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Obra:
CIÊNCIA COM CONSCIÊNCIA
de Edgar Morin
Eixo 2: Educação, Cultura e Diferença
Alisson Vercelino Beerbaum
Andréa Franco
Tatiane Mallmann
Elisa Bronzatto
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema
2
Há três séculos, o conhecimento
científico não faz mais do que
provar suas virtudes de verificação
e de descoberta em relação a todos
os outros modos de conhecimento. É
o conhecimento vivo que conduz a
grande aventura da descoberta do
universo, da vida, do homem. (p. 15)
Essa ciência elucidativa e triunfante, apresenta-nos problemas graves que se referem
ao conhecimento que produz, à ação que determina, à sociedade que transforma.
Esse conhecimento vivo é o mesmo que produziu a ameaça do aniquilamento da
humanidade. Para conceber e compreender esse problema, há que acabar com a tola
alternativa da ciência "boa", que só traz benefícios, ou da ciência "má", que só traz
prejuízos. (p. 16)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (O lado Mau)
3
1. O desenvolvimento disciplinar das ciências não traz
unicamente as vantagens da divisão do trabalho, mas também
os inconvenientes do enclausuramento ou fragmentação do
saber.
2. Constituiu-se desligamento das ciências da natureza daquilo
a que se chama prematuramente de ciências do homem.
3. Os conceitos molares de homem, de sociedade, que
perpassam várias disciplinas, são de fato triturados ou
dilacerados entre elas, sem poder ser reconstituídos pelas
tentativas interdisciplinares
4. Tendência para a fragmentação do saber científico tem como
consequência a tendência para o anonimato.
5. O progresso científico produz potencialidades subjugadoras
ou mortais quanto benéficas.
(p. 16-18)
4
Neste sentido:
• progresso inédito dos conhecimentos
científicos, paralelo ao progresso
múltiplo da ignorância;
• progresso dos aspectos benéficos da
ciência, paralelo ao progresso de seus
aspectos nocivos ou mortíferos;
• progresso ampliado dos poderes da
ciência, paralelo à impotência
ampliada dos cientistas a respeito
desses mesmos poderes.
(p. 18)
O "lado mau" da ciência não poderia
ser pura e simplesmente despejado
sobre os políticos, a sociedade, o
capitalismo, a burguesia, o
totalitarismo. Digamos até que a
acusação do político pelo cientista
vem a ser, para o investigador, a
maneira de iludir a tomada de
consciência das inter-retroações de
ciência, sociedade, técnica e política.
(p. 19)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (O lado Mau)
5
• A experimentação científica constitui por si mesma uma técnica de manipulação e o
desenvolvimento das ciências experimentais desenvolve os poderes manipuladores da ciência
sobre as coisas físicas e os seres vivos.
• Assim, a potencialidade de manipulação não está fora da ciência, mas no caráter, que se
tornou inseparável, do processo científico → técnico. O método experimental é um método
de manipulação, que necessita cada vez mais de técnicas, que permitem cada vez mais
manipulações.
• Em função desse processo, a situação e o papel da ciência na sociedade modificaram-se
profundamente desde o século XVII.
• Na origem, os investigadores eram amadores no sentido primitivo do termo: eram ao mesmo
tempo filósofos e cientistas. A atividade científica era sociologicamente marginal, periférica.
• Hoje, a ciência tornou-se poderosa e maciça instituição no centro da sociedade, alimentada,
controlada pelos poderes econômicos e estatais.
(p. 19)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (Uma Era Histórica)
6
• Husserl, há cinquenta anos, tinha diagnosticado
a tarefa cega a eliminação por princípio do
sujeito observador, experimentador e
concebedor da observação, da experimentação
e da concepção eliminou o ator real, o cientista,
homem, intelectual, universitário, espírito
incluído numa cultura, numa sociedade, numa
história.
• Assim, ninguém está mais desarmado do que o
cientista para pensar sua ciência. A questão "o
que é a ciência?" é a única que não tem
resposta cientifica.
(p. 20-21)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (Uma Dupla Tarefa Cega)
7
“ O progresso das certezas científicas, entretanto, não caminha na
direção de uma grande certeza.”
p.23
“E, assim, tanto as ignorâncias como os
conhecimentos provenientes do progresso científico
trazem esclarecimento insubstituível aos problemas
fundamentais ditos filosóficos.”
p. 24
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 2. A verdade da Ciência (A incerteza/certeza)
8
• A ciência é um campo aberto onde as teorias se embatem com os princípios explicativos e as
visões de mundo se chocam com os postulados metafísicos (pluralidade conflitual). Regras do
jogo (empíricas e lógicas): respeito aos dados, obediência a critérios de coerência.
• A vitalidade da ciência reside no conflito de ideologias e dos pressupostos metafísicos.
• O jogo científico da verdade e do erro é superior num universo ideológico, religioso,
político.
“É necessário, portanto, que toda ciência se interrogue sobre suas estruturas ideológicas e seu
enraizamento sociocultural.” (p. 25)
“Falta-nos uma sociologia do conhecimento científico.” (p. 26)
“A verdade da ciência não está unicamente na capitalização das verdades adquiridas, mas no
caráter aberto da aventura que permite, melhor dizendo, que hoje exige a contestação das
suas próprias estruturas de pensamento.” (p. 26)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 2. A verdade da Ciência (A Regra do Jogo)
9
• Não temos de voltar às grandes orientações fixadas para a investigação, mas convém
definir e reconhecer as orientações complementares:
1. que os caracteres institucionais (tecno burocráticos) da ciência não sufoquem, mas
estofem os seus caracteres aventurosos;
2. que cientistas sejam capazes de auto interrogação, e que a ciência seja capaz de
autoanálise;
3. estimular os processos que permitiriam à revolução científica em curso realizar a
transformação das estruturas de pensamento.
• Refletir sobre o problema do investigador;
• Na palavra investigador há algo mais do que o sentido corporativo ou profissional, algo que
concerne à aventura do conhecimento e a seus problemas fundamentais.
• Os sindicatos defendem a "massa" dos investigadores e sua promoção coletiva;
• O mandarinato tende a selecionar indivíduos de "elite", o sindicato, a proteger tudo o que
não diz respeito ao elitismo mandarínico;
(p. 32)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação
10
• As comissões do C.N.R.S. são instâncias em que as influências mandarínicas e sindicais se
disputam ou/e se conjugam de formas muito diversificadas segundo os setores ou
disciplinas.
• Houve, primeiro, a era do feudalismo mandarínico, quando diversidades e oposições entre
mestres sociólogos permitiam certa pluralidade nepótica;
• Os jovens investigadores considerados "brilhantes'', segundo a escolha de um suserano, eram
recrutados depois de negociações discretas;
• A preeminência dos grandes mandarins-sociólogos apagou-se ao longo dos anos 60 em
proveito do recrutamento por consenso médio e das promoções por antigüidade;
Sabemos que um espírito criativo, aberto, liberal pode, se for dotado de poderes, exercer um
"despotismo esclarecido" que favorece a liberdade e a criação, mas sabemos também que não
podemos institucionalizar o princípio do despotismo esclarecido: pelo contrário, temos de
instituir comissões para fazer face aos perigos mais graves do poder incontrolado. (p. 34)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Um sistema não Otimizável)
11
• É nos erros da máquina tecnos-burocráticas que existem recônditos de incúria e de
indolência, mas também espaços de uberdade onde se pode infiltrar e desenvolver a
novidade que brota para a glória da instituição.
• Se o surgimento e o desenvolvimento de uma ideia nova precisam de um campo intelectual
aberto, onde se debatam e se combatam teorias e visões do mundo ou como ameaça,
insanidade aos defensores das doutrinas e disciplinas estabelecidas, então o desenvolvimento
científico necessita fundamentalmente de duas condições:
1. Manutenção e desenvolvimento do pluralismo teórico em todas as instituições e
comissões científicas
2. Proteção do desvio (tolerar/favorecer) no seio das e instituições
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Proteger o desvio)
12
• Supondo que não se pode provar a priori a justeza das iniciativas que comportam probabilidades,
porque, por isso mesmo, comportam riscos, há que correr o risco/probabilidade de confiar a
responsabilidade a um pequeníssimo grupo de pessoas que tenham todas a mesma paixão pela
nova intenção. (p. 35)
• É preciso que os investigadores despertem e se exprimam enquanto investigadores.
• A necessidade de se auto-estudar supõe que os cientistas queiram auto interrogar-se; descobrir
as contradições fundamentais em que desembocam as atividades científicas modernas e as
injunções contraditórias a que esta submetido todo cientista que confronte sua ética do
conhecimento com sua ética cívica e humana. A crise intelectual e a crise espiritual e moral de
cada um diante de sua responsabilidade são as condições sine qua non do processo da
consciência. (p. 35)
PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Proteger o desvio)
13
• É o domínio do domínio da natureza que hoje causa problemas. Esse domínio, é por um lado,
incontrolado e pode conduzir-nos ao aniquilamento; por outro lado, é demasiado controlado
pelos poderes dominantes.
• O problema do controle da atividade cientifica tornou-se crucial e supõe o controle dos
cidadãos sobre o estado que os controla, bem como a recuperação do controle pelos cientistas,
o que exige a tomada de consciência.
• Todo cientista serve a dois deuses ao longo da história da ciência e até hoje, lhe pareceram
absolutamente complementares. O primeiro é a ética do conhecimento, que exige que tudo
seja sacrificado a sede do conhecer. O segundo é o da ética cívica e humana.
• O limite da ética do conhecimento era invisível a priori, e nós o transpusemos sem saber; da qual
o conhecimento traz em si a morte generalizada. Hoje a árvore do conhecimento científico corre
o risco de cair sob o peso dos seus frutos, esmagando Adão, Eva e a infeliz serpente. (p. 36)
PARTE I – 1. PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Os dois Deuses)
• O que é a ciência?
• “o que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser
falível e aceitar ser refutada.” p.38
• A ciência é mais mutável que a teologia: Whitehead.
• Demarcação entre ciência e pseudociência: Karl Popper.
• “não basta que uma teoria seja verificável, é preciso que ela
possa ser falsificada.”p. 38
• Crítica da indução. (p. 38)
PARTE I – 2. O CONHECIMENTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
• O Círculo de Viena: busca pelos enunciados atômicos fundamentados num dado empírico
formalmente definido e dele, construir proposições e teorias para elaboração de um pensamento
verdadeiro, seguro e científico.
• A indução não leva à certeza verdadeira partindo apenas de fatos da observação
verificados. A certeza teórica é baseada na dedução. (p.39)
• Nenhuma teoria pode ser provada para sempre ou resistir para sempre à
falseabilidade.
• Qual é o fundamento da ciência?
“uma teoria não é objetiva; uma teoria não é o reflexo da
realidade; uma teoria é uma construção da mente, uma
construção lógico-matemática que permite responder a
certas perguntas que fazemos ao mundo, à realidade. Uma
teoria se fundamenta em dados objetivos, mas uma
teoria não é objetiva em si mesma.” p.40
PARTE I – 2. O CONHECIMENTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
• O que é progresso? A noção de progresso que utilizamos é verdadeiramente progressista? O
conhecimento de que falamos é verdadeiramente conhecente? É verdadeiramente conhecido?
Progresso significa bens materiais?
• Conhecer o conhecimento
• O conhecimento atual é diferente do conhecimento dos séculos anteriores, a quantidade de
informação e o tempo disponível é outro. Existem vários tipos de conhecimentos(filosóficos,
poéticos, científicos) e também vários tipos de pessoas. O que é a má teoria? É aquela que se
fecha como única verdade. Cita como exemplo o jornal partidário.
• Morin, diz: “os progressos do conhecimento não podem ser identificados com a eliminação da
ignorância. Estamos em uma nuvem de desconhecimento e incerteza, produzida pelo
conhecimento, podemos dizer que essa nuvem é um dos elementos do progresso desde que o
reconheçamos.” (p. 104)
PARTE I – 3. A ideia de progresso do conhecimento (p. 95 -106)
PARTE I – 4. A Epistemologia da Tecnologia (p. 107 -116)
• Epistemologia já está tecnologizada? A tecnologia é um aparelho de controle?
PARTE I – 5. A responsabilidade do pesquisador perante a sociedade e o homem (p. 117 -125)
• Responsabilidade só existe com a consciência/Utilização de um exemplo elucidativo de
Eistein sobre a responsabilidade/ética
• No livro “Como Vejo o Mundo”, do próprio Einstein, ele destaca sua defesa pela paz: “Minha
responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi
uma carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de
experiências de grande envergadura para o estudo e a realização da bomba atômica. Eu o
disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os sábios
alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances de resolvê-lo.
Assumi, portanto, minhas responsabilidades. E, no entanto, sou apaixonadamente um
pacifista e minha maneira de ver não é diferente diante da mortandade em tempo de guerra e
diante de um crime em tempos de paz”
• Não basta ter boas intenções para ser verdadeiramente responsável p.118.
• Não há soluções, há caminhos para a ética do conhecimento e a ética da responsabilidade.
PARTE I – 6. Teses sobre a Ciência e a Ética (p. 125 -134)
• A ciência e a razão não tem poderes de salvar a humanidade, mas tem poderes sobre o
futuro da humanidade. Ponto de chegada x ponto de partida.
• “ Atualmente, não só estamos no momento crepuscular quando o pássaro de Minerva, ou
seja, a sabedoria, levanta voo, mas também num momento de trevas, aguardando pelo
canto do galo que vai nos acordar.” p. 125
• O autor apresenta teses frente aos problemas atuais:
• PRIMEIRA TESE: Terminou a fase fecunda de julgamentos de valor sobre a atividade
científica. Ciência aliada a técnica pondo esse novo saber cientifico a serviço das
potencias; “ o desenvolvimento da big sciense leva a um saber anônimo que não é mais
feito para obedecer à função que foi a do saber durante a história da humanidade, a de
ser incorporado nas consciências , nas mentes e nas vidas humanas.” p.127. Ignorância
da ecologia da ação: significa que toda ação humana , escapa das mãos de seu iniciador
e entra no jogo das interações múltiplas da sociedade, que a desviam do seu objetivo.
Isso vale para a política e para a ciência. “A consciência da inconsciência.”
PARTE I – 6. Teses sobre a Ciência e a Ética (p. 125 -134)
• SEGUNDA TESE : Scienza Nuova , Jacob Bronowski diz que o conceito de ciência não é
absoluto , portanto deve evoluir. Nessa evolução acontecerá a autoconsciência. A ciência
precisa ser interrogada , na sua história, no seu desenvolvimento e no seu devir.
• TERCEIRA TESE: A noção de homem é muito complexa e antagônicas, geradora de uma
pluralidade dos imperativos éticos.
• QUARTA TESE: Redefinição da pessoa humana. A noção de ser humano não é mais clara,
por exemplo, o ser passa a ser um ser enquanto ovo ou somente no momento do
nascimento? Ética: moral e falsa moral.
• ÚLTIMAS TESES: O problema ético é um problema de conflitos de valores. Ex: discussão
do aborto.
• Finaliza o capítulo dizendo “Não estamos na época da solução , não é uma época messianica,
é a época de São João Batista, ou seja, daquele que vem preparar a mensagem. Nós não
temos a mensagem , temos o problema” (p. 133)
• Thomas Kuhn, autor de A estrutura das
relações científicas, “ o desenvolvimento da
ciência não se efetua por acumulação dos
conhecimentos, mas por transformação dos
princípios que organizam o conhecimento”.
PARTE I – 7. A antiga e a nova transdisciplinariedade (p. 135 -141)
• A criação de possibilidades de criação de
comunicação entre as ciências. Um
convite ao pensar-se na complexidade.
PARTE I – 7. O erro de subestimar o erro (p. 141 -156)
• O erro está ligado à vida e, portanto , à morte.
• O erro humano não se reduz a questão biológica, ele é muito mais vasto, por exemplo
com o surgimento da palavra. A palavra introduziu a mentira em oposição a verdade,
que inicialmente ligou-se a questões dogmáticas ligadas a religião , ideologias, teorias. O
aparecimento da ideia da verdade agrava a questão do erro. O possuidor da verdade
torna-se insensível aos erros no seu sistema de ideias. Onde está a verdade da ciência?
A ciência parecia um lugar de certezas, mas é mutável.
• Como diz André Boué , o que é grave no erro não é cometer erros(fazemos isso
incessantemente), mas não os elimina. A política é fonte de erros imensos, contudo é
importante conhecer o que se passa realmente.
• A verdade não é inalterável, seja na ciência, seja na política, seja na vida do cidadão
comum, mas ela é frágil. Em um dado momento pode-se por em dúvida todas as
verdades estabelecidas. (p. 153)
• RAZÃO: Método de conhecimento baseado no cálculo e na lógica, empregado para
resolver problemas postos ao espírito, em função dos dados que caracterizam uma
situação ou fenômeno;
• RACIONALISMO: uma visão de mundo afirmando a concordância perfeita entre o
racional(coerência) e a realidade do universo; exclui; portanto, do real o irracional e o
arracional(agir sem compromisso, bom ou mal, mera massa de manobra dos interesses
estabelecidos); uma ética que afirma que as ações e as sociedades humanas podem e
devem ser racionais no seu princípio;
• RACIONALIZAÇÃO: construção de uma visão coerente, totalizante do universo, a partir de
dados parciais , de uma visão parcial, ou de um princípio único.
• O RACIONALISMO CLÁSSICO E SUA NEGAÇÃO: O desenvolvimento da ciência ocidental,
séc XVI e XVII, constituiu-se em uma busca pela racionalidade em oposição as explicações
mitológicas e religiosas). No fim do séc XVIII, os sucessos da física ampararam esse
racionalismo. A razão torna-se o grande mito unificador do saber.
PARTE I – 7. Para uma razão aberta (p. 141 -156)
• O racionalismo das luzes era humanista, ou seja, associava sincreticamente o respeito e o culto do
homem, ser livre e racional. A racionalização fechada devora a razão, os homens deixam de ser
concebidos como indivíduos livres ou sujeitos, devem obedecer a aparente racionalidade(do estado, da
burocracia, da indústria), o homem passou a ser percebido unicamente como força física de trabalho.
• A AUTO DESTRUIÇÃO DA RAZÃO: o princípio de persuasão(violência e manipulação) e de economia(
rendimento, eficácia) conduz a autodestruição da razão.
• Hoje, parece-nos racionalmente necessário repudiar toda a “deusa” razão, istoé toda razão absoluta,
fechada, autossuficiente. Só uma razão aberta pode e deve reconhecer o irracional( acaso, desordens.
Aporias, brechas lógicas) e trabalhar com o irracional . A razão aberta é o diálogo com o irracional.
• A RAZÃO COMPLEXA: A razão fechada era simplificadora, não podia enfrentar a complexidade da
relação sujeito-objeto, ordem-desordem. A razão complexa pode reconhecer essas relações
fundamentais.
• Finaliza a primeira parte(p.172) agradecendo aos membros da Academia e as questões formuladas
PARTE I – 7. Para uma razão aberta (p. 141 -156)
O desafio da complexidade
• A crítica de Morin neste capítulo é ao problema da
fragmentação dos conhecimentos no período da
modernidade.
A ambição da complexidade é prestar contas das
articulações despedaçadas pelos cortes entre
disciplinas, entre categorias cognitivas e entre tipos de
conhecimento [...] ela não quer todas as informações
sobre um fenômeno estudado, mas respeitar suas
diversas dimensões. (MORIN, p. 176-177)
• O autor aponta alguns mal-entendidos sobre a
complexidade e alguns caminhos (avenidas) que
conduzem ao “desafio da complexidade”.
A inseparabilidade da ordem e da desordem
• É preciso pensar conjuntamente a ordem e a desordem, para conceber a organização
e a evolução vivas.
Ordem, desordem, complexidade
• O autor começa dizendo que as palavras ordem e desordem são de simples compreensão,
mas que elas contém diversos compartimentos. Por isso se faz necessário compreender
efetiva e profundamente esses dois conceitos.
• “Complexus - o que é tecido junto”. O autor resume o sentido de complexidade como a
dialógica entre a combinação de ordem, desordem, acaso e necessidade, juntamente com a
organização. É impossível uma sociedade ser de pura desordem, tanto quanto é impossível
uma sociedade ser de pura ordem.
O retorno do acontecimento
• Na busca pela construção (final) de um mundo ideal - se imaginou que a ciência na
modernidade desvelaria completamente o mundo, e se fez a tentativa de ocultar e negar o
acontecimento. A ciência “clássica” buscava ordem/estabilidade.
O que é
acontecimento...
O SISTEMA: PARADIGMA OU/E TEORIA?
• Tudo aquilo que era matéria no século passado tornou-se sistema.
• A noção de sistema foi sempre uma noção-apoio para designar todo o conjunto de relações
entre constituintes formando um todo.
• Descobriremos que o objeto da ciência clássica é um corte, uma aparência, uma construção,
simplificada e unidimensional, que mutila e abstrai uma realidade complexa que se enraíza na
organização física e na organização psicocultural.
“Considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, como conhecer o todo sem
conhecer particularmente as partes”.
PARTE – TODO – TODO - PARTE
• Ao mesmo tempo não devemos considerar o sistema não só como uma unidade global, mas
como unitas multiplex.
• Esses três termos são indissolúveis, a ausência de um mutila gravemente o conceito: o
sistema sem conceito de organização é tão mutilado como a organização sem conceito de
sistema. Macroconceito.
• O sistema é um conceito com duas entradas: physis – psyché.
• A complexidade é insimplificável. É o que decorre do paradigma-sistema. É complexo porque
nos obriga a unir noções que se excluem no âmbito do princípio de simplificação/redução:
SISTEMA – INTERAÇÃO – ORGANIZAÇÃO
• O enraizamento na física e biologia permite-nos encontrar fundamento para a ideia de
autonomia. Então, podemos conceber o homem seja um ser físico, biológico, cultural e
psíquico. Se abrirmos mão desse enraizamento conceitual, as ideias de autonomia humana e
de liberdade permanecem totalmente metafísicas.
• A complexidade e organização da diversidade não dependem a priori da complexidade nem a
unidade simples e irredutível, nem uma população não organizada de unidades(como as
moléculas de uma gás), nem uma diversidade desorganizada(como uma carroça de lixo).
• A noção de complexidade dificilmente pode ser conceitualizada. Por um lado, porque está
emergindo e, por outro, porque não pode deixar de ser complexa.
• A vida apresenta-se sob rosto duplo: por um lado, na forma de seres vivos, aparecendo e
desaparecendo de maneira contínua; por outro, na de um processo contínuo, o da
reprodução em que se propaga no tempo o mesmo modelo.
SISTEMA – INTERAÇÃO – ORGANIZAÇÃO
• Uma teoria não é o conhecimento; ela permite o
conhecimento. Um teoria não é uma chegada; é a
possibilidade de uma partida. Uma teoria não é a
solução; é a possibilidade de tratar do problema.
• O método é a atividade pensante e consciente. O
método, dizia Descartes, é a arte de guiar a razão
nas ciências.
SISTEMA – INTERAÇÃO – ORGANIZAÇÃO
Projeto:
IDENTIDADE MULTICULTURAL: O LEGADO DOS POVOS INDÍGENAS
Eixo 2: Educação, Cultura e Diferença
Alisson Vercelino Beerbaum
Andréa Franco
Tatiane Mallmann
(Inserir os nomes das Colegas)
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências
INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
33
● Proposta de prática pedagógica, voltada ao professor de Língua Portuguesa e Matemática
● Proposta interdisciplinar
● Diversidade sociocultural dos povos indígenas.
Inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura
afro-brasileira e indígena”, o que faz com que essa questão seja inserida e discutida nas
escolas.
(Lei 11.645/2008)
● A abordagem junto aos alunos, sobre o lugar de direito do povo indígena na nossa sociedade,
lugar esse, extraído violentamente no processo colonizador, pode acontecer pela valorização
da língua (legado linguístico) da mescla da língua indígena à língua portuguesa e sua
matemática cultural .
● Teoria linguística de Saussure (1975).
○ A língua, além da sua função comunicativa, é usada como instrumento de dominação, de
informação e de troca cultural. É também, através da linguagem, que um indivíduo
assume um lugar e uma identidade social, moldando-o também como pessoa.
○ A língua, além da sua função comunicativa, é usada como instrumento de dominação, de
informação e de troca cultural.
○ Pela linguagem, que um indivíduo assume um lugar e uma identidade social, sendo
moldado também como pessoa integral.
○ A língua é um sistema que organiza o pensamento, o mundo e as relações sociais.
○ Perspectiva sincrônica e diacrônica
“[...] é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa ciência, diacrônico
tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo modo, sincronia e diacronia designam
respectivamente um estado de língua e uma fase de evolução” (SAUSSURE, 1995, p.96).
Referencial Teórico - Linguagens
34
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
35
Dados da Aula
● Objetivos
○ Identificar a diversidade dos povos indígenas no Brasil.
○ Entender a influência da família Tupi-Guarani sobre a Língua Portuguesa.
○ Conhecer diferentes povos indígenas, com sua língua, religião, arte e ciência próprias.
○ Valorizar a cultura indígena e combater sua discriminação.
○ Desenvolver a linguagem oral e escrita.
● Duração das atividades: um trimestre.
● Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
○ Esta aula destina-se a alunos do ensino fundamental, devido aos recursos utilizados e
habilidades envolvidas nas atividades.
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
36
Atividade 1: Convide os alunos para ouvirem a música “Cara de Índio”, de Djavan. Duração:
3min09seg e a música yawanawa gravada por Alok na Amazônia.
https://www.youtube.com/watch?v=3GlGj6j3SFU
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
37
Atividade 2: Para verificar a compreensão dos alunos quanto à mensagem da música, pode ser
feito as perguntas abaixo:
Música 1:
● Qual a mensagem principal o cantor tem intenção de passar através da música?
● Qual frase identifica o alerta que o cantor faz sobre a perda do território pelo índio? (Nessa
terra tudo dá, não para o índio.)
● E qual frase identifica a perda de identidade, sinalizando o uso equivocado da denominação
“índio”, imposta pelo europeu? (Índio quer se nomear, nome de índio.)
● Qual frase nos leva a entender que há uma miscigenação das raças? (Apesar da minha roupa,
também sou índio.)
● Quais povos indígenas brasileiros vocês já ouviram falar?
Música 2
Qual a intenção do Alok ao gravar essa música?
Como podemos contribuir para um mundo menos preconceituos?
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
38
Atividade 3: Comentario sobre o grande equívoco que muitos cometem sobre a cultura indígena
brasileira quando imaginam que os índios têm uma única cultura, que compartilham das mesmas
crenças e línguas. Sendo que cada povo tem língua, religião, arte e ciência próprias.
Fonte: CONEXÃO ALUNO. Cinco equívocos sobre a cultura indígena brasileira. Disponível em:
http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especiais-19f.asp.
OBS: Aqui Pode-se trabalhar com o video previsto ao trabalho no componente de matemática: TV
Escola “Índios no Brasil - Quem são eles?”
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
39
Atividade 4: [Celular ou laboratório de Informática]: Divida a turma em seis grupos e solicite que
cada grupo pesquise sobre um povo indígena no Brasil, procurando descobrir sobre suas
condições de vida, a área que habitam, seus costumes, seus problemas e sua história.
Obs:
Aproveite para informá-los que atualmente existem mais de 230 Povos Indígenas diferentes no
Brasil, com população aproximada de 600 mil. Segundo o site Povos Indígenas no Brasil, os dados
são aproximados devido aos inúmeros problemas e dificuldades enfrentadas para realização de
um censo da população indígena e, ainda, às diferentes épocas e instituições responsáveis pela
realização do censo.
Sugestão de Organização e direcionamento
GRUPO I – GUAJAJARA (TENETEHARA): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Guajajara. Disponível em:
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/guajajara. VÍDEO YOUTUBE; CRUZ, Marcelo. “Índios
Guajajaras (teneteara)”. Duração: 1min28seg. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=HfsQxTxQ3kY.
GRUPO II – TERENA: POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Terena. Disponível em:
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/terena. VÍDEO YOUTUBE; FILMES GUARANI. “Povo Terena
- Terra indígena Cachoeirinha”. Duração: 8min10seg. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=K70Hw5mwScI.
GRUPO III – MUNDURUKU (MUNDURUCU, MAYTAPU, CARA PRETA): POVOS INDÍGENAS NO
BRASIL. Munduruku. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku.
VÍDEO YOUTUBE; EL JAADUGUARD. “Mensagem do Munduruku”. Duração: 5min34seg.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ENQO7QKFoZ4.
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
40
Sugestão de Organização e direcionamento
GRUPO IV – MAKUXI (MACUXI, MACUCHI, PEMON): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Makuxi.
Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/makuxi.
SURVIVAL. Índios da Raposa Serra do Sol. Disponível em:
http://www.survivalinternational.org/povos/indios-da-raposa.
GRUPO V – PATAXÓ (PATCHÓ, PATASHÓ, PATASO): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Pataxó.
Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/pataxo.
GRUPO VI – XAVANTE (AKWE, A’UWE): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Xavante. Disponível em:
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xavante.
OBS. Deve-se ao final desta atividade provocar a discussão no grande grupo sobre o que
descobriram.
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
41
Atividade 5: Convide os alunos para assistirem ao vídeo “TU TU TU TUPI - Hélio Ziskind e a Turma
do Cocoricó”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fEdZ-_RRRH0.
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
42
● Quem sabe o que é tupi-guarani? (Aproveite para explicar aos alunos que Tupi-Guarani “não é
uma língua, mas uma família de mais de vinte línguas. Inclui o Tapirapé, o Wayampi, o Kamayurá,
o Guarani [com seus dialetos], o Parintintin, o Xetá, o Tupi Antigo etc. Existem línguas Tupi-
Guarani, não o Tupi-Guarani. Dessas, o Tupi Antigo é a que foi estudada primeiro e a que mais
influenciou a formação da cultura brasileira)
● Quem já teve a curiosidade de pesquisar a origem das palavras que usamos frequentemente?
Cite alguns exemplos.
● Alguém poderia dizer, pelo menos, cinco palavras originárias da família Tupi-Guarani cantadas na
música “Tu Tu Tu Tupi”? Quais? (Abacaxi, Araponga, Arara, Butantã, Caju, Curitiba, Jabuti,
Jabuticaba, Jacaré, Jundiaí, Macapá, Maceió, Mandioca, Maracujá, Marajó, Maranhão, Morumbi,
Paraíba, Paraná, Parati, Perereca, Pernambuco, Piauí, Pipoca, Piranha, Sagui, Tatuapé,
Tremembé, Tucano).
Atividade 6: A título de curiosidade, distribua cópias da tabela de línguas indígenas levantadas no
Censo de 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Línguas: indígenas de 5
anos ou mais, segundo o tronco linguístico, família linguística, e a língua indígena nas Terras
Indígenas. Disponível em:
http://vamoscontar.ibge.gov.br/images/pdf/vamoscontar/tabela_linguas_indigenas.pdf.
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
43
Atividade 7: Distribua aos alunos uma cópia (impressa em papel formato A4) do jogo de palavras
cruzadas sobre palavras originadas da família Tupi-Guarani, apresentado na figura 4 (o gabarito
está no final do quadro; tome o cuidado de retirá-lo antes de entrar uma cópia para cada aluno).
Solicite que escrevam na linha a palavra correspondente a cada explicação e preencha os
quadrados correspondentes, de acordo com a numeração. Informe aos alunos que as palavras
utilizadas no jogo foram retiradas da música “Tu Tu Tu Tupi”, cabe ao professor permitir ou não a
consulta à letra impressa.
Proposta didática - Introdutória - Linguagens
44
Referencial Teórico - Matemática
45
● Etnomatemática de Ubiratan D’Ambrosio (2016)
○ Enfatiza as matemáticas produzidas pelas diferentes culturas;
○ Leva em consideração que não existe um único, mas vários e distintos conhecimentos e
nenhum é menos importante que outro.
● Considerando o aspecto cognitivo, revela-se que o aluno é capaz de reunir situações novas
com experiências anteriores, adaptando as às novas circunstâncias e ampliando seus fazeres
e saberes.
Referencial Teórico - Matemática
46
● Etnomatemática de Ubiratan D’Ambrosio (2016)
○ Ao apresentar a Etnomatemática, D’Ambrosio utilizou três recursos etimológicos para
definir etimologicamente esse termo. Desse modo, esse pesquisador utilizou a junção de
três radicais gregos modificados que se referem à etno + matema + tica
“significa o conjunto de artes, técnicas de explicar e de entender, de lidar com o ambiente
social, cultural e natural, desenvolvido por distintos grupos culturais”
(D’AMBROSIO, 2008a, p. 8).
Referencial Teórico - Matemática
47
● Como Recurso pedagógico
Proposta didática - Introdutória - Matemática
48
● Objetivos
○ Identificar elementos geométricos utilizados na arte indígena.
○ Aplicar conceitos de planificação, textura e cor a partir da arte indígena.
● Duração das atividades: 3 aulas
● Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
● Conhecimentos básicos de geometria e arte.
● Problematização
○ Para começar essa aula, o professor pode solicitar
aos alunos que tragam diferentes artesanatos
indígenas como: balaios, cestas de diversos
tamanhos, chocalhos, arco e flechas, chapéus, entre
outros. Se não for possível, o professor pode buscar
em diferentes meios (recortes, revistas, web...),
imagens que configurem os artesanatos.
Atividade 1 – Observação (manuseio) dos artesanatos: Organizar os alunos em grupos.
Distribuir a cada grupo um número de artesanatos. O professor pode solicitar à turma que
observe ou manuseie os diferentes artesanatos. Destacando que cada um possui
características próprias, não se repetindo em trabalhos seguintes. Ao analisar cada
artesanato, os alunos devem destacar o que observam. Nesse momento o professor pode
fazer considerações apontando elementos de uso da Matemática, da Arte, da Educação Física,
da História, entre outras, etc., nas linhas, nos traços, nas figuras geométricas formadas, na
coordenação motora fina, nos detalhes minuciosamente traçados para formar as figuras e os
desenhos. Após a conversa, o grupo deve escolher um dos artesanatos para destacar
elementos geométricos presentes
Proposta didática - Introdutória - Matemática
49
Proposta didática - Introdutória - Matemática
50
Por exemplo:
a) Destacar tipos de retas: paralelas, concorrentes e/ou perpendiculares.
Proposta didática - Introdutória - Matemática
51
b) Identificar as figuras que compõe o artesanato: Por exemplo:
Proposta didática - Introdutória - Matemática
52
c) Planificar a composição dos desenhos do artesanato. A criação de padrões, formas e cores
repetidas regularmente é algo frequente no artesanato indígena. Fazer esse exercício planificando no
papel o que visualizam no artesanato. Por exemplo:
Obs. Na planificação o professor pode aproveitar para explorar
conceitos de área, perímetro, ângulos, simetrias e outros
conceitos que achar conveniente. Cabe destacar que cada
desenho é construído sem qualquer modelo ou imagem, mas
construído a partir dos conhecimentos adquiridos a partir da
observação na natureza. A confecção do artesanato é
geralmente executada pelas mulheres indígenas, sempre
cercadas por seus filhos, que aprendem pela visualização,
passando os conhecimentos de geração em geração. A
combinação de cores utilizadas nas composições, são igualmente
desenvolvidas sem nenhum conhecimento formal. Solicitar ao
professor de Artes que contribua nessa atividade.
Proposta didática - Introdutória - Matemática
53
Atividade 2
Propor aos alunos
criarem uma
composição similar
à desenvolvida nos
artesanatos. Para a
composição,
combinar diferentes
figuras e cores.
Modelos de
composições que
podem ser criadas:
Proposta didática - Introdutória - Matemática
54
Atividade 3
Professor, para aprofundamento do tema discutido na aula, acesso o link:
https://www.youtube.com/watch?v=8mh7s-fSz0E para assistir com os alunos. O projeto foi criado na
Escola Rural Estadual Rio das Cobras, na Terra Indígena Rio das Cobras em Nova Laranjeiras-PR. Como
a escola se localiza em uma terra indígena, os professores tiveram a ideia de usar o artesanato para
ensinar matemática. O uso do artesanato para o ensino traz a realidade dos alunos para a sala de aula,
aumenta o interesse, facilita o aprendizado, valoriza o artesanato e mantém viva a tradição indígena.
Após o vídeo, para verificar os conhecimentos dos alunos, o professor pode propor uma pesquisa
sobre o tema Arte Indígena e a Matemática. Para a realização da pesquisa, o professor pode orientá-
la a partir de uma ferramenta tecnológica como QUIZ ou Webquest
Proposta didática - Introdutória - Matemática
55
Atividade 4
Acessar o recurso Quem são eles? - Episódio do programa Índios no Brasil, da TV Escola. Mostra a
visão e o conhecimento da sociedade em relação aos índios no Brasil. Apresenta também os índios
Yanomami, Kaxinowá, Ashaninka, Kaingang, Maxacali, Baniwa e Pankararu. A intenção dessa atividade
é propor uma discussão a respeito da necessidade de resgate da cultura dos povos
indígenas,enquanto cidadão brasileiro.
.

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Ciência com consciência de Edgar Morin

  • 1. Obra: CIÊNCIA COM CONSCIÊNCIA de Edgar Morin Eixo 2: Educação, Cultura e Diferença Alisson Vercelino Beerbaum Andréa Franco Tatiane Mallmann Elisa Bronzatto Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências
  • 2. PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema 2 Há três séculos, o conhecimento científico não faz mais do que provar suas virtudes de verificação e de descoberta em relação a todos os outros modos de conhecimento. É o conhecimento vivo que conduz a grande aventura da descoberta do universo, da vida, do homem. (p. 15) Essa ciência elucidativa e triunfante, apresenta-nos problemas graves que se referem ao conhecimento que produz, à ação que determina, à sociedade que transforma. Esse conhecimento vivo é o mesmo que produziu a ameaça do aniquilamento da humanidade. Para conceber e compreender esse problema, há que acabar com a tola alternativa da ciência "boa", que só traz benefícios, ou da ciência "má", que só traz prejuízos. (p. 16)
  • 3. PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (O lado Mau) 3 1. O desenvolvimento disciplinar das ciências não traz unicamente as vantagens da divisão do trabalho, mas também os inconvenientes do enclausuramento ou fragmentação do saber. 2. Constituiu-se desligamento das ciências da natureza daquilo a que se chama prematuramente de ciências do homem. 3. Os conceitos molares de homem, de sociedade, que perpassam várias disciplinas, são de fato triturados ou dilacerados entre elas, sem poder ser reconstituídos pelas tentativas interdisciplinares 4. Tendência para a fragmentação do saber científico tem como consequência a tendência para o anonimato. 5. O progresso científico produz potencialidades subjugadoras ou mortais quanto benéficas. (p. 16-18)
  • 4. 4 Neste sentido: • progresso inédito dos conhecimentos científicos, paralelo ao progresso múltiplo da ignorância; • progresso dos aspectos benéficos da ciência, paralelo ao progresso de seus aspectos nocivos ou mortíferos; • progresso ampliado dos poderes da ciência, paralelo à impotência ampliada dos cientistas a respeito desses mesmos poderes. (p. 18) O "lado mau" da ciência não poderia ser pura e simplesmente despejado sobre os políticos, a sociedade, o capitalismo, a burguesia, o totalitarismo. Digamos até que a acusação do político pelo cientista vem a ser, para o investigador, a maneira de iludir a tomada de consciência das inter-retroações de ciência, sociedade, técnica e política. (p. 19) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (O lado Mau)
  • 5. 5 • A experimentação científica constitui por si mesma uma técnica de manipulação e o desenvolvimento das ciências experimentais desenvolve os poderes manipuladores da ciência sobre as coisas físicas e os seres vivos. • Assim, a potencialidade de manipulação não está fora da ciência, mas no caráter, que se tornou inseparável, do processo científico → técnico. O método experimental é um método de manipulação, que necessita cada vez mais de técnicas, que permitem cada vez mais manipulações. • Em função desse processo, a situação e o papel da ciência na sociedade modificaram-se profundamente desde o século XVII. • Na origem, os investigadores eram amadores no sentido primitivo do termo: eram ao mesmo tempo filósofos e cientistas. A atividade científica era sociologicamente marginal, periférica. • Hoje, a ciência tornou-se poderosa e maciça instituição no centro da sociedade, alimentada, controlada pelos poderes econômicos e estatais. (p. 19) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (Uma Era Histórica)
  • 6. 6 • Husserl, há cinquenta anos, tinha diagnosticado a tarefa cega a eliminação por princípio do sujeito observador, experimentador e concebedor da observação, da experimentação e da concepção eliminou o ator real, o cientista, homem, intelectual, universitário, espírito incluído numa cultura, numa sociedade, numa história. • Assim, ninguém está mais desarmado do que o cientista para pensar sua ciência. A questão "o que é a ciência?" é a única que não tem resposta cientifica. (p. 20-21) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 1. A ciência Problema (Uma Dupla Tarefa Cega)
  • 7. 7 “ O progresso das certezas científicas, entretanto, não caminha na direção de uma grande certeza.” p.23 “E, assim, tanto as ignorâncias como os conhecimentos provenientes do progresso científico trazem esclarecimento insubstituível aos problemas fundamentais ditos filosóficos.” p. 24 PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 2. A verdade da Ciência (A incerteza/certeza)
  • 8. 8 • A ciência é um campo aberto onde as teorias se embatem com os princípios explicativos e as visões de mundo se chocam com os postulados metafísicos (pluralidade conflitual). Regras do jogo (empíricas e lógicas): respeito aos dados, obediência a critérios de coerência. • A vitalidade da ciência reside no conflito de ideologias e dos pressupostos metafísicos. • O jogo científico da verdade e do erro é superior num universo ideológico, religioso, político. “É necessário, portanto, que toda ciência se interrogue sobre suas estruturas ideológicas e seu enraizamento sociocultural.” (p. 25) “Falta-nos uma sociologia do conhecimento científico.” (p. 26) “A verdade da ciência não está unicamente na capitalização das verdades adquiridas, mas no caráter aberto da aventura que permite, melhor dizendo, que hoje exige a contestação das suas próprias estruturas de pensamento.” (p. 26) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 2. A verdade da Ciência (A Regra do Jogo)
  • 9. 9 • Não temos de voltar às grandes orientações fixadas para a investigação, mas convém definir e reconhecer as orientações complementares: 1. que os caracteres institucionais (tecno burocráticos) da ciência não sufoquem, mas estofem os seus caracteres aventurosos; 2. que cientistas sejam capazes de auto interrogação, e que a ciência seja capaz de autoanálise; 3. estimular os processos que permitiriam à revolução científica em curso realizar a transformação das estruturas de pensamento. • Refletir sobre o problema do investigador; • Na palavra investigador há algo mais do que o sentido corporativo ou profissional, algo que concerne à aventura do conhecimento e a seus problemas fundamentais. • Os sindicatos defendem a "massa" dos investigadores e sua promoção coletiva; • O mandarinato tende a selecionar indivíduos de "elite", o sindicato, a proteger tudo o que não diz respeito ao elitismo mandarínico; (p. 32) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação
  • 10. 10 • As comissões do C.N.R.S. são instâncias em que as influências mandarínicas e sindicais se disputam ou/e se conjugam de formas muito diversificadas segundo os setores ou disciplinas. • Houve, primeiro, a era do feudalismo mandarínico, quando diversidades e oposições entre mestres sociólogos permitiam certa pluralidade nepótica; • Os jovens investigadores considerados "brilhantes'', segundo a escolha de um suserano, eram recrutados depois de negociações discretas; • A preeminência dos grandes mandarins-sociólogos apagou-se ao longo dos anos 60 em proveito do recrutamento por consenso médio e das promoções por antigüidade; Sabemos que um espírito criativo, aberto, liberal pode, se for dotado de poderes, exercer um "despotismo esclarecido" que favorece a liberdade e a criação, mas sabemos também que não podemos institucionalizar o princípio do despotismo esclarecido: pelo contrário, temos de instituir comissões para fazer face aos perigos mais graves do poder incontrolado. (p. 34) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Um sistema não Otimizável)
  • 11. 11 • É nos erros da máquina tecnos-burocráticas que existem recônditos de incúria e de indolência, mas também espaços de uberdade onde se pode infiltrar e desenvolver a novidade que brota para a glória da instituição. • Se o surgimento e o desenvolvimento de uma ideia nova precisam de um campo intelectual aberto, onde se debatam e se combatam teorias e visões do mundo ou como ameaça, insanidade aos defensores das doutrinas e disciplinas estabelecidas, então o desenvolvimento científico necessita fundamentalmente de duas condições: 1. Manutenção e desenvolvimento do pluralismo teórico em todas as instituições e comissões científicas 2. Proteção do desvio (tolerar/favorecer) no seio das e instituições PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Proteger o desvio)
  • 12. 12 • Supondo que não se pode provar a priori a justeza das iniciativas que comportam probabilidades, porque, por isso mesmo, comportam riscos, há que correr o risco/probabilidade de confiar a responsabilidade a um pequeníssimo grupo de pessoas que tenham todas a mesma paixão pela nova intenção. (p. 35) • É preciso que os investigadores despertem e se exprimam enquanto investigadores. • A necessidade de se auto-estudar supõe que os cientistas queiram auto interrogar-se; descobrir as contradições fundamentais em que desembocam as atividades científicas modernas e as injunções contraditórias a que esta submetido todo cientista que confronte sua ética do conhecimento com sua ética cívica e humana. A crise intelectual e a crise espiritual e moral de cada um diante de sua responsabilidade são as condições sine qua non do processo da consciência. (p. 35) PARTE I - PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Proteger o desvio)
  • 13. 13 • É o domínio do domínio da natureza que hoje causa problemas. Esse domínio, é por um lado, incontrolado e pode conduzir-nos ao aniquilamento; por outro lado, é demasiado controlado pelos poderes dominantes. • O problema do controle da atividade cientifica tornou-se crucial e supõe o controle dos cidadãos sobre o estado que os controla, bem como a recuperação do controle pelos cientistas, o que exige a tomada de consciência. • Todo cientista serve a dois deuses ao longo da história da ciência e até hoje, lhe pareceram absolutamente complementares. O primeiro é a ética do conhecimento, que exige que tudo seja sacrificado a sede do conhecer. O segundo é o da ética cívica e humana. • O limite da ética do conhecimento era invisível a priori, e nós o transpusemos sem saber; da qual o conhecimento traz em si a morte generalizada. Hoje a árvore do conhecimento científico corre o risco de cair sob o peso dos seus frutos, esmagando Adão, Eva e a infeliz serpente. (p. 36) PARTE I – 1. PARA A CIÊNCIA: 4. Propostas para a investigação (Os dois Deuses)
  • 14. • O que é a ciência? • “o que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada.” p.38 • A ciência é mais mutável que a teologia: Whitehead. • Demarcação entre ciência e pseudociência: Karl Popper. • “não basta que uma teoria seja verificável, é preciso que ela possa ser falsificada.”p. 38 • Crítica da indução. (p. 38) PARTE I – 2. O CONHECIMENTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO • O Círculo de Viena: busca pelos enunciados atômicos fundamentados num dado empírico formalmente definido e dele, construir proposições e teorias para elaboração de um pensamento verdadeiro, seguro e científico.
  • 15. • A indução não leva à certeza verdadeira partindo apenas de fatos da observação verificados. A certeza teórica é baseada na dedução. (p.39) • Nenhuma teoria pode ser provada para sempre ou resistir para sempre à falseabilidade. • Qual é o fundamento da ciência? “uma teoria não é objetiva; uma teoria não é o reflexo da realidade; uma teoria é uma construção da mente, uma construção lógico-matemática que permite responder a certas perguntas que fazemos ao mundo, à realidade. Uma teoria se fundamenta em dados objetivos, mas uma teoria não é objetiva em si mesma.” p.40 PARTE I – 2. O CONHECIMENTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
  • 16. • O que é progresso? A noção de progresso que utilizamos é verdadeiramente progressista? O conhecimento de que falamos é verdadeiramente conhecente? É verdadeiramente conhecido? Progresso significa bens materiais? • Conhecer o conhecimento • O conhecimento atual é diferente do conhecimento dos séculos anteriores, a quantidade de informação e o tempo disponível é outro. Existem vários tipos de conhecimentos(filosóficos, poéticos, científicos) e também vários tipos de pessoas. O que é a má teoria? É aquela que se fecha como única verdade. Cita como exemplo o jornal partidário. • Morin, diz: “os progressos do conhecimento não podem ser identificados com a eliminação da ignorância. Estamos em uma nuvem de desconhecimento e incerteza, produzida pelo conhecimento, podemos dizer que essa nuvem é um dos elementos do progresso desde que o reconheçamos.” (p. 104) PARTE I – 3. A ideia de progresso do conhecimento (p. 95 -106)
  • 17. PARTE I – 4. A Epistemologia da Tecnologia (p. 107 -116) • Epistemologia já está tecnologizada? A tecnologia é um aparelho de controle?
  • 18. PARTE I – 5. A responsabilidade do pesquisador perante a sociedade e o homem (p. 117 -125) • Responsabilidade só existe com a consciência/Utilização de um exemplo elucidativo de Eistein sobre a responsabilidade/ética • No livro “Como Vejo o Mundo”, do próprio Einstein, ele destaca sua defesa pela paz: “Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi uma carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de experiências de grande envergadura para o estudo e a realização da bomba atômica. Eu o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os sábios alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances de resolvê-lo. Assumi, portanto, minhas responsabilidades. E, no entanto, sou apaixonadamente um pacifista e minha maneira de ver não é diferente diante da mortandade em tempo de guerra e diante de um crime em tempos de paz” • Não basta ter boas intenções para ser verdadeiramente responsável p.118. • Não há soluções, há caminhos para a ética do conhecimento e a ética da responsabilidade.
  • 19. PARTE I – 6. Teses sobre a Ciência e a Ética (p. 125 -134) • A ciência e a razão não tem poderes de salvar a humanidade, mas tem poderes sobre o futuro da humanidade. Ponto de chegada x ponto de partida. • “ Atualmente, não só estamos no momento crepuscular quando o pássaro de Minerva, ou seja, a sabedoria, levanta voo, mas também num momento de trevas, aguardando pelo canto do galo que vai nos acordar.” p. 125 • O autor apresenta teses frente aos problemas atuais: • PRIMEIRA TESE: Terminou a fase fecunda de julgamentos de valor sobre a atividade científica. Ciência aliada a técnica pondo esse novo saber cientifico a serviço das potencias; “ o desenvolvimento da big sciense leva a um saber anônimo que não é mais feito para obedecer à função que foi a do saber durante a história da humanidade, a de ser incorporado nas consciências , nas mentes e nas vidas humanas.” p.127. Ignorância da ecologia da ação: significa que toda ação humana , escapa das mãos de seu iniciador e entra no jogo das interações múltiplas da sociedade, que a desviam do seu objetivo. Isso vale para a política e para a ciência. “A consciência da inconsciência.”
  • 20. PARTE I – 6. Teses sobre a Ciência e a Ética (p. 125 -134) • SEGUNDA TESE : Scienza Nuova , Jacob Bronowski diz que o conceito de ciência não é absoluto , portanto deve evoluir. Nessa evolução acontecerá a autoconsciência. A ciência precisa ser interrogada , na sua história, no seu desenvolvimento e no seu devir. • TERCEIRA TESE: A noção de homem é muito complexa e antagônicas, geradora de uma pluralidade dos imperativos éticos. • QUARTA TESE: Redefinição da pessoa humana. A noção de ser humano não é mais clara, por exemplo, o ser passa a ser um ser enquanto ovo ou somente no momento do nascimento? Ética: moral e falsa moral. • ÚLTIMAS TESES: O problema ético é um problema de conflitos de valores. Ex: discussão do aborto. • Finaliza o capítulo dizendo “Não estamos na época da solução , não é uma época messianica, é a época de São João Batista, ou seja, daquele que vem preparar a mensagem. Nós não temos a mensagem , temos o problema” (p. 133)
  • 21. • Thomas Kuhn, autor de A estrutura das relações científicas, “ o desenvolvimento da ciência não se efetua por acumulação dos conhecimentos, mas por transformação dos princípios que organizam o conhecimento”. PARTE I – 7. A antiga e a nova transdisciplinariedade (p. 135 -141) • A criação de possibilidades de criação de comunicação entre as ciências. Um convite ao pensar-se na complexidade.
  • 22. PARTE I – 7. O erro de subestimar o erro (p. 141 -156) • O erro está ligado à vida e, portanto , à morte. • O erro humano não se reduz a questão biológica, ele é muito mais vasto, por exemplo com o surgimento da palavra. A palavra introduziu a mentira em oposição a verdade, que inicialmente ligou-se a questões dogmáticas ligadas a religião , ideologias, teorias. O aparecimento da ideia da verdade agrava a questão do erro. O possuidor da verdade torna-se insensível aos erros no seu sistema de ideias. Onde está a verdade da ciência? A ciência parecia um lugar de certezas, mas é mutável. • Como diz André Boué , o que é grave no erro não é cometer erros(fazemos isso incessantemente), mas não os elimina. A política é fonte de erros imensos, contudo é importante conhecer o que se passa realmente. • A verdade não é inalterável, seja na ciência, seja na política, seja na vida do cidadão comum, mas ela é frágil. Em um dado momento pode-se por em dúvida todas as verdades estabelecidas. (p. 153)
  • 23. • RAZÃO: Método de conhecimento baseado no cálculo e na lógica, empregado para resolver problemas postos ao espírito, em função dos dados que caracterizam uma situação ou fenômeno; • RACIONALISMO: uma visão de mundo afirmando a concordância perfeita entre o racional(coerência) e a realidade do universo; exclui; portanto, do real o irracional e o arracional(agir sem compromisso, bom ou mal, mera massa de manobra dos interesses estabelecidos); uma ética que afirma que as ações e as sociedades humanas podem e devem ser racionais no seu princípio; • RACIONALIZAÇÃO: construção de uma visão coerente, totalizante do universo, a partir de dados parciais , de uma visão parcial, ou de um princípio único. • O RACIONALISMO CLÁSSICO E SUA NEGAÇÃO: O desenvolvimento da ciência ocidental, séc XVI e XVII, constituiu-se em uma busca pela racionalidade em oposição as explicações mitológicas e religiosas). No fim do séc XVIII, os sucessos da física ampararam esse racionalismo. A razão torna-se o grande mito unificador do saber. PARTE I – 7. Para uma razão aberta (p. 141 -156)
  • 24. • O racionalismo das luzes era humanista, ou seja, associava sincreticamente o respeito e o culto do homem, ser livre e racional. A racionalização fechada devora a razão, os homens deixam de ser concebidos como indivíduos livres ou sujeitos, devem obedecer a aparente racionalidade(do estado, da burocracia, da indústria), o homem passou a ser percebido unicamente como força física de trabalho. • A AUTO DESTRUIÇÃO DA RAZÃO: o princípio de persuasão(violência e manipulação) e de economia( rendimento, eficácia) conduz a autodestruição da razão. • Hoje, parece-nos racionalmente necessário repudiar toda a “deusa” razão, istoé toda razão absoluta, fechada, autossuficiente. Só uma razão aberta pode e deve reconhecer o irracional( acaso, desordens. Aporias, brechas lógicas) e trabalhar com o irracional . A razão aberta é o diálogo com o irracional. • A RAZÃO COMPLEXA: A razão fechada era simplificadora, não podia enfrentar a complexidade da relação sujeito-objeto, ordem-desordem. A razão complexa pode reconhecer essas relações fundamentais. • Finaliza a primeira parte(p.172) agradecendo aos membros da Academia e as questões formuladas PARTE I – 7. Para uma razão aberta (p. 141 -156)
  • 25. O desafio da complexidade • A crítica de Morin neste capítulo é ao problema da fragmentação dos conhecimentos no período da modernidade. A ambição da complexidade é prestar contas das articulações despedaçadas pelos cortes entre disciplinas, entre categorias cognitivas e entre tipos de conhecimento [...] ela não quer todas as informações sobre um fenômeno estudado, mas respeitar suas diversas dimensões. (MORIN, p. 176-177) • O autor aponta alguns mal-entendidos sobre a complexidade e alguns caminhos (avenidas) que conduzem ao “desafio da complexidade”.
  • 26. A inseparabilidade da ordem e da desordem • É preciso pensar conjuntamente a ordem e a desordem, para conceber a organização e a evolução vivas. Ordem, desordem, complexidade • O autor começa dizendo que as palavras ordem e desordem são de simples compreensão, mas que elas contém diversos compartimentos. Por isso se faz necessário compreender efetiva e profundamente esses dois conceitos. • “Complexus - o que é tecido junto”. O autor resume o sentido de complexidade como a dialógica entre a combinação de ordem, desordem, acaso e necessidade, juntamente com a organização. É impossível uma sociedade ser de pura desordem, tanto quanto é impossível uma sociedade ser de pura ordem.
  • 27. O retorno do acontecimento • Na busca pela construção (final) de um mundo ideal - se imaginou que a ciência na modernidade desvelaria completamente o mundo, e se fez a tentativa de ocultar e negar o acontecimento. A ciência “clássica” buscava ordem/estabilidade. O que é acontecimento...
  • 28. O SISTEMA: PARADIGMA OU/E TEORIA? • Tudo aquilo que era matéria no século passado tornou-se sistema. • A noção de sistema foi sempre uma noção-apoio para designar todo o conjunto de relações entre constituintes formando um todo. • Descobriremos que o objeto da ciência clássica é um corte, uma aparência, uma construção, simplificada e unidimensional, que mutila e abstrai uma realidade complexa que se enraíza na organização física e na organização psicocultural. “Considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, como conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes”. PARTE – TODO – TODO - PARTE • Ao mesmo tempo não devemos considerar o sistema não só como uma unidade global, mas como unitas multiplex.
  • 29. • Esses três termos são indissolúveis, a ausência de um mutila gravemente o conceito: o sistema sem conceito de organização é tão mutilado como a organização sem conceito de sistema. Macroconceito. • O sistema é um conceito com duas entradas: physis – psyché. • A complexidade é insimplificável. É o que decorre do paradigma-sistema. É complexo porque nos obriga a unir noções que se excluem no âmbito do princípio de simplificação/redução: SISTEMA – INTERAÇÃO – ORGANIZAÇÃO
  • 30. • O enraizamento na física e biologia permite-nos encontrar fundamento para a ideia de autonomia. Então, podemos conceber o homem seja um ser físico, biológico, cultural e psíquico. Se abrirmos mão desse enraizamento conceitual, as ideias de autonomia humana e de liberdade permanecem totalmente metafísicas. • A complexidade e organização da diversidade não dependem a priori da complexidade nem a unidade simples e irredutível, nem uma população não organizada de unidades(como as moléculas de uma gás), nem uma diversidade desorganizada(como uma carroça de lixo). • A noção de complexidade dificilmente pode ser conceitualizada. Por um lado, porque está emergindo e, por outro, porque não pode deixar de ser complexa. • A vida apresenta-se sob rosto duplo: por um lado, na forma de seres vivos, aparecendo e desaparecendo de maneira contínua; por outro, na de um processo contínuo, o da reprodução em que se propaga no tempo o mesmo modelo. SISTEMA – INTERAÇÃO – ORGANIZAÇÃO
  • 31. • Uma teoria não é o conhecimento; ela permite o conhecimento. Um teoria não é uma chegada; é a possibilidade de uma partida. Uma teoria não é a solução; é a possibilidade de tratar do problema. • O método é a atividade pensante e consciente. O método, dizia Descartes, é a arte de guiar a razão nas ciências. SISTEMA – INTERAÇÃO – ORGANIZAÇÃO
  • 32. Projeto: IDENTIDADE MULTICULTURAL: O LEGADO DOS POVOS INDÍGENAS Eixo 2: Educação, Cultura e Diferença Alisson Vercelino Beerbaum Andréa Franco Tatiane Mallmann (Inserir os nomes das Colegas) Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências
  • 33. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO 33 ● Proposta de prática pedagógica, voltada ao professor de Língua Portuguesa e Matemática ● Proposta interdisciplinar ● Diversidade sociocultural dos povos indígenas. Inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura afro-brasileira e indígena”, o que faz com que essa questão seja inserida e discutida nas escolas. (Lei 11.645/2008) ● A abordagem junto aos alunos, sobre o lugar de direito do povo indígena na nossa sociedade, lugar esse, extraído violentamente no processo colonizador, pode acontecer pela valorização da língua (legado linguístico) da mescla da língua indígena à língua portuguesa e sua matemática cultural .
  • 34. ● Teoria linguística de Saussure (1975). ○ A língua, além da sua função comunicativa, é usada como instrumento de dominação, de informação e de troca cultural. É também, através da linguagem, que um indivíduo assume um lugar e uma identidade social, moldando-o também como pessoa. ○ A língua, além da sua função comunicativa, é usada como instrumento de dominação, de informação e de troca cultural. ○ Pela linguagem, que um indivíduo assume um lugar e uma identidade social, sendo moldado também como pessoa integral. ○ A língua é um sistema que organiza o pensamento, o mundo e as relações sociais. ○ Perspectiva sincrônica e diacrônica “[...] é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa ciência, diacrônico tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo modo, sincronia e diacronia designam respectivamente um estado de língua e uma fase de evolução” (SAUSSURE, 1995, p.96). Referencial Teórico - Linguagens 34
  • 35. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 35 Dados da Aula ● Objetivos ○ Identificar a diversidade dos povos indígenas no Brasil. ○ Entender a influência da família Tupi-Guarani sobre a Língua Portuguesa. ○ Conhecer diferentes povos indígenas, com sua língua, religião, arte e ciência próprias. ○ Valorizar a cultura indígena e combater sua discriminação. ○ Desenvolver a linguagem oral e escrita. ● Duração das atividades: um trimestre. ● Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno: ○ Esta aula destina-se a alunos do ensino fundamental, devido aos recursos utilizados e habilidades envolvidas nas atividades.
  • 36. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 36 Atividade 1: Convide os alunos para ouvirem a música “Cara de Índio”, de Djavan. Duração: 3min09seg e a música yawanawa gravada por Alok na Amazônia. https://www.youtube.com/watch?v=3GlGj6j3SFU
  • 37. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 37 Atividade 2: Para verificar a compreensão dos alunos quanto à mensagem da música, pode ser feito as perguntas abaixo: Música 1: ● Qual a mensagem principal o cantor tem intenção de passar através da música? ● Qual frase identifica o alerta que o cantor faz sobre a perda do território pelo índio? (Nessa terra tudo dá, não para o índio.) ● E qual frase identifica a perda de identidade, sinalizando o uso equivocado da denominação “índio”, imposta pelo europeu? (Índio quer se nomear, nome de índio.) ● Qual frase nos leva a entender que há uma miscigenação das raças? (Apesar da minha roupa, também sou índio.) ● Quais povos indígenas brasileiros vocês já ouviram falar? Música 2 Qual a intenção do Alok ao gravar essa música? Como podemos contribuir para um mundo menos preconceituos?
  • 38. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 38 Atividade 3: Comentario sobre o grande equívoco que muitos cometem sobre a cultura indígena brasileira quando imaginam que os índios têm uma única cultura, que compartilham das mesmas crenças e línguas. Sendo que cada povo tem língua, religião, arte e ciência próprias. Fonte: CONEXÃO ALUNO. Cinco equívocos sobre a cultura indígena brasileira. Disponível em: http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especiais-19f.asp. OBS: Aqui Pode-se trabalhar com o video previsto ao trabalho no componente de matemática: TV Escola “Índios no Brasil - Quem são eles?”
  • 39. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 39 Atividade 4: [Celular ou laboratório de Informática]: Divida a turma em seis grupos e solicite que cada grupo pesquise sobre um povo indígena no Brasil, procurando descobrir sobre suas condições de vida, a área que habitam, seus costumes, seus problemas e sua história. Obs: Aproveite para informá-los que atualmente existem mais de 230 Povos Indígenas diferentes no Brasil, com população aproximada de 600 mil. Segundo o site Povos Indígenas no Brasil, os dados são aproximados devido aos inúmeros problemas e dificuldades enfrentadas para realização de um censo da população indígena e, ainda, às diferentes épocas e instituições responsáveis pela realização do censo.
  • 40. Sugestão de Organização e direcionamento GRUPO I – GUAJAJARA (TENETEHARA): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Guajajara. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/guajajara. VÍDEO YOUTUBE; CRUZ, Marcelo. “Índios Guajajaras (teneteara)”. Duração: 1min28seg. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HfsQxTxQ3kY. GRUPO II – TERENA: POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Terena. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/terena. VÍDEO YOUTUBE; FILMES GUARANI. “Povo Terena - Terra indígena Cachoeirinha”. Duração: 8min10seg. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=K70Hw5mwScI. GRUPO III – MUNDURUKU (MUNDURUCU, MAYTAPU, CARA PRETA): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Munduruku. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku. VÍDEO YOUTUBE; EL JAADUGUARD. “Mensagem do Munduruku”. Duração: 5min34seg. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ENQO7QKFoZ4. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 40
  • 41. Sugestão de Organização e direcionamento GRUPO IV – MAKUXI (MACUXI, MACUCHI, PEMON): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Makuxi. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/makuxi. SURVIVAL. Índios da Raposa Serra do Sol. Disponível em: http://www.survivalinternational.org/povos/indios-da-raposa. GRUPO V – PATAXÓ (PATCHÓ, PATASHÓ, PATASO): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Pataxó. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/pataxo. GRUPO VI – XAVANTE (AKWE, A’UWE): POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. Xavante. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xavante. OBS. Deve-se ao final desta atividade provocar a discussão no grande grupo sobre o que descobriram. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 41
  • 42. Atividade 5: Convide os alunos para assistirem ao vídeo “TU TU TU TUPI - Hélio Ziskind e a Turma do Cocoricó”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fEdZ-_RRRH0. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 42 ● Quem sabe o que é tupi-guarani? (Aproveite para explicar aos alunos que Tupi-Guarani “não é uma língua, mas uma família de mais de vinte línguas. Inclui o Tapirapé, o Wayampi, o Kamayurá, o Guarani [com seus dialetos], o Parintintin, o Xetá, o Tupi Antigo etc. Existem línguas Tupi- Guarani, não o Tupi-Guarani. Dessas, o Tupi Antigo é a que foi estudada primeiro e a que mais influenciou a formação da cultura brasileira) ● Quem já teve a curiosidade de pesquisar a origem das palavras que usamos frequentemente? Cite alguns exemplos. ● Alguém poderia dizer, pelo menos, cinco palavras originárias da família Tupi-Guarani cantadas na música “Tu Tu Tu Tupi”? Quais? (Abacaxi, Araponga, Arara, Butantã, Caju, Curitiba, Jabuti, Jabuticaba, Jacaré, Jundiaí, Macapá, Maceió, Mandioca, Maracujá, Marajó, Maranhão, Morumbi, Paraíba, Paraná, Parati, Perereca, Pernambuco, Piauí, Pipoca, Piranha, Sagui, Tatuapé, Tremembé, Tucano).
  • 43. Atividade 6: A título de curiosidade, distribua cópias da tabela de línguas indígenas levantadas no Censo de 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Línguas: indígenas de 5 anos ou mais, segundo o tronco linguístico, família linguística, e a língua indígena nas Terras Indígenas. Disponível em: http://vamoscontar.ibge.gov.br/images/pdf/vamoscontar/tabela_linguas_indigenas.pdf. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 43 Atividade 7: Distribua aos alunos uma cópia (impressa em papel formato A4) do jogo de palavras cruzadas sobre palavras originadas da família Tupi-Guarani, apresentado na figura 4 (o gabarito está no final do quadro; tome o cuidado de retirá-lo antes de entrar uma cópia para cada aluno). Solicite que escrevam na linha a palavra correspondente a cada explicação e preencha os quadrados correspondentes, de acordo com a numeração. Informe aos alunos que as palavras utilizadas no jogo foram retiradas da música “Tu Tu Tu Tupi”, cabe ao professor permitir ou não a consulta à letra impressa.
  • 44. Proposta didática - Introdutória - Linguagens 44
  • 45. Referencial Teórico - Matemática 45 ● Etnomatemática de Ubiratan D’Ambrosio (2016) ○ Enfatiza as matemáticas produzidas pelas diferentes culturas; ○ Leva em consideração que não existe um único, mas vários e distintos conhecimentos e nenhum é menos importante que outro. ● Considerando o aspecto cognitivo, revela-se que o aluno é capaz de reunir situações novas com experiências anteriores, adaptando as às novas circunstâncias e ampliando seus fazeres e saberes.
  • 46. Referencial Teórico - Matemática 46 ● Etnomatemática de Ubiratan D’Ambrosio (2016) ○ Ao apresentar a Etnomatemática, D’Ambrosio utilizou três recursos etimológicos para definir etimologicamente esse termo. Desse modo, esse pesquisador utilizou a junção de três radicais gregos modificados que se referem à etno + matema + tica “significa o conjunto de artes, técnicas de explicar e de entender, de lidar com o ambiente social, cultural e natural, desenvolvido por distintos grupos culturais” (D’AMBROSIO, 2008a, p. 8).
  • 47. Referencial Teórico - Matemática 47 ● Como Recurso pedagógico
  • 48. Proposta didática - Introdutória - Matemática 48 ● Objetivos ○ Identificar elementos geométricos utilizados na arte indígena. ○ Aplicar conceitos de planificação, textura e cor a partir da arte indígena. ● Duração das atividades: 3 aulas ● Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno ● Conhecimentos básicos de geometria e arte. ● Problematização ○ Para começar essa aula, o professor pode solicitar aos alunos que tragam diferentes artesanatos indígenas como: balaios, cestas de diversos tamanhos, chocalhos, arco e flechas, chapéus, entre outros. Se não for possível, o professor pode buscar em diferentes meios (recortes, revistas, web...), imagens que configurem os artesanatos.
  • 49. Atividade 1 – Observação (manuseio) dos artesanatos: Organizar os alunos em grupos. Distribuir a cada grupo um número de artesanatos. O professor pode solicitar à turma que observe ou manuseie os diferentes artesanatos. Destacando que cada um possui características próprias, não se repetindo em trabalhos seguintes. Ao analisar cada artesanato, os alunos devem destacar o que observam. Nesse momento o professor pode fazer considerações apontando elementos de uso da Matemática, da Arte, da Educação Física, da História, entre outras, etc., nas linhas, nos traços, nas figuras geométricas formadas, na coordenação motora fina, nos detalhes minuciosamente traçados para formar as figuras e os desenhos. Após a conversa, o grupo deve escolher um dos artesanatos para destacar elementos geométricos presentes Proposta didática - Introdutória - Matemática 49
  • 50. Proposta didática - Introdutória - Matemática 50 Por exemplo: a) Destacar tipos de retas: paralelas, concorrentes e/ou perpendiculares.
  • 51. Proposta didática - Introdutória - Matemática 51 b) Identificar as figuras que compõe o artesanato: Por exemplo:
  • 52. Proposta didática - Introdutória - Matemática 52 c) Planificar a composição dos desenhos do artesanato. A criação de padrões, formas e cores repetidas regularmente é algo frequente no artesanato indígena. Fazer esse exercício planificando no papel o que visualizam no artesanato. Por exemplo: Obs. Na planificação o professor pode aproveitar para explorar conceitos de área, perímetro, ângulos, simetrias e outros conceitos que achar conveniente. Cabe destacar que cada desenho é construído sem qualquer modelo ou imagem, mas construído a partir dos conhecimentos adquiridos a partir da observação na natureza. A confecção do artesanato é geralmente executada pelas mulheres indígenas, sempre cercadas por seus filhos, que aprendem pela visualização, passando os conhecimentos de geração em geração. A combinação de cores utilizadas nas composições, são igualmente desenvolvidas sem nenhum conhecimento formal. Solicitar ao professor de Artes que contribua nessa atividade.
  • 53. Proposta didática - Introdutória - Matemática 53 Atividade 2 Propor aos alunos criarem uma composição similar à desenvolvida nos artesanatos. Para a composição, combinar diferentes figuras e cores. Modelos de composições que podem ser criadas:
  • 54. Proposta didática - Introdutória - Matemática 54 Atividade 3 Professor, para aprofundamento do tema discutido na aula, acesso o link: https://www.youtube.com/watch?v=8mh7s-fSz0E para assistir com os alunos. O projeto foi criado na Escola Rural Estadual Rio das Cobras, na Terra Indígena Rio das Cobras em Nova Laranjeiras-PR. Como a escola se localiza em uma terra indígena, os professores tiveram a ideia de usar o artesanato para ensinar matemática. O uso do artesanato para o ensino traz a realidade dos alunos para a sala de aula, aumenta o interesse, facilita o aprendizado, valoriza o artesanato e mantém viva a tradição indígena. Após o vídeo, para verificar os conhecimentos dos alunos, o professor pode propor uma pesquisa sobre o tema Arte Indígena e a Matemática. Para a realização da pesquisa, o professor pode orientá- la a partir de uma ferramenta tecnológica como QUIZ ou Webquest
  • 55. Proposta didática - Introdutória - Matemática 55 Atividade 4 Acessar o recurso Quem são eles? - Episódio do programa Índios no Brasil, da TV Escola. Mostra a visão e o conhecimento da sociedade em relação aos índios no Brasil. Apresenta também os índios Yanomami, Kaxinowá, Ashaninka, Kaingang, Maxacali, Baniwa e Pankararu. A intenção dessa atividade é propor uma discussão a respeito da necessidade de resgate da cultura dos povos indígenas,enquanto cidadão brasileiro.
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