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Nº 60 - Outubro / Dezembro de 2016
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O
Correspondênciadosleitores 2
Papa Francisco visita comunidade de padres fora
do exercíciodo ministériopresbiteral 3
Livrosnovos:Aressurreiçãodosmortos 4
EncontrodeFormação:
OsMinistérios,umaAprendizagemComunitária
Notícia 5
Algumasnotase reflexões 6
Desafio 7
Omeutestemunho 8
Diaconisas na Igreja? 8/10/11
Prognósticospªofuturodasvocaçõespresbiterais 9
InMemoriam...DiesNatalis 11
DoispoemasdeNatal 12
C
ada ano que passa não precisa ser contado
nodia31deDezembro.Hádiversasformas
deofazer.Umadelaséquandoseaproxima
o tempo de Natal.
Assim, este ano, talvez por estar um pouco mais
'ancião', fui mais sensível ao tema da iluminação
de Natal.Provavelmentefoi colocada nos mesmos
"timings"dadoanopassado,masaintuiçãoqueme
habitouprendeu-secomdoisfatores:porumlado,é
ocomércio(economia)quecontinuaaditarquando
é que devemos ir pensando no Natal; e, por outro
lado, também parece que entre a chamada rentrée
e o Natal há uma espécie de tempo vazio que é
precisopreencher.Easluzescolocadaspraticamente
no final de Outubro espelham esse desejo de
celebração em família que o Natal nos traz.
Pormuitascríticas quesepossamfazeràsociedade
queconsomeininterruptamente,oVerbo QueVeio
Habitar Entre Nós continua a ser eternamente a
razãofundamental,osuporteeosentidodetodasas
luzes artificiais, porque Ele é a luz que veio para
iluminar verdadeiramente todas as pessoas sem
exceção.
Jesus Cristo vainascernovamenteeste Natal. Para
nos dizer que tudo o que existe é bom e é para
usarmos bem, com liberdade e responsabilidade,
atitudes próprias de quemacolhe avidacomo dom
e a vive como missão.
Talvez, nesta perspetiva, as luzes sejam sinais que
apontampara oSinalquemudoudefinitivamenteo
curso da História, convidando todas as pessoas a
partilharem aAlegriado perdão eda comunhãoem
família.
Oxalá todas as iluminações de Natal, dentro e fora
dascasas possam aquecer os coraçõesque buscam
o calor, que só se encontra verdadeiramente para
além da tãobadalada"zona de conforto".Épreciso
arriscar. É preciso viver! Bom Natal!
24 de Novembro de 2016
Luís Carlos Lourenço Salgueiro

Muitoobrigadopelagentileza.
Com amizade,
A.Taipa
[domantoniotaipa@diocese-
porto.pt](01-08-2016)
Dr.Alberto Osório de Castro,
Os meus melhores
cumprimentos.Acusoa
recepção do seu e-mail.
Rezemosunspelosoutros,
DomCarlos F. Ximenes Belo
[ximenes.belo@salesianos.pt] (01-
08-2016)
Muitoobrigado
D.JorgeOrtiga,Arcebispo
Primaz
[jorge.ortiga@arquidiocese-
braga.pt](01-08-2016)
AmigoAlbertoOsório,boa
tarde!
Recebio nº59 do boletim
Espiralque agradeço e leio com
interesse.
Umabraço cordial, no Senhor.
+ J. Marcos
[pejoaomarcos@gmail.com] (01-08-
2016)
Caro OsóriodeCastro
Agradecendo onº59do boletim
Espiral,recebidopor
computadore em suporte de
papel,subscrevo-mecomos
melhorescumprimentos.
BispoAntónioMontes
[montes@ofm.org.pt] (08-08-2016)
Agradeçopenhoradamenteo
Espiral que acabo de receber e
ler atentamente.Aprecio a
busca séria e calma com que aí
se procura umanova
"disciplina" eclesiásticano
referente ao celibato
eclesiástico.Ainvestigaçãofeita
por"Fraternitas"põe-nos todosa
reflectir, pelo menos isso,sobre
o querer ou o desejar ou o
preferir de Cristo para sua
Igreja.Entretanto,naobediência
é que está a virtude.
Alta consideração de
+AbílioRibas
[d.ribas@espiritanos.pt] (08-08-2016)
CaríssimosIrmãosPresbíteros,
Soube recentementeque o Santo
Padrecriou uma Comissão
Teológica para rever a questão
da admissão de mulheres ao
MinistérioOrdenado,esta
situação já se antevia com a
elevação do dia de Santa Maria
de Magdala à categoria de Festa
Litúrgica.Creio que estamos
ante ventos demudançano seio
da Igreja e, considero que foi
dado um passo de gigantenotão
ansiado"aggiornamento"da
Igreja,tãopropugnadopelo
ConcílioVaticanoII. Porém há
algo que me deixa triste... É o
facto de mais uma vez, a
questãodo fim da imposição do
celibato ter sido relegada para
últimoplano...Pareceque
aqueles que tanto deram a sua
vida pela Igreja não são Igreja,
mas sim uma "realidade
incómoda"nummodelode
Igreja onde eles não cabem.
Sinceramente isto entristeceu-
-me. Mais uma vez, tal como há
cinquenta anos atrás, esperava-
-se que esta norma disciplinar
mudasse e a Igreja, ao invés
disso, começou aordenar
homens casados de Diáconos...
Enquanto aIgreja nãoolharpara
esta realidade com a
transparência,seriedade e
verdade que ela merece,
continuará a vermuitos dosseus
"melhores homens" a, com
tristeza, deixaro Ministério que
tanto amam.Eporquê? Porque
cometeram "o pecado" de amar.
Não podemospois, permanecer
silenciosos. Creio que este é o
"tempo favorável" aque
também esses homens tenham a
voz que merecem.Aomissão é
também pecado. Por isso, creio
que é dever nosso agir no
sentido de propor ao SantoPadre
queirmãos nossosnão
continuem a sofrer a humilhação
de serem considerados"cristãos
de segunda", já que eles são e
serão sacerdotes para sempre.
Saudações fraternas,
PadreMiguelÂngeloPereira
[s.miguelangelo.p@hotmail.com]
(05-08-2016)
O Papa Francisco realizou hoje,
11 de Novembro, a última Sexta-
-feira da Misericórdia do Ano
Santo—queseráconcluídonodia
20 de Novembro —, e nesta
ocasião encontrou-se com 7
famílias, todas formadas por
jovens que deixaram o exercício
do sacerdócio no decorrer dos
últimos anos.
"Hoje à tarde, às 15h30, o Papa
Francisco deixou a Casa Santa
Marta para se dirigir à Ponte di
Nona, bairro na periferia extrema
do leste de Roma. Em um
apartamento, o Papa se encontrou
com 7 famílias, todas formadas
por jovens quedeixaram,no curso
destes últimos anos, o sacerdó-
cio", informou a Santa Sé.
Indicou que entre os sete jovens,
quatro são da diocese de Roma,
um de Madrid, outro da América
Latina e outro da Sicília.
O Vaticano explicou que o Santo
Padre quis oferecer "um sinal de
proximidade e de afeto por estes
jovens que realizaram uma
escolha muitasvezes não compar-
tilhada por seusirmãos sacerdotes
e familiares".
"Depois de diversos anos dedica-
dos ao ministério sacerdotal
realizado nas paróquias, factores
comoa solidão, a incompreensão,
o cansaço pelo grande compro-
misso de responsabilidade pasto-
ral, colocaram em crise a escolha
inicial pelo sacerdócio".
"Portanto, seguiram-se meses e
anos de incerteza e dúvidas, que
os levaram a reconsiderar a
escolha pelo sacerdócio. Assim,
deixaram o presbiterado para
formar uma família", indicou.
Segundoocomunicado, aentrada
no Papa no apartamento foi
marcada por grande entusiasmo:
"As crianças cercaram o Pontí-
fice para o abraçar, enquanto os
pais não conseguiram conter a
emoção.Todos ospresentes apre-
ciaram enormemente a visita do
Santo Padre, sentiram a proximi-
dade e o afecto da sua presença
e não um juízo à sua decisão" de
deixar o exercício do sacerdócio.
O Papa ouviu com atenção as
famílias, suas inquietações e as
considerações sobre o proce-
dimentojurídicodecada caso."A
sua palavra paternal — assinala
a Sala de Imprensa da Santa Sé
— proporcionou a todos a
segurança da sua amizade e de
seu interesse por cada caso".
Desde janeiro de 2016, o Papa
Francisco realiza as Sextas-feiras
da Misericórdia. Durante este
tempo, visitou uma casa de
repouso para idosos e doentes em
estado vegetativo, uma comuni-
dade de dependentes químicos
em Castel Gandolfo e um centro
de acolhida para refugiados
chamado Cara, em Castelnuovo
diPorto.
Do mesmo modo, visitou os
refugiadosnailhagregadeLesbos,
a comunidade 'Il Chicco',
localizado no subúrbio de Roma
(Itália), um lar que atende pessoas
com deficiência mental.
Recentemente, visitou duas
comunidadesdesacerdotes jovens
e outra de sacerdotes idosos.
A Sexta-feira da Misericórdia do
dia29dejulho,durantesuaviagem
à Polónia, para a celebração da
JornadaMundial da Juventude em
Cracóvia, teve um significado es-
pecial. Naquela ocasião, fez uma
oração silenciosa no campo de
concentração de Auschwitz-
Birkenau e depois visitou as
crianças doentes do hospital
pediátrico de Cracóvia.
No mês de outubro, visitou a Vila
Infantil SOS situada no bairro
romano de Boccea. Francisco
conversou com os meninos e
meninas residentes no centro de
acolhida, onde vivem órfãos e
menores de idade com dificul-
dades pessoais, familiares ou
sociais.
Papa Francisco visita jovens
que deixaram o exerCício do ministério PRESBITERAL
*
*in:http://www.acidigital.com/noticias/ultima-
sexta-feira-da-misericordia-papa-francisco-
visita-jovens-que-deixaram-sacerdocio-22792/

OInstitutoAçorianode Culturaapresentouao
públicono dia1 de Novembro,pelas18h00,na
galeria da sua sede o livro Aressurreição dos
mortos, da autoria deA. Cunha de Oliveira.A
apresentação esteve a cargo de Nuno Ornelas
Martins,doutoradoemEconomiapela
Universidade de Cambridge, elicenciado em
EconomiapelaUniversidadeCatólica
Portuguesa(Porto),com agregação em
Históriado PensamentoEconómicotambém
na mesma Universidade Católica Portuguesa,
onde actualmente leciona as disciplinas de
Históriado PensamentoEconómico e de
Filosofia Social e Ética, bem como na área da
EconomiaSocialedoDesenvolvimento
Sustentável.
Nas palavras do autor, “Amorte é certa. E
depois?Aresposta (se é quehá resposta para
esteenigma)encontramo-laderramadaum
poucopelosdomíniosdaAntropologia,da
Etnografia,daFilosofiae,sobretudo,da
Religião.Desde sempre— di-no-lo a
AntropologiaeaEtnografia—oHomem
cuidou dos seus mortos:umas vezes como se
continuassemcarentesdealimento,de
vestuário e até, dearmas.Outras,
simplesmenteporque sim.A Filosofia trouxe-
-nosumpouco maisdeluz,nomeadamente
Platão,comoseuFedon.Partindoda
dicotomiagregadecorpoealma,tentaprovar
que a alma é imortal: preexiste e subsiste.A
Religião, por sua vez, tem que se lhe chega.
Emreligiões superiores como o Hinduísmo eo
Budismo,ou há ressurreição semfim ou o eu
não existe. Nas religiõesmonoteístas,como o
Judaísmo,o Cristianismo e oIslamismo, há a
ressurreição.AIgreja Católica elevou à
categoriade dogmadefé tantoa ressurreição
do SenhorJesus como a de cada umde nós.
Mas, que é isso de Ressurreição? Como
entendê-la equandoseverifica?”
Com um total de 159 páginas, esta obra teve uma
tiragem de 1.000 exemplares, com o preço de venda
aopúblicode12,00€.
Está, uma vez mais de parabéns o nosso querido
Associado,A.Cunha de Oliveira, sacerdote católico
dispensadodoministério ecasado,licenciado em
Teologia Dogmática e em Ciências Bíblicas. Profes-
sor no Seminário EpiscopaldeAngra do Heroísmo,
Cónego da Sé deAngra, assistentediocesano de
vários movimentos,organismose associações de
apostolado e, nasociedadecivil,directordo diário A
União,cofundadordoInstitutoAçorianodeCultura,
de cujas Semanas de Estudo dosAçores foi secretário
permanente, e daRevista “Atlântida”.Vastíssimo
currículo que aqui não cabe explanar, mas, e
sobretudo,umHomemapaixonadopeloSenhorJesus
e a sua mensagem de libertação para todos, em
especialpara os mais marginalizados e abandonados.
E a sua verbe literária felizmente continua a
presentear-nos com pérolas com esta, a acrescentar à
sua vasta obra de estudo e divulgação bíblica. Bem-
-hajas,Artur Oliveira! 
Tevelugar,entre14e16deOutu-
bro, no Seminário deCristo-Rei,
em Vila Nova de Gaia, um En-
contro de Formação que congre-
gouquase 40pessoas.
O padre Rui Santiago, missioná-
rioredentorista,empenhou-seem
levar àdescoberta do radicalsen-
tidodosministérios:JesuseaCo-
munidade.
CentradonaacçãodeJesus(afor-
mação da comunidade do Reino
deDeus),ebaseadonaFéquenos
garante a permanente dinâmica
de Deus que actua no mundo,
hoje e sempre, desaguamos na
realidadefundamentaldosercris-
tão:adesãoàpessoadeJesusvivo
cristã é evangelizadora, ou não é
comunidade.
E tivemos a alegria da presença
de três leigos missionários que
partilharam, com verdade e sim-
plicidade, a sua experiência de
vivência comunitária eevangeli-
zadora: a relação pessoal, a aten-
ção aos outros, a prática da ora-
ção e da partilha, a vida segundo
Jesus e o evangelho.
Foi uma jornada muito enrique-
cedora e convocante para cami-
nhos em Igreja de saída, que a
Fraternitas,associaçãodepresbí-
teros casados, em boa hora orga-
nizouepromoveu.
Alberto Osório de Castro
e presente na comunidade.Aco-
munidade de Jesus funda-se na
fraternidade,concretiza-senoser-
viço e afirma a total negação de
todoopoder.
Daí a emergência do enquadra-
mento queS.Paulodáaosminis-
térios: carismas (ou dons), servi-
ços (ou ministérios), tarefas (ou
funções), em que tudo converge
no Amor. Por isso, ministérios
sem comunidade não passam de
"egostérios"!Nãosepodeconfun-
dir ministérios com funções. Se-
gundo Paulo (em especial em
1Cor 12 e Rm 12), acomunidade
deveestarsobumaúnicainfluên-
cia: a do Espírito Santo, em vez

EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim
ALGUMASNOTASEREFLEXÕES:
- OPe.RuiSantiago foio nos-
so Mestre efalou-nos de maneira
muito bela e profunda sobre o
Ministério na Igreja, dons e
carismas, cuja fonte é o Espírito
Santo.
Os Ministérios são coisas do Es-
pírito,em simesmo,como oferta
santa e viva-o que é bom, com-
pleto e ensina.
Os Profetas e Apóstolos são vo-
zes orantes na comunidade que
provocam a presença de Jesus.
Alguém que fala deAlguém que
conhece como memória sua —
presença,presenteecontinuaque
está ao serviço da comunidade
com a palavra e com a vida.
Paulo ensina-nos que a presença
do Espírito é amor, carisma e ta-
refa. Constatamos que o amor só
éromântico,enquantonãoseama,
depois, dói, sangra, é paradoxal,
gera vida.
Paulogerouvida.Assuasviagens
não se medem em km, mas em
número de pessoas com as quais
criou comunidades de vida e fo-
ram muitas. O seu testemunho
ensina-nosqueépossívelultrapas-
sar alinha do medo,as nossasin-
seguranças.OSenhorvaisempre
à frente.
- Pegar num Ministério é pe-
gar num Ministério vazio. Ele se
define e nasce das necessidades
identificadasevividaspelacomu-
nidade em causa. O seu funcio-
namento é Cristo. Deus está pre-
sente e activo com o seu plano
para o anúncio do Reino. Mas
atenção, servir alguém que faz,
nãoéfazerporEle.Deusnãopre-
cisa de ser representado, nem
substituído.Anós só nos resta o
anúnciodasuapresençaamorosa
e por isso libertadora. Ser obedi-
ente e não escravo, filial e não
servil"porqueoMeuPaitrabalha
e Eu faço como Ele faz. Porque
Ele é o maior". Não pede neces-
sariamente sempre o "impri-
matur".
OsquatroEvangelhoscontam-nos
o que celebravam juntos e até
quandonãoseentendiam…
Atradiçãoprecisadosquatroolha-
res para dizer quem é Jesus.
A Boa Novado Reino é centrada
na sua Pessoa, com particular
atenção aos pobres, aos
pequeninoseaospagãos,semdis-
tinção degéneros.
É constante a testemunho das
mulheres, com a sua presença,
bense serviços,numa entregato-
talsempedirnadaemtroca,oque
por vezes contrasta com atitudes
osApóstolos.
Era uma comunidade em rede,
"uma rede feita de NÓS". O seu
ADNsegundoanarraçãojoanina
funda-se até ao extremo de nada
possuir. "Eu fiz assim, façam…"
O Senhor era radical em relação
ao Poder e ao Ter "os outros são,
mas entre vós não".
Jesussótinhaautoridadesobreos
espíritos (diabos) nunca sobre as
pessoas.
Recomendavaaosdiscípuloscui-
dado com os fariseus, os
saduceus… e, até com certo hu-
mor,enviou-osaHerodes"Idedi-
zer a essa raposa manhosa",(Lc
13,31-33),"o meu plano cumpre-
-se!"
As crianças não tinham direitos,
nemnome sóquando "forgente"
símbolodonão-direito,noentan-
tooSenhorpõecomocondiçãoser
criança para entrar no Reino. E
aindamaisradicaloamoraosini-
migos.
Era umMessias ultrapassado,as-
sassinado que não responde às
espectativas.
Lucas apresenta no encontro de
Emaús a história iluminadade fé
no Mistério Pascal.Interpretação
dasescrituras ea convicção espi-
ritualdosdiscípulos—olhoseco-
raçãoseabremecorremadartes-
temunho.
Os actos referem a necessidade
desubstituirJudas,Pedrodizque
é preciso rezar.Rezamtiram sor-
tese…nóseoEspíritoSanto,úni-
co Mestre, decidimos. Mudança
radical de influência!
- Os Ministérios são exercíci-
os para glorificação do Pai.Aso-
lidariedade não se sustenta em si
mesma.OFilhotudoremetepara
a glória do Pai. O serviço tem
como razão louvar, agradecer e
exaltar a acção de Deus através
doFilho.AacçãodeDeusnaHis-
tória implica sempre a relação
entre o Filho e o Espírito Santo,
aos quais Irineu de Leão chama
sugestivamente"asduas mãosde
Deus".
Maria Guilhermina

EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05
Os dados estão lançados. Já não
se pode voltaratrás! O Padre Rui
Santiagotrouxeumaboareflexão
sobre os Ministérios, no último
encontro dos padres casados, em
Gaia.
De facto somos a Igreja neste
tempo. Temos de olhar para esta
Igreja, para este povo de Deus
que somos e encontrar respostas
adequadas aos problemas
pastorais de hoje. Estamos
avisados! Vinho novo em odres
novos… Constatamos que nos
falta ousadia, coragem. E então
para os problemas novos,
propomos soluções velhas. Não
dá!
Há falta de padres, então cada
pároco assume as comunidades
que forem necessárias… Pois:
solução velha! Verifica-se cada
vez mais o despovoamento das
celebrações,explora-seofolclore
para repovoar as igrejas. É
solução velha! E ficamos
contentes, de consciência
apaziguada. E continuamos com
celebraçõessemvida,monótonas,
com os cristãos passivos,
anónimos, descomprometidos.
Multiplicam-se os actores:
acólitos, leitores, cantores,
ministros extraordinários da
comunhão,ofertantes…soluções
velhas!
E os bispos veem esta realidade,
os padres
também,
mas falta-
-lhes cora-
gem para
arriscar.Há
o pessimis-
mo dos pa-
dres, a des-
m o t i v a -
ção, o seu
cansaço, a
sua frustra-
ção. E também a sua idade! Não
podemosignoraramédiadeidade
dos nossos padres…Tanta gente
boa… mas cansada!
E nós pensamos! Choca-nos a
distância entre pastores e o povo
deDeus.Hádivórcio?Ouapenas
costas voltadas? O Vaticano II
tem cinquenta anos, mas os pa-
dres, os bispos ainda não se
integraram noPovo de Deus.
Algumas dioceses preparam
sínodos, o que nos enche de
alegria. Porém escamoteiam-se
os problemas. Não se tentam
diagnósticos realistas para se
encontrar a terapia adequada.
Repudio mezinhas, soluções de
sacristia.SóoPovodeDeuspode
encontrar a resposta adequada
paratodososproblemaspastorais
que nos afectam. Dê-se voz ao
PovodeDeus.DeixemosqueEle
fale. Há falta de clero? Seja o
Povoarespondercomosolucionar.
Há falta de outros serviços? Seja
o Povo — a Igreja, não a hierar-
quia — a responder com os
ministérios. Dá a impressão que
se quer manter esta situação de-
crépita e então alimentamo-la
comlamúrias,lamechiceseoutras
coisas no género. Este povo vive
a sua vida à margem da Igreja.
Continuam alguns cristãos a ir à
missa, mas não vivem a missa...
Que fazer?Vinho novo emodres
novos… não esquecemos o
passado, assumimo-lo. Eu tenho
gosto na Igreja queme preparou,
ordenou… mas tenho de ser fiel
aoEspíritoedevoseguirosrumos
novosqueesseEspíritoabre."Há
caminhos não andados", que
devemserpercorridos.OEspírito
éinovador.Foinosprimórdiosda
Igreja e é hoje. Coragem para
arriscar.
Joaquim Soares
D e s a f i o !

EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
Foiricoeenriquecedoraquelefim-
de-semana sobre Os Ministérios,
UmaAprendizagemComunitária.
ReflexãoqueoPadreRuiSantiago
nosproporcionou.
ConscientizarqueDeus,oSenhor,
estápresentenomeiodenósenos
convida a colaborar com Ele no
conhecimento e adesão ao seu
projecto de amor para todos nós.
Sim,porque,defactoEleconsen-
te na nossa existência para ser-
mos felizes. E isto é verdadeira-
mente verdade como é verdade
que nos custa acreditar… tanto é
o sofrimento, a contrariedade, a
desesperançaquenosinvademno
dia-a-dia!
Por causa de assim ser e neste
ambiente nos vermos e nos mo-
vermos é que o Senhor suscita
servidoresdoSeu projectosalva-
dor. Sim, porque Ele não desiste
de nos amar e de nos ver felizes.
São diversas as modalidades do
serviçoaquenosconvida:unssão
apóstolos,outrosprofetas,outros
mestres… E todas elas conver-
gem, em Jesus Cristo com Jesus
Cristo e por Jesus Cristo, para o
Bem e realização das suas
criaturas. Nós somos ao mesmo
tempo suas criaturas a salvar e
seusservidores, anunciadores da
salvação.
ÉemComunidadequeacolhemos
ediscernimosaPalavraSalvadora
ecomaComunidadetestemunha-
mos a Salvação que o Pai
permanente e amorosamente nos
oferece no Filho. O Espírito de
Deus anima, vivifica, alegra e
envia os seus servidores, os seus
amigos.
Nesta experiência de Deus em
nós e no meio de nós, os jovens
Teresa, Susana e Ricardo
testemunharam para nós a sua
prática do serviço comunitário.
Nesta dinâmica outros
testemunhos se seguiram. Foi,
então, uma rica experiência da
realidade feliz de que Deus
está mesmo no meio de nós,
nos ama, nos instrui e nos
envia.
Agradeço a todos esta partilha
e à Direcção da Fraternitas a
abertura para
continuarem a
deixar-me par-
ticipar nos En-
contros da Fra-
ternitas.
Maria de
Fátima
Barbosa
V. N. de Gaia, 20
Outubro 2016
EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
O MEU TESTEMUNHO

Se logo no início do seu
pontificado o Papa afirmara que
o "génio feminino" deveria estar
mais presente, agora busca uma
fidelidade criativa, crítica, mas
segura (não fosse ele jesuíta), à
Igreja.
O Papa Francisco instituiu uma
comissãoparaseestudaraquestão
teológicasobreapossibilidadeou
nãodehavermulheresordenadas
no grau do diaconado. É uma
comissãoconstituídapordozepes-
soas,seismulhereseseishomens,
todosteólogosdeváriasáreas,de
renomeinternacional.
Uma comissão de estudo não é
um órgão deliberativo; é apenas
issomesmo: umgrupo de peritos
que apresentará um estudosobre
aquestãodasdiaconisasnaIgreja.
Masnãodeixadesersignificativo
ocuidadodeFranciscoemconvi-
darpessoasdosváriosquadrantes
e sensibilidadesdentro da Igreja.
Nãosepreocupouapenasnoequi-
líbrio entre homens e mulheres,
mastambémnumacertaparidade
entre teólogos com pendor mais
"conservador"eoutrosmais"pro-
(continua na pág. 10)
Diaconisas
na Igreja?
A questão sobre o futuro das
vocações presbiterais pode ser
extremamente dolorosa se a
discussão se centrar apenas na
escassez de padres, sem prestar
a atenção essencial aos sinais dos
tempos e à vocação fundamen-
tal de todos os cristãos. Tal
perspectiva é muito estreita, até
prejudicial à missão da Igreja.
Deste modo, insisto que devemos
dirigir um novo olhar à vocação
fundamental de todos os cristãos,
de modo particular à luz do
baptismo de Jesus por João, no
Jordão. A vocação de Cristo à
qual somos chamados é, acima
de tudo, a vocação do Servo não-
violento de Yahweh para a
salvação e paz no mundo. O
anúncio da feliz boa-nova da
paixão, morte e Ressurreição du-
rante a vida a pública de Jesus
depende da sua relação e do seu
chamamento pelo Pai. "Tu és o
meu filho muito amado" (Mc
1,11). Jesus é chamado e
consagrado para carregar os
jugos da Humanidade numa
solidariedade salvífica, de modo
a libertar a Humanidade das
lógicas destrutivas do pecado.
Ele é o profeta que vai à nossa
frente, guiando-nos no caminho
da paz, da não-violência e da
força do amor que procura
transformar os inimigos em
amigos. Imediatamente depois
do acontecimento do Baptismo,
o Evangelho de Mateus oferece-
nos uma das chaves essenciais
para compreender o drama da
Salvação. Fá-lo desmascarando
PROGNÓSTICOS PARA O FUTURO DAS
VOCAÇÕES PRESBITERAIS*
as maiores tentações satânicas,
iluminando as falsas expectativas
de um violento e poderoso
Messias, e expondo os abusos da
religião para obter lucro, poder e
exaltação.Apesar de as tentações
rodearem a Jesus de todos os
lados, elas não têm
absolutamente nenhum poder
sobre ele. Foi em nosso benefício
que Jesus desmascarou de uma
vez por todas essas tentações
através da sua absoluta fidelidade
à sua vocação como Servo-Filho
de Deus, sofredor e não-violento.
Compreendê-lo é sobretudo um
modo de aprofundar a nossa
vocação cristã à luz da vocação
de Jesus. Assim, torna-se
evidente que o futuro de todas as
vocações cristãs depende da
nossa inteira fidelidade aos
passos do Servo deYahweh neste
novo contexto. Isto implica que
o futuro da Igreja será marcado
não apenas por vocações
particulares, mas sobretudo por
aqueles que conscientemente
tomam uma opção pessoal por
seguir a Cristo, o Servo não-
-violento de Deus. A diferença
entre aqueles que convicta e
conscientemente vivem o
exemplo do baptismo de Jesus no
Jordão no espírito e no sangue e,
por outro lado, aqueles "católicos
de berço" que são mais ou menos
seguidores passivos é muito mais
relevante do que a diferença en-
tre o sacerdócio ministerial e o
sacerdócio universal. O que
realmente caracteriza os cristãos
é a profundidade da sua
compreensão do que significa ser
chamado em e por Cristo para
servir a causa do Reino do Servo
de Yahweh, e a sua firmeza em
abraçar esta vocação que a todos
abrange. Esta perspectiva é o
fundamento básico de todas as
vocações cristãs, incluindo a vida
presbiteral num sentido estrito.
Esta não é uma ideia
completamente nova. Os meus
pais, que eram cristãos por
nascimento, tornaram-se, ao
longo das suas vidas, cada vez
mais cristãos por opção, e
enquanto o viveram de modo es-
pecial na sua vocação como
esposos e pais, viveram-no
também como comprometidos
criativamente na vida da Igreja.
Foram agricultores segundo o si-
nal do Criador, amigos dos
pobres, e em igual medida,
enfrentaram enormes perigos na
sua firme e corajosa resistência
ao regime de Hitler. […]
Um livro poderia ser escrito
sobre a variedade de vocações e
de caminhos pelos quais
podemos viver a nossa vocação
cristã para a salvação do mundo,
de modo a que o novo paradigma
de "cristãos por vocação" adquira
carne e sangue. Não temo que tal
visão possa ser em detrimento da
específica vocação ministerial.
Pelo contrário, acredito que pode
acentuar significativamente a sua
autenticidade.
Bernhrd Häring, CSsR
*Textoretiradode"PriesthoodImperiled:acriti-
calexaminationofministryintheCatholicChurch".
Ed.TriumphBooks,LiguoriMissouri1996.

gressistas".
A génese desta comissão encon-
tra-se numa reunião que assupe-
riorasgeraisdosinstitutosfemini-
nos tiveram com o Papa, em Ro-
ma no dia 12 de Maio. Após ter
sidoquestionado sobreapossibi-
lidade,ouquaisosimpedimentos
a que as mulheres fossem admi-
tidas ao diaconado permanente,
Franciscoassumiuaresponsabili-
dade de constituir umacomissão
que estudasse esta matéria.
Quando, no regressodaviagemà
Arménia, o pontífice foi ques-
tionadosobreotema,revelouque
já tinha falado com o prefeito da
Congregação para a Doutrina da
Fé e com a presidente das
superioras gerais dos institutos
femininos a quem tinha pedido
que lhe enviassem uma lista de
possíveisperitos querealizassem
tal estudo. Esta Comissão é o
resultado da ponderação sobre o
assunto e sobre essas listas:
"Depois de intensa oração e
amadurecida reflexão, Sua San-
tidadedecidiuinstituiraComissão
deEstudo sobreo Diaconadodas
Mulheres", lê-se no comunicado
da sala de imprensa da Santa Sé.
Como sabemos, na Igreja Cató-
lica, como na Ortodoxa, o sacra-
mento da Ordem é circunscrito
aos homens. Apenas nalgumas
Igrejas Reformadas,odiaconado
e o sacerdócio são possíveis às
mulheres.Aquestãodefundotem
queserpostaàluzdaTradiçãoda
Igreja. No grupo de Jesus, havia
doze homens, chamados apósto-
los. Mas também sabemos que
havia mulheres que acompa-
nhavam este grupo: "Jesus ia de
cidade em cidade, de aldeia em
aldeia,proclamandoeanunciando
a Boa-Nova do Reino de Deus.
Acompanhavam-no os Doze e
algumas mulheres, que tinham
sidocuradasdeespíritosmalignos
edeenfermidades:Maria,chama-
da Madalena, da qual tinham
saído sete demónios; Joana,
mulherdeCuza,administradorde
Herodes;Susana e muitasoutras,
queosserviamcomosseusbens"
(Lc. 8,1-3). São as mulheres que
vão ao túmulo de Jesus, logo de
manhã cedo, e o encontram res-
suscitado — e são elas as
primeirasportadorasdaBoa-Nova
da ressurreição.
A Tradição Antiga atesta indu-
bitavelmentea existência de dia-
conisas na Igreja do Oriente até
aoséculoIV.OsPadres daIgreja,
até João Crisóstomo, testemu-
nham que, juntamente com os
diáconos,asdiaconisascolabora-
vamcomoBispoecomospresbí-
teros:eramresponsáveispeloser-
viço eporproveràs necessidades
materiais dos pobres da comuni-
dade.E,com os diáconos,teriam
funções litúrgicas específicas.
Masdesempenhavamumafunção
exclusivaeessencial:competiaàs
diaconisasbatizarasmulheresque
se convertiam e entravam para a
Igreja.Primeiro,porumaquestão
depudormuitoprática:obaptismo
era feito por imersão e incluía a
unção do corpo. Depois, porque
lhescompetiaprovavelmentetodo
o acolhimento de quem se
aproximava da comunidade. E,
presumivelmente, este acolhi-
mento compreendia a catequese
e a preparação teológica exigida
para o baptismo.
Agrandequestão,portanto,nãoé
se existiram ou não diaconisas,
masseodiaconadoantigosepode
equiparar ao sacramento da
Ordem,comooentendemoshoje.
A teologia hodierna considera o
grau dos diáconos como o pri-
meiro grau do sacramento da Or-
dem(quetemcomosegundograu
o presbiterado e como terceiro
grau o episcopado). Mas não há
acordo entreosteólogos sobre se
o diaconado da IgrejaAntiga era
sacramental ou "apenas funcio-
nal".
Após a abertura anglicana à
OrdenaçãoSacerdotalfeminina,o
Papa João Paulo II negou cate-
goricamenteessapossibilidadena
Carta Apostólica Ordinatio Sa-
cerdotalis(1994).Nosanosnoventa,
no entanto, o Cardeal Martini
levantava a hipótese de se pensar
naOrdenaçãoDiaconalfeminina,
nãomencionadanodocumentode
S.JoãoPauloII.Comefeito,além
dodiaconadoemvistaàOrdenação
Sacerdotal, existe o diaconado
permanente,istoé,aOrdenaçãode
homens,casadosounão,quenunca
serãoordenadospadres.Éumapos-
sibilidade abrir este tipo de
Ordenação às mulheres? Ou não
será possível pensar o diaconado
como outro tipo de ministério na
Igreja,nãonecessariamenteligado
aosacramentodaOrdemSacerdo-
tal?
P. MiguelAlmeida, sj
Diaconisas na Igreja?
(continuação da pág. 8)
(conclui na página seguinte)
P. Miguel Almeida, SJ
Logonoiníciodoseupontificado,
o Papa afirmara que o "génio
feminino" deveria estar mais
presente, não só genericamente,
mas nos lugaresdecisórios, onde
seexercitaaautoridadedentroda
Igreja. Não será certamente uma
coincidência que,no passado dia
3deJunho,Franciscotenhaeleva-
do a memória litúrgica de Maria
Madalenaàcategoriadefesta.No
decretopublicadopelaCongrega-
ção para o Culto Divino e a
DisciplinadosSacramentospode
ler-seque,"defacto,estamulher,
conhecidacomoaquelaqueamou
tanto Cristo e que foi amada por
Ele; e que São Gregório Magno
cisco é a contínua busca de uma
fidelidadecriativa,umafidelidade
crítica,mas segura (não fosse ele
jesuíta), à Igreja. Não por acaso,
o trabalho esperado por esta
comissão é precisamente um
levantamentohistórico-teológico
do entendimento e da prática da
Igreja no que respeita a esta
matéria. Embora possa parecer o
contrário para quem faça uma
leitura mais superficial do seu
pontificado, o Papa Francisco é,
não só um profundoconhecedor,
como um acérrimo seguidor da
Tradição da Igreja.
chamou de "testemunha da
misericórdia" e São Tomas de
Aquino de "apóstola dos
apóstolos";pode ser considerada
pelos fiéis de hoje como modelo
doministériodamulhernaIgreja".
É nesta linha de fidelidade à
história, de contínuo retorno à
fonte evangélica, mas de
atualização dos modos de agir e
deevangelizar,queoPapainstitui
a nova comissão de estudo sobre
odiaconadofeminino.
Apesar de baralhar alguns
defensores de um certo neo-
conservadorismo católico, que
acusam o Papa de infidelidade à
sãdoutrina,oquevemosemFran- http://observador.pt/opiniao/diaconisas-na-igreja/

In Memoriam...
Nada acontece por acaso! E neste último número do Espiral do ano de 2016, sobre a dor que, certamente
nos sobrecarrega e até esmaga os mais mais próximos, nomeadamente os familiares, somos agraciados
pelo nascimento para a VIDA PLENA de três dos nossos associados: O Senhor da Vida chamou a Si três
dos nossos melhores para que n’Ele possamos ter mais intercessores e a obra da Fraternitas que,
cremos bem nisso, não é nossa mas Sua, possa melhor desempenhar o papel a que Ele nos chama.
Às famílias enlutadas a solidariedade dos nosso sentimentos, bem envolvida na Fé e Esperança da Vida
que apenas se transforma.
1936 - 2016
11 de Setembro
JOSÉ RAMOS MENDES JOSÉ SAMPAIO FERREIRA
1929 - 2016
15 de Novembro
1932 - 2016
2 de Dezembro
JACINTO DE SOUSA GIL
(Associado nº 60) (Associado nº 2) (Associado nº 80)

Anoitepovoou-se de estrelas…
Tãocintilantes,
Tão belas
Que os homens,
Ao vê-las,
Perceberam quenada
Ficara como dantes.
Tudomudou…Ecada
Estrela do Céu,
Naquelanoitepovoada
De estrelas, muitas estrelas,
Eumamensagem libertadora
De paz e amor,
Justiça e fraternidade,
Porque
Cristonasceu
Surgiu para oHomem
Uma nova aurora.
Anoitepovoou-se de estrelas…
Os Homens puseram-se a lê-las
Edescobriram então
Que, na gruta de Belém,
Uma jovem mãe
Cumpria aprofecia
Da escritura sagrada
Que dizia
Que o Messias nasceria
De uma mulher judia.
Anoitepovoou-se de estrelas…
Nasceramtemposnovos,
Porque é Natal,
Porque a luzdetodos ospovos
Brilhou em Belém.
Natal de 1985
José Ramos Mendes
Ouviam-se, ao longe, sinos a tocar!...
Milhõesdeluzesbrilhando perto de mim...
Melodias suaves cresciam no ar,
E crescendo, crescendo, cantavam assim:
"É Natal! É Natal! Chegou o Menino,
E traz a Esperança e oAmor também!
Aténamanjedoura,pobree pequenino,
Quer falar a todos, sem excluir ninguém!"...
Pus-me a pensar: "Jesus! Que nos vens dizer,
Assim tão frágil e tão sozinho?...
Tiranos epoderosos nem te vão querer,
E os pobres sóTe podemdar carinho!".
Umavozouvi,voandodoInfinito:
"Esse Menino, aí, gelado achorar,
Mesmo que te pareça tão pequenito,
É também a ti que te quer falar!".
Mireio tecto húmidodaquela cabana:
Caíam pedras toscas e raízes em malha!...
No chão de terra não se via cama,
Apenas feno murcho e um pouco de palha!...
"Meninopequenino,pequeninoMenino,
Fala-me e conta o que me queres dizer!...".
Abriu-se então a boca daquele bambino,
E só pediu coisas que eu podia fazer:
"Sersua presença no mundo em confusão,
Acolher todos os pobres sem tecto nem lar,
Servir com amor e carinho todo o irmão,
Amar aqueles que não sabem amar!...".
.........................................................
Caminhei, sem rumo, pela rua enfeitada...
Senti-me preso à porta de outro casebre.
Ouviládentro,nasolidãocalada,
Outra criança que gemia de febre!...
Perguntei a mim mesmo: "Mas que é isto?...
Será Jesus chorando, também aqui?!"...
Entrei, de mansinho,no portalde xisto,
E fiquei calado... Não conto o que vi!...
— "Meu Deus! Quem será esta criança agora?!...
Será o mesmo Cristo nela incarnado?!...".
Não pude falar!...Talvez, naquela hora,
ChorasseCristo ainda maisdesprezado!...
Peguei na criança, levei-a ao coração!...
Estava gelada, mas sorriu para mim...
Edisse, de mansinho,levantando a mão:
"Sou Cristo queviveem quem sofre assim!".
.................................................................
Talvez para mim e para muitos cristãos,
ONatal tenha sido tempo perdido,
Só porque não vemos,na dor dos irmãos,
Umoutro Natalainda desconhecido!...
RuaDr.SáCarneiro,182-1ºDtº
3700-254S.JOÃODAMADEIRA
e-mail:espiral.fraternitas@gmail.com
boletimde
fraternitasmovimento
Responsável:AlbertoOsóriodeCastro
Nº60-Outubro/Dezembrode2016
Manuel Paiva
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Espiral 60

  • 1. Nº 60 - Outubro / Dezembro de 2016 b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O Correspondênciadosleitores 2 Papa Francisco visita comunidade de padres fora do exercíciodo ministériopresbiteral 3 Livrosnovos:Aressurreiçãodosmortos 4 EncontrodeFormação: OsMinistérios,umaAprendizagemComunitária Notícia 5 Algumasnotase reflexões 6 Desafio 7 Omeutestemunho 8 Diaconisas na Igreja? 8/10/11 Prognósticospªofuturodasvocaçõespresbiterais 9 InMemoriam...DiesNatalis 11 DoispoemasdeNatal 12 C ada ano que passa não precisa ser contado nodia31deDezembro.Hádiversasformas deofazer.Umadelaséquandoseaproxima o tempo de Natal. Assim, este ano, talvez por estar um pouco mais 'ancião', fui mais sensível ao tema da iluminação de Natal.Provavelmentefoi colocada nos mesmos "timings"dadoanopassado,masaintuiçãoqueme habitouprendeu-secomdoisfatores:porumlado,é ocomércio(economia)quecontinuaaditarquando é que devemos ir pensando no Natal; e, por outro lado, também parece que entre a chamada rentrée e o Natal há uma espécie de tempo vazio que é precisopreencher.Easluzescolocadaspraticamente no final de Outubro espelham esse desejo de celebração em família que o Natal nos traz. Pormuitascríticas quesepossamfazeràsociedade queconsomeininterruptamente,oVerbo QueVeio Habitar Entre Nós continua a ser eternamente a razãofundamental,osuporteeosentidodetodasas luzes artificiais, porque Ele é a luz que veio para iluminar verdadeiramente todas as pessoas sem exceção. Jesus Cristo vainascernovamenteeste Natal. Para nos dizer que tudo o que existe é bom e é para usarmos bem, com liberdade e responsabilidade, atitudes próprias de quemacolhe avidacomo dom e a vive como missão. Talvez, nesta perspetiva, as luzes sejam sinais que apontampara oSinalquemudoudefinitivamenteo curso da História, convidando todas as pessoas a partilharem aAlegriado perdão eda comunhãoem família. Oxalá todas as iluminações de Natal, dentro e fora dascasas possam aquecer os coraçõesque buscam o calor, que só se encontra verdadeiramente para além da tãobadalada"zona de conforto".Épreciso arriscar. É preciso viver! Bom Natal! 24 de Novembro de 2016 Luís Carlos Lourenço Salgueiro 
  • 2. Muitoobrigadopelagentileza. Com amizade, A.Taipa [domantoniotaipa@diocese- porto.pt](01-08-2016) Dr.Alberto Osório de Castro, Os meus melhores cumprimentos.Acusoa recepção do seu e-mail. Rezemosunspelosoutros, DomCarlos F. Ximenes Belo [ximenes.belo@salesianos.pt] (01- 08-2016) Muitoobrigado D.JorgeOrtiga,Arcebispo Primaz [jorge.ortiga@arquidiocese- braga.pt](01-08-2016) AmigoAlbertoOsório,boa tarde! Recebio nº59 do boletim Espiralque agradeço e leio com interesse. Umabraço cordial, no Senhor. + J. Marcos [pejoaomarcos@gmail.com] (01-08- 2016) Caro OsóriodeCastro Agradecendo onº59do boletim Espiral,recebidopor computadore em suporte de papel,subscrevo-mecomos melhorescumprimentos. BispoAntónioMontes [montes@ofm.org.pt] (08-08-2016) Agradeçopenhoradamenteo Espiral que acabo de receber e ler atentamente.Aprecio a busca séria e calma com que aí se procura umanova "disciplina" eclesiásticano referente ao celibato eclesiástico.Ainvestigaçãofeita por"Fraternitas"põe-nos todosa reflectir, pelo menos isso,sobre o querer ou o desejar ou o preferir de Cristo para sua Igreja.Entretanto,naobediência é que está a virtude. Alta consideração de +AbílioRibas [d.ribas@espiritanos.pt] (08-08-2016) CaríssimosIrmãosPresbíteros, Soube recentementeque o Santo Padrecriou uma Comissão Teológica para rever a questão da admissão de mulheres ao MinistérioOrdenado,esta situação já se antevia com a elevação do dia de Santa Maria de Magdala à categoria de Festa Litúrgica.Creio que estamos ante ventos demudançano seio da Igreja e, considero que foi dado um passo de gigantenotão ansiado"aggiornamento"da Igreja,tãopropugnadopelo ConcílioVaticanoII. Porém há algo que me deixa triste... É o facto de mais uma vez, a questãodo fim da imposição do celibato ter sido relegada para últimoplano...Pareceque aqueles que tanto deram a sua vida pela Igreja não são Igreja, mas sim uma "realidade incómoda"nummodelode Igreja onde eles não cabem. Sinceramente isto entristeceu- -me. Mais uma vez, tal como há cinquenta anos atrás, esperava- -se que esta norma disciplinar mudasse e a Igreja, ao invés disso, começou aordenar homens casados de Diáconos... Enquanto aIgreja nãoolharpara esta realidade com a transparência,seriedade e verdade que ela merece, continuará a vermuitos dosseus "melhores homens" a, com tristeza, deixaro Ministério que tanto amam.Eporquê? Porque cometeram "o pecado" de amar. Não podemospois, permanecer silenciosos. Creio que este é o "tempo favorável" aque também esses homens tenham a voz que merecem.Aomissão é também pecado. Por isso, creio que é dever nosso agir no sentido de propor ao SantoPadre queirmãos nossosnão continuem a sofrer a humilhação de serem considerados"cristãos de segunda", já que eles são e serão sacerdotes para sempre. Saudações fraternas, PadreMiguelÂngeloPereira [s.miguelangelo.p@hotmail.com] (05-08-2016)
  • 3. O Papa Francisco realizou hoje, 11 de Novembro, a última Sexta- -feira da Misericórdia do Ano Santo—queseráconcluídonodia 20 de Novembro —, e nesta ocasião encontrou-se com 7 famílias, todas formadas por jovens que deixaram o exercício do sacerdócio no decorrer dos últimos anos. "Hoje à tarde, às 15h30, o Papa Francisco deixou a Casa Santa Marta para se dirigir à Ponte di Nona, bairro na periferia extrema do leste de Roma. Em um apartamento, o Papa se encontrou com 7 famílias, todas formadas por jovens quedeixaram,no curso destes últimos anos, o sacerdó- cio", informou a Santa Sé. Indicou que entre os sete jovens, quatro são da diocese de Roma, um de Madrid, outro da América Latina e outro da Sicília. O Vaticano explicou que o Santo Padre quis oferecer "um sinal de proximidade e de afeto por estes jovens que realizaram uma escolha muitasvezes não compar- tilhada por seusirmãos sacerdotes e familiares". "Depois de diversos anos dedica- dos ao ministério sacerdotal realizado nas paróquias, factores comoa solidão, a incompreensão, o cansaço pelo grande compro- misso de responsabilidade pasto- ral, colocaram em crise a escolha inicial pelo sacerdócio". "Portanto, seguiram-se meses e anos de incerteza e dúvidas, que os levaram a reconsiderar a escolha pelo sacerdócio. Assim, deixaram o presbiterado para formar uma família", indicou. Segundoocomunicado, aentrada no Papa no apartamento foi marcada por grande entusiasmo: "As crianças cercaram o Pontí- fice para o abraçar, enquanto os pais não conseguiram conter a emoção.Todos ospresentes apre- ciaram enormemente a visita do Santo Padre, sentiram a proximi- dade e o afecto da sua presença e não um juízo à sua decisão" de deixar o exercício do sacerdócio. O Papa ouviu com atenção as famílias, suas inquietações e as considerações sobre o proce- dimentojurídicodecada caso."A sua palavra paternal — assinala a Sala de Imprensa da Santa Sé — proporcionou a todos a segurança da sua amizade e de seu interesse por cada caso". Desde janeiro de 2016, o Papa Francisco realiza as Sextas-feiras da Misericórdia. Durante este tempo, visitou uma casa de repouso para idosos e doentes em estado vegetativo, uma comuni- dade de dependentes químicos em Castel Gandolfo e um centro de acolhida para refugiados chamado Cara, em Castelnuovo diPorto. Do mesmo modo, visitou os refugiadosnailhagregadeLesbos, a comunidade 'Il Chicco', localizado no subúrbio de Roma (Itália), um lar que atende pessoas com deficiência mental. Recentemente, visitou duas comunidadesdesacerdotes jovens e outra de sacerdotes idosos. A Sexta-feira da Misericórdia do dia29dejulho,durantesuaviagem à Polónia, para a celebração da JornadaMundial da Juventude em Cracóvia, teve um significado es- pecial. Naquela ocasião, fez uma oração silenciosa no campo de concentração de Auschwitz- Birkenau e depois visitou as crianças doentes do hospital pediátrico de Cracóvia. No mês de outubro, visitou a Vila Infantil SOS situada no bairro romano de Boccea. Francisco conversou com os meninos e meninas residentes no centro de acolhida, onde vivem órfãos e menores de idade com dificul- dades pessoais, familiares ou sociais. Papa Francisco visita jovens que deixaram o exerCício do ministério PRESBITERAL * *in:http://www.acidigital.com/noticias/ultima- sexta-feira-da-misericordia-papa-francisco- visita-jovens-que-deixaram-sacerdocio-22792/ 
  • 4. OInstitutoAçorianode Culturaapresentouao públicono dia1 de Novembro,pelas18h00,na galeria da sua sede o livro Aressurreição dos mortos, da autoria deA. Cunha de Oliveira.A apresentação esteve a cargo de Nuno Ornelas Martins,doutoradoemEconomiapela Universidade de Cambridge, elicenciado em EconomiapelaUniversidadeCatólica Portuguesa(Porto),com agregação em Históriado PensamentoEconómicotambém na mesma Universidade Católica Portuguesa, onde actualmente leciona as disciplinas de Históriado PensamentoEconómico e de Filosofia Social e Ética, bem como na área da EconomiaSocialedoDesenvolvimento Sustentável. Nas palavras do autor, “Amorte é certa. E depois?Aresposta (se é quehá resposta para esteenigma)encontramo-laderramadaum poucopelosdomíniosdaAntropologia,da Etnografia,daFilosofiae,sobretudo,da Religião.Desde sempre— di-no-lo a AntropologiaeaEtnografia—oHomem cuidou dos seus mortos:umas vezes como se continuassemcarentesdealimento,de vestuário e até, dearmas.Outras, simplesmenteporque sim.A Filosofia trouxe- -nosumpouco maisdeluz,nomeadamente Platão,comoseuFedon.Partindoda dicotomiagregadecorpoealma,tentaprovar que a alma é imortal: preexiste e subsiste.A Religião, por sua vez, tem que se lhe chega. Emreligiões superiores como o Hinduísmo eo Budismo,ou há ressurreição semfim ou o eu não existe. Nas religiõesmonoteístas,como o Judaísmo,o Cristianismo e oIslamismo, há a ressurreição.AIgreja Católica elevou à categoriade dogmadefé tantoa ressurreição do SenhorJesus como a de cada umde nós. Mas, que é isso de Ressurreição? Como entendê-la equandoseverifica?” Com um total de 159 páginas, esta obra teve uma tiragem de 1.000 exemplares, com o preço de venda aopúblicode12,00€. Está, uma vez mais de parabéns o nosso querido Associado,A.Cunha de Oliveira, sacerdote católico dispensadodoministério ecasado,licenciado em Teologia Dogmática e em Ciências Bíblicas. Profes- sor no Seminário EpiscopaldeAngra do Heroísmo, Cónego da Sé deAngra, assistentediocesano de vários movimentos,organismose associações de apostolado e, nasociedadecivil,directordo diário A União,cofundadordoInstitutoAçorianodeCultura, de cujas Semanas de Estudo dosAçores foi secretário permanente, e daRevista “Atlântida”.Vastíssimo currículo que aqui não cabe explanar, mas, e sobretudo,umHomemapaixonadopeloSenhorJesus e a sua mensagem de libertação para todos, em especialpara os mais marginalizados e abandonados. E a sua verbe literária felizmente continua a presentear-nos com pérolas com esta, a acrescentar à sua vasta obra de estudo e divulgação bíblica. Bem- -hajas,Artur Oliveira! 
  • 5. Tevelugar,entre14e16deOutu- bro, no Seminário deCristo-Rei, em Vila Nova de Gaia, um En- contro de Formação que congre- gouquase 40pessoas. O padre Rui Santiago, missioná- rioredentorista,empenhou-seem levar àdescoberta do radicalsen- tidodosministérios:JesuseaCo- munidade. CentradonaacçãodeJesus(afor- mação da comunidade do Reino deDeus),ebaseadonaFéquenos garante a permanente dinâmica de Deus que actua no mundo, hoje e sempre, desaguamos na realidadefundamentaldosercris- tão:adesãoàpessoadeJesusvivo cristã é evangelizadora, ou não é comunidade. E tivemos a alegria da presença de três leigos missionários que partilharam, com verdade e sim- plicidade, a sua experiência de vivência comunitária eevangeli- zadora: a relação pessoal, a aten- ção aos outros, a prática da ora- ção e da partilha, a vida segundo Jesus e o evangelho. Foi uma jornada muito enrique- cedora e convocante para cami- nhos em Igreja de saída, que a Fraternitas,associaçãodepresbí- teros casados, em boa hora orga- nizouepromoveu. Alberto Osório de Castro e presente na comunidade.Aco- munidade de Jesus funda-se na fraternidade,concretiza-senoser- viço e afirma a total negação de todoopoder. Daí a emergência do enquadra- mento queS.Paulodáaosminis- térios: carismas (ou dons), servi- ços (ou ministérios), tarefas (ou funções), em que tudo converge no Amor. Por isso, ministérios sem comunidade não passam de "egostérios"!Nãosepodeconfun- dir ministérios com funções. Se- gundo Paulo (em especial em 1Cor 12 e Rm 12), acomunidade deveestarsobumaúnicainfluên- cia: a do Espírito Santo, em vez  EN CON TRO DE FORM AÇÃO
  • 6. página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim ALGUMASNOTASEREFLEXÕES: - OPe.RuiSantiago foio nos- so Mestre efalou-nos de maneira muito bela e profunda sobre o Ministério na Igreja, dons e carismas, cuja fonte é o Espírito Santo. Os Ministérios são coisas do Es- pírito,em simesmo,como oferta santa e viva-o que é bom, com- pleto e ensina. Os Profetas e Apóstolos são vo- zes orantes na comunidade que provocam a presença de Jesus. Alguém que fala deAlguém que conhece como memória sua — presença,presenteecontinuaque está ao serviço da comunidade com a palavra e com a vida. Paulo ensina-nos que a presença do Espírito é amor, carisma e ta- refa. Constatamos que o amor só éromântico,enquantonãoseama, depois, dói, sangra, é paradoxal, gera vida. Paulogerouvida.Assuasviagens não se medem em km, mas em número de pessoas com as quais criou comunidades de vida e fo- ram muitas. O seu testemunho ensina-nosqueépossívelultrapas- sar alinha do medo,as nossasin- seguranças.OSenhorvaisempre à frente. - Pegar num Ministério é pe- gar num Ministério vazio. Ele se define e nasce das necessidades identificadasevividaspelacomu- nidade em causa. O seu funcio- namento é Cristo. Deus está pre- sente e activo com o seu plano para o anúncio do Reino. Mas atenção, servir alguém que faz, nãoéfazerporEle.Deusnãopre- cisa de ser representado, nem substituído.Anós só nos resta o anúnciodasuapresençaamorosa e por isso libertadora. Ser obedi- ente e não escravo, filial e não servil"porqueoMeuPaitrabalha e Eu faço como Ele faz. Porque Ele é o maior". Não pede neces- sariamente sempre o "impri- matur". OsquatroEvangelhoscontam-nos o que celebravam juntos e até quandonãoseentendiam… Atradiçãoprecisadosquatroolha- res para dizer quem é Jesus. A Boa Novado Reino é centrada na sua Pessoa, com particular atenção aos pobres, aos pequeninoseaospagãos,semdis- tinção degéneros. É constante a testemunho das mulheres, com a sua presença, bense serviços,numa entregato- talsempedirnadaemtroca,oque por vezes contrasta com atitudes osApóstolos. Era uma comunidade em rede, "uma rede feita de NÓS". O seu ADNsegundoanarraçãojoanina funda-se até ao extremo de nada possuir. "Eu fiz assim, façam…" O Senhor era radical em relação ao Poder e ao Ter "os outros são, mas entre vós não". Jesussótinhaautoridadesobreos espíritos (diabos) nunca sobre as pessoas. Recomendavaaosdiscípuloscui- dado com os fariseus, os saduceus… e, até com certo hu- mor,enviou-osaHerodes"Idedi- zer a essa raposa manhosa",(Lc 13,31-33),"o meu plano cumpre- -se!" As crianças não tinham direitos, nemnome sóquando "forgente" símbolodonão-direito,noentan- tooSenhorpõecomocondiçãoser criança para entrar no Reino. E aindamaisradicaloamoraosini- migos. Era umMessias ultrapassado,as- sassinado que não responde às espectativas. Lucas apresenta no encontro de Emaús a história iluminadade fé no Mistério Pascal.Interpretação dasescrituras ea convicção espi- ritualdosdiscípulos—olhoseco- raçãoseabremecorremadartes- temunho. Os actos referem a necessidade desubstituirJudas,Pedrodizque é preciso rezar.Rezamtiram sor- tese…nóseoEspíritoSanto,úni- co Mestre, decidimos. Mudança radical de influência! - Os Ministérios são exercíci- os para glorificação do Pai.Aso- lidariedade não se sustenta em si mesma.OFilhotudoremetepara a glória do Pai. O serviço tem como razão louvar, agradecer e exaltar a acção de Deus através doFilho.AacçãodeDeusnaHis- tória implica sempre a relação entre o Filho e o Espírito Santo, aos quais Irineu de Leão chama sugestivamente"asduas mãosde Deus". Maria Guilhermina  EN CON TRO DE FORM AÇÃO
  • 7. mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 Os dados estão lançados. Já não se pode voltaratrás! O Padre Rui Santiagotrouxeumaboareflexão sobre os Ministérios, no último encontro dos padres casados, em Gaia. De facto somos a Igreja neste tempo. Temos de olhar para esta Igreja, para este povo de Deus que somos e encontrar respostas adequadas aos problemas pastorais de hoje. Estamos avisados! Vinho novo em odres novos… Constatamos que nos falta ousadia, coragem. E então para os problemas novos, propomos soluções velhas. Não dá! Há falta de padres, então cada pároco assume as comunidades que forem necessárias… Pois: solução velha! Verifica-se cada vez mais o despovoamento das celebrações,explora-seofolclore para repovoar as igrejas. É solução velha! E ficamos contentes, de consciência apaziguada. E continuamos com celebraçõessemvida,monótonas, com os cristãos passivos, anónimos, descomprometidos. Multiplicam-se os actores: acólitos, leitores, cantores, ministros extraordinários da comunhão,ofertantes…soluções velhas! E os bispos veem esta realidade, os padres também, mas falta- -lhes cora- gem para arriscar.Há o pessimis- mo dos pa- dres, a des- m o t i v a - ção, o seu cansaço, a sua frustra- ção. E também a sua idade! Não podemosignoraramédiadeidade dos nossos padres…Tanta gente boa… mas cansada! E nós pensamos! Choca-nos a distância entre pastores e o povo deDeus.Hádivórcio?Ouapenas costas voltadas? O Vaticano II tem cinquenta anos, mas os pa- dres, os bispos ainda não se integraram noPovo de Deus. Algumas dioceses preparam sínodos, o que nos enche de alegria. Porém escamoteiam-se os problemas. Não se tentam diagnósticos realistas para se encontrar a terapia adequada. Repudio mezinhas, soluções de sacristia.SóoPovodeDeuspode encontrar a resposta adequada paratodososproblemaspastorais que nos afectam. Dê-se voz ao PovodeDeus.DeixemosqueEle fale. Há falta de clero? Seja o Povoarespondercomosolucionar. Há falta de outros serviços? Seja o Povo — a Igreja, não a hierar- quia — a responder com os ministérios. Dá a impressão que se quer manter esta situação de- crépita e então alimentamo-la comlamúrias,lamechiceseoutras coisas no género. Este povo vive a sua vida à margem da Igreja. Continuam alguns cristãos a ir à missa, mas não vivem a missa... Que fazer?Vinho novo emodres novos… não esquecemos o passado, assumimo-lo. Eu tenho gosto na Igreja queme preparou, ordenou… mas tenho de ser fiel aoEspíritoedevoseguirosrumos novosqueesseEspíritoabre."Há caminhos não andados", que devemserpercorridos.OEspírito éinovador.Foinosprimórdiosda Igreja e é hoje. Coragem para arriscar. Joaquim Soares D e s a f i o !  EN CON TRO DE FORM AÇÃO
  • 8. Foiricoeenriquecedoraquelefim- de-semana sobre Os Ministérios, UmaAprendizagemComunitária. ReflexãoqueoPadreRuiSantiago nosproporcionou. ConscientizarqueDeus,oSenhor, estápresentenomeiodenósenos convida a colaborar com Ele no conhecimento e adesão ao seu projecto de amor para todos nós. Sim,porque,defactoEleconsen- te na nossa existência para ser- mos felizes. E isto é verdadeira- mente verdade como é verdade que nos custa acreditar… tanto é o sofrimento, a contrariedade, a desesperançaquenosinvademno dia-a-dia! Por causa de assim ser e neste ambiente nos vermos e nos mo- vermos é que o Senhor suscita servidoresdoSeu projectosalva- dor. Sim, porque Ele não desiste de nos amar e de nos ver felizes. São diversas as modalidades do serviçoaquenosconvida:unssão apóstolos,outrosprofetas,outros mestres… E todas elas conver- gem, em Jesus Cristo com Jesus Cristo e por Jesus Cristo, para o Bem e realização das suas criaturas. Nós somos ao mesmo tempo suas criaturas a salvar e seusservidores, anunciadores da salvação. ÉemComunidadequeacolhemos ediscernimosaPalavraSalvadora ecomaComunidadetestemunha- mos a Salvação que o Pai permanente e amorosamente nos oferece no Filho. O Espírito de Deus anima, vivifica, alegra e envia os seus servidores, os seus amigos. Nesta experiência de Deus em nós e no meio de nós, os jovens Teresa, Susana e Ricardo testemunharam para nós a sua prática do serviço comunitário. Nesta dinâmica outros testemunhos se seguiram. Foi, então, uma rica experiência da realidade feliz de que Deus está mesmo no meio de nós, nos ama, nos instrui e nos envia. Agradeço a todos esta partilha e à Direcção da Fraternitas a abertura para continuarem a deixar-me par- ticipar nos En- contros da Fra- ternitas. Maria de Fátima Barbosa V. N. de Gaia, 20 Outubro 2016 EN CON TRO DE FORM AÇÃO O MEU TESTEMUNHO  Se logo no início do seu pontificado o Papa afirmara que o "génio feminino" deveria estar mais presente, agora busca uma fidelidade criativa, crítica, mas segura (não fosse ele jesuíta), à Igreja. O Papa Francisco instituiu uma comissãoparaseestudaraquestão teológicasobreapossibilidadeou nãodehavermulheresordenadas no grau do diaconado. É uma comissãoconstituídapordozepes- soas,seismulhereseseishomens, todosteólogosdeváriasáreas,de renomeinternacional. Uma comissão de estudo não é um órgão deliberativo; é apenas issomesmo: umgrupo de peritos que apresentará um estudosobre aquestãodasdiaconisasnaIgreja. Masnãodeixadesersignificativo ocuidadodeFranciscoemconvi- darpessoasdosváriosquadrantes e sensibilidadesdentro da Igreja. Nãosepreocupouapenasnoequi- líbrio entre homens e mulheres, mastambémnumacertaparidade entre teólogos com pendor mais "conservador"eoutrosmais"pro- (continua na pág. 10) Diaconisas na Igreja?
  • 9. A questão sobre o futuro das vocações presbiterais pode ser extremamente dolorosa se a discussão se centrar apenas na escassez de padres, sem prestar a atenção essencial aos sinais dos tempos e à vocação fundamen- tal de todos os cristãos. Tal perspectiva é muito estreita, até prejudicial à missão da Igreja. Deste modo, insisto que devemos dirigir um novo olhar à vocação fundamental de todos os cristãos, de modo particular à luz do baptismo de Jesus por João, no Jordão. A vocação de Cristo à qual somos chamados é, acima de tudo, a vocação do Servo não- violento de Yahweh para a salvação e paz no mundo. O anúncio da feliz boa-nova da paixão, morte e Ressurreição du- rante a vida a pública de Jesus depende da sua relação e do seu chamamento pelo Pai. "Tu és o meu filho muito amado" (Mc 1,11). Jesus é chamado e consagrado para carregar os jugos da Humanidade numa solidariedade salvífica, de modo a libertar a Humanidade das lógicas destrutivas do pecado. Ele é o profeta que vai à nossa frente, guiando-nos no caminho da paz, da não-violência e da força do amor que procura transformar os inimigos em amigos. Imediatamente depois do acontecimento do Baptismo, o Evangelho de Mateus oferece- nos uma das chaves essenciais para compreender o drama da Salvação. Fá-lo desmascarando PROGNÓSTICOS PARA O FUTURO DAS VOCAÇÕES PRESBITERAIS* as maiores tentações satânicas, iluminando as falsas expectativas de um violento e poderoso Messias, e expondo os abusos da religião para obter lucro, poder e exaltação.Apesar de as tentações rodearem a Jesus de todos os lados, elas não têm absolutamente nenhum poder sobre ele. Foi em nosso benefício que Jesus desmascarou de uma vez por todas essas tentações através da sua absoluta fidelidade à sua vocação como Servo-Filho de Deus, sofredor e não-violento. Compreendê-lo é sobretudo um modo de aprofundar a nossa vocação cristã à luz da vocação de Jesus. Assim, torna-se evidente que o futuro de todas as vocações cristãs depende da nossa inteira fidelidade aos passos do Servo deYahweh neste novo contexto. Isto implica que o futuro da Igreja será marcado não apenas por vocações particulares, mas sobretudo por aqueles que conscientemente tomam uma opção pessoal por seguir a Cristo, o Servo não- -violento de Deus. A diferença entre aqueles que convicta e conscientemente vivem o exemplo do baptismo de Jesus no Jordão no espírito e no sangue e, por outro lado, aqueles "católicos de berço" que são mais ou menos seguidores passivos é muito mais relevante do que a diferença en- tre o sacerdócio ministerial e o sacerdócio universal. O que realmente caracteriza os cristãos é a profundidade da sua compreensão do que significa ser chamado em e por Cristo para servir a causa do Reino do Servo de Yahweh, e a sua firmeza em abraçar esta vocação que a todos abrange. Esta perspectiva é o fundamento básico de todas as vocações cristãs, incluindo a vida presbiteral num sentido estrito. Esta não é uma ideia completamente nova. Os meus pais, que eram cristãos por nascimento, tornaram-se, ao longo das suas vidas, cada vez mais cristãos por opção, e enquanto o viveram de modo es- pecial na sua vocação como esposos e pais, viveram-no também como comprometidos criativamente na vida da Igreja. Foram agricultores segundo o si- nal do Criador, amigos dos pobres, e em igual medida, enfrentaram enormes perigos na sua firme e corajosa resistência ao regime de Hitler. […] Um livro poderia ser escrito sobre a variedade de vocações e de caminhos pelos quais podemos viver a nossa vocação cristã para a salvação do mundo, de modo a que o novo paradigma de "cristãos por vocação" adquira carne e sangue. Não temo que tal visão possa ser em detrimento da específica vocação ministerial. Pelo contrário, acredito que pode acentuar significativamente a sua autenticidade. Bernhrd Häring, CSsR *Textoretiradode"PriesthoodImperiled:acriti- calexaminationofministryintheCatholicChurch". Ed.TriumphBooks,LiguoriMissouri1996. 
  • 10. gressistas". A génese desta comissão encon- tra-se numa reunião que assupe- riorasgeraisdosinstitutosfemini- nos tiveram com o Papa, em Ro- ma no dia 12 de Maio. Após ter sidoquestionado sobreapossibi- lidade,ouquaisosimpedimentos a que as mulheres fossem admi- tidas ao diaconado permanente, Franciscoassumiuaresponsabili- dade de constituir umacomissão que estudasse esta matéria. Quando, no regressodaviagemà Arménia, o pontífice foi ques- tionadosobreotema,revelouque já tinha falado com o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e com a presidente das superioras gerais dos institutos femininos a quem tinha pedido que lhe enviassem uma lista de possíveisperitos querealizassem tal estudo. Esta Comissão é o resultado da ponderação sobre o assunto e sobre essas listas: "Depois de intensa oração e amadurecida reflexão, Sua San- tidadedecidiuinstituiraComissão deEstudo sobreo Diaconadodas Mulheres", lê-se no comunicado da sala de imprensa da Santa Sé. Como sabemos, na Igreja Cató- lica, como na Ortodoxa, o sacra- mento da Ordem é circunscrito aos homens. Apenas nalgumas Igrejas Reformadas,odiaconado e o sacerdócio são possíveis às mulheres.Aquestãodefundotem queserpostaàluzdaTradiçãoda Igreja. No grupo de Jesus, havia doze homens, chamados apósto- los. Mas também sabemos que havia mulheres que acompa- nhavam este grupo: "Jesus ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia,proclamandoeanunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres, que tinham sidocuradasdeespíritosmalignos edeenfermidades:Maria,chama- da Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulherdeCuza,administradorde Herodes;Susana e muitasoutras, queosserviamcomosseusbens" (Lc. 8,1-3). São as mulheres que vão ao túmulo de Jesus, logo de manhã cedo, e o encontram res- suscitado — e são elas as primeirasportadorasdaBoa-Nova da ressurreição. A Tradição Antiga atesta indu- bitavelmentea existência de dia- conisas na Igreja do Oriente até aoséculoIV.OsPadres daIgreja, até João Crisóstomo, testemu- nham que, juntamente com os diáconos,asdiaconisascolabora- vamcomoBispoecomospresbí- teros:eramresponsáveispeloser- viço eporproveràs necessidades materiais dos pobres da comuni- dade.E,com os diáconos,teriam funções litúrgicas específicas. Masdesempenhavamumafunção exclusivaeessencial:competiaàs diaconisasbatizarasmulheresque se convertiam e entravam para a Igreja.Primeiro,porumaquestão depudormuitoprática:obaptismo era feito por imersão e incluía a unção do corpo. Depois, porque lhescompetiaprovavelmentetodo o acolhimento de quem se aproximava da comunidade. E, presumivelmente, este acolhi- mento compreendia a catequese e a preparação teológica exigida para o baptismo. Agrandequestão,portanto,nãoé se existiram ou não diaconisas, masseodiaconadoantigosepode equiparar ao sacramento da Ordem,comooentendemoshoje. A teologia hodierna considera o grau dos diáconos como o pri- meiro grau do sacramento da Or- dem(quetemcomosegundograu o presbiterado e como terceiro grau o episcopado). Mas não há acordo entreosteólogos sobre se o diaconado da IgrejaAntiga era sacramental ou "apenas funcio- nal". Após a abertura anglicana à OrdenaçãoSacerdotalfeminina,o Papa João Paulo II negou cate- goricamenteessapossibilidadena Carta Apostólica Ordinatio Sa- cerdotalis(1994).Nosanosnoventa, no entanto, o Cardeal Martini levantava a hipótese de se pensar naOrdenaçãoDiaconalfeminina, nãomencionadanodocumentode S.JoãoPauloII.Comefeito,além dodiaconadoemvistaàOrdenação Sacerdotal, existe o diaconado permanente,istoé,aOrdenaçãode homens,casadosounão,quenunca serãoordenadospadres.Éumapos- sibilidade abrir este tipo de Ordenação às mulheres? Ou não será possível pensar o diaconado como outro tipo de ministério na Igreja,nãonecessariamenteligado aosacramentodaOrdemSacerdo- tal? P. MiguelAlmeida, sj Diaconisas na Igreja? (continuação da pág. 8) (conclui na página seguinte)
  • 11. P. Miguel Almeida, SJ Logonoiníciodoseupontificado, o Papa afirmara que o "génio feminino" deveria estar mais presente, não só genericamente, mas nos lugaresdecisórios, onde seexercitaaautoridadedentroda Igreja. Não será certamente uma coincidência que,no passado dia 3deJunho,Franciscotenhaeleva- do a memória litúrgica de Maria Madalenaàcategoriadefesta.No decretopublicadopelaCongrega- ção para o Culto Divino e a DisciplinadosSacramentospode ler-seque,"defacto,estamulher, conhecidacomoaquelaqueamou tanto Cristo e que foi amada por Ele; e que São Gregório Magno cisco é a contínua busca de uma fidelidadecriativa,umafidelidade crítica,mas segura (não fosse ele jesuíta), à Igreja. Não por acaso, o trabalho esperado por esta comissão é precisamente um levantamentohistórico-teológico do entendimento e da prática da Igreja no que respeita a esta matéria. Embora possa parecer o contrário para quem faça uma leitura mais superficial do seu pontificado, o Papa Francisco é, não só um profundoconhecedor, como um acérrimo seguidor da Tradição da Igreja. chamou de "testemunha da misericórdia" e São Tomas de Aquino de "apóstola dos apóstolos";pode ser considerada pelos fiéis de hoje como modelo doministériodamulhernaIgreja". É nesta linha de fidelidade à história, de contínuo retorno à fonte evangélica, mas de atualização dos modos de agir e deevangelizar,queoPapainstitui a nova comissão de estudo sobre odiaconadofeminino. Apesar de baralhar alguns defensores de um certo neo- conservadorismo católico, que acusam o Papa de infidelidade à sãdoutrina,oquevemosemFran- http://observador.pt/opiniao/diaconisas-na-igreja/  In Memoriam... Nada acontece por acaso! E neste último número do Espiral do ano de 2016, sobre a dor que, certamente nos sobrecarrega e até esmaga os mais mais próximos, nomeadamente os familiares, somos agraciados pelo nascimento para a VIDA PLENA de três dos nossos associados: O Senhor da Vida chamou a Si três dos nossos melhores para que n’Ele possamos ter mais intercessores e a obra da Fraternitas que, cremos bem nisso, não é nossa mas Sua, possa melhor desempenhar o papel a que Ele nos chama. Às famílias enlutadas a solidariedade dos nosso sentimentos, bem envolvida na Fé e Esperança da Vida que apenas se transforma. 1936 - 2016 11 de Setembro JOSÉ RAMOS MENDES JOSÉ SAMPAIO FERREIRA 1929 - 2016 15 de Novembro 1932 - 2016 2 de Dezembro JACINTO DE SOUSA GIL (Associado nº 60) (Associado nº 2) (Associado nº 80) 
  • 12. Anoitepovoou-se de estrelas… Tãocintilantes, Tão belas Que os homens, Ao vê-las, Perceberam quenada Ficara como dantes. Tudomudou…Ecada Estrela do Céu, Naquelanoitepovoada De estrelas, muitas estrelas, Eumamensagem libertadora De paz e amor, Justiça e fraternidade, Porque Cristonasceu Surgiu para oHomem Uma nova aurora. Anoitepovoou-se de estrelas… Os Homens puseram-se a lê-las Edescobriram então Que, na gruta de Belém, Uma jovem mãe Cumpria aprofecia Da escritura sagrada Que dizia Que o Messias nasceria De uma mulher judia. Anoitepovoou-se de estrelas… Nasceramtemposnovos, Porque é Natal, Porque a luzdetodos ospovos Brilhou em Belém. Natal de 1985 José Ramos Mendes Ouviam-se, ao longe, sinos a tocar!... Milhõesdeluzesbrilhando perto de mim... Melodias suaves cresciam no ar, E crescendo, crescendo, cantavam assim: "É Natal! É Natal! Chegou o Menino, E traz a Esperança e oAmor também! Aténamanjedoura,pobree pequenino, Quer falar a todos, sem excluir ninguém!"... Pus-me a pensar: "Jesus! Que nos vens dizer, Assim tão frágil e tão sozinho?... Tiranos epoderosos nem te vão querer, E os pobres sóTe podemdar carinho!". Umavozouvi,voandodoInfinito: "Esse Menino, aí, gelado achorar, Mesmo que te pareça tão pequenito, É também a ti que te quer falar!". Mireio tecto húmidodaquela cabana: Caíam pedras toscas e raízes em malha!... No chão de terra não se via cama, Apenas feno murcho e um pouco de palha!... "Meninopequenino,pequeninoMenino, Fala-me e conta o que me queres dizer!...". Abriu-se então a boca daquele bambino, E só pediu coisas que eu podia fazer: "Sersua presença no mundo em confusão, Acolher todos os pobres sem tecto nem lar, Servir com amor e carinho todo o irmão, Amar aqueles que não sabem amar!...". ......................................................... Caminhei, sem rumo, pela rua enfeitada... Senti-me preso à porta de outro casebre. Ouviládentro,nasolidãocalada, Outra criança que gemia de febre!... Perguntei a mim mesmo: "Mas que é isto?... Será Jesus chorando, também aqui?!"... Entrei, de mansinho,no portalde xisto, E fiquei calado... Não conto o que vi!... — "Meu Deus! Quem será esta criança agora?!... Será o mesmo Cristo nela incarnado?!...". Não pude falar!...Talvez, naquela hora, ChorasseCristo ainda maisdesprezado!... Peguei na criança, levei-a ao coração!... Estava gelada, mas sorriu para mim... Edisse, de mansinho,levantando a mão: "Sou Cristo queviveem quem sofre assim!". ................................................................. Talvez para mim e para muitos cristãos, ONatal tenha sido tempo perdido, Só porque não vemos,na dor dos irmãos, Umoutro Natalainda desconhecido!... RuaDr.SáCarneiro,182-1ºDtº 3700-254S.JOÃODAMADEIRA e-mail:espiral.fraternitas@gmail.com boletimde fraternitasmovimento Responsável:AlbertoOsóriodeCastro Nº60-Outubro/Dezembrode2016 Manuel Paiva NATAL  