SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 92
Cidadania tecnocientífica:
modelos para pesquisa,
desafios para a prática em CPCT
Yurij Castelfranchi

Dep. de Sociologia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)

ycastelfranchi@gmail.com
CPCT: novas configurações






Importância da comunicação pública da C&T, para o
“público”, para a ciência e para o pesquisador
Modelos e práticas de comunicação pública: para além
do déficit: da compreensão ao engajamento e à coconstrução (novos mediadores)
Percepção pública da ciência e percepção de risco: a
informação é necessária, mas não suficiente
Importância da comunicação
pública da C&T











Cidadania tecnocientífica: direito à informação e
necessidade imprescindível de acesso
Democratização do conhecimento: dever moral da
difusão (Einstein, Dewey)
“Prestar conta” para sociedade
Talentos e carreiras
Visibilidade e legitimação política e moral
Apoio, recursos, proteção
Institucionalização da ciência
Qualificar a cidadania e o debate público
Relevância da comunicação pública
da C&T


.... Mas hoje, cada vez mais,o “dever” moral do
cientista e duas instituições e a “necessidade” ou o
direito de saber da sociedade também se
entrelaçam com necessidades novas: o “dever” do
cidadão se informar e a necessidade e o “direito” do
cientista ou de sua instituição
Relevância da comunicação pública
da C&T




“Agorá” midiática como lugar de tomada de decisão:
Conflitos e debates políticos atravessados por
controvérsias sócio-técnicas: esfera pública
qualificada
Mecanismos e procedimentos ampliados
deliberativos
Ciência “Pós-acadêmica” (Ziman) ou
“de Modo 2” (Nowotny et al.)
Non-instrumental

Academic

1900

Universities
1950

Pure

Basic
„Mode 1‟

2000

Pre-instrumental



Instrumental

Industrial

Government Labs
Research Councils
Foundations

Industries
Applied

Post-industrial

Strategic



„Mode 2‟

Post-Academic


Ciência de “Modo 2” (Gibbons, Nowotny et al.)
“Modo 1”

“Modo 2”

Contexto (da
prática
científica)

“Contexto da descoberta”:
Problemas e metodologias
definidos no interior e de cada
comunidade acadêmica.

Contexto “da aplicação”: A
pesquisa é impulsionada por
atores heterogêneos

Estrutura
disciplinar

Forte distinção entre ciência
teórica e experimental, e entre
ciência de base e aplicada.

Tipicamente transdisciplinar. Fluxo
bidirecional entre o teórico e o
aplicativo.

Responsabilid
ade
(accountability
)

O conhecimento é visto como
neutral. Sua aplicação posterior
é julgada socialmente.

Há social accountability já na fase
inicial de pesquisa. Ciência
“reflexivas”.

Organização
social

Institucionalizada: base
preferencial é a academia.
Grupos e redes de pesquisa
usualmente de tipo disciplinar.

O conhecimento é produzido em
diferentes instituições e variados
contextos. Grupos e redes
interdisciplinares.

Controle de
qualidade da
ciência

Peer-review, comitês científicos.

Comunidades ampliadas, critérios
amplos. Além de confiável, o
conhecimento deve ser
“socialmente robusto”.
Métodos participativos
de deliberação
Consensus conferences
Governo e instituições
“dialogando” com a sociedade
Governo e instituições
“dialogando” com a sociedade
Quando o conhecimento é produzido
por uma multiplicidade de atores
Quando o conhecimento é produzido
por uma multiplicidade de atores
Aristóteles e a retórica
Atechnoi
(contexto)

 3 dimensões da “persuasão” (e da educação)

Fonte

Mensagem

Ethos

Logos

Público

Pathos
Qual é o contexto

e cenário em que a comunicação
acontece?

Fonte

Mensagem

Qual a imagem,
confiança,
que o público tem da
fonte?

Público

Quais as percepções,
Imaginário, atitudes, conhecimento,
emoções do público sobre o tema?

A mensagem, além
de correta e rigorosa,
é compreensível, interessante, intrigante?
1930: William Laurence
(New York Times)
“…Verdadeiros descendentes
de Prometeu, os escritores
de ciência deveriam pegar
o fogo do Olimpo científico
dos laboratórios e das
universidades
e traze-lo lá, em baixo,
para o povo…”
O modelo “de déficit”
da comunicação da ciência

+
Ciência

comunicação

perda
de informação,
distorção, etc.
Público
Divulgação como tradução,
transmissão. Público como
homogêneo, passivo, vitima de um
“déficit cognitivo/cultural”
Palavras de ordem:
“di-vulgação”, “democratização”,
“compreensão”, “alfabetização”....

-
O modelo naive do “espelho sujo”

“Simplificado”, menor,
diminuído, banal,
sensacionalizado, distorcido

“Rico”, “denso”, “difícil”
“complexo”, “verdadeiro”,
“objetivo”...

Ciência

Mídia

Texto de CPC

Público
Quais os efeitos colaterais de utilizar
um modelo de déficit?


Ele tende a não mostrar que o “output” da ciência
não é só tecnologia, “produtividade”, “inovação”,
mas também conhecimento e cultura



Não enfatiza os numerosos valores “nãoinstrumentais” e culturais do método científico:
antídoto contra o princípio de autoridade, resolução
argumentativa das controvérsias, democracia das
hipótese, mas luta crítica implacável entre elas... etc.
Anti-ciência... Filha das maravilhas?


Se a ciência é transmitida como elenco de pérolas
brilhantes, se parece um show, se é só descobertas,
aplicações maravilhosas etc... (ou seja: se não é um
processo, uma batalha entre hipótese, uma refutação de
conjeturas, um descartar erros, um chutar criativo etc.)
Então... Ela é algum tipo de bruxaria ou de magia.



Se é isso, se a ciência é só “super-interessante”, então:
A) está longe de meu alcance (maravilhosa e milagrosa
demais para ser feita por gente como eu)
B) é difícil demais de ser entendida de verdade (pela
descoberta e a aplicação ninguém pode entender nada)
C) ela é poderosa demais: entusiasmo & medo, euforia &
desconfiança, adoração & ódio...




Para além do déficit
Do behaviourismo ao cognitivismo...
Da “silver bullet” ao “feedback”
Política da representação, produção do consentimento
Comunicação como discurso socialmente estruturado
Science and Technology Studies (STS)
Público não mais como “tabula rasa”, mas como
sujeitos ativos, heterogêneos que participam da
construção e significação da mensagem
Ciência

comunicação

Público
Ciência
Ciência
e
tecnologia

Políticas de C&T
Economia da
C&T,
CTI e mercado

Historia social
da C&T
Epistemologia

Organização e
produção
do conhecimento
científico
Qualidade
e produtividade
na pesquisa

Implicações sociais,
governança,
ética na ciência
Comunicação
conflitos de interesse

deontologia

CPC

Museus, multimedia,

Fontes: entrevistas, papers,

imprensa, radio, tv, editoria...

sites, congressos...

CC institucional, press release
Não é mera transmissão

Não é unidirecional

de informação

comunicação

Não é só
alfabetização

As pessoas negociam, recusam,
reinterpretam, reconstruem a mensagem
Mediações
P2P: “público””público”,
entre cientistas,
sem mediador,
etc.

Imaginário científico,
representações sociais
da C&T

Mediações

Jornalismo e ciência
mídia e ciência
Divulgação científica
Público
Percepção pública da C&T
Acesso à informação
Percepção de risco,
aceitação e rejeição da C&T

Públicos

Alfabetização científica

Engajamento, participação
social, inclusão
“Cidadania científica”
Demandas, esperanças,
Contexto cultural
Políticas

Economia e mercado
Interesses em jogo

debates socias

Questões sócio-ambientais
Implicações éticas

Ciência

Redação

Mensagem de CPC

Duas mensagens diferentes (NÃO uma a simplificação da outra)
com retórica, conteúdo, linguagem, objetivos diferentes
nível intra-especialístico

nível inter-especialístico

nível “pedagógico”

-

“nível popular”

+
Grau de “consolidação” do conhecimento cientifico

= percursos canônicos
= percursos alternativos

(Hilgartner, 1991; Bucchi. 2002)
As 3 dimensões do PUS
(Public Understanding of Science)
Ao crescer no nível sóciocultural e de “alfabetização”, as
atitudes se tornam em muitos
casos cautelosas, menos
otimistas: não apenas os
“ignorantes” tem “medo da
ciência”, não todos os “sábios”
têm visão positiva...

Existem grupos
consistentes declarando
interesse nulo e atitudes
absolutamente positivas
(“confident believers”),
grupos interessados e
“preocupados” e grupos
não interessados e neutrais
(“not for me)

Compreensão
(e “alfabetização”
ou
“conhecimento”)

Atitudes

Existem grupos de público
consistentes que declaram
elevado interesse e possuem
escasso conhecimento. E
grupos de público com nível
elevado de escolaridade (e tb
de “alfabetização” científica)
declarando interesse baixo

Interesse
Porque não há
plantas transgênicas na Europa?
• Os europeus são mais “anti-ciência”?
• Os europeus são mais pessimistas sobre tecnologia em
geral?
• Os europeus são mais “irracionais”?
• Os europeus possuem menor alfabetização científica?

Quais os fatores principais que levaram à rejeição?
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
6 applications of biotechnology:

1. Using genetic testing to detect inheritable diseases
2. Introducing human genes into bacteria to produce
medicines or vaccines
3. Crop plants

4. Production of foods (higher in protein, keep longer,
chancge in taste etc)
5. Genetically modified animals for laboratory research

6. Human genes into animals to produce organs for human
transplants (xenotransplants)
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
6 applications of biotechnology:

1. Useful?
2. Risky?
3. Morally acceptable?
4. Should be encouraged?
( 2, 1, 0, -1, -2)
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
6 applications of biotechnology:

1. Useful?
2. Risky?
3. Morally acceptable?
4. Should be encouraged?
“Moral acceptability is the best predictor of encouragement,
followed by usefulness. Surprisingly, risk has a very low
predictive value”
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
Logic of support

“The absence of a relationship between risk and
encouragement is remarkable, particularly in light of the
importance attached to the issue of risk and safety in
scientific debate and public policy-making. This suggest
that there is a disjunction between expert reasoning
(focusing on risk) and lay reasoning (focusing on moral
and ethical issues)”
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
Knowledge and attitudes
1. The correlation between support and knowledge is very
modest

2. Whether a person is optimistic or pessimistic about the
contribution of biotechnology to life is not correlated with
knowledge
3. People with higher knowledge are more likely to express a
definite opinion about biotech
George Gaskell*, Sally Stares, Agnes
Allansdottir, Nick Allum, Paula Castro,
Yilmaz Esmer, Claude Fischler, Jonathan
Jackson, Nicole Kronberger,
Jürgen Hampel, Niels Mejlgaard, Alex
Quintanilha, Andu Rammer,
Gemma Revuelta, Paul Stoneman, Helge
Torgersen and Wolfgang Wagner.
October 2010

The new survey in 2010 covers the now 27
Member States of
the European Union plus Croatia, Iceland,
Norway, Switzerland and Turkey.
Apesar da confiança nas instituições e nos órgãos de
regulação ter aumentado, e apesar de ter aumentado
também o otimismo tecnológico em geral bem como a
aceitação da biotecnologia a comida OGM continua sendo
rejeitada por 61% da população
Alguns fatores que influenciam a
percepção ou aceitação do risco
1. Confiança (ou falta de)
2. Risco imposto vs voluntário
3. Risco “natural” vs criado pela atividade humana
4. Risco crônico vs catastrófico (avião vs carro)
5. Gravidade das consequências
“outcome” terrificante
Alguns fatores que influenciam a
percepção ou aceitação do risco
7. Comprensível e visível vs
invisível/incomprensível
8. Incerteza científica

9. Novo ou familiar
10.Vitima conhecida ou famosa(vaca louca)
11.Crianças e futura gerações
Alguns fatores que influenciam a
percepção ou aceitação do risco
12.NIMBY
Mesmo risco pequeno inaceitável…
13.Risco vs benefícios
(OGM: de quem é o benefício?)
14.Controle
15.Moralidade, “fairness”
(vaca louca)
EXEMPLO : surveys nacionais
MCT 2006 e 2010
Coordenadores:
Prof. Ildeu Moreira (UFRJ e MCT)
Profa Luisa Massarani (COC-Museu da Vida – Fiocruz)
Equipe científica e análise de dados
Prof. Yurij Castelfranchi (UFMG), Elaine Vilela (UFMG),
Luciana Lima (Inep)
Tendências gerais no Brasil
 Alguns aspectos da opinião dos brasileiros/as são
comuns à maioria dos países emergentes:

 Uma opinião geral positiva sobre C&T
 Níveis bastante elevados de interesse declarado sobre
C&T
 Baixos níveis de acesso à informação e participação
social
 Quando
olhamos porém opiniões específicas,
encontramos peculiaridades tanto nas atitudes quanto na
relação entre atitudes, nível educacional e hábitos
informativos
Controle e responsabilidade social
Quem mais sabe, aceita mais ?
Access to info/knowledge habits vs
attitudes

Pessimistic
Medium-high
Both benefits and risks
Low
High

Optimistic
Medium-Low

Pessimistic vision (more
risks than benefits)
associated neither to
consumption of
information, nor to lack of
information
Survey Brasil – MCT – 2010:
A ciência e a tecnologia mais malefícios ou
benefícios para humanidade?

Pessimistic vision (more
risks than benefits)
associated neither to
consumption of
information, nor to lack of
information
Survey Brasil – MCT – 2010:
A ciência e a tecnologia mais malefícios ou
benefícios para humanidade?

Pessimistic vision (more
risks than benefits)
associated neither to
consumption of
information, nor to lack of
information
União
Européia

Brasil
Do “PUS” ao “PEST”

Public

Public

Understanding of

Engagement in

Science

Science &
Technology

Two-way dialogue, debate
Engagement
...Open labs,
atividades com
jornalistas,
awareness,
engagement....
O que as crianças
retratam?
Impacto do objeto em si
Pessoas,
interações,emoções
Pessoas,
interações,emoções
Alguns impactos para os
pesquisadores e suas instituições
 Efeito fator de impacto: New York Times e FI (Phillips)
 Cientistas blogueiros: carreira e novas formas do peerreview (V. Fagundes, 2013)
 Legitimação de nova área de pesquisa (ex.: Ciência da
complexidade e teoria do caos)
 Interação com a mídia e com jornalistas: aprender a
lidar com a esfera pública (Mayana Zatz e o STF)
Obrigado!
Yurij Castelfranchi

Dep. de Sociologia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)
ycastelfranchi@gmail.com
Exemplo:crianças
e ciência
• Homem
• Branco/ocidental
• De jaleco (“Como posso desenhálo?” “Fácil: bota nele um jaleco
branco!”)
• De óculos (“tem que observar
muito/estudar muito”)
e/ou roupa “maluca”
• Tem um laboratório
• “Alienígena”, “maluco”...
• “Muitas mãos”
Cientista é...
• “De cabelos malucos” (“Tem todos cabelos explodidos
porque quando faz experimentos ele queima e fica
assustado”)
Cientista é...
Transformador:
•“Ela tem gaiola com
passarinho... Quer transformálo em algo diferente”
•“Ele pega um bicho, talvez um
rato... Transforma em um
hamster”
Neo Cortex apanha ratos
no esgoto e transforma-los
em exércitos
Cientista é...
Quase um bruxo:
•“Ele faz poções”
•“Tem um raio mágico”
•“Tem que confiar nele, porque ele é tipo mágico”
Inventor:
“Inventa umas rodas/óculos/pistolas...”
Tem uma espécie de raio
na cabeça, com o qual
conserta
as coisas...

Disegno5

Tem um amuleto
para se defender

Disegno6
“O cientista é mágico. Aliás, não”....
Summary
 Contemporary relationship between technology, knowledge
production and democracy
 Conditions of possibility for an erosion of technocracy and a
crisis of legitimization of representative democracy: cybernetic
markets and cybernetic governmentality
 Forms of political action and resistance: “insistence”, “deexistence”(not with the meaning of “giving up”)
 Political and epistemological “hacking” in a politics of
immanence: inventing rights, recombining codes
Classical Technocracy:
Policy depoliticized
 Science-based decision-making and evidence-based policy
whenever technical arguments are possible
 In situation of risk (social, technological, environmental) or
uncertainty, policies tend to legitimate itself based on scientific and
technical expertise
 Rhetoric of progress: technical innovation seen as necessary
andor sufficient for social and economic progress: “future at
stake”, “the train we can not lose”...

 Scientists not as engaged intellectuals, but as neutral experts:
spokespersons of “facts”, producers of answers. Science is
spokesperson of Nature: a “silencing machine” (Stengers)
Classical Technocracy:
Policy depoliticized
 Publics seen as “lay public”: deficit of competences to decide on
technical problems... And technical problems are a major part of
political problems...
 Conflictive or antagonist voices tend to be silenced by classical
mechanisms of discourse rejection based on the place of truth and
reason: they are depicted as either “irrational” “obscurantist”,
“hysterical” (non-reason) or as “ideological”, “corrupt” (non-truth)
Neuralgias of technoscience



“Regulatory science” (Jasanoff , 1995)

 “Post-normal” science (Funtowicz & Ravetz, 1993)
 “Mode 2” of knowledge production (Gibbons, Nowotny, et al 1994, 2001)
 “Post-academic” science by Ziman (2000)
Neuralgias of technocracy: in a politics
of immanence... Knowledge is political
 If policy and politics are science-based and legitimated
through expertise, experts are seen as political, and as
stakeholders with
 In most technoscientific problems and conflicts, no
single technoscientific answer or solution exists, for two
reasons....
Erosion of technocracy
• 1. Complex systems and uncertainty:
• Knowledge
• Controversies

• Complexity

WE DO NOT KNOW
MORE THAN 1 MODEL, OR
ALTERNATIVE
THEORIES (poliphonic expertise)
HAVING DATA AND A THEORY
DOES NOT MEAN YOU CAN
CONTROL
OR FORESEE

• Often, risk is not measurable (uncertainty: we do not know what
we do not know)
Erosion of technocracy
• 2. Social definition of risk
 Even when we can estimate risks, damages and
externalities, social acceptability of risk is not the same than
its numerical estimates
 S&T neither sufficient for a politically relevant definition of risk
nor to legitimate policies

John Gummer: “beef eater”
S&T and democracy today
 Science and Technology linked to (old and) new political
conflicts: risk society and “acting in an uncertain world”; ethics;
Intellectual Property Rights and commercialization of knowledge,
etc.
 Science and technology opening up new spaces for citizen
action
 Knowledge as a realm of politics (re-politization of S&T)

 Struggle over participation and “technical democracy”: people
feeling excluded from technical decision, while so much part of
decision-making is de-politicized as being “technical”
Effects (and affects)
 Erosion of technocracy
 Midiatization of politics
 Financeirization of global economy
 Effect 1: cybernetic high-frequency
markets, cybernetic governments:
fluxes and feedbacks are crucial
 Effect 2: crisis of legitimization of a
democracy kidnapped by financial
markets
 Conditions of possibility for positive
loops and explosive feedbacks,
exponentially amplifying the effects
and affects of individual or collective
actions, both political and subpolitical: boycotts, media campaigns,
direct action, civil disobedience…
 More powerful forms of “insistence”
and “de-existence”
TACTICS AND RESISTANCE
By solving problems, deciding the goods they buy, the
politicians they vote for, downloading music, enjoying their
leisure time or figuring out how to cope with goals they
need to achieve within the moral, legal or technological
constraints they live in, consumers can act as producers
or inventors.
Environmental or patient groups may produce new scientific
data, or pose new constraints or challenges both to
methods and organization of science.
Empirical evidence is great that tactics and micropolitics can
have effects and contribute for recombination in
technology and policies (Epstein , 1995; Wynne, 1996;
Callon et al., 2009).
TACTICS AND RESISTANCE
• Experiments in public participation and deliberative decision
making in S&T show their limitations, while planned and
performed in a liberal framework of rules and expectative,
but also show the great potential to constitute an interesting
setting for mutual, collective learning, in which scientist,
engineers and technocrats learn together, in a conflictive
situation, and open up the menu of problems to be take on
into account: in this context, “efficiency” is politically
contested and redefined thanks to needs, questions, but
also data and knowledge coming from diverse social groups.
TACTICS AND RESISTANCE
• Situated knowledge, practices and conflicts people enact
contribute to transform policies, as well as processes of
diffusion, regulation and governance of S&T eventually
generating or empowering processes that modify
epistemological and methodological aspects of technology,
(that´s what we call “innovating innovation”).
What is “Citizenship”
 NOT ONLY a set of practices or attributes of the individual
 NOT ONLY a list of rights and duties
 Being a capacity to act in a framework of constraints, we
can treat citizenship as a particular kind of power: not simply
something one can have, conquer or lose, not a substance or
attribute “inside” the individual, but also a dynamic relationship
modulated by subjects that are constrained by strategies,
norms, environmental limitations or possibilities.
What is “Citizenship”
 If a citizen is not simply equipped with rights and duty, if he/she
performs and practices citizenship through tactics and
interactions, than citizenship is not merely about guaranteeing or
conquering rights. It is also a conflictive field of invention of rights:
a territory in which rights that did not exist are invented or
redefined within contested boundaries.
In this sense, duties and rights are the consequence of agency
and citizenship, not only its conditions of possibility.
Is technical citizenship possible?
 People may contribute, by figuring out what to do, by
buying, using, voting, desiring different things, to transform
technology and modulate markets or policies.
 They can re-signify or reinvent technical objects or
processes, opening bifurcations that can be territorialized in
different ways.
 Such processes are usually not organized or planned, but
may lead to changes in technoscience, in some cases, when a
loop or affinity occurs between goals and effects at this level
and ruptures or condition of possibilities in the macro level.
Exemplos: emergências em rede
Betweenness
centrality
COPAC

Eventos
e notícias

Militância
Primavera BH (eliminando degree 0-14): degree (homens verdes)
Primavera BH (eliminando degree 0-14). Betewenness centrality
Insistence

“Insistence”: a hacker politics, in which we do not see technology,
capitalism and domination as above us, or external. We live
inside the political and technological blackboxes we try to open.
If we live inside them, conceptual and epistemological hacking
(and recoding) as well as political hacking (and recombination)
can be seen as concrete possibilities for political action.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Tipos de conhecimentos
Tipos de conhecimentosTipos de conhecimentos
Tipos de conhecimentosEdinei Messias
 
O conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela Guerreiro
O conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela GuerreiroO conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela Guerreiro
O conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela Guerreirofilosofiaparatodosourique
 
Sobradinho - Saionara Carlotto da Silva
Sobradinho - Saionara Carlotto da SilvaSobradinho - Saionara Carlotto da Silva
Sobradinho - Saionara Carlotto da SilvaCursoTICs
 
Ciência com consciência
 Ciência com consciência Ciência com consciência
Ciência com consciênciaMarlene Macario
 
O surgimento da filosofia na grégia antiga
O surgimento da filosofia na grégia antigaO surgimento da filosofia na grégia antiga
O surgimento da filosofia na grégia antigaEdvaldoArajo2
 
Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva
Tecnologia, Comunicação e Ciência CognitivaTecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva
Tecnologia, Comunicação e Ciência CognitivaTecccog
 
A alegoria da caverna de platão e ética
A alegoria da caverna de platão e éticaA alegoria da caverna de platão e ética
A alegoria da caverna de platão e éticaSônia Lazzarini
 
Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01
Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01
Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01Alberto Nhatirre
 
Tipos de conhecimento
Tipos de conhecimentoTipos de conhecimento
Tipos de conhecimentojanaroza
 
Conhecimento impírico e senso comum
Conhecimento impírico e senso comumConhecimento impírico e senso comum
Conhecimento impírico e senso comumMiih Bianca
 
O conhecimento é em sim mesmo um poder - Miguel Balança
O conhecimento é em sim mesmo um poder  - Miguel BalançaO conhecimento é em sim mesmo um poder  - Miguel Balança
O conhecimento é em sim mesmo um poder - Miguel Balançafilosofiaparatodosourique
 
Formas de Conhecimento
Formas de ConhecimentoFormas de Conhecimento
Formas de ConhecimentoRobson Santos
 

Mais procurados (17)

Epistemologia introdução
Epistemologia   introduçãoEpistemologia   introdução
Epistemologia introdução
 
conhecimento [conceito e tipos]
 conhecimento [conceito e tipos] conhecimento [conceito e tipos]
conhecimento [conceito e tipos]
 
Ciência com consciência
Ciência com consciênciaCiência com consciência
Ciência com consciência
 
Tipos de conhecimentos
Tipos de conhecimentosTipos de conhecimentos
Tipos de conhecimentos
 
O conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela Guerreiro
O conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela GuerreiroO conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela Guerreiro
O conhecimento é em si mesmo um poder - Daniela Guerreiro
 
Sobradinho - Saionara Carlotto da Silva
Sobradinho - Saionara Carlotto da SilvaSobradinho - Saionara Carlotto da Silva
Sobradinho - Saionara Carlotto da Silva
 
Ciência com consciência
 Ciência com consciência Ciência com consciência
Ciência com consciência
 
O surgimento da filosofia na grégia antiga
O surgimento da filosofia na grégia antigaO surgimento da filosofia na grégia antiga
O surgimento da filosofia na grégia antiga
 
Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva
Tecnologia, Comunicação e Ciência CognitivaTecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva
Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva
 
Cap1 produção do conhecimento
Cap1   produção do conhecimentoCap1   produção do conhecimento
Cap1 produção do conhecimento
 
A alegoria da caverna de platão e ética
A alegoria da caverna de platão e éticaA alegoria da caverna de platão e ética
A alegoria da caverna de platão e ética
 
Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01
Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01
Alberto antonio nhatirre, turma r9, numero 01
 
o problema do senso comum
o problema do senso comumo problema do senso comum
o problema do senso comum
 
Tipos de conhecimento
Tipos de conhecimentoTipos de conhecimento
Tipos de conhecimento
 
Conhecimento impírico e senso comum
Conhecimento impírico e senso comumConhecimento impírico e senso comum
Conhecimento impírico e senso comum
 
O conhecimento é em sim mesmo um poder - Miguel Balança
O conhecimento é em sim mesmo um poder  - Miguel BalançaO conhecimento é em sim mesmo um poder  - Miguel Balança
O conhecimento é em sim mesmo um poder - Miguel Balança
 
Formas de Conhecimento
Formas de ConhecimentoFormas de Conhecimento
Formas de Conhecimento
 

Destaque (9)

Pacerizu publicaciones-radiofármacos
Pacerizu publicaciones-radiofármacosPacerizu publicaciones-radiofármacos
Pacerizu publicaciones-radiofármacos
 
Tarefa do uca formação puc minas
Tarefa do uca   formação puc minasTarefa do uca   formação puc minas
Tarefa do uca formação puc minas
 
Calificaciones en word
Calificaciones en wordCalificaciones en word
Calificaciones en word
 
Slideshare
SlideshareSlideshare
Slideshare
 
Livro de receita.lar da menina
Livro de receita.lar da meninaLivro de receita.lar da menina
Livro de receita.lar da menina
 
1° informativo eletrônico celf 2010
1° informativo eletrônico celf  20101° informativo eletrônico celf  2010
1° informativo eletrônico celf 2010
 
Adoecer nunca
Adoecer nuncaAdoecer nunca
Adoecer nunca
 
Leoye educativos
Leoye educativosLeoye educativos
Leoye educativos
 
Manual frequencia diaria
Manual frequencia diariaManual frequencia diaria
Manual frequencia diaria
 

Semelhante a Cidadania tecnocientífica: modelos e desafios da comunicação pública da ciência

Seminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedadeSeminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedadeJorge Prado
 
PROJETO_SIDI (Entrega).pdf
PROJETO_SIDI (Entrega).pdfPROJETO_SIDI (Entrega).pdf
PROJETO_SIDI (Entrega).pdfAlissonBeerbaum4
 
A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...
A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...
A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...Leonardo Kaplan
 
Fundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências SociaisFundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências SociaisMaria Clara Silva
 
Pesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdf
Pesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdfPesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdf
Pesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdfLeonardo Foletto
 
A comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdf
A comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdfA comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdf
A comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdfKatiuscia Dias
 
AVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docx
AVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docxAVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docx
AVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docxProf. Noe Assunção
 
Pesquisa em informática na educação e ciências cognitivas
Pesquisa em informática na educação e ciências cognitivasPesquisa em informática na educação e ciências cognitivas
Pesquisa em informática na educação e ciências cognitivasRaquel Salcedo Gomes
 
Construindo uma universidade sustentável, social e economicamente includente
Construindo uma universidade sustentável, social e economicamente includenteConstruindo uma universidade sustentável, social e economicamente includente
Construindo uma universidade sustentável, social e economicamente includenteRicardo de Sampaio Dagnino
 
Fundamentos de Sociologia Unidade I
Fundamentos de Sociologia Unidade IFundamentos de Sociologia Unidade I
Fundamentos de Sociologia Unidade IHarutchy
 
Aula 2. Conhecimento e Poder
Aula 2. Conhecimento e PoderAula 2. Conhecimento e Poder
Aula 2. Conhecimento e PoderSimone Athayde
 
02 EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente
02   EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente02   EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente
02 EA como ferramenta p uma engenharia mais concienteEdio Neto Lemes
 
O trânsito_de_saberes_final.doc_
 O trânsito_de_saberes_final.doc_ O trânsito_de_saberes_final.doc_
O trânsito_de_saberes_final.doc_Nilo Tavares
 
Apresentacao de MEP.pptx
Apresentacao de MEP.pptxApresentacao de MEP.pptx
Apresentacao de MEP.pptxssuserbdf8ee
 
Interdisciplinaridade, Ciencia e Sociedade
Interdisciplinaridade, Ciencia e SociedadeInterdisciplinaridade, Ciencia e Sociedade
Interdisciplinaridade, Ciencia e SociedadeSimone Athayde
 
Jornalismo científico
Jornalismo científicoJornalismo científico
Jornalismo científicoLaércio Góes
 
Communication and Science in the land of utopias
Communication and Science in the land of utopias Communication and Science in the land of utopias
Communication and Science in the land of utopias Filipa M. Ribeiro
 
Artigo comunicação científica uma revisão de seus elementos básicos
Artigo   comunicação científica uma revisão de seus elementos básicosArtigo   comunicação científica uma revisão de seus elementos básicos
Artigo comunicação científica uma revisão de seus elementos básicosJackeline Ferreira
 

Semelhante a Cidadania tecnocientífica: modelos e desafios da comunicação pública da ciência (20)

Seminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedadeSeminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedade
 
PROJETO_SIDI (Entrega).pdf
PROJETO_SIDI (Entrega).pdfPROJETO_SIDI (Entrega).pdf
PROJETO_SIDI (Entrega).pdf
 
A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...
A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...
A "sociedade" no enfoque CTS - ressignificações sobre as atividades científic...
 
Fundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências SociaisFundamentos das Ciências Sociais
Fundamentos das Ciências Sociais
 
Pesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdf
Pesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdfPesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdf
Pesquisa aplicada pós fgv ecmi 2023 - completo.pdf
 
A comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdf
A comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdfA comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdf
A comunicação científica e a urgência na democratização do conhecimento.pdf
 
AVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docx
AVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docxAVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docx
AVALIAÇÃO FINAL O QUE É FILOSOFIA - Prof.Ms. Noe Assunção.docx
 
A importância da pesquisa na universidade
A importância da pesquisa na universidadeA importância da pesquisa na universidade
A importância da pesquisa na universidade
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
Pesquisa em informática na educação e ciências cognitivas
Pesquisa em informática na educação e ciências cognitivasPesquisa em informática na educação e ciências cognitivas
Pesquisa em informática na educação e ciências cognitivas
 
Construindo uma universidade sustentável, social e economicamente includente
Construindo uma universidade sustentável, social e economicamente includenteConstruindo uma universidade sustentável, social e economicamente includente
Construindo uma universidade sustentável, social e economicamente includente
 
Fundamentos de Sociologia Unidade I
Fundamentos de Sociologia Unidade IFundamentos de Sociologia Unidade I
Fundamentos de Sociologia Unidade I
 
Aula 2. Conhecimento e Poder
Aula 2. Conhecimento e PoderAula 2. Conhecimento e Poder
Aula 2. Conhecimento e Poder
 
02 EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente
02   EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente02   EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente
02 EA como ferramenta p uma engenharia mais conciente
 
O trânsito_de_saberes_final.doc_
 O trânsito_de_saberes_final.doc_ O trânsito_de_saberes_final.doc_
O trânsito_de_saberes_final.doc_
 
Apresentacao de MEP.pptx
Apresentacao de MEP.pptxApresentacao de MEP.pptx
Apresentacao de MEP.pptx
 
Interdisciplinaridade, Ciencia e Sociedade
Interdisciplinaridade, Ciencia e SociedadeInterdisciplinaridade, Ciencia e Sociedade
Interdisciplinaridade, Ciencia e Sociedade
 
Jornalismo científico
Jornalismo científicoJornalismo científico
Jornalismo científico
 
Communication and Science in the land of utopias
Communication and Science in the land of utopias Communication and Science in the land of utopias
Communication and Science in the land of utopias
 
Artigo comunicação científica uma revisão de seus elementos básicos
Artigo   comunicação científica uma revisão de seus elementos básicosArtigo   comunicação científica uma revisão de seus elementos básicos
Artigo comunicação científica uma revisão de seus elementos básicos
 

Último

Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 

Último (20)

Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 

Cidadania tecnocientífica: modelos e desafios da comunicação pública da ciência

  • 1. Cidadania tecnocientífica: modelos para pesquisa, desafios para a prática em CPCT Yurij Castelfranchi Dep. de Sociologia Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ycastelfranchi@gmail.com
  • 2. CPCT: novas configurações    Importância da comunicação pública da C&T, para o “público”, para a ciência e para o pesquisador Modelos e práticas de comunicação pública: para além do déficit: da compreensão ao engajamento e à coconstrução (novos mediadores) Percepção pública da ciência e percepção de risco: a informação é necessária, mas não suficiente
  • 3. Importância da comunicação pública da C&T         Cidadania tecnocientífica: direito à informação e necessidade imprescindível de acesso Democratização do conhecimento: dever moral da difusão (Einstein, Dewey) “Prestar conta” para sociedade Talentos e carreiras Visibilidade e legitimação política e moral Apoio, recursos, proteção Institucionalização da ciência Qualificar a cidadania e o debate público
  • 4. Relevância da comunicação pública da C&T  .... Mas hoje, cada vez mais,o “dever” moral do cientista e duas instituições e a “necessidade” ou o direito de saber da sociedade também se entrelaçam com necessidades novas: o “dever” do cidadão se informar e a necessidade e o “direito” do cientista ou de sua instituição
  • 5. Relevância da comunicação pública da C&T   “Agorá” midiática como lugar de tomada de decisão: Conflitos e debates políticos atravessados por controvérsias sócio-técnicas: esfera pública qualificada Mecanismos e procedimentos ampliados deliberativos
  • 6. Ciência “Pós-acadêmica” (Ziman) ou “de Modo 2” (Nowotny et al.) Non-instrumental Academic 1900 Universities 1950 Pure Basic „Mode 1‟ 2000 Pre-instrumental  Instrumental Industrial Government Labs Research Councils Foundations Industries Applied Post-industrial Strategic  „Mode 2‟ Post-Academic 
  • 7. Ciência de “Modo 2” (Gibbons, Nowotny et al.) “Modo 1” “Modo 2” Contexto (da prática científica) “Contexto da descoberta”: Problemas e metodologias definidos no interior e de cada comunidade acadêmica. Contexto “da aplicação”: A pesquisa é impulsionada por atores heterogêneos Estrutura disciplinar Forte distinção entre ciência teórica e experimental, e entre ciência de base e aplicada. Tipicamente transdisciplinar. Fluxo bidirecional entre o teórico e o aplicativo. Responsabilid ade (accountability ) O conhecimento é visto como neutral. Sua aplicação posterior é julgada socialmente. Há social accountability já na fase inicial de pesquisa. Ciência “reflexivas”. Organização social Institucionalizada: base preferencial é a academia. Grupos e redes de pesquisa usualmente de tipo disciplinar. O conhecimento é produzido em diferentes instituições e variados contextos. Grupos e redes interdisciplinares. Controle de qualidade da ciência Peer-review, comitês científicos. Comunidades ampliadas, critérios amplos. Além de confiável, o conhecimento deve ser “socialmente robusto”.
  • 10.
  • 13. Quando o conhecimento é produzido por uma multiplicidade de atores
  • 14. Quando o conhecimento é produzido por uma multiplicidade de atores
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. Aristóteles e a retórica Atechnoi (contexto)  3 dimensões da “persuasão” (e da educação) Fonte Mensagem Ethos Logos Público Pathos
  • 19. Qual é o contexto e cenário em que a comunicação acontece? Fonte Mensagem Qual a imagem, confiança, que o público tem da fonte? Público Quais as percepções, Imaginário, atitudes, conhecimento, emoções do público sobre o tema? A mensagem, além de correta e rigorosa, é compreensível, interessante, intrigante?
  • 20. 1930: William Laurence (New York Times) “…Verdadeiros descendentes de Prometeu, os escritores de ciência deveriam pegar o fogo do Olimpo científico dos laboratórios e das universidades e traze-lo lá, em baixo, para o povo…”
  • 21. O modelo “de déficit” da comunicação da ciência + Ciência comunicação perda de informação, distorção, etc. Público Divulgação como tradução, transmissão. Público como homogêneo, passivo, vitima de um “déficit cognitivo/cultural” Palavras de ordem: “di-vulgação”, “democratização”, “compreensão”, “alfabetização”.... -
  • 22. O modelo naive do “espelho sujo” “Simplificado”, menor, diminuído, banal, sensacionalizado, distorcido “Rico”, “denso”, “difícil” “complexo”, “verdadeiro”, “objetivo”... Ciência Mídia Texto de CPC Público
  • 23. Quais os efeitos colaterais de utilizar um modelo de déficit?  Ele tende a não mostrar que o “output” da ciência não é só tecnologia, “produtividade”, “inovação”, mas também conhecimento e cultura  Não enfatiza os numerosos valores “nãoinstrumentais” e culturais do método científico: antídoto contra o princípio de autoridade, resolução argumentativa das controvérsias, democracia das hipótese, mas luta crítica implacável entre elas... etc.
  • 24. Anti-ciência... Filha das maravilhas?  Se a ciência é transmitida como elenco de pérolas brilhantes, se parece um show, se é só descobertas, aplicações maravilhosas etc... (ou seja: se não é um processo, uma batalha entre hipótese, uma refutação de conjeturas, um descartar erros, um chutar criativo etc.) Então... Ela é algum tipo de bruxaria ou de magia.  Se é isso, se a ciência é só “super-interessante”, então: A) está longe de meu alcance (maravilhosa e milagrosa demais para ser feita por gente como eu) B) é difícil demais de ser entendida de verdade (pela descoberta e a aplicação ninguém pode entender nada) C) ela é poderosa demais: entusiasmo & medo, euforia & desconfiança, adoração & ódio...   
  • 25. Para além do déficit Do behaviourismo ao cognitivismo... Da “silver bullet” ao “feedback” Política da representação, produção do consentimento Comunicação como discurso socialmente estruturado Science and Technology Studies (STS) Público não mais como “tabula rasa”, mas como sujeitos ativos, heterogêneos que participam da construção e significação da mensagem
  • 28. Ciência e tecnologia Políticas de C&T Economia da C&T, CTI e mercado Historia social da C&T Epistemologia Organização e produção do conhecimento científico Qualidade e produtividade na pesquisa Implicações sociais, governança, ética na ciência
  • 30. conflitos de interesse deontologia CPC Museus, multimedia, Fontes: entrevistas, papers, imprensa, radio, tv, editoria... sites, congressos... CC institucional, press release
  • 31. Não é mera transmissão Não é unidirecional de informação comunicação Não é só alfabetização As pessoas negociam, recusam, reinterpretam, reconstruem a mensagem
  • 32. Mediações P2P: “público””público”, entre cientistas, sem mediador, etc. Imaginário científico, representações sociais da C&T Mediações Jornalismo e ciência mídia e ciência Divulgação científica
  • 34. Percepção pública da C&T Acesso à informação Percepção de risco, aceitação e rejeição da C&T Públicos Alfabetização científica Engajamento, participação social, inclusão “Cidadania científica”
  • 35. Demandas, esperanças, Contexto cultural Políticas Economia e mercado Interesses em jogo debates socias Questões sócio-ambientais Implicações éticas Ciência Redação Mensagem de CPC Duas mensagens diferentes (NÃO uma a simplificação da outra) com retórica, conteúdo, linguagem, objetivos diferentes
  • 36. nível intra-especialístico nível inter-especialístico nível “pedagógico” - “nível popular” + Grau de “consolidação” do conhecimento cientifico = percursos canônicos = percursos alternativos (Hilgartner, 1991; Bucchi. 2002)
  • 37. As 3 dimensões do PUS (Public Understanding of Science) Ao crescer no nível sóciocultural e de “alfabetização”, as atitudes se tornam em muitos casos cautelosas, menos otimistas: não apenas os “ignorantes” tem “medo da ciência”, não todos os “sábios” têm visão positiva... Existem grupos consistentes declarando interesse nulo e atitudes absolutamente positivas (“confident believers”), grupos interessados e “preocupados” e grupos não interessados e neutrais (“not for me) Compreensão (e “alfabetização” ou “conhecimento”) Atitudes Existem grupos de público consistentes que declaram elevado interesse e possuem escasso conhecimento. E grupos de público com nível elevado de escolaridade (e tb de “alfabetização” científica) declarando interesse baixo Interesse
  • 38. Porque não há plantas transgênicas na Europa? • Os europeus são mais “anti-ciência”? • Os europeus são mais pessimistas sobre tecnologia em geral? • Os europeus são mais “irracionais”? • Os europeus possuem menor alfabetização científica? Quais os fatores principais que levaram à rejeição?
  • 39. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) 6 applications of biotechnology: 1. Using genetic testing to detect inheritable diseases 2. Introducing human genes into bacteria to produce medicines or vaccines 3. Crop plants 4. Production of foods (higher in protein, keep longer, chancge in taste etc) 5. Genetically modified animals for laboratory research 6. Human genes into animals to produce organs for human transplants (xenotransplants)
  • 40. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) 6 applications of biotechnology: 1. Useful? 2. Risky? 3. Morally acceptable? 4. Should be encouraged? ( 2, 1, 0, -1, -2)
  • 41. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) 6 applications of biotechnology: 1. Useful? 2. Risky? 3. Morally acceptable? 4. Should be encouraged? “Moral acceptability is the best predictor of encouragement, followed by usefulness. Surprisingly, risk has a very low predictive value”
  • 42. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) Logic of support “The absence of a relationship between risk and encouragement is remarkable, particularly in light of the importance attached to the issue of risk and safety in scientific debate and public policy-making. This suggest that there is a disjunction between expert reasoning (focusing on risk) and lay reasoning (focusing on moral and ethical issues)”
  • 43. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) Knowledge and attitudes 1. The correlation between support and knowledge is very modest 2. Whether a person is optimistic or pessimistic about the contribution of biotechnology to life is not correlated with knowledge 3. People with higher knowledge are more likely to express a definite opinion about biotech
  • 44. George Gaskell*, Sally Stares, Agnes Allansdottir, Nick Allum, Paula Castro, Yilmaz Esmer, Claude Fischler, Jonathan Jackson, Nicole Kronberger, Jürgen Hampel, Niels Mejlgaard, Alex Quintanilha, Andu Rammer, Gemma Revuelta, Paul Stoneman, Helge Torgersen and Wolfgang Wagner. October 2010 The new survey in 2010 covers the now 27 Member States of the European Union plus Croatia, Iceland, Norway, Switzerland and Turkey.
  • 45. Apesar da confiança nas instituições e nos órgãos de regulação ter aumentado, e apesar de ter aumentado também o otimismo tecnológico em geral bem como a aceitação da biotecnologia a comida OGM continua sendo rejeitada por 61% da população
  • 46. Alguns fatores que influenciam a percepção ou aceitação do risco 1. Confiança (ou falta de) 2. Risco imposto vs voluntário 3. Risco “natural” vs criado pela atividade humana 4. Risco crônico vs catastrófico (avião vs carro) 5. Gravidade das consequências “outcome” terrificante
  • 47. Alguns fatores que influenciam a percepção ou aceitação do risco 7. Comprensível e visível vs invisível/incomprensível 8. Incerteza científica 9. Novo ou familiar 10.Vitima conhecida ou famosa(vaca louca) 11.Crianças e futura gerações
  • 48. Alguns fatores que influenciam a percepção ou aceitação do risco 12.NIMBY Mesmo risco pequeno inaceitável… 13.Risco vs benefícios (OGM: de quem é o benefício?) 14.Controle 15.Moralidade, “fairness” (vaca louca)
  • 49. EXEMPLO : surveys nacionais MCT 2006 e 2010 Coordenadores: Prof. Ildeu Moreira (UFRJ e MCT) Profa Luisa Massarani (COC-Museu da Vida – Fiocruz) Equipe científica e análise de dados Prof. Yurij Castelfranchi (UFMG), Elaine Vilela (UFMG), Luciana Lima (Inep)
  • 50. Tendências gerais no Brasil  Alguns aspectos da opinião dos brasileiros/as são comuns à maioria dos países emergentes:  Uma opinião geral positiva sobre C&T  Níveis bastante elevados de interesse declarado sobre C&T  Baixos níveis de acesso à informação e participação social  Quando olhamos porém opiniões específicas, encontramos peculiaridades tanto nas atitudes quanto na relação entre atitudes, nível educacional e hábitos informativos
  • 52.
  • 53.
  • 54. Quem mais sabe, aceita mais ?
  • 55. Access to info/knowledge habits vs attitudes Pessimistic Medium-high Both benefits and risks Low High Optimistic Medium-Low Pessimistic vision (more risks than benefits) associated neither to consumption of information, nor to lack of information
  • 56. Survey Brasil – MCT – 2010: A ciência e a tecnologia mais malefícios ou benefícios para humanidade? Pessimistic vision (more risks than benefits) associated neither to consumption of information, nor to lack of information
  • 57. Survey Brasil – MCT – 2010: A ciência e a tecnologia mais malefícios ou benefícios para humanidade? Pessimistic vision (more risks than benefits) associated neither to consumption of information, nor to lack of information
  • 59. Do “PUS” ao “PEST” Public Public Understanding of Engagement in Science Science & Technology Two-way dialogue, debate Engagement
  • 61. O que as crianças retratam? Impacto do objeto em si
  • 63. Alguns impactos para os pesquisadores e suas instituições  Efeito fator de impacto: New York Times e FI (Phillips)  Cientistas blogueiros: carreira e novas formas do peerreview (V. Fagundes, 2013)  Legitimação de nova área de pesquisa (ex.: Ciência da complexidade e teoria do caos)  Interação com a mídia e com jornalistas: aprender a lidar com a esfera pública (Mayana Zatz e o STF)
  • 64. Obrigado! Yurij Castelfranchi Dep. de Sociologia Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ycastelfranchi@gmail.com
  • 65. Exemplo:crianças e ciência • Homem • Branco/ocidental • De jaleco (“Como posso desenhálo?” “Fácil: bota nele um jaleco branco!”) • De óculos (“tem que observar muito/estudar muito”) e/ou roupa “maluca” • Tem um laboratório • “Alienígena”, “maluco”... • “Muitas mãos”
  • 66. Cientista é... • “De cabelos malucos” (“Tem todos cabelos explodidos porque quando faz experimentos ele queima e fica assustado”)
  • 67. Cientista é... Transformador: •“Ela tem gaiola com passarinho... Quer transformálo em algo diferente” •“Ele pega um bicho, talvez um rato... Transforma em um hamster”
  • 68. Neo Cortex apanha ratos no esgoto e transforma-los em exércitos
  • 69. Cientista é... Quase um bruxo: •“Ele faz poções” •“Tem um raio mágico” •“Tem que confiar nele, porque ele é tipo mágico” Inventor: “Inventa umas rodas/óculos/pistolas...”
  • 70. Tem uma espécie de raio na cabeça, com o qual conserta as coisas... Disegno5 Tem um amuleto para se defender Disegno6
  • 71. “O cientista é mágico. Aliás, não”....
  • 72. Summary  Contemporary relationship between technology, knowledge production and democracy  Conditions of possibility for an erosion of technocracy and a crisis of legitimization of representative democracy: cybernetic markets and cybernetic governmentality  Forms of political action and resistance: “insistence”, “deexistence”(not with the meaning of “giving up”)  Political and epistemological “hacking” in a politics of immanence: inventing rights, recombining codes
  • 73. Classical Technocracy: Policy depoliticized  Science-based decision-making and evidence-based policy whenever technical arguments are possible  In situation of risk (social, technological, environmental) or uncertainty, policies tend to legitimate itself based on scientific and technical expertise  Rhetoric of progress: technical innovation seen as necessary andor sufficient for social and economic progress: “future at stake”, “the train we can not lose”...  Scientists not as engaged intellectuals, but as neutral experts: spokespersons of “facts”, producers of answers. Science is spokesperson of Nature: a “silencing machine” (Stengers)
  • 74. Classical Technocracy: Policy depoliticized  Publics seen as “lay public”: deficit of competences to decide on technical problems... And technical problems are a major part of political problems...  Conflictive or antagonist voices tend to be silenced by classical mechanisms of discourse rejection based on the place of truth and reason: they are depicted as either “irrational” “obscurantist”, “hysterical” (non-reason) or as “ideological”, “corrupt” (non-truth)
  • 75. Neuralgias of technoscience  “Regulatory science” (Jasanoff , 1995)  “Post-normal” science (Funtowicz & Ravetz, 1993)  “Mode 2” of knowledge production (Gibbons, Nowotny, et al 1994, 2001)  “Post-academic” science by Ziman (2000)
  • 76. Neuralgias of technocracy: in a politics of immanence... Knowledge is political  If policy and politics are science-based and legitimated through expertise, experts are seen as political, and as stakeholders with  In most technoscientific problems and conflicts, no single technoscientific answer or solution exists, for two reasons....
  • 77. Erosion of technocracy • 1. Complex systems and uncertainty: • Knowledge • Controversies • Complexity WE DO NOT KNOW MORE THAN 1 MODEL, OR ALTERNATIVE THEORIES (poliphonic expertise) HAVING DATA AND A THEORY DOES NOT MEAN YOU CAN CONTROL OR FORESEE • Often, risk is not measurable (uncertainty: we do not know what we do not know)
  • 78. Erosion of technocracy • 2. Social definition of risk  Even when we can estimate risks, damages and externalities, social acceptability of risk is not the same than its numerical estimates  S&T neither sufficient for a politically relevant definition of risk nor to legitimate policies John Gummer: “beef eater”
  • 79. S&T and democracy today  Science and Technology linked to (old and) new political conflicts: risk society and “acting in an uncertain world”; ethics; Intellectual Property Rights and commercialization of knowledge, etc.  Science and technology opening up new spaces for citizen action  Knowledge as a realm of politics (re-politization of S&T)  Struggle over participation and “technical democracy”: people feeling excluded from technical decision, while so much part of decision-making is de-politicized as being “technical”
  • 80. Effects (and affects)  Erosion of technocracy  Midiatization of politics  Financeirization of global economy  Effect 1: cybernetic high-frequency markets, cybernetic governments: fluxes and feedbacks are crucial  Effect 2: crisis of legitimization of a democracy kidnapped by financial markets  Conditions of possibility for positive loops and explosive feedbacks, exponentially amplifying the effects and affects of individual or collective actions, both political and subpolitical: boycotts, media campaigns, direct action, civil disobedience…  More powerful forms of “insistence” and “de-existence”
  • 81. TACTICS AND RESISTANCE By solving problems, deciding the goods they buy, the politicians they vote for, downloading music, enjoying their leisure time or figuring out how to cope with goals they need to achieve within the moral, legal or technological constraints they live in, consumers can act as producers or inventors. Environmental or patient groups may produce new scientific data, or pose new constraints or challenges both to methods and organization of science. Empirical evidence is great that tactics and micropolitics can have effects and contribute for recombination in technology and policies (Epstein , 1995; Wynne, 1996; Callon et al., 2009).
  • 82. TACTICS AND RESISTANCE • Experiments in public participation and deliberative decision making in S&T show their limitations, while planned and performed in a liberal framework of rules and expectative, but also show the great potential to constitute an interesting setting for mutual, collective learning, in which scientist, engineers and technocrats learn together, in a conflictive situation, and open up the menu of problems to be take on into account: in this context, “efficiency” is politically contested and redefined thanks to needs, questions, but also data and knowledge coming from diverse social groups.
  • 83. TACTICS AND RESISTANCE • Situated knowledge, practices and conflicts people enact contribute to transform policies, as well as processes of diffusion, regulation and governance of S&T eventually generating or empowering processes that modify epistemological and methodological aspects of technology, (that´s what we call “innovating innovation”).
  • 84. What is “Citizenship”  NOT ONLY a set of practices or attributes of the individual  NOT ONLY a list of rights and duties  Being a capacity to act in a framework of constraints, we can treat citizenship as a particular kind of power: not simply something one can have, conquer or lose, not a substance or attribute “inside” the individual, but also a dynamic relationship modulated by subjects that are constrained by strategies, norms, environmental limitations or possibilities.
  • 85. What is “Citizenship”  If a citizen is not simply equipped with rights and duty, if he/she performs and practices citizenship through tactics and interactions, than citizenship is not merely about guaranteeing or conquering rights. It is also a conflictive field of invention of rights: a territory in which rights that did not exist are invented or redefined within contested boundaries. In this sense, duties and rights are the consequence of agency and citizenship, not only its conditions of possibility.
  • 86. Is technical citizenship possible?  People may contribute, by figuring out what to do, by buying, using, voting, desiring different things, to transform technology and modulate markets or policies.  They can re-signify or reinvent technical objects or processes, opening bifurcations that can be territorialized in different ways.  Such processes are usually not organized or planned, but may lead to changes in technoscience, in some cases, when a loop or affinity occurs between goals and effects at this level and ruptures or condition of possibilities in the macro level.
  • 90. Primavera BH (eliminando degree 0-14): degree (homens verdes)
  • 91. Primavera BH (eliminando degree 0-14). Betewenness centrality
  • 92. Insistence “Insistence”: a hacker politics, in which we do not see technology, capitalism and domination as above us, or external. We live inside the political and technological blackboxes we try to open. If we live inside them, conceptual and epistemological hacking (and recoding) as well as political hacking (and recombination) can be seen as concrete possibilities for political action.