Este documento apresenta o planejamento de uma reunião do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A agenda inclui leitura de texto, retomada da reunião anterior, conclusão de texto sobre organização da sala de aula, socialização de texto sobre fechamento da aula, atividades em grupo, apresentação do caderno 2, jogos matemáticos e tarefas.
2. Pauta:
•Leitura de texto para deleite: “Oito a comer
biscoito, dez a comer pastéis”, Elenice Machado
de Almeida;
•Retomada do encontro anterior;
•Conclusão do texto: Organização da Sala de
Aula: Fazendo a Aula Acontecer;
•Socialização do texto: O Fechamento da Aula;
•Grupos para realização das atividades 2 a 5;
•Apresentação do caderno 2:
- Seção “Iniciando a Conversa”;
- Objetivos da unidade 2 ;
- Aprofundando o tema – Leitura do Texto 1;
- Seção Compartilhando;
•Jogos no Ensino da Matemática;
•Jogo: Pega-varetas;
•Tarefas;
•Torcida das Pactitas pelo Brasil.
6. Essa organização pode contribuir com o ensino-
aprendizagem de Matemática?
Como que a organização do trabalho pedagógico
pode facilitar ou melhorar nossa prática
pedagógica?
7. O ambiente propício à aprendizagem
Cabe ao professor criar um ambiente problematizador que
propicie a aprendizagem matemática, uma comunidade de
aprendizagem compartilhada por professor e alunos. Tal
comunidade pode ser entendida como um cenário de
investigação, tal como proposto por Skovsmose (2000), que
defende um espaço de aprendizagem em que os alunos possam
matematizar, ou seja, formular, criticar e desenvolver maneiras
matemáticas de entender o mundo. Nesse ambiente
problematizador, “os alunos podem formular questões e
planejar linhas de investigação de forma diversificada. Eles
podem participar do processo de investigação” (ALRO;
SKOVSMOSE, 2006, p. 55).
9. Segundo Freire (2005), ensinar é criar possibilidades
para a produção e construção de conhecimento. Nesse
sentido, a dialogicidade é o caminho para se constituir
essas possibilidades. A relação dialógica que necessita
ser estabelecida em sala de aula envolve a
compreensão de que, em uma investigação, todos se
envolvem em uma relação horizontal, em que todos
aprendem, professores e alunos, em que o que detém
mais experiência ou mais conhecimento sobre um
assunto contribui com o seu saber e ajuda os outros a
avançar. Para Freire, a dialogicidade é uma prática
(práxis) libertadora.
10. Além disso, aprender Matemática
em um ambiente colaborativo é
importante para a leitura e a escrita.
Ler e escrever são ações não
somente restritas ao campo da
linguagem e da alfabetização em
língua.
11. Nesse sentido, da mesma forma que os
conceitos matemáticos vão sendo construídos
pelos alunos por meio das investigações e
problematizações, uma linguagem matemática
também vai sendo produzida a fim de comunicar
ideias ou mesmo servir de instrumento de
reflexão do conhecimento produzido. Dessa
forma, focamos na importância da valorização da
leitura e escrita em aulas de Matemática como
possibilidade de acesso a uma cultura escrita, ao
letramento.
12. PORQUE VALORIZAR A LEITURA E A ESCRITA
NAS AULAS DE MATEMÁTICA?
Possibilita acesso a uma cultura
escrita e ao letramento.
13. Ler e escrever são ações não somente restritas ao
campo da linguagem.
Compreender um texto com conceitos
matemáticos exigem um letramento para além
da língua materna.
À medida que conceitos vão ser apropriados,
uma linguagem matemática também vai sendo
elaborada.
14. Assim a leitura em Matemática assume um
papel político, segundo Fonseca (2013):
As práticas sociais envolvendo quantificação,
medição, orientação, ordenação ou classificação são
modos de usar a língua.
Nossa herança cultural nos legou modos escritos
de fazer Matemática.
Cultura escrita nas sociedades grafocêntricas é
permeada pela mesma racionalidade.
15. LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE PARA O
REGISTRO DA PRÁTICA
“O saber dizer depende do saber fazer, e o
saber escrever, do saber interiorizado da
criança.”
(BRUNER apud KISHIMOTO, 2004)
16. REGISTRANDO A PRÁTICA
É importante considerar a função social do
registro, enquanto o gênero textual que
representa.
Direcionar o estudante para a estrutura do
gênero textual a ser produzido na aula de
Matemática.
As várias formas de registro possibilitam a
produção de sentidos próprios do objeto
matemático pelas crianças.
Valorizar o desenho como forma de registro de modos
de pensar matematicamente.
17. PIMM (1999) entende a necessidade do registro
na aula de Matemática como:
Forma de registro e comunicação de ideias;
Comunicação sobre ideias, objetos e processos
matemáticos;
Constituídos por termos próprios da linguagem
matemática;
Inclui modos característicos de pensar e argumentar
representados no TEXTO MATEMÁTICO.
18. O registro pode ser realizado por meio de
diferentes gêneros textuais, assumindo sentidos
diversos no contexto de aulas de Matemática:
• registro reflexivo para os alunos;
• registro de comunicação aos colegas e professor;
• registro do processo para constituir memória;
• registro como forma de sistematização;
• registro como apropriação de uma linguagem;
• registro como forma de comunicação da resolução
e/ou formulação de um problema.
19. Concluindo...
Vimos até aqui o planejamento das aulas e como
podemos pensar este planejamento adequado ao
espaço físico que temos, ou como podemos
pensar em modificar esse espaço físico para
torná-lo mais propício às nossas práticas de
Alfabetização Matemática. O próximo texto
aborda o fechamento da aula, um dos momentos
que proporcionam ao professor e alunos uma
oportunidade de estabelecer e deixar claro o que
foi visto e elaborado até então.
20. SOCIALIZAÇÃO DO TEXTO:
O FECHAMENTO DA AULA
Todo o trabalho que foi planejado e desenvolvido em sala de aula
necessita de um fechamento.
Momento de socialização ou entrega das produções
- Socialização das ideias desenvolvidas pelos alunos.
- Os alunos entregam suas produções escritas.
-O congresso matemático como possibilidade de socialização de ideias.
Síntese final
A tarefa de casa
Avaliação, progressão e continuidade das aprendizagens
21. • Todo o trabalho que foi planejado e
desenvolvido em sala de aula necessita
gerar uma síntese. As formas de fazer
essa síntese precisam constar no
planejamento do professor.
22. MOMENTO DE SOCIALIZAÇÃO
• As atividades desenvolvidas foram coletivas e
em situações de oralidade ou em um contexto
de jogo ou de manipulação de materiais:
• Nesse caso, o professor pode produzir,
coletivamente com os alunos, um texto síntese,
discutindo com eles as principais ideias que foram
trabalhadas, organizando-as num texto curto,
escrito na lousa – o professor como escriba – e
copiado pelos alunos, dependendo do nível de
alfabetização das crianças.
23. MOMENTO DE SOCIALIZAÇÃO
• As atividades desenvolvidas foram realizadas
individualmente ou em grupos
• A atividade foi individual, mas envolvia
resolução de situações-problema. Nesse
caso, os próprios alunos contam aos demais
colegas como pensaram na situação
proposta.
• A cada exposição o professor registra na
lousa as ideias apresentadas.
24. MOMENTO DE SOCIALIZAÇÃO
• As atividades desenvolvidas foram realizadas
individualmente ou em grupos
• A atividade foi realizada em grupo ou em dupla,
durante a realização das atividades propostas, o
professor deve circular pelos grupos e identificar as
diferentes resoluções ou respostas dadas pelos alunos.
• Ao acompanhar os grupos, selecionar quais discutir e
escolher três ou quatro duplas ou grupos para fazer a
exposição, procurando escolher respostas ou
estratégias diferenciadas.
• O grupo elege um relator do trabalho.
25. SÍNTESE DA PRÁXIS
• Como já foi dito anteriormente, o professor
precisa valorizar as falas dos alunos e as
inconsistências ou respostas inadequadas
ou incompletas, remetendo-as para a
turma discutir. Se houver um ambiente de
respeito pela fala dos alunos, eles não
terão dificuldades em expor suas ideias,
mesmo que elas não estejam corretas.
26. A TAREFA DE CASA
• A tarefa de casa é importante para o
momento de estudo individual do aluno.
No entanto, essa tarefa deve ser para o
aluno e não para a família. Assim, sempre
propor tarefas que sejam exequíveis pelos
próprios alunos.
27. A TAREFA DE CASA
• Tarefas de retomada e/ou fixação do
conteúdo trabalhado.
• O professor poderá propor pequenas tarefas
que possibilitem aos alunos continuar
pensando sobre o assunto tratado em aula.
No entanto, essas tarefas precisam ser
planejadas para que haja tempo suficiente de
correção na aula seguinte.
28. A TAREFA DE CASA
• Tarefas que irão desencadear a próxima
aula.
• O professor poderá propor, por exemplo, a
resolução de uma situação pelos alunos, na
qual eles utilizarão diferentes formas de
resolvê-la.
29. A TAREFA DE CASA
• Tarefas que exigem coleta de material.
• Muitas vezes a tarefa a ser proposta exige
a coleta de material em jornais ou
revistas, escolha de sucatas ou outros
materiais que serão utilizados na aula
seguinte.
30. MATERIAL PARA AVALIAÇÃO
• Todo o material produzido pelos alunos,
individualmente ou em grupos, em sala
ou em casa, pode se constituir em objeto
de avaliação. Nele, o professor tem
elementos para acompanhar o progresso
dos alunos, os desafios e dificuldades
que por ventura experimentem:
31. AVALIAÇÃO
- se conseguem
explicar de forma
mais clara e
adequada um
procedimento;
- se estão
conseguindo ler e
interpretar a
instrução de um
exercício ou o
enunciado de um
problema;
- se estão se
apropriando das
ideias/estratégias
que são
compartilhadas
nos trabalhos em
grupo ou nos
momentos de
socialização.
32. MATERIAL PARA AVALIAÇÃO
• O caderno do aluno mostra-se como um
instrumento favorável para o registro de
todo o movimento de resolução de
atividades propostas, bem como das
sínteses produzidas e negociadas pelo
coletivo da turma.
33. AVALIAÇÃO, PROGRESSÃO E
CONTINUIDADE DA
APRENDIZAGEM
• Entendemos que no ciclo de alfabetização
não faz sentido interromper o movimento
de aprendizagem de sala de aula para
realização de uma prova formal pelo
professor. A avaliação precisa ser contínua
e formativa.
34.
35.
36. O eixo Número e Operações será abordado em um
conjunto de três cadernos, sendo este o primeiro. O
tema central deste caderno são os Números. Esses
serão observados, basicamente, a partir de duas
perspectivas: a primeira apresenta os números como
resultantes de uma operação de contagem que
segue alguns princípios lógicos e possui variadas
formas de registro. A partir daí, estabelece-se a
relação entre a contagem, a quantificação, os
sistemas de registro e os sistemas de numeração. A
segunda apresenta os números no âmbito das
situações de uso em contextos sociais. Ambas são
abordadas simultaneamente, de modo que os
problemas que surgem num lado encontram
respostas no outro e geram novas questões tanto
para a matemática quanto para as práticas sociais.
37. • provocar reflexões sobre a ideia
de número e seus usos em
situações do cotidiano,
oferecendo subsídios para
práticas pedagógicas de modo
que a criança possa:
38. • Estabelecer relações de semelhança e ordem,
utilizando critérios diversificados para
classificar, seriar e ordenar seleções;
• Identificar números em diferentes contextos e
funções;
• Quantificar elementos de uma coleção,
utilizando diferentes estratégias;
39. • Comunicar as quantidades, utilizando a
linguagem oral, os dedos da mão ou materiais
substitutivos aos da coleção;
• Representar graficamente quantidades e
compartilhar, confrontar, validar e aprimorar
seus registros nas atividades que envolvem a
quantificação;
40. • Reproduzir sequências numéricas em escalas
ascendentes e descendentes a partir de
qualquer número dado;
• Elaborar, comparar, comunicar, confrontar e
validar hipóteses sobre as escritas e leituras
numéricas analisando a posição e a
quantidade de algarismos e estabelecendo
relações entre a linguagem escrita e a oral.
41.
42.
43.
44.
45.
46. Ao jogar, a criança
sente-se desafiada e
procura meios para
superar os obstáculos e
vencer a partida;
47. Criança põe em ação seus recursos cognitivos:
• corrige as jogadas;
• avalia se suas ações foram favoráveis ou não;
• realiza antecipações;
• constrói estratégias e procedimentos;
• organiza as informações;
• toma decisões e relaciona as situações de
jogo com os conteúdos trabalhados em sala
de aula.
48. • interesse nas atividades;
• envolvimento;
• atenção;
• concentração;
• disponibilidade;
• resistência às frustrações.
Jogar deve ser um convite, não uma
imposição.
49. Forme grupos e jogue!!!!!
Não se esqueçam de registrar as jogadas.
50. • O jogo Pega-vareta;
• Objetivos e regras do jogo;
• Sugestão de roteiro para o
trabalho com o jogo;
*Aprendizagem do jogo;
*Intervenção pedagógica:
algumas possibilidades.
51. O jogo Pega-Varetas é um jogo chinês
muito antigo, também conhecido como
Mikado ou Xangai.
Exige muita paciência, concentração e
habilidade manual de seus participantes.
52. A versão do jogo utilizada é a brasileira que
consiste em 41 varetas coloridas
organizadas da seguinte maneira :
14 amarelas que valem 5 pontos cada;
14 vermelhas que valem 10 pontos cada;
06 verdes que valem 15 pontos cada;
06 azuis que valem 20 pontos cada;
01 preta (General) que vale 50 pontos.
53. Estes valores convencionais são muito altos
para as crianças operarem no início do
Ensino Fundamental. O professor pode
propor uma substituição destes valores,
levando-se em conta que todos são
múltiplos de cinco. Para se chegar a estes
valores, sem alterar a hierarquia entre eles,
divide-se cada número pelo Máximo Divisor
Comum (5), obtendo os seguintes valores:
54. amarela = 01 ponto (5 : 5 = 1)
vermelha = 02 pontos (10 : 5 = 2)
verde = 03 pontos (15 :5 = 3)
azul = 04 pontos (20 : 5 = 4)
preta = 10 pontos (50: 5 = 10)
56. Os registros de pontos podem variar, mas de
maneira geral, as representações nos
registros devem conter informações
necessárias e completas em relação aos
observáveis do jogo: quantidade de varetas,
cores e valores de cada cor.
57. Registro Espontâneo de FER (8; 9) no Jogo Pega- Varetas
Mostra os valores de cada cor de vareta e a
quantidade que obteve cada uma.
58. Registro de CAM (9; 1) no Jogo Pega-Varetas
utilizando a Matemática
Utiliza-se apenas da adição, começando por somar
individualmente por cores e depois soma os resultados de
cada cor, esquecendo-se de acrescentar três pontos
correspondentes a uma vareta azul .
67. a) são elaboradas a partir de momentos significativos do
próprio jogo;
b) apresentam um obstáculo, ou seja, representam alguma
situação de impasse ou decisão sobre qual a melhor ação
a ser realizada;
c) favorecem o domínio cada vez maior da estrutura do
jogo;
d) têm como objetivo principal promover análise e
questionamento sobre a ação de jogar, tornando menos
relevante o fator sorte e as jogadas por ensaio-e-erro.
(MACEDO, 2000, p. 21)
68. “A forma como a criança e o professor
enfrentam os erros e os acertos pode
interferir diretamente na aprendizagem
da matemática.” (GUIMARÃES, 2009, p. 145)
69.
70. • Ler os textos que compõem o “Aprofundando o
Tema”;
• Aplicar a sequência didática elaborada durante o
momento de formação, registrando as observações
de seus alunos de forma sintética, para socialização
no próximo encontro;
• Desenvolver um jogo com sua classe que envolva
contagem. Não esqueça do registro das jogadas.