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DESEMPREGO E MERCADO DE TRABALHO: perfil do Grupo de 
mulheres “Rádio Patroa” do CRAS do bairro do Jeremias em 
Campina Grande – PB 
Fabiana Faustino da Cruz 
Jucilene Carvalho Souza 
Mª Aparecida Barbosa Carneiro (Orientadora) 
RESUMO 
Este Artigo é resultado de estudos e pesquisa de campo realizada enquanto exigência da 
disciplina de estágio supervisionado em Serviço Social do curso de Serviço Social da 
Universidade  Estadual  da  Paraíba  e  tem  como  objetivo  analisar  o perfil  do grupo de 
mulheres  “Rádio  Patroa”  no  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social  (CRAS)  do 
bairro do Jeremias em Campina Grande – PB. A partir dos dados coletados, evidenciou­ 
se a ausência destas mulheres no mercado de trabalho formal, bem como a situação de 
baixa  renda  das  famílias  das  mesmas.  Chamou  especial  atenção  a  significativa 
participação dessas mulheres e suas famílias nos programas de transferência de renda. A 
metodologia adotada consistiu em pesquisa de campo com a aplicação de questionário. 
Palavras­chave:  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social;  Mercado  de  Trabalho; 
Transferência de Renda; 
ABSTRACT 
This  Article  is  resulted  of  studies  and  carried  through  research  of  field  while 
requirement of disciplines of period of training supervised in Social Service IV of the 
course of Social Service of the State University of the Paraíba and has as objective to 
analyze the profile of the group of women “Patro Radio” in the Center of Reference of 
Assistência Social (CRAS) of the quarter of the Jeremias in Campina Great ­ PB. From 
the collected data, it was proven absence of these women in the market of formal work, 
as well as the low income situation of the  families of the  same ones. The significant 
participation called special attention these women and its families in the programs of 
income transference. The adopted methodology consisted of research of field with the 
questionnaire application. 
Keywords:  Center  of  Reference  of  the  Social  Assistance;  Group  of  women  “Radio 
Master”; Transference of Income.
1 
1. INTRODUÇÃO 
A  pesquisa  que  ora  nos  propomos  a  apresentar,  expõe  o  perfil  do  grupo  de 
mulheres  “Rádio  Patroa”  do  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social  (CRAS)  do 
bairro do Jeremias em Campina Grande – PB. Resulta de estudos e pesquisa de campo 
realizada enquanto exigência da disciplina de estágio supervisionado em  serviço social 
do curso de Serviço Social da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB no período de 
novembro de 2008. Tem como objetivo analisar o perfil das mulheres do referido grupo 
relacionando­o  aos  determinantes  políticos,  econômicos  e  sociais  predominantes  na 
sociedade  capitalista.  O  método  que  nos  permitiu  abordar  a  realidade  foi  o  crítico­ 
dialético, por meio de questionário sócio­econômico, a amostra correspondeu a um 15 
usuárias  integrantes  do  grupo  “Rádio  Patroa”  do  CRAS    do  Jeremias  em  Campina 
Grande – PB. 
A  problemática  da  condição  da  mulher  na  sociedade  vem  ganhando  especial 
atenção  dos  pesquisadores,  pois  têm  sido  alvo  privilegiado  para  o  exercício, 
aprofundamento e o aparecimento de formas de discriminações que retiram e/ou violam 
a legitimidade dos direitos da mulher. Nesse aspecto, é importante demarcar o percurso 
sócio­histórico da mulher no tocante as suas conquistas diante do mercado de trabalho. 
Conquistas estas que levaram muito tempo para se efetivarem e que surgiram através de 
lutas  por  direitos  e  igualdade,  advindas  desde  o  século  XVIII.  Neste  contexto,  as 
mulheres  eram  vistas  como  incapazes  de  se  defenderem  e  de  auto­administrarem­se, 
sendo privadas da vida pública e relegadas à privação no espaço doméstico na função de 
domésticas.  Já  nos  séculos  XIX  e  XX  as  mulheres  conseguem  o  direito  ao  voto,  à 
propriedade e à educação, mas essa igualdade era baseada no modelo patriarcal. Assim 
sendo, a subordinação feminina pode ser encarada ou pensada, por algumas correntes 
que defendem o pensamento feminista, como algo variável em função do tempo e lugar 
em que se estudem tais relações. 
Face às mudanças no século XXI, o mundo globalizado e a moderna sociedade 
ainda consideram as responsabilidades familiares e domésticas pertencentes quase que 
sempre e exclusivamente ao universo feminino. Este é mais um fator que contribui para 
o aprofundamento das desigualdades e para afetar a situação de trabalho das mulheres. 
Segundo Fonseca (2004, p. 122) “a divisão do trabalho e o não compartilhamento das 
responsabilidades  familiares  e  domésticas  limitam  as  possibilidades  das  mulheres, 
sejam elas negras ou brancas”.
2 
Com o processo de globalização e a reestruturação produtiva, as realidades do 
mundo do  trabalho  vêm  mudando de maneira  significativa.  Assim,  neste  contexto de 
diversas  modificações  e  de  heterogeneidade,  que  vem  crescendo  na  atividade  do 
trabalho e de trabalhadores/as, torna­se  fundamental considerar as relações de gênero 
como um dos elementos que diferem as experiências de trabalho de homens e mulheres. 
Os  modos de  socialização  e  a própria organização da  sociedade, que separam  a  vida 
pública e a vida privada como distribuição desigual das responsabilidades familiares e 
domésticas que recaem sobremaneira nas mulheres. 
A crise do paradigma taylorista­fordista na década de 1970 e a entrada de novas 
tecnologias  baseadas  na  microeletrônica,  tanto  nas  indústrias  como  nos  serviços, 
ocasionaram transformações no mundo do trabalho, e, desta forma, o trabalho não se 
organiza  mais  na  interface  do  operador/máquina/posto  de  trabalho,  onde  tempos  e 
gestos são programados e controlados; com isso, surge como fundamental a necessidade 
do trabalho em equipe, dos “tempos compartilhados”, na troca constante de informações 
e  participação dos trabalhadores  na  gestão  da produção.  A produtividade da empresa 
não está mais fundamentada na rapidez de planejamento e na resolução dos problemas 
que aparecem em diferentes situações. 
Com  a  reestruturação  produtiva,  o  processo  de  produção  sustenta­se  na 
flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos 
padrões de consumo e da força de trabalho, sendo percebido em diferentes contratos que 
se caracterizam por: 
[...] formal  mais estável, temporário, terceirizado,  parcial e também 
outras gamas de trabalho sem contrato registrado, trabalho informal e 
uma  gama  variada  de  trabalhos  precarizados  A  flexibilidade 
apresenta­se como um elemento chave na competição empresarial, o 
que traz como conseqüências estratégicas diferenciadas nas relações 
de  trabalho  e  na  desregulamentação  das  leis  trabalhistas.  (NEVES, 
2002, p.50). 
O que se verifica através de diversas pesquisas, é que há diferentes formas de 
flexibilidade com impactos diferenciados entre homens e mulheres. 
A  análise  apresentada  por  pesquisas  prova  que  mesmo  com  as  inovações 
tecnológicas,  a  relação  entre  tecnologia  e  trabalho  feminino  ainda  permanece  a  ser
3 
definida muito mais pelo conteúdo ideológico que discrimina as mulheres do que pela 
competência técnica. 
O banco de dados da Fundação Carlos Chagas (2000, apud NEVES, 2002, p. 52) 
manifesta  com  clareza,  que  a  presença  das  mulheres  no  mercado  de  trabalho  está 
marcada  por  continuidades  e  mudanças.  As  análises  efetivadas  pela  Fundação 
demonstram que as atividades ocupacionais femininas continuam concentradas no setor 
de serviços, principalmente no emprego doméstico e no setor informal e desprotegido 
do mercado de trabalho. Além disso, as pesquisas chamam atenção para a permanência 
de determinados traços culturais e sociais, que dificulta uma participação mais efetiva 
da mulher no mercado de trabalho, devido à responsabilidade com a família, a execução 
de  tarefas  domésticas,  que  ainda  continuam  como  responsabilidade  da  maioria  das 
mulheres, e a maternidade, com a exigência de cuidados com os filhos pequenos. 
Desta  forma,  se  os  dados  apresentados  pelas  pesquisas  sobre  mercado  de 
trabalho  demonstram  o  aumento  crescente  da  presença  feminina,  principalmente  em 
ocupações  que  apresentavam  anteriormente  uma  maior  incidência  masculina,  ainda 
continuam as desigualdades. Conforme a análise realizada pela Fundação Carlos Chagas 
(2000,  op.cit,  2002,  p.53)  o  fato  de  as  trabalhadoras  disporem  de  credenciais  de 
escolaridade  superiores  aos  seus  colegas  de  trabalho,  não  se  reverte  em  ganhos 
semelhantes,  pois  os  dados  deixam  claros  que  homens  e  mulheres  com  igual 
escolaridade  possuem  rendimentos  diferentes.  Essa  desigualdade  torna­se  mais 
crescente entre as pessoas de maior escolaridade, pois se dois terços dos homens com 15 
anos  e  mais  de  estudo  ganham  mais  de  dez  salários  mínimos,  apenas  um  terço  das 
mulheres  com  o  mesmo  nível  de  escolaridade  tem  rendimentos  equivalentes.  Além 
disso,  ainda  permanecem  os  guetos  ocupacionais,  como  enfermeiras,  secretárias, 
professoras  primárias,  caracterizando  outra  forma  de  descriminação,  pois  ocorre  um 
afastamento  das  mulheres  em  ocupações  de  pouco  prestígio  e  baixos  níveis  de 
remuneração. Vale salientar, que existe também um alto índice de ocupação feminina no 
setor de serviços, principalmente como empregadas domésticas. 
Destacar  alguns  aspectos  das  permanências  e  das  mudanças  da  participação 
feminina  no  mercado  de  trabalho  torna­se  importante  para  a  análise  das  relações  de 
gênero  no  contexto  do  trabalho,  apontando  a  questão  da  qualificação,  pois  são  as 
relações  sociais que  fundamentam  os  lugares e  as  práticas  de  homens e  mulheres  na 
divisão do trabalho e suas modificações.
4 
As  exigências  do  mercado  de  trabalho  para  novos  requisitos  aumentaram 
consideravelmente  as  exigências  de  preparação  e  treinamento  dos  indivíduos  em 
diferentes habilidades. Desta forma: 
A questão em foco é que os trabalhadores não estão preparados para 
atender  às  novas  exigências  de  qualificação  de  mão­de­obra.  O 
conceito  de  empregabilidade  joga,  portanto,  sobre  o  trabalhador  a 
responsabilidade  pelo  desemprego.  (LEITE,  1997,  apud  NEVES, 
2002, p.56). 
Segundo Hirata (1994, apud NEVES, 2002, p.56), no que se refere à questão das 
novas exigências de qualificação no contexto da reestruturação produtiva: 
[...]  a  autora  procurou  distinguir  a  relação  entre  qualificação  e 
competência.  Para  ela,  o  conceito  de  qualificação  possui  múltiplas 
dimensões  como  a  qualificação  para  o  emprego,  a  qualificação  do 
trabalhador e  a qualificação como relação social. [...] O conceito de 
competência  designa  saber  ser,  mais  do  que  saber  fazer  e  implica 
dizer que o trabalhador competente é aquele que sabe utilizar todos os 
seus conhecimentos ­ obtidos através de vários meios e recursos – nas 
mais diversas situações encontradas em seu posto de trabalho. 
O conceito de empregabilidade joga, portanto, sobre o/a trabalhador/a, a culpa 
pelo desemprego; e deste modo, o conceito de competência assume caráter central da 
qual, segundo Hirata (1994, op.cit, 2002, p.56): 
A  qualificação  no  novo  contexto  passa  assim  a  ser  definida  com 
competência que [...] está totalmente ausente a idéia de relação social, 
e sua gênese estaria associada à crise da noção de posto de trabalho e 
a de um certo modelo de classificação e de relações profissionais. 
A  idéia  de  competência,  assim  entendida,  reduz  a  noção  de  qualificação 
compreendida em seus aspectos multidimensionais e se apresenta centrada na habilidade 
individual  de  se  motivar  para  a  resolução  dos  problemas,  muito  mais  do  que  sua 
bagagem de conhecimentos. Essa competência está também unida às novas formas de 
gestão  que requerem do/a trabalhador/a profundo  envolvimento  com  todo o processo
5 
produtivo e com os objetivos da empresa; não só um envolvimento de suas habilidades 
adquiridas, mas também um comprometimento de sua subjetividade. 
Como salienta Neves (2002, p.56), essas modificações não ocasionam apenas a 
introdução de  inovações  tecnológicas e,  portanto  da  alteração  no  processo produtivo, 
mas geram também a introdução de novas formas de relação entre o capital e o trabalho. 
A  denominação  dos/as  trabalhadores/as  como  “colaboradores/as”,  o  envolvimento  de 
todos/as com os objetivos da empresa, a satisfação constante do/a cliente e a aparente 
supressão  entre  concepção,  execução  e  controle,  tendem  a  debilitar  o  conflito  de 
interesses. 
As empresas exigem do trabalhador/a uma forte interação com as metas da firma 
e  para  isso  várias  medidas  são  implementadas  num  contexto  de  controle,  tensões  e 
solicitações. Neste aspecto, Neves (2002, p. 57) expõe que: 
O apelo à subjetividade do trabalhador é uma constante destes novos 
modelos  que  investem  na  motivação  e  no  desenvolvimento  da 
qualidade pessoal de cada um. Neste novo contexto o que se observa 
é uma interação entre  flexibilidade, individualização e subjetividade 
definindo  um  quadro  específico  e  diferenciado  para  as  novas 
exigências de qualificação. 
Segundo  Leite  (1997,  apud  NEVES, 2002,  p.57),  quando  se  pensa  na  relação 
entre  emprego  e  formação  da  mão­de­obra  refere­se  à  diferença  entre  distintas 
habilidades  ou  tipos  de  competência  requisitados  pelo  mercado  de  trabalho.  A  esse 
respeito, Neves (2002, p.57), afirma que: 
[...]  a  escolaridade  e  qualificação  técnica  constituem  duas  formas 
diferentes de competência e possuem comportamento diferenciado no 
mercado  de  trabalho.  Se,  por  exemplo,  existe  hoje  uma  exigência 
cada  vez  maior  do  mercado  de  trabalho  em  termos  de  maior 
escolaridade,  por  outro  lado,  a  questão  da  competência  profissional 
vem passando por uma série de transformações. 
De  acordo  Leite  (1997,  p.64,  op.cit,  2002,  p.58),  qualquer  proposta  de 
qualificação  profissional  ou  reaproveitamento  da  mão­de­obra  que  objetive  a 
diminuição dos números de desempregados, seja a melhoria dos empregos existentes,
6 
apenas tem sentido em relação com uma política de geração de emprego e renda que 
efetivamente se proponha a enfrentar as tendências destrutivas do mercado de trabalho. 
Desta  forma,  podemos  observar  que  o  trabalho  feminino  vem  apresentando 
mudanças  e  permanências  ao  longo  dos  últimos  anos,  e  que  apesar  das  mulheres 
ampliarem  sua  presença  em  ocupações  de  prestígio,  que  antes  eram  exclusivas  dos 
homens, as desigualdades ainda permanecem em diversos setores. 
No  novo  contexto  de  reestruturação  produtiva,  onde  são  colocados  novos 
desafios  para  os  trabalhadores/as,  torna­se  imprescindível  a  inserção  do  gênero  aos 
estudos  dobre  a  temática  do  trabalho,  pois  nos  permite  compreender  as  relações 
hierárquicas de poder que se estabelecem entre homens e mulheres. 
O  modo  como  as  mulheres  estão  inseridas  hoje  no  mercado  de  trabalho,  seja 
como produtoras ou reprodutoras da força de trabalho e, principalmente, pela condição 
de  classe,  gênero,  etnia,  orientação  sexual,  idade,  religião  e  outros  aspectos  de 
identidade e nacionalidade têm tornado cada vez mais visível a difícil realidade dessas 
trabalhadoras. Neste sentido, há uma interposição assimétrica nas relações de gênero e a 
categoria  trabalho  no  mercado  globalizado.  “Com  o  processo  de  globalização  estas 
questões têm se agravado fortemente interferido na vida destas mulheres” (LIMA, 2007, 
p. 54). 
O  Movimento  Feminista,  lançado  a  partir  de  fins  da  década  de  1960,  desde 
sempre, teve um papel importante nessa discussão, principalmente pela  crítica que se 
faz às relações hierárquicas entre homens e mulheres. É possível observar no debate em 
torno da divisão sexual do trabalho, que estas relações hierárquicas se constituem num 
dos mecanismos para a manutenção da subordinação da mulher, atribuindo­se a elas e 
aos  homens  lugares  diferenciados  e  desiguais  no  mercado  de  trabalho,  ampliando­se 
para outros setores da vida social. Tal divisão consiste na apropriação, pelo mundo do 
trabalho,  das  relações  de  gênero  dominantes.  O  tema  da  divisão  sexual  do  trabalho, 
neste sentido, parece importante nas análises das relações de trabalho e as repercussões 
no cotidiano de trabalhores/as. Nesse sentido, Lima acrescenta que: 
As  profundas  alterações  provocadas  pelas  políticas  neoliberais,  a 
globalização  da  economia  e  o  comércio  mais  livre  tem  agravado  as  já 
existentes desigualdades de gênero. Essa discriminação se constitui como 
elemento dramático neste  processo,  gerando diferentes impactos  para as 
mulheres, mesmo considerando­se que neste período houve um acréscimo
7 
importante  da  mão­de­obra  feminina  no  mercado  de  trabalho  (LIMA, 
2004, p. 56). 
No contexto atual, para muitas mulheres, o trabalho fora de casa é visto como 
necessidade econômica e financeira, como fator de valorização pessoal, fonte de renda, 
status,  indepedência  financeira,  poder,  competição  com  homens,  etc.  Na  realidade 
vigente os lugares ocupados pelas mulheres no mundo do trabalho ainda apresentam­se 
desiguais  em  relação  ao  trabalho  masculino.  As  mulheres  recebem  salários  baixos, 
mesmo  quando  o  seu  grau  de  escolaridade  é  mais  alto  que  o  dos  homens  e  têm 
dificuldades  de  oportunidades  para  a  ascenção  profissional.  Vale  salientar  que  estas 
questões se acentuam ainda mais, quando se trata das mulheres negras. 
Além  de  todas  as  problemáticas  enfrentadas  pelas  mulheres  no  mercado  de 
trabalho, quer seja formal ou informalmente, elas ainda são alvos de abuso de poder por 
parte de chefias, tais como assédio sexual, moral, punições por atrasos e faltas quando 
necessitam cuidar da saúde, constituindo ­ se num quadro grave de desigualdade social 
pela sua condição sexual. 
Nesse  contexto,  é  importante  destacar  que  para  as  mulheres  é  central  o 
reconhecimento de que as diferenças são culturais e que a organização dos movimentos 
sociais e feministas no continente deve articular­se partindo das demandas existentes, do 
ponto de vista de gênero e da justiça social. 
Portanto,  considerar  a  perspectiva  de  gênero  e  incorporá­la  às  relações 
comerciais  de  trabalho  e  à  vida  cotidiana,  permitiria  no  dizer  de  Lima  “garantir  a 
igualdade de oportunidades para mulheres e homens como condição para uma equidade 
social e de eficiência na distribuição da riqueza” (LIMA, 2004, p. 58). 
Se as mulheres crêem que a sua situação dentro da sociedade é uma situação 
ótima...  se  as  mulheres  crêem  que  a  missão  revolucionária  dentro  da 
sociedade se cumpriu, cometeram um grave erro. A nós parece­nos que as 
mulheres  têm  de  se  esforçar  muito  para  chegar  a  alcançar  o  lugar  que 
realmente  lhes  compete  ocupar  dentro  da  sociedade  (Fidel  Castro  apud 
LARGUIA; DUMOULIN, 1971, p. 43). 
Diante  desse  contexto,  podemos  destacar  que,  as  relações  de  gênero  se 
estabelecem nos processos produtivos, no interior de uma sociedade regida pelo valor 
de  troca,  construídos  social  e  culturalmente,  pois  possibilitam  a  construção  de
8 
desigualdades e preconceitos do trabalho feminino, e, deste modo, faz­se necessário a 
superação  de  tais  empecilhos  ao  desenvolvimento  das  relações  de  gênero, 
principalmente  no que diz respeito à participação da mulher  no mercado de trabalho, 
através  de  discussões,  estudos,  pesquisas,  conscientização  dos  sujeitos  por  meio  de 
políticas públicas voltadas para esta temática, etc., para que as mulheres obtenham de 
fato a legitimação de suas conquistas, e para o enriquecimento do debate em torno de 
tais  relações,  além  de  gerar  a  possibilidade  de  novas  conquistas  nesta  temática  tão 
fundamental em nossa sociedade. 
2.  O  CENTRO  DE  REFERÊNCIA  DA  ASSISTÊNCIA  SOCIAL  – 
CRAS/JEREMIAS 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), também conhecido como 
“Casa  da  Família”  é  a  unidade  pública  estatal  responsável  pela  oferta  de  serviços 
continuados  de  proteção  social  básica  de  Assistência  às  famílias  e  indivíduos  em 
situação vulnerabilidade social. 
No CRAS são oferecidos os serviços e ações: apoio às famílias e indivíduos na 
garantia de seus direitos de cidadania com destaque no direito á convivência familiar e 
comunitária,  serviços  continuados  de  acompanhamento  social,  seus  representantes, 
proteção social pró­ativa, visita à famílias em situações de risco, acolhida para recepção, 
escuta, orientação e referência. 
Cada  município  deve  identificar  o(s)  território(s)  de  vulnerabilidade  social 
nele(s) implantar o CRAS de forma a aproximar os serviços dos usuários. O CRAS deve 
ser  instalado  próximo  ao  local  de  maior  concentração  das  famílias  em  situação  de 
vulnerabilidade conforme indicadores na Norma Operacional Básica do Sistema Único 
de Assistência Social – NOB/SUAS. 
Os seus objetivos visam contribuir para a efetivação da Política de Assistência 
Social como política pública garantidora de direitos de cidadania e trabalhando para o 
desenvolvimento social, para superar a abordagem fragmentada e individualizada dos 
programas tradicionais, garantir a convivência familiar e comunitária dos membros das 
famílias  para  o  progresso  de  autonomia  e  emancipação  social  das  famílias  e  seus 
membros, viabilizar a formação para a cidadania, articular e integrar ações públicas e 
privadas em rede.
9 
A sua capacidade de atendimento varia de acordo com o porte do município e 
com o número de famílias em situação de vulnerabilidade social, conforme estabelecido 
na NOB/SUAS. 
Sua organização por área de abrangência dar­se da seguinte forma: 
Nº. DE FAMÍLIAS  CAPACIDADE DE ATENDIMENTO 
Até 2.500  Até 500 famílias / ano 
Até 3.500  Até 700 famílias / ano 
Até 5.000  Até 1000 famílias / ano 
O espaço físico deve ser compatível com os serviços nele ofertados. Abriga no 
mínimo  três  ambientes  com  funções  bem  definidas:  uma  recepção,  uma  sala  para 
entrevistas  e  um  salão  para  reunião  com  grupos  de  famílias.  O  ambiente  deve  ser 
acolhedor  para  facilitar  a  expressão  de  necessidades  e  opiniões,  com  espaço  para 
atendimento individual, que garanta privacidade e preserve a integridade e a dignidade 
das famílias. 
O CRAS deve ser acessível para pessoas com deficiência e idosos, deve possuir 
identidade visual própria. Os CRAS co­financiados pela União deverão ter placa padrão 
na frente do prédio da instituição. 
Na  cidade  de  Campina  Grande  –  PB,  encontram­se  instalados  cinco  CRAS  – 
“Casa  da  Família”,  localizados  nos  bairros  de  Nova  Brasília,  Jeremias,  Catingueira, 
Ramadinha  I  e  Catolé,  considerados  áreas  de  maior  concentração  de  famílias  em 
vulnerabilidade social. 
A  “Casa  da  Família”  em  sua estrutura  física  comporta uma  sala  de  recepção, 
uma para o Serviço Social, uma para a psicologia e outra para a coordenação, contando 
ainda com cozinha, dois banheiros e uma sala para reuniões e cursos profissionalizantes. 
Diante do exposto, constata­se que a casa em sua estrutura física não atende o que está 
proposto  no  Guia  de  Orientações  Técnicas­  SUAS­  nº.1  de  Proteção  Social  Básica, 
tendo em vista que não há facilidade no acesso de Pessoas Portadoras de Deficiência 
Física e Redes de Informação, o dificulta a eficácia dos serviços. 
Esta Instituição atende os bairros do Araxá, Cuités, Jardim Continental, Monte 
Santo,  Palmeira,  Promorá  e  Rosa  Mística,  atuando  com  de  grupos  de  mulheres, 
gestantes,  idosos,  crianças  e  adolescentes,  através  de  palestras  sócio­educativas  com 
temáticas variadas, tais como: sexualidade, violência, drogas e outros temas sugeridos
10 
pelos grupos, cursos profissionalizantes, visitas domiciliares, encaminhamentos e uma 
primeira escuta no atendimento psicológico. 
Dentre  os  cursos  oferecidos,  destacam­se  os  de  mosaico,  pintura  vasada  em 
tecido,  cabeleireiro,  biscuit,  informática,  bordado,  pintura  de  parede,  texturização  de 
parede, secretariado, recepcionista, telefonista, manicure e telemarketing, sendo todos 
ministrados por profissionais qualificados. 
Atualmente a Equipe Técnica da Casa conta com três Assistentes Sociais, três 
Psicólogas e quatro estagiárias de Serviço Social, contando com mais quatro membros 
da Equipe de Apoio. 
No tocante á estrutura organizacional, a Casa possui uma Coordenação, todavia 
cada técnico possui uma atribuição no âmbito da sua profissão. 
3. O PERFIL DO GRUPO DE MULHERES “RÁDIO PATROA” DO CRAS 
O  Grupo  “Rádio  Patroa”  é  predominantemente  composto  por  mulheres,  o 
mesmo contém em torno de 60 mulheres com idade entre 21 e 69 anos de idade. Este 
grupo  é  um  dos  primeiros  formados  no  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social 
(CRAS)  também  conhecido  como “Casa  da  Família”.   O  referido  grupo  se  reúne  na 
Casa  da  Família  uma  vez  por  mês.  Nas  reuniões  do  grupo  as  técnicas  (Assistentes 
Sociais e Psicólogas) realizam palestras, oficinas e eventos comemorativos e também 
para tratar  assuntos internos do Grupo.  Os temas  das palestras são  diversificados, de 
acordo com a necessidade maior de abordagem  do tema, tais  como tabagismo, como 
criar uma cooperativa etc. Nas reuniões há uma significativa participação das usuárias, 
que aproveitam a oportunidade para tirar dúvidas, dar exemplos relacionados ao tema e 
expor sua opinião acerca da problemática em questão. 
A  pesquisa  em  pauta  é  de  natureza  quantiqualitativa,  tendo  em  vista  que 
contempla o exame de dados qualitativos e quantitativos, com uma perspectiva crítica 
no ituito de conhecer e compreender a caracterização do Grupo “Rádio Patroa do CRAS 
– Jeremias em Campina Grande – PB. 
O  método que  permitiu abordar  a realidade  numa relação permanente  entre  o 
particular e o geral foi o crítico­dialético, uma vez que o mesmo possibilita apreender 
aspectos históricos, econômicos, sociais, políticos, ideológicos e culturais que permeiam 
o objeto de estudo.
11 
Quanto ao Estado Civil destas mulheres, os dados da pesquisa revelaram que há 
a  predominância  de  mulheres  casadas  no  Grupo,  além  disso,  o  número  de  filhos 
encontra­se  numa  média  entre  1  a  7  filhos,  sendo  que  todas  as  mulheres  do  grupo 
responderam  que  possuem  filhos.  Com  relação  à  composição  familiar  a  pesquisa 
revelou que, no grupo, permanecem em maior quantidade as famílias formadas por pai, 
mãe  e  filhos,  que  consiste  no  modelo  de  família  tradicional,  valendo  destacar  que  a 
média  de  habitantes  por  domicílio  no  que  diz  respeito  às  famílias  dessas  mulheres, 
encontra­se entre 2 e 7 pessoas. 
GRÁFICO 1 – ALFABETIZAÇÃO DO GRUPO RÁDIO PATROA 
80% 
20% 
Lê e escreve  Sabe apenas assinar o nome 
Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina 
Grande – PB. 
GRÁFICO 2 – NÍVEL DE ESCOLARIDADE DO GRUPO RÁDIO PATROA 
7% 
79% 
7%  7% 
Não Alfabetizada  Ensino Fundamental Incompleto 
Ensino Médio Incompleto  Ensino Médio Completo 
Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina 
Grande – PB.
12 
Os  dois  gráficos  acima  expressam  o  baixo  nível  de  escolaridade  dessas 
mulheres, já que a grande maioria não concluiu sequer o ensino fundamental e o pior, 
20% sabem apenas assinar o nome, o que denuncia a ausência de escolaridade por parte 
destas  mulheres,  bem  como  o  abandono  muito  cedo  das  atividades  escolares  pelas 
mesmas. 
GRÁFICO  3  –  OCUPAÇÃO  DAS  MULHERES  DO  GRUPO  “RÁDIO 
PARTROA” NO MERCADO DE TRABALHO 
0 
2 
4 
6 
8 
10 
12 
14 
Dona de Casa  Estudante  Trabalhadora Informal 
Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina 
Grande – PB. 
O  gráfico 3 demonstra que a maioria destas mulheres  não contribuem com as 
despesas da casa, já que as mesmas não dispõem de nenhuma renda, sendo portanto, 
financeiramente  dependentes  de  terceiros,  constituindo­se  num  fator  que  contribui 
bastante  para  a  submissão  das  mulheres  já  que  81%  delas  são  domésticas,  13% 
estudantes e 6% trabalhadoras informais.
13 
GRÁFICO 4 – RENDA MENSAL FAMILIAR 
7% 
40% 
46% 
7% 
Não possui  Menos de 1 Salário Mínimo 
1 Salário Mínimo  2 Salários Mínimos 
Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina 
Grande – PB. 
Os resultados da pesquisa apontam que 46% das famílias das mulheres 
do  Grupo  “Rádio  Patroa”  conseguem  sobreviver  com  1  salário  mínimo,  o  que 
demonstra a situação de baixa renda dessas famílias, as quais se encontram em situação 
de  vulnerabilidade  social,  numa  sociedade  capitalista  excludente  e  permeada  pela 
grande concentração de riquezas. 
GRÁFICO  5  –  SITUAÇÃO  DE  MORADIA  DAS  MULHERES  DO  GRUPO 
“RÁDIO PATROA” 
66% 
20% 
7% 
7% 
Própria  Alugada  Cedida  Agregada 
Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina 
Grande – PB. 
Os dados acima revelam que a grande maioria dessas mulheres mora em casa 
própria, o que se constitui num fator favorável a estas e suas famílias, apesar da situação 
de pobreza vivenciada por essas.
14 
GRÁFICO  6  –  BENEFÍCIOS  RECEBIDOS  PELAS  USUÁRIAS  DO  GRUPO 
“RÁDIO PATROA” 
67% 
33% 
Bolsa Família  BPC 
Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina 
Grande – PB. 
O gráfico acima demonstra a significativa participação dessas mulheres e suas 
famílias  nos  programas  de  transferência  de  renda  (Bolsa  Família),  fato  este  que 
confirma  a  assistencialização  das  políticas  sociais  em  detrimento  das  políticas 
estruturantes (programas, serviços e projetos). Vale destacar que a ênfase nos programas 
de renda mínima constitui­se numa assistência focalizada, compensatória e imediatista 
que não resolve o problema estrutural da sociedade. 
O que está em discussão é o próprio modelo de proteção social no Brasil, que 
traz um novo modo de tratamento da questão social brasileira, centrando suas ações nos 
programas  de  combate  à  pobreza  em  acordo  com  os  organismos  internacionais 
financeiros.  Com  isso,  frente  à  impossibilidade  de  assegurar  o  direito  ao  trabalho,  o 
Estado  capitalista  amplia  os  espaços  de  ação  da  Assistência  Social  à  proporção  que 
limita o acesso à saúde e à previdência social públicas, o que Mota (2008) chama de 
centralidade  da  Assistência  Social,  que  por  sua  vez,  se  dá  apenas  nos programas  de 
transferência  direta,  contribuindo  para  amenizar  a  agudização  da  pobreza  ocasionada 
pela ausência de trabalho. 
As políticas focalizadas são vistas com grande entusiasmo e simpatia, por serem 
consideradas  mais  eficientes,  atingindo  diretamente  os  mais  pobres,  por  meio  de 
orçamentos mais estreitos e flexíveis, de acordo com as condições de austeridade fiscal. 
Na  realidade,  ao  contrário  dos  gastos  com  previdência,  saúde  ou  serviços  sócio­ 
assistenciais da Política de Assistência Social, rígidos em sua execução e expressivos 
como  parcela  do  gasto  público  total;  os  gastos  em  determinados  programas  de 
transferência de renda são flexíveis às disponibilidades de recursos.
15 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com base nos dados da pesquisa, observa­se a ausência das mulheres do grupo “Rádio 
Patroa” no mercado de trabalho formal, bem como a situação de baixa renda de suas 
famílias  e  a  ênfase  na  tendência  à  permanência  e  expansão  dos  programas  de 
transferência de renda em detrimento das políticas estruturantes, no enfrentamento da 
questão social. Nesse contexto, o quadro de pobreza e de miséria resultante do desigual 
e  concentrador  processo  de  produção  e  apropriação  indevida  de  renda,  patrimônio  e 
riquezas,  gestado  historicamente  neste  país,  vem  se  agravando  ainda  mais,  frente  à 
substituição dos investimentos sociais pelos ditames do ajuste fiscal gerado pela política 
econômica neoliberal do governo federal de muitos estados e municípios. Além disso, a 
retração  de  recursos  públicos  destinados  à  proteção  da  cidadania,  fantasiados  pela 
retórica da modernização e da focalização tem reforçado a equivocada caracterização da 
Assistência Social enquanto benevolência estatal e/ou privada, sem ruptura efetiva com 
o  tradicional  clientelismo  e  assistencialismo  de  que  é  exemplo  o  Programa  Bolsa 
Família  ­  PBF,  enfraquecendo  a  estrutura  dos  direitos  sociais  na  esfera  política, 
administrativa  e  financeira  das  políticas  governamentais.Além  disso  provoca  uma 
acomodação  por  parte  dos  seus  beneficiários,  que  tendem  a  não  recorrer  mais  ao 
mercado de trabalho e se tornar dependente de um programa provisório, que não acaba 
com o problema da pobreza, apenas a apazigua.
16 
REFERÊNCIAS 
Disponível em:  www.mentecerebro.com.br.2006, Acesso em: 15 de novembro de 2008. 
LARGUIA, Isabel; DUMOULIN, John. Para uma ciência da libertação da mulher. 
Cuba. Global. n. 65­66, p. 9­13, mar/jun, 1971. 
LIMA,  Maria  Ednalva  Bezerra  de.  A  dimensão  do  trabalho  e  da  cidadania  das 
mulheres  no  mercado  globalizado.  In:  Reconfigurações  das  relações  de  gênero  no 
trabalho. São Paulo: CUT – Brasil, 2004, p. 53­59. 
MOTA, Ana Elizabete. Serviço Social  e Seguridade Social: uma agenda recorrente e 
desafiante. In: Em Pauta. N. 21, 2008, p.127­140. 
NEVES,  Magda  de  Almeida.  Trabalho  feminino  e  formação  profissional.  In: 
_____COSTA, Ana Alice, LIMA, Maria Ednalva Bezerra de, ÁVILA, Maria Betânia 
(org.).  Um  debate  crítico  a  partir  do  feminismo:  reestruturação  produtiva, 
reprodução e gênero. São Paulo: CUT, 2002, p. 47­59. 
VELOSO,  Renato.  Relações  de  Gênero:  Notas  introdutórias.  Enfoques  on­line  – 
Revista eletrônica dos alunos do PPGSA/JFCS/UFRJ. v.2,n.1,jul.2003,p.1­11.

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  • 1. DESEMPREGO E MERCADO DE TRABALHO: perfil do Grupo de  mulheres “Rádio Patroa” do CRAS do bairro do Jeremias em  Campina Grande – PB  Fabiana Faustino da Cruz  Jucilene Carvalho Souza  Mª Aparecida Barbosa Carneiro (Orientadora)  RESUMO  Este Artigo é resultado de estudos e pesquisa de campo realizada enquanto exigência da  disciplina de estágio supervisionado em Serviço Social do curso de Serviço Social da  Universidade  Estadual  da  Paraíba  e  tem  como  objetivo  analisar  o perfil  do grupo de  mulheres  “Rádio  Patroa”  no  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social  (CRAS)  do  bairro do Jeremias em Campina Grande – PB. A partir dos dados coletados, evidenciou­  se a ausência destas mulheres no mercado de trabalho formal, bem como a situação de  baixa  renda  das  famílias  das  mesmas.  Chamou  especial  atenção  a  significativa  participação dessas mulheres e suas famílias nos programas de transferência de renda. A  metodologia adotada consistiu em pesquisa de campo com a aplicação de questionário.  Palavras­chave:  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social;  Mercado  de  Trabalho;  Transferência de Renda;  ABSTRACT  This  Article  is  resulted  of  studies  and  carried  through  research  of  field  while  requirement of disciplines of period of training supervised in Social Service IV of the  course of Social Service of the State University of the Paraíba and has as objective to  analyze the profile of the group of women “Patro Radio” in the Center of Reference of  Assistência Social (CRAS) of the quarter of the Jeremias in Campina Great ­ PB. From  the collected data, it was proven absence of these women in the market of formal work,  as well as the low income situation of the  families of the  same ones. The significant  participation called special attention these women and its families in the programs of  income transference. The adopted methodology consisted of research of field with the  questionnaire application.  Keywords:  Center  of  Reference  of  the  Social  Assistance;  Group  of  women  “Radio  Master”; Transference of Income.
  • 2. 1  1. INTRODUÇÃO  A  pesquisa  que  ora  nos  propomos  a  apresentar,  expõe  o  perfil  do  grupo  de  mulheres  “Rádio  Patroa”  do  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social  (CRAS)  do  bairro do Jeremias em Campina Grande – PB. Resulta de estudos e pesquisa de campo  realizada enquanto exigência da disciplina de estágio supervisionado em  serviço social  do curso de Serviço Social da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB no período de  novembro de 2008. Tem como objetivo analisar o perfil das mulheres do referido grupo  relacionando­o  aos  determinantes  políticos,  econômicos  e  sociais  predominantes  na  sociedade  capitalista.  O  método  que  nos  permitiu  abordar  a  realidade  foi  o  crítico­  dialético, por meio de questionário sócio­econômico, a amostra correspondeu a um 15  usuárias  integrantes  do  grupo  “Rádio  Patroa”  do  CRAS    do  Jeremias  em  Campina  Grande – PB.  A  problemática  da  condição  da  mulher  na  sociedade  vem  ganhando  especial  atenção  dos  pesquisadores,  pois  têm  sido  alvo  privilegiado  para  o  exercício,  aprofundamento e o aparecimento de formas de discriminações que retiram e/ou violam  a legitimidade dos direitos da mulher. Nesse aspecto, é importante demarcar o percurso  sócio­histórico da mulher no tocante as suas conquistas diante do mercado de trabalho.  Conquistas estas que levaram muito tempo para se efetivarem e que surgiram através de  lutas  por  direitos  e  igualdade,  advindas  desde  o  século  XVIII.  Neste  contexto,  as  mulheres  eram  vistas  como  incapazes  de  se  defenderem  e  de  auto­administrarem­se,  sendo privadas da vida pública e relegadas à privação no espaço doméstico na função de  domésticas.  Já  nos  séculos  XIX  e  XX  as  mulheres  conseguem  o  direito  ao  voto,  à  propriedade e à educação, mas essa igualdade era baseada no modelo patriarcal. Assim  sendo, a subordinação feminina pode ser encarada ou pensada, por algumas correntes  que defendem o pensamento feminista, como algo variável em função do tempo e lugar  em que se estudem tais relações.  Face às mudanças no século XXI, o mundo globalizado e a moderna sociedade  ainda consideram as responsabilidades familiares e domésticas pertencentes quase que  sempre e exclusivamente ao universo feminino. Este é mais um fator que contribui para  o aprofundamento das desigualdades e para afetar a situação de trabalho das mulheres.  Segundo Fonseca (2004, p. 122) “a divisão do trabalho e o não compartilhamento das  responsabilidades  familiares  e  domésticas  limitam  as  possibilidades  das  mulheres,  sejam elas negras ou brancas”.
  • 3. 2  Com o processo de globalização e a reestruturação produtiva, as realidades do  mundo do  trabalho  vêm  mudando de maneira  significativa.  Assim,  neste  contexto de  diversas  modificações  e  de  heterogeneidade,  que  vem  crescendo  na  atividade  do  trabalho e de trabalhadores/as, torna­se  fundamental considerar as relações de gênero  como um dos elementos que diferem as experiências de trabalho de homens e mulheres.  Os  modos de  socialização  e  a própria organização da  sociedade, que separam  a  vida  pública e a vida privada como distribuição desigual das responsabilidades familiares e  domésticas que recaem sobremaneira nas mulheres.  A crise do paradigma taylorista­fordista na década de 1970 e a entrada de novas  tecnologias  baseadas  na  microeletrônica,  tanto  nas  indústrias  como  nos  serviços,  ocasionaram transformações no mundo do trabalho, e, desta forma, o trabalho não se  organiza  mais  na  interface  do  operador/máquina/posto  de  trabalho,  onde  tempos  e  gestos são programados e controlados; com isso, surge como fundamental a necessidade  do trabalho em equipe, dos “tempos compartilhados”, na troca constante de informações  e  participação dos trabalhadores  na  gestão  da produção.  A produtividade da empresa  não está mais fundamentada na rapidez de planejamento e na resolução dos problemas  que aparecem em diferentes situações.  Com  a  reestruturação  produtiva,  o  processo  de  produção  sustenta­se  na  flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos  padrões de consumo e da força de trabalho, sendo percebido em diferentes contratos que  se caracterizam por:  [...] formal  mais estável, temporário, terceirizado,  parcial e também  outras gamas de trabalho sem contrato registrado, trabalho informal e  uma  gama  variada  de  trabalhos  precarizados  A  flexibilidade  apresenta­se como um elemento chave na competição empresarial, o  que traz como conseqüências estratégicas diferenciadas nas relações  de  trabalho  e  na  desregulamentação  das  leis  trabalhistas.  (NEVES,  2002, p.50).  O que se verifica através de diversas pesquisas, é que há diferentes formas de  flexibilidade com impactos diferenciados entre homens e mulheres.  A  análise  apresentada  por  pesquisas  prova  que  mesmo  com  as  inovações  tecnológicas,  a  relação  entre  tecnologia  e  trabalho  feminino  ainda  permanece  a  ser
  • 4. 3  definida muito mais pelo conteúdo ideológico que discrimina as mulheres do que pela  competência técnica.  O banco de dados da Fundação Carlos Chagas (2000, apud NEVES, 2002, p. 52)  manifesta  com  clareza,  que  a  presença  das  mulheres  no  mercado  de  trabalho  está  marcada  por  continuidades  e  mudanças.  As  análises  efetivadas  pela  Fundação  demonstram que as atividades ocupacionais femininas continuam concentradas no setor  de serviços, principalmente no emprego doméstico e no setor informal e desprotegido  do mercado de trabalho. Além disso, as pesquisas chamam atenção para a permanência  de determinados traços culturais e sociais, que dificulta uma participação mais efetiva  da mulher no mercado de trabalho, devido à responsabilidade com a família, a execução  de  tarefas  domésticas,  que  ainda  continuam  como  responsabilidade  da  maioria  das  mulheres, e a maternidade, com a exigência de cuidados com os filhos pequenos.  Desta  forma,  se  os  dados  apresentados  pelas  pesquisas  sobre  mercado  de  trabalho  demonstram  o  aumento  crescente  da  presença  feminina,  principalmente  em  ocupações  que  apresentavam  anteriormente  uma  maior  incidência  masculina,  ainda  continuam as desigualdades. Conforme a análise realizada pela Fundação Carlos Chagas  (2000,  op.cit,  2002,  p.53)  o  fato  de  as  trabalhadoras  disporem  de  credenciais  de  escolaridade  superiores  aos  seus  colegas  de  trabalho,  não  se  reverte  em  ganhos  semelhantes,  pois  os  dados  deixam  claros  que  homens  e  mulheres  com  igual  escolaridade  possuem  rendimentos  diferentes.  Essa  desigualdade  torna­se  mais  crescente entre as pessoas de maior escolaridade, pois se dois terços dos homens com 15  anos  e  mais  de  estudo  ganham  mais  de  dez  salários  mínimos,  apenas  um  terço  das  mulheres  com  o  mesmo  nível  de  escolaridade  tem  rendimentos  equivalentes.  Além  disso,  ainda  permanecem  os  guetos  ocupacionais,  como  enfermeiras,  secretárias,  professoras  primárias,  caracterizando  outra  forma  de  descriminação,  pois  ocorre  um  afastamento  das  mulheres  em  ocupações  de  pouco  prestígio  e  baixos  níveis  de  remuneração. Vale salientar, que existe também um alto índice de ocupação feminina no  setor de serviços, principalmente como empregadas domésticas.  Destacar  alguns  aspectos  das  permanências  e  das  mudanças  da  participação  feminina  no  mercado  de  trabalho  torna­se  importante  para  a  análise  das  relações  de  gênero  no  contexto  do  trabalho,  apontando  a  questão  da  qualificação,  pois  são  as  relações  sociais que  fundamentam  os  lugares e  as  práticas  de  homens e  mulheres  na  divisão do trabalho e suas modificações.
  • 5. 4  As  exigências  do  mercado  de  trabalho  para  novos  requisitos  aumentaram  consideravelmente  as  exigências  de  preparação  e  treinamento  dos  indivíduos  em  diferentes habilidades. Desta forma:  A questão em foco é que os trabalhadores não estão preparados para  atender  às  novas  exigências  de  qualificação  de  mão­de­obra.  O  conceito  de  empregabilidade  joga,  portanto,  sobre  o  trabalhador  a  responsabilidade  pelo  desemprego.  (LEITE,  1997,  apud  NEVES,  2002, p.56).  Segundo Hirata (1994, apud NEVES, 2002, p.56), no que se refere à questão das  novas exigências de qualificação no contexto da reestruturação produtiva:  [...]  a  autora  procurou  distinguir  a  relação  entre  qualificação  e  competência.  Para  ela,  o  conceito  de  qualificação  possui  múltiplas  dimensões  como  a  qualificação  para  o  emprego,  a  qualificação  do  trabalhador e  a qualificação como relação social. [...] O conceito de  competência  designa  saber  ser,  mais  do  que  saber  fazer  e  implica  dizer que o trabalhador competente é aquele que sabe utilizar todos os  seus conhecimentos ­ obtidos através de vários meios e recursos – nas  mais diversas situações encontradas em seu posto de trabalho.  O conceito de empregabilidade joga, portanto, sobre o/a trabalhador/a, a culpa  pelo desemprego; e deste modo, o conceito de competência assume caráter central da  qual, segundo Hirata (1994, op.cit, 2002, p.56):  A  qualificação  no  novo  contexto  passa  assim  a  ser  definida  com  competência que [...] está totalmente ausente a idéia de relação social,  e sua gênese estaria associada à crise da noção de posto de trabalho e  a de um certo modelo de classificação e de relações profissionais.  A  idéia  de  competência,  assim  entendida,  reduz  a  noção  de  qualificação  compreendida em seus aspectos multidimensionais e se apresenta centrada na habilidade  individual  de  se  motivar  para  a  resolução  dos  problemas,  muito  mais  do  que  sua  bagagem de conhecimentos. Essa competência está também unida às novas formas de  gestão  que requerem do/a trabalhador/a profundo  envolvimento  com  todo o processo
  • 6. 5  produtivo e com os objetivos da empresa; não só um envolvimento de suas habilidades  adquiridas, mas também um comprometimento de sua subjetividade.  Como salienta Neves (2002, p.56), essas modificações não ocasionam apenas a  introdução de  inovações  tecnológicas e,  portanto  da  alteração  no  processo produtivo,  mas geram também a introdução de novas formas de relação entre o capital e o trabalho.  A  denominação  dos/as  trabalhadores/as  como  “colaboradores/as”,  o  envolvimento  de  todos/as com os objetivos da empresa, a satisfação constante do/a cliente e a aparente  supressão  entre  concepção,  execução  e  controle,  tendem  a  debilitar  o  conflito  de  interesses.  As empresas exigem do trabalhador/a uma forte interação com as metas da firma  e  para  isso  várias  medidas  são  implementadas  num  contexto  de  controle,  tensões  e  solicitações. Neste aspecto, Neves (2002, p. 57) expõe que:  O apelo à subjetividade do trabalhador é uma constante destes novos  modelos  que  investem  na  motivação  e  no  desenvolvimento  da  qualidade pessoal de cada um. Neste novo contexto o que se observa  é uma interação entre  flexibilidade, individualização e subjetividade  definindo  um  quadro  específico  e  diferenciado  para  as  novas  exigências de qualificação.  Segundo  Leite  (1997,  apud  NEVES, 2002,  p.57),  quando  se  pensa  na  relação  entre  emprego  e  formação  da  mão­de­obra  refere­se  à  diferença  entre  distintas  habilidades  ou  tipos  de  competência  requisitados  pelo  mercado  de  trabalho.  A  esse  respeito, Neves (2002, p.57), afirma que:  [...]  a  escolaridade  e  qualificação  técnica  constituem  duas  formas  diferentes de competência e possuem comportamento diferenciado no  mercado  de  trabalho.  Se,  por  exemplo,  existe  hoje  uma  exigência  cada  vez  maior  do  mercado  de  trabalho  em  termos  de  maior  escolaridade,  por  outro  lado,  a  questão  da  competência  profissional  vem passando por uma série de transformações.  De  acordo  Leite  (1997,  p.64,  op.cit,  2002,  p.58),  qualquer  proposta  de  qualificação  profissional  ou  reaproveitamento  da  mão­de­obra  que  objetive  a  diminuição dos números de desempregados, seja a melhoria dos empregos existentes,
  • 7. 6  apenas tem sentido em relação com uma política de geração de emprego e renda que  efetivamente se proponha a enfrentar as tendências destrutivas do mercado de trabalho.  Desta  forma,  podemos  observar  que  o  trabalho  feminino  vem  apresentando  mudanças  e  permanências  ao  longo  dos  últimos  anos,  e  que  apesar  das  mulheres  ampliarem  sua  presença  em  ocupações  de  prestígio,  que  antes  eram  exclusivas  dos  homens, as desigualdades ainda permanecem em diversos setores.  No  novo  contexto  de  reestruturação  produtiva,  onde  são  colocados  novos  desafios  para  os  trabalhadores/as,  torna­se  imprescindível  a  inserção  do  gênero  aos  estudos  dobre  a  temática  do  trabalho,  pois  nos  permite  compreender  as  relações  hierárquicas de poder que se estabelecem entre homens e mulheres.  O  modo  como  as  mulheres  estão  inseridas  hoje  no  mercado  de  trabalho,  seja  como produtoras ou reprodutoras da força de trabalho e, principalmente, pela condição  de  classe,  gênero,  etnia,  orientação  sexual,  idade,  religião  e  outros  aspectos  de  identidade e nacionalidade têm tornado cada vez mais visível a difícil realidade dessas  trabalhadoras. Neste sentido, há uma interposição assimétrica nas relações de gênero e a  categoria  trabalho  no  mercado  globalizado.  “Com  o  processo  de  globalização  estas  questões têm se agravado fortemente interferido na vida destas mulheres” (LIMA, 2007,  p. 54).  O  Movimento  Feminista,  lançado  a  partir  de  fins  da  década  de  1960,  desde  sempre, teve um papel importante nessa discussão, principalmente pela  crítica que se  faz às relações hierárquicas entre homens e mulheres. É possível observar no debate em  torno da divisão sexual do trabalho, que estas relações hierárquicas se constituem num  dos mecanismos para a manutenção da subordinação da mulher, atribuindo­se a elas e  aos  homens  lugares  diferenciados  e  desiguais  no  mercado  de  trabalho,  ampliando­se  para outros setores da vida social. Tal divisão consiste na apropriação, pelo mundo do  trabalho,  das  relações  de  gênero  dominantes.  O  tema  da  divisão  sexual  do  trabalho,  neste sentido, parece importante nas análises das relações de trabalho e as repercussões  no cotidiano de trabalhores/as. Nesse sentido, Lima acrescenta que:  As  profundas  alterações  provocadas  pelas  políticas  neoliberais,  a  globalização  da  economia  e  o  comércio  mais  livre  tem  agravado  as  já  existentes desigualdades de gênero. Essa discriminação se constitui como  elemento dramático neste  processo,  gerando diferentes impactos  para as  mulheres, mesmo considerando­se que neste período houve um acréscimo
  • 8. 7  importante  da  mão­de­obra  feminina  no  mercado  de  trabalho  (LIMA,  2004, p. 56).  No contexto atual, para muitas mulheres, o trabalho fora de casa é visto como  necessidade econômica e financeira, como fator de valorização pessoal, fonte de renda,  status,  indepedência  financeira,  poder,  competição  com  homens,  etc.  Na  realidade  vigente os lugares ocupados pelas mulheres no mundo do trabalho ainda apresentam­se  desiguais  em  relação  ao  trabalho  masculino.  As  mulheres  recebem  salários  baixos,  mesmo  quando  o  seu  grau  de  escolaridade  é  mais  alto  que  o  dos  homens  e  têm  dificuldades  de  oportunidades  para  a  ascenção  profissional.  Vale  salientar  que  estas  questões se acentuam ainda mais, quando se trata das mulheres negras.  Além  de  todas  as  problemáticas  enfrentadas  pelas  mulheres  no  mercado  de  trabalho, quer seja formal ou informalmente, elas ainda são alvos de abuso de poder por  parte de chefias, tais como assédio sexual, moral, punições por atrasos e faltas quando  necessitam cuidar da saúde, constituindo ­ se num quadro grave de desigualdade social  pela sua condição sexual.  Nesse  contexto,  é  importante  destacar  que  para  as  mulheres  é  central  o  reconhecimento de que as diferenças são culturais e que a organização dos movimentos  sociais e feministas no continente deve articular­se partindo das demandas existentes, do  ponto de vista de gênero e da justiça social.  Portanto,  considerar  a  perspectiva  de  gênero  e  incorporá­la  às  relações  comerciais  de  trabalho  e  à  vida  cotidiana,  permitiria  no  dizer  de  Lima  “garantir  a  igualdade de oportunidades para mulheres e homens como condição para uma equidade  social e de eficiência na distribuição da riqueza” (LIMA, 2004, p. 58).  Se as mulheres crêem que a sua situação dentro da sociedade é uma situação  ótima...  se  as  mulheres  crêem  que  a  missão  revolucionária  dentro  da  sociedade se cumpriu, cometeram um grave erro. A nós parece­nos que as  mulheres  têm  de  se  esforçar  muito  para  chegar  a  alcançar  o  lugar  que  realmente  lhes  compete  ocupar  dentro  da  sociedade  (Fidel  Castro  apud  LARGUIA; DUMOULIN, 1971, p. 43).  Diante  desse  contexto,  podemos  destacar  que,  as  relações  de  gênero  se  estabelecem nos processos produtivos, no interior de uma sociedade regida pelo valor  de  troca,  construídos  social  e  culturalmente,  pois  possibilitam  a  construção  de
  • 9. 8  desigualdades e preconceitos do trabalho feminino, e, deste modo, faz­se necessário a  superação  de  tais  empecilhos  ao  desenvolvimento  das  relações  de  gênero,  principalmente  no que diz respeito à participação da mulher  no mercado de trabalho,  através  de  discussões,  estudos,  pesquisas,  conscientização  dos  sujeitos  por  meio  de  políticas públicas voltadas para esta temática, etc., para que as mulheres obtenham de  fato a legitimação de suas conquistas, e para o enriquecimento do debate em torno de  tais  relações,  além  de  gerar  a  possibilidade  de  novas  conquistas  nesta  temática  tão  fundamental em nossa sociedade.  2.  O  CENTRO  DE  REFERÊNCIA  DA  ASSISTÊNCIA  SOCIAL  –  CRAS/JEREMIAS  O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), também conhecido como  “Casa  da  Família”  é  a  unidade  pública  estatal  responsável  pela  oferta  de  serviços  continuados  de  proteção  social  básica  de  Assistência  às  famílias  e  indivíduos  em  situação vulnerabilidade social.  No CRAS são oferecidos os serviços e ações: apoio às famílias e indivíduos na  garantia de seus direitos de cidadania com destaque no direito á convivência familiar e  comunitária,  serviços  continuados  de  acompanhamento  social,  seus  representantes,  proteção social pró­ativa, visita à famílias em situações de risco, acolhida para recepção,  escuta, orientação e referência.  Cada  município  deve  identificar  o(s)  território(s)  de  vulnerabilidade  social  nele(s) implantar o CRAS de forma a aproximar os serviços dos usuários. O CRAS deve  ser  instalado  próximo  ao  local  de  maior  concentração  das  famílias  em  situação  de  vulnerabilidade conforme indicadores na Norma Operacional Básica do Sistema Único  de Assistência Social – NOB/SUAS.  Os seus objetivos visam contribuir para a efetivação da Política de Assistência  Social como política pública garantidora de direitos de cidadania e trabalhando para o  desenvolvimento social, para superar a abordagem fragmentada e individualizada dos  programas tradicionais, garantir a convivência familiar e comunitária dos membros das  famílias  para  o  progresso  de  autonomia  e  emancipação  social  das  famílias  e  seus  membros, viabilizar a formação para a cidadania, articular e integrar ações públicas e  privadas em rede.
  • 10. 9  A sua capacidade de atendimento varia de acordo com o porte do município e  com o número de famílias em situação de vulnerabilidade social, conforme estabelecido  na NOB/SUAS.  Sua organização por área de abrangência dar­se da seguinte forma:  Nº. DE FAMÍLIAS  CAPACIDADE DE ATENDIMENTO  Até 2.500  Até 500 famílias / ano  Até 3.500  Até 700 famílias / ano  Até 5.000  Até 1000 famílias / ano  O espaço físico deve ser compatível com os serviços nele ofertados. Abriga no  mínimo  três  ambientes  com  funções  bem  definidas:  uma  recepção,  uma  sala  para  entrevistas  e  um  salão  para  reunião  com  grupos  de  famílias.  O  ambiente  deve  ser  acolhedor  para  facilitar  a  expressão  de  necessidades  e  opiniões,  com  espaço  para  atendimento individual, que garanta privacidade e preserve a integridade e a dignidade  das famílias.  O CRAS deve ser acessível para pessoas com deficiência e idosos, deve possuir  identidade visual própria. Os CRAS co­financiados pela União deverão ter placa padrão  na frente do prédio da instituição.  Na  cidade  de  Campina  Grande  –  PB,  encontram­se  instalados  cinco  CRAS  –  “Casa  da  Família”,  localizados  nos  bairros  de  Nova  Brasília,  Jeremias,  Catingueira,  Ramadinha  I  e  Catolé,  considerados  áreas  de  maior  concentração  de  famílias  em  vulnerabilidade social.  A  “Casa  da  Família”  em  sua estrutura  física  comporta uma  sala  de  recepção,  uma para o Serviço Social, uma para a psicologia e outra para a coordenação, contando  ainda com cozinha, dois banheiros e uma sala para reuniões e cursos profissionalizantes.  Diante do exposto, constata­se que a casa em sua estrutura física não atende o que está  proposto  no  Guia  de  Orientações  Técnicas­  SUAS­  nº.1  de  Proteção  Social  Básica,  tendo em vista que não há facilidade no acesso de Pessoas Portadoras de Deficiência  Física e Redes de Informação, o dificulta a eficácia dos serviços.  Esta Instituição atende os bairros do Araxá, Cuités, Jardim Continental, Monte  Santo,  Palmeira,  Promorá  e  Rosa  Mística,  atuando  com  de  grupos  de  mulheres,  gestantes,  idosos,  crianças  e  adolescentes,  através  de  palestras  sócio­educativas  com  temáticas variadas, tais como: sexualidade, violência, drogas e outros temas sugeridos
  • 11. 10  pelos grupos, cursos profissionalizantes, visitas domiciliares, encaminhamentos e uma  primeira escuta no atendimento psicológico.  Dentre  os  cursos  oferecidos,  destacam­se  os  de  mosaico,  pintura  vasada  em  tecido,  cabeleireiro,  biscuit,  informática,  bordado,  pintura  de  parede,  texturização  de  parede, secretariado, recepcionista, telefonista, manicure e telemarketing, sendo todos  ministrados por profissionais qualificados.  Atualmente a Equipe Técnica da Casa conta com três Assistentes Sociais, três  Psicólogas e quatro estagiárias de Serviço Social, contando com mais quatro membros  da Equipe de Apoio.  No tocante á estrutura organizacional, a Casa possui uma Coordenação, todavia  cada técnico possui uma atribuição no âmbito da sua profissão.  3. O PERFIL DO GRUPO DE MULHERES “RÁDIO PATROA” DO CRAS  O  Grupo  “Rádio  Patroa”  é  predominantemente  composto  por  mulheres,  o  mesmo contém em torno de 60 mulheres com idade entre 21 e 69 anos de idade. Este  grupo  é  um  dos  primeiros  formados  no  Centro  de  Referência  da  Assistência  Social  (CRAS)  também  conhecido  como “Casa  da  Família”.   O  referido  grupo  se  reúne  na  Casa  da  Família  uma  vez  por  mês.  Nas  reuniões  do  grupo  as  técnicas  (Assistentes  Sociais e Psicólogas) realizam palestras, oficinas e eventos comemorativos e também  para tratar  assuntos internos do Grupo.  Os temas  das palestras são  diversificados, de  acordo com a necessidade maior de abordagem  do tema, tais  como tabagismo, como  criar uma cooperativa etc. Nas reuniões há uma significativa participação das usuárias,  que aproveitam a oportunidade para tirar dúvidas, dar exemplos relacionados ao tema e  expor sua opinião acerca da problemática em questão.  A  pesquisa  em  pauta  é  de  natureza  quantiqualitativa,  tendo  em  vista  que  contempla o exame de dados qualitativos e quantitativos, com uma perspectiva crítica  no ituito de conhecer e compreender a caracterização do Grupo “Rádio Patroa do CRAS  – Jeremias em Campina Grande – PB.  O  método que  permitiu abordar  a realidade  numa relação permanente  entre  o  particular e o geral foi o crítico­dialético, uma vez que o mesmo possibilita apreender  aspectos históricos, econômicos, sociais, políticos, ideológicos e culturais que permeiam  o objeto de estudo.
  • 12. 11  Quanto ao Estado Civil destas mulheres, os dados da pesquisa revelaram que há  a  predominância  de  mulheres  casadas  no  Grupo,  além  disso,  o  número  de  filhos  encontra­se  numa  média  entre  1  a  7  filhos,  sendo  que  todas  as  mulheres  do  grupo  responderam  que  possuem  filhos.  Com  relação  à  composição  familiar  a  pesquisa  revelou que, no grupo, permanecem em maior quantidade as famílias formadas por pai,  mãe  e  filhos,  que  consiste  no  modelo  de  família  tradicional,  valendo  destacar  que  a  média  de  habitantes  por  domicílio  no  que  diz  respeito  às  famílias  dessas  mulheres,  encontra­se entre 2 e 7 pessoas.  GRÁFICO 1 – ALFABETIZAÇÃO DO GRUPO RÁDIO PATROA  80%  20%  Lê e escreve  Sabe apenas assinar o nome  Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina  Grande – PB.  GRÁFICO 2 – NÍVEL DE ESCOLARIDADE DO GRUPO RÁDIO PATROA  7%  79%  7%  7%  Não Alfabetizada  Ensino Fundamental Incompleto  Ensino Médio Incompleto  Ensino Médio Completo  Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina  Grande – PB.
  • 13. 12  Os  dois  gráficos  acima  expressam  o  baixo  nível  de  escolaridade  dessas  mulheres, já que a grande maioria não concluiu sequer o ensino fundamental e o pior,  20% sabem apenas assinar o nome, o que denuncia a ausência de escolaridade por parte  destas  mulheres,  bem  como  o  abandono  muito  cedo  das  atividades  escolares  pelas  mesmas.  GRÁFICO  3  –  OCUPAÇÃO  DAS  MULHERES  DO  GRUPO  “RÁDIO  PARTROA” NO MERCADO DE TRABALHO  0  2  4  6  8  10  12  14  Dona de Casa  Estudante  Trabalhadora Informal  Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina  Grande – PB.  O  gráfico 3 demonstra que a maioria destas mulheres  não contribuem com as  despesas da casa, já que as mesmas não dispõem de nenhuma renda, sendo portanto,  financeiramente  dependentes  de  terceiros,  constituindo­se  num  fator  que  contribui  bastante  para  a  submissão  das  mulheres  já  que  81%  delas  são  domésticas,  13%  estudantes e 6% trabalhadoras informais.
  • 14. 13  GRÁFICO 4 – RENDA MENSAL FAMILIAR  7%  40%  46%  7%  Não possui  Menos de 1 Salário Mínimo  1 Salário Mínimo  2 Salários Mínimos  Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina  Grande – PB.  Os resultados da pesquisa apontam que 46% das famílias das mulheres  do  Grupo  “Rádio  Patroa”  conseguem  sobreviver  com  1  salário  mínimo,  o  que  demonstra a situação de baixa renda dessas famílias, as quais se encontram em situação  de  vulnerabilidade  social,  numa  sociedade  capitalista  excludente  e  permeada  pela  grande concentração de riquezas.  GRÁFICO  5  –  SITUAÇÃO  DE  MORADIA  DAS  MULHERES  DO  GRUPO  “RÁDIO PATROA”  66%  20%  7%  7%  Própria  Alugada  Cedida  Agregada  Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina  Grande – PB.  Os dados acima revelam que a grande maioria dessas mulheres mora em casa  própria, o que se constitui num fator favorável a estas e suas famílias, apesar da situação  de pobreza vivenciada por essas.
  • 15. 14  GRÁFICO  6  –  BENEFÍCIOS  RECEBIDOS  PELAS  USUÁRIAS  DO  GRUPO  “RÁDIO PATROA”  67%  33%  Bolsa Família  BPC  Fonte: Questionário Sócio­Econômico aplicado junto  às usuárias do CRAS – Jeremias em Campina  Grande – PB.  O gráfico acima demonstra a significativa participação dessas mulheres e suas  famílias  nos  programas  de  transferência  de  renda  (Bolsa  Família),  fato  este  que  confirma  a  assistencialização  das  políticas  sociais  em  detrimento  das  políticas  estruturantes (programas, serviços e projetos). Vale destacar que a ênfase nos programas  de renda mínima constitui­se numa assistência focalizada, compensatória e imediatista  que não resolve o problema estrutural da sociedade.  O que está em discussão é o próprio modelo de proteção social no Brasil, que  traz um novo modo de tratamento da questão social brasileira, centrando suas ações nos  programas  de  combate  à  pobreza  em  acordo  com  os  organismos  internacionais  financeiros.  Com  isso,  frente  à  impossibilidade  de  assegurar  o  direito  ao  trabalho,  o  Estado  capitalista  amplia  os  espaços  de  ação  da  Assistência  Social  à  proporção  que  limita o acesso à saúde e à previdência social públicas, o que Mota (2008) chama de  centralidade  da  Assistência  Social,  que  por  sua  vez,  se  dá  apenas  nos programas  de  transferência  direta,  contribuindo  para  amenizar  a  agudização  da  pobreza  ocasionada  pela ausência de trabalho.  As políticas focalizadas são vistas com grande entusiasmo e simpatia, por serem  consideradas  mais  eficientes,  atingindo  diretamente  os  mais  pobres,  por  meio  de  orçamentos mais estreitos e flexíveis, de acordo com as condições de austeridade fiscal.  Na  realidade,  ao  contrário  dos  gastos  com  previdência,  saúde  ou  serviços  sócio­  assistenciais da Política de Assistência Social, rígidos em sua execução e expressivos  como  parcela  do  gasto  público  total;  os  gastos  em  determinados  programas  de  transferência de renda são flexíveis às disponibilidades de recursos.
  • 16. 15  4. CONSIDERAÇÕES FINAIS  Com base nos dados da pesquisa, observa­se a ausência das mulheres do grupo “Rádio  Patroa” no mercado de trabalho formal, bem como a situação de baixa renda de suas  famílias  e  a  ênfase  na  tendência  à  permanência  e  expansão  dos  programas  de  transferência de renda em detrimento das políticas estruturantes, no enfrentamento da  questão social. Nesse contexto, o quadro de pobreza e de miséria resultante do desigual  e  concentrador  processo  de  produção  e  apropriação  indevida  de  renda,  patrimônio  e  riquezas,  gestado  historicamente  neste  país,  vem  se  agravando  ainda  mais,  frente  à  substituição dos investimentos sociais pelos ditames do ajuste fiscal gerado pela política  econômica neoliberal do governo federal de muitos estados e municípios. Além disso, a  retração  de  recursos  públicos  destinados  à  proteção  da  cidadania,  fantasiados  pela  retórica da modernização e da focalização tem reforçado a equivocada caracterização da  Assistência Social enquanto benevolência estatal e/ou privada, sem ruptura efetiva com  o  tradicional  clientelismo  e  assistencialismo  de  que  é  exemplo  o  Programa  Bolsa  Família  ­  PBF,  enfraquecendo  a  estrutura  dos  direitos  sociais  na  esfera  política,  administrativa  e  financeira  das  políticas  governamentais.Além  disso  provoca  uma  acomodação  por  parte  dos  seus  beneficiários,  que  tendem  a  não  recorrer  mais  ao  mercado de trabalho e se tornar dependente de um programa provisório, que não acaba  com o problema da pobreza, apenas a apazigua.
  • 17. 16  REFERÊNCIAS  Disponível em:  www.mentecerebro.com.br.2006, Acesso em: 15 de novembro de 2008.  LARGUIA, Isabel; DUMOULIN, John. Para uma ciência da libertação da mulher.  Cuba. Global. n. 65­66, p. 9­13, mar/jun, 1971.  LIMA,  Maria  Ednalva  Bezerra  de.  A  dimensão  do  trabalho  e  da  cidadania  das  mulheres  no  mercado  globalizado.  In:  Reconfigurações  das  relações  de  gênero  no  trabalho. São Paulo: CUT – Brasil, 2004, p. 53­59.  MOTA, Ana Elizabete. Serviço Social  e Seguridade Social: uma agenda recorrente e  desafiante. In: Em Pauta. N. 21, 2008, p.127­140.  NEVES,  Magda  de  Almeida.  Trabalho  feminino  e  formação  profissional.  In:  _____COSTA, Ana Alice, LIMA, Maria Ednalva Bezerra de, ÁVILA, Maria Betânia  (org.).  Um  debate  crítico  a  partir  do  feminismo:  reestruturação  produtiva,  reprodução e gênero. São Paulo: CUT, 2002, p. 47­59.  VELOSO,  Renato.  Relações  de  Gênero:  Notas  introdutórias.  Enfoques  on­line  –  Revista eletrônica dos alunos do PPGSA/JFCS/UFRJ. v.2,n.1,jul.2003,p.1­11.