O documento discute a história do conceito de transexualidade e identidade de gênero, desde os primeiros usos desses termos no início dos anos 1950 até pesquisas e descobertas mais recentes. Três pontos principais são: 1) Harry Benjamin foi um dos primeiros a usar o termo "transexualismo" em 1952; 2) Estudos sugerem que a identidade de gênero é determinada biologicamente por estruturas cerebrais no hipotálamo, e não socialmente; 3) Cirurgias de redesignação sexual passaram a ser legais no Brasil em
3. QUEER
Usada pelos LGBT no intuito de ser
ressignificada.
4. Visão Jurídica
Transexualidade é a condição sexual da pessoa que rejeita
sua identidade genética e a própria anatomia do seu
gênero, identificando-se psicologicamente com o gênero
oposto. Trata-se de um drama jurídico-existencial, por
haver uma cisão entre a identidade sexual física e
psíquica. É a inversão da identidade psicossocial, que leva
a uma neurose reacional obsessivo-compulsiva,
manifestada pelo desejo de reversão sexual integral.
Constitui, por fim, uma síndrome caracterizada pelo fato
de uma pessoa que pertence, genotípica e
fenotípicamente, a um determinado sexo ter consciência
de pertencer ao oposto.
5. TRANSEXUAL
O Conselho Federal de Medicina baixou uma
Resolução que exige do médico a avaliação
multidisciplinar do quadro clínico geral do paciente
antes de realizar a operação.
Os psicólogos precisam acompanhar os pacientes e
elaborar um laudo que ateste sua plena convicção de
que deseja sofrer uma intervenção cirúrgica radical e
permanente.
6. LAUDO
Os laudos avaliam se o individuo está saudável
psiquicamente para enfrentar as mudanças que vai
vivenciar como resultado de sua escolha.
O laudo é necessário também para autorizar a
operação inclusive em hospitais públicos.
O segundo aspecto refere-se à necessidade de
verificar a estrutura emocional do paciente para lidar
com as mudanças produzidas pela cirurgia.
7. O transexual não deve
ter:
Transtorno Mental
Comprometimento
Emocional (depressão e
ansiedade)
Realização de todos os
sonhos
8. A Construção da
identidade do transexual
Disforia de gênero ou
“Transtorno de Identidade
Sexual”
F 64.0
9. A frase papel de gênero apareceu a
primeira vez na literatura em 1955,
utilizada por John Money.
Em 1966 surge a frase identidade de
gênero.
Money (1993) apresenta a idéia de que
sexo é o componente
orgânico/genético (masculino,
feminino e intersexo) e gênero
(masculino, feminino e andrógino)
como o que nos tornamos socialmente.
10.
Identidade de gênero é o
sentir-se masculino ou
feminino de forma convicta e
convincente, e assim se
identificar para si mesmo e
para os outros, utilizando-se
dos meios sociais e do curso
do pensamento individual.
11. "Teórico" do
Gênero,
afirmava que
a identidade
era
determinada
socialmente.
John Money -
Universidade Johns Hopkins
12. Professor de anatomia e
biologia reprodutiva que
derrubou a teoria
arraigadamente
sustentada de Money de
que a identidade de
gênero é determinada
socialmente.
O trabalho dele sugere
enfaticamente que a
identidade de gênero é
biologicamente inata.
Milton Diamond, Ph.D.
13. A teoria de que a
auto-percepção inata
gênero está
de
determinada pelo
cérebro e pelo
sistema nervoso
central pré-natal:
Dr. Sander Breiner é Psicanalista e Professor
de Psiquiatria
14. Muito bom! Se não são os genes
que determinam a identidade de
gênero (as meninas cAIS
demonstram isto), e se também
não são os genitais e a
educação que a determinam (os
meninos com o síndrome de
"Extrofia Cloacal" demonstram
isto), então o que é que pode
determinar a identidade de
gênero de uma pessoa?
15. Estruturas Cerebrais no
Hipotálamo
Vem crescendo certa evidência de que determinadas
Estruturas Cerebrais no Hipotálamo (na região BSTc)
determinam em cada pessoa o núcleo dos sentimentos
de gênero e uma identidade de gênero inata. Estas
estruturas se "instalam" pré-natalmente nos centros da
parte baixa do cérebro e no Sistema Nervoso Central
(SNC) durante as etapas do inicio da gravidez, e
durante um processo de imprimir, no mesmo Sistema
Nervoso Central, modulado hormonalmente.
16. Stoller (1993) apresenta cinco
fontes das quais resulta a
identidade de gênero
nuclear:
soma de causas genéticas e hormonais
Da atitude dos pais ao aceitar ou não o sexo do
bebê
Da interpretação de bebê a respeito dessas
atitudes paternas
Da formação do ego corporal
17. O cientista
descobriu que o
hipotálamo de
pessoas
homossexuais
era muito menor
que o dos
heterossexuais.
18. As estruturas no cérebro e no SNC do
feto sendo masculinizadas pelos
hormônios durante a gravidez, então a
criança terá uma auto-percepção e
identidade de gênero masculina,
independentemente de que os genes
ou os genitais sejam masculinos.
Se tais estruturas não são
masculinizadas nesse período, a
criança então terá uma auto-percepção
e identidade de gênero femininas,
também independentemente dos
genes ou genitais.
19. William Reiner, M.D., Ser Macho ou
Fêmea--Essa é a Questão, 151 Arch
Pediatr. Adolesc. Med. 225 (1997).
"No fim das contas, só as crianças mesmas devem identificar
quem e o que são. O papel de nós, os pesquisadores, é
escutar e aprender. As decisões clínicas não devem estar
baseadas em predições anatômicas, nem na "correta" função
sexual, também não é uma questão de moral ou de
"congruência" social, pelo contrário é questão daquele
caminho que seja o mais apropriado para o provável
desenvolvimento do padrão psicosexual da criança. Em outras
palavras, o órgão que se apresenta como crítico para o
desenvolvimento psicosexual e a adaptação, não são os
genitais externos, é o cérebro."
20. CID-10
Segundo a CID-10 (10ª Revisão da Classificação
Internacional das Doenças), a transexualidade –
que corresponde ao item F64.0 – caracteriza-se
por “um desejo de viver e ser aceito como um
membro do sexo oposto, usualmente
acompanhado por uma sensação de desconforto
ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico e
um desejo de se submeter a tratamento hormonal
e cirurgia para seu corpo tão congruente quanto
possível com o seu sexo preferido.”
21. Cirurgia
Em alguns estados do Brasil, já é
feito este tipo de cirurgia pelo SUS
(Sistema Único de Saúde).
Passar por um mínimo de dois
anos de acompanhamento
psicológico e psiquiátrico.
22. redesignação sexual
A cirurgia de redesignação sexual (CRS) de FTM ainda ocorre
como cirurgia experimental no Brasil, e apenas pode ser feita no
sistema de saúde de caráter público, não particular. São
utilizadas como táticas cirúrgicas de transgenitalização a
neofaloplastia, a ortofaloplastia e a metoidioplastia. Ambas são
acompanhadas da escrotoplastia e da histerectomia total. Existe
uma variedade de técnicas para cada etapa destas citadas.
Tratam-se de cirurgias de grande porte e são irreversíveis, por
isso é importante que você saiba quais são as consequências
funcionais e estéticas das cirurgias, incluindo os possíveis
riscos. O contato prévio com o cirurgião e com outros pacientes
que já realizaram as cirurgias seria interessante para ajudar na
decisão em relação à efetivação da cirurgia.
23. Neofaloplastia
A construção de um pênis da pele do antebraço
interior (lado não-dominante) e tecido vaginal e
anexá-lo para a área vaginal. A pele do antebraço
está enxertadas juntamente com os seus nervos,
artérias e veias e formado em torno de um cateter de
tubo plástico, que servirá como a uretra e permitir a
micção uma vez conectado à uretra feminina.
24. Metoidioplastia
A metoidioplastia é a
criação de um pênis,
alargando o clitóris, que
cresceu pelo uso da
testosterona. A pele ao
redor do clitóris é
removido para que o
clitóris pode se estender
da região pubiana dar a
aparência de um pênis.
25. livro
Primeiro transexual do Brasil lança autobiografia
no Recife
Publicado em 29.02.2012, às 18h51
que precisava encarar a
"Sabia
cirurgia, mesmo sendo
clandestina no Brasil. O cirurgião
plástico que me operou no Rio
de Janeiro dizia que não podia
ficar insensível a um problema
tão sério", conta João. Após duas
cirurgias, ele começou a utilizar
testosterona, e assim adquiriu
pêlos, a voz grossa, a
musculatura e a careca.
26.
As cirurgias de mudança de
sexo passaram a ser legais no
Brasil só em 1997. Desde 2008, o
procedimento pode ser realizado
pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
27. Faculdade de Medicina
de Rio Preto
A maioria dos casos é de conversão do
sexo masculino para o feminino.
Há 42 casos de transgenitalização.
Fila de espera na região de 15
pacientes
Ligações do Brasil inteiro com pedidos
para realizar a operação.
28. Livro
Na experiência com esse
trabalho, em contato com
transexuais, começamos a nos
envolver com esse instigante
fenômeno e passamos a nos
indagar como seria a trajetória
de vida dessas pessoas ...
Autor(es): Maria Jaqueline Coelho Pinto e
Maria Alves de Toledo Bruns
Editora: Alínea