Planejamento escolar e organização do trabalho pedagógico
1. Sistematização dos pontos
principais da discussão
O Planejamento antecipa mentalmente uma ação para
que esta seja realizada de acordo com o previsto
(Vasconcelos, 2006).
O planejamento escolar está inserido dentro do plano
global da escola e inclui necessariamente o papel social
da escola, suas metas e seus objetivos. Assim, ele
direciona o que e o para quê fazer.
Ele torna consciente a intencionalidade que orientará a
intervenção pedagógica adequada para assegurar a
coerência entre o que se pretende alcançar com os
alunos e o trabalho pedagógico em sala de aula.
2. O que está subjacente ao
planejamento?
• para sua realização é preciso conhecer a realidade do aluno, como
ele vê a escola, para, a partir daí definir o ponto de partida e as
metas para o trabalho;
• o planejamento escolar é contínuo, um processo permanente de
reflexão e de tomada de decisões, portanto passível de reajustes e
reformulações à medida que a interação professor/aluno aumenta;
• o planejamento envolve uma ação coletiva, de toda equipe escola e
não isolada;
• o planejamento deve romper com a fragmentação do conhecimento
e priorizar a interdisciplinaridade, sem negar as especificidades e
objetivos de cada componente curricular.
3. Formas de organização do trabalho
pedagógico
• há diferentes formas de organizar o trabalho
pedagógico para contemplar os grupos de
alunos que são heterogêneos e que por isso
expressam-se de diferentes modos e possuem
diferentes ritmos de aprender, assim como
diferentes interesses;
• um trabalho que contemple a todos os alunos,
requer variadas atividades (coletivas, em
duplas, individuais)
4. Formas de Organização do
Trabalho Pedagógico
• Atividades Permanentes
• Projetos Pedagógicos
• Sequências Didáticas
5. PROJETOS DIDÁTICOS ATIVIDADES SEQUENCIADAS
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
ATIVIDADES
PERMANENTES
-São situações
didáticas que:
- Se articulam em
função de uma
finalidade e de um
produto final
compartilhado.
-Contextualizam as
atividades
-podem ser
interdisciplinares.
São situações didáticas
articuladas em torno
de um conhecimento
específico
Possuem uma
sequência crescente de
desafios
-não tem um produto
final
São situações
didáticas cujo
objetivo é constituir
atitudes,
desenvolver
comportamentos
etc.
PERIODICIDADE:
depende dos objetivos
propostos - um projeto
pode ser de dias ou
meses.
PERIODICIDADE:
variável
PERIODICIDADE:
semanal, quinzenal,
diária
- as atividades se
repetem de forma
sistemática e
previsível.
Obs.: Podem ocorrer
também atividades
ocasionais
6. Atividades Permanentes
Elas devem envolver os eixos da
alfabetização:
• Leitura;
• Produção de Textos;
• Análise linguística;
• Oralidade.
7. Exemplos de Atividades
Permanentes
Produção de Textos Escritos
(individualmente, coletivo, em duplas):
• produção de textos de gêneros variados
(bilhete, convite, regras, lista com nomes
de colegas etc);
• reescrita;
• texto oral com destino escrito (entrevista?
8. Exemplos de Atividades
Permanentes
Leitura:
• leitura realizada pelo professor (deleite,
preferencialmente com textos literários);
• leitura realizada pelos alunos (silenciosa,
compartilhada de gêneros diversos);
• leitura na biblioteca (A Hora do Conto).
9. Exemplos de Atividades
Permanentes
Análise linguística:
• atividades para comprender as diferenças entre escrita e
outras formas gráficas (outros sistemas de
representação)
• atividades para conhecer o alfabeto;
• atividades para reconhecer unidades fonológicas como
sílabas, rimas terminações de palavras;
• atividades para dominar as relações entre grafemas e
fonemas (regularidades e irregularidades ortográficas
11. Atividade Final em Grupos
Com base nas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica para o Ensino Fundamental de Campinas, dos
quadros de referência, dos direitos de aprendizagem de
Língua Portuguesa contemplados na unidade 1 e do seu
plano anual de ensino, escrevam o plano e os saberes
para o 2º trimestre. Procurem contemplar nos planos os
eixos do ensino de Língua Portuguesa: leitura, produção
de textos, análise linguística e oralidade. Enquanto
modos de organização do trabalho considerem as
atividades permanentes, os projetos didáticos e as
sequências didáticas. Considerem também a avaliação
diagnóstica realizada no início do ano e a descrição de
saberes já realizada.
12. Sugestão de Leitura Complementar
• Leitura de 5 relatos de professores sobre
a organização do trabalho com a leitura e
a escrita no fascículo “A Organização do
Tempo Pedagógico e o Planejamento do
Ensino” no material Pró-Letramento
“Alfabetização e Linguagem”
13. “Final do período. As atividades do dia foram terminadas. Todos estão
à espera de poder voltar para casa. Afinal, mais um dia de lições e
exercícios já se completou. As crianças recebem orientação para
arrumar o material, organizá-lo e guardá-lo na mochila. Depois disso,
dirigem-se de forma organizada para sentar-se em roda. A professora,
então, pega um livro de histórias e começa a leitura em voz alta para
que todos possam ouvir. As crianças começam a prestar atenção. No
entanto, o sinal está prestes a tocar, as crianças e a própria professora
estão prontos para sair da sala. Junto a isso, em meio à leitura que se
desenvolve, de tempos em tempos entra uma funcionária na sala para
avisar que tal ônibus já chegou. Algumas crianças então se levantam e
seguem a funcionária. A leitura é interrompida momentaneamente e
depois é recomeçada. Algumas crianças viram-se para a porta,
esperando que sejam chamadas a sair da classe. Nova agitação, nova
chamada por causa da chegada de um outro ônibus... E a leitura?”
RELATO I
14. “A menina que não se chamava Maria e o menino que não se chamava
João”
Essa foi uma história que eu contei para os meus alunos, em partes,
porque era longa. Às vezes acontece isso, eu leio um livro que é
surpresa para mim e surpresa para as crianças. Esse livro foi muito
interessante, forte, mobilizou um monte de emoção. Tinha hora que
eu tinha vontade de chorar. Eu falava: o que é que eu faço? Vamos
dar uma respirada e amanhã a gente continua. Tem um outro livro de
poesia que a gente leu há pouco tempo. Era um livro de cores: “A
história das cores”. É um livro narrado em espanhol, tem as duas
versões: português e espanhol. Eu li as duas versões para mim. Eles
queriam, claro, que eu lesse em espanhol. Comecei a ler, eles não
entenderam muito. Aí eu lia as duas versões, lia primeiro em
português e depois espanhol, o espanhol depois em português. Foi
essa brincadeira até o final do livro. O livro também era longo, durou
sei lá quantos dias, mas teve essa brincadeira.”
RELATO II
15. “Eu me lembro que esperei na maior ansiedade a hora de entrar na escola.
Só que quando eu entrei na 1ª série, chorava muito e não queria ir mais.
Eu queria escrever, não queria ficar copiando o alfabeto, um montão de
vezes seguidas... Eu já sabia escrever o meu nome, que minha irmã tinha
ensinado, sabia formar algumas palavras, mas a professora não me
deixava escrevê-las. Lembro que escondido dela eu tentava copiar e ler
palavras escritas nos cartazes feitos por alunos da turma que usava a
mesma sala em outro período.”
RELATO III
16. “O fato de eu ler, todos os dias um livro para minha sala, tem a ver com
esse meu gosto pela leitura por que, se eu não gostasse de ler, eu não
faria isso. Eu fui escrever hoje uma carta com eles para a D1 . Eu estava
com as crianças escrevendo e eles tinham que contar algumas coisas que
eles faziam na escola. A primeira coisa que eles lembraram foi assim: “A
gente lê muita história”. Uma coisa que eu achei muito legal ter vindo
deles é que eles disseram: “A gente lê”, não é a professora quem lê mas
é: “A gente é quem lê”. Eles fizeram uma relação de um monte histórias
que eu li, e que nem eu lembrava que tinha lido para essa turma. Para
você ter idéia de como aquilo foi marcante para eles! Outro ponto: o
cuidado que eles têm com o livro, por exemplo. Quando acontece o
empréstimo de biblioteca, ao observar seus comportamentos em relação
ao manuseio e conservação, percebo que foi uma coisa que eu passei
para eles, principalmente em função do modo de me relacionar com a
leitura, com os livros.”
RELATO IV
17. A professora Luciana trabalha com crianças que estão em processo de aquisição da
escrita e da leitura, em uma escola da Rede Municipal de Ensino da cidade de
Campinas, no Estado de São Paulo. Ela propôs, no início do ano, um trabalho de
registro (parcial) das histórias de vida das crianças de sua sala. Para isso, ela
organiza diariamente com a turma uma roda que conta com a presença do
responsável por uma das crianças (mãe, pai, avó, tia — necessariamente alguém que
tenha disponibilidade e acompanhe a criança mais de perto). O responsável pela
criança costuma levar alguns objetos que ajudam a lembrar a história dela, tais como
roupas e sapatos, fotografias, e conta um pouco da história de quando a criança era
ainda um bebê, a partir do roteiro elaborado coletivamente pela turma. O roteiro
possui perguntas sobre como era a alimentação da criança, sobre suas travessuras, a
escolha do nome etc. Algumas pessoas não levam objetos (por se tratar de crianças
de camadas populares nem todos possuem fotografias, por exemplo), mas todas elas
contam a história das crianças. A professora fez a opção por registrar a história de
cada criança e organizar com elas um álbum com texto e fotografias das memórias da
turma. Como escrever um texto (extenso) sobre sua história de vida pode tornar a
tarefa demasiadamente penosa para a criança em processo de aquisição da escrita, a
professora tem o papel de escriba da sala. Ou seja, ela mesma registra as
informações e lê para os alunos os textos assim produzidos para que eles sugiram
mudanças na sua organização e em seus modos de dizer. Como o projeto é registrar
a história de todas as crianças da turma, ele vai sendo desenvolvido ao longo do ano,
podendo durar até o seu final.
RELATO V
18. Tarefa de Casa
Trazer para dia 26/06
- Rotina Semanal
- Leitura dos cadernos
•Ano 1 (páginas 17 a 27),
•Ano 2 (páginas16 a 26),
•Ano 3 (páginas 15 a 22)
Trazer para dia 03/07
Sondagem realizada com sua turma.