SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
Aula 16

Integra»~o por partes
       ca

H¶ essencialmente dois m¶todos empregados no c¶lculo de integrais inde¯nidas (primi-
  a                       e                      a
tivas) de fun»~es elementares. Um deles ¶ a integra»~o por substitui»~o, explorada na
             co                          e          ca              ca
aula 15, que retomaremos adiante, em novos casos. O outro m¶todo ¶ chamado de
                                                                e      e
integra»~o por partes, que exploraremos nesta aula.
       ca
      Suponhamos que u = u(x) e v = v(x) s~o duas fun»~es deriv¶veis em um certo
                                             a       co        a
intervalo I ½ R. Ent~o, para cada x em I, temos
                    a

                         [u(x) ¢ v(x)]0 = u0 (x) ¢ v(x) + u(x) ¢ v 0 (x)

Assim sendo,         Z
                         [u0 (x)v(x) + u(x)v0 (x)] dx = u(x)v(x) + C

ou seja,         Z                      Z
                             0
                     v(x)u (x) dx +         u(x)v 0 (x) dx = u(x)v(x) + C

Podemos escrever ainda
                   Z                          Z
                     u(x)v (x) dx = u(x)v(x) ¡ v(x)u0 (x) dx
                          0
                                                                                (16.1)

aqui considerando que a constante gen¶rica C j¶ est¶ impl¶
                                     e        a a        ³cita na ultima integral.
                                                                  ¶
      Sendo u = u(x) e v = v(x), temos
      du = u0 (x) dx e dv = v0 (x) dx, e passamos a f¶rmula 16.1 µ forma abreviada
                                                     o           a
                                 Z                      Z
                                     u ¢ dv = u ¢ v ¡       v ¢ du              (16.2)

As f¶rmulas 16.1 e 16.2 s~o chamadas f¶rmulas de integra»~o por partes.
    o                    a            o                 ca




                                              138
»~
Integracao por partes                                                            139

                         R
Exemplo 16.1 Calcular        x sen x dx.

Solu»~o. Tomaremos u = x, e dv = sen x dx.
    ca
                                   R
     Teremos du = 1 dx = dx, e v = sen x dx.
      Para os prop¶sitos da integra»~o por partes, basta tomar v = ¡ cos x, menospre-
                  o                ca       R
zando a constante arbitr¶ria da integral v = sen x dx, pois uma tal escolha da fun»~o
                         a                                                        ca
v ¶ su¯ciente para validar a f¶rmula 16.2.
  e                           o
     Temos ent~o
              a
                    Z                     Z
                        x sen x dx =      u ¢ dv
                                               Z
                                    = u ¢ v ¡ v ¢ du
                                                     Z
                                    = x ¢ (¡ cos x) ¡ (¡ cos x) dx
                                                  Z
                                    = ¡x cos x + cos x dx

                                    = ¡x cos x + sen x + C
                         R
Exemplo 16.2 Calcular        x ln x dx.

Solu»~o. Tomamos u = ln x, e dv = x dx.
    ca
                 1           R                       x2
     Teremos du = dx, e v = x dx. Tomamos v = .
                 x                                    2
     Temos ent~o
              a
                   Z              Z
                      x ln x dx = u ¢ dv
                                           Z
                                = u ¢ v ¡ v ¢ du
                                               Z 2
                                  x2              x 1
                                =     ¢ ln x ¡       ¢ dx
                                   2              2 x
                                               Z
                                  x2              x
                                =     ¢ ln x ¡      dx
                                   2              2
                                  x2           x2
                                =     ¢ ln x ¡    +C
                                   2            4
                         R
Exemplo 16.3 Calcular        arc tg x dx.

Solu»~o. Faremos u = arc tg x, e dv = dx.
    ca
                     1
     E ent~o du =
          a               dx, v = x. Da¶³,
                   1 + x2
»~
Integracao por partes                                                                140


                    Z                     Z              Z
                        arc tg x dx =         u dv = uv ¡ v du
                                                        Z
                                                               1
                                        = x ¢ arc tg x ¡ x ¢        dx
                                                             1 + x2
                               Z
                                          1
Para calcular a integral J =       x¢          dx, procedemos a uma mudan»a de vari¶vel:
                                                                         c         a
                                        1 + x2
     Fazendo w = 1 + x2 , temos dw = 2x dx, e ent~o x dx = 1 dw. Da¶
                                                   a         2
                                                                    ³,
         Z                  Z
                1             1
     J = x¢           dx =       dw = ln jwj + C = ln(1 + x2 ) + C.
               1+x  2         w
              R
     Portanto, arc tg x dx = x ¢ arc tg x ¡ ln(1 + x2 ) + C.


16.1      Um estrat¶gia para integrar por partes
                   e
Poder¶ R dizer que o prop¶sito da integra»~o R partes ¶ transferir o c¶lculo de uma
      ³amos                  o              ca por        e             a
integral u ¢ dv para o c¶lculo de uma integral Rv ¢ du (a qual espera-se que saibamos
                         a                                     R
calcular), pela f¶rmula de integra»~o por partes, u dv = uv ¡ v du.
                 o                ca
                                                      R
      Ao integrar por partes, uma integral da forma f (x)g(x) dx, devemos sempre
escolher, dentre as duas fun»~es da express~o f (x)g(x) dx, uma delas como sendo o
                              co             a
fator u e a outra como parte de uma diferencial dv.
       Em outras palavras, podemos fazer u = f (x) e dv = g(x) dx, ou u = g(x) e
dv = f (x) dx (ou ainda u = f(x)g(x) e dv = 1 dx !). Mas esta escolha n~o pode ser
                                                                         a
feita de modo aleat¶rio. Temos queR espertos em nossa escolha para que, ao passarmos
            R      o               ser
da integral u dv para a integral v du, passemos a uma integral tecnicamente mais
simples de ser calculada.
      Uma sugest~o que funciona bem na grande maioria das vezes ¶ escolher as fun»~es
                 a                                                 e             co
u e v segundo o crit¶rio que descreveremos abaixo. Ele foi publicado como uma pequena
                    e
nota em uma edi»~o antiga da revista American Mathematical Monthly.
                 ca
     Considere o seguinte esquema de fun»~es elementares:
                                        co


         L                 I                  A              T               E
    Logar¶
         ³tmicas       Inversas de  Alg¶bricas Trigonom¶tricas Exponenciais
                                       e               e
                    trigonom¶tricas
                              e

      No esquema acima, as letras do anagrama LIATE s~o iniciais de diferentes tipos
                                                     a
de fun»~es.
      co
       Uma estrat¶gia que funciona bem ¶: ao realizar uma integra»~o por partes, esco-
                  e                     e                          ca
lher, dentre as duas fun»~es que aparecem sob o sinal de integral,
                        co
»~
Integracao por partes                                                              141


     ² como fun»~o u: a fun»~o cuja letra inicial de caracteriza»~o posiciona-se mais µ
                ca         ca                                   ca                    a
       esquerda no anagrama;

     ² como formando a diferencial dv: a fun»~o cuja letra inicial de caracteriza»~o
                                                ca                               ca
       posiciona-se mais µ direita no anagrama.
                         a

     Sumarizando, u deve caracterizar-se pela letra mais pr¶xima de L, e dv pela letra
                                                           o
mais pr¶xima de E.
       o
       Esta estrat¶gia j¶ foi adotada nos exemplos desenvolvidos anteriormente !
                  e     a
                   R
    1. Na integral x sen x dx, exemplo 16.1, ¯zemos
       u = x (Alg¶brica) e dv = sen x dx (Trigonom¶trica).
                  e                                  e
       No anagrama LIATE, A precede T.
                   R
    2. Na integral x ln x dx, exemplo 16.2, ¯zemos
       u = ln x (Logar¶³tmica) e dv = x dx (Alg¶brica).
                                                e
       No anagrama LIATE, L precede precede A.
                   R
    3. Na integral arc tg x dx, exemplo 16.3, ¯zemos
       u = arc tg x (Inversa de trigonom¶trica), e dv = 1 dx (Alg¶brica).
                                         e                       e
       No anagrama LIATE, I precede A.

       Passaremos agora a um exemplo interessante e imprescind¶
                                                              ³vel.
                          R
Exemplo 16.4 Calcular         ex sen x dx.

Solu»~o. Seguindo a sugest~o dada acima, faremos
    ca                    a
     u = sen x (trigonom¶trica), dv = ex dx (exponencial). T vem antes de E no
                        e
anagrama LIATE.
       Temos ent~o du = (sen x)0 dx = cos x dx, e tomamos v = ex . Da¶
                a                                                    ³,
                      Z                Z              Z
                         e sen x dx = u dv = uv ¡ v du
                          x

                                                   Z
                                     = e sen x ¡ ex cos x dx
                                        x




R       Parece que voltamos ao ponto de partida, n~o ¶ mesmo? Passamos da integral
                          R                          a e
    ex sen x dx µ integral ex cos x dx, equivalente µ primeira em n¶ de di¯culdade.
                a                                   a              ³vel
       Continuaremos, no entanto, a seguir a receita do anagrama.
                      R
       Na integral J = ex cos x dx faremos
      u = cos x, dv = ex dx. (Estas fun»~es u e v s~o de¯nidas em um novo contexto.
                                       co          a
Referem-se µ esta segunda integral.)
           a
»~
Integracao por partes                                                        142


      Teremos du = (cos x)0 dx = ¡ sen x dx, e v = ex, e ent~o
                                                            a
                      Z                Z               Z
                 J = e cos x dx = u dv = uv ¡ v du
                          x

                                                  Z
                                     = e cos x ¡ (¡ sen x)ex dx
                                        x

                                                  Z
                                     = e cos x + ex sen x dx
                                        x



                                                    R
      O resultado ¯nal ¶ interessante. Chamando I = ex sen x dx,
                       e
                  Z
              I = ex sen x dx = ex sen x ¡ J
                                            µ         Z           ¶
                                 = e sen x ¡ e cos x + e sen x dx
                                    x         x          x


                              = ex sen x ¡ ex cos x ¡ I

Portanto,
                            I = ex sen x ¡ ex cos x ¡ I
ou seja,
                           2I = ex sen x ¡ ex cos x + C
e ent~o obtemos
     a
                             1
                          I = (ex sen x ¡ ex cos x) + C
                             2
                        Rp
Exemplo 16.5 Calcular     a2 ¡ x2 dx (a > 0).

Aqui podemos integrar por partes, mas o anagrama LIATE n~o nos ¶ de serventia, j¶
                                                              a      e          a
que a integral involve apenas express~es alg¶bricas.
                                     o      e
                    p
     Faremos u = a2 ¡ x2 , dv = dx.
                      ¡x
     Ent~o du = p 2
         a                   dx, e tomamos v = x. Da¶  ³,
                     a ¡ x2
                      Z p                Z
                  I=       a2 ¡ x2 dx =     u dv
                                               Z
                                      = uv ¡ v du
                                          p            Z
                                                             ¡x2
                                      = x a2 ¡ x2 ¡ p 2            dx
                                                            a ¡ x2
                                          p            Z
                                                             x2
                                      =x a    2 ¡ x2 +    p        dx
                                                           a2 ¡ x2
»~
Integracao por partes                                                         143


Agora fazemos
                Z                    Z
                       x2           ¡(a2 ¡ x2 ) + a2
                     p        dx =     p               dx
                      a2 ¡ x2              a2 ¡ x2
                                   Z                    Z
                                       a2 ¡ x2               a2
                                =¡ p 2            dx + p 2         dx
                                   Z p   a ¡ x2           Z a ¡ x2
                                           2 ¡ x2 dx + a2
                                                                1
                                =¡      a                   p         dx
                                           Z                  a2 ¡ x2
                                         2         1
                                = ¡I + a      p          dx
                                                a 2 ¡ x2
                                                     x
                                = ¡I + a2 ¢ arc sen + C
                                                     a
Portanto,                     p                          x
                         I = x a2 ¡ x2 ¡ I + a2 ¢ arc sen + C
                                                         a
de onde ent~o
           a
                    Z p
                                        xp 2      a2      x
                       a2 ¡ x2 dx = I =   a ¡ x2 + arc sen + C
                                        2         2       a

      Um modo mais apropriado de abordar integrais com express~es da forma x2 §
                                                              o
a , ou a2 ¡ x2 , ser¶ retomado adiante, quando ¯zermos um estudo de substitui»~es
 2
                    a                                                        co
trigonom¶tricas.
        e


16.2        Problemas
     1. Repetindo procedimento an¶logo ao usado no exemplo 16.5, mostre que
                                  a
                    Z p
                                     xp 2        ¸       p
                         x2 + ¸ dx =    x + ¸ + ln jx + x2 + ¸j + C
                                     2           2

     2. Calcule as seguintes integrais.
             R
         (a) xex dx. Resposta. ex(x ¡ 1) + C.
             R
         (b) ln x dx. Resposta. x(ln x ¡ 1) + C.
             R                                   n+1 ¡         1
                                                                 ¢
         (c) xn ln x dx (n 6¡1). Resposta. x
                             =                  n+1
                                                       ln x ¡ n+1 + C.
             R          2                     2
         (d) ln(1 + x ) dx. Resposta. x ln(x + 1) ¡ 2x + 2 arc tg x + C.
             R
         (e) x arc tg x dx. Resposta. 1 [(x2 + 1) arc tg x ¡ x] + C.
                                         2
             R                                       p
         (f) arc sen x dx. Resposta. x arc sen x + 1 ¡ x2 + C.
             Rp                                         p
         (g)     1 ¡ x2 dx. Resposta. 1 arc sen x + x 1 ¡ x2 + C.
                                        2            2
             Sugest~o. Imite os procedimentos usados no exemplo 16.5.
                    a
»~
Integracao por partes                                                                   144

            R                                                                p
      (h)     x arc sen x dx. Resposta. 1 [(2x2 ¡ 1) arc sen x + x 1 ¡ x2 ] + C.
                                                 4
            R px                        p p
      (i)     e dx. Resposta. 2e ( x ¡ 1) + C.
                                           x
            R          p                                        p      p
      (j)     arc tg x dx. Resposta. (x + 1) arc tg x ¡ x + C.
                                                     R                         p
            Sugest~o. Ao deparar-se com 2px(1+x) dx, fa»a z = x.
                     a                                     x
                                                                      c
            R arc sen px                      p              p       p
      (k)         p
                    x
                          dx. Resposta. 2 x arc sen x + 2 1 ¡ x + C.
            R            p x                                   p x        p           p
      (l)     arc sen x+1 dx. Resposta. x arc sen x+1 ¡ x + arc tg x + C.
                                                                                        p x
            Sugest~o. N~o se deixe intimidar. Comece fazendo u = arc sen x+1 ,
                     a       a
            dv = dx.
            R                                 2
     (m)      x cos2 x dx. Resposta. x + 1 x sen 2x + 1 cos 2x + C.
                                             4       4             8
            Sugest~o. cos2 x = 1 (1 + cos 2x).
                     a              2
            R 2
      (n)     (x + 7x ¡ 5) cos 2x dx.
            Resposta. (x2 + 7x ¡ 5) sen 2x + (2x + 7) cos 2x ¡ sen 2x + C.
                                              2                    4       4
            R ax                                   1
      (o)     e cos bx dx. Resposta. a2 +b2 e (b sen bx + a cos bx) + C.
                                                        ax
            R ax                                   1
      (p)     e sen bx dx. Resposta. a2 +b2 eax (a sen bx ¡ b cos bx) + C.
            R x arc sen x                           p
                       2 dx. Resposta. x ¡             1 ¡ x2 arc sen x + C.
      (q)       p
                  1¡x
            R arc sen x
      (r)               dx.
                 x2           ¯ p        ¯                              ¯ p       ¯
                              ¯       2¯                                ¯    1¡x2 ¯
            Resposta. 1 ln ¯ 1¡p1¡x2 ¯ ¡ x arc sen x + C = ln ¯ 1¡ x ¯ ¡ x arc sen x + C.
                          2     1+ 1¡x
                                                1                                   1
                                  R    1
                                                         R
            Sugest~o. Fa»a xp1¡x2 dx = x2 px 2 dx, quando necess¶rio, e ent~o
                     a        c                                                       a    a
                 p                                            1¡x
            z = 1 ¡ x2 .
            R           p                                          p            p
      (s)     ln(x + 1 + x2 ) dx. Resposta. x ln(x + 1 + x2 ) ¡ 1 + x2 + C.
            R x arc sen x                                      ¯ ¯
      (t)      p          dx. Resposta. arc sen2x + 1 ln ¯ 1¡x ¯ + C.
                                              p
                                                1¡x    2    1+x
                (1¡x2 )3

                                 R   1
  3. Ao calcular a integral          x
                                       dx,   Jo~ozinho procedeu da seguinte maneira.
                                               a
                      1                                                      1
     Fazendo u =      x
                        ,   e dv = dx, podemos tomar v = x, e teremos du = ¡ x2 dx.
                            Z        Z             Z
                               1
                                 dx = u dv = uv ¡ v du
                               x
                                            Z µ       ¶           Z
                                     1              1               1
                                    = ¢ x ¡ x ¡ 2 dx = 1 +            dx
                                     x             x                x
                  R   1
     Sendo J =        x
                        dx,    temos ent~o J = 1 + J, logo 0 = 1.
                                        a
     Onde est¶ o erro no argumento de Jo~ozinho ?
             a                             a
                Z                                Z
                        x2             ¡x            dx
  4. Mostre que               dx =             +          .
                   (x 2 + ¸)2       2(x 2 + ¸)     x2+¸
                    Z                    Z
                            x2                      x
     Sugest~o. Fa»a
           a     c                dx = |{z} ¢ 2
                                             x            dx.
                        (x2 + ¸)2                (x + ¸)2
                                             u   |   {z     }
                                                                  dv
»~
Integracao por partes                                                                                     145


  5. Usando o resultado do problema 4, calcule (considere a > 0)
         Z                       Z
               x2                       x2
     (a)               dx.   (b)               dx.
           (x2 + a2 )2             (a2 ¡ x2 )2
                                                                                           ¯     ¯
     Respostas. (a)        ¡x
                        2(x2 +a2 )
                                     +    1
                                         2a
                                              arc tg x + C. (b)
                                                     a
                                                                      x
                                                                  2(a2 ¡x2 )
                                                                               ¡    1
                                                                                   4a
                                                                                        ln ¯ a+x ¯ + C.
                                                                                             a¡x

  6. Mostre que             Z                                             Z
                                    dx              x       1                    dx
                                            =             +
                                 (x2 + ¸)2      2¸(x2 + ¸) 2¸                  x2 + ¸
                 R                R 2         2
     Sugest~o.
           a            dx
                     (x2 +¸)2
                                = (x +¸)¡x dx.
                                     (x2 +¸)2

  7. Usando a redu»~o mostrada no problema 6, calcule as integrais (considere a > 0).
                     ca
         Z                         Z
                 dx                        dx
     (a)                  .   (b)                  .
            (x 2 + a2 )2               (a2 ¡ x2 )2
                                                                                 ¯     ¯
     Respostas. (a) 2a2 (xx +a2 ) + 2a3 arc tg x + C. (b) 2a2 (ax ¡x2 ) + 4a3 ln ¯ a+x ¯ + C.
                            2
                                     1
                                               a                2
                                                                           1
                                                                                   a¡x
             R x arc tg x
  8. Calcule (x2 +1)2 dx. Resposta. 4(x2 +1) + 1 arc tg x ¡ 1 arc tg2x + C.
                                            x
                                                     4           2 1+x

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Redes neurais com matlab
Redes neurais com matlabRedes neurais com matlab
Redes neurais com matlabRenato Vicente
 
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidadelapodcc
 
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestritalapodcc
 
[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidade[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidadelapodcc
 
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restritalapodcc
 
Anatomia Comparativa de Modelos de Risco de Crédito
Anatomia Comparativa de Modelos de Risco de CréditoAnatomia Comparativa de Modelos de Risco de Crédito
Anatomia Comparativa de Modelos de Risco de CréditoRenato Vicente
 
Algebra Linear cap 02
Algebra Linear cap 02Algebra Linear cap 02
Algebra Linear cap 02Andrei Bastos
 
[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplex[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplexlapodcc
 
[Robson] 1. Programação Linear
[Robson] 1. Programação Linear[Robson] 1. Programação Linear
[Robson] 1. Programação Linearlapodcc
 
Algebra Linear cap 04
Algebra Linear cap 04Algebra Linear cap 04
Algebra Linear cap 04Andrei Bastos
 
Risco de Crédito 3: KMV
Risco de Crédito 3: KMVRisco de Crédito 3: KMV
Risco de Crédito 3: KMVRenato Vicente
 

Mais procurados (18)

Redes neurais com matlab
Redes neurais com matlabRedes neurais com matlab
Redes neurais com matlab
 
Aula 05 derivadas - conceitos iniciais
Aula 05   derivadas - conceitos iniciaisAula 05   derivadas - conceitos iniciais
Aula 05 derivadas - conceitos iniciais
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Risco operacional
Risco operacionalRisco operacional
Risco operacional
 
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
[Robson] 5. Análise de Sensibilidade
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
[Robson] 7. Programação Não Linear Irrestrita
 
[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidade[Robson] 4. Dualidade
[Robson] 4. Dualidade
 
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
[Alexandre] 8. Não Linear Restrita
 
Anatomia Comparativa de Modelos de Risco de Crédito
Anatomia Comparativa de Modelos de Risco de CréditoAnatomia Comparativa de Modelos de Risco de Crédito
Anatomia Comparativa de Modelos de Risco de Crédito
 
Algebra Linear cap 02
Algebra Linear cap 02Algebra Linear cap 02
Algebra Linear cap 02
 
Basiconumcomplex (1)
Basiconumcomplex (1)Basiconumcomplex (1)
Basiconumcomplex (1)
 
[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplex[Robson] 3. Método Simplex
[Robson] 3. Método Simplex
 
[Robson] 1. Programação Linear
[Robson] 1. Programação Linear[Robson] 1. Programação Linear
[Robson] 1. Programação Linear
 
Algebra Linear cap 04
Algebra Linear cap 04Algebra Linear cap 04
Algebra Linear cap 04
 
Equações e funções exponenciais
Equações e funções exponenciaisEquações e funções exponenciais
Equações e funções exponenciais
 
Calculo1 aula10
Calculo1 aula10Calculo1 aula10
Calculo1 aula10
 
Risco de Crédito 3: KMV
Risco de Crédito 3: KMVRisco de Crédito 3: KMV
Risco de Crédito 3: KMV
 

Destaque

505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade
505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade
505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividadeUFMA Universidade Federal do Maranhão
 
Examen final de religió
Examen final de religióExamen final de religió
Examen final de religióscano7
 
Maite lópez mallo
Maite lópez malloMaite lópez mallo
Maite lópez malloMaite Lopez
 
Presentacion mi vida
Presentacion mi vidaPresentacion mi vida
Presentacion mi vidaAimee Perez
 
Unnrerecpadnfaonbakj
UnnrerecpadnfaonbakjUnnrerecpadnfaonbakj
UnnrerecpadnfaonbakjBrayanAGM
 
Problemas de desarrollo económico ii parte
Problemas de desarrollo económico ii parteProblemas de desarrollo económico ii parte
Problemas de desarrollo económico ii parteNati Peck Méndez
 
JS Tomar 1 ano de mandato
JS Tomar 1 ano de mandatoJS Tomar 1 ano de mandato
JS Tomar 1 ano de mandatoNuno Ferreira
 
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeCcna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeveruzkavaz
 

Destaque (20)

Estudodecasomwa
EstudodecasomwaEstudodecasomwa
Estudodecasomwa
 
Izengabea 1
Izengabea 1Izengabea 1
Izengabea 1
 
La‏berint oinf.
La‏berint oinf.La‏berint oinf.
La‏berint oinf.
 
Prueba
PruebaPrueba
Prueba
 
Sin título 1
Sin título 1Sin título 1
Sin título 1
 
Binder check
Binder checkBinder check
Binder check
 
505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade
505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade
505. fenomenologia da literatura de auto ajuda financeira e subjetividade
 
Examen final de religió
Examen final de religióExamen final de religió
Examen final de religió
 
Google
GoogleGoogle
Google
 
Maite lópez mallo
Maite lópez malloMaite lópez mallo
Maite lópez mallo
 
Izengabea 1
Izengabea 1Izengabea 1
Izengabea 1
 
TRANSCRIPT DIPLOMA UACS.PDF
TRANSCRIPT DIPLOMA UACS.PDFTRANSCRIPT DIPLOMA UACS.PDF
TRANSCRIPT DIPLOMA UACS.PDF
 
PowerPOINT
PowerPOINT PowerPOINT
PowerPOINT
 
Calculo1 aula04
Calculo1 aula04Calculo1 aula04
Calculo1 aula04
 
Presentacion mi vida
Presentacion mi vidaPresentacion mi vida
Presentacion mi vida
 
Unnrerecpadnfaonbakj
UnnrerecpadnfaonbakjUnnrerecpadnfaonbakj
Unnrerecpadnfaonbakj
 
Problemas de desarrollo económico ii parte
Problemas de desarrollo económico ii parteProblemas de desarrollo económico ii parte
Problemas de desarrollo económico ii parte
 
Misión imposible
Misión  imposibleMisión  imposible
Misión imposible
 
JS Tomar 1 ano de mandato
JS Tomar 1 ano de mandatoJS Tomar 1 ano de mandato
JS Tomar 1 ano de mandato
 
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeCcna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
 

Semelhante a Integração por partes: escolhendo u e dv

Semelhante a Integração por partes: escolhendo u e dv (20)

Calculo1 aula03
Calculo1 aula03Calculo1 aula03
Calculo1 aula03
 
Matematica2 19
Matematica2 19Matematica2 19
Matematica2 19
 
Calculo1 aula20
Calculo1 aula20Calculo1 aula20
Calculo1 aula20
 
Calculo1 aula20
Calculo1 aula20Calculo1 aula20
Calculo1 aula20
 
Calculo1 aula19
Calculo1 aula19Calculo1 aula19
Calculo1 aula19
 
Calculo1 aula19
Calculo1 aula19Calculo1 aula19
Calculo1 aula19
 
Calculo2lista6
Calculo2lista6Calculo2lista6
Calculo2lista6
 
Calculo1 aula18
Calculo1 aula18Calculo1 aula18
Calculo1 aula18
 
Calculo1 aula18
Calculo1 aula18Calculo1 aula18
Calculo1 aula18
 
Funcoes de varias variaveis calculo 2
Funcoes de varias variaveis  calculo 2Funcoes de varias variaveis  calculo 2
Funcoes de varias variaveis calculo 2
 
Calculo1 aula10
Calculo1 aula10Calculo1 aula10
Calculo1 aula10
 
Integral de linha campo vetorial - calculo iii
Integral de linha   campo vetorial - calculo iiiIntegral de linha   campo vetorial - calculo iii
Integral de linha campo vetorial - calculo iii
 
Aula11.pdf
Aula11.pdfAula11.pdf
Aula11.pdf
 
Esboço - Gráfico de Função
Esboço - Gráfico de FunçãoEsboço - Gráfico de Função
Esboço - Gráfico de Função
 
Cadeno 1 integrais duplos e intregrais de linha
Cadeno 1 integrais duplos e intregrais de linhaCadeno 1 integrais duplos e intregrais de linha
Cadeno 1 integrais duplos e intregrais de linha
 
Apostila 2 calculo i derivadas
Apostila 2 calculo i derivadasApostila 2 calculo i derivadas
Apostila 2 calculo i derivadas
 
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoAplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
 
P3 calculo i_ (7)
P3 calculo i_ (7)P3 calculo i_ (7)
P3 calculo i_ (7)
 
Questesdematemtica ano2003
Questesdematemtica ano2003Questesdematemtica ano2003
Questesdematemtica ano2003
 
FUNÇÕES GERADORAS
FUNÇÕES GERADORASFUNÇÕES GERADORAS
FUNÇÕES GERADORAS
 

Mais de Cleide Soares

Mais de Cleide Soares (20)

Topografia aula04
Topografia aula04Topografia aula04
Topografia aula04
 
Topografia aula03
Topografia aula03Topografia aula03
Topografia aula03
 
Topografia aula02
Topografia aula02Topografia aula02
Topografia aula02
 
Topografia aula01
Topografia aula01Topografia aula01
Topografia aula01
 
Apostila de topografia
Apostila de topografiaApostila de topografia
Apostila de topografia
 
Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02
Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02
Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02
 
Introducao hidrologia
Introducao hidrologiaIntroducao hidrologia
Introducao hidrologia
 
Hp 50g menor
Hp 50g   menorHp 50g   menor
Hp 50g menor
 
Calculo2lista3
Calculo2lista3Calculo2lista3
Calculo2lista3
 
Calculo2lista2
Calculo2lista2Calculo2lista2
Calculo2lista2
 
Calculo2lista1
Calculo2lista1Calculo2lista1
Calculo2lista1
 
Calculo1 aula17
Calculo1 aula17Calculo1 aula17
Calculo1 aula17
 
Calculo1 aula15
Calculo1 aula15Calculo1 aula15
Calculo1 aula15
 
Calculo1 aula14
Calculo1 aula14Calculo1 aula14
Calculo1 aula14
 
Calculo1 aula13
Calculo1 aula13Calculo1 aula13
Calculo1 aula13
 
Calculo1 aula12
Calculo1 aula12Calculo1 aula12
Calculo1 aula12
 
Calculo1 aula11
Calculo1 aula11Calculo1 aula11
Calculo1 aula11
 
Calculo1 aula09
Calculo1 aula09Calculo1 aula09
Calculo1 aula09
 
Calculo1 aula08
Calculo1 aula08Calculo1 aula08
Calculo1 aula08
 
Calculo1 aula07
Calculo1 aula07Calculo1 aula07
Calculo1 aula07
 

Integração por partes: escolhendo u e dv

  • 1. Aula 16 Integra»~o por partes ca H¶ essencialmente dois m¶todos empregados no c¶lculo de integrais inde¯nidas (primi- a e a tivas) de fun»~es elementares. Um deles ¶ a integra»~o por substitui»~o, explorada na co e ca ca aula 15, que retomaremos adiante, em novos casos. O outro m¶todo ¶ chamado de e e integra»~o por partes, que exploraremos nesta aula. ca Suponhamos que u = u(x) e v = v(x) s~o duas fun»~es deriv¶veis em um certo a co a intervalo I ½ R. Ent~o, para cada x em I, temos a [u(x) ¢ v(x)]0 = u0 (x) ¢ v(x) + u(x) ¢ v 0 (x) Assim sendo, Z [u0 (x)v(x) + u(x)v0 (x)] dx = u(x)v(x) + C ou seja, Z Z 0 v(x)u (x) dx + u(x)v 0 (x) dx = u(x)v(x) + C Podemos escrever ainda Z Z u(x)v (x) dx = u(x)v(x) ¡ v(x)u0 (x) dx 0 (16.1) aqui considerando que a constante gen¶rica C j¶ est¶ impl¶ e a a ³cita na ultima integral. ¶ Sendo u = u(x) e v = v(x), temos du = u0 (x) dx e dv = v0 (x) dx, e passamos a f¶rmula 16.1 µ forma abreviada o a Z Z u ¢ dv = u ¢ v ¡ v ¢ du (16.2) As f¶rmulas 16.1 e 16.2 s~o chamadas f¶rmulas de integra»~o por partes. o a o ca 138
  • 2. »~ Integracao por partes 139 R Exemplo 16.1 Calcular x sen x dx. Solu»~o. Tomaremos u = x, e dv = sen x dx. ca R Teremos du = 1 dx = dx, e v = sen x dx. Para os prop¶sitos da integra»~o por partes, basta tomar v = ¡ cos x, menospre- o ca R zando a constante arbitr¶ria da integral v = sen x dx, pois uma tal escolha da fun»~o a ca v ¶ su¯ciente para validar a f¶rmula 16.2. e o Temos ent~o a Z Z x sen x dx = u ¢ dv Z = u ¢ v ¡ v ¢ du Z = x ¢ (¡ cos x) ¡ (¡ cos x) dx Z = ¡x cos x + cos x dx = ¡x cos x + sen x + C R Exemplo 16.2 Calcular x ln x dx. Solu»~o. Tomamos u = ln x, e dv = x dx. ca 1 R x2 Teremos du = dx, e v = x dx. Tomamos v = . x 2 Temos ent~o a Z Z x ln x dx = u ¢ dv Z = u ¢ v ¡ v ¢ du Z 2 x2 x 1 = ¢ ln x ¡ ¢ dx 2 2 x Z x2 x = ¢ ln x ¡ dx 2 2 x2 x2 = ¢ ln x ¡ +C 2 4 R Exemplo 16.3 Calcular arc tg x dx. Solu»~o. Faremos u = arc tg x, e dv = dx. ca 1 E ent~o du = a dx, v = x. Da¶³, 1 + x2
  • 3. »~ Integracao por partes 140 Z Z Z arc tg x dx = u dv = uv ¡ v du Z 1 = x ¢ arc tg x ¡ x ¢ dx 1 + x2 Z 1 Para calcular a integral J = x¢ dx, procedemos a uma mudan»a de vari¶vel: c a 1 + x2 Fazendo w = 1 + x2 , temos dw = 2x dx, e ent~o x dx = 1 dw. Da¶ a 2 ³, Z Z 1 1 J = x¢ dx = dw = ln jwj + C = ln(1 + x2 ) + C. 1+x 2 w R Portanto, arc tg x dx = x ¢ arc tg x ¡ ln(1 + x2 ) + C. 16.1 Um estrat¶gia para integrar por partes e Poder¶ R dizer que o prop¶sito da integra»~o R partes ¶ transferir o c¶lculo de uma ³amos o ca por e a integral u ¢ dv para o c¶lculo de uma integral Rv ¢ du (a qual espera-se que saibamos a R calcular), pela f¶rmula de integra»~o por partes, u dv = uv ¡ v du. o ca R Ao integrar por partes, uma integral da forma f (x)g(x) dx, devemos sempre escolher, dentre as duas fun»~es da express~o f (x)g(x) dx, uma delas como sendo o co a fator u e a outra como parte de uma diferencial dv. Em outras palavras, podemos fazer u = f (x) e dv = g(x) dx, ou u = g(x) e dv = f (x) dx (ou ainda u = f(x)g(x) e dv = 1 dx !). Mas esta escolha n~o pode ser a feita de modo aleat¶rio. Temos queR espertos em nossa escolha para que, ao passarmos R o ser da integral u dv para a integral v du, passemos a uma integral tecnicamente mais simples de ser calculada. Uma sugest~o que funciona bem na grande maioria das vezes ¶ escolher as fun»~es a e co u e v segundo o crit¶rio que descreveremos abaixo. Ele foi publicado como uma pequena e nota em uma edi»~o antiga da revista American Mathematical Monthly. ca Considere o seguinte esquema de fun»~es elementares: co L I A T E Logar¶ ³tmicas Inversas de Alg¶bricas Trigonom¶tricas Exponenciais e e trigonom¶tricas e No esquema acima, as letras do anagrama LIATE s~o iniciais de diferentes tipos a de fun»~es. co Uma estrat¶gia que funciona bem ¶: ao realizar uma integra»~o por partes, esco- e e ca lher, dentre as duas fun»~es que aparecem sob o sinal de integral, co
  • 4. »~ Integracao por partes 141 ² como fun»~o u: a fun»~o cuja letra inicial de caracteriza»~o posiciona-se mais µ ca ca ca a esquerda no anagrama; ² como formando a diferencial dv: a fun»~o cuja letra inicial de caracteriza»~o ca ca posiciona-se mais µ direita no anagrama. a Sumarizando, u deve caracterizar-se pela letra mais pr¶xima de L, e dv pela letra o mais pr¶xima de E. o Esta estrat¶gia j¶ foi adotada nos exemplos desenvolvidos anteriormente ! e a R 1. Na integral x sen x dx, exemplo 16.1, ¯zemos u = x (Alg¶brica) e dv = sen x dx (Trigonom¶trica). e e No anagrama LIATE, A precede T. R 2. Na integral x ln x dx, exemplo 16.2, ¯zemos u = ln x (Logar¶³tmica) e dv = x dx (Alg¶brica). e No anagrama LIATE, L precede precede A. R 3. Na integral arc tg x dx, exemplo 16.3, ¯zemos u = arc tg x (Inversa de trigonom¶trica), e dv = 1 dx (Alg¶brica). e e No anagrama LIATE, I precede A. Passaremos agora a um exemplo interessante e imprescind¶ ³vel. R Exemplo 16.4 Calcular ex sen x dx. Solu»~o. Seguindo a sugest~o dada acima, faremos ca a u = sen x (trigonom¶trica), dv = ex dx (exponencial). T vem antes de E no e anagrama LIATE. Temos ent~o du = (sen x)0 dx = cos x dx, e tomamos v = ex . Da¶ a ³, Z Z Z e sen x dx = u dv = uv ¡ v du x Z = e sen x ¡ ex cos x dx x R Parece que voltamos ao ponto de partida, n~o ¶ mesmo? Passamos da integral R a e ex sen x dx µ integral ex cos x dx, equivalente µ primeira em n¶ de di¯culdade. a a ³vel Continuaremos, no entanto, a seguir a receita do anagrama. R Na integral J = ex cos x dx faremos u = cos x, dv = ex dx. (Estas fun»~es u e v s~o de¯nidas em um novo contexto. co a Referem-se µ esta segunda integral.) a
  • 5. »~ Integracao por partes 142 Teremos du = (cos x)0 dx = ¡ sen x dx, e v = ex, e ent~o a Z Z Z J = e cos x dx = u dv = uv ¡ v du x Z = e cos x ¡ (¡ sen x)ex dx x Z = e cos x + ex sen x dx x R O resultado ¯nal ¶ interessante. Chamando I = ex sen x dx, e Z I = ex sen x dx = ex sen x ¡ J µ Z ¶ = e sen x ¡ e cos x + e sen x dx x x x = ex sen x ¡ ex cos x ¡ I Portanto, I = ex sen x ¡ ex cos x ¡ I ou seja, 2I = ex sen x ¡ ex cos x + C e ent~o obtemos a 1 I = (ex sen x ¡ ex cos x) + C 2 Rp Exemplo 16.5 Calcular a2 ¡ x2 dx (a > 0). Aqui podemos integrar por partes, mas o anagrama LIATE n~o nos ¶ de serventia, j¶ a e a que a integral involve apenas express~es alg¶bricas. o e p Faremos u = a2 ¡ x2 , dv = dx. ¡x Ent~o du = p 2 a dx, e tomamos v = x. Da¶ ³, a ¡ x2 Z p Z I= a2 ¡ x2 dx = u dv Z = uv ¡ v du p Z ¡x2 = x a2 ¡ x2 ¡ p 2 dx a ¡ x2 p Z x2 =x a 2 ¡ x2 + p dx a2 ¡ x2
  • 6. »~ Integracao por partes 143 Agora fazemos Z Z x2 ¡(a2 ¡ x2 ) + a2 p dx = p dx a2 ¡ x2 a2 ¡ x2 Z Z a2 ¡ x2 a2 =¡ p 2 dx + p 2 dx Z p a ¡ x2 Z a ¡ x2 2 ¡ x2 dx + a2 1 =¡ a p dx Z a2 ¡ x2 2 1 = ¡I + a p dx a 2 ¡ x2 x = ¡I + a2 ¢ arc sen + C a Portanto, p x I = x a2 ¡ x2 ¡ I + a2 ¢ arc sen + C a de onde ent~o a Z p xp 2 a2 x a2 ¡ x2 dx = I = a ¡ x2 + arc sen + C 2 2 a Um modo mais apropriado de abordar integrais com express~es da forma x2 § o a , ou a2 ¡ x2 , ser¶ retomado adiante, quando ¯zermos um estudo de substitui»~es 2 a co trigonom¶tricas. e 16.2 Problemas 1. Repetindo procedimento an¶logo ao usado no exemplo 16.5, mostre que a Z p xp 2 ¸ p x2 + ¸ dx = x + ¸ + ln jx + x2 + ¸j + C 2 2 2. Calcule as seguintes integrais. R (a) xex dx. Resposta. ex(x ¡ 1) + C. R (b) ln x dx. Resposta. x(ln x ¡ 1) + C. R n+1 ¡ 1 ¢ (c) xn ln x dx (n 6¡1). Resposta. x = n+1 ln x ¡ n+1 + C. R 2 2 (d) ln(1 + x ) dx. Resposta. x ln(x + 1) ¡ 2x + 2 arc tg x + C. R (e) x arc tg x dx. Resposta. 1 [(x2 + 1) arc tg x ¡ x] + C. 2 R p (f) arc sen x dx. Resposta. x arc sen x + 1 ¡ x2 + C. Rp p (g) 1 ¡ x2 dx. Resposta. 1 arc sen x + x 1 ¡ x2 + C. 2 2 Sugest~o. Imite os procedimentos usados no exemplo 16.5. a
  • 7. »~ Integracao por partes 144 R p (h) x arc sen x dx. Resposta. 1 [(2x2 ¡ 1) arc sen x + x 1 ¡ x2 ] + C. 4 R px p p (i) e dx. Resposta. 2e ( x ¡ 1) + C. x R p p p (j) arc tg x dx. Resposta. (x + 1) arc tg x ¡ x + C. R p Sugest~o. Ao deparar-se com 2px(1+x) dx, fa»a z = x. a x c R arc sen px p p p (k) p x dx. Resposta. 2 x arc sen x + 2 1 ¡ x + C. R p x p x p p (l) arc sen x+1 dx. Resposta. x arc sen x+1 ¡ x + arc tg x + C. p x Sugest~o. N~o se deixe intimidar. Comece fazendo u = arc sen x+1 , a a dv = dx. R 2 (m) x cos2 x dx. Resposta. x + 1 x sen 2x + 1 cos 2x + C. 4 4 8 Sugest~o. cos2 x = 1 (1 + cos 2x). a 2 R 2 (n) (x + 7x ¡ 5) cos 2x dx. Resposta. (x2 + 7x ¡ 5) sen 2x + (2x + 7) cos 2x ¡ sen 2x + C. 2 4 4 R ax 1 (o) e cos bx dx. Resposta. a2 +b2 e (b sen bx + a cos bx) + C. ax R ax 1 (p) e sen bx dx. Resposta. a2 +b2 eax (a sen bx ¡ b cos bx) + C. R x arc sen x p 2 dx. Resposta. x ¡ 1 ¡ x2 arc sen x + C. (q) p 1¡x R arc sen x (r) dx. x2 ¯ p ¯ ¯ p ¯ ¯ 2¯ ¯ 1¡x2 ¯ Resposta. 1 ln ¯ 1¡p1¡x2 ¯ ¡ x arc sen x + C = ln ¯ 1¡ x ¯ ¡ x arc sen x + C. 2 1+ 1¡x 1 1 R 1 R Sugest~o. Fa»a xp1¡x2 dx = x2 px 2 dx, quando necess¶rio, e ent~o a c a a p 1¡x z = 1 ¡ x2 . R p p p (s) ln(x + 1 + x2 ) dx. Resposta. x ln(x + 1 + x2 ) ¡ 1 + x2 + C. R x arc sen x ¯ ¯ (t) p dx. Resposta. arc sen2x + 1 ln ¯ 1¡x ¯ + C. p 1¡x 2 1+x (1¡x2 )3 R 1 3. Ao calcular a integral x dx, Jo~ozinho procedeu da seguinte maneira. a 1 1 Fazendo u = x , e dv = dx, podemos tomar v = x, e teremos du = ¡ x2 dx. Z Z Z 1 dx = u dv = uv ¡ v du x Z µ ¶ Z 1 1 1 = ¢ x ¡ x ¡ 2 dx = 1 + dx x x x R 1 Sendo J = x dx, temos ent~o J = 1 + J, logo 0 = 1. a Onde est¶ o erro no argumento de Jo~ozinho ? a a Z Z x2 ¡x dx 4. Mostre que dx = + . (x 2 + ¸)2 2(x 2 + ¸) x2+¸ Z Z x2 x Sugest~o. Fa»a a c dx = |{z} ¢ 2 x dx. (x2 + ¸)2 (x + ¸)2 u | {z } dv
  • 8. »~ Integracao por partes 145 5. Usando o resultado do problema 4, calcule (considere a > 0) Z Z x2 x2 (a) dx. (b) dx. (x2 + a2 )2 (a2 ¡ x2 )2 ¯ ¯ Respostas. (a) ¡x 2(x2 +a2 ) + 1 2a arc tg x + C. (b) a x 2(a2 ¡x2 ) ¡ 1 4a ln ¯ a+x ¯ + C. a¡x 6. Mostre que Z Z dx x 1 dx = + (x2 + ¸)2 2¸(x2 + ¸) 2¸ x2 + ¸ R R 2 2 Sugest~o. a dx (x2 +¸)2 = (x +¸)¡x dx. (x2 +¸)2 7. Usando a redu»~o mostrada no problema 6, calcule as integrais (considere a > 0). ca Z Z dx dx (a) . (b) . (x 2 + a2 )2 (a2 ¡ x2 )2 ¯ ¯ Respostas. (a) 2a2 (xx +a2 ) + 2a3 arc tg x + C. (b) 2a2 (ax ¡x2 ) + 4a3 ln ¯ a+x ¯ + C. 2 1 a 2 1 a¡x R x arc tg x 8. Calcule (x2 +1)2 dx. Resposta. 4(x2 +1) + 1 arc tg x ¡ 1 arc tg2x + C. x 4 2 1+x