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IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
sumário
1 | Contextualização
2 | Conceito de Agentes Biológicos
3 | Procedimentos de Medição
3.1 | Visão do Processo de Medição
4 | Classificação dos Agentes de Risco
5 | Exposição aos Agentes Biológicos nos Ambientes de Trabalho
5.1 | Acidentes de Trabalho com Material Biológico
5.2 | Biossegurança no Trabalho em Frigoríficos
5.3 | Risco Biológico em Trabalhadores de Enfermagem
5.4 | Investigação de Acidentes Biológicos entre Profissionais de Saúde
5.5 | Riscos Biológicos no Processo de Trabalho de Coletores de Lixo Urbano
6 | Ações Preventivas e Corretivas
Fique por Dentro da Nossa Tecnologia
Referências
3
5
7
7
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10
10
15
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21
26
28
31
32
3
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
1 | Contextualização
Estamos lançando o 6º eBook da série de publi-
cações relacionadas com os principais fatores de
exposição que quando deixam de ser monitora-
dos e controlados provocam acidentes de traba-
lho ou doenças ocupacionais. É um trabalho de-
senvolvido em parceria com pesquisadores da
Universidade Estadual de Maringá (UEM). Agora,
será abordada a exposição aos agentes biológi-
cos considerando a revisão da Norma Regula-
mentadora 15 - NR 15 – Atividades e Operações
Insalubres.
O objetivo deste eBook é apresentar as caracte-
rísticas sobre a exposição dos trabalhadores aos
agentes biológicos em diferentes ambientes de
trabalho e apresentar os novos requisitos descri-
tos no Anexo 14 da Norma Regulamentadora 15
(NR 15, 2019).
Para apresentar as características da exposição
aos agentes biológicos nos ambientes de traba-
lho foram utilizados diferentes trabalhos cien-
tíficos relacionados com acidentes de trabalho
com material biológico (JULIO; FILARDI; MAR-
ZIALE, 2014), Biossegurança no trabalho em fri-
goríficos (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013),
Risco Biológico dos Profissionais da Saúde (SOA-
RES et al., 2011) (SILVA et al., 2009) e riscos bio-
lógicos no processo de trabalho de coletores de
lixo (LAZZARI; REIS, 2011).
4
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
A NR-15 (2019) identifica as atividades consi-
deradas insalubres, considerando os limites de
tolerância para cada agente ocupacional (ruído,
calor, frio, vibração, agentes químicos e bioló-
gicos, entre outros). Estas Informações permi-
tem descrever a terminologia usada na análise
do agente, caracterizar a exposição dos traba-
lhadores aos agentes biológicos em diferentes
ambientes de trabalho e estabelecer recomen-
dações para reduzir os riscos de exposição dos
trabalhadores.
5
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
2 | Conceito de Agentes Biológicos
Os agentes biológicos são definidos como mi-
crorganismos, culturas de células (crescimento
de células in vitro), parasitas (organismos que
possuem hospedeiros), toxinas (substâncias
químicas com efeitos biológicos contrários ao
ser humano) e príons (partículas infecciosas).
Os agentes biológicos são categorizados em 4
classes de risco:
Classe 1 - risco baixo de prejudicar os colabora-
dores, tanto individualmente quanto no coleti-
vo;
Classe 2 - os riscos aos colaboradores são mo-
derados, porém, a probabilidade de dispersão é
baixa e há tratamento ou profilaxia eficazes;
Classe 3 - riscos elevados aos colaboradores, há
probabilidade de dispersão para os outros indi-
víduos e não há garantia de tratamento ou pro-
filaxia;
Classe 4 - os riscos individuais e de dissemina-
ção são elevados com possibilidade de provocar
doenças que, além de graves não apresentam
tratamento ou profilaxia.
Define-se como profilaxia a adoção de medidas
preventivas para minimizar os efeitos causados
devido a doenças e, patogenicidade é conside-
rada como o potencial que o agente biológico
apresenta de provocar doenças e a transmissi-
bilidade consiste na capacidade que patógeno
contém de ser transmitido a um organismo (NR-
32, 2019).
6
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
O organismo humano tem contato com os agen-
tes biológicos por meio das vias de entrada
que podem ser: cutânea (contato com a pele),
percutânea (quando a perfuração da pele), pa-
renteral (introdução intravenosa, intramuscular
e subcutânea de agentes biológicos), mucosas,
respiratória (inalação) e oral (ingestão). Para que
o agente atinja o colaborador, são necessárias
vias de transmissão que podem ser diretas
(sem o auxílio de veículos ou vetores) ou indire-
tas (com o auxílio de veículos ou vetores, como
mãos, materiais perfurocortantes, vestimentas,
água, entre outros) (NR-32, 2019).
Outro conceito relevante é o de Precauções Pa-
drão (PP) que envolvem medidas que minimi-
zam a dispersão dos agentes biológicos cau-
sadores de doenças ( HOSPITAL DAS CLÍNICAS
- UFTM, 2013).
7
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
3 | Procedimentos de Medição
3.1 Visão do Processo de Medição
A Figura 1 descreve o mapa do processo de medição dos agentes biológicos. Inicialmente, para verifi-
car a insalubridade em relação aos agentes biológicos de um ambiente de trabalho é necessário cole-
tar dados das atividades industriais, do agente biológico e formas de exposição, das possíveis lesões ou
agravos à saúde considerando a exposição, fatores determinantes da exposição, medidas preventivas
já existentes dos grupos de trabalhadores expostos. Após isso, o ambiente deve ser classificado em
relação a insalubridade: grau máximo e médio. E por fim, as medidas de controle devem ser adotadas
(NR 09, 2020; NR-15, 2019).
8
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Figura 1: Processo de Medição dos Agentes Biológicos
medicação dos agentes biológicos -
Engenheiro SST/Técnico
9
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
4 | Classificação dos Agentes de Risco
Os agentes biológicos são classificados confor-
me os riscos: Classe 1, 2, 3 e 4. A Primeira Classe
é composta pelos agentes que não causam da-
nos nos homens ou animais adultos, como por
exemplo, Bacillus subtilis. Assim, oferecem bai-
xo risco tanto no individual quanto no coletivo.
Os agentes da Classe 2, como o vírus da rubéola,
geram infecções nas pessoas e nos animais, po-
rém, com disseminação limitada e com medidas
profiláticas e terapêuticas eficazes, ou seja, ris-
co individual moderado e risco coletivo limitado
(NR-32, 2019; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
A Classe 3 corresponde aos agentes (exemplo:
Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV) com
capacidade de transmissão e de geração de do-
enças letais em pessoas e animais, entretanto, há
algumas medidas profiláticas e terapêuticas. As-
sim, a Classe 3 apresenta um alto risco individual
e moderado no coletivo. E, os agentes da Classe
4, como o vírus da varíola, possuem alta capaci-
dade de transmissão e geração de doenças gra-
ves (sem medidas profiláticas ou terapêuticas)
em pessoas e animais, ou seja, os riscos são altos
tanto considerando o individual, quanto o cole-
tivo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
10
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
5 | Exposição aos Agentes Biológicos
nos Ambientes de Trabalho
A seguir, destacamos os procedimentos, os pa-
râmetros estabelecidos e as medidas adotadas
em diferentes ambientes de trabalho que foram
objetos de estudo para a realização da análise
de exposição aos agentes biológicos. Os impac-
tos dos agentes biológicos nos ambientes de
trabalho analisados são descritos a partir dos
trabalhos científicos que destacam acidentes
de trabalho com material biológico (JULIO; FI-
LARDI; MARZIALE, 2014) frigoríficos (MARRA; DE
SOUZA; CARDOSO, 2013), áreas da saúde (SILVA
et al., 2009; SOARES et al., 2011) e operações de
coleta de lixo (LAZZARI; REIS, 2011).
5.1 Acidentes de Trabalho com Material
Biológico
A pesquisa intitulada como “Acidentes de tra-
balho com material biológico ocorridos em mu-
nicípios de Minas Gerais” (JULIO; FILARDI; MAR-
ZIALE, 2014) identifica, por meio do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
entre janeiro de 2007 a maio de 2011, os aciden-
tes relacionados à exposição aos agentes bio-
lógicos no Sul de Minas Gerais que é composto
por 50 municípios incluídos na Superintendên-
cia Regional de Saúde (SRS) e divididos em cinco
microrregiões de saúde com apoio em HIV/AIDS
(Serviço de Assistência Especializada - SAE) (JU-
LIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
Para a realização do estudo, as microrregiões fo-
11
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
ram nomeadas como micro 01 (5 municípios),
micro 02 (5 municípios), micro 03 (6 municípios),
micro 04 (24 municípios) e micro 05 (10 municí-
pios) (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
Os principais vírus considerando acidentes de
trabalho são da imunodeficiência humana (HIV)
e das hepatites B (HBV) e C (HCV), visto que,
aproximadamente uma pessoa adquire HIV a
cada 300 indivíduos expostos a sangue contami-
nado por meio da pele. Já em relação à hepatite
B, o risco está entre 6% e 30%, porém, o mesmo
pode alcançar 60% e no caso da hepatite C é de
1,8% (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
Foram identificados 460 acidentes de trabalho
relacionados aos agentes biológicos, sendo que,
foram descartados 17 casos que haviam incon-
sistências. Considerando os colaboradores des-
ses casos, 32,4% apresenta ensino médio com-
pleto (a maioria). Além disso, a Tabela 1 contém
a relação das profissões exercidas pelos mesmos
conforme a Classificação Brasileira de Ocupa-
ções. Faz-se importante ressaltar que, a catego-
ria “outros” envolvem atividades que não sejam
da área da saúde, como advogados, pedagogo,
entre outros (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
12
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
O contato com agentes biológicos ocorreu de-
vido a fatores como descarte inadequado de
material perfurocortante, administração de me-
dicação endovenosa e intramuscular. Conside-
rando os meios de exposição, o principal foi pela
via percutânea e por meio do material sangue
com destaque para a utilização de agulhas com
lúmen no momento do acidente (JULIO; FILAR-
DI; MARZIALE, 2014).
Outro fator relevante é a imunização para He-
patite B, já que, nem todos os profissionais fo-
ram totalmente imunizados por não possuírem
as três doses da vacina. A Tabela 2 classifica a
imunização em relação a atividade desenvolvi-
da que pode ser caracterizada do tipo sim, não,
ignorada ou não preenchida no formulário.
Administrativo
Agente comunitário de saúde
Catador de material reciclável
Enfermeiro
Estudante
Farmacêutico / bioquímico
Fisioterapeuta
Gari
Higiene e limpeza
Médico
Odontólogo
Policial
Técnico / auxiliar de enfermagem
Técnicos de laboratório
Outros
Ignorada
Total
13
5
3
37
20
5
4
24
30
32
18
9
215
19
25
1
460
2,8
1,1
0,7
8,0
4,3
1,1
0,9
5,2
6,5
7,0
3,9
2,0
46,7
4,1
5,4
0,2
100,0
Ocupação n %
Tabela 1 – Trabalhadores da saúde que sofrem
acidentes com material biológico
Fonte: JULIO; FILARDI; MARZIALE (2014).
13
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Administrativo
Policial
Biólogo
Médico
Dentista
Farmacêutico
Enfermeiro
Fisioterapeuta
Higiene e limpeza
Auxiliar e técnico de enfermagem
Auxiliar e técnico de laboratório
Auxiliar de prótese dentária
Gari
Agente comunitário de saúde
Catador de material reciclável
Ignorada
Estudante
Outros
Total
10
6
-
27
14
3
34
3
14
173
10
6
9
3
2
-
15
9
338
2,2
1,3
0,0
5,9
3,0
0,7
7,4
0,7
3,0
37,6
2,2
1,3
2,0
0,7
0,4
0,0
3,3
2,0
73,5
0
2
-
2
2
2
-
1
10
20
3
-
11
-
-
-
3
9
65
0,2
0,2
0,0
0,2
0,2
0,0
0,2
0,0
1,1
2,4
0,0
0,0
0,7
0,4
0,2
0,0
0,2
1,1
7,2
0,0
0,4
0,0
0,4
0,4
0,4
0,0
0,2
2,2
4,3
0,7
0,0
2,4
0,0
0,0
0,0
0,7
2,0
14,1
0
-
1
2
1
-
2
-
2
11
0
-
1
-
-
1
1
2
24
1
1
-
1
1
-
1
-
5
11
0
-
3
2
1
-
1
5
33
0,0
0,0
0,2
0,4
0,2
0,0
0,4
0,0
0,4
2,4
0,0
0,0
0,2
0,0
0,0
0,2
0,2
0,4
5,2
11
9
1
32
18
5
37
4
31
215
13
6
24
5
3
1
20
25
460
Ocupação
Imunização
n
sim não ignorado não
preenchido Total
n n n
% % % %
Fonte: JULIO; FILARDI; MARZIALE (2014).
Tabela 2 – Imunização para Hepatite B conforme a ocupação dos colaboradores
14
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Indicação de quimioprofilaxia
Recusou quimioprofilaxia
Zidovudina e lamivudina (AZT+3TC)
AZT+3TC+indinavir
AZT+3TC+nelfinavir
Imunoglobulina humana contra Hepatite B
Vacina contra hepatite B
Outro ARV- antirretroviral
133
3
69
27
1
11
37
11
28,7
0,6
14,9
5,8
0,2
2,4
8,0
2,4
215
199
143
171
194
187
159
179
8,6
11,0
9,7
10,6
10,6
10,6
10,8
10,2
46,4
43,0
30,9
36,9
41,9
40,4
34,3
38,7
75
210
206
216
219
216
217
226
40
51
45
49
49
49
50
47
16,2
45,4
44,5
46,7
47,3
46,7
46,9
48,8
Conduta
n
sim não ignorado não
preenchido
n n n
% % % %
Tabela 3 – Conduta mediante a ocorrência dos acidentes
E, na Tabela 3 é destacada a conduta ou recomendação médica seguida quando houve o acidente de
trabalho (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
Em relação aos EPIs, verificou-se que em 88,3% dos casos os profissionais não utilizavam proteção
facial, 83% sem óculos, 78,9% sem máscara, 72% os colaboradores não utilizavam avental e em 35,7%
dos casos não foi constatado o uso de luvas (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
Por fim, foi identificado que as fichas utilizadas para a obtenção de informações devem ser preen-
chidas durante o atendimento, visto que, muitos campos não foram preenchidos ou foram omitidos
gerando falhas no meio de aquisição de dados (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
Fonte: Adaptado JULIO; FILARDI; MARZIALE (2014).
15
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
5.2 Biossegurança no Trabalho em Frigoríficos
O artigo “Biossegurança no trabalho em frigoríficos: da margem do lucro à margem da segurança”
(MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013) tem como objetivo de identificar os riscos ocupacionais (com
destaque ao biológico) nos ambientes de trabalho de produtos de origem animal, visto que, os co-
laboradores utilizam equipamentos perfurocortantes e estão constantemente expostos à materiais
com a possibilidade de contaminação, como sangue, vísceras, urina, entre outros. Assim foi realizado
o levantamento dos riscos nos quais os profissionais são submetidos em cada etapa do processo de
abate, conforme o Quadro 1. Embora o foco seja o risco biológico, os colaboradores também estão
expostos ao químico, ergonômico e físico. (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013).
16
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Recepção e condução dos animais
Inconsciência/ atordoamento e Insensibilização
(pistola pneumática, descarga elétrica)
Sangria
Levantamento e escalda dos animais
Esfola (retirada do couro, cascos e chifres)
Evisceração
Remoção e inspeção da cabeça
Remoção e inspeção das vísceras
Reação do animal – coice, chifrada, cabeçada, esforço físico intenso, contato com fezes e
urina.
Stress pela atividade, manuseio de arma, eletricidade, repetitividade, postura inadequa-
da, contato com fezes, urina e vomito, ruído intenso.
Contato com sangue, inalação de aerossóis, stress pela atividade, monotonia, repetiti-
vidade, aplicação de força, queda do animal, manipulação de material perfurocortante
(faca), ruído intenso, piso escorregadio.
Contato com fezes e sangue, inalação de aerossóis, manipulação de material perfuro-
cortante (faca e ganchos), monotonia, repetitividade, hipersolicitação anatômica e/ou
funcional das articulações, em posições extremas, vibrações, aplicação de força, queda
do animal, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, tem-
peratura e umidade excessivas, piso escorregadio.
Contato com fezes, sangue e órgãos, inalação de aerossóis, queda de peças dos animais
(órgãos), manipulação de material perfurocortante (faca), monotonia, repetitividade, hi-
persolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, aplicação de força, eletricida-
de, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, temperatura e umidade
excessivas, piso escorregadio.
Quadro 1 – Riscos de acidentes biológicos em Frigoríficos
Etapa do processo Riscos Biológicos dos Colaboradores
17
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Corte para divisão da carcaça e lavagem das
meias carcaças
Desossa
Resfriamento e armazenamento
Bucharia e triparia (cozimento do estomago e
lavagem dos intestinos)
Graxaria (produção de farinha de osso e carne
para ração animal)
Manipulação de material perfurocortante (faca e moto-serra), monotonia, repetitivida-
de, hipersolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, em posições extremas,
vibrações, aplicação de força, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha
de produção, contato constante com água fria sob pressão, temperatura e umidade ex-
cessivas, piso escorregadio.
Manipulação de material perfurocortante (faca e fragmentos de ossos), repetitividade,
monotonia, hipersolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, em posições ex-
tremas, vibrações, aplicação de força, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de
produção, temperatura e umidade excessivas, piso escorregadio.
Manipulação de material perfurocortante (ganchos, fragmentos ósseos), vibrações, apli-
cação de força, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção,
temperatura excessiva, piso escorregadio.
Contato com fezes, sangue e órgãos, produtos químicos, manipulação de material per-
furocortante (faca), monotonia, repetitividade, eletricidade, ruído intenso, pressa pela
velocidade da linha de produção, temperatura e umidade excessivas, piso escorregadio.
Contato com fezes, sangue e órgãos, produtos químicos, manipulação de material per-
furocortante (faca, fragmentos ósseos, dentes), repetitividade, aplicação de força, eletri-
cidade, ruído intenso, produtos químicos, temperatura e umidade excessivas, piso escor-
regadio.
Etapa do processo Riscos Biológicos dos Colaboradores
Fonte: TAVOLARO et al. 2007; JOHNSON et al. 2011; VASCONCELLOS et al., 2009.; GOMAA et al. 2003; HINRICHSEN, 2010; SARDA et al. 2009; SERRANHEIRA et al.
2007; JOHNSON, NDETAN, 2011; LACHANCE et al., 2010; PACHECO, YAMANAKA, 2006; NETTO, JOHNSON, 2003
18
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Entre os agentes etiológicos mais identificados
nos matadouros foi a Leptospira, causadora da
Leptospirose, que pertence a Classe de Risco 2.
Sendo que, os patógenos são classificados em 4
classes de risco, nos quais, a 1 é a de menor risco.
Esta por sua vez, não foi detalhada. A Classe 2
envolve agentes com potencial de causar infec-
ções com propagação limitada. A Classe 3 pos-
sibilita o desenvolvimento de infecções graves
com contaminação entre os indivíduos pela via
respiratória ou por meio de aerossóis. Já os pató-
genos da Classe 4, causam doenças fatais (MAR-
RA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013).
Por fim, para amenizar ou até mesmo evitar os
danos causados pelos agentes biológicos, faz-se
importante o uso de EPIs e a realização de con-
trole por meio da vigilância, do mapeamento e
identificação dos riscos, treinamentos relaciona-
dos a higiene pessoal e atividades desenvolvi-
das. O conjunto dessas medidas é denominado
Biossegurança (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO,
2013).
5.3 Risco Biológico em Trabalhadores de
Enfermagem
O objetivo da pesquisa intitulada como “Risco
Biológico em Trabalhadores de Enfermagem:
Promovendo a Reflexão e a Prevenção” (SOA-
RES et al., 2011) é verificar o conhecimento dos
colaboradores de um hospital de médio porte
localizado no interior do Paraná em relação ao
risco biológico, já que, profissionais da área da
saúde estão constantemente expostos a mate-
riais biológicos como o sangue que, em casos de
19
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
acidentes, se estiver contaminado possibilita o
desenvolvimento de doenças como a Síndrome
da Imunodeficiência Humana (Aids), Hepatite B
e C (SOARES et al., 2011).
Conforme o Ministério da Saúde, quando há a
ocorrência de acidentes devido a riscos bioló-
gicos pela via cutânea ou percutânea, deve-se
lavar o local exposto com água e sabão. Já con-
tato pela mucosa, utilizar água ou solução salina
fisiológica (SOARES et al., 2011).
Considerando que, a abordagem educativa é
uma das maneiras de prevenir os acidentes de
trabalho, foram realizadas oficinas com assuntos
relacionados ao conceito de risco biológico, ti-
pos de acidentes e como procede o protocolo
de atendimento quando há exposição. As ofi-
cinas tem como objetivo gerar uma aprendiza-
gem compartilhada utilizando atividades em
grupo (SOARES et al., 2011).
Foram realizadas três oficinas que foram con-
duzidas a partir de um acidente com material
perfurocortante no qual o paciente apresentava
HIV positivo. Na primeira oficina, determinou-se
o conceito de risco biológico e a presença do
mesmo no ambiente de trabalho.
Na segunda oficina, foi desenvolvida a árvore de
causas que consiste em identificar as atividades
realizadas no momento do acidente e relacionar
as possíveis causas do mesmo conforme a Figura
2. Por fim, na terceira oficina foi levado em con-
sideração os procedimentos necessários após o
acidente (SOARES et al., 2011).
20
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
coleta de sangue venoso
1 | Manipulava perfurocortante e sangue em EPI compatíveis com o procedimento
6 | É de conhecimento da profissional as tarefas e os riscos da profissão
5 | Condições físicas fornecidas pelo hospital estavam em conformidade
2| Experiência de 6 anos trabalhando na área de Enfermagem, sendo 2 somente na coleta de sangue
3 | A farmacêutica Bioquímica (responsável pelo Banco de Sangue e pela liberação das bolsas de sangue) estava ao lado
no momento do acidente
ERRO HUMANO POR FALTA DE APTIDÃO FÍSICO-MENTAL
4 | Tinham dois pedidos de hemotransfusão, era véspera de feriado, 17h30m o hospital estava agitado. A coleta do
sangue e os exames para liberação das bolsas deveriam ser feitos até as 18h, após, seria necessário chamar o plantão.
Ao colocar a amostra de sangue no tubo, a técnica de enfermagem perfurou a mão esquerda.
ERRO HUMANO POR MOTIVAÇÃO INCORRETA
Figura 2: Diagrama da Árvore de Causas
Fonte: SOARES et al. (2011).
21
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
É possível perceber que, as causas do acidente
são fatores físico-mentais, como estresse e tam-
bém, erro humano como a realização do proce-
dimento em uma velocidade maior que o nor-
mal (SOARES et al., 2011).
Por fim, para reduzir ou até mesmo evitar danos
devido a exposição aos riscos biológicos reco-
menda-se a adoção das Precauções Padrão e
também, verificou-se que a utilização de oficinas
como meio educacional é bem aceita entre os
colaboradores e instiga a reflexão dos mesmos.
5.4 Investigação de Acidentes Biológicos
entre Profissionais de Saúde
A pesquisa intitulada como “Investigação de
Acidentes Biológicos entre Profissionais de Saú-
de”(SILVA et al., 2009) tem como objetivo deter-
minar a profissão exercida em um hospital que
está submetida a maior exposição aos agentes
biológicos e os acidentes mais frequentes en-
volvendo os colaboradores da área da saúde em
Campos dos Goytacazes, RJ. Assim, os médicos
de clínicas especializadas estão expostos entre
0,5 e 3 vezes por ano considerando a exposição
percutânea. A mucocutânea varia entre 0,5 e 7
vezes, também por profissional ao ano. Já os ci-
rurgiões, há entre 80 e 135 exposições ao sangue
por ano com 8 a 15 sendo percutâneas (SILVA et
al., 2009).
22
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Faz-se importante ressaltar que, os colabora-
dores que apresentam contato direto com pa-
cientes apresentam maior exposição. Entretan-
to, outros profissionais também podem sofrer
acidentes decorrentes de materiais biológicos,
como os da limpeza e coletores de lixo que indi-
cam possível descarte inadequado de materiais
perfurocortantes (SILVA et al., 2009).
Foram analisados 183 colaboradores que sofre-
ram acidentes, sendo que, 160 tinham contato
direto e, E, 169 foram por exposição percutânea.
A Tabela 5 identifica o perfil dos colaboradores
acidentados e, conforme, destacado na pesqui-
sa os acidentes de trabalho ocorrem por uma
exposição percutânea (agulhas, bisturi, tesouras
etc.), com 92,4 % dos casos registrados. A lesão
comumente acontece nos dedos da mão (84,6%) e o
principal material biológico é o sangue, com 89,3% dos
casos (SILVA et al., 2009).
23
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Sexo
Masculino
Feminino
Idade (anos)
Média (μ) ± DESVIO PADRÃO (σ)
Variação
<20
20-40
>40
Ocupação
Com contato direto com paciente:
Médico
Enfermeiro
Odontologista
Fisioterapeuta
Auxiliar/técnico de enfermagem
Auxiliar/técnico de laboratório
Técnico de consultório dentário
Acadêmicos de Medicina ou Odontologia
Estagiários de nível médio (enfermagem ou patologia clínica)
Sem contato direto com o paciente:
Equipe de limpeza
Servidor de limpeza urbana/usina de reciclagem
Funcionário administrativo
27
156
33,0 ±9,8
17 – 55
7
127
49
160
6
4
13
99
8
9
19
2
23
17
3
3
-
14,8
85,2
3,8
69,4
26,8
87,4
3,3
2,2
7,1
54,1
4,4
4,9
10,4
1,1
12,6
9,3
1,6
1,6
-
Característica Qtde. (n) %
Tabela 4 – Características dos colaboradores acidentados
Fonte: SILVA et al. (2009)
24
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
A maioria dos profissionais eram auxiliares e téc-
nicos de enfermagem e os acidentes de traba-
lho aconteceram durante punção venosa perifé-
rica, cirurgias, manuseio de lixo, Administração
de vacinas, anestesias ou Medicamentos via IM
– Intramuscular; SC – Subcutânea e ID – Intra-
dérmica, recapeamento de agulhas e coleta de
sangue.
A segunda categoria com mais acidentes per-
tence aos estudantes de medicina e odontolo-
gia. O principal acidente envolvendo o grupo
com maior índice de acidente foi durante a rea-
lização da punção venosa (Figura 3a.) e, com os
estudantes, foram nas cirurgias (Figura 3b. (SIL-
VA et al., 2009).
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Figura 3a) auxiliares/técnicos de enfermagem
frequência de acidentes (%) x tipo de procedimento
reencape de agulhas
durante punção
durante coleta
cirurgias
m
anuseio de lixo
descarte
outro
adm
nistração de m
edicam
entos
10%
27%
4%
17%
7%
3%
16%
15%
25
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
ciam a ausência de EPIs como máscaras e ócu-
los. Há apenas dados em relação a vacina contra
hepatite B, no qual, 167 colaboradores apresen-
tavam a vacina (SILVA et al., 2009).
A fim de minimizar ou até mesmo evitar a ocor-
rência de acidentes, faz-se relevante a adoção
de programas educativos que visem abordar a
exposição a materiais biológicos, envolvendo
assuntos relacionados, como normas de biosse-
gurança, medidas de precauções-padrão, pre-
venções relacionadas ao risco de manuseio de
materiais perfurocortantes. Especificamente, a
identificação e análise das fontes de riscos para
definir as ações e a realização de cursos sobre
biossegurança. O conhecimento pelos colabora-
dores a respeito dos riscos que eles estão expos-
tos faz com que os mesmos sejam mais cautelo-
sos (SILVA et al., 2009).
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Figura 3b) estudantes de medicina e odontologia
frequência de acidentes (%) x tipo de procedimento
outro
cirurgias
admnistração de
medicamentos
reencape de
agulhas
26%
11%
47%
16%
Considerando os EPIs não há informações nas fi-
chas de notificação, entretanto, notificações de
acidentes com mucosa ocular ou oral eviden-
26
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
5.5 Riscos Biológicos no Processo de
Trabalho de Coletores de Lixo Urbano
A pesquisa intitulada como“Os coletores de lixo
urbano no município de Dourados (MS) e sua
percepção sobre os riscos biológicos em seu
processo de trabalho”(LAZZARI; REIS, 2011) tem
como objetivo verificar a exposição a agentes
biológicos na qual os coletores de lixo de Doura-
dos – MS estão expostos, identificando quais os
riscos biológicos. Embora o foco do estudo seja
os agentes biológicos que estão presentes por
meio de patógenos (vírus, bactérias, entre ou-
tros), os colaboradores responsáveis pela coleta
de lixo estão expostos aos agentes físicos, quí-
micos, mecânicos, sociais e ergonômicos (LAZ-
ZARI; REIS, 2011).
Os efeitos causados pelos patógenos no orga-
nismo podem ser alergias, infecções ou até mes-
mo parasitoses e, a exposição pelos mesmos
ocorrem por meio da pele, mucosas (olhos, nariz
e boca), ingestão ou inalação. No ambiente de
trabalho dos coletores de lixo, há contato com
diversos materiais perfuro cortantes que, em
conjunto com as luvas utilizadas, propiciam a
ocorrência de acidentes, já que as mesmas não
apresentam a proteção adequada. Alguns dos
agentes patogênicos são Leptospira interrogans
(causador da leptospirose) e Clostridium tetani
(causador do tétano) (LAZZARI; REIS, 2011).
A empresa que realiza a coleta de lixo da cidade
é composta for 60 colaboradores, sendo que, 42
são coletores de lixo. Destes, 40% trabalham du-
rante a noite (18h às 2h da manhã) e, 60% execu-
tam as atividades das 7h às 17h). Os funcionários
27
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
são divididos por caminhão de coleta (1 motoris-
ta e de dois a quatro para realizar a coleta). A jor-
nada de trabalho envolve percorrer entre 15km
e 30km correndo (LAZZARI; REIS, 2011).
Foram realizadas 8 entrevistas com duração de
aproximadamente 40 minutos cada e, os cola-
boradores participantes afirmaram que é co-
mum a ocorrência de acidentes com materiais
perfurocortantes, como vidros e seringas. Ca-
chorros também são fontes de acidentes devi-
do a mordidas. O fato de realizar as atividades o
mais rápido possível colabora para os incidentes
(LAZZARI; REIS, 2011).
Um episódio ocorrido durante a jornada de tra-
balho, foi a perfuração de um colaborador com
uma agulha e, o mesmo não realizou consulta
médica para verificar a presença de patógenos,
o que comprova a ausência de conhecimento
em relação aos riscos biológicos (LAZZARI; REIS,
2011).
Por fim, foi possível perceber que, faz-se relevan-
te promover treinamentos relacionados a como
reagir mediante a ocorrência de acidentes no
ambiente de trabalho e também como preveni-
-los. A população em geral deve ser conscienti-
zada em relação ao descarte de lixo que, se reali-
zado corretamente reduz os incidentes.
28
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
6 | Ações Preventivas e Corretivas
O Anexo 2 da NR-32 (NR-32, 2019) destaca a ela-
boração de um plano efetivo de prevenção de
riscos de acidentes com materiais perfurocor-
tantes, no qual a revisão do mesmo é necessária
no mínimo uma vez ao ano. Esse plano deve ser
organizado por uma comissão multidisciplinar
que além disso, deve analisar os riscos e os aci-
dentes envolvendo materiais perfurocortantes
e verificar as informações do Programa de Ge-
renciamento de Risco (PGR), a Análise de Riscos
Ambientais e do Programa de Controle de Mé-
dico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Deve-se
determinar as situações prioritárias para tomada
de decisão que envolvem materiais com maior
transmissibilidade, frequência de ocorrência do
acidente, número de colaboradores expostos e
número elevado de incidentes durante a limpe-
za (NR-32, 2019).
Com o objetivo de prevenir os acidentes, o pla-
no determina uma hierarquia de ações: substi-
tuir o uso de perfurocortantes quando possível,
utilizar controles de engenharia no ambiente,
como coletores de descarte (Figura 4a), adquirir,
quando existente, material perfurocortante com
dispositivos de segurança (Figura 4b) e por fim,
modificar as práticas de trabalho para garantir
a preservação da saúde dos colaboradores. Faz-
-se importante ressaltar que, a substituição por
materiais com dispositivos de segurança deve
ser realizada primeiramente nos equipamen-
tos prioritários mediante testes e verificação do
desempenho em relação aos funcionários e pa-
cientes (NR-32, 2019).
29
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
a) Coletor de descarte comum
b) Coletor de descarte com
dispositivo de segurança
Figura 4: Dispositivo de coleta pessoal
Fonte: FUNDACENTRO (2017).
Há a necessidade de treinamentos aos cola-
boradores previamente a implementação de
qualquer medida preventiva e também, o mo-
nitoramento da exposição a agentes biológicos,
verificando os dados antes do plano e após (NR-
32, 2019).
Um conjunto de medidas essenciais, são as Pre-
cauções Padrão (PP) que envolvem a higieniza-
ção das mãos, o uso de luvas, avental, óculos e
máscara e a aquisição de caixa perfurocortante
para descarte de materiais. A adoção da profila-
xia e a imunização dos colaboradores por meio
da vacina para Hepatite B também auxilia na
preservação da saúde dos colaboradores. (AN-
VISA, 2020; JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014)
30
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
A implementação de EPIs (Figura 5) é outro fator essencial, e envolve o uso de equipamentos como
luvas, máscaras, protetor facial, e jaleco ou avental quando houver presença, com contato direto de
sangue ou fluidos corporais (SILVA et al., 2009).
Figura 5: Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)
Luva descartável - CA 35633
Marca: Volk
Protetor Facial
Referência super-shield-01
Marca: SuperEpi
Máscara Cirúrgica Tripla
Referência 0663653
Marca: Nutriex
Avental Hospitalar
Referência Dmx0791
Fonte: Dmx0791
Fonte: SUPEREPI (2020)
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32
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Referências
ANVISA. Precauções Padrão. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/
precaucoes_a3.pdf>. Acesso em: 01 de Jul. 2020.
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). NR-
09 - AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES
OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E
BIOLÓGICOS. Disponível em: <https://enit.trabalho.
gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-
atualizada-2020.pdf>. Acesso em: 01 de Jul. 2020.
Escola Nacional da Inspeção doTrabalho (ENIT). Norma
Regulamentadora 15. Disponível em: <https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/
NR-15-atualizada-2019.pdf Acesso em: 20 de Abr. 2020.
Escola Nacional da Inspeção doTrabalho (ENIT). Norma
Regulamentadora 32. Disponível em: <https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/
NR-32.pdf>. Acesso em: 22 Jun. 2020.
FUNDACENTRO. PARECER TÉCNICO - COLETORES DE
DESCARTE DE PERFUROCORTANTES EM SERVIÇOS
DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.fundacentro.
gov.br/biblioteca/biblioteca- digital/acervodigital/
detalhe/2017/7/parecer-tecnico-coletores-de-
descarte-de-perfurocortantes-em-servicos-de-
saude>. Acesso em: 01 de Jul. 2020.
Gomaa NF, El-Derea HB, ElI-Adham E. Hazard analysis
and critical point identification at Abiss slaughter
house in Alexandria. J Egypt Public Health Assoc 2003;
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33
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Hinrichsen L. Manufacturing technology in the
Danish pig slaughter industry. Meat Sci 2010;
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poultry slaughtering/processing plant workers
belonging to a union pension fund. Environ Int 2011;
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JULIO, R. S. IQUEIR.; FILARDI, M. B. ORSAT. S.; MARZIALE,
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Lachance DH, Lennon VA, Pittock SJ, Tracy JA, Krecke
KN, Amrami KK, Poeschla EM, Orenstein R, Scheithauer
BW, Sejvar JJ, Holzbauer S, Devries AS, Dyck PJ. An
outbreak of neurological autoimmunity with
polyradiculoneuropathy in workers exposed to
aerosolised porcine neural tissue: a descriptive
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LAZZARI, M. A.; REIS, C. B. Os coletores de lixo urbano
no município de Dourados (MS) e sua percepção
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MARRA, G. C.; DE SOUZA, L. H.; CARDOSO, T. A. DE O.
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Saude Coletiva, v. 18, n. 11, p. 3259–3271, 2013.
34
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Classificação de Risco dos
Agentes Biológicos. Disponível em: <https://bvsms.
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agentes_biologicos_3ed.pdf.> Acesso em: 17 de St.
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Netto GF, Johnson ES. Mortality in workers in poultry
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poultry cohort study. Occup Environ Med 2003;
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Pacheco JW, Yamanaka HT. Guia técnico ambiental de
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Sarda SE, Ruiz RC, Kirtschig G. Juridical tutelage
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public service considerations. Acta Fisiatr 2009;
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Serranheira F, Uva A, Espírito-Santo J. Risco de
LMEMSLT em actividades de abate e desmancha de
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SOARES, L. G. et al. Risco Biológico Em Trabalhadores
De Enfermagem: Promovendo a Reflexão E a
Prevenção. Cogitare Enfermagem, v. 16, n. 2, 2011.
SUPEREPI.EPIs.Disponívelem:<https://www.superepi.
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Tavolaro P, Bicudo Pereira IMT, Pelicioni MCF, Oliveira
CAF. Empowerment como forma de prevenção
de problemas de saúde em trabalhadores de
abatedouros. Rev Saude Publica 2007; 41(2):307-312.
Vasconcellos MC, Pignatti MG, Pignati WA. Emprego
e acidentes de trabalho na indústria frigorífica em
áreas de expansão do agronegócio. Mato Grosso,
Brasil. Saude soc. 2009; 18(4):662-672.
35
IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO
Larissa Brambila Estevo
É bolsista de Iniciação Tecnológica do CNPq pelo projeto
Desenvolvimento do Smart PPRA – Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais. Cursando o 4° ano de Engenharia de Produção
com ênfase em Software na Universidade Estadual de Maringá –
UEM.
Orientador: Eng.-Dr. Edwin Vladimir Cardoza Galdamez.
Coorientadora: Enga.-Dra.Gislaine Camila Lapasini Leal.
Contato: lbrambila280@gmail.com
Colaboradora
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  • 1.
  • 2. 2 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO sumário 1 | Contextualização 2 | Conceito de Agentes Biológicos 3 | Procedimentos de Medição 3.1 | Visão do Processo de Medição 4 | Classificação dos Agentes de Risco 5 | Exposição aos Agentes Biológicos nos Ambientes de Trabalho 5.1 | Acidentes de Trabalho com Material Biológico 5.2 | Biossegurança no Trabalho em Frigoríficos 5.3 | Risco Biológico em Trabalhadores de Enfermagem 5.4 | Investigação de Acidentes Biológicos entre Profissionais de Saúde 5.5 | Riscos Biológicos no Processo de Trabalho de Coletores de Lixo Urbano 6 | Ações Preventivas e Corretivas Fique por Dentro da Nossa Tecnologia Referências 3 5 7 7 9 10 10 15 18 21 26 28 31 32
  • 3. 3 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 1 | Contextualização Estamos lançando o 6º eBook da série de publi- cações relacionadas com os principais fatores de exposição que quando deixam de ser monitora- dos e controlados provocam acidentes de traba- lho ou doenças ocupacionais. É um trabalho de- senvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Agora, será abordada a exposição aos agentes biológi- cos considerando a revisão da Norma Regula- mentadora 15 - NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. O objetivo deste eBook é apresentar as caracte- rísticas sobre a exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos em diferentes ambientes de trabalho e apresentar os novos requisitos descri- tos no Anexo 14 da Norma Regulamentadora 15 (NR 15, 2019). Para apresentar as características da exposição aos agentes biológicos nos ambientes de traba- lho foram utilizados diferentes trabalhos cien- tíficos relacionados com acidentes de trabalho com material biológico (JULIO; FILARDI; MAR- ZIALE, 2014), Biossegurança no trabalho em fri- goríficos (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013), Risco Biológico dos Profissionais da Saúde (SOA- RES et al., 2011) (SILVA et al., 2009) e riscos bio- lógicos no processo de trabalho de coletores de lixo (LAZZARI; REIS, 2011).
  • 4. 4 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO A NR-15 (2019) identifica as atividades consi- deradas insalubres, considerando os limites de tolerância para cada agente ocupacional (ruído, calor, frio, vibração, agentes químicos e bioló- gicos, entre outros). Estas Informações permi- tem descrever a terminologia usada na análise do agente, caracterizar a exposição dos traba- lhadores aos agentes biológicos em diferentes ambientes de trabalho e estabelecer recomen- dações para reduzir os riscos de exposição dos trabalhadores.
  • 5. 5 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 2 | Conceito de Agentes Biológicos Os agentes biológicos são definidos como mi- crorganismos, culturas de células (crescimento de células in vitro), parasitas (organismos que possuem hospedeiros), toxinas (substâncias químicas com efeitos biológicos contrários ao ser humano) e príons (partículas infecciosas). Os agentes biológicos são categorizados em 4 classes de risco: Classe 1 - risco baixo de prejudicar os colabora- dores, tanto individualmente quanto no coleti- vo; Classe 2 - os riscos aos colaboradores são mo- derados, porém, a probabilidade de dispersão é baixa e há tratamento ou profilaxia eficazes; Classe 3 - riscos elevados aos colaboradores, há probabilidade de dispersão para os outros indi- víduos e não há garantia de tratamento ou pro- filaxia; Classe 4 - os riscos individuais e de dissemina- ção são elevados com possibilidade de provocar doenças que, além de graves não apresentam tratamento ou profilaxia. Define-se como profilaxia a adoção de medidas preventivas para minimizar os efeitos causados devido a doenças e, patogenicidade é conside- rada como o potencial que o agente biológico apresenta de provocar doenças e a transmissi- bilidade consiste na capacidade que patógeno contém de ser transmitido a um organismo (NR- 32, 2019).
  • 6. 6 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO O organismo humano tem contato com os agen- tes biológicos por meio das vias de entrada que podem ser: cutânea (contato com a pele), percutânea (quando a perfuração da pele), pa- renteral (introdução intravenosa, intramuscular e subcutânea de agentes biológicos), mucosas, respiratória (inalação) e oral (ingestão). Para que o agente atinja o colaborador, são necessárias vias de transmissão que podem ser diretas (sem o auxílio de veículos ou vetores) ou indire- tas (com o auxílio de veículos ou vetores, como mãos, materiais perfurocortantes, vestimentas, água, entre outros) (NR-32, 2019). Outro conceito relevante é o de Precauções Pa- drão (PP) que envolvem medidas que minimi- zam a dispersão dos agentes biológicos cau- sadores de doenças ( HOSPITAL DAS CLÍNICAS - UFTM, 2013).
  • 7. 7 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 3 | Procedimentos de Medição 3.1 Visão do Processo de Medição A Figura 1 descreve o mapa do processo de medição dos agentes biológicos. Inicialmente, para verifi- car a insalubridade em relação aos agentes biológicos de um ambiente de trabalho é necessário cole- tar dados das atividades industriais, do agente biológico e formas de exposição, das possíveis lesões ou agravos à saúde considerando a exposição, fatores determinantes da exposição, medidas preventivas já existentes dos grupos de trabalhadores expostos. Após isso, o ambiente deve ser classificado em relação a insalubridade: grau máximo e médio. E por fim, as medidas de controle devem ser adotadas (NR 09, 2020; NR-15, 2019).
  • 8. 8 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Figura 1: Processo de Medição dos Agentes Biológicos medicação dos agentes biológicos - Engenheiro SST/Técnico
  • 9. 9 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 4 | Classificação dos Agentes de Risco Os agentes biológicos são classificados confor- me os riscos: Classe 1, 2, 3 e 4. A Primeira Classe é composta pelos agentes que não causam da- nos nos homens ou animais adultos, como por exemplo, Bacillus subtilis. Assim, oferecem bai- xo risco tanto no individual quanto no coletivo. Os agentes da Classe 2, como o vírus da rubéola, geram infecções nas pessoas e nos animais, po- rém, com disseminação limitada e com medidas profiláticas e terapêuticas eficazes, ou seja, ris- co individual moderado e risco coletivo limitado (NR-32, 2019; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). A Classe 3 corresponde aos agentes (exemplo: Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV) com capacidade de transmissão e de geração de do- enças letais em pessoas e animais, entretanto, há algumas medidas profiláticas e terapêuticas. As- sim, a Classe 3 apresenta um alto risco individual e moderado no coletivo. E, os agentes da Classe 4, como o vírus da varíola, possuem alta capaci- dade de transmissão e geração de doenças gra- ves (sem medidas profiláticas ou terapêuticas) em pessoas e animais, ou seja, os riscos são altos tanto considerando o individual, quanto o cole- tivo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
  • 10. 10 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 5 | Exposição aos Agentes Biológicos nos Ambientes de Trabalho A seguir, destacamos os procedimentos, os pa- râmetros estabelecidos e as medidas adotadas em diferentes ambientes de trabalho que foram objetos de estudo para a realização da análise de exposição aos agentes biológicos. Os impac- tos dos agentes biológicos nos ambientes de trabalho analisados são descritos a partir dos trabalhos científicos que destacam acidentes de trabalho com material biológico (JULIO; FI- LARDI; MARZIALE, 2014) frigoríficos (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013), áreas da saúde (SILVA et al., 2009; SOARES et al., 2011) e operações de coleta de lixo (LAZZARI; REIS, 2011). 5.1 Acidentes de Trabalho com Material Biológico A pesquisa intitulada como “Acidentes de tra- balho com material biológico ocorridos em mu- nicípios de Minas Gerais” (JULIO; FILARDI; MAR- ZIALE, 2014) identifica, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre janeiro de 2007 a maio de 2011, os aciden- tes relacionados à exposição aos agentes bio- lógicos no Sul de Minas Gerais que é composto por 50 municípios incluídos na Superintendên- cia Regional de Saúde (SRS) e divididos em cinco microrregiões de saúde com apoio em HIV/AIDS (Serviço de Assistência Especializada - SAE) (JU- LIO; FILARDI; MARZIALE, 2014). Para a realização do estudo, as microrregiões fo-
  • 11. 11 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO ram nomeadas como micro 01 (5 municípios), micro 02 (5 municípios), micro 03 (6 municípios), micro 04 (24 municípios) e micro 05 (10 municí- pios) (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014). Os principais vírus considerando acidentes de trabalho são da imunodeficiência humana (HIV) e das hepatites B (HBV) e C (HCV), visto que, aproximadamente uma pessoa adquire HIV a cada 300 indivíduos expostos a sangue contami- nado por meio da pele. Já em relação à hepatite B, o risco está entre 6% e 30%, porém, o mesmo pode alcançar 60% e no caso da hepatite C é de 1,8% (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014). Foram identificados 460 acidentes de trabalho relacionados aos agentes biológicos, sendo que, foram descartados 17 casos que haviam incon- sistências. Considerando os colaboradores des- ses casos, 32,4% apresenta ensino médio com- pleto (a maioria). Além disso, a Tabela 1 contém a relação das profissões exercidas pelos mesmos conforme a Classificação Brasileira de Ocupa- ções. Faz-se importante ressaltar que, a catego- ria “outros” envolvem atividades que não sejam da área da saúde, como advogados, pedagogo, entre outros (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).
  • 12. 12 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO O contato com agentes biológicos ocorreu de- vido a fatores como descarte inadequado de material perfurocortante, administração de me- dicação endovenosa e intramuscular. Conside- rando os meios de exposição, o principal foi pela via percutânea e por meio do material sangue com destaque para a utilização de agulhas com lúmen no momento do acidente (JULIO; FILAR- DI; MARZIALE, 2014). Outro fator relevante é a imunização para He- patite B, já que, nem todos os profissionais fo- ram totalmente imunizados por não possuírem as três doses da vacina. A Tabela 2 classifica a imunização em relação a atividade desenvolvi- da que pode ser caracterizada do tipo sim, não, ignorada ou não preenchida no formulário. Administrativo Agente comunitário de saúde Catador de material reciclável Enfermeiro Estudante Farmacêutico / bioquímico Fisioterapeuta Gari Higiene e limpeza Médico Odontólogo Policial Técnico / auxiliar de enfermagem Técnicos de laboratório Outros Ignorada Total 13 5 3 37 20 5 4 24 30 32 18 9 215 19 25 1 460 2,8 1,1 0,7 8,0 4,3 1,1 0,9 5,2 6,5 7,0 3,9 2,0 46,7 4,1 5,4 0,2 100,0 Ocupação n % Tabela 1 – Trabalhadores da saúde que sofrem acidentes com material biológico Fonte: JULIO; FILARDI; MARZIALE (2014).
  • 13. 13 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Administrativo Policial Biólogo Médico Dentista Farmacêutico Enfermeiro Fisioterapeuta Higiene e limpeza Auxiliar e técnico de enfermagem Auxiliar e técnico de laboratório Auxiliar de prótese dentária Gari Agente comunitário de saúde Catador de material reciclável Ignorada Estudante Outros Total 10 6 - 27 14 3 34 3 14 173 10 6 9 3 2 - 15 9 338 2,2 1,3 0,0 5,9 3,0 0,7 7,4 0,7 3,0 37,6 2,2 1,3 2,0 0,7 0,4 0,0 3,3 2,0 73,5 0 2 - 2 2 2 - 1 10 20 3 - 11 - - - 3 9 65 0,2 0,2 0,0 0,2 0,2 0,0 0,2 0,0 1,1 2,4 0,0 0,0 0,7 0,4 0,2 0,0 0,2 1,1 7,2 0,0 0,4 0,0 0,4 0,4 0,4 0,0 0,2 2,2 4,3 0,7 0,0 2,4 0,0 0,0 0,0 0,7 2,0 14,1 0 - 1 2 1 - 2 - 2 11 0 - 1 - - 1 1 2 24 1 1 - 1 1 - 1 - 5 11 0 - 3 2 1 - 1 5 33 0,0 0,0 0,2 0,4 0,2 0,0 0,4 0,0 0,4 2,4 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,2 0,2 0,4 5,2 11 9 1 32 18 5 37 4 31 215 13 6 24 5 3 1 20 25 460 Ocupação Imunização n sim não ignorado não preenchido Total n n n % % % % Fonte: JULIO; FILARDI; MARZIALE (2014). Tabela 2 – Imunização para Hepatite B conforme a ocupação dos colaboradores
  • 14. 14 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Indicação de quimioprofilaxia Recusou quimioprofilaxia Zidovudina e lamivudina (AZT+3TC) AZT+3TC+indinavir AZT+3TC+nelfinavir Imunoglobulina humana contra Hepatite B Vacina contra hepatite B Outro ARV- antirretroviral 133 3 69 27 1 11 37 11 28,7 0,6 14,9 5,8 0,2 2,4 8,0 2,4 215 199 143 171 194 187 159 179 8,6 11,0 9,7 10,6 10,6 10,6 10,8 10,2 46,4 43,0 30,9 36,9 41,9 40,4 34,3 38,7 75 210 206 216 219 216 217 226 40 51 45 49 49 49 50 47 16,2 45,4 44,5 46,7 47,3 46,7 46,9 48,8 Conduta n sim não ignorado não preenchido n n n % % % % Tabela 3 – Conduta mediante a ocorrência dos acidentes E, na Tabela 3 é destacada a conduta ou recomendação médica seguida quando houve o acidente de trabalho (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014). Em relação aos EPIs, verificou-se que em 88,3% dos casos os profissionais não utilizavam proteção facial, 83% sem óculos, 78,9% sem máscara, 72% os colaboradores não utilizavam avental e em 35,7% dos casos não foi constatado o uso de luvas (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014). Por fim, foi identificado que as fichas utilizadas para a obtenção de informações devem ser preen- chidas durante o atendimento, visto que, muitos campos não foram preenchidos ou foram omitidos gerando falhas no meio de aquisição de dados (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014). Fonte: Adaptado JULIO; FILARDI; MARZIALE (2014).
  • 15. 15 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 5.2 Biossegurança no Trabalho em Frigoríficos O artigo “Biossegurança no trabalho em frigoríficos: da margem do lucro à margem da segurança” (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013) tem como objetivo de identificar os riscos ocupacionais (com destaque ao biológico) nos ambientes de trabalho de produtos de origem animal, visto que, os co- laboradores utilizam equipamentos perfurocortantes e estão constantemente expostos à materiais com a possibilidade de contaminação, como sangue, vísceras, urina, entre outros. Assim foi realizado o levantamento dos riscos nos quais os profissionais são submetidos em cada etapa do processo de abate, conforme o Quadro 1. Embora o foco seja o risco biológico, os colaboradores também estão expostos ao químico, ergonômico e físico. (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013).
  • 16. 16 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Recepção e condução dos animais Inconsciência/ atordoamento e Insensibilização (pistola pneumática, descarga elétrica) Sangria Levantamento e escalda dos animais Esfola (retirada do couro, cascos e chifres) Evisceração Remoção e inspeção da cabeça Remoção e inspeção das vísceras Reação do animal – coice, chifrada, cabeçada, esforço físico intenso, contato com fezes e urina. Stress pela atividade, manuseio de arma, eletricidade, repetitividade, postura inadequa- da, contato com fezes, urina e vomito, ruído intenso. Contato com sangue, inalação de aerossóis, stress pela atividade, monotonia, repetiti- vidade, aplicação de força, queda do animal, manipulação de material perfurocortante (faca), ruído intenso, piso escorregadio. Contato com fezes e sangue, inalação de aerossóis, manipulação de material perfuro- cortante (faca e ganchos), monotonia, repetitividade, hipersolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, em posições extremas, vibrações, aplicação de força, queda do animal, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, tem- peratura e umidade excessivas, piso escorregadio. Contato com fezes, sangue e órgãos, inalação de aerossóis, queda de peças dos animais (órgãos), manipulação de material perfurocortante (faca), monotonia, repetitividade, hi- persolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, aplicação de força, eletricida- de, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, temperatura e umidade excessivas, piso escorregadio. Quadro 1 – Riscos de acidentes biológicos em Frigoríficos Etapa do processo Riscos Biológicos dos Colaboradores
  • 17. 17 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Corte para divisão da carcaça e lavagem das meias carcaças Desossa Resfriamento e armazenamento Bucharia e triparia (cozimento do estomago e lavagem dos intestinos) Graxaria (produção de farinha de osso e carne para ração animal) Manipulação de material perfurocortante (faca e moto-serra), monotonia, repetitivida- de, hipersolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, em posições extremas, vibrações, aplicação de força, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, contato constante com água fria sob pressão, temperatura e umidade ex- cessivas, piso escorregadio. Manipulação de material perfurocortante (faca e fragmentos de ossos), repetitividade, monotonia, hipersolicitação anatômica e/ou funcional das articulações, em posições ex- tremas, vibrações, aplicação de força, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, temperatura e umidade excessivas, piso escorregadio. Manipulação de material perfurocortante (ganchos, fragmentos ósseos), vibrações, apli- cação de força, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, temperatura excessiva, piso escorregadio. Contato com fezes, sangue e órgãos, produtos químicos, manipulação de material per- furocortante (faca), monotonia, repetitividade, eletricidade, ruído intenso, pressa pela velocidade da linha de produção, temperatura e umidade excessivas, piso escorregadio. Contato com fezes, sangue e órgãos, produtos químicos, manipulação de material per- furocortante (faca, fragmentos ósseos, dentes), repetitividade, aplicação de força, eletri- cidade, ruído intenso, produtos químicos, temperatura e umidade excessivas, piso escor- regadio. Etapa do processo Riscos Biológicos dos Colaboradores Fonte: TAVOLARO et al. 2007; JOHNSON et al. 2011; VASCONCELLOS et al., 2009.; GOMAA et al. 2003; HINRICHSEN, 2010; SARDA et al. 2009; SERRANHEIRA et al. 2007; JOHNSON, NDETAN, 2011; LACHANCE et al., 2010; PACHECO, YAMANAKA, 2006; NETTO, JOHNSON, 2003
  • 18. 18 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Entre os agentes etiológicos mais identificados nos matadouros foi a Leptospira, causadora da Leptospirose, que pertence a Classe de Risco 2. Sendo que, os patógenos são classificados em 4 classes de risco, nos quais, a 1 é a de menor risco. Esta por sua vez, não foi detalhada. A Classe 2 envolve agentes com potencial de causar infec- ções com propagação limitada. A Classe 3 pos- sibilita o desenvolvimento de infecções graves com contaminação entre os indivíduos pela via respiratória ou por meio de aerossóis. Já os pató- genos da Classe 4, causam doenças fatais (MAR- RA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013). Por fim, para amenizar ou até mesmo evitar os danos causados pelos agentes biológicos, faz-se importante o uso de EPIs e a realização de con- trole por meio da vigilância, do mapeamento e identificação dos riscos, treinamentos relaciona- dos a higiene pessoal e atividades desenvolvi- das. O conjunto dessas medidas é denominado Biossegurança (MARRA; DE SOUZA; CARDOSO, 2013). 5.3 Risco Biológico em Trabalhadores de Enfermagem O objetivo da pesquisa intitulada como “Risco Biológico em Trabalhadores de Enfermagem: Promovendo a Reflexão e a Prevenção” (SOA- RES et al., 2011) é verificar o conhecimento dos colaboradores de um hospital de médio porte localizado no interior do Paraná em relação ao risco biológico, já que, profissionais da área da saúde estão constantemente expostos a mate- riais biológicos como o sangue que, em casos de
  • 19. 19 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO acidentes, se estiver contaminado possibilita o desenvolvimento de doenças como a Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids), Hepatite B e C (SOARES et al., 2011). Conforme o Ministério da Saúde, quando há a ocorrência de acidentes devido a riscos bioló- gicos pela via cutânea ou percutânea, deve-se lavar o local exposto com água e sabão. Já con- tato pela mucosa, utilizar água ou solução salina fisiológica (SOARES et al., 2011). Considerando que, a abordagem educativa é uma das maneiras de prevenir os acidentes de trabalho, foram realizadas oficinas com assuntos relacionados ao conceito de risco biológico, ti- pos de acidentes e como procede o protocolo de atendimento quando há exposição. As ofi- cinas tem como objetivo gerar uma aprendiza- gem compartilhada utilizando atividades em grupo (SOARES et al., 2011). Foram realizadas três oficinas que foram con- duzidas a partir de um acidente com material perfurocortante no qual o paciente apresentava HIV positivo. Na primeira oficina, determinou-se o conceito de risco biológico e a presença do mesmo no ambiente de trabalho. Na segunda oficina, foi desenvolvida a árvore de causas que consiste em identificar as atividades realizadas no momento do acidente e relacionar as possíveis causas do mesmo conforme a Figura 2. Por fim, na terceira oficina foi levado em con- sideração os procedimentos necessários após o acidente (SOARES et al., 2011).
  • 20. 20 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO coleta de sangue venoso 1 | Manipulava perfurocortante e sangue em EPI compatíveis com o procedimento 6 | É de conhecimento da profissional as tarefas e os riscos da profissão 5 | Condições físicas fornecidas pelo hospital estavam em conformidade 2| Experiência de 6 anos trabalhando na área de Enfermagem, sendo 2 somente na coleta de sangue 3 | A farmacêutica Bioquímica (responsável pelo Banco de Sangue e pela liberação das bolsas de sangue) estava ao lado no momento do acidente ERRO HUMANO POR FALTA DE APTIDÃO FÍSICO-MENTAL 4 | Tinham dois pedidos de hemotransfusão, era véspera de feriado, 17h30m o hospital estava agitado. A coleta do sangue e os exames para liberação das bolsas deveriam ser feitos até as 18h, após, seria necessário chamar o plantão. Ao colocar a amostra de sangue no tubo, a técnica de enfermagem perfurou a mão esquerda. ERRO HUMANO POR MOTIVAÇÃO INCORRETA Figura 2: Diagrama da Árvore de Causas Fonte: SOARES et al. (2011).
  • 21. 21 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO É possível perceber que, as causas do acidente são fatores físico-mentais, como estresse e tam- bém, erro humano como a realização do proce- dimento em uma velocidade maior que o nor- mal (SOARES et al., 2011). Por fim, para reduzir ou até mesmo evitar danos devido a exposição aos riscos biológicos reco- menda-se a adoção das Precauções Padrão e também, verificou-se que a utilização de oficinas como meio educacional é bem aceita entre os colaboradores e instiga a reflexão dos mesmos. 5.4 Investigação de Acidentes Biológicos entre Profissionais de Saúde A pesquisa intitulada como “Investigação de Acidentes Biológicos entre Profissionais de Saú- de”(SILVA et al., 2009) tem como objetivo deter- minar a profissão exercida em um hospital que está submetida a maior exposição aos agentes biológicos e os acidentes mais frequentes en- volvendo os colaboradores da área da saúde em Campos dos Goytacazes, RJ. Assim, os médicos de clínicas especializadas estão expostos entre 0,5 e 3 vezes por ano considerando a exposição percutânea. A mucocutânea varia entre 0,5 e 7 vezes, também por profissional ao ano. Já os ci- rurgiões, há entre 80 e 135 exposições ao sangue por ano com 8 a 15 sendo percutâneas (SILVA et al., 2009).
  • 22. 22 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Faz-se importante ressaltar que, os colabora- dores que apresentam contato direto com pa- cientes apresentam maior exposição. Entretan- to, outros profissionais também podem sofrer acidentes decorrentes de materiais biológicos, como os da limpeza e coletores de lixo que indi- cam possível descarte inadequado de materiais perfurocortantes (SILVA et al., 2009). Foram analisados 183 colaboradores que sofre- ram acidentes, sendo que, 160 tinham contato direto e, E, 169 foram por exposição percutânea. A Tabela 5 identifica o perfil dos colaboradores acidentados e, conforme, destacado na pesqui- sa os acidentes de trabalho ocorrem por uma exposição percutânea (agulhas, bisturi, tesouras etc.), com 92,4 % dos casos registrados. A lesão comumente acontece nos dedos da mão (84,6%) e o principal material biológico é o sangue, com 89,3% dos casos (SILVA et al., 2009).
  • 23. 23 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Sexo Masculino Feminino Idade (anos) Média (μ) ± DESVIO PADRÃO (σ) Variação <20 20-40 >40 Ocupação Com contato direto com paciente: Médico Enfermeiro Odontologista Fisioterapeuta Auxiliar/técnico de enfermagem Auxiliar/técnico de laboratório Técnico de consultório dentário Acadêmicos de Medicina ou Odontologia Estagiários de nível médio (enfermagem ou patologia clínica) Sem contato direto com o paciente: Equipe de limpeza Servidor de limpeza urbana/usina de reciclagem Funcionário administrativo 27 156 33,0 ±9,8 17 – 55 7 127 49 160 6 4 13 99 8 9 19 2 23 17 3 3 - 14,8 85,2 3,8 69,4 26,8 87,4 3,3 2,2 7,1 54,1 4,4 4,9 10,4 1,1 12,6 9,3 1,6 1,6 - Característica Qtde. (n) % Tabela 4 – Características dos colaboradores acidentados Fonte: SILVA et al. (2009)
  • 24. 24 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO A maioria dos profissionais eram auxiliares e téc- nicos de enfermagem e os acidentes de traba- lho aconteceram durante punção venosa perifé- rica, cirurgias, manuseio de lixo, Administração de vacinas, anestesias ou Medicamentos via IM – Intramuscular; SC – Subcutânea e ID – Intra- dérmica, recapeamento de agulhas e coleta de sangue. A segunda categoria com mais acidentes per- tence aos estudantes de medicina e odontolo- gia. O principal acidente envolvendo o grupo com maior índice de acidente foi durante a rea- lização da punção venosa (Figura 3a.) e, com os estudantes, foram nas cirurgias (Figura 3b. (SIL- VA et al., 2009). 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Figura 3a) auxiliares/técnicos de enfermagem frequência de acidentes (%) x tipo de procedimento reencape de agulhas durante punção durante coleta cirurgias m anuseio de lixo descarte outro adm nistração de m edicam entos 10% 27% 4% 17% 7% 3% 16% 15%
  • 25. 25 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO ciam a ausência de EPIs como máscaras e ócu- los. Há apenas dados em relação a vacina contra hepatite B, no qual, 167 colaboradores apresen- tavam a vacina (SILVA et al., 2009). A fim de minimizar ou até mesmo evitar a ocor- rência de acidentes, faz-se relevante a adoção de programas educativos que visem abordar a exposição a materiais biológicos, envolvendo assuntos relacionados, como normas de biosse- gurança, medidas de precauções-padrão, pre- venções relacionadas ao risco de manuseio de materiais perfurocortantes. Especificamente, a identificação e análise das fontes de riscos para definir as ações e a realização de cursos sobre biossegurança. O conhecimento pelos colabora- dores a respeito dos riscos que eles estão expos- tos faz com que os mesmos sejam mais cautelo- sos (SILVA et al., 2009). 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Figura 3b) estudantes de medicina e odontologia frequência de acidentes (%) x tipo de procedimento outro cirurgias admnistração de medicamentos reencape de agulhas 26% 11% 47% 16% Considerando os EPIs não há informações nas fi- chas de notificação, entretanto, notificações de acidentes com mucosa ocular ou oral eviden-
  • 26. 26 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 5.5 Riscos Biológicos no Processo de Trabalho de Coletores de Lixo Urbano A pesquisa intitulada como“Os coletores de lixo urbano no município de Dourados (MS) e sua percepção sobre os riscos biológicos em seu processo de trabalho”(LAZZARI; REIS, 2011) tem como objetivo verificar a exposição a agentes biológicos na qual os coletores de lixo de Doura- dos – MS estão expostos, identificando quais os riscos biológicos. Embora o foco do estudo seja os agentes biológicos que estão presentes por meio de patógenos (vírus, bactérias, entre ou- tros), os colaboradores responsáveis pela coleta de lixo estão expostos aos agentes físicos, quí- micos, mecânicos, sociais e ergonômicos (LAZ- ZARI; REIS, 2011). Os efeitos causados pelos patógenos no orga- nismo podem ser alergias, infecções ou até mes- mo parasitoses e, a exposição pelos mesmos ocorrem por meio da pele, mucosas (olhos, nariz e boca), ingestão ou inalação. No ambiente de trabalho dos coletores de lixo, há contato com diversos materiais perfuro cortantes que, em conjunto com as luvas utilizadas, propiciam a ocorrência de acidentes, já que as mesmas não apresentam a proteção adequada. Alguns dos agentes patogênicos são Leptospira interrogans (causador da leptospirose) e Clostridium tetani (causador do tétano) (LAZZARI; REIS, 2011). A empresa que realiza a coleta de lixo da cidade é composta for 60 colaboradores, sendo que, 42 são coletores de lixo. Destes, 40% trabalham du- rante a noite (18h às 2h da manhã) e, 60% execu- tam as atividades das 7h às 17h). Os funcionários
  • 27. 27 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO são divididos por caminhão de coleta (1 motoris- ta e de dois a quatro para realizar a coleta). A jor- nada de trabalho envolve percorrer entre 15km e 30km correndo (LAZZARI; REIS, 2011). Foram realizadas 8 entrevistas com duração de aproximadamente 40 minutos cada e, os cola- boradores participantes afirmaram que é co- mum a ocorrência de acidentes com materiais perfurocortantes, como vidros e seringas. Ca- chorros também são fontes de acidentes devi- do a mordidas. O fato de realizar as atividades o mais rápido possível colabora para os incidentes (LAZZARI; REIS, 2011). Um episódio ocorrido durante a jornada de tra- balho, foi a perfuração de um colaborador com uma agulha e, o mesmo não realizou consulta médica para verificar a presença de patógenos, o que comprova a ausência de conhecimento em relação aos riscos biológicos (LAZZARI; REIS, 2011). Por fim, foi possível perceber que, faz-se relevan- te promover treinamentos relacionados a como reagir mediante a ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho e também como preveni- -los. A população em geral deve ser conscienti- zada em relação ao descarte de lixo que, se reali- zado corretamente reduz os incidentes.
  • 28. 28 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO 6 | Ações Preventivas e Corretivas O Anexo 2 da NR-32 (NR-32, 2019) destaca a ela- boração de um plano efetivo de prevenção de riscos de acidentes com materiais perfurocor- tantes, no qual a revisão do mesmo é necessária no mínimo uma vez ao ano. Esse plano deve ser organizado por uma comissão multidisciplinar que além disso, deve analisar os riscos e os aci- dentes envolvendo materiais perfurocortantes e verificar as informações do Programa de Ge- renciamento de Risco (PGR), a Análise de Riscos Ambientais e do Programa de Controle de Mé- dico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Deve-se determinar as situações prioritárias para tomada de decisão que envolvem materiais com maior transmissibilidade, frequência de ocorrência do acidente, número de colaboradores expostos e número elevado de incidentes durante a limpe- za (NR-32, 2019). Com o objetivo de prevenir os acidentes, o pla- no determina uma hierarquia de ações: substi- tuir o uso de perfurocortantes quando possível, utilizar controles de engenharia no ambiente, como coletores de descarte (Figura 4a), adquirir, quando existente, material perfurocortante com dispositivos de segurança (Figura 4b) e por fim, modificar as práticas de trabalho para garantir a preservação da saúde dos colaboradores. Faz- -se importante ressaltar que, a substituição por materiais com dispositivos de segurança deve ser realizada primeiramente nos equipamen- tos prioritários mediante testes e verificação do desempenho em relação aos funcionários e pa- cientes (NR-32, 2019).
  • 29. 29 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO a) Coletor de descarte comum b) Coletor de descarte com dispositivo de segurança Figura 4: Dispositivo de coleta pessoal Fonte: FUNDACENTRO (2017). Há a necessidade de treinamentos aos cola- boradores previamente a implementação de qualquer medida preventiva e também, o mo- nitoramento da exposição a agentes biológicos, verificando os dados antes do plano e após (NR- 32, 2019). Um conjunto de medidas essenciais, são as Pre- cauções Padrão (PP) que envolvem a higieniza- ção das mãos, o uso de luvas, avental, óculos e máscara e a aquisição de caixa perfurocortante para descarte de materiais. A adoção da profila- xia e a imunização dos colaboradores por meio da vacina para Hepatite B também auxilia na preservação da saúde dos colaboradores. (AN- VISA, 2020; JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014)
  • 30. 30 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO A implementação de EPIs (Figura 5) é outro fator essencial, e envolve o uso de equipamentos como luvas, máscaras, protetor facial, e jaleco ou avental quando houver presença, com contato direto de sangue ou fluidos corporais (SILVA et al., 2009). Figura 5: Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) Luva descartável - CA 35633 Marca: Volk Protetor Facial Referência super-shield-01 Marca: SuperEpi Máscara Cirúrgica Tripla Referência 0663653 Marca: Nutriex Avental Hospitalar Referência Dmx0791 Fonte: Dmx0791 Fonte: SUPEREPI (2020)
  • 31. Fique por Dentro da Nossa Tecnologia Veja como a nossa tecnologia ajuda a melhorar o desempenho da área de SST na indústria no Canal OnSafety. Também podemos agendar uma reunião para apresentar os benefícios do OnSafety, será uma conversa rápida e produtiva. Quer contribuir com alguma publicação ou sugerir algum assunto relacionado com a Saúde e Segurança do Trabalho para a nossa equipe? É só enviar um e-mail com a sua sugestão para: contato@onsafety.com.br
  • 32. 32 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Referências ANVISA. Precauções Padrão. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/ precaucoes_a3.pdf>. Acesso em: 01 de Jul. 2020. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). NR- 09 - AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS. Disponível em: <https://enit.trabalho. gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09- atualizada-2020.pdf>. Acesso em: 01 de Jul. 2020. Escola Nacional da Inspeção doTrabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 15. Disponível em: <https://enit. trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/ NR-15-atualizada-2019.pdf Acesso em: 20 de Abr. 2020. Escola Nacional da Inspeção doTrabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 32. Disponível em: <https://enit. trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/ NR-32.pdf>. Acesso em: 22 Jun. 2020. FUNDACENTRO. PARECER TÉCNICO - COLETORES DE DESCARTE DE PERFUROCORTANTES EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.fundacentro. gov.br/biblioteca/biblioteca- digital/acervodigital/ detalhe/2017/7/parecer-tecnico-coletores-de- descarte-de-perfurocortantes-em-servicos-de- saude>. Acesso em: 01 de Jul. 2020. Gomaa NF, El-Derea HB, ElI-Adham E. Hazard analysis and critical point identification at Abiss slaughter house in Alexandria. J Egypt Public Health Assoc 2003; 78(3-4):287-303.
  • 33. 33 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Hinrichsen L. Manufacturing technology in the Danish pig slaughter industry. Meat Sci 2010; 84(2):271-275. HOSPITALAR, C. D. C. D. I.; MINEIRO, U. F. D. T. PRECAUÇÕES PADRÃO – Contato – Respiratório ( Gotículas , aerossóis). p. 1–8, 2013. Johnson ES, Ndetan H, Felini MJ, Faramawi MF, Singh KP, Choi KM, Qualls-Hampton R. Mortality in workers employed in pig abattoirs and processing plants. Environ Res 2011; 111(6):871-876. Johnson ES, Ndetan H. Non-cancer mortality in poultry slaughtering/processing plant workers belonging to a union pension fund. Environ Int 2011; 37(2):322-327. JULIO, R. S. IQUEIR.; FILARDI, M. B. ORSAT. S.; MARZIALE, M. H. ELEN. P. Work accidents with biological material occurred in municipalities of Minas Gerais. Revista brasileira de enfermagem, v. 67, n. 1, p. 119–126, 2014. Lachance DH, Lennon VA, Pittock SJ, Tracy JA, Krecke KN, Amrami KK, Poeschla EM, Orenstein R, Scheithauer BW, Sejvar JJ, Holzbauer S, Devries AS, Dyck PJ. An outbreak of neurological autoimmunity with polyradiculoneuropathy in workers exposed to aerosolised porcine neural tissue: a descriptive study. Lancet Neurol 2010; 9(1):55-66. LAZZARI, M. A.; REIS, C. B. Os coletores de lixo urbano no município de Dourados (MS) e sua percepção sobre os riscos biológicos em seu processo de trabalho. Ciencia e Saude Coletiva, v. 16, n. 8, p. 3437– 3442, 2011. MARRA, G. C.; DE SOUZA, L. H.; CARDOSO, T. A. DE O. Biossegurança no trabalho em frigoríficos: Da margem do lucro à margem da segurança. Ciencia e Saude Coletiva, v. 18, n. 11, p. 3259–3271, 2013.
  • 34. 34 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. Disponível em: <https://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/classificacao_risco_ agentes_biologicos_3ed.pdf.> Acesso em: 17 de St. 2020. Netto GF, Johnson ES. Mortality in workers in poultry slaughtering/processing plants: the Missouri poultry cohort study. Occup Environ Med 2003; 60(10):784-788. Pacheco JW, Yamanaka HT. Guia técnico ambiental de abates (bovino e suíno). São Paulo: CETESB; 2006. Sarda SE, Ruiz RC, Kirtschig G. Juridical tutelage concerning the health of meat packing workers: public service considerations. Acta Fisiatr 2009; 16(2):59-65. Serranheira F, Uva A, Espírito-Santo J. Risco de LMEMSLT em actividades de abate e desmancha de carnes. Saúde & Trabalho 2007; 6(1):43-61. SILVA, J. A. DA et al. Investigação de acidentes biológicos entre profissionais de saúde. Escola Anna Nery, v. 13, n. 3, p. 508–516, 2009. SOARES, L. G. et al. Risco Biológico Em Trabalhadores De Enfermagem: Promovendo a Reflexão E a Prevenção. Cogitare Enfermagem, v. 16, n. 2, 2011. SUPEREPI.EPIs.Disponívelem:<https://www.superepi. com.br/>. Acesso em: 01 de Jul. 2020. Tavolaro P, Bicudo Pereira IMT, Pelicioni MCF, Oliveira CAF. Empowerment como forma de prevenção de problemas de saúde em trabalhadores de abatedouros. Rev Saude Publica 2007; 41(2):307-312. Vasconcellos MC, Pignatti MG, Pignati WA. Emprego e acidentes de trabalho na indústria frigorífica em áreas de expansão do agronegócio. Mato Grosso, Brasil. Saude soc. 2009; 18(4):662-672.
  • 35. 35 IMPACTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO Larissa Brambila Estevo É bolsista de Iniciação Tecnológica do CNPq pelo projeto Desenvolvimento do Smart PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Cursando o 4° ano de Engenharia de Produção com ênfase em Software na Universidade Estadual de Maringá – UEM. Orientador: Eng.-Dr. Edwin Vladimir Cardoza Galdamez. Coorientadora: Enga.-Dra.Gislaine Camila Lapasini Leal. Contato: lbrambila280@gmail.com Colaboradora
  • 36. nos acompanhe também pelas redes sociais: onsafety.com.br