O documento descreve o Projeto Político-Pedagógico do Curso Pré-Vestibular Autogestionário (PVA) da COOPEUFRGS. O PVA tem como objetivos promover o acesso à universidade de baixa renda através de uma educação popular e autogerida, estimulando o exercício da cidadania e a autonomia dos estudantes. A organização do PVA se baseia na participação democrática através de instâncias deliberativas, avaliativas e executivas.
1. Pré-Vestibular Autogestionário-COOPEUFRGS
O Curso Pré-Vestibular Autogestionário – PVA é um projeto de caráter sócio-educacional
nascido na COOPEUFRGS, com o objetivo de incentivar o ingresso da juventude na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de forma autogestionária, através da revisão de
conteúdos e preparação à prova do Concurso Vestibular.
Utilizamos o trabalho coletivo para realizar uma ação de interesse comum que, se tentada
isoladamente, teria um alto custo ou estaria fadada ao fracasso. Através da Cooperação,
entendemos ser necessária a organização dos estudantes com objetivos comuns, que se unem
mediante um contrato (associação), para tornar viáveis os objetivos almejados. Dito de outra
maneira, os objetivos da COOPEUFRGS e, portanto, de seus associados, são de diminuir os
custos na aquisição de livros, material escolar, etc., possibilitando uma formação mais qualificada
para um melhoramento das condições sociais, questionando o consumo desenfreado e semeando
valores libertários na comunidade acadêmica.
Atividades da COOPEUFRGS:
*Compras Coletivas: Fornecimento e encomenda de livros didáticos, material escolar, informática
e pedagógicos.
* Fomentar discussões e projetos relacionadas à Economia Popular Solidária, cooperativismo e
autogestão.
* Fortalecer as Feiras de Economia Popular Solidária e Incubadora Solidária da Universidade.
* Execução de Projetos de Educação Popular, Cultura e Arte voltados á divulgar a autogestão e
cooperativismo.
* Edição de Mídia dos Estudantes, com uma linha editorial livre do mercado, a serviço da Ciência
e da Humanidade, a ser utilizado também como laboratório para os alunos de comunicação.
O Curso Pré-Vestibular Autogestionário – PVA é um projeto de caráter sócio-educacional
nascido na COOPEUFRGS, com o objetivo de incentivar o ingresso da população de baixa renda
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de forma autogestionária, através da
revisão de conteúdos e demais informações necessárias à prova do Concurso Vestibular desta
Universidade.
O PVA, enquanto grupo de autogestão sócio-educacional, tem como
finalidades e objetivos principais:
f Estimular e desenvolver o pleno exercício da cidadania através da educação popular
para melhorar a qualidade de vida da juventude.
p Estudar, pesquisar e aplicar as metodologias de ensino que contribuam para o
aperfeiçoamento da prática pedagógica autônoma.
a Difundir atividades educativas, culturais e científicas realizando pesquisas, conferências,
seminários, cursos e treinamentos, editando publicações e vídeos, processando dados e
prestando assessoria técnica nos campos educacional e sócio-cultural;
p Estimular a parceria, o diálogo local e solidariedade entre os diferentes segmentos
sociais, participando junto a outras entidades da Educação Popular e Economia Popular Solidária.
s Exercer toda e qualquer atividade de ensino que esteja em conformidade com o
estabelecido nos itens anteriores, tendo em atividade o Curso Pré-Vestibular Autogestionário, que
organiza estudos coletivos no Centro de Porto Alegre, visando oportunizar o acesso à
universidade á população de baixa renda e proporcionar uma experiencia aos interessados numa
educação para a autonomia.
2. PVA - COOPEUFRGS
Projeto Político-Pedagógico
Conteúdo:
1. Introdução
2. Objetivos
3. Orientações e Práticas Pedagógicas
Sobre a avaliação
4. Organização
4.1. Estrutura organizativa
1)Das instâncias deliberativas
2)Das instâncias avaliativas
3)Das instâncias executivas
Do Grupo de e-mails do PVA
4.2. Estrutura das aulas
a)Duração do curso
b)Local de funcionamento
c)Processo seletivo
5. Considerações Finais: princípios fundamentais
ADENDO: sobre Formação Humanística Plena, Autogestão e Economia Popular Solidária.
1. Introdução
O PVA - COOPEUFRGS é um movimento que se constituiu como fruto de uma série de debates,
reflexões e discussões sobre educação e autogestão. Inspirados no projeto dos estudantes da UFSM, o
Projeto Educacional “Praxis”, buscamos um movimento ligado as causas populares, com liberdade
necessária para ariscar, experimentar, ousar.
Esta experiencia não se pretende definitiva, conforme as próprias diretrizes do PVA, que se pautam
não somente em textos teóricos lidos e discutidos pelos participantes, como também nas diversas questões
apresentadas pela vivência em um projeto de educação popular. O fato de participarem desse debate
estudantes advindos de diversos cursos da UFRGS e os educandos interessados em ingressar no ensino
superior, faz com que uma grande variedade de pontos de vista e opiniões coexistam, propiciando uma
grande riqueza de sínteses e cooperação.
Além de passar no vestibular, o PVA se desafia a estabelecer um processo de construção coletiva
do curriculo, onde além do resultado, prima-se pelo processo a ser trilhado.
Sobre a proposta de autogestão, o grupo se propoe a descobrir seu conceito e suas possibilidades,
buscando aprofundar o protagonismo dos educandos no processo educativo, promovendo uma educação
diferenciada com um debate mais profundo, que nos leva a uma discussão sobre o papel da pedagogia, da
educação e da produção do conhecimento em uma sociedade marcada pela desigualdade, pela opressão,
pelo consumo inconciênte e pelo egoísmo.
Buscamos uma prática educacional que seja diferente da que existe na educação tradicional, ou
seja: aquela que não rompe com o sistema de desigualdades e, para além disso, é um pilar fundamental de
sua manutenção e reprodução. Trata-se de uma educação que acreditamos não atingir a finalidade de uma
verdadeira prática educacional, já que tanto o ensino público quanto o privado não estimulam o espírito
crítico tanto dos educadores como dos educandos, se limitando a preparar estes últimos para o mundo do
trabalho sem questionar as práticas e justificativas opressoras que se estabelecem na sociedade,
preparação que se dá através de métodos disciplinares que reproduzem as práticas opressoras e procuram
impedir o seu questionamento.
3. Temos como objetivo uma educação para a qual adotamos o nome de popular e autogestionária.
Com este termo específico queremos dizer que buscamos uma prática educacional voltada para o exercício
da reflexão crítica sobre os diversos aspectos da realidade social, que crie um espaço para o
questionamento dos valores dessa realidade, e que faça sentido para os atores envolvidos nesse processo,
na medida em que esteja, ao contrário da educação tradicional, mais diretamente ligada às vivências
cotidianas desses atores. Tal educação se dá através da intervenção ativa na sociedade por parte dos
educadores e dos educandos promovendo a transformação coletiva e individual. Desta maneira, a
participação social dos membros do nosso projeto como sujeitos é nossa meta. Além disso, já que tem
como horizonte a eliminação das desigualdades presentes na sociedade, a educação popular volta-se
fundamentalmente para a os setores da sociedade que sentem as contradições advindas da opressão social
de modo mais profundo.
A educação popular é a educação que acreditamos ser parte de um conjunto de ações
transformadoras em direção a uma sociedade justa e livre de desigualdades.
2. Objetivos
Reconhecendo que toda ação pedagógica é também uma ação política, nossos objetivos primeiros são:
1.Ser um movimento social que busca a transformação da sociedade através de uma educação popular
libertadora, criando, para educandos e educadores, um ambiente propício para:
a)A intervenção política e coletiva no meio em que estão inseridos, através de práticas socialmente
transformadoras e emancipadoras.
b)Diversidade cultural, visando uma formação Integral e o respeito á diferença;
2.Caminhar com os educandos buscando o seu acesso às universidades públicas através:
a)Da discussão do significado deste ensino na sociedade brasileira;
b)Da crítica ao modelo de ensino universitário e suas práticas;
c)Do estudo de conteúdos abordados no Ensino Médio.
3.Estimular a discussão sobre Educação Popular e Economia Popular Solidária e a produção de
conhecimento sobre suas intersecções.
3. Orientações e Práticas Pedagógicas
Torna-se evidente que não podemos nos prender às formas tradicionais de ensino, caracterizadas
pelo professores especialista em uma determinada disciplina expõem um conhecimento pronto e acabado a
alunos que, assim, são estimulados e obrigados a adotarem um postura de passividade frente à produção e
à transmissão desse conhecimento.
Por isso, a orientação pedagógica que dá a base para a prática educacional do PVA é aquela que
busca novas diretrizes pedagógicas inspiradas na obra crítica de Paulo Freire, cuja leitura dos processos
educacionais nos permitiu desenhar de forma mais efetiva uma atuação pedagógica que visa uma
emancipação do sujeito e uma aprendizagem verdadeira dos conteúdos disciplinares.
Implementamos, neste sentido, uma reorganização de tais conteúdos.
A proposta pedagógica do PVA faz uma dissolução de tais conteúdos em módulos temáticos que
reconstroem a base epistemológica comum destes conhecimentos sobre a realidade, buscando uma visão
mais global sobre os fenômenos dessa realidade. Cada módulo, assim, gira em torno de um tema que é
abordado a partir de diferentes perspectivas, buscando estabelecer relações efetivas não somente entre as
diversas áreas do saber (comumente compartimentadas de maneira estanque), como também entre o
conhecimento produzido na academia e o conhecimento adquirido na experiência cotidiana, de maneira
prática; entre o conhecimento teórico e a realidade efetiva de educadores e educandos.
4. Também fazem parte da orientação pedagógica:
·Atividades de arte, dança, cinema, música, teatro etc.;
·Grupos de estudos para organização das aulas com reuniões periódicas;
·Despersonalização de aulas e de áreas;
·Disponibilização das aulas e do material produzido ;
·Avaliação constante das atividades e do andamento do projeto.
Esta lista será sempre aumentada e repensada, visto que não temos um projeto acabado de
diretrizes pedagógicas, mas sim um projeto em construção contínua.
4. Organização
O PVA tem como fundamento de suas práticas a participação, por parte de seus membros, de
maneira consciente em relação aos princípios e objetivos do projeto, bem como a compreensão de seu
caráter político. Seu funcionamento tem o intuito de potencializar a responsabilidade individual através da
liberdade intelectual, do espírito crítico, da iniciativa comprometida e da organização coletiva. Deste modo, o
membro do PVA se torna orgânico ao projeto ao participar de suas instâncias, contribuindo para sua
construção e manutenção.
4.1. Estrutura organizativa
O PVA é dividido em organizações coletivas que comportam três instâncias:
1.Instâncias Deliberativas
·Reuniões Gerais
2.Instâncias avaliativas
·Reuniões de avaliação
3.Instâncias executivas
·Módulos
·Espaços
·Oficinas
·Grupos de Trabalho (GT's)
É importante destacar que o PVA preza por uma organização baseada numa construção coletiva,
horizontal e autogestionária. Dito de outra forma, a democracia interna e a hierarquia das instâncias
deliberativas exigem, sempre buscando o consenso, a prevalência das posições majoritárias sobre as
minoritárias, das instâncias gerais sobre as particulares e dos coletivos sobre os indivíduos no que se refere
à aplicação das resoluções e à ação prática. Para tanto, também é resguardada, com mesma importância e
intensidade, a autonomia relativa dos organismos coletivos no âmbito de suas atribuições e o direito de
opinião de cada membro.
1- Das Instâncias deliberativas
As instâncias deliberativas são espaços fixos de discussão e decisão com periodicidade variavel com o
intuito de esclarecer e aprofundar a consciência coletiva ao redor dos objetivos do Projeto e encaminhar
práticas para atingi-los. Os encaminhamentos para as ações do PVA se dão através da busca pelo
consenso.
·Reuniões gerais:
Estas reuniões se caracterizam por discutir assuntos mais longos e aprofundados que refletirão nas ações
práticas do PVA como um todo. Normalmente são convocadas com antecedência e os membros já estão a
5. par da pauta a ser tratada. Os assuntos a serem abordados são decididos antecipadamente na Reunião
Ordinária, porém outros pontos de pauta podem ser acrescentados individualmente no começo da reunião.
Sua duração é estabelecida conforme combinado antecipadamente em reunião ordinária ou no início da
reunião, podendo variar, por exemplo, duas horas ou dois dias. Sua decisão prevalece sobre a decisão de
outras instâncias, dado a profundidade do debate e sua representatividade.
2- Das Instâncias Avaliativas
São reuniões convocadas pelo PVA para realizar a crítica e a auto-crítica das práticas realizadas pelo
projeto . Normalmente estas reuniões são iniciadas com leituras de textos acompanhadas de grupos de
discussões. Tem finalidade formativa e informativa podendo ser encaminhadas propostas para discussões e
práticas futuras.
·Reunião de Avaliação:
Reunião onde se discute a prática pedagógica do PVA, com um foco maior sobre os Módulos e Espaços.
Esta reunião é necessária para o afinamento do discurso e da prática pedagógica do PVA, para abrir o
espaço dos módulos para a intervenção do PVA como um todo servindo para troca de experiências e idéias.
Esta reunião pode ser realizada no mesmo dia da Reunião Geral, embora tenha um caráter diferente.
3- Das instâncias executivas
São coletivos de duração temporária organizados pelo PVA a fim de encaminhar as práticas requeridas para
seu funcionamento e, portanto, atingir os objetivos por ele proposto.
·Módulos:
As atividades ocorrerão em função de módulos temáticos pré-definidos nas Reuniões Gerais, os
quais serão organizados por educadores provenientes de diferentes especialidades em sua formação. Cada
módulo terá a duração que for considerada conveniente para uma abordagem adequada dos temas
propostos, discutida em Reunião Geral.
O PVA orienta para que os membros dos módulos realizem reuniões semanais para a programação
do curso, discussão do conteúdo e das atividades, sempre pensando não só na transdisciplinaridade, mas
na troca entre os próprios módulos.
·Espaços:
São, literalmente, espaços na carga horária do Projeto, onde os educandos teriam um pouco mais
de autonomia, ao se comparar com os módulos, no que se refere ao objeto a ser estudado. O objetivo aqui
é explicitar as “especialidades” dos educandos e promover o intercâmbio de conhecimentos. Porém, sendo
atividades relativamente bastante livres, existe a possibilidade de, no início, haver um descompasso dos
educandos com a nova forma de encarar um estudo. Deste modo, o papel dos educadores responsáveis
enquadra-se em promover e potencializar o objetivo final deste espaço. E isto não porque o educador ficaria
menos descompassado, mas porque, por sua história na construção deste projeto, tem mais claros os
objetivos finais do Espaço e do PVA. O assunto do Espaço é proposto em Reunião Geral.
·Oficinas:
As oficinas temáticas têm o papel de fornecer o ferramental específico de uma área do
conhecimento a fim de munir os educadores e educandos de conceitos e práticas que os permitam se
aprofundar nos temas desenvolvidos nos módulos e espaços. Suas atividades devem ser orientadas de
modo a ter algum tipo de trabalho envolvendo a linguagem a ser apropriada. Oficinas, segundo as
definimos, caracterizam-se justamente por sua especificidade e foco na linguagem (ou nas linguagens) de
uma ou mais áreas do conhecimento, sendo flexíveis no que se refere à exigência da transdisciplinaridade
dos módulos. É sobretudo isso o que as diferencia destes. No entanto, sua duração deve ser curta,
evitando-se realizar mais de uma oficina em um mesmo período, para que não haja uma tendência de se
6. substituir os módulos pelas oficinas, o que não pode acontecer de maneira nenhuma. A forma de
organização das oficinas não difere dos módulos no que diz respeito ao número de responsáveis: não deve
ser menor que dois. Sua periodicidade varia com as necessidades do PVA, assim como seu dia de
realização também, podendo ocorrer inclusive em finais de semana.
·Grupos de Trabalho (GT's):
Os Grupos são coletivos constituídos, com tarefas fora do âmbito didático ou não. Suas ações se
dão tanto dentro do espaço físico e de tempo restrito aos cursos como fora destes.
O funcionamento do PVA exige alguns grupos permanentes, porém com rotatividade de membros,
denominadas grupos de trabalho (GT's):
Avaliação
Este GT organiza reuniões e recolhe os escritos de educandos e educadores realizados em sala de
aula, verificando o andamento das atividades e a freqüência de ambas as partes.
Organização
Deve ser composta preferencialmente pelos membros que não estiverem envolvidos na
organização de módulos temáticos. Ela não é responsável por decisões que afetem os rumos do projeto,
mas sim por viabilizar praticamente as atividades do mesmo, tais como as reuniões gerais e ordinárias,
apoio aos módulos e grupos ou até na proposta de criação de frentes temporárias para dar conta de alguma
tarefa. Ela é responsável no que se refere tanto à estrutura material para tais atividades quanto à
organização dos seus participantes.
Dado que ela fica responsável pela viabilização material das atividades do PVA esta frente também fica
responsável pela administração da parte financeira do PVA, controlando a movimentação de recursos
financeiros e buscando apoio de DAs, do DCE, movimentos sociais, etc...
Esta frente deve ser rotativa com periodicidade máxima de seis meses para cada um dos membros. Deste
modo, todos membros participarão da organização do PVA, mas ninguém será burocratizado.
Biblioteca
Os membros da frente de biblioteca ficam responsáveis por, além de administrar a biblioteca, buscar
a aquisição de livros e a ampliação do espaço destinado à biblioteca.
Educação
Esta frente visa promover discussões, manifestações, reflexões sobre o tema da educação. Engloba
fomentar o questionamento sobre a educação pública no país, construir atos, palestras etc. para divulgar e
estimular esse questionamento, divulgar e debater os processos seletivos das universidades públicas,
discutir acerca do papel que a universidade e a extensão universitária têm e deveriam ter frente à
sociedade, entre outros.Os membros desta frente também irão procurar construir um Coletivo de Estudos
sobre Educação Popular e Economia Popular Solidária.
Integração
O GT de integração envolve a elaboração de atividades junto aos educadores e educandos, tanto
durante a semana (nos espaços de integração entre os blocos de atividades) quanto ao longo do ano
(atividades de sábados, saraus, churrascos, passeios, confraternizações etc.).
GT dos Processos Seletivos
Este coletivo tem, montado o calendário em Reunião Geral, o objetivo de viabilizar o processo
seletivo, preocupando-se com o andamento do mesmo (observando se a realização do calendário é viável)
e de suas questões materiais. Esta frente não tem caráter constante durante o ano, porém é uma “frente
7. permanente” do ponto de vista que ela é sempre necessária assim que se faz necessário um processo
seletivo para o PVA.
4.2.Estrutura das aulas
Apresentamos a seguir a organização do PVA proposta para o seu primeiro período de
funcionamento (Nov. e Dez. De 2010) , na sua versão de curso intensivo, devendo ser revista e avaliada
futuramente para correções e aprimoramento. Logicamente, não serão revistos os princípios que basearam
a elaboração dessa organização (horizontalidade das relações e a participação dos educadores e
educandos).
As atividade do PVA ocorrerão de segunda à sexta das 19h às 22h.
Cronograma previsto para o primeiro período de atividades:
Além do período noturno de segunda a sexta, prevemos também atividades a serem realizadas nos
sábados: aulas ou estudos temáticos, resolução de exercícios e tirada de dúvidas, passeios, filmes, saraus
etc.
a)Duração do curso
Tendo em vista que o período de um mês é muito restrito tanto para a construção de uma vivência
educacional autêntica e transformadora quanto para a aprendizagem dos conteúdos necessários à
aprovação nos processos seletivos de acesso às universidades, o PVA é uma revisão intensiva.
b)Local de funcionamento
O projeto tem funcionado nas dependências do Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Avenida Piratini, 76 –
Bairro Santana – Porto Alegre
c) Processo seletivo e matrícula
Não existe processo seletivo, o critério é boa vontade e interesse em cooperar.
Número de vagas: a primeira turma terá 30 vagas. Será posteriormente estudada a possibilidade de
ampliação das vagas de acordo com a procura.
5. Considerações Finais: os princípios fundamentais
8. Apresentamos a seguir, somente, alguns princípios básicos de maneira mais sistematizada.
É importante salientar que a idéia deste Projeto Pedagógico é estabelecer algumas diretrizes ou princípios
básicos que nos dão a direção fundamental para que haja coerência nas atividades do PVA.
Um de nossos princípios fundamentais é a avaliação e reformulação contínua desse Projeto
Pedagógico, a partir da reflexão, da crítica e da discussão sistemática sobre a Educação e Economia
Solidária e a realidade social em que está inserido. Nessa lógica, sempre adaptando-se ou aprimorado-se,
sem ser totalmente descaracterizado em sua estrutura fundamental, mantendo as seguintes características:
· A gratuidade do curso para os educandos e a não-remuneração para os educadores.
· A horizontalidade das relações no interior do projeto, sem hierarquizações de qualquer espécie, assim
como sem qualquer tipo de preconceito, discriminação ou práticas que reproduzam as relações de
dominação e opressão que buscamos criticar e combater.
· A postura crítica frente à realidade social, frente à universidade e às suas “verdades científicas” e frente à
sua própria atuação no âmbito dessa sociedade e dessa universidade.
· A manutenção da coerência entre o discurso e a prática.
· A autonomia em relação a outros movimentos sociais, a partidos políticos, orientações religiosas,
instituições, empresas etc.
· A busca por uma transformação social profunda e emancipadora.
· E por fim, o exercício da Educação-Economia Popular como prática educacional libertadora.