REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Cálculos renais: causas, sintomas e tratamento
1. Cálculos renais
Agrupamento de Escolas de Albufeira
Escola EB 2,3 Professor Francisco Cabrita
Disciplina: Ciências Naturais – 6º ano
2. Rim
• Os rins são um par de órgãos em forma de feijão, estão situados na parte de trás do
abdómen, junto à parede abdominal, um de cada lado da coluna vertebral. Em cima de
cada rim encontramos a glândula supra-renal.
• O sangue entra nos rins através da artéria renal e sai pela veia renal. Todo o nosso
sangue passa pelos rins cerca de 150 vezes por dia.
• Os rins mantêm o nosso organismo "limpo", pois filtra do sangue os produtos tóxicos e a
água que ingerimos com a alimentação, produzindo a urina.
• Controlam o equilíbrio dos sais minerais (potássio, sódio, cálcio, fósforo);
• Ajudam a controlar a anemia;
• São produtores de vitamina D, que é bastante importante no fortalecimento dos ossos.
3. Cálculos renais
O cálculo renal é vulgarmente conhecido por Pedras nos Rins;
Os cálculos renais são estruturas sólidas que resultam da acumulação de
cristais que se formam devido a uma alteração metabólica do organismo;
Esta pedras surgem devido ao facto de a urina estar saturada com sais
minerais, ou seja, há uma formação de cristais no aparelho urinário, que se
juntam pouco a pouco e ao longo do tempo, para formar amontoados de
dimensões cada vez maiores.
4. A composição química dos cristais determina o
tipo de cálculo formado.
Assim, existem vários tipos de cálculos:
• De oxalato de cálcio (60%)
• De oxalato de cálcio associado a fosfato de
cálcio (20%)
• ácido úrico (8%)
• estruvite (8%)
• fosfato de cálcio (2%)
• cistina e outros componentes (2%).
5. Aproximadamente uma em cada 100 pessoas desenvolve cálculos renais ao longo da sua
vida.
Cerca de 80% destas pessoas eliminam a pedra espontaneamente, ou seja a pedra é expelida
juntamente com a urina.
A eliminação dos cálculos pode ser muito dolorosa mas, de um modo geral, os cálculos
renais não causam danos permanentes.
Os 20% restantes irão necessitar de algum tipo de tratamento, ou até mesmo de uma
cirurgia.
6. Causas para a formação dos Cálculos renais
O desenvolvimento dos cálculos renais é um processo complexo e pode ser devido a múltiplos fatores,
dependendo de várias circunstâncias como:
hereditariedade,
clima,
profissão,
nutrição,
sedentarismo,
idade,
género,
malformações do aparelho urinário,
infeções urinárias,
hipertensão e
distúrbios metabólicos (diabetes, gota, hiperparatiroidismo).
7. Como se manifestam os Cálculos renais
Os cálculos podem não originar qualquer sintoma, se não se deslocarem da sua posição no interior do rim e se
forem de pequena dimensão.
A sintomatologia associada surge quando os cálculos se movem para os ureteres, produzindo uma dor muito
intensa chamada comumente de cólica renal.
Essa dor afeta a região lombar, abdominal, face interna da coxa, testículos, grandes lábios ou uretra.
A passagem ou a permanência do calculo no uréter, causa muitas vezes a sua irritação fazendo com que exista a
presença visível de sangue na urina.
A presença de febre em conjunto com um quadro de cólica renal alerta para a possibilidade de infeção urinária
associada.
A dor associa-se frequentemente a náuseas e vómitos e a uma vontade persistente de urinar. Pode, ainda,
ocorrer febre e calafrios.
8. Como se diagnosticam os cálculos renais?
Observação clínica , com um urologista complementada por exames
ao sangue e à urina.
A constituição química do cálculo só pode ser definida mediante a
análise bioquímica do cálculo urinário.
Radiografia, ecografia ou tomografia computorizada.
Se não foi removido, o doente deverá ser instruído sobre as técnicas para recuperação do cálculo
que eventualmente eliminará, como, por exemplo, urinar para um filtro de papel. Quando for
recuperado, o cálculo deve ser guardado num frasco seco e enviado para análise.
9. Tratamento para os Cálculos Renais
Os analgésicos e anti-inflamatórios assumem um papel muito importante numa fase inicial, de
forma a tratar a dor do doente;
Dever-se-á remover ou fragmentar os cálculos, sempre que necessário e possível. Este
processo é realizado através de ultrassons.
A remoção do cálculo poderá ser feita através da uretra ou por uma pequena incisão
na região dorsal;
A fase final passa pela prevenção da formação de novos cálculos. Essa
prevenção é feita através da dieta e, quando necessário, mediante o recurso a
medicamentos apropriados.
10. PREVENÇÃO DE FORMAÇÃO DE CÁLCULOS RENAIS PARA A POPULAÇÃO
EM GERAL
• A prevenção passa por medidas gerais, como o aumento da ingestão de líquidos e alterações
gerais na alimentação.
• É importante que os doentes bebam cerca de 2 litros de líquidos por dia;
• Recomenda-se a ingestão de água, sumo de laranja, limão ou maçã.
• Chá preto, café e refrigerantes à base de cola devem ser evitados;
• De um modo geral, a ingestão de leite e derivados é permitida, em quantidades moderadas,
geralmente duas vezes ao dia.
• Deve dar-se preferência a carnes magras em quantidades moderadas, para reduzir a ingestão
de proteínas.
• É importante diminuir a quantidade de sal na preparação dos alimentos e evitar alimentos
salgados.
• a ingestão de gorduras e de açúcar deve ser moderada.
11. Para cada caso individual poderão ser adotadas outras medidas dietéticas específicas. De facto,
consoante a composição dos cálculos, importa selecionar a dieta mais adequada.
Estas medidas de prevenção permitem reduzir, em mais de 80% dos casos, o crescimento de
cálculos já existentes, e a formação de novos cálculos.