O documento descreve uma atividade de formação de professores sobre alfabetização. Inclui discussões sobre os cinco espaços discursivos propostos por Ludmila Thomé e sugestões de atividades baseadas no livro "Fogo no Céu" que contemplem esses espaços discursivos.
5. Relembrando o último encontro
No último encontro falamos sobre :
• Oralidade, leitura, escrita e análise linguística;
• Consciência fonológica e fonética;
• Discutimos o texto da prof Iza Locatelli.
Para o encontro de hoje pedimos:
• A leitura prévia do texto da professora Ludmila
Thomé – Os cinco espaços discursivos/ Os novos
passos discursivos na escola.
6. Dinâmica
Oricterope
Um cientista descobriu no Pólo Norte um animal pré-histórico que
denominou Oricterope. Por não ter sido possível fotografar o
animal, enviou por e-mail a descrição para os principais jornais do
mundo:
“Cabeça alongada, língua extensível, focinho em forma
de disco, orelhas pontudas, pescoço curto e forte, membros
curtos e atarracados, unhas pontiagudas, cauda larga na base e
afilada na extremidade. Sua cor é esverdeada e tem pêlos
esparsos ao longo do corpo”.
7. Análise das produções
• O que eu entendo do texto do aluno?
• Ele atendeu à proposta feita pelo professor?
• O que o aluno demonstra saber sobre a língua?
Divididos em grupos
8. A dimensão discursiva no
processo de alfabetização
“A alfabetização implica, desde sua gênese, a constituição de
sentidos. Desse modo, implica mais profundamente, numa
forma de interação com o outro pelo trabalho com a escritura.
Smolka
Para quem eu escrevo? O que eu escrevo? Por que eu escrevo?
9. Esse aprender significa fazer, usar, praticar, conhecer. Enquanto escreve, a
criança aprende a escrever e aprende sobre a escrita. Isso traz para as
implicações pedagógicas os seus aspectos sociais e políticos.
Pedagogicamente, as perguntas que se colocam então são:
A criança aprende
a ouvir, a
entender o outro
pela leitura.
A criança
aprende a falar e
a dizer o que
quer pela escrita.
Processo Discursivo
• As crianças podem falar o que pensam na escola?
• Podem escrever o que falam?
• Podem escrever como falam?
• Quando? Por quê?
10. Luria
Luria investigou os momentos mais primitivos da
atividade gráfica, ou seja, a pré-história da escrita pois
acreditava que
“[...] a história da escrita na criança começa muito antes
da primeira vez em que o professor coloca um lápis em
sua mão e lhe mostra como formar letras” (1998, p.143)
Objetivo do estudo: investigar as condições que
possibilitam o surgimento de escritas expressivas, ou
seja, o percurso que leva à utilização de sinais, marcas,
pontos, desenhos, etc. como signo, como apoio às
funções psicológicas superiores
11.
12. Estágio dos rabiscos ou fase dos atos imitativos
Isto quer dizer que neste estágio a criança tenta imitar a escrita dos
adultos fazendo rabiscos sem significado funcional, por isso a relação da
criança com os rabiscos é puramente externa, ela não tem consciência
que os rabiscos podem ajudá-la a lembrar-se o que foi dito para escrever.
14. Estágio da escrita não diferenciada - topográfica
A criança utiliza os rabiscos não para ler, mas para lembrar-se do que lhe
foi dito, por isso, é uma fase instável como instrumento auxiliar de
memória e a criança depois de algum tempo pode esquecer o significado
do que registrou.
16. Estágio da escrita diferenciada
Nesta fase a escrita da criança ainda é confusa, mas a ideia de usar
desenhos enquanto registra pode ser um meio que ela encontra para
lembrar-se do que escreveu. É um estágio em que a criança descobre sua
própria maneira de registrar.
I – O passarinho voava no
céu.
II – Olha, isso é chuva.
III – Ah, é as balas! Olha,
duas balas.
IV - A formiga é pequena.
Bem pequenininha.
17. Estágio da escrita pictográfica
Durante o estágio da escrita diferenciada o uso de fatores como
quantidades e formas distintas é que permitem que a criança avance para a
pictografia. Por sua vez, o desenho começa a convergir para uma atividade
intelectual complexa. O estágio pictográfico apresenta-se desenvolvido
principalmente em crianças de 5 à 6 anos, representando a experiência que
a criança tem com os desenhos infantis. A princípio pode representar
brincadeiras e depois se torna um meio de registro.
18. Estágio da escrita simbólica
Nesse estágio a relação da criança com a escrita é puramente externa. A
criança sabe que pode usar os signos que lhe foram ensinados pelo
professor (as letras do alfabeto para escrever qualquer coisa, mas ainda
não sabe usá-los). Nesse estágio, a criança é solicitada a escrever algo,
pode registrar letras que conhece sem que essas letras tenham significado
com o que lhe foi ditado. A criança ainda não aprendeu a função, assimilou
os quadros linguísticos puramente externa, sem entender o sentido e o
mecanismo do uso das marcas simbólicas.
19. Piaget x Vygotsky
QUADRO COMPARATIVO
AUTOR JEAN PIAGET VIGOTSKY
PERÍODO 1896 – 1980 1897-1934
PESQUISADOR Yves de La Taille Marta Kohl Oliveira
PALAVRAS - CHAVE CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO
INTERAÇÃO SOCIAL
EIXOS DA TEORIA
PRINCIPAIS CONCEITOS
Assimilação / Acomodação
Esquema / equilibração
Estágios do desenvolvimento
Mediação Simbólica:
Instrumentos e signos
Zona de Desenvolvimento
Proximal
RELAÇÃO DO INDIVÍDUO
COM O MUNDO
Adaptação
(Conhecimentos Prévios)
Da parte para o todo:
Processo de socialização
(Relação com o mundo)
PAPEL DO
PROFESSOR/ESCOLA
“Desequilibrar” os esquemas
dos alunos a partir de seus
conhecimentos prévios
“Intervir” na Z.D.P., ou seja, na
distância entre o que o aluno
já domina e o que faz com
ajuda
PERFIL DO ALUNO Participante do processo de construção de conhecimento,
coautor, ativo, questionador
20. Discussão texto Ludmila
Cinco espaços discursivos
Voz do aluno • Ter o que dizer
• Escrita na Interlocução
• Aprender gêneros de fala
Escrita espontânea
• Construção de uma postura escritora
• Escrita como prática de criação
Negociação de sentidos
• Falar sobre as produções linguísticas
Refacção do texto
• Rever o texto
• Escuta do outro
• Possibilidades de reelaboração
Publicação
• Circulação do texto
21. Voz do aluno
• Momento coletivo
• Escuta = interlocução
• Os silêncios da sala de aula = disciplina ou trabalho?
• Gêneros conversacionais – turnos da fala
• Trabalho escolar partindo da bagagem dos alunos de
conhecimento de mundo
Voz do aluno
• Ter o que dizer
• Escrita na Interlocução
• Aprender gêneros de fala
22. Escrita espontânea
• Momento individual
• Razão para escrever – leituras anteriores, experiências
vividas coletivamente.
• O sujeito que escreve, se diz, expressa constrói-se pela
ação de produzir linguagem, uma ação de comunicação por
meio da escrita.
Escrita espontânea
• Construção de uma postura escritora
• Escrita como prática de criação
23. Negociação de sentidos
• Colocar seu texto na berlinda: grandes grupos, duplas, trios
• Formar escreventes autores: discussão da leitura,
interpretação de textos escritos sem respostas fechadas.
• Sujeitos críticos = sujeitos interpretativos.
Negociação de sentidos
• Falar sobre as produções
linguísticas
24. Revisão e refacção
• Visão romântica do ofício dos escritores. Inserções,
deslocamentos, apagamentos...
• Trabalho com rascunho.
• Ajuste dos sentidos: situação, coletivo. O autor,
individualmente toma decisões.
Refacção do texto
• Rever o texto
• Escuta do outro
• Possibilidades de reelaboração
25. Publicação/ circulação
• Atores implicados no espaço escolar. Diretor, pais,
funcionários se apropriando do texto produzido.
• Extrapolar os muros da escola, dar funcionalidade à
produção.
• Novas interlocuções para fora do espaço escolar.
Publicação
• Circulação do texto
28. Criar atividades em sequência didática relacionadas
ao livro “Fogo no céu” que contemplem os cinco
espaços discursivos de Ludmila Thomé, englobando
atividades de oralidade, leitura e escrita.
Momento prático - livro
29. Mais sugestões juninas
Leitura informativa – Origem das comemorações, danças típicas,
comidas, lendas, brincadeiras.
http://pt.slideshare.net/comidamateira/livro-festas-juninas
30. Tarefa para o próximo encontro
Leituras:
• Fascículo 5 do Pró Letramento – O lúdico na sala
de aula: Projetos e jogos
• Unidade 4 PNAIC/2013 – Ludicidade na sala de
aula (Ano1, ano2 e ano 3)