4. Sujeito integral:
Criativo
Trabalho em equipe Aceite desafios
Inovador Flexibilidade
Relações Autonomia
Equilíbrio emocional
interpessoais
Espírito de liderança
5. Uma saída:
o trabalho procedimental
“Os procedimentos expressam um saber
fazer, que envolve tomar decisões e realizar
uma série de ações, de forma ordenada e não
aleatória, para atingir uma meta.”
(PCN – Introdução 5ª a 8ª séries)
7. Conceituar:
A palavra projeto origina-se do latim projectu,
projectu
“lançado para diante”, que se refere:
À ideia que se forma de executar ou realizar
algo, no futuro; plano, intento, desígnio.
Ao empreendimento a ser realizado dentro de
determinado esquema.
Ao esboço ou risco de obra a se realizar; plano.
(Dicionário Aurélio)
9. Projetos e intenções:
Por que trabalhar com projetos? Bras
Proj il 500 a
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Porque a coordenadora mandou...
Porque está na moda...
11. A função do projeto de trabalho:
Propiciar meios,
ambiente e situações
que auxiliem na
resolução de um
determinado problema
que seja significativo
ao aluno.
17. ( )
Planejamento dos alunos – ações:
O que fazer? Como fazer?
Quando fazer?
Para que fazer? Qual a importância?
Qual o significado?
18. Os diferentes papéis
A execução:
Professor Aluno
Realiza as ações
planejadas
Auxilia com
os recursos
19. Classificar, selecionar,
analisar, filtrar, depurar,
sintetizar etc.
Verificar e utilizar o que
for necessário ao projeto
Mediação do Aprendizagem
professor para o Conhecimento
mapeamento das
informações
21. Os diferentes papéis
A apresentação:
Professor Orienta e assiste Aluno
(ele já auxiliou em recursos,
mediou o processo, provocou
a depuração etc.)
Planeja a forma da exposição,
apresenta os resultados e,
assim, consolida os
conhecimentos obtidos.
22. Os diferentes papéis
A avaliação:
Professor Media a sessão Aluno
de avaliação
Faz a avaliação
e a crítica
Avalia o projeto
pelos objetivos
23. Os diferentes papéis
Professor Aluno
Tema Planejamento
Planejamento
Planejamento Execução
Acompanhamento Depuração
Avaliação Apresentação
Fechamento Avaliação
24. Os registros e os resultados
O que registrar e como
apresentar os resultados de
um projeto?
26. Resultados:
Das etapas do projeto
Do envolvimento
Das mudanças visíveis
Das propostas de
resolução do problema
Das propostas futuras
27. Algumas reflexões:
Rever os planejamentos dos projetos que ocorrem no
início do ano (semana de planejamento), onde ainda
não se conhece os alunos e, consequentemente, os
seus sonhos, necessidades, desejos etc.
28. Algumas reflexões:
Rever a ideia simplista de que o
trabalho com projeto é o momento
“lúdico” e “divertido” onde a aula
fica mais “light”.
Rever a ideia de que “... ou eu dou
aula ou eu faço projeto”.
29. Algumas reflexões:
Rever a função e a vantagem de se trabalhar com
um projeto de poucos dias, apenas para realizar
uma atividade referente a uma data comemorativa
to X
Proje
Notas do Editor
Caro gestor escolar, antes de iniciar esta apresentação, sugerimos trabalhar a atividade introdutória . Planejada para motivar a participação, o envolvimento da equipe e a expressão da experiência que cada professor já possui sobre o tema Pedagogia dos projetos, possibilita ao gestor escolar traçar um percurso de formação continuada que considere os conhecimentos e experiências que sua equipe já possui. Gestor: Este é o roteiro de estudo sobre a Pedagogia dos projetos, com o total de 29 slides , divididos em blocos de conteúdos: Introdução [ slide 2 ao 6 ]; 1º bloco [ slides 7 ao 12] – conceitos básicos sobre projetos ; 2º bloco [ slides 13 ao 19] – etapas operacionais do projeto; 3º bloco [ slides 20 ao 29] – os diferentes papéis, registros, resultados e reflexões finais sobre o projeto.
Gestor: Observe que as imagens utilizadas ao longo desta apresentação sugerem metáforas visuais para sensibilizar a equipe para o trabalho com projetos. Normalmente, quando analisamos um PPP (projeto político-pedagógico), encontramos o texto iniciando com a seguinte frase: “Nossa missão é formar o sujeito integral, crítico e reflexivo....”. Na realidade, esta é a verdadeira missão da escola e do professor: “Formar o cidadão integral”, porém, na prática, cada professor se preocupa com seus conteúdos, sua disciplina, seus prazos etc. e acaba realizando um trabalho solitário e individualizado, esquecendo, ou nem sabendo, que o conjunto de suas ações pedagógicas (mais as ações dos outros professores) deverá também auxiliar na FORMAÇÃO DO CIDADÃO INTEGRAL, ou seja, ir além de ministrar os conteúdos acadêmicos. Quando isto acontece, a frase inicial da maioria dos PPPs torna-se um discurso e não uma realidade, pois ela fica no campo apenas do documento necessário (PPP) que está na sala do diretor, e não como práxis dentro (e muitas vezes fora) da sala de aula.
Gestor: Sujeito integral? Quem é ele? Como é ele? Quais habilidades, competências, capacidades etc. ele possui?
Gestor: Se a nossa missão é formar o sujeito integral, temos que saber: Quem é esse sujeito integral? Quais habilidades, competências, capacidades etc. esse sujeito possui e/ou deveria possuir? Dentre várias capacidades, um sujeito integral deve ter/ser: criativo, inovador, saber trabalhar em equipe, aceitar desafios, ter flexibilidade em suas ações, possuir boas relações interpessoais, ter equilíbrio emocional, possuir espírito de liderança etc. A grande questão é: como ele desenvolverá tudo isso se não desenvolver primeiramente a autonomia ? Portanto, a autonomia precede todas essas capacidades. É fácil perceber como os alunos não possuem autonomia, pois sempre esperam o professor dizer qual desenho tem que ser feito ou sobre qual tema deverá escrever. Sem essa autonomia, como ele irá desenvolver múltiplas capacidades? Em uma aula conceitual, normalmente o aluno permanece passivo e, dessa forma, como esperar que ele desenvolva todas essas e outras capacidades se não lhe foi dado autonomia para pensar, decidir, fazer etc.? É preciso repensar a forma de trabalhar os conteúdos, de tal maneira que o professor vá além do trabalho com os conteúdos apenas de forma conceitual e deixe “espaço” para que os alunos possam desenvolver autonomia, a qual será o ponto inicial para o desenvolvimento das habilidades e competências.
Gestor: Se precisamos fazer com que nossos alunos desenvolvam autonomia, o trabalho com os conteúdos de forma procedimental pode ser uma alternativa, pois, nesse caso, eles vão “fazer” e, para tanto, precisam ser autônomos em suas decisões, ações, procedimentos etc. Levando-se em consideração as orientações dos PCNs, verificamos que os conteúdos devem ser trabalhados de forma conceitual, PROCEDIMENTAL e atitudinal. Fica clara a importância de o professor mediar situações onde o aluno possa “aprender a fazer”, pois, além da autonomia, também conseguirá dar mais significado aos conteúdos conceituais, já que verificam na prática a sua real utilidade.
Gestor: Os projetos podem ser uma das alternativas (não a única) para que um determinado conteúdo possa ser trabalhado de forma conceitual para que, em seguida, os alunos realizem procedimentos utilizando esses conceitos. Em alguns casos os alunos podem precisar de novos conceitos, dependendo das ações planejadas, os quais podem ser pesquisados ou, então, trabalhados pelo professor. Outra alternativa de trabalho com os projetos é deixar que o aluno planeje e execute ações procedimentais com os conhecimentos prévios e, conforme for precisando de novos conceitos, o professor trabalhará com os conteúdos de forma conceitual. Ao final do projeto, os conteúdos terão sido trabalhados de forma conceitual (pelo professor ou pelas pesquisas e investigações dos alunos), procedimental (pelas ações planejadas e executadas) e esse conjunto “provocará” no aluno a mudança de hábitos, costumes e atitudes (conteúdo atitudinal).
Gestor: É importante conceituar a palavra projeto para percebermos que ele se refere a algo que ainda vai acontecer, ao futuro, e que é carregado de planos e intenções. Algo que possui início, meio e fim . Por esse motivo não temos “modelos prontos” de projetos, pois aquele projeto realizado em uma turma não poderá ser repetido fielmente em outra, já que ele foi projetado, realizado e terminado, podendo acontecer tudo novamente (e normalmente de outra forma) em outra turma. O que foi projetado pela 3ª série A no ano passado não pode ser “ditado” pelo professor neste ano para a turma da 3ª série B, pois, nesse caso, a segunda turma estaria realizando “tarefas” ordenadas pelo professor e não trabalhando com um projeto.
Gestor: Um projeto acontece quando existe uma “problemática” e, nesse caso, queremos resolvê-la. Para tanto, temos que romper com a situação atual (problema que pode nos incomodar) e projetar uma situação futura que parece ser a ideal. Podemos fazer uma analogia entre projeto e sonho, pois nos dois casos existe uma situação atual (ponto A) que será rompida e projetada/sonhada com uma outra situação futura (ponto B). No caminho entre o ponto A e o ponto B existe um ou vários problemas que devemos enfrentar/resolver. Ao resolver os problemas do “meio do caminho”, chegamos ao ponto B, e nosso sonho/projeto foi realizado. No ponto B não existem mais sonhos nem projetos. Exemplos de sonhos/projetos pessoais e profissionais: Fazer o mestrado na melhor universidade, comprar um carro, casar e ter filhos etc. Em sala de aula, os projetos tomam dimensão de projetos de trabalho e são temáticos, mas utilizam os mesmos conceitos já mencionados.
Gestor: Todas as vezes que formos trabalhar com um projeto, precisamos nos perguntar: Por que trabalhar com este projeto? Caso não tenhamos a resposta, é preferível não trabalharmos com o projeto e, sim, buscar uma outra estratégia, pois um projeto precisa ser carregado de intencionalidades e objetivos. Fazer um projeto porque está na moda ou porque a coordenadora “exigiu”, certamente estaremos praticando algo fadado ao fracasso. Portanto fica como regra sempre fazer esta pergunta: POR QUE VAMOS TRABALHAR COM ESTE PROJETO?
Gestor: Se a opção for o trabalho com projetos, então se faz necessário conhecer algumas de suas vantagens. No mínimo para o próprio convencimento de que esta pode ser a estratégia adequada para uma determinada situação da qual estamos vivenciando na escola.
Gestor: A dinâmica de trabalho com projetos vai propiciar meios para que os alunos resolvam problemas que eles mesmos perceberam, possuem, enfrentam ou se mobilizaram para resolver. Diferente de uma equação que ele tenha que encarar como um “problema para resolver”, um projeto possui problemáticas que são significativas aos alunos, pois estão inseridas em seu contexto.
Gestor: A interação é uma das grandes vantagens de um projeto. No projeto tiramos o aluno da posição de quem só escuta sentado passivamente em sua carteira, colocando-o para “fazer”. Como ele é trabalhado em equipe, de forma cooperativa, os alunos necessariamente irão interagir entre eles para decidir o planejamento das ações do projeto, executar os procedimentos e, dessa forma, irão se comunicar e também aprender com o outro. Importante lembrar que a linguagem do outro (colegas) é sempre mais próxima deles (alunos), que entendem muito mais facilmente o que eles falam do que o professor fala, portanto precisamos aproveitar essa interação propiciada pelo projeto para que se promova a aprendizagem que emerge do trabalho coletivo. Outro tipo de interação que ocorre no projeto é do aluno com o objeto de conhecimento, pois temos a possibilidade de levá-lo in loco quando for o caso, ou permitir que ele toque, faça, manipule etc. o objeto em questão. Um exemplo dessa situação é imaginar um projeto onde o aluno vá até o lixão e sinta literalmente os problemas ali existentes, o que é bem diferente de, por exemplo, mostrar a fotografia do lixão.
Gestor: O início de tudo para realizar um projeto é o diagnóstico que devemos fazer com os alunos, verificando quais são seus desejos, sonhos, necessidades, problemas etc. O professor deverá “provocar” essa discussão, bem como pode também “vender” uma ideia que se torne desejo, sonho, necessidade dos alunos, porém tomando os devidos cuidados para não definir qual será a temática a ser trabalhada. O professor não pode definir isto sozinho, bem como nem a coordenadora pedagógica nem a direção da escola. Na realidade, o ideal é que todos esses atores, junto com os alunos, definam qual será a temática a ser tratada no projeto.
Gestor: É importante destacar que muitas vezes a problemática (que pode ser tratada em um projeto) está sendo demonstrada pelo(s) aluno(s) na própria indisciplina, que pode ser uma forma reativa de mostrar que precisa de ajuda, que tem necessidades e não sabe como lidar com isso. Portanto, devemos “escutar mais” e “enxergar mais” aquilo que nossos alunos estão gritando e demonstrando e muitas vezes não estamos percebendo, pois muitas vezes eles não conseguirão “falar” diretamente quais são suas necessidades, desejos, sonhos etc., mas vão encontrar alguma forma de demonstrar isso, mesmo que seja chamando a atenção por meio da indisciplina. Definida essa temática e, delimitado(s) o(s) problema(s), a projeção começa sua trajetória.
Gestor: É importante entender quais são as etapas operacionais de um projeto, pois dessa forma o professor consegue entender qual é o seu papel, até onde ele pode ir e como orientar seus alunos, já que eles serão os executores, e o professor, apenas o mediador dos processos da projeção.
Gestor: Após definida a temática do projeto, o(s) problema(s) envolvido(s) e que deverá(ão) ser resolvido(s), a próxima etapa é o planejamento das ações. Esse planejamento possui duas vertentes, ou seja, a vertente do professor e a do aluno. No caso, o professor irá planejar as questões estratégicas e operacionais, que dizem respeito ao período que será realizado o projeto, os professores/disciplinas envolvidos, os recursos humanos e materiais necessários etc. É no planejamento que o professor também traça os objetivos (todo projeto precisa ser carregado de intencionalidades), pois, posteriormente, o projeto será avaliado por meio deles, ou seja, se foram ou não atingidos. Já os alunos vão planejar as ações, ou seja, se vão fazer uma maquete, uma campanha de conscientização, um blog , uma exposição etc. e, em todos os casos, escolher os recursos, materiais e procedimentos para cada uma das ações planejadas.
Gestor: Realizar o planejamento não é uma tarefa fácil para os alunos, já que eles dificilmente estão acostumados e/ou aprenderam a realizar essa ação. Para resolver esse problema, o professor precisa mediar o processo (planejamento) questionando seus alunos, pois será com as respostas que eles conseguirão traçar seus planos e ações.
Gestor: Feito todo o planejamento, pensado cada detalhe das ações e projeções, é hora de colocar tudo em prática. A fase de execução tem essa função, pois caso contrário o projeto ficaria apenas no papel. Executar para o aluno é fazer tudo aquilo que ele tinha vontade, desejo, sonho, necessidade e que não foi imposto por ninguém, mas, sim, planejado por ele. Enquanto o aluno coloca a “mão na massa” e executa as ações planejadas, o professor auxilia com os recursos humanos e materiais necessários, provoca, questiona, medeia e preferencialmente não faz para o aluno, mas o orienta e fornece subsídios (materiais e/ou conceituais) para que o planejado seja realizado.
Gestor: Durante a fase de execução, é bem provável que os alunos necessitem de informações e dados sobre a temática do projeto e/ou sobre o(s) problema(s) apresentado(s). Para que os alunos não fiquem apenas no campo da “pesquisa” e “coleta de dados e informações”, é importante que o professor faça a mediação do processo de tratamento das informações. Tratar as informações é classificar, filtrar, depurar, sintetizar etc. tudo que foi coletado para verificar o que exatamente será útil (ou não) ao projeto. Tratar as informações e posteriormente utilizá-las efetivamente nas ações e procedimentos do projeto poderá fornecer uma maior chance de que elas (as informações) se transformem em conhecimento. Importante é entender que o aluno sozinho não sabe e/ou não consegue fazer o tratamento das informações. Ele só fará isso com a mediação do professor. Todo esse processo de tratamento de informações, seu uso e a sua transformação em aprendizagem só ocorrerá se e quando o professor provocar, pois, caso contrário, o aluno ficará com “toneladas” de informações e dados retirados, por exemplo, da internet e não saberá o que fazer com eles. Nesse caso as informações não terão a mínima chance de se transformarem em conhecimento.
Gestor: Um projeto que foi bem planejado e bem executado, pode ser um bom projeto, porém o ideal é que ele seja um excelente projeto. Para provocarmos a melhoria das ações realizadas no projeto entramos na etapa de depuração. Depurar é melhorar a qualidade do projeto, e isso não acontecerá naturalmente se o professor não for o “provocador” desta fase. A depuração não acontecerá em uma fase/etapa estanque, ou seja, depois da etapa de execução, mas, sim, em paralelo. Conforme os alunos forem executando as ações e procedimentos, o professor já pode, e deve, ir questionando e provocando seus alunos para que eles pensem, reflitam, reorganizem, (re)planejem suas ações, procedimentos, produtos e atitudes geradas durante a projeção.
Gestor: A etapa de apresentação talvez seja a mais importante de todo o projeto, pois é a culminância de tudo que foi sonhado, desejado, realizado, resolvido, enfim, de tudo o que foi projetado. Nunca devemos deixar de apresentar um projeto. Por mais simples e modesta que seja essa apresentação, ela é necessária para que o aluno sinta a valorização de suas ações e produtos realizados durante todo o processo de projeção – questão de ego! Outro fator importante é que será na apresentação que efetivamente o aluno consolidará seu conhecimento sobre a temática trabalhada no projeto. Da mesma forma que nós, professores, aprendemos a ministrar uma aula na prática (em sala de aula), é na apresentação que o aluno também terá mais chances de aprender sobre a temática do projeto. Nessa etapa o professor deverá orientar onde, quando e para quem será apresentado o projeto e, depois disso, deverá agir apenas como um dos ouvintes, sem interferir, mas apenas fazendo suas anotações e avaliações do que está sendo apresentado. Posteriormente ele tratará essas anotações com seus alunos, especificamente no processo de avaliação.
Gestor: Terminada a apresentação, entramos na etapa de avaliação. O ideal é que o professor possa reunir seus alunos e mediar uma discussão onde cada um faça sua autoavaliação, autocrítica e também que tenham a liberdade e segurança para avaliar e criticar os demais projetos. O fechamento dessa discussão fica por conta do professor, que irá “costurar” tudo que foi comentado pelos alunos e, ainda, fará os ajustes necessários tanto no campo conceitual, quanto sobre as anotações que fez durante a projeção e na etapa de apresentação. Posteriormente, com os demais professores e gestores, o professor deverá fazer a avaliação do projeto como um todo e, principalmente, se foram atingidos os objetivos esperados. Nessa avaliação devemos ter em mãos a lista dos objetivos traçados (no planejamento) para verificar um a um se eles foram (ou não) atingidos. Por esse motivo, é importante ter traçado objetivos que possam ser verificáveis e não frases de efeito, bonitas, mas que não podem ser verificadas se foram alcançadas. O alerta é: trace objetivos e não SUBJETIVOS. Após essa avaliação, se percebermos que os objetivos não foram atingidos, significa que a escola precisa buscar uma outra estratégia, já que esta não foi suficiente para dar conta de todas as necessidades.
Gestor: Fica fácil perceber que os diferentes atores do projeto possuem diferentes papéis, que não se chocam, mas que se complementam. Reconhecer as etapas de um projeto e o papel de cada ator é necessário para que o professor entenda até aonde ele vai, quais são suas “obrigações” e como pode e deve orientar seus alunos nas ações procedimentais.
Gestor: Terminada a avaliação do projeto, em muitos casos é necessário apresentar os resultados ou, em outros casos, é necessário registrar o processo durante a própria projeção. Em ambos os casos é preciso tomar cuidado com o que será registrado, ou seja, de qual forma, para que não fiquemos apenas na superficialidade.
Gestor: Muitas escolas apresentam os projetos (e seus resultados ou processos) por meio dos produtos. São tiradas dezenas de fotos da apresentação (uma das etapas), dos produtos elaborados e, posteriormente, são expostas nos murais ou no site da escola. Tanto a apresentação quanto o produto são apenas dois itens de todo um conjunto de ações e processos que normalmente tinha como objetivo resolver um problema, portanto não podemos simplificar o projeto e representá-lo por meia dúzia de fotos específicas apenas de dois pontos (apresentação e produtos).
Gestor: Na realidade, o registro de um projeto não pode conter apenas as fotos da apresentação e dos produtos, mas também, e principalmente, o relato de como aconteceram as etapas, qual foi o envolvimento e a motivação dos alunos, o que foi possível perceber em termos de mudanças comportamentais e atitudinais, o que foi apresentado pelos alunos como respostas aos problemas iniciais, como eles chegaram a esses resultados e, em muitos casos, o que já ficou decidido, pela turma, para o próximo projeto.
Gestor: Muitas escolas aproveitam a semana de planejamento do início do ano para planejar TODOS os projetos. A questão é: Como podemos planejar um projeto sem consultar nossos alunos, sem verificar suas necessidades, sem conhecer seus sonhos e desejos? Como planejar um projeto se nem sabemos se vai ou não ocorrer um tsunami ? Então não podemos planejar nenhum projeto antes de conhecermos os alunos? A resposta é SIM, podemos planejar os projetos institucionais, ou seja, projetos da escola (projeto leitura, projeto de cooperação dos pais etc.), mas ainda não todos os projetos temáticos. Obviamente sabemos que alguns projetos sempre poderão acontecer, pois a prática educativa já nos demonstra isso (projeto família ou animais na Educação Infantil, projeto sexualidade na 8ª série etc.) e, nesses casos, podemos já planejar uma reserva de período no calendário, porém nunca definindo quais serão as ações, pois essa parte do planejamento quem faz são os alunos.
Gestor: Alguns professores possuem a falsa crença de que trabalhar com projetos é o momento mais “ light ”, pois afinal é mais uma atividade do que um processo de aprendizagem. Na realidade, o projeto é uma forma diferenciada de trabalhar um conteúdo e não o momento de “brincar” com os alunos. Trabalhar com projetos é uma opção metodológica de “fazer diferente”, portanto também é impossível compreender o questionamento de alguns professores que perguntam se é para dar aula ou fazer projeto, quando na realidade é para dar a aula (e trabalhar os conteúdos – conceitual, procedimental e atitudinal) POR MEIO dos projetos.
Gestor: Muitas datas comemorativas são trabalhadas na forma de projetos. Se um projeto está relacionado a uma problemática, então podemos questionar: Qual o problema da bandeira? Qual o problema da Páscoa? Qual o problema do Dia das mães? Enfim, com o intuito de comemorar uma data, elege-se um projeto como opção metodológica, porém a data não traz nenhum tipo de problema a ser resolvido pelos alunos. Nesse caso alguns projetos duram 4 ou 5 dias e já se esgotam por total inconsistência. Datas comemorativas? Ok, comemore-as, realize várias atividades procedimentais, cante, dance, pinte, mas não necessariamente estamos falando de um projeto. O uso inadequado do nome de uma dinâmica de trabalho (Pedagogia dos projetos, por exemplo) pode levá-la à descrença de sua eficiência, não pela metodologia em si, mas pelo seu uso em situações onde não cabe trabalhar com um projeto.