A arte grega atingiu o seu apogeu nos séculos V e IV a.C., quando esculturas e templos alcançaram perfeição e harmonia. Os templos seguiam ordens arquitetônicas estritas e eram decorados com relevos e estátuas. A escultura valorizava a beleza humana de forma idealizada, seguindo cânones de proporção perfeitos.
1. A arte na Grécia Antiga:
escultura e arquitetura
2. A arte grega atingiu o seu apogeu nos séculos V e IV a.C. (período
clássico), época em que as obras atingiram tal perfeição que se tornaram um
modelo para muitos artistas de outras épocas.
Características:
Harmonia (dos elementos decorativos)- concilia os ideais estéticos e
éticos;
Equilíbrio (das proporções) – abandona o monumentalismo egípcio;
Sentido humanista (valorização do Homem)- o Homem é a medida
de todas as coisas;
Ligada à vida religiosa, a arte foi colocada ao serviço da vida pública
enquanto expressão da comunidade e do cidadão;
4. Tipo de templos segundo a distribuição das colunas
Completamente
rodeado de
colunas
Quando uma ou
mais filas de
colunas está
embebida nas
paredes do Naos
Só tem colunas na
fachada
Tem colunas na
fachada principal e
posterior
A religião e o culto representam um fator de união em todo o mundo
grego, o que se expressa na arquitetura, particularmente na
construção dos templos – o monumento por excelência.
5. Tipo de templos segundo o número de filas de colunas
Tipo de templos segundo o número de colunas na fachada
6. Templo: modelo de perfeição e ordem
abriga a estátua da divindade;
materializa a relação entre o homem e os deuses;
simboliza a pólis, a união do povo heleno;
testemunha a ideia de ordem, perfeição e equilíbrio;
mantém a mesma estrutura em toda a Hélade;
agrega os princípios construtivos, técnicos e estéticos que
serviram de modelos aos restantes edifícios da época;
planta simples, normalmente retangular;
9. Sistema trilítico
Duas pedras verticais (colunas) e uma horizontal (entablamento) que
tem como função nivelar e unir as colunas, aio mesmo tempo que
descarrega sobre elas o seu peso e o do telhado. As colunas orientam
esse peso para o envasamento no qual estão assentes.
10. Elementos estruturais do templo
- Envasamento
- Coluna
- Entablamento
- Frontão
Estes elementos estão estruturados a partir
de um conjunto de regras fixas – cânone –
que define as medidas de cada um dos seus
elementos, a proporção e as relações entre
as partes.
A vontade de construir obras perfeitas
levou à criação de ordens arquitetónicas:
11. A ordem Jónica
. coluna com fuste
canelado, mais delgado
assente numa base;
. capitel de volutas;
. friso com decoração
contínua;
12. Templo de Atena
Niké (420 a.C.)
Templo
anfiprostilo
(colunas na
fachada frontal e
posterior) e
tetrástilo (4
colunas frontais)
14. A ordem Coríntia
. variante da ordem
jónica;
. capitel decorado com
folhas de acanto;
Templo de Zeus, em Atenas
(Grécia)
15.
16. . simples e maciça;
. fuste de arestas vivas;
. capitel sóbrio e sem enfeites;
. coluna apoiada diretamente
sobre a plataforma do templo;
. friso onde alternam tríglifos e
métopas;
. frontão com esculturas;
A ordem dórica
17. Esta ordem era a mais utilizada, pois as métopas no friso, permitiam aplicar
a técnica do relevo (normalmente usadas para contar uma história).
18. Planta e alçado do
templo dórico
A fachada do Templo da Concórdia coberta por
um painel que simula o seu aspeto original
(Agrigento, Sicília)
O TEMPLO DÓRICO
*
* Peristilo
19. Templo Períptero
hexástilo, isto é,
com colunas a toda
a volta e 6 colunas
frontais
Frontão
Tríglifo
Métopa Friso
Fuste
Capitel
Arquitrave
Cornija
TEMPLO DA CONCÓRDIA (550-530 a. C.)
Com seis colunas frontais e treze nos lados maiores, o templo, tal
como o Pártenon, apresenta correção ótica das linhas retas
(entasis).
21. Nos tímpanos dos frontões conjuga-se o trabalho do arquiteto e
do escultor – as figuras mais importantes ocupam o centro e
estão representadas de pé adaptando-se as restantes à
distribuição do espaço.
Os temas são, inicialmente, mitológicos, mas a partir do séc. VI
a.C. quase todos os frontões abordam as batalhas, procissões,
cenas de caça, corridas…
22. Reconstituição das cores originais do Templo do Pártenon
(http://www.class.uh.edu/classes/arth1380/artconceptpages/ParthenonMetopes/index.htm)
A brancura do templo contrastava com as cores vivas tais como o
vermelho, o azul e o dourado, dos capitéis, tríglifos, métopas e
tímpanos dos frontões.
24. Lápitas contra os
Centauros(méto-
pas do lado
meridional do
friso exterior do
Templo do
Pártenon, c. 440
a.C.)
(http://commons.wikimedia.org/wiki/
Category:Metopes_of_the_Parthen
on_(south))
25.
26. Dioniso (tímpano do frontão oriental do Templo do Pártenon, c.
438-432 a.C.)
(http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Pediments_of_the_Parthenon)
28. A escultura grega é conhecida através das cópias romanas em
mármore, que não têm a policromia que os gregos aplicavam aos
seus trabalhos.
29. Características gerais:
a) Destinada a honrar e glorificar deuses, heróis e atletas;
b)Tinha uma dimensão humana e procurava atingir a harmonia e
perfeição;
c) Era idealista, uma vez que pretendia retratar um ideal de beleza
(o homem atleta, guerreiro - retocando, se necessário, as
imperfeições);
d) Dominada pelos temas mitológicos e pela figura humana;
e) Evidencia conhecimento da anatomia humana (representada
de forma harmoniosa, ainda que idealizada);
30. - O de
Policleto
que define
como
proporção
ideal que a
cabeça
corresponda
a 1/7 do
corpo
(estátuas
elegantes,
mas
robustas);
Doríforo (lanceiro), de Policleto
(cópia romana em mármore, o original grego data de 440 a.C.)
f) Obedecia a dois cânones (regras/normas):
31. - O de Lisipo cuja proporção ideal é que a cabeça corresponda a
1/8 do corpo (estátuas mais esguias);
Ex. Apoxiómeno
Apoxiómeno de Lisipo,
cópia romana em mármore.
32. - As figuras apresentavam um aspeto pouco
natural, com formas rígidas denotando a
influência da escultura egípcia.
Kouros (pl. Kouroi) 600 a. C.
- Rigidez e ausência de movimento;
- Convencionalismo nas formas e posições;
Período arcaico (sécs. VII-VI a.C.)
Características:
- Podem representar um Deus na plenitude
da sua juventude, soldados, ou atletas/heróis;
33. - Podem representar uma Deusa;
- Eram pintadas com cores vivas;
- O corpo era coberto por vestidos longos;
Kore (reconstituição pintada),
Glyptothek, Munique
Kore (pl.Korai), Museu da Acrópole, Atenas
35. - Período de transição para a época
clássica;
- Introdução da noção de movimento;
- Desaparecimento da frontalidade;
- Introdução dos cânones na escultura;
Auriga de Delfos (475 a.C.)
Museo Arqueológico de Delfos, Grécia
Período severo (sécs. VI-V a.C)
Características:
37. Posidon (ou Zeus ?) (460 a.C)
estátua majestosa com o braço
direito estendido para lançar o
tridente (?) e o esquerdo ao
nível do ombro.
Museu Nacional de Arqueologia de Atenas
38. - Cânones de Policleto e Lisipo;
- Harmonia, perfeição, rigor do
pormenor, beleza, serenidade e ideia
de movimento;
- Introdução do nu feminino;
- Realismo e idealismo;
“Afrodite de Melos”, ou “Vénus de Milo” na designação
romana. (autor desconhecido, embora haja quem a atribua
a Alexandros de Antióquia) – Museu do Louvre
Características:
Período clássico (sécs. V-IV a.C)
39. Ideia de movimento;
Discóbolo, Míron, cópia romana em mármore - Museu
Nacional Romano, Roma
Músculos definidos;
Rosto inexpressivo
(parece alheio ao
esforço/ tensão que o
corpo revela);
Torso em arco;
40.
41. Período helenístico (sécs. III-I a.C.)
Características:
- Grupos escultóricos;
- Realismo expressivo e dramático, de efeito teatral;
- Preocupação em mostrar a realidade física, mas também as
sentimentos (paz, amor, liberdade, vitória, etc).
- Expressão do Pathos que implica:
Paixão Excesso Sofrimento Emoção
42. Durante a guerra, o soldado
grego prepara-se para o suicídio
depois de matar a mulher, para
não ter de entregá-la ao inimigo.
“O Soldado Gálata e sua Mulher”
(cópia romana, o original grego perdeu-se e
datava do século III a.C.) – Museu Nacional
Romano, Roma
Esta escultura evidencia alguns
contrastes: vida e morte,
homem e mulher, o nu e as
vestes, força e debilidade.
O soldado olha para trás,
observando o inimigo, já com a
espada sobre o pescoço.
Segura, ao mesmo tempo, um
dos braços do corpo da mulher
que, sem vida, escorrega para o
chão.
43. Laooconte e os filhos são
devorados pelas serpentes (tema
mitológico);
Conjunto Laooconte e seus filhos - Cópia romana possivelmente de Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes – Séc. I d.C.
Museus do Vaticano, Roma
Realismo expressivo;
Dramatismo (reforçado pela
composição
desequilibrada);
Fealdade (abandono da
serenidade e do “realismo
idealista”;
Ideia de movimento e tensão;
Grupo escultórico;
44. Três figuras
humanas
atacadas por
duas serpentes,
que se enrolam
nos seus corpos.
Rosto de
pessoa com
uma idade
avançada que
contrasta com o
corpo
musculado,
característico
dos mais
jovens;
45. A tensão muscular no corpo de Laoconte evidencia o estado
de dor e sofrimento.
46. A escultura grega assume um conjunto alargado de
inovações estéticas e formais impulsionadas pela cultura
grega, nomeadamente pela religião antropomórfica e
humanista, pelos valores filosóficos e estéticos e pelo
desenvolvimento da vida pública e cívica.
Do conjunto de inovações destacam-se: o naturalismo das
formas (embora a figura humana surja muitas vezes
idealizada); as regras de representação dos corpos (rigor
anatómico e os cânones), a quebra da lei da frontalidade e o
nu.
47. As imagens utilizadas neste trabalho foram obtidas através de pesquisa na Internet
(Google).