1. Arte Grega
“O homem é a medida de todas as
coisas”.
(Protágoras de Abdera, 480-410 a.C.)
2. Introdução
• “Os gregos foram os primeiros artistas
realistas da história, ou seja, os primeiros a
se preocupar em representar a natureza tal
qual ela é”.
• Para isso foi importante o estudo das
proporções. Homem = medida de todas as
coisas.
• Distingue-se quatro grandes períodos da
arte grega:
– Geométrico: séculos IX e VIII a.C.
– Arcaico: séculos VII e VI a.C.
– Clássico: séculos V e IV a.C.
– Helenístico: século III ao I a.C.
3.
4. Características gerais
• “No período geométrico a arte se restringiu à decoração de
variados utensílios e ânforas. Esses objetos eram pintados com
motivos circulares e semicirculares, dispostos simetricamente”.
• Essa técnica foi herdada das culturas cretense e micênica.
• A partir do século VII a.C. (período arcaico), a arquitetura e a
escultura experimentam um notável desenvolvimento também
com influência dessas e outras culturas mediterrânicas. Ex:
estudo e medição do antigo megaron (sala central dos palácios de
Micenas). A partir dele tem-se os estilos arquitetônicos do
tradicional templo grego.
• Entre os séculos V e VI a.C. a arte grega consolida suas formas
definitivas. Escultura: naturalismo (proporção das figuras +
conceito de dinamismo). Ex: Discóbolo de Miron. Arquitetura:
aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) + fusão do estilo jônico e
dórico. Ex: Partenon de Atenas.
5. Características gerais
• No século III (período helenístico), a cultura grega se difunde
graças às conquistas e expansão de Alexandre Magno, por toda a
bacia do Mediterrâneo e Ásia Menor.
• “Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte
grega liga-se à inteligência (razão)”.
• Os reis gregos, não eram considerados filhos de deuses, mas
homens sábios e justos. Através da observação da natureza o
artista procura exprimir na arte suas manifestações. Na
constante busca da perfeição (belo filosófico), o artista grego cria
uma rede de elaboração intelectual em que predominam ritmo,
equilíbrio e harmonia ideal. Eles tem como características: amor
pela beleza, interesse pelo homem e sua vida, também expressa
no cotidiano da pólis (cidade-estado) e os ideais da democracia.
6. Pintura
• Principalmente na cerâmica. Foi na decoração de ânforas, pratos e
utensílios, (comercialização) que a arte da pintura pode se desenvolver. No
começo os desenhos eram formas geométricas elementares (período
geométrico – séculos IX e VIII a.C.) que mal se destacavam na superfície.
• Foi com o tempo se enriquecendo, ganhando volume. Surgiram os
primeiros desenhos de plantas e animais com adornos chamados meandros.
No período arcaico (séculos VII e VI a.C.) aparecem nos desenhos a figura
humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. Com o
aparecimento de novas tendências naturalistas, a pintura começa a ser
utilizada nas representações mitológicas. As cenas eram apresentadas em
faixas horizontais paralelas que podiam ser visualizadas ao se girar a peça
de cerâmica. Substitui-se o cinzel pelo pincel assim os traçados se
tornaram mais precisos e ricos em detalhes.
• Cerâmica entra em decadência durante o classicismo (séculos IV e V a.C.)
• Ressurgem no período helenístico (século III) renovadas, cheias de cor e
ricamente decoradas.
8. Pintura
• Os vasos além de servir para rituais religiosos, também
eram usados para armazenar água, vinho, azeite e
mantimentos. A forma correspondia à função.
– Ânfora: vasilha em forma de coração, com o gargalo largo
orando com duas asas.
– Hidra: ydor = água, tinha três asas, uma vertical para
segurar enquanto corria a água e duas para levantar.
– Cratera: tinha a boca muito larga, com o corpo em forma
de um sino invertido, servia para misturar água com o
vinho; os gregos não bebiam vinho puro.
A pintura grega em vasos se divide em três grupos:
1. Figuras negras sobre o fundo vermelho
2. Figuras vermelhas sobre o fundo negro
3. Figuras vermelhas sobre o fundo branco
9. Aquiles e Ajax jogando damas, c.540 a.C. Vaso no estilo
figuras pretas, assinado por Exekias; altura 61 cm; Museu
Etrusco, Vaticano.
Ânfora de gargalo proto-ática, c.
670 a.C. Altura 142 cm, Eleusis
Museu. Cegamento de Polifeno no
gargalo e a perseguição de Perseu
pelas Górgonas no corpo.
10. Vaso de Dipilon, séc. VIII a. C. Altura 108 cm.
Nova York, Metropotitan Museum (Rogers Fund)
11.
12.
13. Cópia romana, encontrada em Pompéia, de um mural do período
helenístico, representando a batalha de Isso entre Alexandre e Dario da
Pérsia.
15. Escultura
• As primeiras esculturas gregas (século IX a.C.) eram pequenas figuras
humanas feitas com materiais fáceis de manipular como argila, marfim ou
cera. No período arcaico (séculos VII e VI a.C.) começaram a trabalhar a
pedra. Os motivos eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças
(kourés). As figuras esculpidas apresentavam formas lisas e arredondadas
– beleza ideal (semelhantes às esculturas egípcias que lhe serviram de
modelo).
• Com o advento do classicismo (séculos V e IV a.C.) a estatuária grega foi
assumindo um caráter próprio e abandonou os padrões orientais. O
estudo das proporções veio a oferecer a possibilidade de se copiar
fielmente a anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho
considerável em expressividade e realismo.
• Mais tarde introduziu-se o conceito de contraposto – posição na qual a
escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre e o
princípio de dinamismo tomou forma nas representações de atletas em
plena ação. Entre os grandes artistas do período estão Lisipo (criou os
primeiros retratos). Policleto, Miron, Praxíteles e Fídias.
16. Kouros. Ática, c. 600 a.C.
Mármore, altura 193 cm,
Nova York, Metropolitan
Museu of Art.
Koré. Acrópolis de Atenas, c.
525 a.C.
17. Kroisos. Ática, c.525 a.C. Mármore, altura 194
cm, Atenas, Museu Nacional.
A base da estátua traz a inscrição: “Pare e
lamente junto ao sepulcro do falecido Kroisos,
arrebatado pelo impetuoso Ares dentre os
guerreiros na vanguarda”.
18. Guerreiro agonizando. Do frontão leste do Templo de Afaia em Egina,
c. 490 a.C. Mármore, comprimento 183 cm. Munique, Staatl.
Antikensammlungen
19.
20. Discóbulo, c. 450 a.C. Cópia romana
em mármore do original em bronze de
Myron, altura 155 cm; Museu
Nazionale Romano, Roma
Hermes com Dionísio, c. 320-310 a.C. Mármore,
altura 215 cm; Olím´pia, Museu Arqueológico.
21. Auriga. Do santuário de Apolo em Delfos, c. 470
a.C. Bronze, altura 180 cm. Museu de Delfos
22. Vênus de Milo, c. 200 a.C., mármore, altura 202 cm; Louvre, Paris e Apolo
de Belvedere, c. 350 a.C. Cópia romana em mármore segundo uma estátua
grega original, altura 224 cm; Museo Pio Clementino, Vaticano.
23. Atena e Alcione. Do lado leste do grande friso no altor de Zeus
em Pérgamo, c. 180 a.C. Mármore, altura 230 cm. Berlim,
Staatliche Museen.
24. Laocoonte e seus filhos, c. 175-50 a.C.
De Hagesandro, Atenodoro e Polidoro.
Mármore, altura 242 cm, Museu Pio
Clementino, Vaticano.
Atena Parthenos, c. 447-432 a.C. Cópia
romana em mármore do original em madeira,
ouro e marfim feita por Fídeas, altura 104 cm;
Museu Arqueológico Nacional em Atenas.
25. Máscara de Agamenon (1550 a.C. anônimo, ouro, 26,5 x 26 cm, Museu Nacional de
Atenas) e Cabeça de Alexandre, O Grande (c. 325-300 a.C. Cópia de
mármore segundo original de Lisipo, altura 41 cm; Museu
Arqueológico, Istambul).
27. Arquitetura
• Um dos legados mais importantes da arte grega. Origem no
megaron micênico – aposento retangular simples, se tinha
acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e quatro
colunas que sustentavam um teto parecido com o telhado de
duas águas. Marcos ou cânones da edificação grega.
• A partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se
configurou o templo grego. Primeiros materiais eram o adobe
para as paredes e a madeira para as colunas, a partir do período
arcaico eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela
pedra. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova
fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação,
fazendo com que o templo obtivesse um ganho no que toca à
monumentalidade.
28. Estilos arquitetônicos
• As edificações que despertaram maior interesse são os templos.
Característica: simetria entre o pórtico de entrada e os dois fundos. Era
construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado
chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas
sustentavam um entablamento horizontal formado de três partes: a
arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos
segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.
• ORDEM DÓRICA = era simples e maciça. O fuste d coluna era
monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. “Nascida do
sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga
das ordens arquitetônicas gregas, por sua simplicidade e severidade,
empresta uma idéia de solidez e imponência”.
• ORDEM JÔNICA = Representava a graça e o feminino. A coluna
apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o
estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas
espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do
homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.
29. • ORDEM CORÍNTIA = o capitel era formado com folhas de acanto e
quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um
modo a variar e a enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
• Principais monumentos:
– Templos: Partenon de Atenas. Na Acrópole também se encontram as
Cariátides que homenageavam as mulheres de Cária.
– Teatros: eram construídos em lugares abertos (encosta), compunham-
se de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou
orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores.
Ex: Teatro de Epidauro, construído no século IV a.C., ao ar livre,
composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de
acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14
mil espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.
– Ginásios: edifícios destinados à cultura física.
– Praça: ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados
assuntos, entre eles, filosofia.