SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22
Baixar para ler offline
“Transexualidade”




A T3 é a unidade temática do Instituto SÓIS: Inovação, Saúde e
Desenvolvimento que se orienta na consecução de resoluções
efetivas e sustentáveis voltadas ao melhoramento da qualidade de
vida da população transgênera masculina.
Primeira Parte:
          Histórico da transexualidade:



Segundo R. Green (1966 / Benjamin), há referências mitológicas
nas sociedades indianas, cita e helena de pessoas que, por ordem
de deuses, demônios ou bruxas “mudaram de sexo”.

Nas Roma e Grécia antigas haveria relatos de pessoas que
viveram como sendo do sexo oposto, e histórias de pessoas que,
de fato, tiveram sido emasculadas.

O papa João VIII (séc. IX) teria sido um transexual masculino.

No século XVI o Rei Henrique III da França exigia ser tratado no
feminino, além de se vestir em trajes femininos.
Histórico da transexualidade:


Em sociedades tribais da América do Norte, como os yuman, os
cocopa, os mohave, os navaho e os “pueblo” (sic) teria existido
todo um tratamento social diferenciado e/ ou de tolerância a certos
grupos de pessoas que viveram como sendo do sexo oposto,
podendo isto ter relação com ritos religiosos da tribo ou não.

Em regiões remotas da Sibéria, Mediterrâneo, Índia e África,
homens que adotavam comportamento e vestimentas de mulheres
gozavam de status como xamãs, feiticeiros e sacerdotes –
pessoas cujos poderes são temidos e reverenciados.

Em tribos brasileiras observou-se “mulheres” que se abstiveram
de ocupação feminina, mimetizavam os homens e “preferia deixar-
se de morto ter relações sexuais com um homem”.
Histórico da transexualidade:


Krafft-Ebing em Psychopathia Sexualis, no final do século XIX,
descreve pela primeira vez o que poderia ser considerado uma
referência à transexualidade e à travestilidade em seu “esquema de
neuroses sexuais” como “inversão sexual”, que, numa “variação de
graus” poderia motivar a busca de transformação corporal.
Magnus Hirschfield em Die Transvestiten, início do século XX,
teria cunhado o termo “transexual”, utilizando a expressão
“seelischer transsexualismus” (transexualismo psíquico).

Em 1949, o Dr. David O. Cauldwell publica Psychopathia
Transexualis, baseando-se no caso do homem transexual “Earl”, e
descreve o indivíduo transexual como “não tendo atingido a
maturidade biológica e sexual, e tendo sido mentalmente
afetado, estando atrelado a uma condição psicológica doentia.
O ‘psicopata transexual’ seria mentalmente insano, e por isto
desejaria viver como um membro do sexo oposto”.
Histórico da transexualidade:


Harry Benjamin publica The Transsexual Phenomenon (1966), trazendo
descrições não tão psiquiatrizantes sobre o aspecto clínico de pessoas
transexuais. Sua obra é tida como fundamental no estudo da matéria.
     "O transexual feminino ou masculino é profundamente infeliz como um membro do sexo (ou gênero)
     para que ele ou ela foi atribuída pela estrutura anatômica do corpo, especialmente os genitais. Para
     evitar mal-entendidos: isto não tem nada a ver com hermafroditismo. O transexual é fisicamente
     normal (embora ocasionalmente subdesenvolvidos). Estas pessoas podem apaziguar um pouco o
     seu descontentamento por vestir as roupas da sexo oposto (...) Mas enquanto a "vestir" satisfaria o
     travesti verdadeiro (que se contenta com seu sexo morfológico), é apenas incidental e não mais do
     que uma ajuda parcial ou temporária para o transexual. Verdadeiros transexuais sentem que
     pertencem ao sexo oposto, eles queremos ser e funcionar como membros do sexo oposto, não só
     para aparecer como tal. Para eles, os órgãos sexuais, o primário (testículos), bem como as
     secundárias (pênis e outros) são deformidades repugnante que deve ser mudado pela faca do
     cirurgião.
     (...)
     O desejo de mudança de sexo é conhecido pelos psicólogos há muito tempo. Tais pacientes foram
     raros. Sua anormalidade tem sido descrita em revistas científicas no passado de várias maneiras,
     por exemplo, como "inversão sexual total" ou "inversão de papel sexual". Além de algumas
     tentativas com a psicoterapia, em um esforço (inútil) para curá-los de seus desejos estranhos, nada
     foi ou pode ser feito por eles medicamente. Alguns deles, provavelmente, definhou em instituições
     para doentes mentais, alguns em prisões, sendo a maioria de miseráveis , infelizes membros da
     comunidade, alguns menos cometeram suicídio. Só por causa dos avanços recentes nas técnicas
     de grande endocrinologia e cirurgia tem o quadro mudou.”
Histórico da transexualidade:


Cirurgias e hormonioterapias incipientes foram realizadas no início
do século XX: “[na década de 1920] Experiências com o que
atualmente chamam de transexualismo foram feitas na Alemanha,
como a do pintor Einar Wegener que, em 1923, aos 40 anos, retirou
os testículos e o pênis. Posteriormente adotou nacionalidade
dinamarquesa e se tornou Lili Elbe (...). E é também na Dinamarca
que se registraram cirurgias bem sucedidas como a de Robert             Lili Elbe
Cowell, aviador da Segunda Guerra Mundial, que se tornou
Roberta Cowell, mas sem notoriedade e divulgação. (...) Mas é em
1952, com a divulgação em um jornal norte-americano da história
de Christine Jorgesen, nascida George Jorgensen, que as
questões de identidade sexual ganham conhecimento público.”




                                                                      Roberta Cowell




                 Christine Jorgensen
Histórico da transexualidade:

Os termos “transexualismo” (1980) e “transtorno de identidade de gênero”
(1987) tem sido usado para descrever os indivíduos com disforia gênero com
a publicação do DSM-III (“Diagnostic and Statistical Manual”, 3rd edition)
pela Associação Psiquiátrica Americana (APA) legitimou um lugar para esses
transtornos no universo psiquiátrico e médico. Segundo o DSM-IV-TR as
características diagnósticas são:

Critério A: Deve haver evidências de uma identificação com o gênero oposto forte e persistente, que é o
desejo de ser, ou a insistência de que se é, do sexo oposto. Essa identificação com o gênero oposto não
deve refletir um mero desejo de quaisquer vantagens culturais percebidas por ser do sexo oposto.
Critério B: Também deve haver evidências de um desconforto persistente com o próprio sexo atribuído ou
uma sensação de inadequação no papel de gênero deste sexo.
Critério C: O diagnóstico não é feito se o indivíduo tem uma condição intersexual física
concomitante.
Critério D: Para fazer o diagnóstico, deve haver evidências de sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no trabalho social, ou outras áreas de funcionamento de suma importância.


A Classificação Internacional de Doenças, 10ª versão (CID-10), da
Organização Mundial de Saúde (OMS), inclui nos chamados Transtornos de
Identidade Sexual o “Transexualismo” em 1992. Segundo o CID-10,
“transexualismo”:

Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha
em geral de um sentimento de mal-estar ou de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e
do desejo de submeter-se a intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo
tão conforme quanto possível ao sexo desejado.
Histórico da transexualidade:


      A sex difference in the human brain and its relation to transsexuality
Zhou, Hofman, Gooren & Swaab.
Amsterdã, Holanda - 1995
O estudo é o primeiro a mostrar uma estrutura cerebral feminina em transexuais
geneticamente masculinos e apoia a hipótese de que a identidade de gênero se
desenvolve como resultado de uma interação entre o cérebro em desenvolvimento
e os hormônios sexuais.

      White matter microstructure in female to male transsexuals before
      cross-sex hormonal treatment. A diffusion tensor imaging study
Guillamon, Ramettid, Carrillo, Gómez-Gil, Junque, Segovia & Gomez.
Madri / Barcelona, Espanha - 2010
O resultado mostra que o padrão microestrutural da substância branca em
transexuais FtM antes do tratamento hormonal está mais próximo do padrão de
indivíduos que compartilham de sua identidade de gênero (masculino) do que
aqueles que compartilham de seu sexo biológico (mulheres).
Segunda Parte:
           Transexualidade Masculina:



Na Roma Antiga o autor Plínio relatou alterações do sexo feminino
para masculino, um dos quais foi testemunha. Ele afirmou: “a
transformação de fêmeas em machos não é uma história ociosa”.

Na Período Medieval existem relatos de Henri Estienne e
Montaigne sobre dois homens transexuais franceses que viveram
socialmente como homens (em épocas distintas) e foram mortos
em função de sua realização.

No Período Moderno o holandês David Jans teria vivido uma vida
plena de homem e apenas sido descoberto após ter sofrido
acidentes no exército (século XVII).
Transexualidade Masculina:



     No Período Moderno a quantidade de transexuais masculinos
     registrados na história aumenta. A maioria tendo sido descoberto
     anatomicamente do sexo feminino em ocasião de morte ou
     tratamento médico na velhice.
                                                                         Alan
                                                                         Hart




                                                                        Michael Dillon
Ralph                                   Billy
Kerwinieo                               Tipton
                                                        Reed
                    Violette                            Erickson
                    Morris
Transexualidade Masculina:



Em 1920, o Dr. Joshua Gilbert, que acompanhou e indicou cirurgias ao Dr.
Alan Hart, publica o caso em Journal of Nervous and Mental Disorders. Alan
L. Hart (nascido em 1890 em Hall’s Summit, Kansas - EUA) teria sido o
primeiro homem transexual em que foram realizadas intervenções cirúrgicas
– em 1917, quando passou por uma histerectomia.

O primeiro homem transexual transgenitalizado teria sido Michael Dillon          Alan
(nascido em 1915, Londres, Inglaterra). Dillon teria sido também o primeiro      Hart
homem transexual a tratar-se com hormônios masculinos, e em 1945 foi o
primeiro a ter realizado a transgenitalização, pelo Dr. Harold Gilles,
internacionalmente conhecido como o pai da cirurgia plástica moderna.
Gillies depois realizou a primeira cirurgia de transgenitalização bem sucedida
em Roberta Cowell.




                                                                  Fotos do
                                                                  resultado da
                                                                  cirurgia
                                                                  transgenital
                 Michael Dillon                                   realizada em
                                                                  Dillon
Transexualidade Masculina:
Em 1986 “Louis Graydon Sullivan”, Lou Sullivan é um dos co-fundadores do
“FTM International”, organização norteamericana de defesa dos direitos de
homens transexuais de abrangência mundial. Sullivan, transhomem gay,
ativista e escritor, morre de aids aos 39 anos em 1991.
Brandon Teena, em 1993, foi espancado, violado e assassinado numa
cidade do interior dos EUA, um dos mais notórios crimes de ódio dos EUA na
década de 1990.
                                                                                 Lou
                                                                                 Sullivan
Hoje em dia existem agrupamentos de homens transexuais atuantes em
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Chile, México, Reino Unido, EUA,
Espanha, França, Holanda, Dinamarca, Alemanha entre outros.




                                                                                Brandon Teena
Transexualidade Masculina:
     As duas técnicas mais populares de cirurgias transgenitais realizadas em
     homens transexuais são:

1. Faloplastia




                                                                                     Paciente do
                                                                                Dr. Sava Perovic
                                                                                      (Tailândia)
2. Metoidioplastia




                            Paciente com três anos de pós operatório do
                            Dr. Miroslav Djordjevic (Belgrado, Sérvia)
Terceira Parte:
             Transexualidade no Brasil:




Em 1978 o Dr. Roberto Farina é preso (por 2 anos) e perde a
licença para praticar medicina por “operar transexuais”, ação
movida pelo Conselho Federal de Medicina, acusando-o de
“lesões corporais graves”.

Em 1980, Conselho Federal de Medicina publica parecer favorável
ao tratamento de transexuais (Parecer-Consulta nº 03/1980). Só
autorizando de fato tais procedimentos dezessete anos depois,
através da Resolução 1.482 de 10 de setembro de 1997 –
possibilitando assim o tratamento a transexuais em caráter
experimental.
Transexualidade no Brasil:


Em 1984 “o primeiro homem transexual brasileiro conhecido”, João W. Nery,
publica sua autobiografia relacionada à sua transexualidade, o livro “Erro de
Pessoa”.

Alexandre Herzer (vulgo “Bigode”) foi outro homem transexual brasileiro
pioneiro, poeta, publicou A Queda para o Alto em 1982, mesmo ano em que            João W.
cometeu suicídio aos 20 anos.                                                      Nery

As primeiras mulheres transexuais brasileiras operadas foram Jaqueline
Galiacci (operada no exterior, Marrocos em 1969) e Waldyrene Nogueira
(operada no Brasil pelo Dr. Roberto Farina em 1971).

Na década 1990, Roberta Close torna polêmico na mídia o assunto da
transexualidade. Tendo realizado a cirurgia de redesinação sexual na
Inglaterra em 1989, retornando ao Brasil, em 1992 Roberta Close conseguiu
a decisão judicial para a retificação de seu prenome e gênero no registro civil,
decisão reformada pelo Ministério Público em 1997. Apenas em 2005, 15              Roberta
anos após o pedido inicial, o Estado reconhece Roberta Close como                  Close
pertencente ao gênero feminino, concedendo assim as devidas correções no
registro civil.
Transexualidade no Brasil:



O Ministério da Saúde, através das Portarias 1.707 de 18 de agosto 2008
e 457 de 19 de agosto de 2008, institui o Processo Transexualizador no
SUS a ser estabelecido pelo país em unidades especializadas, nas normas
do Conselho Federal de Medicina e a ser pautado: na integralidade da
atenção, não restringindo ou centralizando a meta terapêutica às cirurgias de
transgenitalização e demais intervenções somáticas; na humanização da
atenção, promovendo um atendimento livre de discriminação, inclusive
através da sensibilização dos trabalhadores e demais usuários da unidade de
saúde para o respeito às diferenças e à dignidade humana; e na constituição
de equipe interdisciplinar e multiprofissional.

Em 2010, através da Resolução 1.955/2010 do CFM (última resolução), as
cirurgias para transexuais masculinos de “mastectomia bilateral” e
“histerosalpingo-ooforectomia” deixaram de serem consideradas como
experimentais sendo assim fato possível tais procedimentos serem
realizados pelo SUS e em caráter particular.
Transexualidade no Brasil:


      O Conselho Federal de Medicina, em sua última resolução, considera
“ser o paciente transexual portador de desvio psicológico permanente de
identidade sexual, com rejeição do fenótipo e tendência à automutilação e/ou
autoextermínio”.

      O Ministério da Saúde considera
“que o transexualismo trata-se de um desejo de viver e ser aceito na condição de
enquanto pessoa do sexo oposto, que em geral vem acompanhado de um mal-
estar ou de sentimento de inadaptação por referência a seu próprio sexo
anatômico, situações estas que devem ser abordadas dentro da integralidade da
atenção à saúde preconizada e a ser prestada pelo SUS”.

      Relatório Preliminar os Serviços que Prestam Assistência a Transexuais
      na Rede de Saúde Pública no Brasil (M. Arán 2009) relata-se a existência
      de dez serviços se dispõem ao tratamento de transexuais (um deles
      particular).
- o serviço de atendimento a transexuais do Hospital das Clínicas da UFPE não
consta em sua lista (seria o décimo primeiro).
Transexualidade no Brasil:


Apesar de O Processo Transexualizador no SUS estar sendo estabelecido
apenas desde 2008 nas unidades federativas do Brasil, os serviços atuais
não atendem à demanda. O único serviço de tratamento a transexuais do
Norte e do Nordeste é o do Hospital das Clínicas da UFPE.
Dificuldades em encontrar um tratamento ou acompanhamento médico
leva a pessoa transexual à clandestinidade: na realização de cirurgias
como mastectomia e histerectomia sem laudo ou diagnóstico; e no
tratamento hormonal, sem acompanhamento endocrinológico e através do
tráfico de anabolizantes.

A Portaria 344/1998 da Anvisa, que normatiza o modo de receitar e
comercializar medicamentos controlados, inclui substâncias anabolizantes
(utilizadas na hormonioterapia de homens transexuais) na lista C5,
burocratizando a compra de hormônios androgeneizantes para os
transexuais masculinos.
Transexualidade no Brasil:


Cirurgias transgenitais de “macho para fêmea” são realizadas desde a
década de 1970, ainda que na clandestinidade, passando a serem
oficialmente autorizadas em 1997 e começaram a serem feitas pelo SUS em
2002. Infelizmente a transgenitalização de homens transexuais no Brasil
é incipiente: tida como de caráter experimental e apenas realizada em
quatro hospitais universitários no país desde 2006.

Dificuldades no meio social geram um processo de exílio (conhecido
também com “stealth”) em que depois de uma transição anatômica/ corporal
a pessoa transexual abandona sua cidade de origem e começa a viver num
local em que as pessoas não conhecem sua condição em ser transexual,
podendo assim ser reconhecido apenas em um gênero.

Observa-se uma vivência social de invisibilidade, visto que homens
transexuais não possuem uma identidade social formada, socialmente
reconhecida, no Brasil. O que implica no não estabelecimento de seus
direitos.
Quarta Parte:
                            Encaminhamentos:

      O desconhecimento social e acadêmico da questão transexual reforça o
      preconceito contra a categoria, a confusão entre as diversas
      transidentidades (transexual, travesti, crossdresser, drag queen ou king) e
      entre orientação sexual e identidade de gênero.

      A vivência social da pessoa transexual apresenta múltiplos obstáculos:
      na discriminação social, intrafamiliar, no assédio moral, dificuldade de se
      incluir no ambiente laboral formal, acesso a nome social, tratamento de
      gênero respeitado, dificuldade em encontrar tratamento/ acompanhamento
      médico (cirúrgico, endocrinológico, psiquiátrico) e psicológico adequado.

      Não há legislação específica para o processo de retificação de prenome
      e gênero no registro civil de transexuais, que pode ser chamada de “Lei
      de Identidade de Gênero”, e já foi aprovada em alguns países como Reino
      Unido, Portugal e Espanha. O transexual no Brasil deve entrar com pedido de
      jurisprudência para realizar tal mudança, e ficar à mercê do critério do juiz(a).
A PLC 72/2007 do ex-dep. Luciano Zica (PT-SP) que "Altera o art. 58 da Lei nº
6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre registros públicos e dá
outras providências, possibilitando a substituição do prenome de pessoas
transexuais.” tramita no Senado com última movimentação em jan/2011.
Encaminhamentos:


Humanização da saúde para atendimento específico de transexuais, no que diz respeito
ao devido tratamento de gênero e respeito ao nome social, segundo a Carta dos Direitos
dos Usuários da Saúde – que garante na lei, mas não acontece na prática.

É lei respeitar o nome social de travestis e transexuais em todo serviço de saúde
público ou privado, em órgãos estaduais de educação de AL, AP, DF, GO, MA, MT, PA,
PR, RS, SC (10 estados, faltam 17) e órgãos estaduais de administração pública de AM,
PA, PB, PE, PI, SP (6 estados, faltam 21).

Devida fiscalização de cumprimento de normas do Processo Transexualizador em
suas unidades especializadas pelo Conselho Federal de Medicina, Conselhos Regionais
de Medicina e Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.

Inclusão de metas e ações específicas para transexuais masculinos no Plano de
Enfrentamento da Epidemia de HIV/ aids em gays, HSH, e travestis. Bem como a inclusão
de metas e ações específicas para transexuais femininas no Plano de Enfrentamento da
Feminilização da Epidemia de HIV/ aids.

Inserção temática nas escolas para combate a preconceito e discriminação.

Educação familiar especifica.
CONTATO:

                Leonardo Tenório

                Unidade Temática T3
            Transexualidade Masculina
Instituto SOIS: Inovação, Desenvolvimento e Saúde

         E-mail: l.tenorio@institutosois.org
              Fone: (81) 9739-2835

          Rua Dom Pedro Henrique 153-A
              Santo Amaro - Recife

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sexualidade, direitos sexuais e homofobia
Sexualidade, direitos sexuais e homofobiaSexualidade, direitos sexuais e homofobia
Sexualidade, direitos sexuais e homofobiaPaulo Alexandre
 
Palestra Homossexualidade
Palestra HomossexualidadePalestra Homossexualidade
Palestra HomossexualidadeVinicius Bruno
 
Uma visao sobre homossexualidade
Uma visao sobre homossexualidadeUma visao sobre homossexualidade
Uma visao sobre homossexualidadeMensagens Virtuais
 
Sexualidade e Preconceitos
Sexualidade e PreconceitosSexualidade e Preconceitos
Sexualidade e PreconceitosMichele Pó
 
Sexualidade e Gênero
Sexualidade e GêneroSexualidade e Gênero
Sexualidade e GêneroMarina Godoy
 
Diversidade sexual e a cidadania LGBT
Diversidade sexual e a cidadania LGBTDiversidade sexual e a cidadania LGBT
Diversidade sexual e a cidadania LGBTClayton Santos
 
Debate homossexualidade
Debate homossexualidadeDebate homossexualidade
Debate homossexualidadeCocax8
 
Psicologia da Homo e Bissexualidade
Psicologia da Homo e BissexualidadePsicologia da Homo e Bissexualidade
Psicologia da Homo e BissexualidadeHolly20wood
 
Orientação sexual
Orientação sexualOrientação sexual
Orientação sexualRayane Souza
 
Diversidade sexual e homofobia
Diversidade sexual e homofobiaDiversidade sexual e homofobia
Diversidade sexual e homofobiaBeatriz Roedel
 
Sexualidade completo
Sexualidade   completoSexualidade   completo
Sexualidade completosamiraviana
 
Transexualidade na infância e em ambiente escolar
Transexualidade na infância e em ambiente escolarTransexualidade na infância e em ambiente escolar
Transexualidade na infância e em ambiente escolarJaqueline Gomes de Jesus
 
Homossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuz
Homossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuzHomossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuz
Homossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuzcandidafsantos
 
Orientação sexual
Orientação sexualOrientação sexual
Orientação sexualjokaeleandro
 

Mais procurados (20)

Sexualidade, direitos sexuais e homofobia
Sexualidade, direitos sexuais e homofobiaSexualidade, direitos sexuais e homofobia
Sexualidade, direitos sexuais e homofobia
 
Palestra Homossexualidade
Palestra HomossexualidadePalestra Homossexualidade
Palestra Homossexualidade
 
Homossexualidade
HomossexualidadeHomossexualidade
Homossexualidade
 
Homossexualidade
HomossexualidadeHomossexualidade
Homossexualidade
 
Homossexualidade
HomossexualidadeHomossexualidade
Homossexualidade
 
Uma visao sobre homossexualidade
Uma visao sobre homossexualidadeUma visao sobre homossexualidade
Uma visao sobre homossexualidade
 
Sexualidade e Preconceitos
Sexualidade e PreconceitosSexualidade e Preconceitos
Sexualidade e Preconceitos
 
Sexualidade e Gênero
Sexualidade e GêneroSexualidade e Gênero
Sexualidade e Gênero
 
Diversidade sexual e a cidadania LGBT
Diversidade sexual e a cidadania LGBTDiversidade sexual e a cidadania LGBT
Diversidade sexual e a cidadania LGBT
 
Preconceito homofobia
Preconceito homofobiaPreconceito homofobia
Preconceito homofobia
 
Debate homossexualidade
Debate homossexualidadeDebate homossexualidade
Debate homossexualidade
 
Homofobia
HomofobiaHomofobia
Homofobia
 
Psicologia da Homo e Bissexualidade
Psicologia da Homo e BissexualidadePsicologia da Homo e Bissexualidade
Psicologia da Homo e Bissexualidade
 
Orientação sexual
Orientação sexualOrientação sexual
Orientação sexual
 
Diversidade sexual e homofobia
Diversidade sexual e homofobiaDiversidade sexual e homofobia
Diversidade sexual e homofobia
 
Homofobia e homossexualidade
Homofobia e homossexualidade Homofobia e homossexualidade
Homofobia e homossexualidade
 
Sexualidade completo
Sexualidade   completoSexualidade   completo
Sexualidade completo
 
Transexualidade na infância e em ambiente escolar
Transexualidade na infância e em ambiente escolarTransexualidade na infância e em ambiente escolar
Transexualidade na infância e em ambiente escolar
 
Homossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuz
Homossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuzHomossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuz
Homossexualidade diogo, ana rocha,daniepalma,analuz
 
Orientação sexual
Orientação sexualOrientação sexual
Orientação sexual
 

Destaque

Processo de reversão sexual mtf
Processo de reversão sexual mtfProcesso de reversão sexual mtf
Processo de reversão sexual mtfTCC_FARMACIA_FEF
 
Gender identity disorder pp
Gender identity disorder ppGender identity disorder pp
Gender identity disorder ppashley1987
 
Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010
Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010
Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010Unidade Temática T3 - blog
 
Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...
Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...
Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...Unidade Temática T3 - blog
 
O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ... schramm barboza ...
O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ...   schramm barboza ...O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ...   schramm barboza ...
O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ... schramm barboza ...Unidade Temática T3 - blog
 
Gid Powerpoint
Gid PowerpointGid Powerpoint
Gid Powerpointlilykay21
 
30 Autobiografia Jesus
30 Autobiografia Jesus30 Autobiografia Jesus
30 Autobiografia Jesuschucho1943
 
10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor
10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor
10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señorbdantart
 
Relatório final de pesquisa
Relatório final de pesquisaRelatório final de pesquisa
Relatório final de pesquisaRomario Sousa
 
Laudo de Avaliação da Vigor
Laudo de Avaliação da VigorLaudo de Avaliação da Vigor
Laudo de Avaliação da Vigorvigor_ri
 
Gender dysphoria
Gender dysphoriaGender dysphoria
Gender dysphoriaG Baptie
 
Gender identity disorder
Gender identity disorderGender identity disorder
Gender identity disorderladylolite
 

Destaque (20)

The Transsexual Phenomenon (Benjamin, 1966)
The Transsexual Phenomenon (Benjamin, 1966)The Transsexual Phenomenon (Benjamin, 1966)
The Transsexual Phenomenon (Benjamin, 1966)
 
Processo de reversão sexual mtf
Processo de reversão sexual mtfProcesso de reversão sexual mtf
Processo de reversão sexual mtf
 
Gender identity disorder pp
Gender identity disorder ppGender identity disorder pp
Gender identity disorder pp
 
Programa brasil sem homofobia 2004
Programa brasil sem homofobia 2004Programa brasil sem homofobia 2004
Programa brasil sem homofobia 2004
 
Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010
Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010
Tabela geral assassintos de homossexual brasil 2010
 
869162
869162869162
869162
 
Resolucao Nome Social Maranhao
Resolucao Nome Social MaranhaoResolucao Nome Social Maranhao
Resolucao Nome Social Maranhao
 
Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...
Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...
Atencao integral a saude e diversidade sexual no processo transexualizador do...
 
O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ... schramm barboza ...
O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ...   schramm barboza ...O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ...   schramm barboza ...
O processo transexualizador no sus como paradoxo entre ... schramm barboza ...
 
Masculinidades - Mariana Ghetler
Masculinidades - Mariana GhetlerMasculinidades - Mariana Ghetler
Masculinidades - Mariana Ghetler
 
Nome social es
Nome social esNome social es
Nome social es
 
Gid Powerpoint
Gid PowerpointGid Powerpoint
Gid Powerpoint
 
30 Autobiografia Jesus
30 Autobiografia Jesus30 Autobiografia Jesus
30 Autobiografia Jesus
 
10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor
10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor
10 creo en jesucristo su único hijo nuestro señor
 
Carta Promotoria FTM CFM 2009
Carta Promotoria FTM CFM 2009Carta Promotoria FTM CFM 2009
Carta Promotoria FTM CFM 2009
 
Relatório final de pesquisa
Relatório final de pesquisaRelatório final de pesquisa
Relatório final de pesquisa
 
Laudo de Avaliação da Vigor
Laudo de Avaliação da VigorLaudo de Avaliação da Vigor
Laudo de Avaliação da Vigor
 
Gender dysphoria
Gender dysphoriaGender dysphoria
Gender dysphoria
 
Gender Dysphoria
Gender DysphoriaGender Dysphoria
Gender Dysphoria
 
Gender identity disorder
Gender identity disorderGender identity disorder
Gender identity disorder
 

Semelhante a Seminario gt

estudos de genero.docx
estudos de genero.docxestudos de genero.docx
estudos de genero.docxDnisAurlio1
 
Nascido gay... ou não? (palestra)
Nascido gay... ou não? (palestra)Nascido gay... ou não? (palestra)
Nascido gay... ou não? (palestra)AntiSaint
 
2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx
2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx
2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptxvanessamaolvi
 
Curso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden Consultoria
Curso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden ConsultoriaCurso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden Consultoria
Curso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden ConsultoriaAnna Castanha
 
Identidadebiologica da homosexualidade
Identidadebiologica da homosexualidadeIdentidadebiologica da homosexualidade
Identidadebiologica da homosexualidadeTeresa Levy
 
Relatos de Casos de Terapia Reparativa
Relatos de Casos de Terapia Reparativa Relatos de Casos de Terapia Reparativa
Relatos de Casos de Terapia Reparativa www.osEXgays.com
 
Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...
Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade   A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade   A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...
Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...Thiago de Almeida
 

Semelhante a Seminario gt (20)

texto
textotexto
texto
 
estudos de genero.docx
estudos de genero.docxestudos de genero.docx
estudos de genero.docx
 
Escuta zé ninguém!
Escuta zé ninguém!Escuta zé ninguém!
Escuta zé ninguém!
 
Nascido gay... ou não? (palestra)
Nascido gay... ou não? (palestra)Nascido gay... ou não? (palestra)
Nascido gay... ou não? (palestra)
 
64208102 luiz-mott-homo-afetividade-e-direitos-humanos-2006-brasil
64208102 luiz-mott-homo-afetividade-e-direitos-humanos-2006-brasil64208102 luiz-mott-homo-afetividade-e-direitos-humanos-2006-brasil
64208102 luiz-mott-homo-afetividade-e-direitos-humanos-2006-brasil
 
Histeria
HisteriaHisteria
Histeria
 
2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx
2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx
2023 Introdução Gênero e Saúde Materna .pptx
 
Sexualidade poder
Sexualidade poderSexualidade poder
Sexualidade poder
 
181145904 os elementais
181145904 os elementais181145904 os elementais
181145904 os elementais
 
Etnia, gênero, minorias 2020
Etnia, gênero, minorias 2020Etnia, gênero, minorias 2020
Etnia, gênero, minorias 2020
 
Curso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden Consultoria
Curso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden ConsultoriaCurso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden Consultoria
Curso "Marketing Fora do Armário" - Parte #1 - Iden Consultoria
 
Identidadebiologica da homosexualidade
Identidadebiologica da homosexualidadeIdentidadebiologica da homosexualidade
Identidadebiologica da homosexualidade
 
Femina2011 oficina prof_eustaquio
Femina2011 oficina prof_eustaquioFemina2011 oficina prof_eustaquio
Femina2011 oficina prof_eustaquio
 
Relatos de Casos de Terapia Reparativa
Relatos de Casos de Terapia Reparativa Relatos de Casos de Terapia Reparativa
Relatos de Casos de Terapia Reparativa
 
Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...
Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade   A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade   A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...
Amor E Sexualidade Na Contemporaneidade A Perspectiva HomoeróTica Do Enamor...
 
Sociologia Gênero e Saúde
Sociologia Gênero e Saúde Sociologia Gênero e Saúde
Sociologia Gênero e Saúde
 
Artigo sobre simboliza
Artigo sobre simbolizaArtigo sobre simboliza
Artigo sobre simboliza
 
Saude Mental e Espiritualidade
Saude Mental e EspiritualidadeSaude Mental e Espiritualidade
Saude Mental e Espiritualidade
 
PSICANÁLISE E SEXUALIDADE.pptx
PSICANÁLISE E SEXUALIDADE.pptxPSICANÁLISE E SEXUALIDADE.pptx
PSICANÁLISE E SEXUALIDADE.pptx
 
9704 3
9704 39704 3
9704 3
 

Mais de Unidade Temática T3 - blog

[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey
[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey
[USA] A Report of the National Transgender Discrimination SurveyUnidade Temática T3 - blog
 
Endocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et al
Endocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et alEndocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et al
Endocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et alUnidade Temática T3 - blog
 
Standards of care for gender identity disorders sixth version wpath - 2001
Standards of care for gender identity disorders sixth version   wpath - 2001Standards of care for gender identity disorders sixth version   wpath - 2001
Standards of care for gender identity disorders sixth version wpath - 2001Unidade Temática T3 - blog
 
Medical therapy and health maintenance for transgender men - Buth, Gorton an...
Medical therapy and health maintenance for transgender men  - Buth, Gorton an...Medical therapy and health maintenance for transgender men  - Buth, Gorton an...
Medical therapy and health maintenance for transgender men - Buth, Gorton an...Unidade Temática T3 - blog
 
Transexualidade e saude publica no brasil aran lionco e murta - 2008
Transexualidade e saude publica no brasil   aran lionco e murta - 2008Transexualidade e saude publica no brasil   aran lionco e murta - 2008
Transexualidade e saude publica no brasil aran lionco e murta - 2008Unidade Temática T3 - blog
 
Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...
Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...
Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...Unidade Temática T3 - blog
 
Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...
Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...
Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...Unidade Temática T3 - blog
 
Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...
Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...
Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...Unidade Temática T3 - blog
 
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...Unidade Temática T3 - blog
 
Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009
Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009
Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009Unidade Temática T3 - blog
 
Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...
Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...
Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...Unidade Temática T3 - blog
 
Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...
Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...
Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...Unidade Temática T3 - blog
 
Carta dos direitos dos usuarios da saude ministerio da saude - 2006-7
Carta dos direitos dos usuarios da saude   ministerio da saude - 2006-7Carta dos direitos dos usuarios da saude   ministerio da saude - 2006-7
Carta dos direitos dos usuarios da saude ministerio da saude - 2006-7Unidade Temática T3 - blog
 

Mais de Unidade Temática T3 - blog (17)

[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey
[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey
[USA] A Report of the National Transgender Discrimination Survey
 
Endocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et al
Endocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et alEndocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et al
Endocrine Treatment of Transsexual Persons (Practice Guideline) - Hembree et al
 
Standards of care for gender identity disorders sixth version wpath - 2001
Standards of care for gender identity disorders sixth version   wpath - 2001Standards of care for gender identity disorders sixth version   wpath - 2001
Standards of care for gender identity disorders sixth version wpath - 2001
 
Medical therapy and health maintenance for transgender men - Buth, Gorton an...
Medical therapy and health maintenance for transgender men  - Buth, Gorton an...Medical therapy and health maintenance for transgender men  - Buth, Gorton an...
Medical therapy and health maintenance for transgender men - Buth, Gorton an...
 
Transexualidade e saude publica no brasil aran lionco e murta - 2008
Transexualidade e saude publica no brasil   aran lionco e murta - 2008Transexualidade e saude publica no brasil   aran lionco e murta - 2008
Transexualidade e saude publica no brasil aran lionco e murta - 2008
 
Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...
Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...
Transexualidade e saude publica acumulos consensuais de propostas para atenca...
 
Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...
Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...
Bioetica e sexualidade o desafio para a superacao de praticas correcionais da...
 
Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...
Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...
Relatorio preliminar dos servicos que prestam assistencia a transexuais na re...
 
Ben Barres - Revista Galileu
Ben Barres - Revista GalileuBen Barres - Revista Galileu
Ben Barres - Revista Galileu
 
Plano nacional de direitos humanos 3
Plano nacional de direitos humanos 3Plano nacional de direitos humanos 3
Plano nacional de direitos humanos 3
 
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...
 
Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009
Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009
Plano nacional de promocao da cidadania e direitos humanos lgbt 2009
 
Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...
Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...
Plano nacional de enfrentamento da epidemia de aids e das dst entre gays hsh ...
 
Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...
Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...
Plano integrado de enfrentamento da feminizacao da epidemia de aids e outras ...
 
Carta dos direitos dos usuarios da saude ministerio da saude - 2006-7
Carta dos direitos dos usuarios da saude   ministerio da saude - 2006-7Carta dos direitos dos usuarios da saude   ministerio da saude - 2006-7
Carta dos direitos dos usuarios da saude ministerio da saude - 2006-7
 
Ambuatorio recife 2010
Ambuatorio  recife 2010Ambuatorio  recife 2010
Ambuatorio recife 2010
 
A diversidade revelada
A diversidade reveladaA diversidade revelada
A diversidade revelada
 

Seminario gt

  • 1. “Transexualidade” A T3 é a unidade temática do Instituto SÓIS: Inovação, Saúde e Desenvolvimento que se orienta na consecução de resoluções efetivas e sustentáveis voltadas ao melhoramento da qualidade de vida da população transgênera masculina.
  • 2. Primeira Parte: Histórico da transexualidade: Segundo R. Green (1966 / Benjamin), há referências mitológicas nas sociedades indianas, cita e helena de pessoas que, por ordem de deuses, demônios ou bruxas “mudaram de sexo”. Nas Roma e Grécia antigas haveria relatos de pessoas que viveram como sendo do sexo oposto, e histórias de pessoas que, de fato, tiveram sido emasculadas. O papa João VIII (séc. IX) teria sido um transexual masculino. No século XVI o Rei Henrique III da França exigia ser tratado no feminino, além de se vestir em trajes femininos.
  • 3. Histórico da transexualidade: Em sociedades tribais da América do Norte, como os yuman, os cocopa, os mohave, os navaho e os “pueblo” (sic) teria existido todo um tratamento social diferenciado e/ ou de tolerância a certos grupos de pessoas que viveram como sendo do sexo oposto, podendo isto ter relação com ritos religiosos da tribo ou não. Em regiões remotas da Sibéria, Mediterrâneo, Índia e África, homens que adotavam comportamento e vestimentas de mulheres gozavam de status como xamãs, feiticeiros e sacerdotes – pessoas cujos poderes são temidos e reverenciados. Em tribos brasileiras observou-se “mulheres” que se abstiveram de ocupação feminina, mimetizavam os homens e “preferia deixar- se de morto ter relações sexuais com um homem”.
  • 4. Histórico da transexualidade: Krafft-Ebing em Psychopathia Sexualis, no final do século XIX, descreve pela primeira vez o que poderia ser considerado uma referência à transexualidade e à travestilidade em seu “esquema de neuroses sexuais” como “inversão sexual”, que, numa “variação de graus” poderia motivar a busca de transformação corporal. Magnus Hirschfield em Die Transvestiten, início do século XX, teria cunhado o termo “transexual”, utilizando a expressão “seelischer transsexualismus” (transexualismo psíquico). Em 1949, o Dr. David O. Cauldwell publica Psychopathia Transexualis, baseando-se no caso do homem transexual “Earl”, e descreve o indivíduo transexual como “não tendo atingido a maturidade biológica e sexual, e tendo sido mentalmente afetado, estando atrelado a uma condição psicológica doentia. O ‘psicopata transexual’ seria mentalmente insano, e por isto desejaria viver como um membro do sexo oposto”.
  • 5. Histórico da transexualidade: Harry Benjamin publica The Transsexual Phenomenon (1966), trazendo descrições não tão psiquiatrizantes sobre o aspecto clínico de pessoas transexuais. Sua obra é tida como fundamental no estudo da matéria. "O transexual feminino ou masculino é profundamente infeliz como um membro do sexo (ou gênero) para que ele ou ela foi atribuída pela estrutura anatômica do corpo, especialmente os genitais. Para evitar mal-entendidos: isto não tem nada a ver com hermafroditismo. O transexual é fisicamente normal (embora ocasionalmente subdesenvolvidos). Estas pessoas podem apaziguar um pouco o seu descontentamento por vestir as roupas da sexo oposto (...) Mas enquanto a "vestir" satisfaria o travesti verdadeiro (que se contenta com seu sexo morfológico), é apenas incidental e não mais do que uma ajuda parcial ou temporária para o transexual. Verdadeiros transexuais sentem que pertencem ao sexo oposto, eles queremos ser e funcionar como membros do sexo oposto, não só para aparecer como tal. Para eles, os órgãos sexuais, o primário (testículos), bem como as secundárias (pênis e outros) são deformidades repugnante que deve ser mudado pela faca do cirurgião. (...) O desejo de mudança de sexo é conhecido pelos psicólogos há muito tempo. Tais pacientes foram raros. Sua anormalidade tem sido descrita em revistas científicas no passado de várias maneiras, por exemplo, como "inversão sexual total" ou "inversão de papel sexual". Além de algumas tentativas com a psicoterapia, em um esforço (inútil) para curá-los de seus desejos estranhos, nada foi ou pode ser feito por eles medicamente. Alguns deles, provavelmente, definhou em instituições para doentes mentais, alguns em prisões, sendo a maioria de miseráveis , infelizes membros da comunidade, alguns menos cometeram suicídio. Só por causa dos avanços recentes nas técnicas de grande endocrinologia e cirurgia tem o quadro mudou.”
  • 6. Histórico da transexualidade: Cirurgias e hormonioterapias incipientes foram realizadas no início do século XX: “[na década de 1920] Experiências com o que atualmente chamam de transexualismo foram feitas na Alemanha, como a do pintor Einar Wegener que, em 1923, aos 40 anos, retirou os testículos e o pênis. Posteriormente adotou nacionalidade dinamarquesa e se tornou Lili Elbe (...). E é também na Dinamarca que se registraram cirurgias bem sucedidas como a de Robert Lili Elbe Cowell, aviador da Segunda Guerra Mundial, que se tornou Roberta Cowell, mas sem notoriedade e divulgação. (...) Mas é em 1952, com a divulgação em um jornal norte-americano da história de Christine Jorgesen, nascida George Jorgensen, que as questões de identidade sexual ganham conhecimento público.” Roberta Cowell Christine Jorgensen
  • 7. Histórico da transexualidade: Os termos “transexualismo” (1980) e “transtorno de identidade de gênero” (1987) tem sido usado para descrever os indivíduos com disforia gênero com a publicação do DSM-III (“Diagnostic and Statistical Manual”, 3rd edition) pela Associação Psiquiátrica Americana (APA) legitimou um lugar para esses transtornos no universo psiquiátrico e médico. Segundo o DSM-IV-TR as características diagnósticas são: Critério A: Deve haver evidências de uma identificação com o gênero oposto forte e persistente, que é o desejo de ser, ou a insistência de que se é, do sexo oposto. Essa identificação com o gênero oposto não deve refletir um mero desejo de quaisquer vantagens culturais percebidas por ser do sexo oposto. Critério B: Também deve haver evidências de um desconforto persistente com o próprio sexo atribuído ou uma sensação de inadequação no papel de gênero deste sexo. Critério C: O diagnóstico não é feito se o indivíduo tem uma condição intersexual física concomitante. Critério D: Para fazer o diagnóstico, deve haver evidências de sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no trabalho social, ou outras áreas de funcionamento de suma importância. A Classificação Internacional de Doenças, 10ª versão (CID-10), da Organização Mundial de Saúde (OMS), inclui nos chamados Transtornos de Identidade Sexual o “Transexualismo” em 1992. Segundo o CID-10, “transexualismo”: Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal-estar ou de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado.
  • 8. Histórico da transexualidade: A sex difference in the human brain and its relation to transsexuality Zhou, Hofman, Gooren & Swaab. Amsterdã, Holanda - 1995 O estudo é o primeiro a mostrar uma estrutura cerebral feminina em transexuais geneticamente masculinos e apoia a hipótese de que a identidade de gênero se desenvolve como resultado de uma interação entre o cérebro em desenvolvimento e os hormônios sexuais. White matter microstructure in female to male transsexuals before cross-sex hormonal treatment. A diffusion tensor imaging study Guillamon, Ramettid, Carrillo, Gómez-Gil, Junque, Segovia & Gomez. Madri / Barcelona, Espanha - 2010 O resultado mostra que o padrão microestrutural da substância branca em transexuais FtM antes do tratamento hormonal está mais próximo do padrão de indivíduos que compartilham de sua identidade de gênero (masculino) do que aqueles que compartilham de seu sexo biológico (mulheres).
  • 9. Segunda Parte: Transexualidade Masculina: Na Roma Antiga o autor Plínio relatou alterações do sexo feminino para masculino, um dos quais foi testemunha. Ele afirmou: “a transformação de fêmeas em machos não é uma história ociosa”. Na Período Medieval existem relatos de Henri Estienne e Montaigne sobre dois homens transexuais franceses que viveram socialmente como homens (em épocas distintas) e foram mortos em função de sua realização. No Período Moderno o holandês David Jans teria vivido uma vida plena de homem e apenas sido descoberto após ter sofrido acidentes no exército (século XVII).
  • 10. Transexualidade Masculina: No Período Moderno a quantidade de transexuais masculinos registrados na história aumenta. A maioria tendo sido descoberto anatomicamente do sexo feminino em ocasião de morte ou tratamento médico na velhice. Alan Hart Michael Dillon Ralph Billy Kerwinieo Tipton Reed Violette Erickson Morris
  • 11. Transexualidade Masculina: Em 1920, o Dr. Joshua Gilbert, que acompanhou e indicou cirurgias ao Dr. Alan Hart, publica o caso em Journal of Nervous and Mental Disorders. Alan L. Hart (nascido em 1890 em Hall’s Summit, Kansas - EUA) teria sido o primeiro homem transexual em que foram realizadas intervenções cirúrgicas – em 1917, quando passou por uma histerectomia. O primeiro homem transexual transgenitalizado teria sido Michael Dillon Alan (nascido em 1915, Londres, Inglaterra). Dillon teria sido também o primeiro Hart homem transexual a tratar-se com hormônios masculinos, e em 1945 foi o primeiro a ter realizado a transgenitalização, pelo Dr. Harold Gilles, internacionalmente conhecido como o pai da cirurgia plástica moderna. Gillies depois realizou a primeira cirurgia de transgenitalização bem sucedida em Roberta Cowell. Fotos do resultado da cirurgia transgenital Michael Dillon realizada em Dillon
  • 12. Transexualidade Masculina: Em 1986 “Louis Graydon Sullivan”, Lou Sullivan é um dos co-fundadores do “FTM International”, organização norteamericana de defesa dos direitos de homens transexuais de abrangência mundial. Sullivan, transhomem gay, ativista e escritor, morre de aids aos 39 anos em 1991. Brandon Teena, em 1993, foi espancado, violado e assassinado numa cidade do interior dos EUA, um dos mais notórios crimes de ódio dos EUA na década de 1990. Lou Sullivan Hoje em dia existem agrupamentos de homens transexuais atuantes em Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Chile, México, Reino Unido, EUA, Espanha, França, Holanda, Dinamarca, Alemanha entre outros. Brandon Teena
  • 13. Transexualidade Masculina: As duas técnicas mais populares de cirurgias transgenitais realizadas em homens transexuais são: 1. Faloplastia Paciente do Dr. Sava Perovic (Tailândia) 2. Metoidioplastia Paciente com três anos de pós operatório do Dr. Miroslav Djordjevic (Belgrado, Sérvia)
  • 14. Terceira Parte: Transexualidade no Brasil: Em 1978 o Dr. Roberto Farina é preso (por 2 anos) e perde a licença para praticar medicina por “operar transexuais”, ação movida pelo Conselho Federal de Medicina, acusando-o de “lesões corporais graves”. Em 1980, Conselho Federal de Medicina publica parecer favorável ao tratamento de transexuais (Parecer-Consulta nº 03/1980). Só autorizando de fato tais procedimentos dezessete anos depois, através da Resolução 1.482 de 10 de setembro de 1997 – possibilitando assim o tratamento a transexuais em caráter experimental.
  • 15. Transexualidade no Brasil: Em 1984 “o primeiro homem transexual brasileiro conhecido”, João W. Nery, publica sua autobiografia relacionada à sua transexualidade, o livro “Erro de Pessoa”. Alexandre Herzer (vulgo “Bigode”) foi outro homem transexual brasileiro pioneiro, poeta, publicou A Queda para o Alto em 1982, mesmo ano em que João W. cometeu suicídio aos 20 anos. Nery As primeiras mulheres transexuais brasileiras operadas foram Jaqueline Galiacci (operada no exterior, Marrocos em 1969) e Waldyrene Nogueira (operada no Brasil pelo Dr. Roberto Farina em 1971). Na década 1990, Roberta Close torna polêmico na mídia o assunto da transexualidade. Tendo realizado a cirurgia de redesinação sexual na Inglaterra em 1989, retornando ao Brasil, em 1992 Roberta Close conseguiu a decisão judicial para a retificação de seu prenome e gênero no registro civil, decisão reformada pelo Ministério Público em 1997. Apenas em 2005, 15 Roberta anos após o pedido inicial, o Estado reconhece Roberta Close como Close pertencente ao gênero feminino, concedendo assim as devidas correções no registro civil.
  • 16. Transexualidade no Brasil: O Ministério da Saúde, através das Portarias 1.707 de 18 de agosto 2008 e 457 de 19 de agosto de 2008, institui o Processo Transexualizador no SUS a ser estabelecido pelo país em unidades especializadas, nas normas do Conselho Federal de Medicina e a ser pautado: na integralidade da atenção, não restringindo ou centralizando a meta terapêutica às cirurgias de transgenitalização e demais intervenções somáticas; na humanização da atenção, promovendo um atendimento livre de discriminação, inclusive através da sensibilização dos trabalhadores e demais usuários da unidade de saúde para o respeito às diferenças e à dignidade humana; e na constituição de equipe interdisciplinar e multiprofissional. Em 2010, através da Resolução 1.955/2010 do CFM (última resolução), as cirurgias para transexuais masculinos de “mastectomia bilateral” e “histerosalpingo-ooforectomia” deixaram de serem consideradas como experimentais sendo assim fato possível tais procedimentos serem realizados pelo SUS e em caráter particular.
  • 17. Transexualidade no Brasil: O Conselho Federal de Medicina, em sua última resolução, considera “ser o paciente transexual portador de desvio psicológico permanente de identidade sexual, com rejeição do fenótipo e tendência à automutilação e/ou autoextermínio”. O Ministério da Saúde considera “que o transexualismo trata-se de um desejo de viver e ser aceito na condição de enquanto pessoa do sexo oposto, que em geral vem acompanhado de um mal- estar ou de sentimento de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico, situações estas que devem ser abordadas dentro da integralidade da atenção à saúde preconizada e a ser prestada pelo SUS”. Relatório Preliminar os Serviços que Prestam Assistência a Transexuais na Rede de Saúde Pública no Brasil (M. Arán 2009) relata-se a existência de dez serviços se dispõem ao tratamento de transexuais (um deles particular). - o serviço de atendimento a transexuais do Hospital das Clínicas da UFPE não consta em sua lista (seria o décimo primeiro).
  • 18. Transexualidade no Brasil: Apesar de O Processo Transexualizador no SUS estar sendo estabelecido apenas desde 2008 nas unidades federativas do Brasil, os serviços atuais não atendem à demanda. O único serviço de tratamento a transexuais do Norte e do Nordeste é o do Hospital das Clínicas da UFPE. Dificuldades em encontrar um tratamento ou acompanhamento médico leva a pessoa transexual à clandestinidade: na realização de cirurgias como mastectomia e histerectomia sem laudo ou diagnóstico; e no tratamento hormonal, sem acompanhamento endocrinológico e através do tráfico de anabolizantes. A Portaria 344/1998 da Anvisa, que normatiza o modo de receitar e comercializar medicamentos controlados, inclui substâncias anabolizantes (utilizadas na hormonioterapia de homens transexuais) na lista C5, burocratizando a compra de hormônios androgeneizantes para os transexuais masculinos.
  • 19. Transexualidade no Brasil: Cirurgias transgenitais de “macho para fêmea” são realizadas desde a década de 1970, ainda que na clandestinidade, passando a serem oficialmente autorizadas em 1997 e começaram a serem feitas pelo SUS em 2002. Infelizmente a transgenitalização de homens transexuais no Brasil é incipiente: tida como de caráter experimental e apenas realizada em quatro hospitais universitários no país desde 2006. Dificuldades no meio social geram um processo de exílio (conhecido também com “stealth”) em que depois de uma transição anatômica/ corporal a pessoa transexual abandona sua cidade de origem e começa a viver num local em que as pessoas não conhecem sua condição em ser transexual, podendo assim ser reconhecido apenas em um gênero. Observa-se uma vivência social de invisibilidade, visto que homens transexuais não possuem uma identidade social formada, socialmente reconhecida, no Brasil. O que implica no não estabelecimento de seus direitos.
  • 20. Quarta Parte: Encaminhamentos: O desconhecimento social e acadêmico da questão transexual reforça o preconceito contra a categoria, a confusão entre as diversas transidentidades (transexual, travesti, crossdresser, drag queen ou king) e entre orientação sexual e identidade de gênero. A vivência social da pessoa transexual apresenta múltiplos obstáculos: na discriminação social, intrafamiliar, no assédio moral, dificuldade de se incluir no ambiente laboral formal, acesso a nome social, tratamento de gênero respeitado, dificuldade em encontrar tratamento/ acompanhamento médico (cirúrgico, endocrinológico, psiquiátrico) e psicológico adequado. Não há legislação específica para o processo de retificação de prenome e gênero no registro civil de transexuais, que pode ser chamada de “Lei de Identidade de Gênero”, e já foi aprovada em alguns países como Reino Unido, Portugal e Espanha. O transexual no Brasil deve entrar com pedido de jurisprudência para realizar tal mudança, e ficar à mercê do critério do juiz(a). A PLC 72/2007 do ex-dep. Luciano Zica (PT-SP) que "Altera o art. 58 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre registros públicos e dá outras providências, possibilitando a substituição do prenome de pessoas transexuais.” tramita no Senado com última movimentação em jan/2011.
  • 21. Encaminhamentos: Humanização da saúde para atendimento específico de transexuais, no que diz respeito ao devido tratamento de gênero e respeito ao nome social, segundo a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde – que garante na lei, mas não acontece na prática. É lei respeitar o nome social de travestis e transexuais em todo serviço de saúde público ou privado, em órgãos estaduais de educação de AL, AP, DF, GO, MA, MT, PA, PR, RS, SC (10 estados, faltam 17) e órgãos estaduais de administração pública de AM, PA, PB, PE, PI, SP (6 estados, faltam 21). Devida fiscalização de cumprimento de normas do Processo Transexualizador em suas unidades especializadas pelo Conselho Federal de Medicina, Conselhos Regionais de Medicina e Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. Inclusão de metas e ações específicas para transexuais masculinos no Plano de Enfrentamento da Epidemia de HIV/ aids em gays, HSH, e travestis. Bem como a inclusão de metas e ações específicas para transexuais femininas no Plano de Enfrentamento da Feminilização da Epidemia de HIV/ aids. Inserção temática nas escolas para combate a preconceito e discriminação. Educação familiar especifica.
  • 22. CONTATO: Leonardo Tenório Unidade Temática T3 Transexualidade Masculina Instituto SOIS: Inovação, Desenvolvimento e Saúde E-mail: l.tenorio@institutosois.org Fone: (81) 9739-2835 Rua Dom Pedro Henrique 153-A Santo Amaro - Recife