Este documento relata a experiência da autora no I Congresso de Extensão da AUGM - Extenso 2013 em Montevideo, Uruguai. O congresso reuniu extensionistas de diversos países para discussões, palestras e apresentações culturais. A autora participou de uma mesa de discussão sobre extensão universitária e educação, onde apresentou e debateu seu projeto de extensão que promove formação continuada de professores por meio de encontros e discussões com a comunidade escolar. A participação no congresso permitiu divulgar o projeto internacionalmente e trocar experi
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Eixo3 nitiane silva_relato_resumo.doc.
1. RELATO DE EXPERIÊNCIA: APRESENTAÇÃO DE TRABALHO EM
MONTEVIDEO - EXTENSO 2013
Nitiane Bitencourt da Silva/UFPel - nitianebs@hotmail.com
Palavras-chave: Formação de professores; Formação continuada; Extensão universitária.
O presente trabalho¹ tem como objetivo compartilhar a minha participação e vivência no I
Congreso de Extensión de La AUGM - Extenso 2013 realizado na Universidad de La
Republica em Montevideo, Uruguay na condição de expositora, bem como incentivar a
participação de colegas de graduação em eventos internacionais. O evento citado ocorreu
nos dias 6, 7, 8 e 9 de novembro de 2013 e contou com a participação de extensionistas de
diversos países, dentre eles: Uruguay, Brasil, Argentina, entre outros. Era possível
participar de mesas de discussão, assistir palestras, exposições e apresentações culturais
durante todo o evento. Tivemos apoio financeiro da Universidade Federal de Pelotas, que
colocou à disposição dos alunos interessados em comparecer ao evento um ônibus gratuito
que fez a viagem de ida e a viagem de volta de Pelotas à Montevideo. Além disso, tivemos
apoio de uma bolsa auxílio viagem, também disponibilizada pela Pró Reitoria de Extensão
da UFPel que nos auxiliou na viagem. Eu e minha colega extensionista participamos de
mesas de discussão do eixo 7, que trazia o tema: Extensão Universitária e Educação. Foi
um modo diferente e muito rico de exposição e discussão de trabalhos. Ao invés de se
apresentarem de maneira formal, eram formadas rodas de discussão com os apresentadores
dos trabalhos e professores da Universidade para debater sobre a extensão universitária
com contribuições da prática de cada um, que era citada e discutida durante a mesa. O
nosso trabalho foi intitulado: EXTENSÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA DE
PROFESSORES: PARCERIA ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLAS PÚBLICAS, e
consistia em apresentar e discutir o nosso projeto de extensão que foi iniciado no ano de
2001 e continua sendo exercido até hoje. Ele é constituído de duas ações: 1- O Encontro
sobre o Poder Escolar, que é um evento interinstitucional e reúne os professores das
¹Nome do projeto: Qualificação das práticas pedagógicas nas redes públicas de educação básica da
região Sul do Rio Grande do Sul: Reinventando o Poder Escolar, coordenado até o ano de 2012
pela Professora Doutora Maria Antonieta Dall’ Igna e atualmente pela Professora Doutora Lígia
Cardoso Carlos, e conta com a colaboração de mais duas bolsistas Tatiane Duarte Cavalheiro e
Tamires Martins Machado, ambas também graduandas do curso de Pedagogia da Universidade
Federal de Pelotas.
2. escolas da região para assistir conferências, apresentações culturais e participar de mesas
de apresentações de experiências nas quais os próprios professores inscrevem trabalhos
sobre as suas práticas escolares e apresentam no encontro; 2- As Vozes da Comunidade
Escolar, composta por: A Voz dos Estudantes, A Voz dos Pais e A Voz das Equipes
Diretivas e Profissionais da Educação. São ações que antecedem o Encontro sobre o Poder
Escolar e visam dar voz a todos os sujeitos envolvidos com a escolarização, bem como
propor discussões e reflexões coletivas sobre a escola e a educação. Nas mesas de
discussão do Extenso 2013, uma das metodologias utilizadas foi a de discutir fragmentos
de alguns trabalhos daquele eixo, esses fragmentos eram distribuídos para os participantes
e a partir das leituras, iniciavam as discussões. Dois fragmentos do nosso trabalho foram
discutidos e chamaram muito a atenção dos meus colegas de debate, foram eles: “(...)
Encontros sobre o Poder Escolar se caracterizam por reunir os saberes acadêmicos em
conferências e painéis nos quais participam professores pesquisadores de reconhecida
relevância de diversos países e os saberes da prática com a apresentação de experiências e
projetos de professores e de gestores de escolas (...)” e “(...) Quanto a este formato, cabe
destacar a sua intencionalidade. Na dinâmica do evento os docentes das escolas de
educação básica inscrevem seus trabalhos, fundamentados em práticas pedagógicas
realizadas e refletidas. Não são aceitos trabalhos originados de pesquisas acadêmicas. Esta
orientação tem uma dimensão política, a de garantir espaços de socialização e de
valorização dos saberes produzidos nos contextos escolares, frutos de uma práxis
pedagógica. Professores universitários são convidados a dialogarem com essas
experiências e não sobre elas, na perspectiva de se apreciarem e qualificarem mutuamente.
Para cada encontro organizamos uma frase tema em torno da qual as ações são constituídas
e desdobradas. A frase tema do 12° Encontro sobre o Poder Escolar é um fragmento da
conferência proferida pelo professor Dr. Mário Sérgio Cortella na 10ª edição do evento, em
julho de 2010. Ele nos disse: “Na escola nem tudo pode ser feito, mas, o que pode ser feito,
faremos. Temos um PODER que precisa ser exercido”. Sua afirmação foi um alerta para
evitarmos o pessimismo desmobilizador no qual nada pode ser feito e, também, evitarmos
o ativismo ingênuo que acredita que tudo pode ser feito. Nossa experiência de trabalho e
formação leva-nos a concordar que muitas coisas podemos e temos a fazer. Mostra-nos,
além disso, que os processos educativos nas escolas precisam da participação de todos os
sujeitos envolvidos: professores, pais, equipes diretivas, alunos e demais trabalhadores
envolvidos com a educação. A escola está em constante transformação e para adequar-se
3. ao tempo presente e capacitar-se para o futuro, enfrenta o desafio de trabalhar de forma
efetivamente coletiva (...)”.
Os aspectos que mais chamaram a atenção e foram citados durante a discussão
foram: conseguirmos aproximar os professores das escolas dos saberes científicos
produzidos nas universidades; valorizarmos os saberes da experiência produzidos nas
práticas desses mesmos profissionais; conseguirmos desenvolver um trabalho com
professores, pais, equipes diretivas, alunos e demais trabalhadores envolvidos com a
educação. Essas características do nosso projeto destacaram-se muito, pois não são práticas
nas quais somos habituados e tampouco é fácil de exercer, no entanto todos consideram
valiosas, são muito enriquecedoras e trazem resultados muito positivos para as escolas
participantes. Foi importante a participação neste evento de extensão universitária, pois o
nosso projeto foi divulgado para outros países e discutido junto a várias pessoas de
diferentes lugares. Além disso, a riqueza de um evento fora do país é imensa, pois
conhecemos lugares novos e aprendemos sobre culturas diferentes, na troca com os outros
participantes e também conhecendo o lugar. Considero essencial que graduandos possam
compartilhar suas experiências em diversos lugares, assim como ter acesso a outras
experiências e culturas. Como sabemos a universidade não é feita apenas de ensino, é
muito importante que os alunos também tenham experiências variadas de pesquisa e
extensão, e não há nada mais rico do que poder compartilhar essas experiências com
muitos colegas de outros locais.
Referências:
FULLAN, Michael, HARGREAVES, Andy, A escola como organização aprendente:
buscando uma educação de qualidade. 2 ed, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
FREIRE Paulo. Pedagogia da Autonomia. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
PARO. Vitor Henrique. Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais ou
responsáveis têm a ver com isso? In: PARO, Vitor Henrique. Escritos sobre educação. São
Paulo: Xamã, 2001, p. 101-112.
4. TARDIFF, M.; LESSARD, C.; LAHAYE, L. Os professores face ao saber. Esboço de uma
problemática do saber docente. Teoria e Educação, n.4, Porto Alegre: Pannônica, 1991.