SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
DA ESCOLA AO MUSEU: CRIATIVIDADE, ARTE E HISTÓRIA EM DESCOBERTA

                                                                                              MNAA/CFJS | 2011




               Registo de Recurso Didático – Da Escola ao Museu

Título/Tema do trabalho:
“A Viagem”: o Presente Passado ou Reviver a Obra e Reanimar a Vida
Unidade: Designação da Unidade Didática (se aplicável):
3º Ciclo HST – Os Descobrimentos – Portugal e o Mundo (Encontro de Culturas). Secundário: Filosofia – Acção
Humana e os Valores. A diversidade cultural e o diálogo entre culturas. A dimensão estética. Cursos EFA-S, CP -
UFCD 5. Este trabalho será realizado segundo um modelo interdisciplinar.
Destinatários: Duração da atividade: Hipótese 1: uma sessão de 1h de visita Data de Entrega
Dos 12 aos 80 ao museu, 2 aulas para selecção orientada de materiais e para os 14-10-2011
                alunos produzirem recursos, por exemplo, uma peça de teatro. O
                Projecto final seria depois apresentado à comunidade escolar.
                Hipótese 2: 1-5 aulas de preparação, uma sessão de 1h de visita
                ao museu, 1 aula de apresentação e outra de avaliação final.



Introdução:
Identificação da obra de arte: Biombos Namban, atribuído a Kano Domi, Japão, (1539-1602) – Piso 2, sala 14 do
MNAA.
O biombo faz parte da chamada arte Namban, que inclui desde obras de pintura e escultura a mobiliário e objectos
de culto, produzidos no contexto da chegada dos portugueses ao Japão, entre os séculos XVI e XVII.
Com muitos pormenores simultaneamente trocistas e exuberantes, festivos e críticos, a pintura representa a
chegada da negra nau dos “namoban-jin”, incluindo aspectos descritivos e culturais “exóticos”, pitorescos e irónicos
dos “bárbaros do sul”, comerciantes ricos e missionários compenetrados e ainda retratos benévolos da população
nativa.
Tudo se passa como num filme ou peça de teatro: as cenas sucedem-se, dando-nos a sensação de movimento e
imprimindo dinamismo à obra.
Esta obra promove a viagem de gentes e de cultura, o encontro entre o mundo ocidental e o mundo oriental, tal
como visto pelos japoneses, que observam a confusão e alegria ocidentais, em contraste com a serenidade e
distanciamento orientais, numa visão global do mundo vista não pelos europeus, mas pelos japoneses.
O trabalho a desenvolver permitirá aos visitantes compreender que, o encontro entre duas civilizações tão distintas,
provoca impacto nos povos intervenientes.
Em Fernão Mendes Pinto, os Portugueses foram os primeiros europeus a chegar à ilha de Tanegashime, onde o
autor contacta pela primeira vez com o chá, e, em 1568, a Nagasáqui. Até então a cultura nipónica estivera
circunscrita aos contactos directos com a China.
Com a chegada dos portugueses surge uma ruptura com a situação anterior e também um novo estilo de
representação nos das pinturas dos biombos: de motivos sobretudo paisagísticos, passam a incluir figuras humanas
e relatos de acontecimentos.



Objetivos pedagógicos:
- Compreender o encontro de culturas, de mentalidades e civilizações, do passado-presente, do ocidente português
ao oriente japonês;
- Efectivar a visita pluridisciplinar e a passagem pelo museu, como ponte entre a escola e a vida;
- Enriquecer a experiência e a sensibilidade estética do aluno: o Museu como lugar privilegiado de Sentido e de
Vida;
- Desenvolver competências sociais dos alunos e ultrapassar estereótipos e preconceitos;
- Desenvolver o espírito de observação, de análise e de diálogo e partilha em torno da obra;

                                                                                                                  1
                  Registo Final – Ação de Formação: Da Escola ao Museu – 2011
DA ESCOLA AO MUSEU: CRIATIVIDADE, ARTE E HISTÓRIA EM DESCOBERTA

                                                                                              MNAA/CFJS | 2011

- Estender, ampliar e variar os planos narrativos da obra de arte.

Ferramentas e Recursos:
Usar todos os meios possíveis para reconstruir a obra na sua complexidade vital, ao mesmo tempo universal e
singular:
- Explorar a obra e dela explicitar sensações, sentidos e relações;
- Montar instalações com projecção de imagens de objectos e ambientes temáticos interculturais (e.g., chá,
espingarda, aromas), de produções artísticas de Portugal/oriente, coevas e actuais (pintura, literatura, música,
cinema, arquitectura, origami), valorizando a obra perante todos os visitantes do Museu.
- Corporificar figuras e personagens, organizar dramatizações projectadas ou encenadas junto da obra (e.g.,
projecto “Gil Nô”), gerando um espaço envolvente nas visitas marcadas e de interacção com todo o público-alvo,
levando à descoberta da obra, a refletir sobre ela e a valorizá-la;
- Tocar música, declamar poesia ou literatura, em exemplos culturalmente representativos;
- Jogo “Caça ao Tesouro”, com um questionário, permitindo aos alunos descobrir outras peças museológicas
relacionadas com a obra e associadas à presença de Portugal no oriente.



Operacionalização:
No caso de grupos escolares, antes da visita ao museu, orientar atividades de pesquisa e recolha de dados.
Consoante os módulos ou temas a abordar, serão constituídos vários grupos de trabalho. Serão desenhadas várias
intervenções, tipo VTS, questionários e actividades lúdicas de exploração.
A organização da Visita de Estudo pode ser preparada em parceria com instituições com um acervo da cultura
nipónica (Museu do Oriente, Museu Gulbenkian).
Haverá lugar à produção de materiais: documentários, recursos digitais, texto para apresentação de uma peça de
teatro. No final, uma aula de balanço e avaliação das atividades.
Também no caso de grupos não escolares ou visitantes individuais, as atividades serão apresentadas ou exibidas
de acordo com planificações fundamentadas.



Avaliação:
Durante a elaboração do projeto contactámos 2 funcionários do museu que, após a explicação do recurso,
transmitiram uma opinião muito positiva.
Os alunos farão a sua avaliação numa ficha de auto-avaliação da visita, a ser enviada ao museu, que poderia
publicitar os comentários.
A avaliação também poderá ser feita por meio de respostas a um questionário, relatório da visita de estudo, grelha
de observação do trabalho de grupo, grelha de avaliação do produto final de cada grupo.
Mas sobretudo também se intentará:
- Promover a Viagem criativa, artística e histórica contida no tempo/espaço da obra;
- Imergir e envolver na obra como “espelho” da Realidade;
- Recuperar a integralidade manual, ideal e simbólica da Obra, como intermediária entre os Mundos das Culturas e
das Artes;
- Num diálogo entre as várias disciplinas estéticas, facultar condições para a captação de uma cultura de autênticos
valores universais, num encontro de mundos que, nas suas litanias e pavores, se continua penosamente a
empreender



Observações:
Todos os módulos e tipos de atividade serão pensados e adaptados ao perfil etário do visitante ou público-alvo.
A mostra final dos trabalhos dos alunos incluiria uma exposição ou Feira Cultural, com a projecção dos seus
trabalhos, a representação de peça de teatro, exibição de filmes e realização de workshops de arte
portuguesa/japonesa.


                                                                                                                  2
                  Registo Final – Ação de Formação: Da Escola ao Museu – 2011
DA ESCOLA AO MUSEU: CRIATIVIDADE, ARTE E HISTÓRIA EM DESCOBERTA

                                                                           MNAA/CFJS | 2011



      Texto convertido pelo conversor da Porto Editora, respeitando o Acordo Ortográfico de 1990.




                                                                                               3
 Registo Final – Ação de Formação: Da Escola ao Museu – 2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Manual de Museografia - O Seminário - Parte IV - final
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IV - finalManual de Museografia - O Seminário - Parte IV - final
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IV - finalTeresa Cristina Bock
 
O Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professores
O Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professoresO Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professores
O Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professoresMuseu de Ciências Naturais PUC Minas
 
Manual de Museografia - O seminário - Parte 2
Manual de Museografia - O seminário - Parte 2Manual de Museografia - O seminário - Parte 2
Manual de Museografia - O seminário - Parte 2Teresa Cristina Bock
 
Manual de Museografia - O Seminário - Parte III
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IIIManual de Museografia - O Seminário - Parte III
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IIITeresa Cristina Bock
 
Recurso didático da escola ao museu
Recurso didático   da escola ao museuRecurso didático   da escola ao museu
Recurso didático da escola ao museuJoão Lima
 
Museus e museologia II - O conceito de Museologia
Museus e museologia II - O conceito de Museologia Museus e museologia II - O conceito de Museologia
Museus e museologia II - O conceito de Museologia Teresa Cristina Bock
 
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de Arte
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de ArteA Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de Arte
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de ArteDavid Cardoso
 
História,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) netHistória,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) netJoão Lima
 
Exposição virtual
Exposição virtualExposição virtual
Exposição virtualturma_1811
 
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta Ribeiro
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta RibeiroMuseu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta Ribeiro
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta RibeiroJoão Lima
 
A RelevâNcia Do Museu Nos Dias Atuais
A RelevâNcia Do Museu Nos Dias AtuaisA RelevâNcia Do Museu Nos Dias Atuais
A RelevâNcia Do Museu Nos Dias AtuaisDAIANE
 
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina WeberDa escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina WeberJoão Lima
 

Mais procurados (19)

Manual de Museografia - O Seminário - Parte IV - final
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IV - finalManual de Museografia - O Seminário - Parte IV - final
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IV - final
 
As finalidades da museologia IV
As finalidades da museologia IVAs finalidades da museologia IV
As finalidades da museologia IV
 
O Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professores
O Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professoresO Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professores
O Museu de Ciências Naturais PUC Minas - apresentação para professores
 
Manual de Museografia - O seminário - Parte 2
Manual de Museografia - O seminário - Parte 2Manual de Museografia - O seminário - Parte 2
Manual de Museografia - O seminário - Parte 2
 
Manual de Museografia - O Seminário - Parte III
Manual de Museografia - O Seminário - Parte IIIManual de Museografia - O Seminário - Parte III
Manual de Museografia - O Seminário - Parte III
 
Recurso didático da escola ao museu
Recurso didático   da escola ao museuRecurso didático   da escola ao museu
Recurso didático da escola ao museu
 
Museus e museologia II - O conceito de Museologia
Museus e museologia II - O conceito de Museologia Museus e museologia II - O conceito de Museologia
Museus e museologia II - O conceito de Museologia
 
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de Arte
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de ArteA Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de Arte
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de Arte
 
Slactions2012_mpeL3
Slactions2012_mpeL3Slactions2012_mpeL3
Slactions2012_mpeL3
 
Museologia e inovação social
Museologia e inovação socialMuseologia e inovação social
Museologia e inovação social
 
História,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) netHistória,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) net
 
Tcc museu como extensao da sala de aula
Tcc museu como extensao da sala de aulaTcc museu como extensao da sala de aula
Tcc museu como extensao da sala de aula
 
Museu
MuseuMuseu
Museu
 
Exposição virtual
Exposição virtualExposição virtual
Exposição virtual
 
O Processo Museológico
O Processo MuseológicoO Processo Museológico
O Processo Museológico
 
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta Ribeiro
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta RibeiroMuseu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta Ribeiro
Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas - Marta Ribeiro
 
A RelevâNcia Do Museu Nos Dias Atuais
A RelevâNcia Do Museu Nos Dias AtuaisA RelevâNcia Do Museu Nos Dias Atuais
A RelevâNcia Do Museu Nos Dias Atuais
 
Agenda junho 2012
Agenda junho  2012Agenda junho  2012
Agenda junho 2012
 
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina WeberDa escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
 

Destaque (20)

Impacto RVCC
Impacto RVCCImpacto RVCC
Impacto RVCC
 
Micro_MBA
Micro_MBAMicro_MBA
Micro_MBA
 
Leitura de imagens
Leitura de imagensLeitura de imagens
Leitura de imagens
 
BOOK SERRE MULTIPLE
BOOK SERRE MULTIPLEBOOK SERRE MULTIPLE
BOOK SERRE MULTIPLE
 
Deca28 out
Deca28 outDeca28 out
Deca28 out
 
LR_MAG10
LR_MAG10LR_MAG10
LR_MAG10
 
Pricing Article April 2015
Pricing Article April 2015Pricing Article April 2015
Pricing Article April 2015
 
Sherif Joseph Atallah_Lettres de référence_Letters of reference
Sherif Joseph Atallah_Lettres de référence_Letters of referenceSherif Joseph Atallah_Lettres de référence_Letters of reference
Sherif Joseph Atallah_Lettres de référence_Letters of reference
 
Plano CNO
Plano CNOPlano CNO
Plano CNO
 
Qui02 material para oficina
Qui02 material para oficinaQui02 material para oficina
Qui02 material para oficina
 
ase aaia
ase aaiaase aaia
ase aaia
 
PortefóLio Reflexivo De Aprendizagens
PortefóLio Reflexivo De AprendizagensPortefóLio Reflexivo De Aprendizagens
PortefóLio Reflexivo De Aprendizagens
 
Difference Approx Impulsive Equa
Difference Approx Impulsive EquaDifference Approx Impulsive Equa
Difference Approx Impulsive Equa
 
Introductie 3Xtend
Introductie 3XtendIntroductie 3Xtend
Introductie 3Xtend
 
wind turbine 2
wind turbine 2wind turbine 2
wind turbine 2
 
RVCC Secundário 3
RVCC Secundário 3RVCC Secundário 3
RVCC Secundário 3
 
Certificates2
Certificates2Certificates2
Certificates2
 
SAS code sample
SAS code sampleSAS code sample
SAS code sample
 
pankaj bisht
pankaj bishtpankaj bisht
pankaj bisht
 
Da escola ao museu 3
Da escola ao museu 3Da escola ao museu 3
Da escola ao museu 3
 

Semelhante a DA ESCOLA AO MUSEU

Registo de recurso didático
Registo de recurso didáticoRegisto de recurso didático
Registo de recurso didáticoJoão Lima
 
Caderno de artes
Caderno de artesCaderno de artes
Caderno de artesLelaUdesc
 
Registo actividade net
Registo actividade netRegisto actividade net
Registo actividade netJoão Lima
 
Trabalho final da ação de formação
Trabalho final da ação de formaçãoTrabalho final da ação de formação
Trabalho final da ação de formaçãoJoão Lima
 
Trabalho final da ação de formação net
Trabalho final da ação de formação netTrabalho final da ação de formação net
Trabalho final da ação de formação netJoão Lima
 
Visita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafraVisita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafraMaria Santos
 
História e Cultura das Artes_11
História e Cultura das Artes_11História e Cultura das Artes_11
História e Cultura das Artes_11Helena Ferreira
 
03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado
03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado
03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editadosoniamarys
 
Pinacoteca
PinacotecaPinacoteca
Pinacotecaedicarmo
 
Visita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafraVisita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafraMaria Santos
 
PLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docx
PLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docxPLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docx
PLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docxWeslleyDias8
 
No museu da cidade de aveiro acontece fevereiro
No museu da cidade de aveiro acontece fevereiroNo museu da cidade de aveiro acontece fevereiro
No museu da cidade de aveiro acontece fevereiroMuseu Cidade
 
Power apresentação mestrado linda poll verde
Power apresentação mestrado linda poll verdePower apresentação mestrado linda poll verde
Power apresentação mestrado linda poll verdeFélix Caballero
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Projeto interdisciplinar arte e educação
Projeto interdisciplinar   arte e educaçãoProjeto interdisciplinar   arte e educação
Projeto interdisciplinar arte e educaçãolina1974
 

Semelhante a DA ESCOLA AO MUSEU (20)

Registo de recurso didático
Registo de recurso didáticoRegisto de recurso didático
Registo de recurso didático
 
Caderno de artes
Caderno de artesCaderno de artes
Caderno de artes
 
Registo actividade net
Registo actividade netRegisto actividade net
Registo actividade net
 
Trabalho final da ação de formação
Trabalho final da ação de formaçãoTrabalho final da ação de formação
Trabalho final da ação de formação
 
Trabalho final da ação de formação net
Trabalho final da ação de formação netTrabalho final da ação de formação net
Trabalho final da ação de formação net
 
Visita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafraVisita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafra
 
História e Cultura das Artes_11
História e Cultura das Artes_11História e Cultura das Artes_11
História e Cultura das Artes_11
 
03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado
03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado
03 fisicalidade dos_textos_soniamarisrittmann_01_editado
 
Linguagem visual-i
Linguagem visual-iLinguagem visual-i
Linguagem visual-i
 
Pinacoteca
PinacotecaPinacoteca
Pinacoteca
 
Visita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafraVisita de estudo a mafra
Visita de estudo a mafra
 
PLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docx
PLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docxPLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docx
PLANEJAMENTO ANUAL REDE ARTE 2022 corrigido-convertido.docx
 
Poetica das Apropriacoes
Poetica das ApropriacoesPoetica das Apropriacoes
Poetica das Apropriacoes
 
No museu da cidade de aveiro acontece fevereiro
No museu da cidade de aveiro acontece fevereiroNo museu da cidade de aveiro acontece fevereiro
No museu da cidade de aveiro acontece fevereiro
 
Power apresentação mestrado linda poll verde
Power apresentação mestrado linda poll verdePower apresentação mestrado linda poll verde
Power apresentação mestrado linda poll verde
 
Arte
ArteArte
Arte
 
O mundo afro emerson
O mundo afro emersonO mundo afro emerson
O mundo afro emerson
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Projeto interdisciplinar arte e educação
Projeto interdisciplinar   arte e educaçãoProjeto interdisciplinar   arte e educação
Projeto interdisciplinar arte e educação
 
Museologia
MuseologiaMuseologia
Museologia
 

Mais de João Lima

Ensaio sobre a fome
Ensaio sobre a fome Ensaio sobre a fome
Ensaio sobre a fome João Lima
 
Utopias 2014 Programa
Utopias 2014 ProgramaUtopias 2014 Programa
Utopias 2014 ProgramaJoão Lima
 
Um Gato Verde e um Homem Velho
Um Gato Verde e um Homem VelhoUm Gato Verde e um Homem Velho
Um Gato Verde e um Homem VelhoJoão Lima
 
Aula Cenários e Silêncios
Aula Cenários e SilênciosAula Cenários e Silêncios
Aula Cenários e SilênciosJoão Lima
 
Prototype Present
Prototype PresentPrototype Present
Prototype PresentJoão Lima
 
Ideas and Choices
Ideas and ChoicesIdeas and Choices
Ideas and ChoicesJoão Lima
 
Empathy Map and Problem Statement
Empathy Map and Problem StatementEmpathy Map and Problem Statement
Empathy Map and Problem StatementJoão Lima
 
Roteiro de exploração pedagógica 5
Roteiro de exploração pedagógica 5Roteiro de exploração pedagógica 5
Roteiro de exploração pedagógica 5João Lima
 
Roteiro de exploração pedagógica 4
Roteiro de exploração pedagógica 4Roteiro de exploração pedagógica 4
Roteiro de exploração pedagógica 4João Lima
 
Roteiro de exploração pedagógica 3
Roteiro de exploração pedagógica 3Roteiro de exploração pedagógica 3
Roteiro de exploração pedagógica 3João Lima
 
Roteiro de exploração pedagógica 2
Roteiro de exploração pedagógica 2Roteiro de exploração pedagógica 2
Roteiro de exploração pedagógica 2João Lima
 
Arte e literatura cacgm
Arte e literatura cacgmArte e literatura cacgm
Arte e literatura cacgmJoão Lima
 
Roteiro de exploração pedagógica 1
Roteiro de exploração pedagógica 1Roteiro de exploração pedagógica 1
Roteiro de exploração pedagógica 1João Lima
 
Roteiro de exploração pedagógica 6
Roteiro de exploração pedagógica 6Roteiro de exploração pedagógica 6
Roteiro de exploração pedagógica 6João Lima
 
Museu das Comunicações Cristina Weber
Museu das Comunicações Cristina WeberMuseu das Comunicações Cristina Weber
Museu das Comunicações Cristina WeberJoão Lima
 
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina WeberDa escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina WeberJoão Lima
 
Lugares e Não-Lugares - Vítor Tavares
Lugares e Não-Lugares - Vítor TavaresLugares e Não-Lugares - Vítor Tavares
Lugares e Não-Lugares - Vítor TavaresJoão Lima
 

Mais de João Lima (20)

Ensaio sobre a fome
Ensaio sobre a fome Ensaio sobre a fome
Ensaio sobre a fome
 
Utopias 2014 Programa
Utopias 2014 ProgramaUtopias 2014 Programa
Utopias 2014 Programa
 
Um Gato Verde e um Homem Velho
Um Gato Verde e um Homem VelhoUm Gato Verde e um Homem Velho
Um Gato Verde e um Homem Velho
 
Aula Cenários e Silêncios
Aula Cenários e SilênciosAula Cenários e Silêncios
Aula Cenários e Silêncios
 
Prototype
PrototypePrototype
Prototype
 
Prototype Present
Prototype PresentPrototype Present
Prototype Present
 
Ideas and Choices
Ideas and ChoicesIdeas and Choices
Ideas and Choices
 
Empathy Map and Problem Statement
Empathy Map and Problem StatementEmpathy Map and Problem Statement
Empathy Map and Problem Statement
 
Roteiro de exploração pedagógica 5
Roteiro de exploração pedagógica 5Roteiro de exploração pedagógica 5
Roteiro de exploração pedagógica 5
 
Roteiro de exploração pedagógica 4
Roteiro de exploração pedagógica 4Roteiro de exploração pedagógica 4
Roteiro de exploração pedagógica 4
 
Roteiro de exploração pedagógica 3
Roteiro de exploração pedagógica 3Roteiro de exploração pedagógica 3
Roteiro de exploração pedagógica 3
 
Roteiro de exploração pedagógica 2
Roteiro de exploração pedagógica 2Roteiro de exploração pedagógica 2
Roteiro de exploração pedagógica 2
 
Arte e literatura cacgm
Arte e literatura cacgmArte e literatura cacgm
Arte e literatura cacgm
 
Roteiro de exploração pedagógica 1
Roteiro de exploração pedagógica 1Roteiro de exploração pedagógica 1
Roteiro de exploração pedagógica 1
 
Roteiro de exploração pedagógica 6
Roteiro de exploração pedagógica 6Roteiro de exploração pedagógica 6
Roteiro de exploração pedagógica 6
 
Op mni 2
Op mni 2Op mni 2
Op mni 2
 
Op mni 1
Op mni 1Op mni 1
Op mni 1
 
Museu das Comunicações Cristina Weber
Museu das Comunicações Cristina WeberMuseu das Comunicações Cristina Weber
Museu das Comunicações Cristina Weber
 
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina WeberDa escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
 
Lugares e Não-Lugares - Vítor Tavares
Lugares e Não-Lugares - Vítor TavaresLugares e Não-Lugares - Vítor Tavares
Lugares e Não-Lugares - Vítor Tavares
 

DA ESCOLA AO MUSEU

  • 1. DA ESCOLA AO MUSEU: CRIATIVIDADE, ARTE E HISTÓRIA EM DESCOBERTA MNAA/CFJS | 2011 Registo de Recurso Didático – Da Escola ao Museu Título/Tema do trabalho: “A Viagem”: o Presente Passado ou Reviver a Obra e Reanimar a Vida Unidade: Designação da Unidade Didática (se aplicável): 3º Ciclo HST – Os Descobrimentos – Portugal e o Mundo (Encontro de Culturas). Secundário: Filosofia – Acção Humana e os Valores. A diversidade cultural e o diálogo entre culturas. A dimensão estética. Cursos EFA-S, CP - UFCD 5. Este trabalho será realizado segundo um modelo interdisciplinar. Destinatários: Duração da atividade: Hipótese 1: uma sessão de 1h de visita Data de Entrega Dos 12 aos 80 ao museu, 2 aulas para selecção orientada de materiais e para os 14-10-2011 alunos produzirem recursos, por exemplo, uma peça de teatro. O Projecto final seria depois apresentado à comunidade escolar. Hipótese 2: 1-5 aulas de preparação, uma sessão de 1h de visita ao museu, 1 aula de apresentação e outra de avaliação final. Introdução: Identificação da obra de arte: Biombos Namban, atribuído a Kano Domi, Japão, (1539-1602) – Piso 2, sala 14 do MNAA. O biombo faz parte da chamada arte Namban, que inclui desde obras de pintura e escultura a mobiliário e objectos de culto, produzidos no contexto da chegada dos portugueses ao Japão, entre os séculos XVI e XVII. Com muitos pormenores simultaneamente trocistas e exuberantes, festivos e críticos, a pintura representa a chegada da negra nau dos “namoban-jin”, incluindo aspectos descritivos e culturais “exóticos”, pitorescos e irónicos dos “bárbaros do sul”, comerciantes ricos e missionários compenetrados e ainda retratos benévolos da população nativa. Tudo se passa como num filme ou peça de teatro: as cenas sucedem-se, dando-nos a sensação de movimento e imprimindo dinamismo à obra. Esta obra promove a viagem de gentes e de cultura, o encontro entre o mundo ocidental e o mundo oriental, tal como visto pelos japoneses, que observam a confusão e alegria ocidentais, em contraste com a serenidade e distanciamento orientais, numa visão global do mundo vista não pelos europeus, mas pelos japoneses. O trabalho a desenvolver permitirá aos visitantes compreender que, o encontro entre duas civilizações tão distintas, provoca impacto nos povos intervenientes. Em Fernão Mendes Pinto, os Portugueses foram os primeiros europeus a chegar à ilha de Tanegashime, onde o autor contacta pela primeira vez com o chá, e, em 1568, a Nagasáqui. Até então a cultura nipónica estivera circunscrita aos contactos directos com a China. Com a chegada dos portugueses surge uma ruptura com a situação anterior e também um novo estilo de representação nos das pinturas dos biombos: de motivos sobretudo paisagísticos, passam a incluir figuras humanas e relatos de acontecimentos. Objetivos pedagógicos: - Compreender o encontro de culturas, de mentalidades e civilizações, do passado-presente, do ocidente português ao oriente japonês; - Efectivar a visita pluridisciplinar e a passagem pelo museu, como ponte entre a escola e a vida; - Enriquecer a experiência e a sensibilidade estética do aluno: o Museu como lugar privilegiado de Sentido e de Vida; - Desenvolver competências sociais dos alunos e ultrapassar estereótipos e preconceitos; - Desenvolver o espírito de observação, de análise e de diálogo e partilha em torno da obra; 1 Registo Final – Ação de Formação: Da Escola ao Museu – 2011
  • 2. DA ESCOLA AO MUSEU: CRIATIVIDADE, ARTE E HISTÓRIA EM DESCOBERTA MNAA/CFJS | 2011 - Estender, ampliar e variar os planos narrativos da obra de arte. Ferramentas e Recursos: Usar todos os meios possíveis para reconstruir a obra na sua complexidade vital, ao mesmo tempo universal e singular: - Explorar a obra e dela explicitar sensações, sentidos e relações; - Montar instalações com projecção de imagens de objectos e ambientes temáticos interculturais (e.g., chá, espingarda, aromas), de produções artísticas de Portugal/oriente, coevas e actuais (pintura, literatura, música, cinema, arquitectura, origami), valorizando a obra perante todos os visitantes do Museu. - Corporificar figuras e personagens, organizar dramatizações projectadas ou encenadas junto da obra (e.g., projecto “Gil Nô”), gerando um espaço envolvente nas visitas marcadas e de interacção com todo o público-alvo, levando à descoberta da obra, a refletir sobre ela e a valorizá-la; - Tocar música, declamar poesia ou literatura, em exemplos culturalmente representativos; - Jogo “Caça ao Tesouro”, com um questionário, permitindo aos alunos descobrir outras peças museológicas relacionadas com a obra e associadas à presença de Portugal no oriente. Operacionalização: No caso de grupos escolares, antes da visita ao museu, orientar atividades de pesquisa e recolha de dados. Consoante os módulos ou temas a abordar, serão constituídos vários grupos de trabalho. Serão desenhadas várias intervenções, tipo VTS, questionários e actividades lúdicas de exploração. A organização da Visita de Estudo pode ser preparada em parceria com instituições com um acervo da cultura nipónica (Museu do Oriente, Museu Gulbenkian). Haverá lugar à produção de materiais: documentários, recursos digitais, texto para apresentação de uma peça de teatro. No final, uma aula de balanço e avaliação das atividades. Também no caso de grupos não escolares ou visitantes individuais, as atividades serão apresentadas ou exibidas de acordo com planificações fundamentadas. Avaliação: Durante a elaboração do projeto contactámos 2 funcionários do museu que, após a explicação do recurso, transmitiram uma opinião muito positiva. Os alunos farão a sua avaliação numa ficha de auto-avaliação da visita, a ser enviada ao museu, que poderia publicitar os comentários. A avaliação também poderá ser feita por meio de respostas a um questionário, relatório da visita de estudo, grelha de observação do trabalho de grupo, grelha de avaliação do produto final de cada grupo. Mas sobretudo também se intentará: - Promover a Viagem criativa, artística e histórica contida no tempo/espaço da obra; - Imergir e envolver na obra como “espelho” da Realidade; - Recuperar a integralidade manual, ideal e simbólica da Obra, como intermediária entre os Mundos das Culturas e das Artes; - Num diálogo entre as várias disciplinas estéticas, facultar condições para a captação de uma cultura de autênticos valores universais, num encontro de mundos que, nas suas litanias e pavores, se continua penosamente a empreender Observações: Todos os módulos e tipos de atividade serão pensados e adaptados ao perfil etário do visitante ou público-alvo. A mostra final dos trabalhos dos alunos incluiria uma exposição ou Feira Cultural, com a projecção dos seus trabalhos, a representação de peça de teatro, exibição de filmes e realização de workshops de arte portuguesa/japonesa. 2 Registo Final – Ação de Formação: Da Escola ao Museu – 2011
  • 3. DA ESCOLA AO MUSEU: CRIATIVIDADE, ARTE E HISTÓRIA EM DESCOBERTA MNAA/CFJS | 2011 Texto convertido pelo conversor da Porto Editora, respeitando o Acordo Ortográfico de 1990. 3 Registo Final – Ação de Formação: Da Escola ao Museu – 2011