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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
  FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS




      FERNANDA MAIRA DE OLIVEIRA
        LUISA CAROLINA GHIRALDI
     NAIARA ELISA RIZATORE BALIEIRO




   PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL MTF




            FERNANDÓPOLIS
                 2012

        FERNANDA MAIRA DE OLIVEIRA
LUISA CAROLINA GHIRALDI
              NAIARA ELISA RIZATORE BALIEIRO




FARMACOTERAPIA RELACIONADA AO PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL




                     Trabalho de conclusão de curso apresentado à
                     Banca Examinadora do Curso de Graduação em
                     Farmácia      da     Fundação      Educacional  de
                     Fernandópolis como exigência parcial para obtenção
                     do título de bacharel em farmácia.


                     Orientador: Prof. Dr. Marcos De Lucca Júnior




         FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
                   FERNANDÓPOLIS – SP
                            2012
                FERNANDA MAIRA DE OLIVEIRA
LUISA CAROLINA GHIRALDI
                      NAIARA ELISA RIZATORE BALIEIRO




 FARMACOTERAPIA RELACIONADA AO PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL




                                Trabalho de conclusão de curso aprovado como
                                requisito parcial para obtenção do título de bacharel
                                em farmácia.

                                Aprovado em: 21 de novembro de 2012.




        Banca examinadora                     Assinatura               Conceito
Prof. Dr. Marcos De Lucca Júnior
(Orientador)
Profª. Esp. Rosana Matsumi Motta
Kagesawa
(Avaliador 1)
Profª. Esp. Marinei de Melo Besteti
Fernandes
(Avaliadora 2)




                        Prof. Dr. Marcos De Lucca Júnior
                         Presidente da Banca Examinadora
Dedicamos este trabalho á todos que contribuíram
para sua conclusão, aos nossos pais que nos
ajudaram incentivando a nunca desistirmos desta
responsabilidade, e dedicamos também a todos
transexuais que lutam por um espaço no mundo,
mas que ainda são discriminados e sofrem violência.

AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos abençoado e iluminado na
realização deste trabalho, e durante toda a trajetória para conclusão deste curso. A
todos os professores e funcionários que contribuíram direta ou indiretamente para
nossa formação, em especial ao nosso orientador Marcos De Lucca Júnior, pela
disposição, atenção e dedicação com que nos orientou.
A entrada para a mente do homem é o que ele
aprende, a saída é o que ele realiza. Se sua mente
não for alimentada por um fornecimento contínuo de
novas ideias, que ele põe a trabalhar com um
propósito, e se não houver uma saída por uma ação,
sua mente torna-se estagnada. Tal mente é um
perigo para o indivíduo que a possui e inútil para a
comunidade.

                                Jeremias W. Jenks
     RESUMO
A determinação do sexo humano é realizada pelos cromossomos sexuais. Os
cromossomos determinantes para a formação do sexo são os cromossomos X e Y.
Qualquer anomalia destes cromossomos pode ocasionar, entre outros problemas, o
hermafroditismo. Por outro lado, a transexualidade é um transtorno de identidade de
gênero, no qual o indivíduo não aceita o seu sexo biológico, sendo, portanto, um
distúrbio de natureza orgânica e psicológica. Durante sua vida, o transexual faz uso
de terapias hormonais, que induzem o aparecimento de caracteres sexuais
secundários. Os principais fármacos utilizados por machos genéticos tornarem-se
fêmea (MTF) são os antiandrógenos, a progesterona e o estrogênio. Os
antiandrógenos, mas usualmente a espironolactona e o acetato de ciproterona,
associados a estrogênio são bem eficazes, oferecendo maior feminilização ao
indivíduo. A progesterona, tendo como o fármaco mais utilizado desta classe, o
medroxiprogesterona, é amplamente utilizado a fim de se obter crescimento
mamário. A terapia hormonal para MTF consiste em reduzir ao máximo a quantidade
de testosterona do organismo e deixar os níveis de hormônios femininos na mesma
quantidade que o organismo feminino. Contudo, a busca maior dos transexuais é a
cirurgia de transgenitalização (mudança de sexo). Na cirurgia da MTF o pênis e o
tecido escrotal são utilizados na construção da vagina. A cirurgia de
transgenitalização ainda é realizada apenas como experimento no Brasil, apesar de
já ter sido liberada pelo SUS para mulheres transexuais. A cirurgia para fêmeas
genéticas tornarem-se macho (FTM), por ser mais complexa e de alto risco ainda é
realizada apenas em centros de estudos. Após a cirurgia, o transexual enfrenta outro
grande desafio: conseguir seu registro civil como nova pessoa, alterando o seu
prenome e seu gênero. Esta não é uma tarefa simples, devido entraves burocráticos
de natureza judicial. O transexual terá que provar perante a Justiça que realizou a
cirurgia, e através de laudos psiquiátricos de que sempre foi do sexo oposto. Além
de todos os transtornos que os transexuais enfrentam, há o preconceito social que
inibe de modo significativo o indivíduo, o que pode afetar grandemente a qualidade
de vida dos afetados.

Palavras-chave: Cromossomos. Hermafroditismo. Transexualidade. Cirurgia de
Transgenitalização.
ABSTRACT


Sex determination is made by the human sex chromosomes. Chromosomal
determinants for the formation of sex chromosomes are X and Y. Any abnormality of
chromosomes can cause, among other problems, hermaphroditism. Moreover,
transsexuality is a gender identity disorder, in which the individual does not accept
their biological sex, and therefore a disorder of organic and psychological nature.
During his life, the transsexual makes use of hormonal therapies that induce the
appearance of secondary sexual characteristics. The main drugs used for genetic
males become female (MTF) are antiandrogens, progesterone and estrogen. The
antiandrogens, but usually spironolactone and cyproterone acetate, estrogen are
associated with very efficient, offering greater feminization the individual.
Progesterone, with the most used drug in this class, medroxyprogesterone, is widely
used to obtain mammary growth. Hormone therapy for MTF is to reduce the
maximum amount of testosterone in the body and leave the levels of female
hormones in the same amount that the female organism. However, the search is the
largest transgender reassignment surgery (sex change). At MTF surgery penis and
scrotal tissue is used in the construction of the vagina. Sex reassignment surgery is
still performed only as an experiment in Brazil, despite having been released by SUS
for transsexual women. Surgery for genetic females become male (FTM), a more
complex and high risk is still performed only in research centers. After surgery, the
transsexual faces another challenge: getting their civil registry as a new person by
changing your first name and your gender. This is not a simple task, because of
bureaucratic judicial nature. The transsexual will have to prove to the court that
performed the surgery, and through psychiatric reports that it was always the
opposite sex. Besides all the disorders that transsexuals face, there is the social
prejudice that significantly inhibits the individual, which can greatly affect the quality
of life of those affected.

Keywords:      Chromosomes.       Hermaphroditism.     Transsexuality.    Reassignment
surgery.




                                 LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -   Processo de determinação do sexo                           13
Figura 2 -   Genitália Externa de um Hermafrodita Verdadeiro            17
Figura 3 -   Diferencial da gônada bipotencial em testículo ou ovário   18
Figura 4A - Pré-operatório MTF                                          32
Figura 4B - Pós-operatório de 8 anos MTF                                32




                      LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVC – Acidente Vascular Cerebral
CID – Classificação Internacional de Doenças
DSM – Manual Diagnóstico e Estatística de Desordens Mentais
FTM – Fêmea Genética Tornarem-se Macho
MTF – Macho Genético Tornarem-se Fêmea
SRY – Região Determinante do Sexo no Y
SUS – Sistema Único de Saúde
TDF – Fator Determinante Testicular
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO .....................................................................................................    11

1 OBJETIVOS .....................................................................................................   14

1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................         14

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..........................................................................                14

2 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................              15

3 ASPECTOS CROMOSSOMICOS NA DETERMINAÇÃO DO SEXO ..............                                                     16

4 TRANSEXUALIDADE E SEUS ASPECTOS PSICOLÓGICOS ......................                                               19

5 ASPECTOS TERMINOLOGICOS ....................................................................                      21

6 ASPECTOS HISTÓRICOS ...............................................................................               22

7 ASPECTOS MITOLOGICOS ............................................................................                 24
8 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA TERAPIA HORMONAL DE
                                                                                                                    26
TRANSEXUAIS MTF ...........................................................................................
8.1 ANTIANDRÓGENO .......................................................................................           26

8.2 PROGESTERONA .........................................................................................          27

8.3 ESTROGÊNIO ...............................................................................................      27

9 CIRURGIA EM MTF .........................................................................................         29

10 MUDANÇA DE NOME ....................................................................................             33

11 DIFERENÇA ENTRE HOMOSSEXUAL, TRAVESTI E TRANSEXUAL ........                                                      35

12 CONCLUSÃO .................................................................................................      36
REFERÊNCIAS ...................................................................................................     37
11




                                   INTRODUÇÃO


        De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) a transexualidade
está na classificação internacional de doenças e é um transtorno de identidade
psicossexual. O indivíduo não só deseja pertencer ao outro sexo como existe uma
incoerência profunda entre mente e corpo. (MARQUES, 2003)
        O CID 10 caracteriza a transexualidade como um transtorno de identidade de
gênero, e esta codificada como F64-0. De acordo com este código, a
transexualidade trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do
sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou
de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e do desejo de
submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de
tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado. (MELO, 2008)
        O diagnóstico da transexualidade foi introduzido no DSM-III (Manual
Diagnóstico e estatístico das Desordens Mentais) em 1980, para os indivíduos com
gênero disfórico que demonstrassem durante, dois anos, um interesse contínuo em
transformar o sexo do seu corpo e o status do seu gênero social.
        Em 1994, o DSM-IV trocou o termo Transexualidade por Desordem da
Identidade de Gênero, que também pode ser encontrado no CID-10 (Classificação
Internacional de Doenças). (ATHAYDE, 2001)
        A transexualidade pode ser determinado:
            Por alterações genéticas do hipotálamo. (VIEIRA, 2000a)
            E por um transtorno psíquico, que gera o transtorno de identidade.
              (SAMPAIO; COELHO, 2011)
        É o sexo cromossômico que vai determinar se o indivíduo será do sexo
masculino ou feminino. Esse processo se dá pela ação de dois cromossomos que
são determinantes da sexualidade: o cromossomo X e o cromossomo Y. (MENIN,
2007)
        A formação cromossômica XX determinará o sexo feminino ao passo que a
formação cromossômica XY determinará o sexo masculino. (Figura 1)
        O transexual, durante toda a sua vida sofre com perturbações psicológicas,
na identificação de gênero do sexo oposto. (ONCALA et al, 2004)
        Mas este fato não determina a transexualidade.
12




      O tratamento hormonal irá reduzir as características fenotípicas do sexo
biológico, e irá desenvolver o paciente as características do sexo desejado.
(MERIGGIOLA et al, 2010)
      As cirurgias de transgenitalização começaram em 1970 nos EUA. (FRANCO
et al, 2010). No Brasil a primeira cirurgia foi realizada em 1971. (MILITÃO, 2011). A
cirurgia é muito importante no tratamento do transexualidade, pois adequa
morfologicamente o genital ao sexo que o paciente se identifica. (ARÁN; MURTA;
LIONÇO, 2009)
      Devido ao preconceito da sociedade, o transexual é confundido com os
demais tipos sexuais, pois o transexualidade é visto comumente como uma opção
sexual, e não como um distúrbio de natureza orgânica e psíquica.
13




Figura 1: Processo de determinação do sexo
Fonte: Sexo e herança genética.
14




1 OBJETIVOS




1.1 OBJETIVO GERAL


      Este trabalho tem por objetivo conhecer o tipo de medicamentos que o
paciente transexual recebe antes e após de realizar cirurgia de transgenitalização.




1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS




      O presente trabalho tem como objetivos específicos:
         Conhecer o tratamento medicamentoso que é utilizado em pacientes
          transexuais.
         Relacionar a diferença dos tipos sexuais, como homossexualidade,
          travestilidade e transexualidade, a fim de garantir um melhor atendimento
          futuro a estes tipos de pacientes.
         Verificar, como é a garantia de saúde disponível a este paciente, e se
          existe o apoio de profissionais da saúde.
         Conhecer a causa do transexualidade, levando em consideração de que o
          transexualidade é caracterizado como uma doença (CID – 10)
15




2 MATERIAL E MÉTODOS




      Por meio de uma revisão literária, buscou-se conhecimento e o tratamento
farmacológico do transexualidade.
      Após a escolha do tema do trabalho, foram realizadas buscas em bancos de
dados referenciais, como Scielo, Google Acadêmico e PubMed. Além destas buscas
foram realizados também estudos em livros que são encontrados na biblioteca da
Fundação Educacional de Fernandópolis.
      Os descritores utilizados para a busca do material foram: cromossomos,
transexualidade, cirurgia de transgenitalização, transtorno de identidade de gênero.
16




3 ASPECTOS CROMOSSOMICOS NA DETERMINAÇÃO DO SEXO




      O processo que determina o sexo se inicia no momento da fertilização através
do estabelecimento do sexo cromossômico do zigoto, e é determinado através da
interação dos genes. (DOMENICE et al, 2002)
      Logo no início da vida intrauterina, o embrião é morfologicamente neutro. A
diferenciação sexual, em masculino ou feminino, só se inicia após o crescimento de
uma crista, em cada um dos mesonefros (órgãos que servem ao embrião como rins
temporários). As cristas são conhecidas como “cristas gonadais” e a partir delas irão
se originar as células somáticas das futuras gônodas, ovários ou testículos. (OTTO;
OTTO; PESSOA, 2004)
      O sexo cromossômico determina se o indivíduo será do sexo masculino ou
feminino por meio dos dois cromossomos que são determinantes da sexualidade: o
cromossomo X que poderá ser proveniente do homem ou da mulher, já que o
espermatozoide possui combinação cromossômica X e Y, e o cromossomo Y que é
proveniente do homem. O sexo gonodal é constituído pelas glândulas sexuais,
ovários nas mulheres e os testículos nos homens, que são responsáveis pela
produção de hormônios. (MENIN, 2007)
      O primeiro evento na determinação do sexo ocorre com a determinação do
sexo gonodal. (DOMENICE et al, 2002) No período da sexta semana de gestação,
as gônodas apresentam duas partes, e são elas: o córtex, que formará o ovário e a
medula, que dá origem ao testículo. A partir de então, de acordo com os genes que
estiverem presentes é que a gônoda se desenvolverá em ovário ou em testículo,
caracterizando assim o sexo gonodal. Na ausência do cromossomo Y, a gônoda se
transformará em ovário, aonde o córtex irá se desenvolver e a medula irá se
regredir. Já para a formação do testículo, o que se desenvolverá será a medula da
gônoda e o córtex irá desaparecer, e isso pelo fato da presença do cromossomo Y.
(OTTO; OTTO; PESSOA, 2004)
      Algumas anomalias podem ocorrer durante o processo da determinação do
sexo, e é determinado pela presença ou ausência do cromossomo Y, não
correspondente ao sexo gonadal. Neste grupo, podemos observar os pacientes que
apresentam o cariótipo 46,XX e desenvolvimento de gônada masculina, que são
17




denominados hermafroditas verdadeiros, como pode ser visto na figura 2.
(DOMENICE et al, 2002)
      Como já foi dito, a determinação preliminar do sexo do embrião é determinada
pela presença do cromossomo Y. Porém, mais especificamente através de um gene
no cromossomo Y, que codifica um fator determinante testicular (TDF). Este fator faz
com que gônadas embrionárias indiferentes se desenvolvam como testículos, ao
invés de ovários. (JAGER et al, 1990; VILAIN; MCCABE, 1998)
      Existe ainda, o gene SRY (região determinante do sexo no Y) que está
presente no cromossomo Y. Este gene, só é expresso no início do desenvolvimento
em células da crista germinal, pouco antes de ocorrer à diferenciação dos testículos.
O SRY codifica uma proteína de ligação ao DNA que provavelmente é um fator de
transição, embora os genes específicos que ele regula sejam desconhecidos. Assim
por todos os critérios genéticos, o SRY é igual ao gene TDF no cromossomo Y. O
processo de diferenciação do sexo pode ser vista na figura 3. (THOMPSON, 2002)




                  Figura 2: Genitália Externa de um Hermafrodita Verdadeiro
                  Fonte: La Ciencia En Nuestro Mundo
18




Figura 3: Diferencial da gônada bipotencial em testículo ou ovário.
Fonte: Citogenética Clínica: Distúrbios dos autossomos e dos cromossomos sexuais.
19




      4 TRANSEXUALIDADE E SEUS ASPECTOS PSICOLÓGICOS




      Segundo Quaglia (1980) apud Vieira (2000a) a transexualidade pode ser
determinada por uma alteração genética que ocorre no componente cerebral,
combinado com alterações hormonais e fatores sociais. Vieira (2000a) diz que é o
hipotálamo do transexual que o leva a se comportar contrariamente ao seu sexo
anatômico.
      Na sexologia, na psiquiatria e em parte da psicanálise a transexualidade é um
“transtorno de identidade” no qual há uma incompatibilidade entre o sexo biológico e
o gênero. Entretanto é necessário que se deixe claro, que a transexualidade, não é
apenas um simples distúrbio de identidade de gênero, pois ela não é um fenômeno
passageiro. (ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009; ESCARELLI et al, 2002)
      A DSM-IV e a CID-10 referem-se ao Transtorno de Identidade de Gênero
como um distúrbio que se caracteriza por identificação forte e persistente com o
sexo oposto que envolve diversos aspectos de conduta e, em um subgrupo, levando
à procura de serviços médicos com o objetivo de modificação das suas
características sexuais primárias e secundárias. O conceito de Transtorno de
Identidade de Gênero do DSM-IV difere apenas minimamente do conceito
correspondente da CID-10 e, essencialmente, no fato de que na CID-10 se exige um
período mínimo de dois anos para o estabelecimento do diagnóstico. Por definição,
os transexuais são pessoas convencidas de pertencerem ao sexo oposto àquele
indicado por sua genitália – sexo genético. Somam-se a este fato a sensação de
estranheza quanto ao seu corpo, o forte desejo de viver como membros do sexo
oposto e a procura pela alteração da sua aparência corporal e genitália, para
conformá-las ao sexo desejado. (SANTOS; COSTA, 2008)
      A OMS reconhece a transexualidade como uma patologia médica,
classificando-o   como   transtorno   de   personalidade   e   de   comportamento.
(BERGESCH; CHEMIN, 2009)
      Um transexual, tem a convicção de que a natureza se equivocou, houve uma
desordem natural e foi através desta que ele veio ao mundo em um corpo que não
lhe pertence. (YOSHIDA et al, 2001)
20




      Ocorre uma grande e profunda perturbação psicológica, durante o processo
de identificação de gênero do sexo oposto, que acontecerá em graus variados
durante toda a vida de um transexual. (ONCALA et al, 2004)
      Na maioria dos casos de transexualidade, a pessoa já é afetada
psicologicamente desde a infância, por exemplo, em transexuais masculinos. A
criança tem uma infância vivida como menina, brincadeiras “femininas” e preferência
por amizades femininas. Na adolescência, ocorre um sofrimento mais intenso, pois
este é o período que se tem a percepção de sua situação, podendo acarretar em
fugas de casa, depressão e suicídio. E é neste período que tanto desejam a cirurgia,
não pela vontade de ter relações sexuais consideradas “normais”, mas sim para ter
a acesso a correção cirúrgica que lhe permitirá o reconhecimento corporal de uma
“identidade feminina”. (ARÁN, 2005)
      Vários especialistas afirmam que os traços do transexualidade começam na
infância, por volta dos dois anos de idade, pois a partir deste momento a criança
começa a demonstrar socialmente a sua identidade sexual, as brincadeiras,
vestimenta. (MENIN, 2007)
      A formação do gênero é adquirida e induzida, pelo comportamento dos pais,
dos familiares e do meio social. E neste processo de formação, ocorrem algumas
interferências, que vão desde a psíquica até a social. (ESCARELLI et al, 2002)
      Quando um paciente resolve passar pelo processo da terapia hormonal, deve-
se saber que não somente o corpo se modificará, mas também, junto dele, a
condição psicológica da pessoa. Além disso, pode ocorrer depressão, caso os
remédios não sejam corretamente utilizados. (THEODORO, 2012)
      Além do sofrimento psíquico e os desconfortos gerados pelo desencontro do
sexo biológico e psicológico enfrentados por estas pessoas, eles ainda têm que lidar
com a discriminação social. (SAMPAIO; COELHO, 2011)
21




5 ASPECTOS TERMINOLÓGICOS




      Quando se fala em sexo, gênero, identidade de gênero, hermafroditas, gays,
transexuais e outros tantos termos, os conceitos se misturam, bem como a ausência
de comunicação se estabelece. (SILVA, 2010)
      Segundo o mesmo autor, sexo se refere biologicamente à clássica divisão
entre macho e fêmea, é, assim, uma caracterização conforme a anatomia e a
fisiologia do ser humano. Se a criança nasce com pênis, é um macho, se nasce com
vagina, é uma fêmea. Às vezes, o órgão sexual aparece simultaneamente em um
indivíduo, gerando os chamados intersexos, popularmente denominados de
hermafroditas.
      Gênero, por sua vez, transcende o aspecto biológico e entra na área cultural,
sendo, consequentemente, uma construção social. Desse modo, tem-se o gênero
feminino (papel social voltado às mulheres), o masculino (papel social de homem).
Pode ocorrer de o indivíduo não se identificar completamente com o papel de mulher
nem o de homem, possuindo um comportamento híbrido. (COSTA, 1994)
      Transgênero foi um termo que nasceu a partir das ciências sociais e visava
abarcar expressões subjetivas de trânsito entre os gêneros: travestis, transexuais,
drag queens, drag kings, cross dressers, transformistas. Transgênero é a pessoa
que transita de alguma forma, de um gênero ao outro. O movimento social de
transexuais, organizado no Coletivo Nacional de Transexuais, não se reconhece
nesta terminologia, porque entendem que não estão transitando de um gênero ao
outro. Eles se identificam com o gênero discordante do sexo biológico, o que é uma
marcação de gênero fixa. (MENDES, 2008)
22




6 ASPECTOS HISTÓRICOS




      Filo, filósofo judeu helenizado do século I d.C. e morador em Alexandria,
segundo Hyde (1994) e GREEN (1998), descreve homens que se travestem e vivem
como mulheres, chegando até a retirar o pênis. Seria os chamados eunucos, termo
que deriva da expressão grega para guardião ou zelador do leito. Aqueles que
guardavam, sem riscos, os leitos das mulheres de seus senhores.
      Esses eunucos, em Roma, tinham os testículos extirpados, mas muitas vezes
mantinham seus pênis, o que lhes possibilitava ereções. Alguns, todavia, tinham os
testículos e pênis removidos. (GREEN, 1998)
      Vários   imperadores   romanos    são   descritos   por   se   travestirem   ou
apresentarem características afeminadas. Contudo, dois casos merecem destaque.
O primeiro diz respeito a Nero que após chutar sua esposa grávida, Poppaea, até a
morte, arrependeu-se e, tomado de remorsos, buscou alguém parecido com ela.
Encontrou em um escravo, Sporus, essa semelhança. Nero então ordenou a seus
cirurgiões que o transformassem em mulher. Após a cirurgia os dois se casaram
formalmente e Sporus viveu como mulher a partir de então. (GREEN, 1998);
(GREGERSEN, 1983)
      Já o imperador romano Heliogábalo casou-se formalmente com um poderoso
escravo, adotou o papel de esposa e oferecia metade de seu império ao médico que
o equipasse com uma genitália feminina. (GREEN, 1998)
      Há referências até no meio médico de que nessa época da História existiam
pessoas de um gênero que se passavam e viviam como se pertencendo ao gênero
que não o de seu nascimento. A maior autoridade em ginecologia medieval e do
renascimento teria sido Trotula, mulher formada na Escola de Medicina de Salerno
que teria escrito por volta de 1150 d.C. os mais populares tratados de cosmetologia
e saúde de mulheres. Na realidade, Trotula teria sido um homem que se travestia de
mulher para tratar de mulheres. Essa seria sua única opção, pois era então proibido
um homem cuidar de uma mulher no papel de médico. (NEW; KITZINGER, 1993)
      Em Versalhes, em 1858, Mlle. Jenny Savalette de Lange revelou, ao morrer,
se tratar de um homem. Passou toda a vida como mulher, tendo se relacionado com
seis homens; tinha certidão de nascimento falsa e recebia do rei uma pensão e
moradia em Versalhes. (GREEN, 1998)
23




       Segundo o mesmo autor não apenas na França esse fenômeno se
manifestava. Nos Estados Unidos, é famoso Lorde Cornbury, primeiro governador
colonial de Nova York, que chegou ao Novo Mundo vestido como mulher e
despachava assim em seu escritório. Cem anos depois, durante a Guerra de
Secessão, Mary Walker foi a primeira mulher a ser comissionada como cirurgiã do
exército e a ser autorizada pelo Congresso a se vestir com roupas de homens.
24




7 ASPECTOS MITOLÓGICOS




        Na mitologia greco-romana, segundo GREEN (1998), encontra-se referência
a Vênus Castina, a qual, para GREGERSEN (1983, p. 71) seria a “deusa que se
preocupa e simpatiza com os anseios de almas femininas presas em corpos
masculinos”. Uma das várias denominações e especificações da deusa do amor,
mais conhecida entre os gregos por Afrodite.
        Outras referências mitológicas são encontradas em indivíduos cuja mudança
de sexo não se dá por desejo, mas, sim, por punição divina. GREEN (1998) cita o
mito do adivinho Tirésias de Tebas, que, ao ascender ao monte Citerão, encontra
duas cobras copulando. Ao separá-las e matar a fêmea, ele é punido pelos deuses,
sendo transformado em mulher. Sete anos depois, ao se adaptar a essa condição e
forma femininas, Tirésias sobe o mesmo monte. Ao se deparar com a mesma cena
de duas cobras copulando, mata o macho e, com isso, consegue ser novamente
transformado em homem pelos deuses.
        Já no reino da Frígia (atualmente região da Turquia), os sacerdotes do deus
Átis - filho e amante de Cibele, a mãe Terra - eram obrigados a se castrar em
deferência a Átis, que se emasculou sob um pinheiro por conta desse amor proibido,
mas realizado. (FRIEDMAN, 2002)
        Os gregos possuíam ainda um deus chamado Hermafrodita, que era o
patrono da união sexual. Filho de Hermes e Afrodite possuía mamas e pênis.
Conforme estátuas e representações no Museu do Louvre e outros museus, ele
lembra muito os atuais travestis ou transexuais, tanto em forma física como em
postura: masculina e feminina ao mesmo tempo. (GREEN, 1998)
        Outra referência mitológica remete a uma tribo de Cítios - povo da
Antiguidade - os Enarees, que foram punidos por Afrodite por terem saqueado seu
templo mais antigo, em Ascelon. Foram transformados em mulheres assim como
toda a sua descendência. Hipócrates, todavia, via a feminilização dos Enarees como
resultado de intensas e constantes cavalgadas que afetariam sua masculinidade por
alguma forma de lesão física. (NEW; KITZINGER, 1993);(VON-KRAFFT-EBING,
1999)
        BRANDÃO (1997) relata que a travestilidade esta intimamente relacionada ao
casamento do herói grego. São vários os heróis que mudam de sexo: Ceneu, Ífis,
25




Leucipo eram mulheres que foram transformadas em homens na época do
casamento.
26




8 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA TERAPIA HORMONAL DE TRANSEXUAIS
MTF




      O tratamento endrocrinológico tem como objetivo induzir o aparecimento de
caracteres sexuais secundários compatíveis com a identificação de gênero através
da terapia hormonal, assim como possibilitar o acompanhamento clínico. O
tratamento é realizado por toda a vida do transexual, e só é interrompido para a
realização da cirurgia. (ÁRAN; MURTA, 2006)
      O tratamento hormonal consiste em administrar cross – hormônios sexuais e
anti-hormônios, que irão reduzir as características fenotípicas do sexo biológico, e
irão desenvolver no paciente as características do sexo desejado. (MERIGGIOLA et
al, 2010)
      Endocrinologistas são consultados por pessoas transexuais que desejam o
tratamento hormonal para que possam viver como uma pessoa de seu gênero
identificado. O tratamento endócrino proporciona algum alívio, mas, contudo existem
riscos. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003)




8.1 ANTIANDRÓGENO




      Nesta classe, apresenta-se como principais fármacos no tratamento hormonal
para transexuais a espironolactona e o acetato de ciproterona. (DEMPSEY, 2002)
      A administração de moduladores hormonais podem potencializar os efeitos do
estrogênio. Os antiandrógenos diminuem os níveis séricos de testosterona, ou
bloqueiam a sua ligação ao receptor de androgênio, reduzindo as características
secundárias masculinas. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003)
      Sua dosagem é de 100 a 300 mg por dia. (DEMPSEY, 2002)
      É utilizado principalmente pelo fato de tornar o tratamento com o estrogênio
ainda mais eficaz, pois assim irá oferecer maior feminização, diminuindo os efeitos
masculinizantes que o paciente apresenta. (SOUSA, 2011)
27




        Os principais efeitos adversos apresentados pelo uso de medicamentos
antiandrogênio é a hiperpotassemia e o aumento de pêlos corporais. (PINHEIRO,
2008)
        Seu mecanismo de ação resulta da inibição da produção de testosterona e da
interferência na ação androgênica. (LATRÔNICO, 1999)




8.2 PROGESTERONA




        O uso da progesterona na Terapia MTF induz o crescimento da mama
avançado, diminuem a irritabilidade e sensibilidade da mama. Há risco de causar
doença coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e embolia pulmonar, quando
associado ao estrogênio. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003)
        O fármaco utilizado desta classe é o medroxiprogesterona, que deve ser
usado em doses de 5 a 10 mg por dia. (DEMPSEY, 2002)




8.3 ESTROGÊNIO


        O estrogênio é um hormônio feminino, e é o mais importante hormônio na
transição de masculino para feminino. Os mais utilizados são os estrógenos orais,
pelo custo e também por fornecerem resultados satisfatórios. (DEMPSEY, 2002)
        A dose utilizada de estrogênio para o tratamento de transexuais é de duas á
três vezes maior do que a dose que é recomendada para a reposição hormonal em
mulheres na pós-menopausa. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003)
        A dosagem inicial é de basicamente de 6 a 8 mg por dia, e é consideravel que
seja utilizado cerca de 100 mg de aspirina, como coadjuvante, pelo fato de que o
estrogênio é um potente causador de coágulos de sangue. Os principais fármacos
desta classe utilizados nesta terapia são o estradiol e o estradiol valerate. Porém a
dosagem recomendada pode ser ajustada de acordo com o nível de testosterona
que o paciente apresenta. (DEMPSEY, 2002) (SOUSA, 2011)
        A terapia realizada com esteroides causam efeitos adversos reais e
aparentes. O principal e mais preocupante efeito, é o aumento de casos de
28




tromboembolismo venoso que já foram relatados. Outro fenômeno comum é o
aumento dos níveis de prolactina, que podem ser ocasionados devido à associação
de um crescimento acelerado de prolactinomas. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS,
2003)
        Os prolactinomas são tumores encontrados na hipófise, e é um grande
produtor de prolactina. (GILLAM et al, 2006)
        O tromboembolismo provavelmente está relacionado com um efeito negativo
que os hormônios esteroides fazem sobre os inibidores de coagulação.
(MERIGGIOLA et al, 2010)
29




9 CIRURGIA EM MTF


      As cirurgias de transgenitalização começaram em 1970, quando se descobriu
que seria possível utilizar tecidos do pênis e da bolsa escrotal para configurar uma
genitália externa feminina. (FRANCO et al, 2010)
      O primeiro paciente submetido à intervenção cirúrgica para mudança de sexo
foi o ex-combatente norte-americano George Jorgensen. Em 1952, ele fora operado,
em Copenhague, pelo cirurgião plástico Paul Fogh-Andersen, adotando o nome de
Christine Jorgensen. (CARDOSO, 2000)
      No Brasil, a primeira cirurgia de transgenitalização foi realizada em 1971, com
o transexual Waldir Nogueira e foi realizado pelo cirurgião Roberto Farina. Gerou
muita polêmica. Naquela época, o procedimento ainda não era reconhecido pelos
órgãos representativos da medicina brasileira. Houve forte repercussão, por causa
do tabu e preconceito envolvidos na questão. (MILITÃO, 2011)
      A cirurgia é a parte mais importante no tratamento do transexualidade, pois
adapta morfologicamente a genital ao sexo com o qual o paciente se identifica.
(ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009)
      De acordo com Cardoso (2000) a utilização da cirurgia tem como objetivo
adaptar a realidade do transexual, harmonizando-o com o sexo psíquico ou
psicossocial. Vieira (1998) diz ainda, que é objetivo da cirurgia, melhorar a saúde do
paciente, beneficiando-o e facilitando sua sociabilidade. Não há dados que indiquem
danos ao corpo dos pacientes operados.
      A cirurgia de troca de sexo não é apenas pelo fato do indivíduo querer mudar
de sexo, mas é uma forma de adequação. Por mais que seja um procedimento
irreversível, o indivíduo se sente bem, pois somente assim entrará em concordância
com seu verdadeiro sexo. (VIEIRA, 2000b)
      A cirurgia não muda o sexo do indivíduo, ela apenas muda a genitália do
mesmo, adequando-a ao sexo psicológico da pessoa. O que ocorre então na
verdade, é a adequação do sexo, colocando em evidência o verdadeiro sexo, que é
o sexo psicológico. (VIEIRA, 1998)
      O processo de mudança de sexo envolve tratamento psicoterapêutico,
decisão junto à família, e laudos psiquiátricos que comprovem a presença da
anomalia, bem como a garantia de que a cirurgia é adequada ao paciente e só pode
30




ser realizada em hospitais escolas, pois é experimental e segue protocolos.
(MILITÃO, 2011)
        O procedimento cirúrgico que altera a genitália masculina para feminina é
facilmente feita, além disso, pode ser realizada em apenas um tempo cirúrgico, ao
contrário da cirurgia feminina para masculino. A uretra é amputada. O escroto é
utilizado na construção da vagina. Grande quantidade de tecido remanescente após
o esvaziamento peniano e escrotal oferece excelentes condições para a construção
da vagina e vulva, como pode ser visto nas figuras 2A e 2B. (FRANCO et al, 2010;
ESCARELLI et al, 2002)
        As cirurgias utilizadas em MTF são a vaginoplastia, clitoroplastia e
labioplastia. Além disso, caso o tratamento com estrógeno não tiver obtido um ótimo
resultado mamário, o paciente pode ainda recorrer á cirurgia plástica das glândulas
mamárias, como a colocação de próteses de silicone. (WAAL; COHEN-KETTENIS,
2006)
        Além da cirurgia de troca de sexo, alguns outros procedimentos cirúrgicos
podem ser necessários, como a rinoplastia para obter uma face mais feminina e uma
fonocirurgia para afinar a voz. (ATHAYDE, 2001)
        Hoje, no Brasil, de forma legalizada, existem apenas quatro centros
universitários que são autorizados a realizar estas cirurgias, ainda pelo fato de que,
estas cirurgias são complexas e incluem riscos. Os centros universitários se
localizam em São Paulo, Porto Alegre, Goiás e Rio de Janeiro. Em São Paulo, este
centro está localizado em São José do Rio Preto, onde as cirurgias são realizadas
pelo Dr. Cury. (ARANDA, 2010)
        No Brasil, a Resolução 1.482/97 autorizava, a título experimental, a realização
de cirurgia de transgenitalização para o tratamento de casos de transexualismo.
Entretanto, em 2002, a primeira resolução foi revogada pela Resolução 1.652, uma
vez que haviam sido obtidos ótimos resultados com a neocolpo-vulvoplastias ou os
demais procedimentos complementares, que são realizados em MTF. Essa nova
resolução permitia que a prática desta cirurgia pudesse ser feita em hospitais
públicos e privados. (MOTTA, 2009) (ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009)
        Mas foi somente no ano de 2008, que o Ministério da Saúde, através da
Portaria n° 1.707 dispôs que a cirurgia para mudança de sexo faria parte da lista de
procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Estudos mostram que o número
31




de cirurgias no Brasil aumentou muito nos últimos anos, devido a possibilidade da
cirurgia ser oferecida pelo SUS. (MILITÃO, 2011)
      De acordo com a Lei, somente pacientes com mais de 21 anos de idade
podem realizar o procedimento, e que no pré-operatório, o mesmo deve ficar em
acompanhamento e avaliação por um período de 2 anos, por uma equipe constituída
por psiquiatras, cirurgiões, endocrionologistas, psicólogos e assistentes sociais.
(MOTTA, 2009)
      Para o cirurgião plástico, o resultado da cirurgia não é a obtenção do prazer,
mas sim o efeito estético que deverá ser semelhante ao sexo almejado. O prazer do
paciente será resultante de uma somatória de fatores físicos e psíquicos. Contudo, a
nova genitália deve permitir ao paciente a realização normal de atividade sexual.
(VIEIRA, 1998)
32




                                                       A




                                                       B
Figura 4A: Pré-operatório MTF
Figura 4B: Pós-operatório de 8 anos MTF
Fonte: Transgenitalização masculino / feminino: experiência do Hospital
Universitário da UFRJ
33




10 MUDANÇA DE NOME




        O nome é o símbolo que manifesta a imagem da pessoa em comunidade. É
portanto, direito de personalidade, e deve estar de acordo com sua integridade
física, psíquica e intelectual. Somente com a adaptação de se nome e sexo, e que o
transexual poderá executar seus direitos civis e sua autonomia privada igualmente a
qualquer outra pessoa. (RAMOS, 2011)
        A mudança de nome e de gênero no Registro Civil deve ser a última etapa
realizada por um transexual. Neste momento, o paciente terá que recorrer ao
Judiciário. (VIEIRA, 2000b)
        Anteriormente, a Justiça negava a retificação do registro civil, e quando
aceitava fazia a exigência de que fosse colocado no sexo o termo transexual, mas
isso causava uma situação de constrangimento vivida pelos indivíduos. Somente em
2009, é que o Superior Tribunal de Justiça passou a permitir a alteração do prenome
e do gênero. (ROCHA, 2012)
        Após a realização da cirurgia, o transexual se depara com sua nova
identificação social de sexo, porém com documentos do sexo oposto. Isso lhe causa
uma enorme incompatibilidade, na qual seu nome e seu gênero documentado, não
se referem a sua constituição física. (RAMOS, 2011)
        Contudo, deve-se lembrar, de que somente os casos comprovados
clinicamente de transexualidade poderão recorrer á adequação do Registro Civil.
Hoje,   diversos   transexuais,   já   conseguiram   em   Juízo   a   adequação   da
documentação, no qual foi realizada a troca do prenome e do sexo. (VIEIRA, 2000b)
        Roberta Close, a mais famosa transexual do Brasil só conseguiu a retificação
de seu nome, após anos. Ao final da decisão, a Juíza ressaltou: “Somente os casos
comprovados clinicamente de transexualidade poderão ser objeto de conhecimento
pela esfera judicial, que decidirá, neste ou naquele sentido, de acordo com a prova
dos autos e conhecimento formado no caso”. (VIEIRA, 1998)
        Em maio de 2012, o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso
Genro, deu o direito à carteira de nome social aos travestis e transexuais por meio
de um decreto, tornando o Rio Grande do Sul o primeiro Estado a possuir tal
documento que, até então, tinha validade apenas em território gaúcho.
34




      Em seguida, em novembro de 2012, foi a vez do estado do Pará a oferecer o
RG social.O Conselho Estadual de Segurança        Pública (Consep) aprovou por
unanimidade, em reunião ordinária, o projeto para implantação da Carteira de
Identidade Social para Travestis e Homossexuais no Estado do Pará.
35




11 A DIFERENÇA ENTRE HOMOSSEXUAL, TRAVESTI E TRANSEXUAL




      O transexual não pode ser confundido com o homossexual ou travesti, por
definição   e   por   agirem   de   formas   diferentes.   Principalmente   no   setor
jurídico/psicológico, este engano não pode ocorrer, pois somente é liberada a troca
do prenome para indivíduos que realmente sejam diagnosticados como transexuais,
não é permitido á homossexuais e travestis. O homossexual aceita sua genitália
morfológica. O indivíduo não rejeita seu fenótipo, apenas sente atração por pessoas
do mesmo sexo. O travesti, não possui rejeição pelos seus órgãos sexuais, apesar
de possuírem atitudes como se fossem do sexo oposto. O transexual possui um alto
grau de insatisfação com seu estereótipo, pois não aceita o sexo que lhe foi dado
pela natureza. O indivíduo considera que está em um corpo errado. (RAMOS, 2011)
      Devido ao preconceito da sociedade, o transexual é confundido com o
homossexual. A sociedade não enxerga o transexualidade como um distúrbio
genético, e sim como uma opção sexual. (MILITÃO, 2011)
      O homossexual se sente adequado quanto á determinação do seu sexo, se
veste normalmente, e não aceita ser confundido com o sexo oposto. Contudo, o
homossexual sente atração por outra pessoa que seja do mesmo sexo que o seu.
Ao contrário do transexual, o homossexual não repudia o seu sexo anatômico, ao
contrário, utiliza-o como forma de sentir prazer. O travesti faz uso de roupas do sexo
oposto por fetiche, não repudiando sua identidade de gênero. (CARDOSO, 2000)
      O indivíduo homossexual não precisam possuir conflitos oriundos de sua
condição. O travestismo se verifica em indivíduos que sentem prazer em se vestir
com trajes típicos do sexo oposto. É definido como uma série de fenômenos
complexos que podem ser praticados como um ritual masturbatório associado à
excitação erótica. O transexualismo é definido como um desejo de viver e ser aceito
enquanto pessoa do sexo oposto. É caracterizado como transtorno de identidade de
gênero. (BERGESCH e CHEMIN, 2009)
36




12 CONCLUSÃO


      De acordo com o estudo realizado, foi possível concluir que o transtorno de
identidade de gênero é uma doença de origem múltipla, e não somente um
transtorno de identidade. Esta doença é caracterizada por distúrbio do hipotálamo.
      Os fármacos utilizados na terapia MTF, são principalmente das classes
antiandrogênios, progesterona e estrogênios, e estes são utilizados no intuito do
paciente conseguir obter traços femininos, e perder os masculinos. É um tratamento
de risco, pois a indução de hormônios causa efeitos adversos graves, como
principalmente AVC, embolia pulmonar e o aparecimento de prolactinomas.
      Assim como toda doença, o transexualidade necessita de um tratamento, e
não tem o apoio dos profissionais da saúde. E é neste aspecto, que o farmacêutico
deve estar presente, pois é o momento que o transexual pode começar a praticar a
automedicação com os fármacos utilizados no tratamento hormonal.
      De fato, a cirurgia é o passo mais avançado para que o paciente chegue ao
sexo oposto, porém é um processo de difícil acesso, pois mesmo com o apoio do
Ministério da Saúde que liberou a cirurgia para o SUS, pode-se constatar que ainda
falta a devida atenção a esses casos, já que são poucos os estudos direcionados a
este tipo de tratamento. A demanda por pessoas que desejam a cirurgia é alta, e por
isso, deveriam existir mais centros, que oferecessem este tipo de cirurgia.
37




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  • 1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS FERNANDA MAIRA DE OLIVEIRA LUISA CAROLINA GHIRALDI NAIARA ELISA RIZATORE BALIEIRO PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL MTF FERNANDÓPOLIS 2012 FERNANDA MAIRA DE OLIVEIRA
  • 2. LUISA CAROLINA GHIRALDI NAIARA ELISA RIZATORE BALIEIRO FARMACOTERAPIA RELACIONADA AO PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Orientador: Prof. Dr. Marcos De Lucca Júnior FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS – SP 2012 FERNANDA MAIRA DE OLIVEIRA
  • 3. LUISA CAROLINA GHIRALDI NAIARA ELISA RIZATORE BALIEIRO FARMACOTERAPIA RELACIONADA AO PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: 21 de novembro de 2012. Banca examinadora Assinatura Conceito Prof. Dr. Marcos De Lucca Júnior (Orientador) Profª. Esp. Rosana Matsumi Motta Kagesawa (Avaliador 1) Profª. Esp. Marinei de Melo Besteti Fernandes (Avaliadora 2) Prof. Dr. Marcos De Lucca Júnior Presidente da Banca Examinadora
  • 4. Dedicamos este trabalho á todos que contribuíram para sua conclusão, aos nossos pais que nos ajudaram incentivando a nunca desistirmos desta responsabilidade, e dedicamos também a todos transexuais que lutam por um espaço no mundo, mas que ainda são discriminados e sofrem violência. AGRADECIMENTOS
  • 5. Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos abençoado e iluminado na realização deste trabalho, e durante toda a trajetória para conclusão deste curso. A todos os professores e funcionários que contribuíram direta ou indiretamente para nossa formação, em especial ao nosso orientador Marcos De Lucca Júnior, pela disposição, atenção e dedicação com que nos orientou.
  • 6. A entrada para a mente do homem é o que ele aprende, a saída é o que ele realiza. Se sua mente não for alimentada por um fornecimento contínuo de novas ideias, que ele põe a trabalhar com um propósito, e se não houver uma saída por uma ação, sua mente torna-se estagnada. Tal mente é um perigo para o indivíduo que a possui e inútil para a comunidade. Jeremias W. Jenks RESUMO
  • 7. A determinação do sexo humano é realizada pelos cromossomos sexuais. Os cromossomos determinantes para a formação do sexo são os cromossomos X e Y. Qualquer anomalia destes cromossomos pode ocasionar, entre outros problemas, o hermafroditismo. Por outro lado, a transexualidade é um transtorno de identidade de gênero, no qual o indivíduo não aceita o seu sexo biológico, sendo, portanto, um distúrbio de natureza orgânica e psicológica. Durante sua vida, o transexual faz uso de terapias hormonais, que induzem o aparecimento de caracteres sexuais secundários. Os principais fármacos utilizados por machos genéticos tornarem-se fêmea (MTF) são os antiandrógenos, a progesterona e o estrogênio. Os antiandrógenos, mas usualmente a espironolactona e o acetato de ciproterona, associados a estrogênio são bem eficazes, oferecendo maior feminilização ao indivíduo. A progesterona, tendo como o fármaco mais utilizado desta classe, o medroxiprogesterona, é amplamente utilizado a fim de se obter crescimento mamário. A terapia hormonal para MTF consiste em reduzir ao máximo a quantidade de testosterona do organismo e deixar os níveis de hormônios femininos na mesma quantidade que o organismo feminino. Contudo, a busca maior dos transexuais é a cirurgia de transgenitalização (mudança de sexo). Na cirurgia da MTF o pênis e o tecido escrotal são utilizados na construção da vagina. A cirurgia de transgenitalização ainda é realizada apenas como experimento no Brasil, apesar de já ter sido liberada pelo SUS para mulheres transexuais. A cirurgia para fêmeas genéticas tornarem-se macho (FTM), por ser mais complexa e de alto risco ainda é realizada apenas em centros de estudos. Após a cirurgia, o transexual enfrenta outro grande desafio: conseguir seu registro civil como nova pessoa, alterando o seu prenome e seu gênero. Esta não é uma tarefa simples, devido entraves burocráticos de natureza judicial. O transexual terá que provar perante a Justiça que realizou a cirurgia, e através de laudos psiquiátricos de que sempre foi do sexo oposto. Além de todos os transtornos que os transexuais enfrentam, há o preconceito social que inibe de modo significativo o indivíduo, o que pode afetar grandemente a qualidade de vida dos afetados. Palavras-chave: Cromossomos. Hermafroditismo. Transexualidade. Cirurgia de Transgenitalização.
  • 8. ABSTRACT Sex determination is made by the human sex chromosomes. Chromosomal determinants for the formation of sex chromosomes are X and Y. Any abnormality of chromosomes can cause, among other problems, hermaphroditism. Moreover, transsexuality is a gender identity disorder, in which the individual does not accept their biological sex, and therefore a disorder of organic and psychological nature. During his life, the transsexual makes use of hormonal therapies that induce the appearance of secondary sexual characteristics. The main drugs used for genetic males become female (MTF) are antiandrogens, progesterone and estrogen. The antiandrogens, but usually spironolactone and cyproterone acetate, estrogen are associated with very efficient, offering greater feminization the individual. Progesterone, with the most used drug in this class, medroxyprogesterone, is widely used to obtain mammary growth. Hormone therapy for MTF is to reduce the maximum amount of testosterone in the body and leave the levels of female hormones in the same amount that the female organism. However, the search is the largest transgender reassignment surgery (sex change). At MTF surgery penis and scrotal tissue is used in the construction of the vagina. Sex reassignment surgery is still performed only as an experiment in Brazil, despite having been released by SUS for transsexual women. Surgery for genetic females become male (FTM), a more complex and high risk is still performed only in research centers. After surgery, the transsexual faces another challenge: getting their civil registry as a new person by changing your first name and your gender. This is not a simple task, because of bureaucratic judicial nature. The transsexual will have to prove to the court that performed the surgery, and through psychiatric reports that it was always the opposite sex. Besides all the disorders that transsexuals face, there is the social prejudice that significantly inhibits the individual, which can greatly affect the quality of life of those affected. Keywords: Chromosomes. Hermaphroditism. Transsexuality. Reassignment surgery. LISTA DE FIGURAS
  • 9. Figura 1 - Processo de determinação do sexo 13 Figura 2 - Genitália Externa de um Hermafrodita Verdadeiro 17 Figura 3 - Diferencial da gônada bipotencial em testículo ou ovário 18 Figura 4A - Pré-operatório MTF 32 Figura 4B - Pós-operatório de 8 anos MTF 32 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
  • 10. AVC – Acidente Vascular Cerebral CID – Classificação Internacional de Doenças DSM – Manual Diagnóstico e Estatística de Desordens Mentais FTM – Fêmea Genética Tornarem-se Macho MTF – Macho Genético Tornarem-se Fêmea SRY – Região Determinante do Sexo no Y SUS – Sistema Único de Saúde TDF – Fator Determinante Testicular
  • 11. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11 1 OBJETIVOS ..................................................................................................... 14 1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 14 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 14 2 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 15 3 ASPECTOS CROMOSSOMICOS NA DETERMINAÇÃO DO SEXO .............. 16 4 TRANSEXUALIDADE E SEUS ASPECTOS PSICOLÓGICOS ...................... 19 5 ASPECTOS TERMINOLOGICOS .................................................................... 21 6 ASPECTOS HISTÓRICOS ............................................................................... 22 7 ASPECTOS MITOLOGICOS ............................................................................ 24 8 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA TERAPIA HORMONAL DE 26 TRANSEXUAIS MTF ........................................................................................... 8.1 ANTIANDRÓGENO ....................................................................................... 26 8.2 PROGESTERONA ......................................................................................... 27 8.3 ESTROGÊNIO ............................................................................................... 27 9 CIRURGIA EM MTF ......................................................................................... 29 10 MUDANÇA DE NOME .................................................................................... 33 11 DIFERENÇA ENTRE HOMOSSEXUAL, TRAVESTI E TRANSEXUAL ........ 35 12 CONCLUSÃO ................................................................................................. 36 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 37
  • 12. 11 INTRODUÇÃO De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) a transexualidade está na classificação internacional de doenças e é um transtorno de identidade psicossexual. O indivíduo não só deseja pertencer ao outro sexo como existe uma incoerência profunda entre mente e corpo. (MARQUES, 2003) O CID 10 caracteriza a transexualidade como um transtorno de identidade de gênero, e esta codificada como F64-0. De acordo com este código, a transexualidade trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado. (MELO, 2008) O diagnóstico da transexualidade foi introduzido no DSM-III (Manual Diagnóstico e estatístico das Desordens Mentais) em 1980, para os indivíduos com gênero disfórico que demonstrassem durante, dois anos, um interesse contínuo em transformar o sexo do seu corpo e o status do seu gênero social. Em 1994, o DSM-IV trocou o termo Transexualidade por Desordem da Identidade de Gênero, que também pode ser encontrado no CID-10 (Classificação Internacional de Doenças). (ATHAYDE, 2001) A transexualidade pode ser determinado:  Por alterações genéticas do hipotálamo. (VIEIRA, 2000a)  E por um transtorno psíquico, que gera o transtorno de identidade. (SAMPAIO; COELHO, 2011) É o sexo cromossômico que vai determinar se o indivíduo será do sexo masculino ou feminino. Esse processo se dá pela ação de dois cromossomos que são determinantes da sexualidade: o cromossomo X e o cromossomo Y. (MENIN, 2007) A formação cromossômica XX determinará o sexo feminino ao passo que a formação cromossômica XY determinará o sexo masculino. (Figura 1) O transexual, durante toda a sua vida sofre com perturbações psicológicas, na identificação de gênero do sexo oposto. (ONCALA et al, 2004) Mas este fato não determina a transexualidade.
  • 13. 12 O tratamento hormonal irá reduzir as características fenotípicas do sexo biológico, e irá desenvolver o paciente as características do sexo desejado. (MERIGGIOLA et al, 2010) As cirurgias de transgenitalização começaram em 1970 nos EUA. (FRANCO et al, 2010). No Brasil a primeira cirurgia foi realizada em 1971. (MILITÃO, 2011). A cirurgia é muito importante no tratamento do transexualidade, pois adequa morfologicamente o genital ao sexo que o paciente se identifica. (ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009) Devido ao preconceito da sociedade, o transexual é confundido com os demais tipos sexuais, pois o transexualidade é visto comumente como uma opção sexual, e não como um distúrbio de natureza orgânica e psíquica.
  • 14. 13 Figura 1: Processo de determinação do sexo Fonte: Sexo e herança genética.
  • 15. 14 1 OBJETIVOS 1.1 OBJETIVO GERAL Este trabalho tem por objetivo conhecer o tipo de medicamentos que o paciente transexual recebe antes e após de realizar cirurgia de transgenitalização. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS O presente trabalho tem como objetivos específicos:  Conhecer o tratamento medicamentoso que é utilizado em pacientes transexuais.  Relacionar a diferença dos tipos sexuais, como homossexualidade, travestilidade e transexualidade, a fim de garantir um melhor atendimento futuro a estes tipos de pacientes.  Verificar, como é a garantia de saúde disponível a este paciente, e se existe o apoio de profissionais da saúde.  Conhecer a causa do transexualidade, levando em consideração de que o transexualidade é caracterizado como uma doença (CID – 10)
  • 16. 15 2 MATERIAL E MÉTODOS Por meio de uma revisão literária, buscou-se conhecimento e o tratamento farmacológico do transexualidade. Após a escolha do tema do trabalho, foram realizadas buscas em bancos de dados referenciais, como Scielo, Google Acadêmico e PubMed. Além destas buscas foram realizados também estudos em livros que são encontrados na biblioteca da Fundação Educacional de Fernandópolis. Os descritores utilizados para a busca do material foram: cromossomos, transexualidade, cirurgia de transgenitalização, transtorno de identidade de gênero.
  • 17. 16 3 ASPECTOS CROMOSSOMICOS NA DETERMINAÇÃO DO SEXO O processo que determina o sexo se inicia no momento da fertilização através do estabelecimento do sexo cromossômico do zigoto, e é determinado através da interação dos genes. (DOMENICE et al, 2002) Logo no início da vida intrauterina, o embrião é morfologicamente neutro. A diferenciação sexual, em masculino ou feminino, só se inicia após o crescimento de uma crista, em cada um dos mesonefros (órgãos que servem ao embrião como rins temporários). As cristas são conhecidas como “cristas gonadais” e a partir delas irão se originar as células somáticas das futuras gônodas, ovários ou testículos. (OTTO; OTTO; PESSOA, 2004) O sexo cromossômico determina se o indivíduo será do sexo masculino ou feminino por meio dos dois cromossomos que são determinantes da sexualidade: o cromossomo X que poderá ser proveniente do homem ou da mulher, já que o espermatozoide possui combinação cromossômica X e Y, e o cromossomo Y que é proveniente do homem. O sexo gonodal é constituído pelas glândulas sexuais, ovários nas mulheres e os testículos nos homens, que são responsáveis pela produção de hormônios. (MENIN, 2007) O primeiro evento na determinação do sexo ocorre com a determinação do sexo gonodal. (DOMENICE et al, 2002) No período da sexta semana de gestação, as gônodas apresentam duas partes, e são elas: o córtex, que formará o ovário e a medula, que dá origem ao testículo. A partir de então, de acordo com os genes que estiverem presentes é que a gônoda se desenvolverá em ovário ou em testículo, caracterizando assim o sexo gonodal. Na ausência do cromossomo Y, a gônoda se transformará em ovário, aonde o córtex irá se desenvolver e a medula irá se regredir. Já para a formação do testículo, o que se desenvolverá será a medula da gônoda e o córtex irá desaparecer, e isso pelo fato da presença do cromossomo Y. (OTTO; OTTO; PESSOA, 2004) Algumas anomalias podem ocorrer durante o processo da determinação do sexo, e é determinado pela presença ou ausência do cromossomo Y, não correspondente ao sexo gonadal. Neste grupo, podemos observar os pacientes que apresentam o cariótipo 46,XX e desenvolvimento de gônada masculina, que são
  • 18. 17 denominados hermafroditas verdadeiros, como pode ser visto na figura 2. (DOMENICE et al, 2002) Como já foi dito, a determinação preliminar do sexo do embrião é determinada pela presença do cromossomo Y. Porém, mais especificamente através de um gene no cromossomo Y, que codifica um fator determinante testicular (TDF). Este fator faz com que gônadas embrionárias indiferentes se desenvolvam como testículos, ao invés de ovários. (JAGER et al, 1990; VILAIN; MCCABE, 1998) Existe ainda, o gene SRY (região determinante do sexo no Y) que está presente no cromossomo Y. Este gene, só é expresso no início do desenvolvimento em células da crista germinal, pouco antes de ocorrer à diferenciação dos testículos. O SRY codifica uma proteína de ligação ao DNA que provavelmente é um fator de transição, embora os genes específicos que ele regula sejam desconhecidos. Assim por todos os critérios genéticos, o SRY é igual ao gene TDF no cromossomo Y. O processo de diferenciação do sexo pode ser vista na figura 3. (THOMPSON, 2002) Figura 2: Genitália Externa de um Hermafrodita Verdadeiro Fonte: La Ciencia En Nuestro Mundo
  • 19. 18 Figura 3: Diferencial da gônada bipotencial em testículo ou ovário. Fonte: Citogenética Clínica: Distúrbios dos autossomos e dos cromossomos sexuais.
  • 20. 19 4 TRANSEXUALIDADE E SEUS ASPECTOS PSICOLÓGICOS Segundo Quaglia (1980) apud Vieira (2000a) a transexualidade pode ser determinada por uma alteração genética que ocorre no componente cerebral, combinado com alterações hormonais e fatores sociais. Vieira (2000a) diz que é o hipotálamo do transexual que o leva a se comportar contrariamente ao seu sexo anatômico. Na sexologia, na psiquiatria e em parte da psicanálise a transexualidade é um “transtorno de identidade” no qual há uma incompatibilidade entre o sexo biológico e o gênero. Entretanto é necessário que se deixe claro, que a transexualidade, não é apenas um simples distúrbio de identidade de gênero, pois ela não é um fenômeno passageiro. (ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009; ESCARELLI et al, 2002) A DSM-IV e a CID-10 referem-se ao Transtorno de Identidade de Gênero como um distúrbio que se caracteriza por identificação forte e persistente com o sexo oposto que envolve diversos aspectos de conduta e, em um subgrupo, levando à procura de serviços médicos com o objetivo de modificação das suas características sexuais primárias e secundárias. O conceito de Transtorno de Identidade de Gênero do DSM-IV difere apenas minimamente do conceito correspondente da CID-10 e, essencialmente, no fato de que na CID-10 se exige um período mínimo de dois anos para o estabelecimento do diagnóstico. Por definição, os transexuais são pessoas convencidas de pertencerem ao sexo oposto àquele indicado por sua genitália – sexo genético. Somam-se a este fato a sensação de estranheza quanto ao seu corpo, o forte desejo de viver como membros do sexo oposto e a procura pela alteração da sua aparência corporal e genitália, para conformá-las ao sexo desejado. (SANTOS; COSTA, 2008) A OMS reconhece a transexualidade como uma patologia médica, classificando-o como transtorno de personalidade e de comportamento. (BERGESCH; CHEMIN, 2009) Um transexual, tem a convicção de que a natureza se equivocou, houve uma desordem natural e foi através desta que ele veio ao mundo em um corpo que não lhe pertence. (YOSHIDA et al, 2001)
  • 21. 20 Ocorre uma grande e profunda perturbação psicológica, durante o processo de identificação de gênero do sexo oposto, que acontecerá em graus variados durante toda a vida de um transexual. (ONCALA et al, 2004) Na maioria dos casos de transexualidade, a pessoa já é afetada psicologicamente desde a infância, por exemplo, em transexuais masculinos. A criança tem uma infância vivida como menina, brincadeiras “femininas” e preferência por amizades femininas. Na adolescência, ocorre um sofrimento mais intenso, pois este é o período que se tem a percepção de sua situação, podendo acarretar em fugas de casa, depressão e suicídio. E é neste período que tanto desejam a cirurgia, não pela vontade de ter relações sexuais consideradas “normais”, mas sim para ter a acesso a correção cirúrgica que lhe permitirá o reconhecimento corporal de uma “identidade feminina”. (ARÁN, 2005) Vários especialistas afirmam que os traços do transexualidade começam na infância, por volta dos dois anos de idade, pois a partir deste momento a criança começa a demonstrar socialmente a sua identidade sexual, as brincadeiras, vestimenta. (MENIN, 2007) A formação do gênero é adquirida e induzida, pelo comportamento dos pais, dos familiares e do meio social. E neste processo de formação, ocorrem algumas interferências, que vão desde a psíquica até a social. (ESCARELLI et al, 2002) Quando um paciente resolve passar pelo processo da terapia hormonal, deve- se saber que não somente o corpo se modificará, mas também, junto dele, a condição psicológica da pessoa. Além disso, pode ocorrer depressão, caso os remédios não sejam corretamente utilizados. (THEODORO, 2012) Além do sofrimento psíquico e os desconfortos gerados pelo desencontro do sexo biológico e psicológico enfrentados por estas pessoas, eles ainda têm que lidar com a discriminação social. (SAMPAIO; COELHO, 2011)
  • 22. 21 5 ASPECTOS TERMINOLÓGICOS Quando se fala em sexo, gênero, identidade de gênero, hermafroditas, gays, transexuais e outros tantos termos, os conceitos se misturam, bem como a ausência de comunicação se estabelece. (SILVA, 2010) Segundo o mesmo autor, sexo se refere biologicamente à clássica divisão entre macho e fêmea, é, assim, uma caracterização conforme a anatomia e a fisiologia do ser humano. Se a criança nasce com pênis, é um macho, se nasce com vagina, é uma fêmea. Às vezes, o órgão sexual aparece simultaneamente em um indivíduo, gerando os chamados intersexos, popularmente denominados de hermafroditas. Gênero, por sua vez, transcende o aspecto biológico e entra na área cultural, sendo, consequentemente, uma construção social. Desse modo, tem-se o gênero feminino (papel social voltado às mulheres), o masculino (papel social de homem). Pode ocorrer de o indivíduo não se identificar completamente com o papel de mulher nem o de homem, possuindo um comportamento híbrido. (COSTA, 1994) Transgênero foi um termo que nasceu a partir das ciências sociais e visava abarcar expressões subjetivas de trânsito entre os gêneros: travestis, transexuais, drag queens, drag kings, cross dressers, transformistas. Transgênero é a pessoa que transita de alguma forma, de um gênero ao outro. O movimento social de transexuais, organizado no Coletivo Nacional de Transexuais, não se reconhece nesta terminologia, porque entendem que não estão transitando de um gênero ao outro. Eles se identificam com o gênero discordante do sexo biológico, o que é uma marcação de gênero fixa. (MENDES, 2008)
  • 23. 22 6 ASPECTOS HISTÓRICOS Filo, filósofo judeu helenizado do século I d.C. e morador em Alexandria, segundo Hyde (1994) e GREEN (1998), descreve homens que se travestem e vivem como mulheres, chegando até a retirar o pênis. Seria os chamados eunucos, termo que deriva da expressão grega para guardião ou zelador do leito. Aqueles que guardavam, sem riscos, os leitos das mulheres de seus senhores. Esses eunucos, em Roma, tinham os testículos extirpados, mas muitas vezes mantinham seus pênis, o que lhes possibilitava ereções. Alguns, todavia, tinham os testículos e pênis removidos. (GREEN, 1998) Vários imperadores romanos são descritos por se travestirem ou apresentarem características afeminadas. Contudo, dois casos merecem destaque. O primeiro diz respeito a Nero que após chutar sua esposa grávida, Poppaea, até a morte, arrependeu-se e, tomado de remorsos, buscou alguém parecido com ela. Encontrou em um escravo, Sporus, essa semelhança. Nero então ordenou a seus cirurgiões que o transformassem em mulher. Após a cirurgia os dois se casaram formalmente e Sporus viveu como mulher a partir de então. (GREEN, 1998); (GREGERSEN, 1983) Já o imperador romano Heliogábalo casou-se formalmente com um poderoso escravo, adotou o papel de esposa e oferecia metade de seu império ao médico que o equipasse com uma genitália feminina. (GREEN, 1998) Há referências até no meio médico de que nessa época da História existiam pessoas de um gênero que se passavam e viviam como se pertencendo ao gênero que não o de seu nascimento. A maior autoridade em ginecologia medieval e do renascimento teria sido Trotula, mulher formada na Escola de Medicina de Salerno que teria escrito por volta de 1150 d.C. os mais populares tratados de cosmetologia e saúde de mulheres. Na realidade, Trotula teria sido um homem que se travestia de mulher para tratar de mulheres. Essa seria sua única opção, pois era então proibido um homem cuidar de uma mulher no papel de médico. (NEW; KITZINGER, 1993) Em Versalhes, em 1858, Mlle. Jenny Savalette de Lange revelou, ao morrer, se tratar de um homem. Passou toda a vida como mulher, tendo se relacionado com seis homens; tinha certidão de nascimento falsa e recebia do rei uma pensão e moradia em Versalhes. (GREEN, 1998)
  • 24. 23 Segundo o mesmo autor não apenas na França esse fenômeno se manifestava. Nos Estados Unidos, é famoso Lorde Cornbury, primeiro governador colonial de Nova York, que chegou ao Novo Mundo vestido como mulher e despachava assim em seu escritório. Cem anos depois, durante a Guerra de Secessão, Mary Walker foi a primeira mulher a ser comissionada como cirurgiã do exército e a ser autorizada pelo Congresso a se vestir com roupas de homens.
  • 25. 24 7 ASPECTOS MITOLÓGICOS Na mitologia greco-romana, segundo GREEN (1998), encontra-se referência a Vênus Castina, a qual, para GREGERSEN (1983, p. 71) seria a “deusa que se preocupa e simpatiza com os anseios de almas femininas presas em corpos masculinos”. Uma das várias denominações e especificações da deusa do amor, mais conhecida entre os gregos por Afrodite. Outras referências mitológicas são encontradas em indivíduos cuja mudança de sexo não se dá por desejo, mas, sim, por punição divina. GREEN (1998) cita o mito do adivinho Tirésias de Tebas, que, ao ascender ao monte Citerão, encontra duas cobras copulando. Ao separá-las e matar a fêmea, ele é punido pelos deuses, sendo transformado em mulher. Sete anos depois, ao se adaptar a essa condição e forma femininas, Tirésias sobe o mesmo monte. Ao se deparar com a mesma cena de duas cobras copulando, mata o macho e, com isso, consegue ser novamente transformado em homem pelos deuses. Já no reino da Frígia (atualmente região da Turquia), os sacerdotes do deus Átis - filho e amante de Cibele, a mãe Terra - eram obrigados a se castrar em deferência a Átis, que se emasculou sob um pinheiro por conta desse amor proibido, mas realizado. (FRIEDMAN, 2002) Os gregos possuíam ainda um deus chamado Hermafrodita, que era o patrono da união sexual. Filho de Hermes e Afrodite possuía mamas e pênis. Conforme estátuas e representações no Museu do Louvre e outros museus, ele lembra muito os atuais travestis ou transexuais, tanto em forma física como em postura: masculina e feminina ao mesmo tempo. (GREEN, 1998) Outra referência mitológica remete a uma tribo de Cítios - povo da Antiguidade - os Enarees, que foram punidos por Afrodite por terem saqueado seu templo mais antigo, em Ascelon. Foram transformados em mulheres assim como toda a sua descendência. Hipócrates, todavia, via a feminilização dos Enarees como resultado de intensas e constantes cavalgadas que afetariam sua masculinidade por alguma forma de lesão física. (NEW; KITZINGER, 1993);(VON-KRAFFT-EBING, 1999) BRANDÃO (1997) relata que a travestilidade esta intimamente relacionada ao casamento do herói grego. São vários os heróis que mudam de sexo: Ceneu, Ífis,
  • 26. 25 Leucipo eram mulheres que foram transformadas em homens na época do casamento.
  • 27. 26 8 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA TERAPIA HORMONAL DE TRANSEXUAIS MTF O tratamento endrocrinológico tem como objetivo induzir o aparecimento de caracteres sexuais secundários compatíveis com a identificação de gênero através da terapia hormonal, assim como possibilitar o acompanhamento clínico. O tratamento é realizado por toda a vida do transexual, e só é interrompido para a realização da cirurgia. (ÁRAN; MURTA, 2006) O tratamento hormonal consiste em administrar cross – hormônios sexuais e anti-hormônios, que irão reduzir as características fenotípicas do sexo biológico, e irão desenvolver no paciente as características do sexo desejado. (MERIGGIOLA et al, 2010) Endocrinologistas são consultados por pessoas transexuais que desejam o tratamento hormonal para que possam viver como uma pessoa de seu gênero identificado. O tratamento endócrino proporciona algum alívio, mas, contudo existem riscos. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003) 8.1 ANTIANDRÓGENO Nesta classe, apresenta-se como principais fármacos no tratamento hormonal para transexuais a espironolactona e o acetato de ciproterona. (DEMPSEY, 2002) A administração de moduladores hormonais podem potencializar os efeitos do estrogênio. Os antiandrógenos diminuem os níveis séricos de testosterona, ou bloqueiam a sua ligação ao receptor de androgênio, reduzindo as características secundárias masculinas. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003) Sua dosagem é de 100 a 300 mg por dia. (DEMPSEY, 2002) É utilizado principalmente pelo fato de tornar o tratamento com o estrogênio ainda mais eficaz, pois assim irá oferecer maior feminização, diminuindo os efeitos masculinizantes que o paciente apresenta. (SOUSA, 2011)
  • 28. 27 Os principais efeitos adversos apresentados pelo uso de medicamentos antiandrogênio é a hiperpotassemia e o aumento de pêlos corporais. (PINHEIRO, 2008) Seu mecanismo de ação resulta da inibição da produção de testosterona e da interferência na ação androgênica. (LATRÔNICO, 1999) 8.2 PROGESTERONA O uso da progesterona na Terapia MTF induz o crescimento da mama avançado, diminuem a irritabilidade e sensibilidade da mama. Há risco de causar doença coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e embolia pulmonar, quando associado ao estrogênio. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003) O fármaco utilizado desta classe é o medroxiprogesterona, que deve ser usado em doses de 5 a 10 mg por dia. (DEMPSEY, 2002) 8.3 ESTROGÊNIO O estrogênio é um hormônio feminino, e é o mais importante hormônio na transição de masculino para feminino. Os mais utilizados são os estrógenos orais, pelo custo e também por fornecerem resultados satisfatórios. (DEMPSEY, 2002) A dose utilizada de estrogênio para o tratamento de transexuais é de duas á três vezes maior do que a dose que é recomendada para a reposição hormonal em mulheres na pós-menopausa. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003) A dosagem inicial é de basicamente de 6 a 8 mg por dia, e é consideravel que seja utilizado cerca de 100 mg de aspirina, como coadjuvante, pelo fato de que o estrogênio é um potente causador de coágulos de sangue. Os principais fármacos desta classe utilizados nesta terapia são o estradiol e o estradiol valerate. Porém a dosagem recomendada pode ser ajustada de acordo com o nível de testosterona que o paciente apresenta. (DEMPSEY, 2002) (SOUSA, 2011) A terapia realizada com esteroides causam efeitos adversos reais e aparentes. O principal e mais preocupante efeito, é o aumento de casos de
  • 29. 28 tromboembolismo venoso que já foram relatados. Outro fenômeno comum é o aumento dos níveis de prolactina, que podem ser ocasionados devido à associação de um crescimento acelerado de prolactinomas. (MOORE; WISNIEWSKI; DOBS, 2003) Os prolactinomas são tumores encontrados na hipófise, e é um grande produtor de prolactina. (GILLAM et al, 2006) O tromboembolismo provavelmente está relacionado com um efeito negativo que os hormônios esteroides fazem sobre os inibidores de coagulação. (MERIGGIOLA et al, 2010)
  • 30. 29 9 CIRURGIA EM MTF As cirurgias de transgenitalização começaram em 1970, quando se descobriu que seria possível utilizar tecidos do pênis e da bolsa escrotal para configurar uma genitália externa feminina. (FRANCO et al, 2010) O primeiro paciente submetido à intervenção cirúrgica para mudança de sexo foi o ex-combatente norte-americano George Jorgensen. Em 1952, ele fora operado, em Copenhague, pelo cirurgião plástico Paul Fogh-Andersen, adotando o nome de Christine Jorgensen. (CARDOSO, 2000) No Brasil, a primeira cirurgia de transgenitalização foi realizada em 1971, com o transexual Waldir Nogueira e foi realizado pelo cirurgião Roberto Farina. Gerou muita polêmica. Naquela época, o procedimento ainda não era reconhecido pelos órgãos representativos da medicina brasileira. Houve forte repercussão, por causa do tabu e preconceito envolvidos na questão. (MILITÃO, 2011) A cirurgia é a parte mais importante no tratamento do transexualidade, pois adapta morfologicamente a genital ao sexo com o qual o paciente se identifica. (ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009) De acordo com Cardoso (2000) a utilização da cirurgia tem como objetivo adaptar a realidade do transexual, harmonizando-o com o sexo psíquico ou psicossocial. Vieira (1998) diz ainda, que é objetivo da cirurgia, melhorar a saúde do paciente, beneficiando-o e facilitando sua sociabilidade. Não há dados que indiquem danos ao corpo dos pacientes operados. A cirurgia de troca de sexo não é apenas pelo fato do indivíduo querer mudar de sexo, mas é uma forma de adequação. Por mais que seja um procedimento irreversível, o indivíduo se sente bem, pois somente assim entrará em concordância com seu verdadeiro sexo. (VIEIRA, 2000b) A cirurgia não muda o sexo do indivíduo, ela apenas muda a genitália do mesmo, adequando-a ao sexo psicológico da pessoa. O que ocorre então na verdade, é a adequação do sexo, colocando em evidência o verdadeiro sexo, que é o sexo psicológico. (VIEIRA, 1998) O processo de mudança de sexo envolve tratamento psicoterapêutico, decisão junto à família, e laudos psiquiátricos que comprovem a presença da anomalia, bem como a garantia de que a cirurgia é adequada ao paciente e só pode
  • 31. 30 ser realizada em hospitais escolas, pois é experimental e segue protocolos. (MILITÃO, 2011) O procedimento cirúrgico que altera a genitália masculina para feminina é facilmente feita, além disso, pode ser realizada em apenas um tempo cirúrgico, ao contrário da cirurgia feminina para masculino. A uretra é amputada. O escroto é utilizado na construção da vagina. Grande quantidade de tecido remanescente após o esvaziamento peniano e escrotal oferece excelentes condições para a construção da vagina e vulva, como pode ser visto nas figuras 2A e 2B. (FRANCO et al, 2010; ESCARELLI et al, 2002) As cirurgias utilizadas em MTF são a vaginoplastia, clitoroplastia e labioplastia. Além disso, caso o tratamento com estrógeno não tiver obtido um ótimo resultado mamário, o paciente pode ainda recorrer á cirurgia plástica das glândulas mamárias, como a colocação de próteses de silicone. (WAAL; COHEN-KETTENIS, 2006) Além da cirurgia de troca de sexo, alguns outros procedimentos cirúrgicos podem ser necessários, como a rinoplastia para obter uma face mais feminina e uma fonocirurgia para afinar a voz. (ATHAYDE, 2001) Hoje, no Brasil, de forma legalizada, existem apenas quatro centros universitários que são autorizados a realizar estas cirurgias, ainda pelo fato de que, estas cirurgias são complexas e incluem riscos. Os centros universitários se localizam em São Paulo, Porto Alegre, Goiás e Rio de Janeiro. Em São Paulo, este centro está localizado em São José do Rio Preto, onde as cirurgias são realizadas pelo Dr. Cury. (ARANDA, 2010) No Brasil, a Resolução 1.482/97 autorizava, a título experimental, a realização de cirurgia de transgenitalização para o tratamento de casos de transexualismo. Entretanto, em 2002, a primeira resolução foi revogada pela Resolução 1.652, uma vez que haviam sido obtidos ótimos resultados com a neocolpo-vulvoplastias ou os demais procedimentos complementares, que são realizados em MTF. Essa nova resolução permitia que a prática desta cirurgia pudesse ser feita em hospitais públicos e privados. (MOTTA, 2009) (ARÁN; MURTA; LIONÇO, 2009) Mas foi somente no ano de 2008, que o Ministério da Saúde, através da Portaria n° 1.707 dispôs que a cirurgia para mudança de sexo faria parte da lista de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Estudos mostram que o número
  • 32. 31 de cirurgias no Brasil aumentou muito nos últimos anos, devido a possibilidade da cirurgia ser oferecida pelo SUS. (MILITÃO, 2011) De acordo com a Lei, somente pacientes com mais de 21 anos de idade podem realizar o procedimento, e que no pré-operatório, o mesmo deve ficar em acompanhamento e avaliação por um período de 2 anos, por uma equipe constituída por psiquiatras, cirurgiões, endocrionologistas, psicólogos e assistentes sociais. (MOTTA, 2009) Para o cirurgião plástico, o resultado da cirurgia não é a obtenção do prazer, mas sim o efeito estético que deverá ser semelhante ao sexo almejado. O prazer do paciente será resultante de uma somatória de fatores físicos e psíquicos. Contudo, a nova genitália deve permitir ao paciente a realização normal de atividade sexual. (VIEIRA, 1998)
  • 33. 32 A B Figura 4A: Pré-operatório MTF Figura 4B: Pós-operatório de 8 anos MTF Fonte: Transgenitalização masculino / feminino: experiência do Hospital Universitário da UFRJ
  • 34. 33 10 MUDANÇA DE NOME O nome é o símbolo que manifesta a imagem da pessoa em comunidade. É portanto, direito de personalidade, e deve estar de acordo com sua integridade física, psíquica e intelectual. Somente com a adaptação de se nome e sexo, e que o transexual poderá executar seus direitos civis e sua autonomia privada igualmente a qualquer outra pessoa. (RAMOS, 2011) A mudança de nome e de gênero no Registro Civil deve ser a última etapa realizada por um transexual. Neste momento, o paciente terá que recorrer ao Judiciário. (VIEIRA, 2000b) Anteriormente, a Justiça negava a retificação do registro civil, e quando aceitava fazia a exigência de que fosse colocado no sexo o termo transexual, mas isso causava uma situação de constrangimento vivida pelos indivíduos. Somente em 2009, é que o Superior Tribunal de Justiça passou a permitir a alteração do prenome e do gênero. (ROCHA, 2012) Após a realização da cirurgia, o transexual se depara com sua nova identificação social de sexo, porém com documentos do sexo oposto. Isso lhe causa uma enorme incompatibilidade, na qual seu nome e seu gênero documentado, não se referem a sua constituição física. (RAMOS, 2011) Contudo, deve-se lembrar, de que somente os casos comprovados clinicamente de transexualidade poderão recorrer á adequação do Registro Civil. Hoje, diversos transexuais, já conseguiram em Juízo a adequação da documentação, no qual foi realizada a troca do prenome e do sexo. (VIEIRA, 2000b) Roberta Close, a mais famosa transexual do Brasil só conseguiu a retificação de seu nome, após anos. Ao final da decisão, a Juíza ressaltou: “Somente os casos comprovados clinicamente de transexualidade poderão ser objeto de conhecimento pela esfera judicial, que decidirá, neste ou naquele sentido, de acordo com a prova dos autos e conhecimento formado no caso”. (VIEIRA, 1998) Em maio de 2012, o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, deu o direito à carteira de nome social aos travestis e transexuais por meio de um decreto, tornando o Rio Grande do Sul o primeiro Estado a possuir tal documento que, até então, tinha validade apenas em território gaúcho.
  • 35. 34 Em seguida, em novembro de 2012, foi a vez do estado do Pará a oferecer o RG social.O Conselho Estadual de Segurança Pública (Consep) aprovou por unanimidade, em reunião ordinária, o projeto para implantação da Carteira de Identidade Social para Travestis e Homossexuais no Estado do Pará.
  • 36. 35 11 A DIFERENÇA ENTRE HOMOSSEXUAL, TRAVESTI E TRANSEXUAL O transexual não pode ser confundido com o homossexual ou travesti, por definição e por agirem de formas diferentes. Principalmente no setor jurídico/psicológico, este engano não pode ocorrer, pois somente é liberada a troca do prenome para indivíduos que realmente sejam diagnosticados como transexuais, não é permitido á homossexuais e travestis. O homossexual aceita sua genitália morfológica. O indivíduo não rejeita seu fenótipo, apenas sente atração por pessoas do mesmo sexo. O travesti, não possui rejeição pelos seus órgãos sexuais, apesar de possuírem atitudes como se fossem do sexo oposto. O transexual possui um alto grau de insatisfação com seu estereótipo, pois não aceita o sexo que lhe foi dado pela natureza. O indivíduo considera que está em um corpo errado. (RAMOS, 2011) Devido ao preconceito da sociedade, o transexual é confundido com o homossexual. A sociedade não enxerga o transexualidade como um distúrbio genético, e sim como uma opção sexual. (MILITÃO, 2011) O homossexual se sente adequado quanto á determinação do seu sexo, se veste normalmente, e não aceita ser confundido com o sexo oposto. Contudo, o homossexual sente atração por outra pessoa que seja do mesmo sexo que o seu. Ao contrário do transexual, o homossexual não repudia o seu sexo anatômico, ao contrário, utiliza-o como forma de sentir prazer. O travesti faz uso de roupas do sexo oposto por fetiche, não repudiando sua identidade de gênero. (CARDOSO, 2000) O indivíduo homossexual não precisam possuir conflitos oriundos de sua condição. O travestismo se verifica em indivíduos que sentem prazer em se vestir com trajes típicos do sexo oposto. É definido como uma série de fenômenos complexos que podem ser praticados como um ritual masturbatório associado à excitação erótica. O transexualismo é definido como um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. É caracterizado como transtorno de identidade de gênero. (BERGESCH e CHEMIN, 2009)
  • 37. 36 12 CONCLUSÃO De acordo com o estudo realizado, foi possível concluir que o transtorno de identidade de gênero é uma doença de origem múltipla, e não somente um transtorno de identidade. Esta doença é caracterizada por distúrbio do hipotálamo. Os fármacos utilizados na terapia MTF, são principalmente das classes antiandrogênios, progesterona e estrogênios, e estes são utilizados no intuito do paciente conseguir obter traços femininos, e perder os masculinos. É um tratamento de risco, pois a indução de hormônios causa efeitos adversos graves, como principalmente AVC, embolia pulmonar e o aparecimento de prolactinomas. Assim como toda doença, o transexualidade necessita de um tratamento, e não tem o apoio dos profissionais da saúde. E é neste aspecto, que o farmacêutico deve estar presente, pois é o momento que o transexual pode começar a praticar a automedicação com os fármacos utilizados no tratamento hormonal. De fato, a cirurgia é o passo mais avançado para que o paciente chegue ao sexo oposto, porém é um processo de difícil acesso, pois mesmo com o apoio do Ministério da Saúde que liberou a cirurgia para o SUS, pode-se constatar que ainda falta a devida atenção a esses casos, já que são poucos os estudos direcionados a este tipo de tratamento. A demanda por pessoas que desejam a cirurgia é alta, e por isso, deveriam existir mais centros, que oferecessem este tipo de cirurgia.
  • 38. 37 REFERÊNCIAS ARÁN, M. Transexualismo e cirurgia de transgenitalização: Biopoder/Biopotência. v. 39. Brasília: Série Anis, 2005. Disponível em: <http://www.anis.org.br/serie/artigos/sa39(aran)transexualismo.pdf>. Acesso em: 22 out. 2012. ÁRAN, M; MURTA, D. Assistência a transexuais na rede de saúde pública no Brasil. Rio de Janeiro: CNPQ, 2006. ARÁN, M; MURTA, D; LIONÇO, T. Transexualidade e saúde pública no Brasil. v. 14. [S.l]: Ciência & Saúde Coletiva, 2009. p. 1141-1149. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v14n4/a15v14n4.pdf>. Acesso em: 22 out. 2012. ARANDA, F. O Procedimento cirúrgico da transgenitalização. São Paulo: IG, 2010. Disponível em: < http://verdadejuridica2.wordpress.com/2010/11/30/o- procedimento-cirurgico-da-transgenitalizacao/>. Acesso em: 04 nov. 2012. ATHAYDE, A. V. L. Transexualismo Masculino. v. 45. São Paulo: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 2001. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27302001000400014&lang=pt>. Acesso em: 04 nov. 2012. BERGESCH, V; CHEMIN, B. F. A Cirurgia de Transgenitalização e a Concretização dos Direitos Fundamentais Constitucionais. [S.l]: Revista Destaques Acadêmicos, 2009. Disponível em: <http://www.univates.br/files/files/univates/editora/revistas/destaquesacademicos/ano 1n2/A_cirurgia_de_transgenitalizacao.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2012. BRANDÃO, J. S. Mitologia grega. v.3, 7a ed. Petrópolis: Vozes; 1997. CARDOSO, R. P. Transexualismo e o direito à redesignação do estado sexual. [S.l]: BuscaLegis, 2000. Disponível em: < http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/31170-34463-1-PB.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2012. COSTA, Ronaldo Pamplona. Os onze sexos: as múltiplas faces da sexualidade humana. São Paulo: Editora Gente, 1994. DEMPSEY, L. Tratamento hormonal para se tornar uma mulher. [S.l]: eHow Brasil, 2002 . Disponível em: < http://www.ehow.com.br/tratamento-hormonal-tornar- mulher-estrategia_5888/>. Acesso em: 03 nov. 2012. DOMENICE, S. et al. Aspectos Moleculares da Determinação e Diferenciação Sexual. v. 46. São Paulo: Arquivo Brasileiros de Endocrinologia e Metabolização, 2002. P. 433-443. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000400015>. Acesso em: 30 out. 2012.
  • 39. 38 ESCARELLI, A. F. et al. Transexualismo. v. 4. [S.l]: Intertem@s, 2002. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/viewFile/34/37>. Acesso em: 23 out. 2002. FRANCO, T. et al. Transgenitalização masculino/feminino: experiência do Hospital Universitário da UFRJ. v. 37. Rio de Janeiro: Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 69912010000600009&lang=pt>. Acesso em: 04 nov. 2012. FRIEDMAN, D. M. Uma mente própria. Tradução de Ana Luiza Dantas Borges. Rio de Janeiro: Objetiva; 2002. GILLAM, M. P. et al. Advances in the Treatment of Prolactiomas. v. 27. Italy: Endocrine Reviews, 2006. p. 485-534. Disponível em: < http://edrv.endojournals.org/content/27/5/485.full>. Acesso em: 09 nov. 2012. GREEN, R. Mythological, historical and cross-cultural aspects of transsexualism. In: Denny D, editor. Current concepts in transgender identity. New York: Garland Publishing; 1998. p.3-14. GREGERSEN, E. Práticas sexuais. Tradução de Antonia Alberto de Toledo Serra e Edison Ferreira. São Paulo: Rosa; 1983. HYDE, J. C. Understanding human sexuality (5th ed.). New York: McGraw-Hill. JAGER, R. A human XY female with a frame shift mutation in the candidate testis-determining gene SRY. [S.l]: Nature, 1990. p. 452-454. Disponível em: < http://www.nature.com/nature/journal/v348/n6300/abs/348452a0.html>. Acesso em: 09 nov. 2012. LATRÔNICO, A. C. Testotoxicose: Uma Causa Rara de Pseudo Puberdade Precoce. v. 43. São Paulo: Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabolismo, 1999. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004- 27301999000300010&script=sci_arttext>. Acesso em: 27 nov. 2012. MARQUES, F. Tratamento para transexuais não se aplica a travestis. [S.l]: Fiocruz, 2003. Disponível em: < http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=966&sid=9>. Acesso em: 25 nov. 2012. MELO, F. Sexualidade no CID 10. [S.l]: Estudos da sexualidade, 2008. Disponível em: <http://estudosdasexualidade.blogspot.com.br/2008/01/sexualidade-no-cid- 10.html>. Acesso em: 25 nov. 2012. MENDES, J. S. Transexualidade não é equívoco. [S.l]: Entrevistas NP, 2008. Disponível em: < http://www.iesb.br/moduloonline/napratica/?fuseaction=fbx.Materia&CodMateria=318 4>. Acesso em: 26 nov. 2012.
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