O documento discute os diferentes pontos de vista e modos de consciência para a filosofia. A consciência pode ser vista de uma perspectiva psicológica, ética, política e do conhecimento. Existem também diferentes modos de consciência como a mítica, religiosa, intuitiva e racional. A filosofia busca desenvolver um senso crítico para além do senso comum.
2. CONSCIÊNCIA: com ciência – conhecimento
Capacidade humana para conhecer:
- a si mesmo e a realidade (as coisas ao seu redor).
-Conhecimento do conhecimento.
- Refletir sobre o conhecimento.
Por isso somos seres “racionais” – conscientes.
Temos como instrumento a razão – o pensamento.
Existem 4 pontos de vista da consciência:
3. 1- Do ponto de vista psicológico:
-É o sentimento de nossa própria identidade -EU- é o
fluxo temporal (movimento de avanço) de estados
corporais e mentais que retém:
EU (vivências, experiências que se realiza por comportamentos)
Passado Presente Futuro
-Memória - Atenção sobre - imaginação
Conhecimento os objetos como as coisas
adquirido deveriam ser
4. 2- Do ponto de vista ético e moral:
- dotada de vontade livre (escolhe e
delibera) e de responsabilidade: vive
na companhia de outros segundo
as normas e os valores morais
PESSOA definidos por sua sociedade.
- Capaz de compreender e inter-
pretar sua situação e condição
no mundo (física, mental, social,
cultural, histórica).
5. 3- Do ponto de vista político
- indivíduo (eu, pessoa) portador de direitos
e deveres.
- indivíduo membro da sociedade relacio-
CIDADÃO nado com a esfera pública do poder e
das leis.
- portador e defensor de interesses do
grupo.
Pessoa e cidadão – consciência como agente
moral e político.
minhas ações e práticas
6. 4- Do ponto de vista do conhecimento:
- tem uma atividade sensível e intelectual
sentidos pensamento
- analisa, representa, dá significações
- explica, descreve e interpreta a realidade
SUJEITO e as 3 outras esferas da vida
(Reflexivo, sabe de - cria métodos para conhecer e buscar o
Si e do mundo) verdadeiro.
- institui sentidos, elabora conceitos, ideias
juízos (crenças, justificações) e teorias.
- percebedor, imaginante, memorioso, fa-
lante e PENSANTE.
7. O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊCIA:
A característica mais peculiar do ser
humano é a “atividade mental”- o que permite estar
no mundo com algum conhecimento.
O processo de conhecer é contínuo nunca
se chega a uma conclusão final e é isto que faz do
homem um sistema aberto, dinâmico
fundamentalmente relacionado com o mundo e
consigo mesmo. O ser humano pode voltar-se para
dentro de si, investigando seu íntimo. E projetar-se
para fora, investigando o universo.
8. Consciência Crítica:
O conhecimento centra-se na pesquisa sobre o
próprio sujeito e também sobre os objetos exteriores
(alteridade - outro).
Consciência de si:
-reflexão: concentração nos estados interiores que se
manifesta pelo processo de: falar, criar, afirmar, propor,
inovar.
Consciência do outro:
- atenção: concentração nos estados exteriores que se
manifesta pelo processo de: escutar, absorver,
reformular, rever, renovar.
9. MODOS DE CONSCIÊNCIA:
O ser humano se relaciona com a realidade
através de múltiplos sentidos e múltiplas capacidades.
Podemos destacar algumas maneiras de como o ser
humano se relaciona e pretende conhecer o mundo:
OBS: As maneiras que o ser humano inventou para
conhecer as coisas coexistem em maior ou menor
grau quando emitimos alguma crença sobre a
realidade.
10. 1- CONSCIÊNCIA MÍTICA: Através dos mitos
(narrativas de lendas e crenças em entes
sobrenaturais, como: deuses, semi-deuses), os povos
primitivos do ocidente procuravam explicar a realidade
e, a partir dessa explicação, criavam meios para se
proteger dos males que os ameaçavam.
QUAIS OS MITOS URBANOS QUE VOCÊS TEM
OUVIDO FALAR NA ATUALIDADE???
11. 2- CONSCIÊNCIA RELIGIOSA: compartilha com a
Consciência Mítica o elemento sobrenatural, mas em
um ser que tem um poder inteligente “a divindade”,
mas o conhecimento sobre a realidade, sobre o mundo
e sobre o homem já foi revelados por esta divindade
na escritura sagrada – bíblia – então o conhecimento
verdadeiro sobre todas as coisas é revelado pela fé
que cada um tem nesta divindade.
12. 3- CONSCIÊNCIA INTUITIVA: é um saber imediato –
insight – Ex.: Uma obra de arte. Diferenciando-se de
um conhecimento formal, refletido que se dá a partir
de argumentos.
• Intuição Sensível – nossas experiências individuais
e subjetivas. Ex.: advindas de nossas sensações
(tato, olfato, audição, paladar).
• Intuição Intelectual – conhecimento imediato de
algo universalmente válido e evidente e
posteriormente demonstrado através de argumentos.
Ex.: a caneta.
13. 4- CS. RACIONAL: Filosofia e Ciência
Busca compreender a realidade por meio de
princípios estabelecidos pela razão – pensamento
sistemático que visa compreender a totalidade da
realidade. Busca racionalmente alcançar uma
adequação entre pensamento e realidade.
explicação e interpretação o que se procura explicar e
interpretar
14. A filosofia é a matriz (mãe) do conhecimento, que
busca interrogar, questionar a realidade e a história
(crenças, valores, política, arte, etc).
Já a ciência desenvolveu métodos baseados em
experimentações e observações de dados empíricos
(matéria) para alcançar o que é universal em relação ao
fenômeno ou objeto investigado.
15. CONSCIÊNCIA CRÍTICA E FILOSOFIA
Senso comum: o saber das opiniões
Os vários modos da consciência coexistem, em
maior ou menor grau, quando emitimos algum juízo
(expressão de uma ideia) sobre a realidade. Isso nos
leva a fazer outra distinção em relação a certo tipo de
saber.
Em conversas diárias entre as pessoas é comum
surgir uma série de opiniões sobre os mais variados
assuntos. Muitas dessas opiniões frequentemente
conseguem um consenso:
- obtêm a concordância da maioria das pessoas de um
grupo. Essas opiniões podem também se tornar
concepções aceitas por diversos segmentos de uma
sociedade.
16. -Um conjunto de opiniões, aceitas como verdadeiras,
mas sem uma fundamentação crítica, que recebe o
nome de senso comum.
Quer dizer que falta o reconhecimento exato da
origem dos elementos que compõem essas noções ou
conhecimentos.
O filósofo belga Chaim Perelman (1912-1984)
define o senso comum como uma série de crenças
admitidas por um determinado grupo social, cujos
membros acreditam serem compartilhadas por todos os
homens.
17. - muitas dessas concepções podem ser encontradas em
frases feitas ou em ditados populares, como, por
exemplo: Deus ajuda quem cedo madruga; Querer é
poder; Filho de peixe peixinho é, que repetidas
irrefletidamente no cotidiano algumas dessas noções
podem esconder ideias falsas, parciais ou
preconceituosas. Outras uma “sabedoria popular”.
18. Do senso comum ao senso crítico
A exigência de clareza e de livre crítica é própria
do percurso filosófico. Antes de Descartes, a recusa da
opinião (da doxa, em grego) e a busca da explicação e
da verdade (a teoria) já eram encontradas nos diálogos
socráticos, escritos pelo grego Platão no século IV a.C.
Exercitando o senso crítico do interlocutor, esses
diálogos tinham importante papel educativo. Eles
mostravam a precariedade das opiniões do senso
comum de sua época.
19. Primeiro foi o espanto, depois o despertar crítico
e a decepção.
- O ser humano queria uma explicação para o
mundo, uma ordem para o caos.
- A busca da verdade, que o tornou cada vez mais
exigente com o conhecimento que adquiria e
transmitia. Ambicioso, o homem sentia uma
necessidade crescente de entender e explicar de
maneira clara, coerente e precisa.
Essa busca do saber fez nascer a filosofia. Por
isso, dizia Aristóteles: “Quando pergunta e se
espanta, o homem tem uma sensação de ignorância.
Para escapar dessa ignorância ele começa a
filosofar”.
20. O saber filosófico designava, desde a Grécia
Antiga, a totalidade do conhecimento racional
desenvolvido pelo homem.
Abrangia os mais diversos tipos de conhecimento,
que hoje entendemos como pertencentes à matemática,
astronomia, física, biologia, lógica, ética e outras áreas
do saber.
- todo o conjunto dos conhecimentos racionais integrava
o universo do saber filosófico. À filosofia interessava em
conhecer toda a realidade sem dividi-la em objetos
específicos de estudo.
21. Na história do pensamento ocidental, esse
significado amplo e universalista do saber filosófico
manteve-se, de modo geral, até a Idade Média. Poucas
áreas separaram-se da filosofia, como o fez a teologia,
por exemplo, que se desenvolveu em estudo específico
a respeito de Deus.
Durante a Idade Moderna, entretanto, o vasto
campo filosófico entrou num processo de redução. A
realidade a ser conhecida passou a ser dividida,
recortada, despertando estudos especializados. Era a
separação entre ciência e filosofia.
22. Gradativamente as ciências foram conquistando
autonomia.
-Se constituíram por um processo de especialização, as
ciências passaram a direcionar suas investigações a
certos campos delimitados da realidade, e o fazem
ainda hoje de forma cada vez mais “localizada”.
Exemplos dessas ciências são a matemática, a
física, a química, a biologia, a antropologia, a psicologia,
a sociologia etc.
Os dias atuais caracterizam-se como a “era dos
especialistas”. Para os críticos dessa especialização do
mundo científico, ela conduz a uma pulverização do
saber, à perda de uma visão mais ampla do
conhecimento, a uma restrição mental sistemática.
23. Nesse contexto, a filosofia passou a ter o papel,
entre outros, de buscar a unidade do saber, de
examinar a validade dos métodos e critérios
adotados pelas ciências. Isto é, passou a
desenvolver o trabalho de reflexão sobre os
conhecimentos alcançados por todas as ciências,
além da procura de respostas, por exemplo, ao
sentido e ao valor da vida.
Em termos mais específicos, situam-se dentro
do campo filosófico aqueles estudos que se referem a
temas tais como teoria do conhecimento,
fundamentos do saber científico, lógica, política,
ética e estética.