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Temas Redação ENEM 2015 – Professora Fernanda Braga
15 Temas - Redação ENEM 2015
(PROPOSTAS COLETADAS DA INTERNET)
Tema 1
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os novos
modelos de família no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
O conceito de família pode ou não pode mudar?
A Câmara dos Deputados está promovendo em seu site uma enquete sobre o Estatuto da Família. A iniciativa, bem
sucedida, contava, em 28 de abril passado, com a participação de mais de 6 milhões de votantes. A pesquisa
questiona quem está a favor ou contra a definição de família estabelecida no Estatuto, que é a seguinte: "define-se
entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de
casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes". Há
quem não veja nenhum problema nessa formulação, que é o conceito tradicional de família. Há também quem
acredita que não pode haver definição diferente, pois qualquer variação (como a união entre dois homens ou entre
duas mulheres) não constitui uma família. Por outro lado, há quem diga que isso é uma visão equivocada,
conservadora e que não acompanha a evolução social, que, cada vez mais, reconhece os direitos de minorias com
diferentes opções sexuais. O que você pensa a esse respeito? Você é a favor do conceito tradicional? Ou acredita
que outros tipos de união também constituem uma família?
Texto 2
Opinião popular
A enquete sobre o projeto de lei que trata do Estatuto da Família (PL 6583/13) obteve, desde o dia 11 de fevereiro -
quando foi incluída no portal da Câmara dos Deputados - até quinta-feira passada (22), um milhão de votos. A
enquete questiona se o votante concorda com a definição de família como o núcleo formado a partir da união entre
homem e mulher, prevista no projeto. Por enquanto, 62,83% dos participantes votaram a favor; 36,8%, contra; e
0,37% disseram não ter opinião formada.
Texto 3
Como lidar com os novos modelos familiares?
17/07/2014 às 12:36 | Família
Neste fim de semana surgiu, numa conversa com amigos, o tema das configurações familiares. A filha de uma amiga,
de cinco anos, contou que um de seus coleguinhas tinha dois pais. Imediatamente, um dos presentes fez o seguinte
comentário:
- Deve ser muito ruim ser filho de um casal gay! Comigo, que sou filho de pais heterossexuais, mas que não se
casaram e nem moraram juntos, já foi complicado de lidar com o preconceito e a ignorância das pessoas.
Esse é o ponto: o preconceito. Ainda há pessoas com grande dificuldade em aceitar as novas configurações
familiares, como se com isso pudessem eliminar da sociedade o que é diferente do socialmente aceito por eles. Mas
o caminho não é esse.
Segundo dados do último censo do IBGE, de 2010, já são mais de 60 mil os casais gays que moram juntos. Porém,
as relações homoafetivas são apenas mais um exemplo dos novos arranjos familiares no Brasil. O modelo de casal
heterossexual com seus próprios filhos deixou de ser dominante no país. Pela primeira vez, o levantamento
demográfico identificou 19 tipos de laços de parentesco, indicando que os outros tipos de arranjos familiares estão
em 50,1% dos lares, entre eles: casais sem filhos, pessoas morando sozinhas, três gerações sob o mesmo teto,
casais gays, mães ou pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos com avós, irmãos e irmãs, e ainda a
nova e famosa família “mosaico”, compostas por pais divorciados que voltam a se casar e vivem com os filhos do
antigo casamento na mesma casa. Dados como esse mostram como o conceito de família hoje é muito abrangente.
Ficar discutindo com base em conceitos antigos não é apenas improdutivo, é um retrocesso.
(Texto adaptado)
Maria Helena Vilela, diretora executiva do Instituto Kaplan onde coordena a área de Educação Sexual
http://revistaescola.abril.com.br/blogs/educacao-sexual/2014/07/17/como-lidar-com-os-novos-modelos-familiares/,
acesso em setembro de 2014.
Texto 4
A Constituição Brasileira, do ano de 1988, é considerada uma das mais avançadas do mundo. Impõe como valor
maior o respeito à dignidade humana baseado nos princípios fundamentais da liberdade e da igualdade. Considera a
família a base da sociedade e veda qualquer espécie de discriminação.
http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/134252/comentarios-novos-modelos-de-familia-unioes-homoafetivas, acesso em
setembro de 2014.
Texto 5
Utilidade social
Frases como a do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF) causam perplexidade aos estudiosos do Direito “faz-se
necessário diferenciar família das relações de mero afeto, convívio e mútua assistência; sejam essas últimas relações
entre pessoas de mesmo sexo ou de sexos diferentes, havendo ou não prática sexual entre essas pessoas. É
importante asseverar que apenas da família, união de um homem com uma mulher, há a presunção do exercício
desse relevante papel social que a faz ser base da sociedade”. Há no discurso uma clara visão utilitarista: a família de
pessoas do mesmo sexo não cumpre sua função última, “ser base da sociedade”. Haveria duas famílias: as úteis e as
inúteis para a base da sociedade. É argumento que já legitimou atrocidades em passado não tão remoto.
José Fernando Simão, site Consultor Jurídico
Texto 6
Ingerência estatal
Eis que o Estado brasileiro decidiu arvorar-se no direito de decidir quais arranjos familiares são dignos e quais são
indignos para a criação de indivíduos psicologicamente saudáveis. A ingerência estatal em domínio eminentemente
privado, uma vez que a felicidade não pode ser construída baixo decreto presidencial, é flagrante na discussão do
chamado Estatuto da Família, projeto de lei proposto pelo deputado federal Anderson Ferreira, do Partido
Republicano. Pode-se dizer, até, que o projeto não começa de todo mal, em seu artigo 1º esclarecendo que o
Estatuto dispõe “sobre os direitos da família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para a valorização e
apoiamento da entidade familiar”, sendo obrigação do Estado, da sociedade e do Poder Público, de acordo com o
artigo 3º, “assegurar à entidade familiar a efetivação do direito à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania e à convivência comunitária”. O banho de água fria vem, entretanto, no
artigo 2º, em que a “entidade familiar” é definida como o “núcleo social formado a partir da união entre um homem e
uma mulher (grifo do projeto de lei), por meio do casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes”.
Marcelo Gruman, site Carta Maior
Texto 7
Proporção de mulheres chefes de família cresce mais do que quatro vezes em 10 anos, diz IBGE
Do UOL, no Rio
28/11/2012
A proporção de famílias chefiadas por mulheres, segundo critérios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), cresceu mais do que quatro vezes nos últimos dez anos. Em relação aos casais sem filhos, o índice de
autoridade feminina passou de 4,5% para 18,3%; já entre os que possuem filhos, subiu de 3,4% para 18,4%. Os
dados fazem parte da amostra "Síntese de Indicadores Sociais", divulgada nesta quarta-feira (28).
PERCENTUAL DE MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA
O fato de que é cada
vez mais frequente o tipo de família composto por casal sem filhos (ambos têm rendimentos, sendo que a mulher não
teve filhos) é tido como resultante do processo de transformações que vêm sendo observadas pelo IBGE nas
relações familiares. Entre os fatores que proporcionam tais mudanças, destacam-se "o ingresso maior de mulheres
no mercado de trabalho, a postergação da idade ao casar e o contínuo aumento da escolaridade", de acordo com o
estudo.
(Texto adaptado)
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/11/28/numero-de-mulheres-chefes-de-familia-cresce-mais-
do-que-quatro-vezes-segundo-ibge.htm
Tema 2
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O papel da
mulher na sociedade brasileira atual, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Mulheres perdem medo de falar e denúncias de violência doméstica aumentam Atendimento evoluiu, e a
central, hoje, atende os mais variados tipos de público
Brasília - O número de chamadas para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) aumentou 32% no ano
passado em comparação com 2007. Segundo o coordenador da central, Pedro Ferreira, em 2008 foram feitos
quase 270 mil atendimentos. A busca de informações sobre a Lei Maria da Penha, que aumenta a pena para os
autores de violência doméstica, cresceu 245%.
Ferreira destacou que os casos de violência doméstica não ocorrem apenas nas grandes cidades, sendo frequentes
também nas zonas rurais e nas florestas, principalmente na Amazônia. A Região Norte é a que apresenta o menor
quantitativo de ligações. Ferreira atribui o fato à falta divulgação dos serviços na região.
Ele atribuiu o aumento do número de denúncias de tais casos à mudança de comportamento das mulheres, que vêm
perdendo o medo de falar e de buscar ajuda e estão tendo mais informações sobre a Lei Maria da Penha. A
sociedade também está mudando e, além disso, a central é um instrumento de fácil acesso e gratuito para todo país,
disse ele, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional AM.
O atendimento evoluiu, e a central, hoje, atende os mais variados tipos de público, destacou Ferreira. As mulheres
procuram o atendimento tanto no momento em que sofrem a violência quanto dias depois. Às vezes, nem sempre é a
mulher agredida que faz a ligação. Pode ser uma vizinha, uma amiga ou até mesmo os filhos.
Ele explicou que os atendimentos procuram dar acolhimento a essas mulheres. “As operadoras estão preparadas
para acolher a pessoa, seja qual for a situação que ela esteja passando.” O atendimento é diferenciado, de acordo
com cada situação. Se for necessária ajuda imediata, a pessoa que telefonou é orientada sobre como proceder e
onde buscar auxílio.
(...)
A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) é ligada à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da
Presidência da República.
Texto adaptado.
http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?pageNum_recult=268&id=8931
Texto 2
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Renato Ribeiro Velloso
Na esfera jurídica, violência significa uma espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto em prática para
vencer a capacidade de resistência de outrem, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É igualmente,
ato de força exercido contra as coisas, na intenção de violentá-las, devassá-las, ou delas se apossar.
Existem vários tipos de armas utilizadas na violência contra a mulher, como: a lesão corporal, que é a agressão física,
como socos, pontapés, bofetões, entre outros; o estupro ou violência carnal, sendo todo atentado contra o pudor de
pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a intenção de satisfazer nela desejos lascivos,
ou atos de luxúria; ameaça de morte ou qualquer outro mal, feitas por gestos, palavras ou por escrito; abandono
material, quando o homem, não reconhece a paternidade, obrigando assim a mulher, entrar com uma ação de
investigação de paternidade, para poder receber pensão alimentícia.
Mas nem todos deixam marcas físicas, como as ofensas verbais e morais, que causam dores, que superam, a dor
física. Humilhações, torturas, abandono, etc, são considerados pequenos assassinatos diários, difíceis de superar e
praticamente impossíveis de prevenir, fazendo com que as mulheres percam a referência de cidadania.
A violência contra a mulher, não está restrita a um certo meio, não escolhendo raça, idade ou condição social. A
grande diferença é que entre as pessoas de maior poder financeiro, as mulheres, acabam se calando contra a
violência recebida por elas, talvez por medo, vergonha ou até mesmo por dependência financeira.
Atualmente existe a Delegacia de Defesa da Mulher, que recebe todas as queixas de violência contra as mulheres,
investigando e punindo os agressores. Como em toda a Polícia Civil, o registro das ocorrências, ou seja, a queixa é
feita através de um Boletim de Ocorrência, que é um documento essencialmente informativo, todas as informações
sobre o ocorrido visam instruir a autoridade policial, qual a tipicidade penal e como proceder nas investigações.
Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter a coragem para denunciar o agressor, pois agindo assim ela
está se protegendo contra futuras agressões, e serve como exemplo para outras mulheres, pois enquanto houver a
ocultação do crime sofrido, não vamos encontrar soluções para o problema.
A população deve exigir do Governo leis severas e firmes, não adianta se iludir achando que esse é um problema
sem solução. Uma vez violentada, talvez ela nunca mais volte a ser a mesma de outrora, sua vida estará margeada
de medo e vergonha, sem amor próprio, deixando de ser um membro da comunidade, para viver no seu próprio
mundo.
A liberdade e a justiça são um bem que necessita de condições essenciais para que floresça, ninguém vive sozinho.
A felicidade de uma pessoa está em amar e ser amada. Devemos cultivar a vida, denunciando todos os tipos de
agressões (violência) sofridas.
* RENATO RIBEIRO VELLOSO (renatov@matrix.com.br), Membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais -
IBCCrim, Pós-Graduando em Direito Penal Econômico Internacional, pelo Instituto de Direito Penal Econômico e
Europeu da Universidade de Coimbra, Portugal
http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo323.shtml
Texto 3
Lei Maria da Penha não reduziu morte de mulheres por violência, diz Ipea
Instituto divulgou dados inéditos sobre violência contra a mulher no país. Crimes são geralmente praticados por
parceiros ou ex-parceiros, diz estudo.
Rosanne D'AgostinoDo G1, em São Paulo
A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006 para combater a violência contra a mulher, não teve impacto no
número de mortes por esse tipo de agressão, segundo o estudo “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”,
divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Ipea apresentou uma nova estimativa sobre mortes de mulheres em razão de violência doméstica com base em
dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
As taxas de mortalidade foram 5,28 por 100 mil mulheres no período 2001 a 2006 (antes da lei) e de 5,22 em 2007 a
2011 (depois da lei), diz o estudo. Conforme o Ipea, houve apenas um “sutil decréscimo da taxa no ano 2007,
imediatamente após a vigência da lei”, mas depois a taxa voltou a crescer. O instituto estima que teriam ocorrido no
país 5,82 óbitos para cada 100 mil mulheres entre 2009 e 2011. "Em média ocorrem 5.664 mortes de mulheres por
causas violentas a cada ano, 472 acada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia”, diz o estudo.
O feminicídio é o homicídio da mulher por um conflito de gênero, ou seja, por ser mulher. Os crimes são geralmente
praticados por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros, em situações de abuso familiar, ameaças ou
intimidação, violência sexual, “ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos do que o
homem”.
Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres,
entre 2009 e 2011
Nordeste 6,9
Centro-Oeste 6,86
Norte 6,42
Sudeste 5,14
Sul 5,08
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea)
Perfil das vítimas
Segundo o estudo do Ipea, mulheres jovens foram as principais vítimas --31% na faixa etária de 20 a 29 anos e 23%
de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foi de mulheres de 20 a 39 anos, e a maioria (31%) ocorreu em
via pública, contra 29% em domicílio e 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde.
A maior parte das vítimas era negra (61%), principalmente nas regiões Nordeste (87% das mortes de mulheres),
Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). A maioria também tinha baixa escolaridade (48% das com 15 ou mais anos de
idade tinham até 8 anos de estudo).
As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte concentram esse tipo de morte com taxas de, respectivamente, 6,90,
6,86 e 6,42 óbitos por 100 mil mulheres. Nos estados, as maiores taxas estão no Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08),
Alagoas (8,84), Roraima (8,51) e Pernambuco (7,81). As taxas mais baixas estão no Piauí (2,71), Santa Catarina
(3,28) e São Paulo (3,74).
Ao todo, 50% dos feminicídios envolveram o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou
contundente. Enforcamento ou sufocação foi registrado em 6% dos óbitos.
Em outros 3% das mortes foram registrados maus-tratos, agressão por meio de força corporal, força física, violência
sexual, negligência, abandono e outras síndromes, como abuso sexual, crueldade mental e tortura.
“A magnitude dos feminicídios foi elevada em todas as regiões e estados. (...) Essa situação é preocupante, uma vez
que os feminicídios são eventos completamente evitáveis, que abreviam as vidas de muitas mulheres jovens,
causando perdas inestimáveis, além de consequências potencialmente adversas para as crianças, para as famílias e
para a sociedade”, conclui o estudo.
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/09/lei-maria-da-penha-nao-reduziu-morte-de-mulheres-por-violencia-diz-
ipea.html
Tema 3
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A realidade
da moradia no Brasil do século XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto 1
https://www.google.com/search?q=charges+sobre+moradia
Texto 2
Desafios da Habitação: a realidade da moradia no Brasil
Adauto Lúcio Cardoso, Observatório das Metrópoles
Desde a extinção do BNH, em 1986, até 2008, a habitação social permaneceu relegada a uma posição subalterna na
agenda das políticas sociais. Enquanto isso, os problemas habitacionais se agravaram. A Fundação João Pinheiro
estimou, no ano de 2008, o déficit habitacional brasileiro em cerca de 5,5 milhões de unidades, sendo cerca de 1,5
milhões nas regiões metropolitanas. Desses totais, 90% correspondem a famílias em situação de pobreza, com renda
familiar na faixa de 0 a 3 salários mínimos.
Mas o déficit habitacional é apenas uma parte dos problemas, porque o estoque de domicílios existente apresenta
graves situações de precariedade. As estimativas do IBGE para os domicílios em áreas de favelas montam a um total
de 3,2 milhões. Esse fenômeno, mais do que o déficit, tem uma concentração fortíssima nas metrópoles, com as
regiões do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, sozinhas, agregando cerca de 1,2 milhões de domicílios,
respondendo por 37,5% do total. A Região Metropolitana de Belém, que tem a maior concentração relativa de favelas
no Brasil, tem mais da metade do seu parque domiciliar (cerca de 54,4%) em situação de precariedade habitacional.
E esses números ainda não levam em conta os loteamentos irregulares e clandestinos das periferias, a irregularidade
fundiária, o problema do saneamento e dos transportes.
Em 1996, a Constituição Federal finalmente incluiu o Direito à Moradia como um dos direitos sociais. Do ponto de
vista das responsabilidades governamentais, o texto de 1988 já havia estabelecido a habitação como “competência
comum” a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Essa definição vincula todos os entes federados à
necessidade de atuar no setor, todavia deixa em aberto quais as atribuições inerentes a cada um, o que tem levado,
em muitos casos, à inércia – o famoso “deixa que eu deixo” – e em outros casos, à sobreposição de atuações em um
mesmo território, usualmente aqueles de maior visibilidade política.
A história das políticas habitacionais no Brasil sempre conferiu um papel protagonista ao governo federal e os
governos municipais desvincularam-se de qualquer responsabilidade nessa área. No entanto, com o processo de
redemocratização e com a descentralização operada pela Constituição de 1988, os municípios efetivamente
passaram a ter um papel estratégico no desenvolvimento de ações mais consistentes na área da habitação. Cabe
lembrar que o problema habitacional não se resolve apenas com o financiamento e com os subsídios, embora estes
sejam elementos fundamentais. É necessário tratar adequadamente o problema do acesso à terra e do controle sobre
os processos de valorização fundiária. Nesse ponto, a Constituição estabeleceu claramente a competência municipal,
ao estabelecer o princípio da função social da propriedade e colocá-lo sob a tutela dos Municípios. O Estatuto da
Cidade, promulgado em 2001, reitera e detalha os princípios constitucionais, criando instrumentos que permitem aos
governos locais atuar de forma muito mais eficaz na questão habitacional. No entanto, poucas administrações têm
efetivamente atuado nesse campo, o que tem se refletido no aumento desenfreado do preço da terra nas áreas
metropolitanas, inviabilizando ou dificultando a provisão de unidades para as camadas de baixa renda no âmbito do
programa Minha Casa Minha Vida.
A complexidade e a importância do problema habitacional exigem empenho e competência renovados. Cabem,
portanto, como responsabilidades a serem cobradas dos novos governantes a serem escolhidos na próxima eleição:
criar estruturas institucionais permanentes, com quadros técnicos competentes e concursados, que permitam montar
programas adequados às realidades locais e que possam ter continuidade; prover fluxo de recursos permanentes
para a área de habitação, complementando os investimentos das instâncias federal e estadual; criar e atualizar
levantamentos sobre os problemas habitacionais, particularmente sobre a situação da precariedade e da
irregularidade fundiária e urbanística; e, por fim, mas não em último lugar, dar consequência às atribuições que lhe
foram delegadas pela Constituição no cumprimento da função social da propriedade.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,observatorio-das-metropoles-a-realidade-da-moradia-no-brasil,930782
ADAUTO LUCIO CARDOSO
Professor Associado do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) e pesquisador do
INCT Observatório das Metrópoles, Núcleo Rio de Janeiro.
Texto 3
As moradias precárias, como as favelas, são acompanhadas pela ausência de infraestrutura. Para o crescimento de
qualquer cidade se faz necessária a expansão de todo serviço público, como distribuição de água, rede de esgoto,
energia elétrica, pavimentação, entre outros.
As áreas urbanas onde vivem as famílias pobres, geralmente, são desprovidas de escolas, postos de saúde,
policiamento e demais infraestruturas. Em geral, favelas e demais bairros marginalizados surgem de modo gradativo
em áreas de terceiros, especialmente do governo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os
oito municípios detentores do maior número de favelas são: São Paulo, com 612; Rio de Janeiro, com 513; Fortaleza,
157; Guarulhos, 136; Curitiba, 122; Campinas, 117; Belo Horizonte, 101; e Osasco, 101.
No início do século XX existiam no Rio de Janeiro e, posteriormente, em São Paulo os cortiços, habitações que
abrigavam várias pessoas, os quais eram constituídos por muitos cômodos alugados. Os cortiços eram velhas
mansões que se localizam próximas ao centro da cidade.
Hoje, a alternativa de moradia para as pessoas carentes é a ocupação de terrenos periféricos de grandes cidades,
onde o valor é baixo. Isso é provocado pelo fato dos moradores possuírem pequeno poder aquisitivo, desse modo,
não podem pagar um aluguel em um bairro estruturado e muito menos adquirir uma casa ou apartamento nele. Além
disso, nas grandes cidades os imóveis têm alcançado valores extremamente elevados, distantes da realidade de
grande parte da população.
Naturalmente, a configuração das grandes cidades brasileiras é excludente, tendo em vista que marginaliza um grupo
social desfavorecido, enquanto em algumas periferias formam-se bairros dotados de luxo, os condomínios fechados -
que se constituem como verdadeiros guetos. Resultado de uma nação capitalista.
http://www.mundoeducacao.com/geografia/problemas-relacionados-moradia-no-brasil.htm
Texto 4
Fonte do infográfico: Acerto de Contas
Tema 4
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A
intolerância religiosa no Brasil do século XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Texto 1
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Drauzio Varella
Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.
A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à
existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão
poucos que parecem extraterrestres.
Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica
só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração
decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar
que somos eternos, caso único entre os seres vivos.
Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus
corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais.
Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos à interferências mágicas em assuntos terrenos.
Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido. Não se trata de opção ideológica: o
ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva
outro a desacreditar.
Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão, devem pensar que
eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.
Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a
oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande?
Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?
Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o
evangélico na encruzilhada, quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado
aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta, ao ouvir que não há milhares,
mas um único Deus?
Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos
seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?
O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias
convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir
as demais às tentações do diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de
mercado dos tementes a Deus, embora em nome d’Ele sejam cometidas as piores atrocidades.
Os pastores milagreiros da TV, que tomam dinheiro dos pobres, são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O
menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares, porque obedeceria aos
desígnios do Profeta. Fossem ateus seriam considerados mensageiros de satanás.
Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes nos quais nunca voltaremos e fazemos
doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo
recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e
muitos outros, como demonstraram os etologistas.
O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em
vez de unir, ele divide a sociedade — quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.
Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de
compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.
Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma
pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou
violenta.
Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me
ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.
Publicado em 23/04/2012
http://drauziovarella.com.br/drauzio/intolerancia-religiosa/, acesso em 02/08/2015.
Texto 2
MPF denuncia pastor por quebrar santos de religiões afro-brasileiras
MPF acusa pastor evangélico de intolerância por quebrar santos de religiões afro-brasileiras. Para o Ministério
Público, houve violação da garantia dada pelo artigo 5º e inciso VI da Constituição à liberdade de consciência e de
crença
Pastor postou fotos nas quais aparece quebrando imagens de santos (Pragmatismo Político)
O pastor Clóvis Bernardo de Lima foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) na Paraíba por intolerância
religiosa. O religioso publicou em 2012 na fotos em que aparece quebrando imagens de entidades sagradas das
religiões de matrizes africanas. As informações são do site do MPF.
Lima reconheceu que tinha quebrado as imagens, mas foi, segundo ele, com o propósito de “acomodá-las melhor”
em seu F-4000. As imagens tinham sido de um terreiro de umbanda.
Disse que sua intenção era mostrar as fotos somente aos membros de sua igreja, a Assembleia de Deus Pentecostal
da Fé, por intermédio de seu perfil no Orkut, mas elas acabaram vazando para outras redes sociais.
Para o Ministério Público, houve violação da garantia dada pelo artigo 5º e inciso VI da Constituição à liberdade de
consciência e de crença.
O MPF pediu à Justiça que condene o pastor à reclusão de 1 a 3 anos, além de multa. de acordo com artigo 20 da lei
7.716/89.
Esse artigo prevê punição para quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/05/mpf-denuncia-pastor-por-quebrar-santos-de-religioes-afro-
brasileiras.html, acesso em 02/08/2015.
Texto 3
O direito de criticar dogmas é assegurado como liberdade de expressão. Atitudes agressivas, ofensas e tratamento
diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes sem fiança. Lembre-se que crítica não é
o mesmo que intolerância. (Página do Ministério da Justiça no Facebook)
Texto 4
1) No domingo passado, Kayllane Campos, de 11 anos, e outras sete pessoas voltavam de um evento religioso
caminhando pela avenida Meriti, na Vila da Penha, quando dois homens que estavam em um ponto de ônibus do
outro lado da rua começaram a insultar o grupo. Com Bíblias sob os braços, os agressores gritavam "Sai demônio,
vão queimar no inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra contra o grupo, segundo Kátia Marinho. A pedra bateu em
um poste antes de atingir Kayllane, que chegou a desmaiar. Os dois agressores fugiram de ônibus.
2) Católicos, evangélicos, adeptos do candomblé, da umbanda e de outras religiões se reuniram em um ato contra a
intolerância religiosa na manhã deste domingo (21 de junho), no largo do Bicão, na Vila da Penha, zona norte do Rio.
A manifestação ocorre uma semana depois de a estudante Kayllane ter levado uma pedrada na cabeça quando
voltava de uma festividade do candomblé. Cerca de 400 pessoas participam do ato neste domingo.
[UOL Notícias/Agência Estado]
3) Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de um quarto (26,17%)
ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número total caiu em relação a 2013, quando foram
registradas 228 denúncias, mas, mesmo assim, mostra que a questão não foi superada no país. As principais vítimas
são as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.
Carta Capital
Texto 5
Conceitos
Alguém já conceituou com propriedade: "A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a
crenças e práticas religiosas ou mesmo a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a
dignidade humana."
Diante deste conceito amplo, poderemos, portanto, resumir como liberdade religiosa:
1) O direito de ter uma religião e crer num ser divino;
2) O direito de não ter uma religião e não crer em um ser divino;
3) O direito à neutralidade religiosa em espaços de uso comum (públicos).
Michael Pereira de Lira, site JusBrasil
Tema 5
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Preconceito
linguístico: a questão do “certo” e do “errado” no brasil contemporâneo, apresentando proposta de intervenção,
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
TEXTO 2
“(...) Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas Troco os pronomes (…)”.
♪ ♫ (Meninos e Meninas – Legião Urbana)
TEXTO 3
vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos É macaquear
A sintaxe lusíada [...]".
(Evocação do Recife – Manuel Bandeira)
TEXTO 4:
Redação sobre preconceito linguístico exigia norma culta
REDAÇÃO
16 Dezembro 2011 | 10:59
* Por Cedê Silva, especial para o Estadão.edu
A redação do vestibular da Unifesp, aplicada ontem, era sobre preconceito linguístico, mas deixava bem claro que o
aluno deveria escrever na norma culta. O tema partia da polêmica do livro Por uma Vida Melhor, aprovado pelo MEC,
que diz: “Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você
corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”. Para o professor Vitor Galvão, do cursinho Etapa, o tema,
apesar de muito discutido em sala de aula, tem certa complexidade. “Não foi mamão com açúcar”, considerou.
Elizabeth Massaranduba, do Objetivo, pensa que a ampla discussão do tema tornoua redação fácil. O curioso era
mesmo notar, numa redação sobre preconceito linguístico, a clara instrução para escrever na norma culta.
Tags: livro, MEC, norma culta, por uma vida melhor,unifesp, unifesp 2012, vestibular
TEXTO 5
"Para as ciências da linguagem, não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e
significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação
lingüística cumpre essa função plenamente. A noção de “erro” se prende a fenômenos sociais e culturais, que não
estão incluídos no campo de interesse da Lingüística propriamente dita, isto é, da ciência que estuda a língua “em si
mesma”, em seus aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Para analisar as origens e as conseqüências da
noção de “erro” na história das línguas será preciso recorrer a uma outra ciência, necessariamente interdisciplinar, a
Sociolingüística, entendida aqui em sentido muito amplo, como o estudo das relações sociais intermediadas pela
linguagem."
Marcos Bagno: Nada na Língua é por acaso
TEXTO 6
"Ou seja: não se trata de aceitar ou de não aceitar nem de achar ou de não achar correto que as pessoas digam os
livro. Acabo de sair de uma fila de supermercado e ouvi duas lata, dez real, três quilo a dar com pau. Eu deveria
mandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estávamos num caixa de supermercado, todos de bermuda e
chinelo! Não era um congresso científico, nem um julgamento do Supremo!"
Sírio Possenti - Aceitam Tudo - Terra Magazine
TEXTO 7
"No fundo, o preconceito linguístico é um preconceito social. É uma discriminação sem fundamento que atinge
falantes inferiorizados por alguma razão e por algum fato histórico. Nós o compreenderíamos melhor se nos
déssemos conta de que ‘falar bem’ é uma regra da mesma natureza das regras de etiqueta, das regras de
comportamento social. Os que dizemos que falam errado são apenas cidadãos que seguem outras regras e que não
têm poder para ditar quais são as elegantes."
Sírio Possenti - Preconceito Linguístico - Ciência Hoje
Tema 6
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:
Cyberbullying na realidade brasileira, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia.
Ana, 13 anos, já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje,
vive com medo e deixou de adicionar “amigos” em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o acesso ao MSN.
Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos
maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são “nojenta, nerd e lésbica”.
Outros textos dizem: “Vá pro inferno”. Ana, é claro, fica arrasada. “Uso preto, ouço rock e pinto cabelo. Curto coisas
diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam.” A escola e a família da garota têm se reunido com
alunos e pais para tentar resolver a situação - por enquanto, sem sucesso.
Beatriz Santomauro. Nova Escola, junho/julho 2010. Adaptado.
Texto 2
Cyberbullying: a violência virtual
Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o
bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente
acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender
Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes
perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e
não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são
muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores,
médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas
como uma forma de violência e ganharam nome:bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar"
ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e
repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema.
E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos
constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o
número de casos de violência desse tipo.
(...)
Um xinga, o outro chora e o resto cai na risada
Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor.
Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador.
Vítima
Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura,
peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando
agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil. Segundo pesquisa da ONG Plan, a maior parte
das vítimas - 69% delas - tem entre 12 e 14 anos. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica e autora do livro Bullying:
Mentes Perigosas na Escola, cita algumas das doenças identificadas como o resultado desses relacionamentos
conflituosos (e que também aparecem devido a tendências pessoais), como angústia, ataques de ansiedade,
transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e problemas de socialização. A situação
pode, inclusive, levar ao suicídio. Adolescentes que foram agredidos correm o risco de se tornar adultos ansiosos,
depressivos ou violentos, reproduzindo em seus relacionamentos sociais aqueles vividos no ambiente escolar. Alguns
também se sentem incapazes de se livrar docyberbullying. Por serem calados ou sensíveis, têm medo de se
manifestar ou não encontram força suficiente para isso. Outros até concordam com a agressão, de acordo com
Luciene Tognetta. O discurso deles vai no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles
que conseguem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não é covarde ou
quando percebe que seus agressores ficaram impunes, a vítima pode escolher outras pessoas mais indefesas e
passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.
Agressor
Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e
obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para
quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do
agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. O anonimato possibilitado
pelo cyberbullying favorece a sua ação. Usa o computador sem ser submetido a julgamento por não estar exposto
aos demais. Normalmente, mantém esse comportamento por longos períodos e, muitas vezes, quando adulto,
continua depreciando outros para chamar a atenção. "O agressor, assim como a vítima, tem dificuldade de sair de
seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene.
Espectador
Nem sempre reconhecido como personagem atuante em uma agressão, é fundamental para a continuidade do
conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores.
Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques
ou por falta de iniciativa para tomar partido. "O espectador pode ter senso de justiça, mas não indignação suficiente
para assumir uma posição clara", diz Luciene. Também considerados espectadores, há os que atuam como uma
plateia ativa ou uma torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem
imagens ou fofocas, tornando-se coautores ou corresponsáveis.
Aprender a lidar com a própria imagem é o primeiro passo
Luciene Tognetta, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que por
volta dos 10 ou 12 anos a criança passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu
em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. "Essa é a época de aprender a lidar
com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e
pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se
afirmar."
Logo em seguida, juntamente com a entrada na adolescência, vem a necessidade de pertencer a um grupo. Nesse
momento, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro) para ser provocado. Foi o que aconteceu com
Aline, 14 anos. Ela recebia mensagens de uma colega falando que estava gorda. A agressora, que a ameaçava e a
proibia de contar sobre essas conversas, mandava também dietas e dizia que, caso não perdesse peso, iria apanhar.
A professora das duas lembra: "Ela fez de tudo para agradar à colega e seguiu as indicações porque sentia medo. A
escola e os pais só desconfiaram que havia algo de errado porque perceberam uma mudança repentina no
comportamento da vítima".
Algumas escolas já estão cientes de que é preciso um acompanhamento permanente para afastar as agressões do
cotidiano. A EM Fernando Tude de Souza, no Rio de Janeiro, por exemplo, atacou o problema com atividades que
buscam garantir o bom relacionamento entre os estudantes. "Reuniões conjuntas com pais e alunos e um olhar
atento ao comportamento dos jovens dentro e fora de sala de aula precisam entrar no planejamento", afirma a
coordenadora pedagógica Tânia Maselli Saldanha Leite (leia no quadro abaixo as principais ações que toda escola
pode adotar, tanto para prevenir o problema como para combatê-lo, quando o caso já se tornou público).
Prevenção e solução nas mãos da escola
De acordo com os especialistas, a escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos.
O cyberbullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança. A busca pela solução ou pela prevenção inclui
reunir todos - equipe pedagógica, pais e alunos que estão ou não envolvidos diretamente - e garantir que tomem
consciência de que existe um problema e não se pode ficar omisso. Veja, a seguir, ações ao alcance das escolas.
- Como prevenir
Ensinar a olhar para o outro
Criar relacionamentos saudáveis, em que os colegas tolerem as diferenças e tenham senso de proteção coletiva e
lealdade. É preciso desenvolver no grupo a capacidade de se preocupar com o outro, construindo uma imagem
positiva de si e de quem está no entorno.
Deixar a turma falar
Num ambiente equilibrado, o professor forma vínculos estreitos com os estudantes, que mostram o que os deixa
descontentes e são, de fato, reconhecidos quando estão sofrendo - o que é diferente de achar que não há motivo
para se chatear.
Dar o exemplo
Se a equipe da escola age com violência e autoritarismo, os jovens aprendem que gritos e indiferença são formas
normais de enfrentar insatisfações. Os professores sempre são modelo (para o bem e para o mal).
Mostrar os limites
É essencial estabelecer normas e justificar por que devem ser seguidas. Às vezes, por medo de ser rígidos demais,
os educadores deixam os adolescentes soltos. Mas eles nem sempre sabem o que é melhor fazer e precisam de um
norte.
Alertar para os riscos da tecnologia
O aluno deve estar ciente da necessidade de limitar a divulgação de dados pessoais nos sites de relacionamento, o
tempo de uso do computador e os conteúdos acessados. Quanto menos exposição da intimidade e menor o número
de relações virtuais, mais seguro ele estará.
Ficar atento
Com um trabalho de conscientização constante, os casos se resolvem antes de estourar. Reuniões com pais e
encontros com grupos de alunos ajudam a evitar que o problema se instale.
- Como resolver
Reconhecer os sinais
Identificar as mudanças no comportamento dos alunos ajuda a identificar casos de cyberbullying. É comum as vítimas
se queixarem de dores e de falta de vontade de ir à escola.
Fazer um diagnóstico
Uma boa saída é realizar uma sondagem, aplicando questionários para verificar como os alunos se relacionam - sem
que sejam identificados. As informações servem de base para discussões sobre como melhorar o quadro. Quando os
alunos leem, compartilham histórias e refletem sobre elas, ficam mais comprometidos.
Falar com os envolvidos
Identificados os indícios, é hora de conversar com a vítima e o agressor em particular - para que não sejam expostos.
A escola não pode legitimar a atuação do agressor nem puni-lo com sanções não relacionadas ao mal que causou,
como proibi-lo de frequentar o intervalo. Se xingou um colega nos sites de relacionamento, precisa retirar o que disse
no mesmo meio para que a retratação seja pública. A vítima precisa estar fortalecida e segura de que não será mais
prejudicada. Ao mesmo tempo, o foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito.
Encaminhar os casos a outras instâncias
Nas situações mais extremas, é possível levar o problema a delegacias especializadas em crimes digitais. Para que
os e-mails com ameaças possam ser tomados como prova, eles devem ser impressos, mas é essencial que também
sejam guardados no computador para que a origem das mensagens seja rastreada. Nos sites de relacionamento,
existe uma opção de denúncia de conteúdos impróprios em suas páginas e, em certos casos, o conteúdo agressivo é
tirado do ar.
(...)
No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. A fita
conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no relacionamento com os pais e os colegas. Boa parte da
trama ocorre num colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas
formas: uma das personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens comprometedoras
pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem sua autorização.
Na vida real, Antonio, 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há dois meses, ele recebe mensagens
de meninas, como "Ou você fica comigo ou espalho pra todo mundo que você gosta de homem". Os amigos o
pressionam para ceder ao assédio e, como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das
meninas, ele tem de se justificar com os outros garotos.
Online, o agressor pode agir sem que precise se identificar
A terceira principal marca do cyberbullying é a possibilidade de o agressor agir na sombra. Ele pode criar um perfil
falso no Orkut ou uma conta fictícia de e-mail (ou ainda roubar a senha de outra pessoa) para mandar seus recados
maldosos e desaforados. Paulo, 19 anos, teve sua foto publicada sem autorização na internet durante três anos (a
imagem era uma montagem com seu rosto, uma boca enorme e uma gozação com um movimento que fazia com a
língua). Ele nunca conseguiu descobrir quem eram seus algozes. "Eu não confiava mais em nenhum dos meus
colegas", lembra. Seu desempenho escolar caiu e ele foi reprovado. Pediu transferência, mas, mesmo longe dos
agressores, ainda sente os efeitos da situação. Toma medicamentos e tem o acompanhamento de um psicólogo.
Tudo indica que os que o atazanavam na sala de aula estavam por trás do perfil falso.
E essa situação é totalmente nova na comparação com o bullying tradicional. Para agredir de forma virtual, não é
necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, no pátio da escola ou
na classe. Basta ter acesso a um celular ou à internet. Por isso, muitos desses novos agressores nem sabem dizer
por que fazem o que fazem. Na pesquisa da ONG, metade deles respondeu a essa pergunta com frases como "foi
por brincadeira", "não sei" e "as vítimas mereciam o castigo". Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da
Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que, "no bullying cara a cara, o agressor
vê que a humilhação faz efeito porque a vítima sofre em público. Agora, basta imaginar esse sofrimento para o jovem
se sentir realizado com a provocação virtual". Num ambiente em que essa dinâmica se instala, está claro que as
relações não estão construídas com base em valores sólidos. Por isso, trabalhar para que o cyberbullyingdeixe de
fazer parte da rotina é uma tarefa de toda a equipe escolar.
Reportagem sugerida por 11 leitores: Anderson Abreu, Campo Largo, PR, Cássia Santos Virgens, Salvador,
BA, Eder Silva, Barretos, SP, Edgard Fraga Moreira da Silva, Jaú, SP, Estela Santos, São Paulo, SP, Jeice
Miranda, Porto Alegre, RS,Luzia Marta de Abreu Rangel, Belo Horizonte, MG, Marcia Christianni Freitas, Ribeirão
da Neves, MG, Nara Santos Lima, Rondonópolis, MT, Rafaela Rodrigues PimetelServilha, São Paulo, SP, e Tainá
Borghi, Salvador, BA
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml?
page=4, acesso em 16/08/2015, texto adaptado.
Tema 7
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema:Direitos dos
trabalhadores domésticos em debate no Brasil
Apresente experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Mais de dois anos depois da promulgação da proposta de Emenda à Constituição que ficou conhecida como PEC das
Domésticas, que prevê novos direitos os trabalhistas para a categoria, a presidente Dilma Rousseff sancionou a
regulamentação lei, que estabelece 7 novos benefícios para os trabalhadores, além dos que entraram em vigor em
2013.
A PEC afeta qualquer trabalhador maior de 18 anos contratado para trabalhar em um ambiente residencial e familiar.
Entre eles, estão profissionais responsáveis pela limpeza da residência, lavadeiras, passadeiras, babás, cozinheiras,
jardineiros, caseiros de residências na zona urbana e rural, motoristas particulares e até pilotos de aviões
particulares.
PEC prevê a extensão, aos empregados domésticos, da maioria dos direitos já previstos atualmente aos demais
trabalhadores registrados com carteira assinada (em regime CLT).
Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/06/pec-das-domesticas-leia-perguntas-e-
respostas-e-tire-suas-duvidas-sancionado.html> (Acesso em 09/09/2015)
TEXTO II
Disponível em: < http://monumentoarquiteturaearte.blogspot.com.br/2013/07/pec-das-domesticas-emenda.html>
(Acesso em 09/09/2015)
TEXTO III
A PEC das Domésticas obriga a família brasileira a refazer as contas e dar mais atenção à carga horária dos
empregados que mantêm a casa em ordem. O primeiro impacto será no bolso, com gastos com FGTS, horas extras e
direitos equiparados aos de trabalhadores de outros setores. Em seguida, o esperado é uma transformação nos
hábitos e na configuração das residências, que tendem cada vez mais a se parecer com os lares europeus e
americanos, onde a empregada é cara e escassa e, por isso, há máquinas para quase tudo. A expectativa da
indústria de eletrodomésticos é de que imediatamente entre em cena uma ‘ajudante’ ainda não muito presente na
cozinha: a lava-louça.
Com a empregada menos tempo nas casas, donas-de-casa, maridos e filhos terão menos mordomia, e a tarefa diária
inadiável e mais frequente é exatamente a de desaparecer com a sujeira que resta das refeições diárias. Atualmente,
menos de 2% das casas têm lava-louça no Brasil. Entre as classes A e B a penetração é de 10% e, na classe C, a
queridinha dos fabricantes, de somente 1%.
Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/economia/pec-das-domesticas-sai-a-empregada-entra-a-lava-louca
(Acesso em 09/09/2015)
TEXTO IV
Disponível em http://www.jornaldebrasilia.com.br/charges/439/pec-das-domesticas-/ (Acesso em 09/09/2015)
Tema 8
A partir da leitura do texto motivador seguinte e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema 27 anos da
constituição cidadã: A importância da democracia para o desenvolvimento da nação, apresentando proposta
de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
A “Constituição Cidadã”, assim chamada a Constituição Federal de 1988, registra o maior período de vida
democrática no Brasil desde 1946. Com o intuito de dar publicidade ao processo constituinte iniciado em 1987, (…)
Qualquer cidadão pode ter acesso às informações referentes à criação de todos os dispositivos constitucionais com
suas respectivas discussões, emendas e demais itens que envolveram a criação da Constituição de 1988.
Disponível em http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/constituicao-cidada
(Acesso em 24/07/2015)
TEXTO II
A Constituição de 1988, além de representar o marco entre o regime militar e a democracia, também significou a
conquista de vários direitos trabalhistas e sociais. Na área econômica, os constituintes fortaleceram a estrutura do
Estado, estabelecendo os monopólios da exploração do subsolo, do minério, do petróleo, dos recursos hídricos, do
gás canalizado, das comunicações e do transporte marítimo.
O Artigo 14 da Constituição estabelece que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos”. Também determina que o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios
para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores
de 18 anos.
Disponível em http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/10/as-conquistas-sociais-e-economicas-da-constituicao-
cidada (Acesso em 24/07/2015)
TEXTO III
Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40984 (Acesso em 05/08/2015)
TEXTO IV
Menos da metade da população mundial vive em algum tipo de democracia, sendo que apenas 11% (25 países) vive
no que é considerado “democracia completa”. É o que mostra o índice de democracia elaborado pela Economist
Intelligence Unit. A Noruega foi considerada o país mais democrático, seguida por Suécia, Islândia e Dinamarca. O
Brasil aparece em 44º lugar, já entre as chamadas “democracias imperfeitas”.
O último colocado entre 165 estados independentes e dois territórios foi a Coreia do Norte,(…) O índice mostra que o
Oriente Médio e o Norte da África seguem sendo as regiões com mais repressão, com o regime de 12 entre 20
países tendo sido caracterizados como autoritário. (..) A maior parte dos países da América Latina é classificada
como Democracias imperfeitas ou Regimes híbridos. A forte ocorrência de crimes em alguns países da região –
especialmente violência e tráfico de drogas – continua tendo um impacto negativo na democracia, segundo o índice.
Disponível em http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/noruega-e-pais-mais-democratico-brasil-e-44o (Acesso em
05/08/2015)
Tema 9
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: A importância de
extinguir o desperdício de alimentos no Brasil. Apresente experiência ou proposta de ação social que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.
TEXTO I
O desperdício de alimentos no Brasil chega a 40 mil toneladas por dia, segundo pesquisa da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Empraba). Anualmente, a quantia acumulada é suficiente para alimentar cerca de 19 milhões
de pessoas diariamente. De acordo com o estudo, a maior parte dos alimentos são desperdiçados durante o preparo
das refeições.
Para o aposentado Luiz Maciel, muitas pessoas tem a condição de dispensar alimentos porque “acham que não é
condizente com o seu uso, e as vezes isso pode ser ofertado para as pessoas que não tem essa condição”.
Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2014/05/desperdicio-de-alimentos-no-brasil-chega-a-40-
mil-toneladas-por-dia-3443.html (Acesso em 19/08/2015)
TEXTO II
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
alguns roçado da cinza.
MELO NETO, João Cabral. Morte e Vida Severina e
outros poemas para vozes.
Disponível em:
http://pensador.uol.com.br/frase/NDM0NjAy/ Acesso
em 19/08/2015
TEXTO III
Disponível em: http://www.solucoestransportes.com.br/blog/conheca-o-trabalho-da-associacao-prato-cheio/ (Acesso
em 19/08/2015)
Tema 10
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema: Terceirização do trabalho no Brasil.
Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Nesta terça-feira (07), o PL 4330/2004, projeto que trata de regras para a terceirização de trabalhadores, foi aprovado
em Plenário na Câmara dos Deputados. A proposta tem alguns pontos polêmicos como, por exemplo, o artigo que
permite a terceirização em qualquer tipo de atividade em empresas privadas, públicas e de economia mista.
O ponto prevê a contratação de funcionários terceirizados em atividades meio (serviço necessário, mas que não é a
atividade principal da empresa) e atividades fim (atividade principal da empresa). Atualmente, a terceirização é
permitida apenas para atividades meio.
Entende-se por terceirização o processo em que uma empresa delega a contratação de funcionários à outra empresa
prestadora de serviços. A terceirização também acontece quando há a remuneração de funcionários por serviços
prestados.
Disponível em http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/04/entenda-o-que-diz-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao
(Acesso em 24/07/2015)
TEXTO II
Depois de 11 anos de trâmite no Congresso, o projeto de lei que libera a terceirização da contratação de serviços no
Brasil deve ir para votação na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira 8. O projeto é defendido pelos empresários,
que afirmam que a lei acabará com a insegurança jurídica na contratação de terceirizados e aumentará a
competitividade das companhias. “A terceirização é uma forma moderna de organização, o mundo inteiro terceiriza
para ganha eficiência”, diz Alexandre Furlan, vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias.
Os sindicatos, no entanto, enxergam no projeto um ataque aos direitos trabalhistas. “O que está em debate é a
destruição ou a preservação de tudo o que construímos nos últimos cem anos de lutas no Brasil”, diz a secretária da
CUT Maria das Graças Costa.
Disponível em http://www.cartacapital.com.br/economia/a-terceirizacao-do-trabalho-sera-liberada-no-brasil-3999.html
(Acesso em 24/07/2015)
TEXTO III
Disponível em http://www.sinprovales.org.br/noticias/contra-a-terceirizacao (Acesso em 24/07/2015)
TEXTO IV
Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/economia/em-defesa-da-terceirizacao/ (Acesso em
24/07/2015)
Tema 11
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema: Cooperativismo como alternativa social.
Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Cooperativas e desenvolvimento sustentável
A Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou 2012 o Ano Internacional das Cooperativas, como
reconhecimento do papel fundamental das Cooperativas na promoção do desenvolvimento sócio-econômico de
centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Com este propósito, a Assembléia Geral da ONU apela para a
comunidade internacional a fim de que medidas sejam tomadas para a criação de um ambiente favorável e
capacitante para o fomento à instalação de cooperativas, objetivando a promoção da conscientização dos povos em
relação às importantes contribuições das cooperativas para a geração de empregos e para a consequente melhoria
qualitativa de vida dos povos.
Disponível em: www.peaunesco.com.br (Acesso em 20/06/2013)
TEXTO II
Porque nós somos os médicos do planeta, o planeta está doente e o ser humano está adoecendo cada vez mais.
Quanto menos ele trata o lixo, mais ele adoece o planeta. E nós estamos aqui fazendo um trabalho digno. De fazer
com que aquelas pessoas que ainda não têm consciência, bem, vamos esperar que elas tenham, mas enquanto isso
nós vamos fazendo esse trabalho”. Marli, membro de uma cooperativa de catadores de lixo instalada no centro de
São Paulo.
Disponível em: http://g1.globo.com (Acesso em 20/06/2013 adaptado)
TEXTO III
TEXTO IV
Tema 12
A partir da leitura do texto motivador seguinte e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: As dificuldades
da formação universitária, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Durante muitas décadas ingressar no ensino superior e concluir uma graduação foi o sonho de muitos jovens e
adultos brasileiros. Fosse para ingressar ou ter novas oportunidades no mercado de trabalho, o número de vagas em
faculdades e universidades era bastante restrito até meados dos anos 2000.
Com a ampliação de programas de financiamento estudantil, como o Fies, criação do ProUni e a autorização de
funcionamento para mais instituições privadas, o sonho do acesso ao ensino superior se tornou realidade para
milhares de estudantes. As barreiras de acesso deixavam de ser intransponíveis. No entanto, apesar da facilitação da
entrada nas IES, outro problema surgiu: as dificuldades para a formação universitária.
Disponível em http://www.jornalgrandebahia.com.br/2015/07/as-dificuldades-da-formacao-universitaria-por-janguie-
diniz.html (Acesso em 05/08/2015)
TEXTO II
(…) quando começamos uma faculdade vamos iniciar uma nova etapa na nossa educação. Não é a toa que o nome é
Ensino Superior, em contraposição aos ensinos que vieram antes: Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Embora tudo o que veio antes tenha sido planejado para servir de base para o Ensino Superior, é comum que o aluno
entre na faculdade sem ter os conhecimentos básicos para começar. Isto pode ser por ter estudado em uma escola
fraca ou por não ter dado a devida atenção aos conteúdos ministrados pelos professores. Por isso, podemos citar que
a primeira dificuldade é esta: a falta de base.
Infelizmente, temos em nosso país um grande descaso pela educação. E, quando digo isto, não estou querendo fazer
aquele tipo de crítica ao governo, aos políticos, à corrupção. O descaso é também o descaso do aluno, que não liga e
nem se esforça para aprender.
Quantos e quantos alunos não estudam nas melhores escolas e depois não conseguem nem passar no vestibular?
De toda forma, o Ensino Superior é totalmente diferente do Ensino Médio. Se o aluno não deu muita atenção para os
estudos até entrar na faculdade, terá agora à sua disposição a possibilidade de estudar a fundo uma área que gosta,
ao contrário dos anos anteriores em que tinha que estudar todas as matérias.
Com isso, abre-se uma oportunidade única. Se a pessoa escolheu um curso condizente com seu perfil psicológico,
vai encontrar conteúdos interessantíssimos. Mas e se a dificuldade inicial não for uma dificuldade por falta de base,
mas sim uma dificuldade em virtude dos próprios conteúdos serem diferentes (e superiores)?
Disponível em: https://www.psicologiamsn.com/2014/04/dificuldades-no-inicio-da-faculdade-o-que-fazer.html (Acesso
em 30/07/2015)
TEXTO III
Disponível em http://sinepe-es.org.br/main.asp?link=amateria&id=60 (Acesso em 05/08/2015)
TEXTO IV
A evasão de estudantes do Ensino Superior é um dos principais problemas da educação brasileira e causou um
prejuízo estimado em 9 bilhões de reais na economia do País somente em 2009. Segundo os números do MEC,
896.455 estudantes abandonaram a universidade entre 2008 e 2009, o que representa 20,9% dos alunos no Ensino
Superior no momento, em média – ou seja, um em cada cinco alunos. Esse número já foi maior, mas ainda está
muito além do que preza um bom projeto de Ensino Superior nacional. (…)Um um alto índice de desistência nos
cursos ligados à computação – Ciências da Computação, sobretudo. O problema é que muitos estudantes fazem uma
ideia equivocada desses cursos. Nos primeiros anos, se deparam com cálculos pesados e outras coisas não muito
palatáveis e que demandam dedicação. Outros altos índices de desistência têm os cursos que entraram “na moda”
nos últimos anos, como turismo, hotelaria e cursos que não têm um foco claro. Outros cursos com alta desistência
são os de formação de professores, por causa dos baixos salários e más condições da carreira.(…) Um dos maiores
gargalos do Ensino Superior é a dificuldade de o estudante permanecer no curso por causa do dinheiro. E isso em
um contexto de 16 milhões de vagas ociosas no Ensino Superior brasileiro.
Disponível em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-gargalo-do-ensino-superior-brasileiro (Acesso em
05/08/2015)
Tema 13
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Ensino
técnico: Desafios e impactos no Brasil.
Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Está mais do que provado que o curso técnico profissionalizante acelera a entrada no mercado de trabalho. Estas
modalidades educacionais de curta duração, além de oferecerem oportunidade para milhões de brasileiros, suprem
uma demanda de mercado cada vez mais crescente por profissionais qualificados e especializados.
Também refletem de forma positiva na remuneração. De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI) junto ao Ibope, 82% dos entrevistados concordam que os profissionais com certificado de
qualificação técnica apresentam salários maiores do que aqueles que não têm formação específica.
Apesar de apresentar números crescentes de adesão – expansão de 110% nas matrículas de 2011 a 2013 no ensino
técnico federal, segundo o MEC (ministério da Educação), até pouco tempo a educação profissional não era vista
como prioridade no Brasil.
Disponível em http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/06/08/curso-tecnico-profissionalizante-acelera-a-entrada-
no-mercado-de-trabalho.htm (Acesso em 04/08/2015)
TEXTO II
De tempos em tempos a sociedade brasileira retoma as discussões sobre o ensino técnico. A preocupação com a
educação do jovem para o trabalho eleva-se em épocas de eleições e de baixa produtividade na economia, como
atualmente. Programas de expansão de ensino técnico, como o Pronatec, deverão ser amplamente debatidos pelos
candidatos a presidente. Alguns analistas argumentam que o brasileiro é obcecado pelo ensino superior e defendem
que a expansão do ensino técnico seria suficiente para aumentar a produtividade da nossa economia. Afinal o que
dizem os dados?
Não há dúvidas de que o ensino técnico é uma boa complementação para o ensino médio tradicional para os jovens
que querem entrar diretamente no mercado de trabalho. Além disso, pode ser um instrumento importante para
diminuir a evasão no ensino médio, que chega a atingir 50% em alguns Estados. Na medida em que o ensino técnico
é mais voltado para o mercado de trabalho, pode fazer com que o jovem sinta-se mais interessado e estimulado a
continuar na escola.
Disponível em http://www.insper.edu.br/noticias/ensino-tecnico-ou-superior/ (Acesso em 04/08/2015)
TEXTO III
Disponível em http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=7000 (Acesso
em 04/08/2015)
TEXTO IV
A Fundação Casa tem um convênio firmado com as Etecs e Fatecs para oferecer aos internos a oportunidade de
participar do processo seletivo. Em Jacareí, o segredo foi o apoio da equipe: as atividades foram reorganizadas para
que os candidatos tivessem mais tempo para estudar. Além disso, os profissionais que trabalham na unidade
colocaram à disposição para eles as provas antigas e se mobilizaram para pesquisar e esclarecer dúvidas com os
professores do ensino regular.
“Os que estão no primeiro ano podem fazer o ensino médio integrado ao técnico. Os que estão no segundo, no
terceiro e os que concluíram o ensino médio podem fazer o curso isolado. São muitas possibilidades e a Fundação
Casa não consegue viabilizá-las”, avalia o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
(USP), Roberto Silva, que é especialista no tema. “Os internos podem iniciar cursos ainda no regime de internação e
têm vaga garantida em qualquer escola perto da casa deles depois de libertos.
Ariel de Castro Alves concorda:”Nós não temos como concorrer com o crime se não oferecermos oportunidades
educacionais efetivas, com incentivos inclusive financeiros, para bolsas de estudos”, continua. “A ideia era que o
jovem recebesse estrutura para restabelecer vínculos com a família e criar um novo projeto de vida, no qual a
prioridade seja a educação e não o consumismo. Se o estado não apoia, o menino acaba voltando para o crime. Se o
estado exclui, o crime vai acabar incluindo e não vamos conseguir evitar isso apenas com palavras, conselhos e
orientações.”
Disponível em http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2014/03/rumo-para-outra-vida-educacao-para-jovens-da-
fundacao-casa-ainda-e-excecao-2911.html (Acesso em 04/08/2015)
Tema 14
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema: Problemas e desafios do transporte público urbano, apresentando proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.
TEXTO I
O transporte público no Brasil estrutura-se, principalmente, pela utilização de ônibus, além de metrôs e trens, em
algumas cidades ou regiões. De acordo com a Constituição Federal, o serviço deve ser administrado e mantido pelos
municípios, mas os investimentos devem ser realizados também pelos estados e pelo Governo Federal.
É importante ressaltar que, quando se refere ao transporte público, não estamos falando somente dos meios de
transporte utilizados, mas de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura existente para esse
transporte, como estações, terminais etc.
Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-qualidade-transporte-publico-no-brasil-os-
protestos.htm> Acesso em: 18 jun. 2015
TEXTO II
Mobilidade urbana piorou com incentivos ao uso do carro
O aumento da passagem foi a gota d’água, que fez transbordar o copo, mas há uma quantidade grande de motivos
com os quais os brasileiros estavam irritados.
Os governos, há muito tempo, investem pouco em transporte públco. Esse velho problema brasileiro se agravou
muito nos últimos anos, porque ele incentivou demais, em excesso, a compra de carros sem ter criado uma
infraestrutura para a circulação de automóveis e ônibus. O direito de ir e vir ficou encurralado.(Adaptado)
Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2013/06/20/mobilidade-urbana-piorou-com-
incentivos-ao-uso-do-carro-500635.asp>
TEXTO III
Disponível em: < https://psolaju.wordpress.com/2013/01/10/fim-da-linha-caos-urbano-e-proposta-para-reverte-lo/>
Acesso em: 18 jun. 2016
TEXTO IV
Disponível em: <http://www.revistabicicleta.com.br/bicicleta.php?a_eficiencia_dos_8_km&id=2781> Acesso em: 18
jun. 2015
Tema 15
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:
PRECONCEITO LINGUÍSTICO: A QUESTÃO DO “CERTO” E DO “ERRADO” NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
TEXTO 1
TEXTO 2
“(...) Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas Troco os pronomes (…)”.
♪ ♫ (Meninos e Meninas – Legião Urbana)
TEXTO 3
vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos É macaquear
A sintaxe lusíada [...]".
(Evocação do Recife – Manuel Bandeira)
TEXTO 4:
Redação sobre preconceito linguístico exigia norma culta
REDAÇÃO
16 Dezembro 2011 | 10:59
* Por Cedê Silva, especial para o Estadão.edu
A redação do vestibular da Unifesp, aplicada ontem, era sobre preconceito linguístico, mas deixava bem claro que o
aluno deveria escrever na norma culta. O tema partia da polêmica do livro Por uma Vida Melhor, aprovado pelo MEC,
que diz: “Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você
corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”. Para o professor Vitor Galvão, do cursinho Etapa, o tema,
apesar de muito discutido em sala de aula, tem certa complexidade. “Não foi mamão com açúcar”, considerou.
Elizabeth Massaranduba, do Objetivo, pensa que a ampla discussão do tema tornoua redação fácil. O curioso era
mesmo notar, numa redação sobre preconceito linguístico, a clara instrução para escrever na norma culta.
Tags: livro, MEC, norma culta, por uma vida melhor,unifesp, unifesp 2012, vestibular
TEXTO 5
"Para as ciências da linguagem, não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e
significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação
lingüística cumpre essa função plenamente. A noção de “erro” se prende a fenômenos sociais e culturais, que não
estão incluídos no campo de interesse da Lingüística propriamente dita, isto é, da ciência que estuda a língua “em si
mesma”, em seus aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Para analisar as origens e as conseqüências da
noção de “erro” na história das línguas será preciso recorrer a uma outra ciência, necessariamente interdisciplinar, a
Sociolingüística, entendida aqui em sentido muito amplo, como o estudo das relações sociais intermediadas pela
linguagem."
Marcos Bagno: Nada na Língua é por acaso
TEXTO 6
"Ou seja: não se trata de aceitar ou de não aceitar nem de achar ou de não achar correto que as pessoas digam os
livro. Acabo de sair de uma fila de supermercado e ouvi duas lata, dez real, três quilo a dar com pau. Eu deveria
mandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estávamos num caixa de supermercado, todos de bermuda e
chinelo! Não era um congresso científico, nem um julgamento do Supremo!"
Sírio Possenti - Aceitam Tudo - Terra Magazine
TEXTO 7
"No fundo, o preconceito linguístico é um preconceito social. É uma discriminação sem fundamento que atinge
falantes inferiorizados por alguma razão e por algum fato histórico. Nós o compreenderíamos melhor se nos
déssemos conta de que ‘falar bem’ é uma regra da mesma natureza das regras de etiqueta, das regras de
comportamento social. Os que dizemos que falam errado são apenas cidadãos que seguem outras regras e que não
têm poder para ditar quais são as elegantes."
Sírio Possenti - Preconceito Linguístico - Ciência Hoje
(PROPOSTAS COLETADAS DA INTERNET)

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Os novos modelos de família e o papel da mulher no Brasil

  • 1. Temas Redação ENEM 2015 – Professora Fernanda Braga 15 Temas - Redação ENEM 2015
  • 2. (PROPOSTAS COLETADAS DA INTERNET) Tema 1 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os novos modelos de família no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 O conceito de família pode ou não pode mudar? A Câmara dos Deputados está promovendo em seu site uma enquete sobre o Estatuto da Família. A iniciativa, bem sucedida, contava, em 28 de abril passado, com a participação de mais de 6 milhões de votantes. A pesquisa questiona quem está a favor ou contra a definição de família estabelecida no Estatuto, que é a seguinte: "define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes". Há quem não veja nenhum problema nessa formulação, que é o conceito tradicional de família. Há também quem acredita que não pode haver definição diferente, pois qualquer variação (como a união entre dois homens ou entre duas mulheres) não constitui uma família. Por outro lado, há quem diga que isso é uma visão equivocada, conservadora e que não acompanha a evolução social, que, cada vez mais, reconhece os direitos de minorias com diferentes opções sexuais. O que você pensa a esse respeito? Você é a favor do conceito tradicional? Ou acredita que outros tipos de união também constituem uma família? Texto 2 Opinião popular A enquete sobre o projeto de lei que trata do Estatuto da Família (PL 6583/13) obteve, desde o dia 11 de fevereiro - quando foi incluída no portal da Câmara dos Deputados - até quinta-feira passada (22), um milhão de votos. A enquete questiona se o votante concorda com a definição de família como o núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto. Por enquanto, 62,83% dos participantes votaram a favor; 36,8%, contra; e 0,37% disseram não ter opinião formada. Texto 3 Como lidar com os novos modelos familiares? 17/07/2014 às 12:36 | Família Neste fim de semana surgiu, numa conversa com amigos, o tema das configurações familiares. A filha de uma amiga, de cinco anos, contou que um de seus coleguinhas tinha dois pais. Imediatamente, um dos presentes fez o seguinte comentário: - Deve ser muito ruim ser filho de um casal gay! Comigo, que sou filho de pais heterossexuais, mas que não se casaram e nem moraram juntos, já foi complicado de lidar com o preconceito e a ignorância das pessoas. Esse é o ponto: o preconceito. Ainda há pessoas com grande dificuldade em aceitar as novas configurações familiares, como se com isso pudessem eliminar da sociedade o que é diferente do socialmente aceito por eles. Mas o caminho não é esse. Segundo dados do último censo do IBGE, de 2010, já são mais de 60 mil os casais gays que moram juntos. Porém, as relações homoafetivas são apenas mais um exemplo dos novos arranjos familiares no Brasil. O modelo de casal heterossexual com seus próprios filhos deixou de ser dominante no país. Pela primeira vez, o levantamento demográfico identificou 19 tipos de laços de parentesco, indicando que os outros tipos de arranjos familiares estão em 50,1% dos lares, entre eles: casais sem filhos, pessoas morando sozinhas, três gerações sob o mesmo teto, casais gays, mães ou pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos com avós, irmãos e irmãs, e ainda a nova e famosa família “mosaico”, compostas por pais divorciados que voltam a se casar e vivem com os filhos do antigo casamento na mesma casa. Dados como esse mostram como o conceito de família hoje é muito abrangente. Ficar discutindo com base em conceitos antigos não é apenas improdutivo, é um retrocesso. (Texto adaptado) Maria Helena Vilela, diretora executiva do Instituto Kaplan onde coordena a área de Educação Sexual http://revistaescola.abril.com.br/blogs/educacao-sexual/2014/07/17/como-lidar-com-os-novos-modelos-familiares/, acesso em setembro de 2014. Texto 4 A Constituição Brasileira, do ano de 1988, é considerada uma das mais avançadas do mundo. Impõe como valor maior o respeito à dignidade humana baseado nos princípios fundamentais da liberdade e da igualdade. Considera a família a base da sociedade e veda qualquer espécie de discriminação. http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/134252/comentarios-novos-modelos-de-familia-unioes-homoafetivas, acesso em setembro de 2014. Texto 5 Utilidade social
  • 3. Frases como a do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF) causam perplexidade aos estudiosos do Direito “faz-se necessário diferenciar família das relações de mero afeto, convívio e mútua assistência; sejam essas últimas relações entre pessoas de mesmo sexo ou de sexos diferentes, havendo ou não prática sexual entre essas pessoas. É importante asseverar que apenas da família, união de um homem com uma mulher, há a presunção do exercício desse relevante papel social que a faz ser base da sociedade”. Há no discurso uma clara visão utilitarista: a família de pessoas do mesmo sexo não cumpre sua função última, “ser base da sociedade”. Haveria duas famílias: as úteis e as inúteis para a base da sociedade. É argumento que já legitimou atrocidades em passado não tão remoto. José Fernando Simão, site Consultor Jurídico Texto 6 Ingerência estatal Eis que o Estado brasileiro decidiu arvorar-se no direito de decidir quais arranjos familiares são dignos e quais são indignos para a criação de indivíduos psicologicamente saudáveis. A ingerência estatal em domínio eminentemente privado, uma vez que a felicidade não pode ser construída baixo decreto presidencial, é flagrante na discussão do chamado Estatuto da Família, projeto de lei proposto pelo deputado federal Anderson Ferreira, do Partido Republicano. Pode-se dizer, até, que o projeto não começa de todo mal, em seu artigo 1º esclarecendo que o Estatuto dispõe “sobre os direitos da família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para a valorização e apoiamento da entidade familiar”, sendo obrigação do Estado, da sociedade e do Poder Público, de acordo com o artigo 3º, “assegurar à entidade familiar a efetivação do direito à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania e à convivência comunitária”. O banho de água fria vem, entretanto, no artigo 2º, em que a “entidade familiar” é definida como o “núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher (grifo do projeto de lei), por meio do casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. Marcelo Gruman, site Carta Maior Texto 7 Proporção de mulheres chefes de família cresce mais do que quatro vezes em 10 anos, diz IBGE Do UOL, no Rio 28/11/2012 A proporção de famílias chefiadas por mulheres, segundo critérios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cresceu mais do que quatro vezes nos últimos dez anos. Em relação aos casais sem filhos, o índice de autoridade feminina passou de 4,5% para 18,3%; já entre os que possuem filhos, subiu de 3,4% para 18,4%. Os dados fazem parte da amostra "Síntese de Indicadores Sociais", divulgada nesta quarta-feira (28). PERCENTUAL DE MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA O fato de que é cada vez mais frequente o tipo de família composto por casal sem filhos (ambos têm rendimentos, sendo que a mulher não teve filhos) é tido como resultante do processo de transformações que vêm sendo observadas pelo IBGE nas relações familiares. Entre os fatores que proporcionam tais mudanças, destacam-se "o ingresso maior de mulheres no mercado de trabalho, a postergação da idade ao casar e o contínuo aumento da escolaridade", de acordo com o estudo. (Texto adaptado) http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/11/28/numero-de-mulheres-chefes-de-familia-cresce-mais- do-que-quatro-vezes-segundo-ibge.htm Tema 2 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O papel da mulher na sociedade brasileira atual, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1
  • 4. Mulheres perdem medo de falar e denúncias de violência doméstica aumentam Atendimento evoluiu, e a central, hoje, atende os mais variados tipos de público Brasília - O número de chamadas para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) aumentou 32% no ano passado em comparação com 2007. Segundo o coordenador da central, Pedro Ferreira, em 2008 foram feitos quase 270 mil atendimentos. A busca de informações sobre a Lei Maria da Penha, que aumenta a pena para os autores de violência doméstica, cresceu 245%. Ferreira destacou que os casos de violência doméstica não ocorrem apenas nas grandes cidades, sendo frequentes também nas zonas rurais e nas florestas, principalmente na Amazônia. A Região Norte é a que apresenta o menor quantitativo de ligações. Ferreira atribui o fato à falta divulgação dos serviços na região. Ele atribuiu o aumento do número de denúncias de tais casos à mudança de comportamento das mulheres, que vêm perdendo o medo de falar e de buscar ajuda e estão tendo mais informações sobre a Lei Maria da Penha. A sociedade também está mudando e, além disso, a central é um instrumento de fácil acesso e gratuito para todo país, disse ele, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional AM. O atendimento evoluiu, e a central, hoje, atende os mais variados tipos de público, destacou Ferreira. As mulheres procuram o atendimento tanto no momento em que sofrem a violência quanto dias depois. Às vezes, nem sempre é a mulher agredida que faz a ligação. Pode ser uma vizinha, uma amiga ou até mesmo os filhos. Ele explicou que os atendimentos procuram dar acolhimento a essas mulheres. “As operadoras estão preparadas para acolher a pessoa, seja qual for a situação que ela esteja passando.” O atendimento é diferenciado, de acordo com cada situação. Se for necessária ajuda imediata, a pessoa que telefonou é orientada sobre como proceder e onde buscar auxílio. (...) A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) é ligada à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República. Texto adaptado. http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?pageNum_recult=268&id=8931 Texto 2 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Renato Ribeiro Velloso Na esfera jurídica, violência significa uma espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto em prática para vencer a capacidade de resistência de outrem, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É igualmente, ato de força exercido contra as coisas, na intenção de violentá-las, devassá-las, ou delas se apossar. Existem vários tipos de armas utilizadas na violência contra a mulher, como: a lesão corporal, que é a agressão física, como socos, pontapés, bofetões, entre outros; o estupro ou violência carnal, sendo todo atentado contra o pudor de pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a intenção de satisfazer nela desejos lascivos, ou atos de luxúria; ameaça de morte ou qualquer outro mal, feitas por gestos, palavras ou por escrito; abandono material, quando o homem, não reconhece a paternidade, obrigando assim a mulher, entrar com uma ação de investigação de paternidade, para poder receber pensão alimentícia. Mas nem todos deixam marcas físicas, como as ofensas verbais e morais, que causam dores, que superam, a dor física. Humilhações, torturas, abandono, etc, são considerados pequenos assassinatos diários, difíceis de superar e praticamente impossíveis de prevenir, fazendo com que as mulheres percam a referência de cidadania. A violência contra a mulher, não está restrita a um certo meio, não escolhendo raça, idade ou condição social. A grande diferença é que entre as pessoas de maior poder financeiro, as mulheres, acabam se calando contra a violência recebida por elas, talvez por medo, vergonha ou até mesmo por dependência financeira. Atualmente existe a Delegacia de Defesa da Mulher, que recebe todas as queixas de violência contra as mulheres, investigando e punindo os agressores. Como em toda a Polícia Civil, o registro das ocorrências, ou seja, a queixa é feita através de um Boletim de Ocorrência, que é um documento essencialmente informativo, todas as informações sobre o ocorrido visam instruir a autoridade policial, qual a tipicidade penal e como proceder nas investigações. Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter a coragem para denunciar o agressor, pois agindo assim ela está se protegendo contra futuras agressões, e serve como exemplo para outras mulheres, pois enquanto houver a ocultação do crime sofrido, não vamos encontrar soluções para o problema. A população deve exigir do Governo leis severas e firmes, não adianta se iludir achando que esse é um problema sem solução. Uma vez violentada, talvez ela nunca mais volte a ser a mesma de outrora, sua vida estará margeada de medo e vergonha, sem amor próprio, deixando de ser um membro da comunidade, para viver no seu próprio mundo. A liberdade e a justiça são um bem que necessita de condições essenciais para que floresça, ninguém vive sozinho. A felicidade de uma pessoa está em amar e ser amada. Devemos cultivar a vida, denunciando todos os tipos de agressões (violência) sofridas. * RENATO RIBEIRO VELLOSO (renatov@matrix.com.br), Membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCrim, Pós-Graduando em Direito Penal Econômico Internacional, pelo Instituto de Direito Penal Econômico e Europeu da Universidade de Coimbra, Portugal http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo323.shtml Texto 3 Lei Maria da Penha não reduziu morte de mulheres por violência, diz Ipea
  • 5. Instituto divulgou dados inéditos sobre violência contra a mulher no país. Crimes são geralmente praticados por parceiros ou ex-parceiros, diz estudo. Rosanne D'AgostinoDo G1, em São Paulo A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006 para combater a violência contra a mulher, não teve impacto no número de mortes por esse tipo de agressão, segundo o estudo “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Ipea apresentou uma nova estimativa sobre mortes de mulheres em razão de violência doméstica com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. As taxas de mortalidade foram 5,28 por 100 mil mulheres no período 2001 a 2006 (antes da lei) e de 5,22 em 2007 a 2011 (depois da lei), diz o estudo. Conforme o Ipea, houve apenas um “sutil decréscimo da taxa no ano 2007, imediatamente após a vigência da lei”, mas depois a taxa voltou a crescer. O instituto estima que teriam ocorrido no país 5,82 óbitos para cada 100 mil mulheres entre 2009 e 2011. "Em média ocorrem 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 acada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia”, diz o estudo. O feminicídio é o homicídio da mulher por um conflito de gênero, ou seja, por ser mulher. Os crimes são geralmente praticados por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros, em situações de abuso familiar, ameaças ou intimidação, violência sexual, “ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos do que o homem”. Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres, entre 2009 e 2011 Nordeste 6,9 Centro-Oeste 6,86 Norte 6,42 Sudeste 5,14 Sul 5,08 Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
  • 6. Perfil das vítimas Segundo o estudo do Ipea, mulheres jovens foram as principais vítimas --31% na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foi de mulheres de 20 a 39 anos, e a maioria (31%) ocorreu em via pública, contra 29% em domicílio e 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde. A maior parte das vítimas era negra (61%), principalmente nas regiões Nordeste (87% das mortes de mulheres), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). A maioria também tinha baixa escolaridade (48% das com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo). As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte concentram esse tipo de morte com taxas de, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100 mil mulheres. Nos estados, as maiores taxas estão no Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84), Roraima (8,51) e Pernambuco (7,81). As taxas mais baixas estão no Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28) e São Paulo (3,74). Ao todo, 50% dos feminicídios envolveram o uso de armas de fogo e 34%, de instrumento perfurante, cortante ou contundente. Enforcamento ou sufocação foi registrado em 6% dos óbitos. Em outros 3% das mortes foram registrados maus-tratos, agressão por meio de força corporal, força física, violência sexual, negligência, abandono e outras síndromes, como abuso sexual, crueldade mental e tortura. “A magnitude dos feminicídios foi elevada em todas as regiões e estados. (...) Essa situação é preocupante, uma vez que os feminicídios são eventos completamente evitáveis, que abreviam as vidas de muitas mulheres jovens, causando perdas inestimáveis, além de consequências potencialmente adversas para as crianças, para as famílias e para a sociedade”, conclui o estudo. http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/09/lei-maria-da-penha-nao-reduziu-morte-de-mulheres-por-violencia-diz- ipea.html Tema 3 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A realidade da moradia no Brasil do século XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 https://www.google.com/search?q=charges+sobre+moradia Texto 2 Desafios da Habitação: a realidade da moradia no Brasil Adauto Lúcio Cardoso, Observatório das Metrópoles Desde a extinção do BNH, em 1986, até 2008, a habitação social permaneceu relegada a uma posição subalterna na agenda das políticas sociais. Enquanto isso, os problemas habitacionais se agravaram. A Fundação João Pinheiro estimou, no ano de 2008, o déficit habitacional brasileiro em cerca de 5,5 milhões de unidades, sendo cerca de 1,5 milhões nas regiões metropolitanas. Desses totais, 90% correspondem a famílias em situação de pobreza, com renda familiar na faixa de 0 a 3 salários mínimos. Mas o déficit habitacional é apenas uma parte dos problemas, porque o estoque de domicílios existente apresenta graves situações de precariedade. As estimativas do IBGE para os domicílios em áreas de favelas montam a um total de 3,2 milhões. Esse fenômeno, mais do que o déficit, tem uma concentração fortíssima nas metrópoles, com as regiões do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, sozinhas, agregando cerca de 1,2 milhões de domicílios, respondendo por 37,5% do total. A Região Metropolitana de Belém, que tem a maior concentração relativa de favelas no Brasil, tem mais da metade do seu parque domiciliar (cerca de 54,4%) em situação de precariedade habitacional. E esses números ainda não levam em conta os loteamentos irregulares e clandestinos das periferias, a irregularidade fundiária, o problema do saneamento e dos transportes. Em 1996, a Constituição Federal finalmente incluiu o Direito à Moradia como um dos direitos sociais. Do ponto de vista das responsabilidades governamentais, o texto de 1988 já havia estabelecido a habitação como “competência
  • 7. comum” a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Essa definição vincula todos os entes federados à necessidade de atuar no setor, todavia deixa em aberto quais as atribuições inerentes a cada um, o que tem levado, em muitos casos, à inércia – o famoso “deixa que eu deixo” – e em outros casos, à sobreposição de atuações em um mesmo território, usualmente aqueles de maior visibilidade política. A história das políticas habitacionais no Brasil sempre conferiu um papel protagonista ao governo federal e os governos municipais desvincularam-se de qualquer responsabilidade nessa área. No entanto, com o processo de redemocratização e com a descentralização operada pela Constituição de 1988, os municípios efetivamente passaram a ter um papel estratégico no desenvolvimento de ações mais consistentes na área da habitação. Cabe lembrar que o problema habitacional não se resolve apenas com o financiamento e com os subsídios, embora estes sejam elementos fundamentais. É necessário tratar adequadamente o problema do acesso à terra e do controle sobre os processos de valorização fundiária. Nesse ponto, a Constituição estabeleceu claramente a competência municipal, ao estabelecer o princípio da função social da propriedade e colocá-lo sob a tutela dos Municípios. O Estatuto da Cidade, promulgado em 2001, reitera e detalha os princípios constitucionais, criando instrumentos que permitem aos governos locais atuar de forma muito mais eficaz na questão habitacional. No entanto, poucas administrações têm efetivamente atuado nesse campo, o que tem se refletido no aumento desenfreado do preço da terra nas áreas metropolitanas, inviabilizando ou dificultando a provisão de unidades para as camadas de baixa renda no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida. A complexidade e a importância do problema habitacional exigem empenho e competência renovados. Cabem, portanto, como responsabilidades a serem cobradas dos novos governantes a serem escolhidos na próxima eleição: criar estruturas institucionais permanentes, com quadros técnicos competentes e concursados, que permitam montar programas adequados às realidades locais e que possam ter continuidade; prover fluxo de recursos permanentes para a área de habitação, complementando os investimentos das instâncias federal e estadual; criar e atualizar levantamentos sobre os problemas habitacionais, particularmente sobre a situação da precariedade e da irregularidade fundiária e urbanística; e, por fim, mas não em último lugar, dar consequência às atribuições que lhe foram delegadas pela Constituição no cumprimento da função social da propriedade. http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,observatorio-das-metropoles-a-realidade-da-moradia-no-brasil,930782 ADAUTO LUCIO CARDOSO Professor Associado do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) e pesquisador do INCT Observatório das Metrópoles, Núcleo Rio de Janeiro. Texto 3 As moradias precárias, como as favelas, são acompanhadas pela ausência de infraestrutura. Para o crescimento de qualquer cidade se faz necessária a expansão de todo serviço público, como distribuição de água, rede de esgoto, energia elétrica, pavimentação, entre outros. As áreas urbanas onde vivem as famílias pobres, geralmente, são desprovidas de escolas, postos de saúde, policiamento e demais infraestruturas. Em geral, favelas e demais bairros marginalizados surgem de modo gradativo em áreas de terceiros, especialmente do governo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os oito municípios detentores do maior número de favelas são: São Paulo, com 612; Rio de Janeiro, com 513; Fortaleza, 157; Guarulhos, 136; Curitiba, 122; Campinas, 117; Belo Horizonte, 101; e Osasco, 101. No início do século XX existiam no Rio de Janeiro e, posteriormente, em São Paulo os cortiços, habitações que abrigavam várias pessoas, os quais eram constituídos por muitos cômodos alugados. Os cortiços eram velhas mansões que se localizam próximas ao centro da cidade. Hoje, a alternativa de moradia para as pessoas carentes é a ocupação de terrenos periféricos de grandes cidades, onde o valor é baixo. Isso é provocado pelo fato dos moradores possuírem pequeno poder aquisitivo, desse modo, não podem pagar um aluguel em um bairro estruturado e muito menos adquirir uma casa ou apartamento nele. Além disso, nas grandes cidades os imóveis têm alcançado valores extremamente elevados, distantes da realidade de grande parte da população. Naturalmente, a configuração das grandes cidades brasileiras é excludente, tendo em vista que marginaliza um grupo social desfavorecido, enquanto em algumas periferias formam-se bairros dotados de luxo, os condomínios fechados - que se constituem como verdadeiros guetos. Resultado de uma nação capitalista. http://www.mundoeducacao.com/geografia/problemas-relacionados-moradia-no-brasil.htm Texto 4
  • 8. Fonte do infográfico: Acerto de Contas Tema 4 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A intolerância religiosa no Brasil do século XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 INTOLERÂNCIA RELIGIOSA Drauzio Varella Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos. A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos. Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos à interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido. Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar. Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão, devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias. Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu? Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada, quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta, ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus? Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida? O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome d’Ele sejam cometidas as piores atrocidades.
  • 9. Os pastores milagreiros da TV, que tomam dinheiro dos pobres, são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares, porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus seriam considerados mensageiros de satanás. Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes nos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas. O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade — quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres. Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo. Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam. Publicado em 23/04/2012 http://drauziovarella.com.br/drauzio/intolerancia-religiosa/, acesso em 02/08/2015. Texto 2 MPF denuncia pastor por quebrar santos de religiões afro-brasileiras MPF acusa pastor evangélico de intolerância por quebrar santos de religiões afro-brasileiras. Para o Ministério Público, houve violação da garantia dada pelo artigo 5º e inciso VI da Constituição à liberdade de consciência e de crença Pastor postou fotos nas quais aparece quebrando imagens de santos (Pragmatismo Político) O pastor Clóvis Bernardo de Lima foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) na Paraíba por intolerância religiosa. O religioso publicou em 2012 na fotos em que aparece quebrando imagens de entidades sagradas das religiões de matrizes africanas. As informações são do site do MPF. Lima reconheceu que tinha quebrado as imagens, mas foi, segundo ele, com o propósito de “acomodá-las melhor” em seu F-4000. As imagens tinham sido de um terreiro de umbanda. Disse que sua intenção era mostrar as fotos somente aos membros de sua igreja, a Assembleia de Deus Pentecostal da Fé, por intermédio de seu perfil no Orkut, mas elas acabaram vazando para outras redes sociais. Para o Ministério Público, houve violação da garantia dada pelo artigo 5º e inciso VI da Constituição à liberdade de consciência e de crença. O MPF pediu à Justiça que condene o pastor à reclusão de 1 a 3 anos, além de multa. de acordo com artigo 20 da lei 7.716/89. Esse artigo prevê punição para quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/05/mpf-denuncia-pastor-por-quebrar-santos-de-religioes-afro- brasileiras.html, acesso em 02/08/2015. Texto 3
  • 10. O direito de criticar dogmas é assegurado como liberdade de expressão. Atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes sem fiança. Lembre-se que crítica não é o mesmo que intolerância. (Página do Ministério da Justiça no Facebook) Texto 4 1) No domingo passado, Kayllane Campos, de 11 anos, e outras sete pessoas voltavam de um evento religioso caminhando pela avenida Meriti, na Vila da Penha, quando dois homens que estavam em um ponto de ônibus do outro lado da rua começaram a insultar o grupo. Com Bíblias sob os braços, os agressores gritavam "Sai demônio, vão queimar no inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra contra o grupo, segundo Kátia Marinho. A pedra bateu em um poste antes de atingir Kayllane, que chegou a desmaiar. Os dois agressores fugiram de ônibus. 2) Católicos, evangélicos, adeptos do candomblé, da umbanda e de outras religiões se reuniram em um ato contra a intolerância religiosa na manhã deste domingo (21 de junho), no largo do Bicão, na Vila da Penha, zona norte do Rio. A manifestação ocorre uma semana depois de a estudante Kayllane ter levado uma pedrada na cabeça quando voltava de uma festividade do candomblé. Cerca de 400 pessoas participam do ato neste domingo. [UOL Notícias/Agência Estado] 3) Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de um quarto (26,17%) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número total caiu em relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias, mas, mesmo assim, mostra que a questão não foi superada no país. As principais vítimas são as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Carta Capital Texto 5 Conceitos Alguém já conceituou com propriedade: "A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou mesmo a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana." Diante deste conceito amplo, poderemos, portanto, resumir como liberdade religiosa: 1) O direito de ter uma religião e crer num ser divino; 2) O direito de não ter uma religião e não crer em um ser divino; 3) O direito à neutralidade religiosa em espaços de uso comum (públicos). Michael Pereira de Lira, site JusBrasil Tema 5 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Preconceito linguístico: a questão do “certo” e do “errado” no brasil contemporâneo, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1
  • 11. TEXTO 2 “(...) Eu canto em português errado Acho que o imperfeito não participa do passado Troco as pessoas Troco os pronomes (…)”. ♪ ♫ (Meninos e Meninas – Legião Urbana) TEXTO 3 vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada [...]". (Evocação do Recife – Manuel Bandeira) TEXTO 4: Redação sobre preconceito linguístico exigia norma culta REDAÇÃO 16 Dezembro 2011 | 10:59 * Por Cedê Silva, especial para o Estadão.edu A redação do vestibular da Unifesp, aplicada ontem, era sobre preconceito linguístico, mas deixava bem claro que o aluno deveria escrever na norma culta. O tema partia da polêmica do livro Por uma Vida Melhor, aprovado pelo MEC, que diz: “Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”. Para o professor Vitor Galvão, do cursinho Etapa, o tema, apesar de muito discutido em sala de aula, tem certa complexidade. “Não foi mamão com açúcar”, considerou. Elizabeth Massaranduba, do Objetivo, pensa que a ampla discussão do tema tornoua redação fácil. O curioso era mesmo notar, numa redação sobre preconceito linguístico, a clara instrução para escrever na norma culta. Tags: livro, MEC, norma culta, por uma vida melhor,unifesp, unifesp 2012, vestibular TEXTO 5 "Para as ciências da linguagem, não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação lingüística cumpre essa função plenamente. A noção de “erro” se prende a fenômenos sociais e culturais, que não estão incluídos no campo de interesse da Lingüística propriamente dita, isto é, da ciência que estuda a língua “em si mesma”, em seus aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Para analisar as origens e as conseqüências da noção de “erro” na história das línguas será preciso recorrer a uma outra ciência, necessariamente interdisciplinar, a Sociolingüística, entendida aqui em sentido muito amplo, como o estudo das relações sociais intermediadas pela linguagem." Marcos Bagno: Nada na Língua é por acaso TEXTO 6 "Ou seja: não se trata de aceitar ou de não aceitar nem de achar ou de não achar correto que as pessoas digam os livro. Acabo de sair de uma fila de supermercado e ouvi duas lata, dez real, três quilo a dar com pau. Eu deveria mandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estávamos num caixa de supermercado, todos de bermuda e chinelo! Não era um congresso científico, nem um julgamento do Supremo!" Sírio Possenti - Aceitam Tudo - Terra Magazine TEXTO 7 "No fundo, o preconceito linguístico é um preconceito social. É uma discriminação sem fundamento que atinge falantes inferiorizados por alguma razão e por algum fato histórico. Nós o compreenderíamos melhor se nos déssemos conta de que ‘falar bem’ é uma regra da mesma natureza das regras de etiqueta, das regras de comportamento social. Os que dizemos que falam errado são apenas cidadãos que seguem outras regras e que não têm poder para ditar quais são as elegantes." Sírio Possenti - Preconceito Linguístico - Ciência Hoje Tema 6 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Cyberbullying na realidade brasileira, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia. Ana, 13 anos, já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar “amigos” em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são “nojenta, nerd e lésbica”. Outros textos dizem: “Vá pro inferno”. Ana, é claro, fica arrasada. “Uso preto, ouço rock e pinto cabelo. Curto coisas
  • 12. diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam.” A escola e a família da garota têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação - por enquanto, sem sucesso. Beatriz Santomauro. Nova Escola, junho/julho 2010. Adaptado. Texto 2 Cyberbullying: a violência virtual Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome:bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo. (...) Um xinga, o outro chora e o resto cai na risada Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador. Vítima Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil. Segundo pesquisa da ONG Plan, a maior parte das vítimas - 69% delas - tem entre 12 e 14 anos. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica e autora do livro Bullying: Mentes Perigosas na Escola, cita algumas das doenças identificadas como o resultado desses relacionamentos conflituosos (e que também aparecem devido a tendências pessoais), como angústia, ataques de ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e problemas de socialização. A situação pode, inclusive, levar ao suicídio. Adolescentes que foram agredidos correm o risco de se tornar adultos ansiosos, depressivos ou violentos, reproduzindo em seus relacionamentos sociais aqueles vividos no ambiente escolar. Alguns
  • 13. também se sentem incapazes de se livrar docyberbullying. Por serem calados ou sensíveis, têm medo de se manifestar ou não encontram força suficiente para isso. Outros até concordam com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta. O discurso deles vai no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles que conseguem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não é covarde ou quando percebe que seus agressores ficaram impunes, a vítima pode escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo. Agressor Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. O anonimato possibilitado pelo cyberbullying favorece a sua ação. Usa o computador sem ser submetido a julgamento por não estar exposto aos demais. Normalmente, mantém esse comportamento por longos períodos e, muitas vezes, quando adulto, continua depreciando outros para chamar a atenção. "O agressor, assim como a vítima, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene. Espectador Nem sempre reconhecido como personagem atuante em uma agressão, é fundamental para a continuidade do conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. "O espectador pode ter senso de justiça, mas não indignação suficiente para assumir uma posição clara", diz Luciene. Também considerados espectadores, há os que atuam como uma plateia ativa ou uma torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem imagens ou fofocas, tornando-se coautores ou corresponsáveis. Aprender a lidar com a própria imagem é o primeiro passo Luciene Tognetta, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que por volta dos 10 ou 12 anos a criança passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. "Essa é a época de aprender a lidar com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar." Logo em seguida, juntamente com a entrada na adolescência, vem a necessidade de pertencer a um grupo. Nesse momento, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro) para ser provocado. Foi o que aconteceu com Aline, 14 anos. Ela recebia mensagens de uma colega falando que estava gorda. A agressora, que a ameaçava e a proibia de contar sobre essas conversas, mandava também dietas e dizia que, caso não perdesse peso, iria apanhar. A professora das duas lembra: "Ela fez de tudo para agradar à colega e seguiu as indicações porque sentia medo. A escola e os pais só desconfiaram que havia algo de errado porque perceberam uma mudança repentina no comportamento da vítima". Algumas escolas já estão cientes de que é preciso um acompanhamento permanente para afastar as agressões do cotidiano. A EM Fernando Tude de Souza, no Rio de Janeiro, por exemplo, atacou o problema com atividades que buscam garantir o bom relacionamento entre os estudantes. "Reuniões conjuntas com pais e alunos e um olhar atento ao comportamento dos jovens dentro e fora de sala de aula precisam entrar no planejamento", afirma a coordenadora pedagógica Tânia Maselli Saldanha Leite (leia no quadro abaixo as principais ações que toda escola pode adotar, tanto para prevenir o problema como para combatê-lo, quando o caso já se tornou público). Prevenção e solução nas mãos da escola De acordo com os especialistas, a escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos. O cyberbullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança. A busca pela solução ou pela prevenção inclui reunir todos - equipe pedagógica, pais e alunos que estão ou não envolvidos diretamente - e garantir que tomem consciência de que existe um problema e não se pode ficar omisso. Veja, a seguir, ações ao alcance das escolas. - Como prevenir Ensinar a olhar para o outro Criar relacionamentos saudáveis, em que os colegas tolerem as diferenças e tenham senso de proteção coletiva e lealdade. É preciso desenvolver no grupo a capacidade de se preocupar com o outro, construindo uma imagem positiva de si e de quem está no entorno. Deixar a turma falar Num ambiente equilibrado, o professor forma vínculos estreitos com os estudantes, que mostram o que os deixa descontentes e são, de fato, reconhecidos quando estão sofrendo - o que é diferente de achar que não há motivo para se chatear. Dar o exemplo Se a equipe da escola age com violência e autoritarismo, os jovens aprendem que gritos e indiferença são formas normais de enfrentar insatisfações. Os professores sempre são modelo (para o bem e para o mal). Mostrar os limites É essencial estabelecer normas e justificar por que devem ser seguidas. Às vezes, por medo de ser rígidos demais, os educadores deixam os adolescentes soltos. Mas eles nem sempre sabem o que é melhor fazer e precisam de um norte. Alertar para os riscos da tecnologia
  • 14. O aluno deve estar ciente da necessidade de limitar a divulgação de dados pessoais nos sites de relacionamento, o tempo de uso do computador e os conteúdos acessados. Quanto menos exposição da intimidade e menor o número de relações virtuais, mais seguro ele estará. Ficar atento Com um trabalho de conscientização constante, os casos se resolvem antes de estourar. Reuniões com pais e encontros com grupos de alunos ajudam a evitar que o problema se instale. - Como resolver Reconhecer os sinais Identificar as mudanças no comportamento dos alunos ajuda a identificar casos de cyberbullying. É comum as vítimas se queixarem de dores e de falta de vontade de ir à escola. Fazer um diagnóstico Uma boa saída é realizar uma sondagem, aplicando questionários para verificar como os alunos se relacionam - sem que sejam identificados. As informações servem de base para discussões sobre como melhorar o quadro. Quando os alunos leem, compartilham histórias e refletem sobre elas, ficam mais comprometidos. Falar com os envolvidos Identificados os indícios, é hora de conversar com a vítima e o agressor em particular - para que não sejam expostos. A escola não pode legitimar a atuação do agressor nem puni-lo com sanções não relacionadas ao mal que causou, como proibi-lo de frequentar o intervalo. Se xingou um colega nos sites de relacionamento, precisa retirar o que disse no mesmo meio para que a retratação seja pública. A vítima precisa estar fortalecida e segura de que não será mais prejudicada. Ao mesmo tempo, o foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito. Encaminhar os casos a outras instâncias Nas situações mais extremas, é possível levar o problema a delegacias especializadas em crimes digitais. Para que os e-mails com ameaças possam ser tomados como prova, eles devem ser impressos, mas é essencial que também sejam guardados no computador para que a origem das mensagens seja rastreada. Nos sites de relacionamento, existe uma opção de denúncia de conteúdos impróprios em suas páginas e, em certos casos, o conteúdo agressivo é tirado do ar. (...) No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no relacionamento com os pais e os colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem sua autorização. Na vida real, Antonio, 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como "Ou você fica comigo ou espalho pra todo mundo que você gosta de homem". Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e, como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem de se justificar com os outros garotos. Online, o agressor pode agir sem que precise se identificar A terceira principal marca do cyberbullying é a possibilidade de o agressor agir na sombra. Ele pode criar um perfil falso no Orkut ou uma conta fictícia de e-mail (ou ainda roubar a senha de outra pessoa) para mandar seus recados maldosos e desaforados. Paulo, 19 anos, teve sua foto publicada sem autorização na internet durante três anos (a imagem era uma montagem com seu rosto, uma boca enorme e uma gozação com um movimento que fazia com a língua). Ele nunca conseguiu descobrir quem eram seus algozes. "Eu não confiava mais em nenhum dos meus colegas", lembra. Seu desempenho escolar caiu e ele foi reprovado. Pediu transferência, mas, mesmo longe dos agressores, ainda sente os efeitos da situação. Toma medicamentos e tem o acompanhamento de um psicólogo. Tudo indica que os que o atazanavam na sala de aula estavam por trás do perfil falso. E essa situação é totalmente nova na comparação com o bullying tradicional. Para agredir de forma virtual, não é necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, no pátio da escola ou na classe. Basta ter acesso a um celular ou à internet. Por isso, muitos desses novos agressores nem sabem dizer por que fazem o que fazem. Na pesquisa da ONG, metade deles respondeu a essa pergunta com frases como "foi por brincadeira", "não sei" e "as vítimas mereciam o castigo". Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que, "no bullying cara a cara, o agressor vê que a humilhação faz efeito porque a vítima sofre em público. Agora, basta imaginar esse sofrimento para o jovem se sentir realizado com a provocação virtual". Num ambiente em que essa dinâmica se instala, está claro que as relações não estão construídas com base em valores sólidos. Por isso, trabalhar para que o cyberbullyingdeixe de fazer parte da rotina é uma tarefa de toda a equipe escolar. Reportagem sugerida por 11 leitores: Anderson Abreu, Campo Largo, PR, Cássia Santos Virgens, Salvador, BA, Eder Silva, Barretos, SP, Edgard Fraga Moreira da Silva, Jaú, SP, Estela Santos, São Paulo, SP, Jeice Miranda, Porto Alegre, RS,Luzia Marta de Abreu Rangel, Belo Horizonte, MG, Marcia Christianni Freitas, Ribeirão da Neves, MG, Nara Santos Lima, Rondonópolis, MT, Rafaela Rodrigues PimetelServilha, São Paulo, SP, e Tainá Borghi, Salvador, BA http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml? page=4, acesso em 16/08/2015, texto adaptado. Tema 7
  • 15. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema:Direitos dos trabalhadores domésticos em debate no Brasil Apresente experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Mais de dois anos depois da promulgação da proposta de Emenda à Constituição que ficou conhecida como PEC das Domésticas, que prevê novos direitos os trabalhistas para a categoria, a presidente Dilma Rousseff sancionou a regulamentação lei, que estabelece 7 novos benefícios para os trabalhadores, além dos que entraram em vigor em 2013. A PEC afeta qualquer trabalhador maior de 18 anos contratado para trabalhar em um ambiente residencial e familiar. Entre eles, estão profissionais responsáveis pela limpeza da residência, lavadeiras, passadeiras, babás, cozinheiras, jardineiros, caseiros de residências na zona urbana e rural, motoristas particulares e até pilotos de aviões particulares. PEC prevê a extensão, aos empregados domésticos, da maioria dos direitos já previstos atualmente aos demais trabalhadores registrados com carteira assinada (em regime CLT). Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/06/pec-das-domesticas-leia-perguntas-e- respostas-e-tire-suas-duvidas-sancionado.html> (Acesso em 09/09/2015) TEXTO II Disponível em: < http://monumentoarquiteturaearte.blogspot.com.br/2013/07/pec-das-domesticas-emenda.html> (Acesso em 09/09/2015) TEXTO III A PEC das Domésticas obriga a família brasileira a refazer as contas e dar mais atenção à carga horária dos empregados que mantêm a casa em ordem. O primeiro impacto será no bolso, com gastos com FGTS, horas extras e direitos equiparados aos de trabalhadores de outros setores. Em seguida, o esperado é uma transformação nos hábitos e na configuração das residências, que tendem cada vez mais a se parecer com os lares europeus e americanos, onde a empregada é cara e escassa e, por isso, há máquinas para quase tudo. A expectativa da indústria de eletrodomésticos é de que imediatamente entre em cena uma ‘ajudante’ ainda não muito presente na cozinha: a lava-louça. Com a empregada menos tempo nas casas, donas-de-casa, maridos e filhos terão menos mordomia, e a tarefa diária inadiável e mais frequente é exatamente a de desaparecer com a sujeira que resta das refeições diárias. Atualmente, menos de 2% das casas têm lava-louça no Brasil. Entre as classes A e B a penetração é de 10% e, na classe C, a queridinha dos fabricantes, de somente 1%. Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/economia/pec-das-domesticas-sai-a-empregada-entra-a-lava-louca (Acesso em 09/09/2015) TEXTO IV
  • 16. Disponível em http://www.jornaldebrasilia.com.br/charges/439/pec-das-domesticas-/ (Acesso em 09/09/2015) Tema 8 A partir da leitura do texto motivador seguinte e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema 27 anos da constituição cidadã: A importância da democracia para o desenvolvimento da nação, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I A “Constituição Cidadã”, assim chamada a Constituição Federal de 1988, registra o maior período de vida democrática no Brasil desde 1946. Com o intuito de dar publicidade ao processo constituinte iniciado em 1987, (…) Qualquer cidadão pode ter acesso às informações referentes à criação de todos os dispositivos constitucionais com suas respectivas discussões, emendas e demais itens que envolveram a criação da Constituição de 1988. Disponível em http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/constituicao-cidada (Acesso em 24/07/2015) TEXTO II A Constituição de 1988, além de representar o marco entre o regime militar e a democracia, também significou a conquista de vários direitos trabalhistas e sociais. Na área econômica, os constituintes fortaleceram a estrutura do Estado, estabelecendo os monopólios da exploração do subsolo, do minério, do petróleo, dos recursos hídricos, do gás canalizado, das comunicações e do transporte marítimo. O Artigo 14 da Constituição estabelece que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. Também determina que o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos. Disponível em http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/10/as-conquistas-sociais-e-economicas-da-constituicao- cidada (Acesso em 24/07/2015) TEXTO III Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40984 (Acesso em 05/08/2015) TEXTO IV
  • 17. Menos da metade da população mundial vive em algum tipo de democracia, sendo que apenas 11% (25 países) vive no que é considerado “democracia completa”. É o que mostra o índice de democracia elaborado pela Economist Intelligence Unit. A Noruega foi considerada o país mais democrático, seguida por Suécia, Islândia e Dinamarca. O Brasil aparece em 44º lugar, já entre as chamadas “democracias imperfeitas”. O último colocado entre 165 estados independentes e dois territórios foi a Coreia do Norte,(…) O índice mostra que o Oriente Médio e o Norte da África seguem sendo as regiões com mais repressão, com o regime de 12 entre 20 países tendo sido caracterizados como autoritário. (..) A maior parte dos países da América Latina é classificada como Democracias imperfeitas ou Regimes híbridos. A forte ocorrência de crimes em alguns países da região – especialmente violência e tráfico de drogas – continua tendo um impacto negativo na democracia, segundo o índice. Disponível em http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/noruega-e-pais-mais-democratico-brasil-e-44o (Acesso em 05/08/2015) Tema 9 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: A importância de extinguir o desperdício de alimentos no Brasil. Apresente experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I O desperdício de alimentos no Brasil chega a 40 mil toneladas por dia, segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba). Anualmente, a quantia acumulada é suficiente para alimentar cerca de 19 milhões de pessoas diariamente. De acordo com o estudo, a maior parte dos alimentos são desperdiçados durante o preparo das refeições. Para o aposentado Luiz Maciel, muitas pessoas tem a condição de dispensar alimentos porque “acham que não é condizente com o seu uso, e as vezes isso pode ser ofertado para as pessoas que não tem essa condição”. Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2014/05/desperdicio-de-alimentos-no-brasil-chega-a-40- mil-toneladas-por-dia-3443.html (Acesso em 19/08/2015) TEXTO II E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçado da cinza. MELO NETO, João Cabral. Morte e Vida Severina e outros poemas para vozes. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NDM0NjAy/ Acesso em 19/08/2015
  • 18. TEXTO III Disponível em: http://www.solucoestransportes.com.br/blog/conheca-o-trabalho-da-associacao-prato-cheio/ (Acesso em 19/08/2015) Tema 10 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Terceirização do trabalho no Brasil. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Nesta terça-feira (07), o PL 4330/2004, projeto que trata de regras para a terceirização de trabalhadores, foi aprovado em Plenário na Câmara dos Deputados. A proposta tem alguns pontos polêmicos como, por exemplo, o artigo que permite a terceirização em qualquer tipo de atividade em empresas privadas, públicas e de economia mista. O ponto prevê a contratação de funcionários terceirizados em atividades meio (serviço necessário, mas que não é a atividade principal da empresa) e atividades fim (atividade principal da empresa). Atualmente, a terceirização é permitida apenas para atividades meio. Entende-se por terceirização o processo em que uma empresa delega a contratação de funcionários à outra empresa prestadora de serviços. A terceirização também acontece quando há a remuneração de funcionários por serviços prestados. Disponível em http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/04/entenda-o-que-diz-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao (Acesso em 24/07/2015) TEXTO II Depois de 11 anos de trâmite no Congresso, o projeto de lei que libera a terceirização da contratação de serviços no Brasil deve ir para votação na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira 8. O projeto é defendido pelos empresários, que afirmam que a lei acabará com a insegurança jurídica na contratação de terceirizados e aumentará a competitividade das companhias. “A terceirização é uma forma moderna de organização, o mundo inteiro terceiriza para ganha eficiência”, diz Alexandre Furlan, vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias. Os sindicatos, no entanto, enxergam no projeto um ataque aos direitos trabalhistas. “O que está em debate é a destruição ou a preservação de tudo o que construímos nos últimos cem anos de lutas no Brasil”, diz a secretária da CUT Maria das Graças Costa. Disponível em http://www.cartacapital.com.br/economia/a-terceirizacao-do-trabalho-sera-liberada-no-brasil-3999.html (Acesso em 24/07/2015) TEXTO III Disponível em http://www.sinprovales.org.br/noticias/contra-a-terceirizacao (Acesso em 24/07/2015) TEXTO IV
  • 19. Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/economia/em-defesa-da-terceirizacao/ (Acesso em 24/07/2015) Tema 11 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Cooperativismo como alternativa social. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Cooperativas e desenvolvimento sustentável A Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou 2012 o Ano Internacional das Cooperativas, como reconhecimento do papel fundamental das Cooperativas na promoção do desenvolvimento sócio-econômico de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Com este propósito, a Assembléia Geral da ONU apela para a comunidade internacional a fim de que medidas sejam tomadas para a criação de um ambiente favorável e capacitante para o fomento à instalação de cooperativas, objetivando a promoção da conscientização dos povos em relação às importantes contribuições das cooperativas para a geração de empregos e para a consequente melhoria qualitativa de vida dos povos. Disponível em: www.peaunesco.com.br (Acesso em 20/06/2013) TEXTO II Porque nós somos os médicos do planeta, o planeta está doente e o ser humano está adoecendo cada vez mais. Quanto menos ele trata o lixo, mais ele adoece o planeta. E nós estamos aqui fazendo um trabalho digno. De fazer com que aquelas pessoas que ainda não têm consciência, bem, vamos esperar que elas tenham, mas enquanto isso nós vamos fazendo esse trabalho”. Marli, membro de uma cooperativa de catadores de lixo instalada no centro de São Paulo. Disponível em: http://g1.globo.com (Acesso em 20/06/2013 adaptado) TEXTO III TEXTO IV
  • 20. Tema 12 A partir da leitura do texto motivador seguinte e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: As dificuldades da formação universitária, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Durante muitas décadas ingressar no ensino superior e concluir uma graduação foi o sonho de muitos jovens e adultos brasileiros. Fosse para ingressar ou ter novas oportunidades no mercado de trabalho, o número de vagas em faculdades e universidades era bastante restrito até meados dos anos 2000. Com a ampliação de programas de financiamento estudantil, como o Fies, criação do ProUni e a autorização de funcionamento para mais instituições privadas, o sonho do acesso ao ensino superior se tornou realidade para milhares de estudantes. As barreiras de acesso deixavam de ser intransponíveis. No entanto, apesar da facilitação da entrada nas IES, outro problema surgiu: as dificuldades para a formação universitária. Disponível em http://www.jornalgrandebahia.com.br/2015/07/as-dificuldades-da-formacao-universitaria-por-janguie- diniz.html (Acesso em 05/08/2015) TEXTO II (…) quando começamos uma faculdade vamos iniciar uma nova etapa na nossa educação. Não é a toa que o nome é Ensino Superior, em contraposição aos ensinos que vieram antes: Ensino Fundamental e Ensino Médio. Embora tudo o que veio antes tenha sido planejado para servir de base para o Ensino Superior, é comum que o aluno entre na faculdade sem ter os conhecimentos básicos para começar. Isto pode ser por ter estudado em uma escola fraca ou por não ter dado a devida atenção aos conteúdos ministrados pelos professores. Por isso, podemos citar que a primeira dificuldade é esta: a falta de base. Infelizmente, temos em nosso país um grande descaso pela educação. E, quando digo isto, não estou querendo fazer aquele tipo de crítica ao governo, aos políticos, à corrupção. O descaso é também o descaso do aluno, que não liga e nem se esforça para aprender. Quantos e quantos alunos não estudam nas melhores escolas e depois não conseguem nem passar no vestibular? De toda forma, o Ensino Superior é totalmente diferente do Ensino Médio. Se o aluno não deu muita atenção para os estudos até entrar na faculdade, terá agora à sua disposição a possibilidade de estudar a fundo uma área que gosta, ao contrário dos anos anteriores em que tinha que estudar todas as matérias. Com isso, abre-se uma oportunidade única. Se a pessoa escolheu um curso condizente com seu perfil psicológico, vai encontrar conteúdos interessantíssimos. Mas e se a dificuldade inicial não for uma dificuldade por falta de base, mas sim uma dificuldade em virtude dos próprios conteúdos serem diferentes (e superiores)? Disponível em: https://www.psicologiamsn.com/2014/04/dificuldades-no-inicio-da-faculdade-o-que-fazer.html (Acesso em 30/07/2015) TEXTO III Disponível em http://sinepe-es.org.br/main.asp?link=amateria&id=60 (Acesso em 05/08/2015) TEXTO IV
  • 21. A evasão de estudantes do Ensino Superior é um dos principais problemas da educação brasileira e causou um prejuízo estimado em 9 bilhões de reais na economia do País somente em 2009. Segundo os números do MEC, 896.455 estudantes abandonaram a universidade entre 2008 e 2009, o que representa 20,9% dos alunos no Ensino Superior no momento, em média – ou seja, um em cada cinco alunos. Esse número já foi maior, mas ainda está muito além do que preza um bom projeto de Ensino Superior nacional. (…)Um um alto índice de desistência nos cursos ligados à computação – Ciências da Computação, sobretudo. O problema é que muitos estudantes fazem uma ideia equivocada desses cursos. Nos primeiros anos, se deparam com cálculos pesados e outras coisas não muito palatáveis e que demandam dedicação. Outros altos índices de desistência têm os cursos que entraram “na moda” nos últimos anos, como turismo, hotelaria e cursos que não têm um foco claro. Outros cursos com alta desistência são os de formação de professores, por causa dos baixos salários e más condições da carreira.(…) Um dos maiores gargalos do Ensino Superior é a dificuldade de o estudante permanecer no curso por causa do dinheiro. E isso em um contexto de 16 milhões de vagas ociosas no Ensino Superior brasileiro. Disponível em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-gargalo-do-ensino-superior-brasileiro (Acesso em 05/08/2015) Tema 13 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Ensino técnico: Desafios e impactos no Brasil. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Está mais do que provado que o curso técnico profissionalizante acelera a entrada no mercado de trabalho. Estas modalidades educacionais de curta duração, além de oferecerem oportunidade para milhões de brasileiros, suprem uma demanda de mercado cada vez mais crescente por profissionais qualificados e especializados. Também refletem de forma positiva na remuneração. De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao Ibope, 82% dos entrevistados concordam que os profissionais com certificado de qualificação técnica apresentam salários maiores do que aqueles que não têm formação específica. Apesar de apresentar números crescentes de adesão – expansão de 110% nas matrículas de 2011 a 2013 no ensino técnico federal, segundo o MEC (ministério da Educação), até pouco tempo a educação profissional não era vista como prioridade no Brasil. Disponível em http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/06/08/curso-tecnico-profissionalizante-acelera-a-entrada- no-mercado-de-trabalho.htm (Acesso em 04/08/2015) TEXTO II De tempos em tempos a sociedade brasileira retoma as discussões sobre o ensino técnico. A preocupação com a educação do jovem para o trabalho eleva-se em épocas de eleições e de baixa produtividade na economia, como atualmente. Programas de expansão de ensino técnico, como o Pronatec, deverão ser amplamente debatidos pelos candidatos a presidente. Alguns analistas argumentam que o brasileiro é obcecado pelo ensino superior e defendem que a expansão do ensino técnico seria suficiente para aumentar a produtividade da nossa economia. Afinal o que dizem os dados? Não há dúvidas de que o ensino técnico é uma boa complementação para o ensino médio tradicional para os jovens que querem entrar diretamente no mercado de trabalho. Além disso, pode ser um instrumento importante para diminuir a evasão no ensino médio, que chega a atingir 50% em alguns Estados. Na medida em que o ensino técnico é mais voltado para o mercado de trabalho, pode fazer com que o jovem sinta-se mais interessado e estimulado a continuar na escola. Disponível em http://www.insper.edu.br/noticias/ensino-tecnico-ou-superior/ (Acesso em 04/08/2015) TEXTO III
  • 22. Disponível em http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=7000 (Acesso em 04/08/2015) TEXTO IV A Fundação Casa tem um convênio firmado com as Etecs e Fatecs para oferecer aos internos a oportunidade de participar do processo seletivo. Em Jacareí, o segredo foi o apoio da equipe: as atividades foram reorganizadas para que os candidatos tivessem mais tempo para estudar. Além disso, os profissionais que trabalham na unidade colocaram à disposição para eles as provas antigas e se mobilizaram para pesquisar e esclarecer dúvidas com os professores do ensino regular. “Os que estão no primeiro ano podem fazer o ensino médio integrado ao técnico. Os que estão no segundo, no terceiro e os que concluíram o ensino médio podem fazer o curso isolado. São muitas possibilidades e a Fundação Casa não consegue viabilizá-las”, avalia o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Silva, que é especialista no tema. “Os internos podem iniciar cursos ainda no regime de internação e têm vaga garantida em qualquer escola perto da casa deles depois de libertos. Ariel de Castro Alves concorda:”Nós não temos como concorrer com o crime se não oferecermos oportunidades educacionais efetivas, com incentivos inclusive financeiros, para bolsas de estudos”, continua. “A ideia era que o jovem recebesse estrutura para restabelecer vínculos com a família e criar um novo projeto de vida, no qual a prioridade seja a educação e não o consumismo. Se o estado não apoia, o menino acaba voltando para o crime. Se o estado exclui, o crime vai acabar incluindo e não vamos conseguir evitar isso apenas com palavras, conselhos e orientações.” Disponível em http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2014/03/rumo-para-outra-vida-educacao-para-jovens-da- fundacao-casa-ainda-e-excecao-2911.html (Acesso em 04/08/2015) Tema 14 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Problemas e desafios do transporte público urbano, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I O transporte público no Brasil estrutura-se, principalmente, pela utilização de ônibus, além de metrôs e trens, em algumas cidades ou regiões. De acordo com a Constituição Federal, o serviço deve ser administrado e mantido pelos municípios, mas os investimentos devem ser realizados também pelos estados e pelo Governo Federal. É importante ressaltar que, quando se refere ao transporte público, não estamos falando somente dos meios de transporte utilizados, mas de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura existente para esse transporte, como estações, terminais etc. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-qualidade-transporte-publico-no-brasil-os- protestos.htm> Acesso em: 18 jun. 2015 TEXTO II Mobilidade urbana piorou com incentivos ao uso do carro O aumento da passagem foi a gota d’água, que fez transbordar o copo, mas há uma quantidade grande de motivos com os quais os brasileiros estavam irritados. Os governos, há muito tempo, investem pouco em transporte públco. Esse velho problema brasileiro se agravou muito nos últimos anos, porque ele incentivou demais, em excesso, a compra de carros sem ter criado uma infraestrutura para a circulação de automóveis e ônibus. O direito de ir e vir ficou encurralado.(Adaptado) Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2013/06/20/mobilidade-urbana-piorou-com- incentivos-ao-uso-do-carro-500635.asp>
  • 23. TEXTO III Disponível em: < https://psolaju.wordpress.com/2013/01/10/fim-da-linha-caos-urbano-e-proposta-para-reverte-lo/> Acesso em: 18 jun. 2016 TEXTO IV Disponível em: <http://www.revistabicicleta.com.br/bicicleta.php?a_eficiencia_dos_8_km&id=2781> Acesso em: 18 jun. 2015 Tema 15 Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: PRECONCEITO LINGUÍSTICO: A QUESTÃO DO “CERTO” E DO “ERRADO” NO BRASIL CONTEMPORÂNEO TEXTO 1
  • 24. TEXTO 2 “(...) Eu canto em português errado Acho que o imperfeito não participa do passado Troco as pessoas Troco os pronomes (…)”. ♪ ♫ (Meninos e Meninas – Legião Urbana) TEXTO 3 vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada [...]". (Evocação do Recife – Manuel Bandeira) TEXTO 4: Redação sobre preconceito linguístico exigia norma culta REDAÇÃO 16 Dezembro 2011 | 10:59 * Por Cedê Silva, especial para o Estadão.edu A redação do vestibular da Unifesp, aplicada ontem, era sobre preconceito linguístico, mas deixava bem claro que o aluno deveria escrever na norma culta. O tema partia da polêmica do livro Por uma Vida Melhor, aprovado pelo MEC, que diz: “Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”. Para o professor Vitor Galvão, do cursinho Etapa, o tema, apesar de muito discutido em sala de aula, tem certa complexidade. “Não foi mamão com açúcar”, considerou. Elizabeth Massaranduba, do Objetivo, pensa que a ampla discussão do tema tornoua redação fácil. O curioso era mesmo notar, numa redação sobre preconceito linguístico, a clara instrução para escrever na norma culta. Tags: livro, MEC, norma culta, por uma vida melhor,unifesp, unifesp 2012, vestibular TEXTO 5 "Para as ciências da linguagem, não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação lingüística cumpre essa função plenamente. A noção de “erro” se prende a fenômenos sociais e culturais, que não estão incluídos no campo de interesse da Lingüística propriamente dita, isto é, da ciência que estuda a língua “em si mesma”, em seus aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Para analisar as origens e as conseqüências da noção de “erro” na história das línguas será preciso recorrer a uma outra ciência, necessariamente interdisciplinar, a Sociolingüística, entendida aqui em sentido muito amplo, como o estudo das relações sociais intermediadas pela linguagem." Marcos Bagno: Nada na Língua é por acaso TEXTO 6 "Ou seja: não se trata de aceitar ou de não aceitar nem de achar ou de não achar correto que as pessoas digam os livro. Acabo de sair de uma fila de supermercado e ouvi duas lata, dez real, três quilo a dar com pau. Eu deveria mandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estávamos num caixa de supermercado, todos de bermuda e chinelo! Não era um congresso científico, nem um julgamento do Supremo!" Sírio Possenti - Aceitam Tudo - Terra Magazine TEXTO 7 "No fundo, o preconceito linguístico é um preconceito social. É uma discriminação sem fundamento que atinge falantes inferiorizados por alguma razão e por algum fato histórico. Nós o compreenderíamos melhor se nos déssemos conta de que ‘falar bem’ é uma regra da mesma natureza das regras de etiqueta, das regras de comportamento social. Os que dizemos que falam errado são apenas cidadãos que seguem outras regras e que não têm poder para ditar quais são as elegantes." Sírio Possenti - Preconceito Linguístico - Ciência Hoje (PROPOSTAS COLETADAS DA INTERNET)