as suas consequências raramente contempladas (Kolluru et. al., 1996). Geralmente, a ARE avalia impactes ecológicos resultantes das actividades humanas. Estudo de Impacte Ambiental , é uma avaliação e identificação sistemática dos impactes (efeitos) potenciais dos projectos propostos, planos, programas, ou acções legislativas, relativas aos componentes ambientais físico-químicos, biológicos, culturais e socio-económicos (Canter, 1993) . Poderá conter um capítulo de análise de risco focalizando nos aspectos tecnológico, de saúde humana e/ ou dos ecossistemas. ♦ Tipos de Análise de Risco
  • 2. Existem diferentes tipos de análise de risco, que se focalizam em aspectos de segurança (segurança humana), de saúde (saúde humana), ambientais/ ecológicos (ecossistemas/ habitats), valores patrimoniais (valor) e financeiros (económicos). No âmbito do presente curso serão abordados os três primeiros. As diferenças entre os diferentes tipos de análise de risco são as seguintes: Riscos de Segurança/Industriais – São tipicamente de baixa probabilidade, elevada consequência, agudos (efeitos elevados em curto espaço de tempo), acidentais; tempo crítico de resposta; relações causa-efeito óbvias; focaliza-se essencialmente em aspectos da segurança humana e perca material, essencialmente dentro do espaço de trabalho. Riscos para a Saúde Humana – geralmente de elevada probabilidade, baixa consequência, crónicos (exposições repetidas cujos efeitos podem não se manifestar por períodos elevados de tempo); relações causa-efeito difíceis de estabelecer; focaliza-se essencialmente na saúde humana, essencialmente fora do local de trabalho ou da instalação. Riscos Ecológicos/ ambientais – mudanças subtis, interacções complexas entre populações, comunidades e ecossistemas (incluindo cadeias alimentares) a nível micro e macro; elevada incerteza em relações causa-efeito; focaliza-se principalmente em impactes no ecossistema e habitats que se podem manifestar a grandes distâncias da fonte. No quadro seguinte, apresenta-se uma análise sumária comparativa entre os três principais tipos de análise de risco.
  • 3. Quadro 1 - Análise Sumária Comparativa Entre Três Principais Tipos De Análise De Risco SEGURANÇA SAÚDE HUMANA AMBIENTAL/ECOLÓGICO 1. Identificação de perigo (risco) Materiais, equipamento, procedimentos,(e.g., inventários de tamanho e localização), flamabilidade, reactividade ou materiais de toxicidade aguda; e acontecimentos de iniciação, (e.g., mau funcionamento do equipamento, erro humano, falha em reservatórios). 1. Análise de dados/identificação de perigo Quantidades e concentrações de agentes químicos, físicos, e biológicos no ambiente num local ou área de estudo; selecção dos químicos de interesse. 1. Formulação do problema (hazard screening) Fauna e flora residente e transiente, especialmente espécies ameaçadas ou em perigo; levantamentos aquáticos e terrestres; contaminantes e indutores de stress de interesse nos limites do estudo. 2. Estudo de estimativa de probabilidade/ frequência de causas Possibilidade de iniciação/propagação de acontecimentos e acidentes a partir de causas internas e externas. 2. Avaliação de exposição Caminhos e direcções, receptores potenciais incluindo subgrupos sensíveis, taxas de exposição, e períodos de tempo. 2. Avaliação de exposição Circuitos, habitats ou populações receptoras, especialmente espécies protegidas ou valorizadas; concentrações de contaminantes em pontos de exposição. 3. Análise de consequências Natureza, magnitude e probabilidade de efeitos adversos, (e.g., fogos, explosões, libertação súbita de materiais tóxicos); meteorologia; receptores. 3. Dose-resposta ou Avaliação de toxicidade Relação entre exposição ou dose de contaminante e efeitos adversos para a saúde. 3. Avaliação de efeitos tóxicos Testes aquáticos, terrestres e microbianos, e.g., LC50, estudos de campo. 4. Avaliação de Risco Integração das probabilidades e consequências para a expressão quantitativa de riscos de segurança; revisão de sistema aceitável. 4. Caracterização de risco Integração de dados de toxicidade e exposição para a qualificação e quantificação de expressões de riscos para a saúde; análise de incerteza. 4. Caracterização de risco Integração de levantamentos de campo, dados de toxicidade e exposição para a caracterização de riscos ecológicos significativos, relações causais, incertezas. “ENDPOINTS TÍPICOS” Fatalidades, ferimentos (segurança para o público e trabalhadores) Perda económica. Risco de cancro individual e para a população. Impactes para o ecossistema e habitats, e.g., abundância de população, diversidade de espécies; impactes globais.
  • 4. Quadro 1 - Análise Sumária Comparativa Entre Três Principais Tipos De Análise De Risco (Cont.) APLICAÇÕES TÍPICAS Processo de segurança químico e petroquímico; Transporte de materiais perigosos; Processo de gestão segurança da OSHA; Programas de gestão de risco da EPA e estatais. Locais de deposição de resíduos perigosos (Superfund, RCRA) Licenciamento relacionado com ar, água, e solo Alimentos, medicamentos, cosméticos Expansão ou encerramento de indústria. Estudos de impacte ambiental Localização de indústria, estudos de zonas húmidas Registo de pesticidas Natural Resource Damage Assessments (NRDA) Superfund/RCRA sites. Nota: Planeamento, incluindo objectivos definidos e loops reiteractivos, é um elemento chave em todas as avaliações de risco. ♦ Metodologia De Análise De Risco – (United States Environmental Protection Agency, USEPA) Introdução O objectivo principal da informação de risco é providenciar o enquadramento para desenvolver a informação de risco necessária para ajudar no processo de decisão. O estudo de análise de risco, dada a sua natureza variada mune-se de uma equipa de técnicos com várias especialidades. Assim, a equipa de análise de risco, é composta por uma equipa multidisciplinar de toxicologistas, químicos, hidrologistas, engenheiros, etc.. Cada equipa é composta de acordo com as necessidades científicas das características do local e do projecto. Dado que são necessários pressupostos, suposições e julgamentos em muitos pontos da análise é necessária a participação integrada de uma equipa multidisciplinar no processo de avaliação de risco. De acordo com a EPA a metodologia de avaliação de risco para a saúde humana, consiste na caracterização da probabilidade de ocorrência de efeitos adversos originados pela exposição do indivíduo a perigos ambientais. Neste contexto, a análise de risco de referência difere da avaliação para a saúde humana pois esta última baseia-se em características quantitativas, orientadas para análises das substâncias químicas utilizando estatísticas e modelos biológicos para calcular estimativas numéricas de risco para a saúde. No entanto, ambas as avaliações de risco para a saúde utilizam dados de investigação epidemiológicos humanos, quando disponíveis, e dados toxicológicos quando não disponíveis, que se baseiam nos resultados de estudos toxicológicos em animais. A avaliação de risco da saúde humana envolve o seguimento dos seguintes pontos (Figura 1): 1 – Recolha e avaliação de dados 2 - Avaliação de Exposição 3 – Avaliação de Toxicidade 4 – Caracterização de Risco
  • 5. Figura 1 - AVALIAÇÃO DE RISCO caracterização de ocorrência de potenciais efeitos adversos na saúde avaliação de incerteza sumário da informação de risco Fonte: Adaptado de Risk Assessment Guidance for Superfund, USEPA, 1989 RECOLHA DE DADOS E AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO CARACTERIZAÇÃO DE RISCO -Recolha e análise de dados relevantes - Identificação de potenciais substâncias químicas AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE - recolha de informação de toxicidade quantitativa e qualitativa - determinar valores de toxicidade - análise de libertação de contaminantes - identificação de populações expostas - identificação de potenciais percursos de exposição - estimativa de concentração de exposição para circuitos de exposição - estimativa de ingestão de exposição para circuitos de exposição
  • 6. Recolha de Dados Inclui os passos seguintes: - recolha de dados existentes - avaliação das necessidades de modelação de parâmetros (orientar a investigação nesse sentido) - recolha de dados de base - condução de uma avaliação preliminar de exposição - orientar a estratégia global para a recolha de amostras - examinar as medidas de qualidade e controle - identificar necessidades específicas analíticas - assumir um papel activo durante o desenvolvimento do plano de trabalho e recolha de dados. Avaliação de dados Inclui os passos seguintes: - juntar os dados das investigações e separar por tipo de meio - avaliar os métodos analíticos utilizados - avaliar os limites quantitativos - avaliar os dados qualificáveis - identificar os químicos de potencial preocupação para posterior avaliação na análise de risco, etc.. Avaliação de Exposição Inclui os passos seguintes: - caracterização da situação física - identificação das populações potencialmente expostas - identificação de percursos potenciais de exposição - estimativa de concentrações de exposição - estimativa de entrada de químicos O objectivo da avaliação de exposição é proceder à estimativa do tipo e magnitude de exposição às substâncias químicas em estudo, que se encontram presentes ou que migram de um local para outro. Os resultados da avaliação de exposição são combinados com informação específica da toxicidade das substâncias químicas para caracterizar riscos potenciais. Exposição, é definida como o contacto de um organismo (humano, no caso da avaliação de risco para a saúde humana) com um agente físico, químico ou biológico (EPA, 1989). A magnitude da exposição, é determinada por medição ou estimativa da quantidade de um agente disponível nas fronteiras de troca (por ex., os pulmões, pele, intestino e outros órgãos internos) durante um período específico de tempo. A avaliação de exposição é a determinação ou estimativa (qualitativa ou quantitativa) da magnitude, duração e rotas de exposição. Componentes de uma avaliação de exposição: A avaliação detalhada do processo de exposição inicia-se após a recolha de dados das substâncias químicas, sua validação e selecção das potenciais substâncias químicas a estudar com maior detalhe (i.e., os mais preocupantes). Segue os seguintes passos: 1- caracterização do local de exposição – no que refere às características gerais físicas do local e às características dos poluentes no local ou na sua envolvente. As características básicas do local também são identificadas neste ponto (1).
  • 7. Também inclui o estudo e descrição da população local, bem como identificação de subpopulações sensíveis. (1) clima – ex.: temperatura, precipitação meteorologia – ex.: intensidade e direcção do vento geologia – ex.: localização e caracterização do estrato geológico vegetação – ex.: sem vegetação, floresta, vegetação rasteira, etc. tipo de solo – ex.: areia, orgânico, ácido, básico hidrologia das águas subterrâneas – ex.: profundidade, tipo e direcção do caudal localização e descrição de águas superficiais – ex.: tipo, caudais, salinidade, qualidade das águas, etc. 2- Identificação de percursos de exposição a que a população identificada poderá estar exposta. Cada percurso de exposição descreve um mecanismo único pelo qual a população poderá estar exposta aos químicos do local, ou originários do local. Os percursos de exposição são identificados baseados nas origens, libertações, tipos e localizações das substâncias químicas no local. Os compartimentos ambientais onde poderão existir comportamentos determinados associados às substâncias químicas (incluindo persistência, partição, transporte e transferência entre meios). (2) Também é identificada a localização das actividades das potenciais populações expostas. (2) Pontos de exposição – são pontos de potencial contacto com a substância química; Rotas de exposição – são identificadas para cada percurso de exposição (ex.: inalação, ingestão, absorção dermal). Um percurso de exposição, descreve o percurso que um agente físico ou químico leva desde a origem até o indivíduo exposto. Analisa ligações entre as origens, localizações e tipos de libertação para o ambiente com a localização das populações e padrões de actividade, para determinar os percursos de exposição que se direcionam a um determinado indivíduo, que sejam significativos. Um percurso de exposição geralmente consiste de 4 elementos: 1. uma fonte/origem e mecanismo de libertação da substância química 2. um meio de transporte ou retenção (ou meios, no caso de envolver transferência de químicos entre meios; ex.: ar-água-solo) 3. um ponto de potencial contacto humano com o meio contaminado (ponto de exposição) e 4. uma rota de exposição (ex.: ingestão) no ponto de contacto 3- Quantificação da exposição – neste ponto, é avaliada e quantificada a magnitude, frequência e duração da exposição para cada percurso identificado no ponto 2. Este ponto é frequentemente conduzido em 2 fases: estimativa de concentrações de exposição e cálculo de entrada da substância química no organismo. a) estimativa de concentração de exposição – determina a concentração de substância química que serão sujeitos a contacto durante o período de exposição. Para tal, utilizam-se modelos de monitorização de dados e/ou de transporte de químicos e de comportamento ambiental dessas substâncias, para situações actuais e predições futuras. b) Cálculo de entrada de químico no organismo – calcula exposições específicas de químico para cada percurso de exposição do ponto 2. As estimativas de exposição são expressas em termos de massa de substância em contacto com o organismo por unidade de peso do corpo por unidade de tempo (por ex. mg de químico por kg peso do corpo por dia → mg/kg – dia).
  • 8. Representam taxas de exposição. Estas concentrações de “entrada” (intake) de químico são calculadas utilizando concentrações de exposição, taxa de contacto, frequência de exposição, duração de exposição, peso do organismo e média temporal da exposição. Alguns destes valores dependem das condições do local e das características da população exposta. Após o cálculo da estimativa das entradas de substâncias químicas, estas são organizadas por tipo de população, se apropriado. Finalmente, faz-se uma avaliação e sumário das fontes de incerteza (ex.: variabilidade de dados analíticos, resultados da modelação com pressuposotos associados aos parâmetros). A informação relativa a incertezas é importante para os decisores que avaliam os resultados das exposições e da avaliação de risco baseados em premissas que têm graus de incerteza associados às medidas de mitigação propostas. A avaliação de exposição é concluída com um sumário dos cálculos de ingestão para cada percurso avaliado. Exposição máxima razoável (RME – reasonable maximum exposure ) As decisões devem ser baseadas numa estimativa de exposição máxima razoável de ocorrência para condições de uso actuais e futuras. A exposição máxima razoável é definida como a exposição razoável mais elevada (que se espera ocorra no local. RMEs são valores estimados para os percursos individuais. Avaliação de Comportamento e Transporte no meio de libertação É utilizada para determinar exposições futuras e associar as fontes / origens com meios contaminados actualmente. O objectivo é identificar meios que estão a receber ou poderão receber substâncias químicas originárias do local. Geralmente questiona-se: − Que químicos ocorrem na origem do local e no ambiente? − Em que meio ( no local ou fora do local) ocorrem? − Em que meio e em que local poderão ocorrer no futuro? Após um químico ser libertado para o ambiente este pode ser: − Transportado (ex.: no curso de água, nos sedimentos suspensos ou através da atmosfera) − Transformado fisicamente (ex.: volatilização, precipitação) − Transformado quimicamente (ex.: fotólise, hidrólise, oxidação, redução, etc.) − Transformado biológicamente (ex.: biodegradação) e / ou − Acumulado num ou mais meios (incluindo o meio receptor) Para este estudo é necessário determinar o comportamento das substâncias químicas identificadas no local, obter informações das suas características e comportamentos físicos e químicos. No Quadro seguinte apresentam-se os diferentes parâmetros de comportamento físico, químico e ambiental. Quadro - Parâmetros de Comportamento Físicos, Químicos e Ambientais: Koc – Coeficiente de partição do carbono orgânico; dá a medida da extensão da partição da substância química entre o carbono orgânico e a água, em condições de equilíbrio. Quanto mais elevado o Koc, maior é a possibilidade do químico se ligar ao solo ou ao sedimento em vez de permanecer na água.
  • 9. Kd – dá a medida específica da extensão da partição da substância química, entre o solo ou o sedimento e a água, não ajustada para a dependência em relação ao carbono (C) orgânico. Para ajustar para a fracção do C orgânico presente no solo ou sedimento (foc), utiliza-se a expressão kd=kocXfoc. Quanto mais elevado o kd, maior é a possibilidade do químico se ligar ao solo ou ao sedimento em relação à possibilidade de se manter na água. Kow – dá a medida da extensão da partição do químico entre a água e o octanol em equilíbrio. Quanto mais elevado o kow maior é a possibilidade do químico. sofrer partição para o octanol do que permanecer na água. O octanol é utilizado como substituto dos lípidos (gorduras) e o Kow pode ser utilizado para prever bioconcentração em organismos aquáticos. Solubilidade: é o limite superior da concentração de um químico dissolvido em água a uma determinada temperatura. Situações de concentração aquosas com excesso de solubilidade pode indicar ligação aos sedimentos, a presença de químicos solúveis, tais como solventes ,etc.. Quadro - Parâmetros de Comportamento Físicos, Químicos e Ambientais (Cont.): Constante da Lei de Henry: dá uma medida da extensão da partição do químico entre o ar e a água, em equilíbrio. Quanto mais elevada a constante da lei de Henry, maior a possibilidade do liquido volatilizar em vez de permanecer na água. Pressão de vapor: é a pressão exercida em equilíbrio por um químico no estado de vapor e a sua forma sólida ou líquida a uma determinada temperatura. É utilizada para calcular a taxa se volatilização de uma substância pura a partir de uma determinada superfície, ou, calculando a constante da lei de Henry para químicos com baixa solubilidade em água. Quanto mais elevada a pressão de vapor, maior a possibilidade do químico existir em estado gasoso. Difusão: descreve o movimento de uma molécula num meio líquido ou gasoso como resultado de diferentes concentrações. É utilizada para calcular a componente dispersiva do transporte químico. Quanto mais alta a difusão, maior é a possibilidade do químico para se mover como resposta ao gradiente de concentração. Factor de Bioconcentração (BCF) – dá a medida da extensão da partição do químico em equilíbrio, entre o meio biótico (como tecido de peixe ou planta) e o meio externo como a água. Quanto mais alto o BCF, maior a acumulação esperada nos tecidos vivos. Degradação (Metade da vida (half-life)), (específico para um meio) – dá uma medida relativa da persistência de um químico num determinado meio, embora os valores possam variar de acordo com as condições específicas do local. Quanto mais alto o valor de half-life, maior a persistência do químico. Após a determinação de pontos de exposição, procede-se à identificação de rotas de exposição potenciais (isto é, ingestão, inalação e contacto dermal) baseado no meio contaminado e nas actividades previstas nos pontos de exposição. Integração de informação das origens/ libertações – comportamento e - transporte, pontos de exposição e rotas de exposição nos percursos de exposição Procede-se então no sentido da integração da informação desenvolvida nos pontos prévios e determina-se os percursos completos de exposição que existem para o local. Um percurso está completo, se existem: 1) Uma fonte/origem libertação de substância química de uma fonte 2) Um ponto de exposição onde pode ocorrer contacto e 3) Uma rota de exposição através da qual o contacto pode ocorrer
  • 10. Sumarizar a informação de todas os percursos completos de exposição Identificando populações potencialmente expostas, meio de exposição, pontos de exposição e rotas de exposição. Fonte Mecanismos de Libertação Meio de Transporte Resíduos Volatilização Ar Ponto de exposição Rota de exposição Inalação Quantificação da Exposição: É o passo seguinte do processo de avaliação da exposição; é a quantificação da magnitude, frequência e duração de exposição para as populações e percursos de exposição seleccionados para avaliação quantitativa. Este processo é normalmente conduzido em duas fases: 1 – estimativa de concentração de exposição 2 – quantificação de “entradas” (intakes) para cada percurso específico Conceitos básicos: Exposição – define-se como o contacto do organismo com um agente físico ou químico. Se a exposição ocorre durante um período de tempo, a exposição total é dividida pelo período de tempo para obter uma média de taxa de exposição por unidade de tempo. Também pode ser expressa como função do peso d o corpo. Neste modelo, a exposição normalizada para o tempo e o peso do corpo denomina-se "intake" e é expressa em unidades de mg químico / kg peso corpo – dia. Equação Geral para calcular (“Intakes”) Entrada de Químico I = C x CR x EFD x 1 BW AT Onde: I = entrada (intake); a quantidade de químico na fronteira de troca com o órgão/organismo (ex., pele, pulmões, intestino, etc.) e disponível para absorção (dose de absorção é a quantidade de químico absorvido para a corrente sanguínea (mg/kg peso do corpo – dia) C = concentração do químico ; a medida de concentração que contacta o organismo durante 1 período de exposição ( ex.: mg / L água) Dados adquiridos por monitorização e/ou combinação de valores de monitorização com modelos ambientais de comportamento e transporte de químico. CR = taxa de contacto; a quantidade de meio contaminado em contacto, por unidade de tempo ou acontecimento (ex.: L/dia). Baseado em estatísticas ou experiência profissional. EFD = duração da frequência e exposição; descreve durante quanto tempo e com que frequência ocorre a exposição. Calculada utilizando 2 termos: EF e ED EF = frequência de exposição (dias/ano) ED= duração de exposição (dias) BW = peso do corpo (body weight) a média de peso do corpo durante o período de exposição (kg) AT = tempo médio; período durante o qual ocorre a exposição (dias) O tempo médio (averaging time) depende do tipo de efeito tóxico -para tóxicos com efeitos no desenvolvimento, as “entradas são calculadas para o tempo médio de ocorrência do acontecimento (ex.: um dia ou um incidente) -para tóxicos agudos – as “entradas” são calculadas para períodos de exposição curtos, que possam a causar um efeito, geralmente um acontecimento ou um dia.
  • 11. -para tóxicos não cancerígenos – as “entradas” são calculadas para o período de exposição. Exposição Residencial: Ingestão de químicos na água de beber (e bebidas fabricadas com água de beber) Equação: I = CW x IR x EF x ED BW x AT Onde: CW= concentração de químico na água (mg/L) IR= taxa de ingestão (L/dia) EF= frequência de exposição (dias/ano) ED= duração de exposição (anos) BW= peso do corpo (kg) AT= média de tempo (período em que é feita a média de exposição) (dias) Valores Variáveis: CW = valor modelado ou medido no local IR = 2L/dia (adultos, EPA 1989), valores específicos de acordo com a idade EF = valor específico para o percurso do químico considerado (para residentes, geralmente é diário – 365 dias/ano) ED = 70 anos (duração de vida) BW = 70KG (média adultos), valores específicos de acordo com a idade AT = Período específico de exposição ao percurso do químico para efeitos não cancerígenos (isto é, ED x 365 dias/ano) e 70 anos para efeitos cancerígenos (isto é, 70 anos x 365 dias/ano) Cálculo de inalação de químico no estado de vapor Exposição Residencial: (menor exposição para trabalhadores e actividades de recreio), inalação de químico atmosférico (fase de vapor) Equação: Intake (mg/kg-dia)= I = CA x IR x ET x EF x ED BW x AT Onde: CA= concentração de contaminante no Ar (mg/m3 ) IR= taxa de inalação (m3 /hora) ET= Tempo de exposição (horas/dia) EF= frequência de exposição (dias/ano) ED= duração de Exposição (anos) BW= peso do corpo (kg) AT= tempo médio (períodos médios de exposição – dias) Valores Variáveis: CA= valor modelado ou determinado no local IR=30 m3 /dia (adulto Õvalor mais elevado) 20 m3 /dia (adulto, média) valores específicos de acordo com a idade ET= valores específicos por percursos (depende da duração da exposição em relação a determinadas actividades. 12 minutos - duche (percentil 90; inclui 90% da população) 7 minutos – duche (percentil 50; inclui 50% da população EF = valor específico para percursos (dependente da frequência de duche ou outras actividades relacionadas com a exposição)
  • 12. ED= 70 anos (período de vida) BW= 70 KG (média adultos) Valores específicos com a idade AT= período de exposição específico para os percursos para efeitos não cancerígenos (isto é, ED x 365 dias/ano) e 70 anos (período de vida para efeitos cancerígenos (isto é, 70 anos x 365 dias/anos)). Avaliação de Toxicidade O objectivo da avaliação de toxicidade é analisar a evidência relativamente à possibilidade de determinados contaminantes causarem efeitos adversos em indivíduos expostos e providenciar, quando possível, uma estimativa da relação entre a extensão da exposição a um contaminante e o aumento da possibilidade e/ou severidade de efeitos adversos. A avaliação de toxicidade envolve geralmente 2 passos: 1. identificação de perigos e 2. avaliação dose-resposta. A identificação de perigos é o processo que determina se a exposição a um agente pode causar um aumento na incidência de um efeito adverso para a saúde (ex., cancro, defeito de nascimento) e se o efeito adverso tem a probabilidade de ocorrer em humanos. A avaliação dose-resposta, é o processo de quantitativamente avaliar a informação toxicológica e de caracterizar a relação entre a dose de contaminante administrado ou recebido e a incidência de efeitos adversos na saúde da população exposta. A partir desta relação quantitativa D-R, derivam-se valores de toxicidade (ex., doses de referência e factores de declive (slope factors) que podem ser utilizados para estimar a incidência ou potencial para efeitos adversos como função da exposição humana ao agente. Estes valores são usados na caracterização de risco para estimar a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos em humanos decorrentes de exposição a diferentes níveis. Dose de referência (RfD)– Valores preferenciais de toxicidade (da EPA) para avaliar efeitos não-cancerígenos resultantes da exposição a locais contaminados. Dose de referência crónica – Uma estimativa da entrada diária de exposição para a população humana, incluindo grupos sensíveis, que é possível de não causar riscos apreciáveis ou efeitos negativos durante o período de vida. Os valores de dose de referencia crónica são especificamente desenvolvidos para serem protectores para exposições de longo termo a um contaminante (de 7 anos ao período de vida). Factor de declive (slope factor) (SF) – uma estimativa do limite superior da probabilidade de resposta por unidade de entrada de químico durante o período de vida. O factor de declive é utilisado para detyerminar um limite superior de probabilidade de um indivíduo desenvolver cancro como resultado da exposição, durante o seu período de vida, a um nível particular de potencial cancerígeno. (assume uma relação linear de exposição a pequenas doses de contaminante; SF é constante e o risco será directamente afectado pela entrada de contaminante, mas só é viável para baixas doses). Caracterização de Risco O passo final da análise de risco é a caracterização de risco. Neste ponto a avaliação de exposição e toxicidade são sumariadas e integradas em expressões de risco quantitativas e qualitativas. - Revisão de outputs de avaliação de exposiição de toxicidade; - Quantificar riscos postos por químicos individuais; - Quantificar riscos de químicos múltiplos; - Combinar riscos através de percursos de exposição;
  • 13. - Avaliar a apresentar incertezas; - Considerar estudos humanos específicos para o local Quantificação de Riscos: para indíces de perigo para efeitos cancerígenos e não cancerígenos a serem aplicados a cada percurso de exposição analisado. 1.Cálculo de riscos para substâncias individuais: a) Efeitos cancerígenos Equação de Risco Linear (baixos níveis de risco R < 0.01) Risco = CDI x SF Onde: Risco: uma probabilidade de um indivíduo desenvolver cancro (ex., 2 x 10-5 ); sem unidades CDI: (chronic daily intake) entrada diári crónica ao longo de 70 anos (mg/kg-dia) SF: (slope factor): factor de declive; (mg/kg-dia)-1 c) Efeitos não cancerígenos A forma de descrever a possibilidade de ocorrência de toxicidade humana devido a substâncias não cancerígenas, não é expressa como uma probabilidade de um indivíduo sofrer um efeito adverso. O potencial para ocorrência de efeitos não cancerígenos é avaliada comparando o nível de exposição durante um período específico (ex., duração de vida) com a dose de referência derivada para um período semelhante. Esta razão de exposição à toxicidade é denominada quociente de perigo (hazard quotient). Quociente de perigo para não cancerígenos(HQ): HQ = E/RfD Onde: E = nível de exposição (ou inntake) RfD = dose de referência E e RfD são expressos nas mesmas unidades e representam o mesmo períodod de exposição (crónica, sub-crónica e curto prazo) Para múltiplas exposições faz-se o somatório (adição) dos diferentes riscos ocorridos. Bibliografia: USEPA, 1989, “Risk Assessment Guidance for Superfund. Volume I. Human Health Evaluation Manual (Part A)”. Louvar, Joseph F, Louvar, B. Diane, “Health and Environmental Risk Analysis. Fundamentals with Applications,” Prentice Hall PTR, 1998. Taylor, J. R., “Risk Analysis for Process Plant, Pipelines and Transport,” E&FN Spon, 1994. OECD, 1997, “Report of the OECD Workshop on Risk Assessment and Risk Communication in the Context of Chemical Accident Prevention, Preparedness and Response”.