1. Nº 60 - Outubro / Dezembro de 2016
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O
Correspondênciadosleitores 2
Papa Francisco visita comunidade de padres fora
do exercíciodo ministériopresbiteral 3
Livrosnovos:Aressurreiçãodosmortos 4
EncontrodeFormação:
OsMinistérios,umaAprendizagemComunitária
Notícia 5
Algumasnotase reflexões 6
Desafio 7
Omeutestemunho 8
Diaconisas na Igreja? 8/10/11
Prognósticospªofuturodasvocaçõespresbiterais 9
InMemoriam...DiesNatalis 11
DoispoemasdeNatal 12
C
ada ano que passa não precisa ser contado
nodia31deDezembro.Hádiversasformas
deofazer.Umadelaséquandoseaproxima
o tempo de Natal.
Assim, este ano, talvez por estar um pouco mais
'ancião', fui mais sensível ao tema da iluminação
de Natal.Provavelmentefoi colocada nos mesmos
"timings"dadoanopassado,masaintuiçãoqueme
habitouprendeu-secomdoisfatores:porumlado,é
ocomércio(economia)quecontinuaaditarquando
é que devemos ir pensando no Natal; e, por outro
lado, também parece que entre a chamada rentrée
e o Natal há uma espécie de tempo vazio que é
precisopreencher.Easluzescolocadaspraticamente
no final de Outubro espelham esse desejo de
celebração em família que o Natal nos traz.
Pormuitascríticas quesepossamfazeràsociedade
queconsomeininterruptamente,oVerbo QueVeio
Habitar Entre Nós continua a ser eternamente a
razãofundamental,osuporteeosentidodetodasas
luzes artificiais, porque Ele é a luz que veio para
iluminar verdadeiramente todas as pessoas sem
exceção.
Jesus Cristo vainascernovamenteeste Natal. Para
nos dizer que tudo o que existe é bom e é para
usarmos bem, com liberdade e responsabilidade,
atitudes próprias de quemacolhe avidacomo dom
e a vive como missão.
Talvez, nesta perspetiva, as luzes sejam sinais que
apontampara oSinalquemudoudefinitivamenteo
curso da História, convidando todas as pessoas a
partilharem aAlegriado perdão eda comunhãoem
família.
Oxalá todas as iluminações de Natal, dentro e fora
dascasas possam aquecer os coraçõesque buscam
o calor, que só se encontra verdadeiramente para
além da tãobadalada"zona de conforto".Épreciso
arriscar. É preciso viver! Bom Natal!
24 de Novembro de 2016
Luís Carlos Lourenço Salgueiro
2. Muitoobrigadopelagentileza.
Com amizade,
A.Taipa
[domantoniotaipa@diocese-
porto.pt](01-08-2016)
Dr.Alberto Osório de Castro,
Os meus melhores
cumprimentos.Acusoa
recepção do seu e-mail.
Rezemosunspelosoutros,
DomCarlos F. Ximenes Belo
[ximenes.belo@salesianos.pt] (01-
08-2016)
Muitoobrigado
D.JorgeOrtiga,Arcebispo
Primaz
[jorge.ortiga@arquidiocese-
braga.pt](01-08-2016)
AmigoAlbertoOsório,boa
tarde!
Recebio nº59 do boletim
Espiralque agradeço e leio com
interesse.
Umabraço cordial, no Senhor.
+ J. Marcos
[pejoaomarcos@gmail.com] (01-08-
2016)
Caro OsóriodeCastro
Agradecendo onº59do boletim
Espiral,recebidopor
computadore em suporte de
papel,subscrevo-mecomos
melhorescumprimentos.
BispoAntónioMontes
[montes@ofm.org.pt] (08-08-2016)
Agradeçopenhoradamenteo
Espiral que acabo de receber e
ler atentamente.Aprecio a
busca séria e calma com que aí
se procura umanova
"disciplina" eclesiásticano
referente ao celibato
eclesiástico.Ainvestigaçãofeita
por"Fraternitas"põe-nos todosa
reflectir, pelo menos isso,sobre
o querer ou o desejar ou o
preferir de Cristo para sua
Igreja.Entretanto,naobediência
é que está a virtude.
Alta consideração de
+AbílioRibas
[d.ribas@espiritanos.pt] (08-08-2016)
CaríssimosIrmãosPresbíteros,
Soube recentementeque o Santo
Padrecriou uma Comissão
Teológica para rever a questão
da admissão de mulheres ao
MinistérioOrdenado,esta
situação já se antevia com a
elevação do dia de Santa Maria
de Magdala à categoria de Festa
Litúrgica.Creio que estamos
ante ventos demudançano seio
da Igreja e, considero que foi
dado um passo de gigantenotão
ansiado"aggiornamento"da
Igreja,tãopropugnadopelo
ConcílioVaticanoII. Porém há
algo que me deixa triste... É o
facto de mais uma vez, a
questãodo fim da imposição do
celibato ter sido relegada para
últimoplano...Pareceque
aqueles que tanto deram a sua
vida pela Igreja não são Igreja,
mas sim uma "realidade
incómoda"nummodelode
Igreja onde eles não cabem.
Sinceramente isto entristeceu-
-me. Mais uma vez, tal como há
cinquenta anos atrás, esperava-
-se que esta norma disciplinar
mudasse e a Igreja, ao invés
disso, começou aordenar
homens casados de Diáconos...
Enquanto aIgreja nãoolharpara
esta realidade com a
transparência,seriedade e
verdade que ela merece,
continuará a vermuitos dosseus
"melhores homens" a, com
tristeza, deixaro Ministério que
tanto amam.Eporquê? Porque
cometeram "o pecado" de amar.
Não podemospois, permanecer
silenciosos. Creio que este é o
"tempo favorável" aque
também esses homens tenham a
voz que merecem.Aomissão é
também pecado. Por isso, creio
que é dever nosso agir no
sentido de propor ao SantoPadre
queirmãos nossosnão
continuem a sofrer a humilhação
de serem considerados"cristãos
de segunda", já que eles são e
serão sacerdotes para sempre.
Saudações fraternas,
PadreMiguelÂngeloPereira
[s.miguelangelo.p@hotmail.com]
(05-08-2016)
3. O Papa Francisco realizou hoje,
11 de Novembro, a última Sexta-
-feira da Misericórdia do Ano
Santo—queseráconcluídonodia
20 de Novembro —, e nesta
ocasião encontrou-se com 7
famílias, todas formadas por
jovens que deixaram o exercício
do sacerdócio no decorrer dos
últimos anos.
"Hoje à tarde, às 15h30, o Papa
Francisco deixou a Casa Santa
Marta para se dirigir à Ponte di
Nona, bairro na periferia extrema
do leste de Roma. Em um
apartamento, o Papa se encontrou
com 7 famílias, todas formadas
por jovens quedeixaram,no curso
destes últimos anos, o sacerdó-
cio", informou a Santa Sé.
Indicou que entre os sete jovens,
quatro são da diocese de Roma,
um de Madrid, outro da América
Latina e outro da Sicília.
O Vaticano explicou que o Santo
Padre quis oferecer "um sinal de
proximidade e de afeto por estes
jovens que realizaram uma
escolha muitasvezes não compar-
tilhada por seusirmãos sacerdotes
e familiares".
"Depois de diversos anos dedica-
dos ao ministério sacerdotal
realizado nas paróquias, factores
comoa solidão, a incompreensão,
o cansaço pelo grande compro-
misso de responsabilidade pasto-
ral, colocaram em crise a escolha
inicial pelo sacerdócio".
"Portanto, seguiram-se meses e
anos de incerteza e dúvidas, que
os levaram a reconsiderar a
escolha pelo sacerdócio. Assim,
deixaram o presbiterado para
formar uma família", indicou.
Segundoocomunicado, aentrada
no Papa no apartamento foi
marcada por grande entusiasmo:
"As crianças cercaram o Pontí-
fice para o abraçar, enquanto os
pais não conseguiram conter a
emoção.Todos ospresentes apre-
ciaram enormemente a visita do
Santo Padre, sentiram a proximi-
dade e o afecto da sua presença
e não um juízo à sua decisão" de
deixar o exercício do sacerdócio.
O Papa ouviu com atenção as
famílias, suas inquietações e as
considerações sobre o proce-
dimentojurídicodecada caso."A
sua palavra paternal — assinala
a Sala de Imprensa da Santa Sé
— proporcionou a todos a
segurança da sua amizade e de
seu interesse por cada caso".
Desde janeiro de 2016, o Papa
Francisco realiza as Sextas-feiras
da Misericórdia. Durante este
tempo, visitou uma casa de
repouso para idosos e doentes em
estado vegetativo, uma comuni-
dade de dependentes químicos
em Castel Gandolfo e um centro
de acolhida para refugiados
chamado Cara, em Castelnuovo
diPorto.
Do mesmo modo, visitou os
refugiadosnailhagregadeLesbos,
a comunidade 'Il Chicco',
localizado no subúrbio de Roma
(Itália), um lar que atende pessoas
com deficiência mental.
Recentemente, visitou duas
comunidadesdesacerdotes jovens
e outra de sacerdotes idosos.
A Sexta-feira da Misericórdia do
dia29dejulho,durantesuaviagem
à Polónia, para a celebração da
JornadaMundial da Juventude em
Cracóvia, teve um significado es-
pecial. Naquela ocasião, fez uma
oração silenciosa no campo de
concentração de Auschwitz-
Birkenau e depois visitou as
crianças doentes do hospital
pediátrico de Cracóvia.
No mês de outubro, visitou a Vila
Infantil SOS situada no bairro
romano de Boccea. Francisco
conversou com os meninos e
meninas residentes no centro de
acolhida, onde vivem órfãos e
menores de idade com dificul-
dades pessoais, familiares ou
sociais.
Papa Francisco visita jovens
que deixaram o exerCício do ministério PRESBITERAL
*
*in:http://www.acidigital.com/noticias/ultima-
sexta-feira-da-misericordia-papa-francisco-
visita-jovens-que-deixaram-sacerdocio-22792/
4. OInstitutoAçorianode Culturaapresentouao
públicono dia1 de Novembro,pelas18h00,na
galeria da sua sede o livro Aressurreição dos
mortos, da autoria deA. Cunha de Oliveira.A
apresentação esteve a cargo de Nuno Ornelas
Martins,doutoradoemEconomiapela
Universidade de Cambridge, elicenciado em
EconomiapelaUniversidadeCatólica
Portuguesa(Porto),com agregação em
Históriado PensamentoEconómicotambém
na mesma Universidade Católica Portuguesa,
onde actualmente leciona as disciplinas de
Históriado PensamentoEconómico e de
Filosofia Social e Ética, bem como na área da
EconomiaSocialedoDesenvolvimento
Sustentável.
Nas palavras do autor, “Amorte é certa. E
depois?Aresposta (se é quehá resposta para
esteenigma)encontramo-laderramadaum
poucopelosdomíniosdaAntropologia,da
Etnografia,daFilosofiae,sobretudo,da
Religião.Desde sempre— di-no-lo a
AntropologiaeaEtnografia—oHomem
cuidou dos seus mortos:umas vezes como se
continuassemcarentesdealimento,de
vestuário e até, dearmas.Outras,
simplesmenteporque sim.A Filosofia trouxe-
-nosumpouco maisdeluz,nomeadamente
Platão,comoseuFedon.Partindoda
dicotomiagregadecorpoealma,tentaprovar
que a alma é imortal: preexiste e subsiste.A
Religião, por sua vez, tem que se lhe chega.
Emreligiões superiores como o Hinduísmo eo
Budismo,ou há ressurreição semfim ou o eu
não existe. Nas religiõesmonoteístas,como o
Judaísmo,o Cristianismo e oIslamismo, há a
ressurreição.AIgreja Católica elevou à
categoriade dogmadefé tantoa ressurreição
do SenhorJesus como a de cada umde nós.
Mas, que é isso de Ressurreição? Como
entendê-la equandoseverifica?”
Com um total de 159 páginas, esta obra teve uma
tiragem de 1.000 exemplares, com o preço de venda
aopúblicode12,00€.
Está, uma vez mais de parabéns o nosso querido
Associado,A.Cunha de Oliveira, sacerdote católico
dispensadodoministério ecasado,licenciado em
Teologia Dogmática e em Ciências Bíblicas. Profes-
sor no Seminário EpiscopaldeAngra do Heroísmo,
Cónego da Sé deAngra, assistentediocesano de
vários movimentos,organismose associações de
apostolado e, nasociedadecivil,directordo diário A
União,cofundadordoInstitutoAçorianodeCultura,
de cujas Semanas de Estudo dosAçores foi secretário
permanente, e daRevista “Atlântida”.Vastíssimo
currículo que aqui não cabe explanar, mas, e
sobretudo,umHomemapaixonadopeloSenhorJesus
e a sua mensagem de libertação para todos, em
especialpara os mais marginalizados e abandonados.
E a sua verbe literária felizmente continua a
presentear-nos com pérolas com esta, a acrescentar à
sua vasta obra de estudo e divulgação bíblica. Bem-
-hajas,Artur Oliveira!
5. Tevelugar,entre14e16deOutu-
bro, no Seminário deCristo-Rei,
em Vila Nova de Gaia, um En-
contro de Formação que congre-
gouquase 40pessoas.
O padre Rui Santiago, missioná-
rioredentorista,empenhou-seem
levar àdescoberta do radicalsen-
tidodosministérios:JesuseaCo-
munidade.
CentradonaacçãodeJesus(afor-
mação da comunidade do Reino
deDeus),ebaseadonaFéquenos
garante a permanente dinâmica
de Deus que actua no mundo,
hoje e sempre, desaguamos na
realidadefundamentaldosercris-
tão:adesãoàpessoadeJesusvivo
cristã é evangelizadora, ou não é
comunidade.
E tivemos a alegria da presença
de três leigos missionários que
partilharam, com verdade e sim-
plicidade, a sua experiência de
vivência comunitária eevangeli-
zadora: a relação pessoal, a aten-
ção aos outros, a prática da ora-
ção e da partilha, a vida segundo
Jesus e o evangelho.
Foi uma jornada muito enrique-
cedora e convocante para cami-
nhos em Igreja de saída, que a
Fraternitas,associaçãodepresbí-
teros casados, em boa hora orga-
nizouepromoveu.
Alberto Osório de Castro
e presente na comunidade.Aco-
munidade de Jesus funda-se na
fraternidade,concretiza-senoser-
viço e afirma a total negação de
todoopoder.
Daí a emergência do enquadra-
mento queS.Paulodáaosminis-
térios: carismas (ou dons), servi-
ços (ou ministérios), tarefas (ou
funções), em que tudo converge
no Amor. Por isso, ministérios
sem comunidade não passam de
"egostérios"!Nãosepodeconfun-
dir ministérios com funções. Se-
gundo Paulo (em especial em
1Cor 12 e Rm 12), acomunidade
deveestarsobumaúnicainfluên-
cia: a do Espírito Santo, em vez
EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
6. página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim
ALGUMASNOTASEREFLEXÕES:
- OPe.RuiSantiago foio nos-
so Mestre efalou-nos de maneira
muito bela e profunda sobre o
Ministério na Igreja, dons e
carismas, cuja fonte é o Espírito
Santo.
Os Ministérios são coisas do Es-
pírito,em simesmo,como oferta
santa e viva-o que é bom, com-
pleto e ensina.
Os Profetas e Apóstolos são vo-
zes orantes na comunidade que
provocam a presença de Jesus.
Alguém que fala deAlguém que
conhece como memória sua —
presença,presenteecontinuaque
está ao serviço da comunidade
com a palavra e com a vida.
Paulo ensina-nos que a presença
do Espírito é amor, carisma e ta-
refa. Constatamos que o amor só
éromântico,enquantonãoseama,
depois, dói, sangra, é paradoxal,
gera vida.
Paulogerouvida.Assuasviagens
não se medem em km, mas em
número de pessoas com as quais
criou comunidades de vida e fo-
ram muitas. O seu testemunho
ensina-nosqueépossívelultrapas-
sar alinha do medo,as nossasin-
seguranças.OSenhorvaisempre
à frente.
- Pegar num Ministério é pe-
gar num Ministério vazio. Ele se
define e nasce das necessidades
identificadasevividaspelacomu-
nidade em causa. O seu funcio-
namento é Cristo. Deus está pre-
sente e activo com o seu plano
para o anúncio do Reino. Mas
atenção, servir alguém que faz,
nãoéfazerporEle.Deusnãopre-
cisa de ser representado, nem
substituído.Anós só nos resta o
anúnciodasuapresençaamorosa
e por isso libertadora. Ser obedi-
ente e não escravo, filial e não
servil"porqueoMeuPaitrabalha
e Eu faço como Ele faz. Porque
Ele é o maior". Não pede neces-
sariamente sempre o "impri-
matur".
OsquatroEvangelhoscontam-nos
o que celebravam juntos e até
quandonãoseentendiam…
Atradiçãoprecisadosquatroolha-
res para dizer quem é Jesus.
A Boa Novado Reino é centrada
na sua Pessoa, com particular
atenção aos pobres, aos
pequeninoseaospagãos,semdis-
tinção degéneros.
É constante a testemunho das
mulheres, com a sua presença,
bense serviços,numa entregato-
talsempedirnadaemtroca,oque
por vezes contrasta com atitudes
osApóstolos.
Era uma comunidade em rede,
"uma rede feita de NÓS". O seu
ADNsegundoanarraçãojoanina
funda-se até ao extremo de nada
possuir. "Eu fiz assim, façam…"
O Senhor era radical em relação
ao Poder e ao Ter "os outros são,
mas entre vós não".
Jesussótinhaautoridadesobreos
espíritos (diabos) nunca sobre as
pessoas.
Recomendavaaosdiscípuloscui-
dado com os fariseus, os
saduceus… e, até com certo hu-
mor,enviou-osaHerodes"Idedi-
zer a essa raposa manhosa",(Lc
13,31-33),"o meu plano cumpre-
-se!"
As crianças não tinham direitos,
nemnome sóquando "forgente"
símbolodonão-direito,noentan-
tooSenhorpõecomocondiçãoser
criança para entrar no Reino. E
aindamaisradicaloamoraosini-
migos.
Era umMessias ultrapassado,as-
sassinado que não responde às
espectativas.
Lucas apresenta no encontro de
Emaús a história iluminadade fé
no Mistério Pascal.Interpretação
dasescrituras ea convicção espi-
ritualdosdiscípulos—olhoseco-
raçãoseabremecorremadartes-
temunho.
Os actos referem a necessidade
desubstituirJudas,Pedrodizque
é preciso rezar.Rezamtiram sor-
tese…nóseoEspíritoSanto,úni-
co Mestre, decidimos. Mudança
radical de influência!
- Os Ministérios são exercíci-
os para glorificação do Pai.Aso-
lidariedade não se sustenta em si
mesma.OFilhotudoremetepara
a glória do Pai. O serviço tem
como razão louvar, agradecer e
exaltar a acção de Deus através
doFilho.AacçãodeDeusnaHis-
tória implica sempre a relação
entre o Filho e o Espírito Santo,
aos quais Irineu de Leão chama
sugestivamente"asduas mãosde
Deus".
Maria Guilhermina
EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
7. mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05
Os dados estão lançados. Já não
se pode voltaratrás! O Padre Rui
Santiagotrouxeumaboareflexão
sobre os Ministérios, no último
encontro dos padres casados, em
Gaia.
De facto somos a Igreja neste
tempo. Temos de olhar para esta
Igreja, para este povo de Deus
que somos e encontrar respostas
adequadas aos problemas
pastorais de hoje. Estamos
avisados! Vinho novo em odres
novos… Constatamos que nos
falta ousadia, coragem. E então
para os problemas novos,
propomos soluções velhas. Não
dá!
Há falta de padres, então cada
pároco assume as comunidades
que forem necessárias… Pois:
solução velha! Verifica-se cada
vez mais o despovoamento das
celebrações,explora-seofolclore
para repovoar as igrejas. É
solução velha! E ficamos
contentes, de consciência
apaziguada. E continuamos com
celebraçõessemvida,monótonas,
com os cristãos passivos,
anónimos, descomprometidos.
Multiplicam-se os actores:
acólitos, leitores, cantores,
ministros extraordinários da
comunhão,ofertantes…soluções
velhas!
E os bispos veem esta realidade,
os padres
também,
mas falta-
-lhes cora-
gem para
arriscar.Há
o pessimis-
mo dos pa-
dres, a des-
m o t i v a -
ção, o seu
cansaço, a
sua frustra-
ção. E também a sua idade! Não
podemosignoraramédiadeidade
dos nossos padres…Tanta gente
boa… mas cansada!
E nós pensamos! Choca-nos a
distância entre pastores e o povo
deDeus.Hádivórcio?Ouapenas
costas voltadas? O Vaticano II
tem cinquenta anos, mas os pa-
dres, os bispos ainda não se
integraram noPovo de Deus.
Algumas dioceses preparam
sínodos, o que nos enche de
alegria. Porém escamoteiam-se
os problemas. Não se tentam
diagnósticos realistas para se
encontrar a terapia adequada.
Repudio mezinhas, soluções de
sacristia.SóoPovodeDeuspode
encontrar a resposta adequada
paratodososproblemaspastorais
que nos afectam. Dê-se voz ao
PovodeDeus.DeixemosqueEle
fale. Há falta de clero? Seja o
Povoarespondercomosolucionar.
Há falta de outros serviços? Seja
o Povo — a Igreja, não a hierar-
quia — a responder com os
ministérios. Dá a impressão que
se quer manter esta situação de-
crépita e então alimentamo-la
comlamúrias,lamechiceseoutras
coisas no género. Este povo vive
a sua vida à margem da Igreja.
Continuam alguns cristãos a ir à
missa, mas não vivem a missa...
Que fazer?Vinho novo emodres
novos… não esquecemos o
passado, assumimo-lo. Eu tenho
gosto na Igreja queme preparou,
ordenou… mas tenho de ser fiel
aoEspíritoedevoseguirosrumos
novosqueesseEspíritoabre."Há
caminhos não andados", que
devemserpercorridos.OEspírito
éinovador.Foinosprimórdiosda
Igreja e é hoje. Coragem para
arriscar.
Joaquim Soares
D e s a f i o !
EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
8. Foiricoeenriquecedoraquelefim-
de-semana sobre Os Ministérios,
UmaAprendizagemComunitária.
ReflexãoqueoPadreRuiSantiago
nosproporcionou.
ConscientizarqueDeus,oSenhor,
estápresentenomeiodenósenos
convida a colaborar com Ele no
conhecimento e adesão ao seu
projecto de amor para todos nós.
Sim,porque,defactoEleconsen-
te na nossa existência para ser-
mos felizes. E isto é verdadeira-
mente verdade como é verdade
que nos custa acreditar… tanto é
o sofrimento, a contrariedade, a
desesperançaquenosinvademno
dia-a-dia!
Por causa de assim ser e neste
ambiente nos vermos e nos mo-
vermos é que o Senhor suscita
servidoresdoSeu projectosalva-
dor. Sim, porque Ele não desiste
de nos amar e de nos ver felizes.
São diversas as modalidades do
serviçoaquenosconvida:unssão
apóstolos,outrosprofetas,outros
mestres… E todas elas conver-
gem, em Jesus Cristo com Jesus
Cristo e por Jesus Cristo, para o
Bem e realização das suas
criaturas. Nós somos ao mesmo
tempo suas criaturas a salvar e
seusservidores, anunciadores da
salvação.
ÉemComunidadequeacolhemos
ediscernimosaPalavraSalvadora
ecomaComunidadetestemunha-
mos a Salvação que o Pai
permanente e amorosamente nos
oferece no Filho. O Espírito de
Deus anima, vivifica, alegra e
envia os seus servidores, os seus
amigos.
Nesta experiência de Deus em
nós e no meio de nós, os jovens
Teresa, Susana e Ricardo
testemunharam para nós a sua
prática do serviço comunitário.
Nesta dinâmica outros
testemunhos se seguiram. Foi,
então, uma rica experiência da
realidade feliz de que Deus
está mesmo no meio de nós,
nos ama, nos instrui e nos
envia.
Agradeço a todos esta partilha
e à Direcção da Fraternitas a
abertura para
continuarem a
deixar-me par-
ticipar nos En-
contros da Fra-
ternitas.
Maria de
Fátima
Barbosa
V. N. de Gaia, 20
Outubro 2016
EN
CON
TRO
DE
FORM
AÇÃO
O MEU TESTEMUNHO
Se logo no início do seu
pontificado o Papa afirmara que
o "génio feminino" deveria estar
mais presente, agora busca uma
fidelidade criativa, crítica, mas
segura (não fosse ele jesuíta), à
Igreja.
O Papa Francisco instituiu uma
comissãoparaseestudaraquestão
teológicasobreapossibilidadeou
nãodehavermulheresordenadas
no grau do diaconado. É uma
comissãoconstituídapordozepes-
soas,seismulhereseseishomens,
todosteólogosdeváriasáreas,de
renomeinternacional.
Uma comissão de estudo não é
um órgão deliberativo; é apenas
issomesmo: umgrupo de peritos
que apresentará um estudosobre
aquestãodasdiaconisasnaIgreja.
Masnãodeixadesersignificativo
ocuidadodeFranciscoemconvi-
darpessoasdosváriosquadrantes
e sensibilidadesdentro da Igreja.
Nãosepreocupouapenasnoequi-
líbrio entre homens e mulheres,
mastambémnumacertaparidade
entre teólogos com pendor mais
"conservador"eoutrosmais"pro-
(continua na pág. 10)
Diaconisas
na Igreja?
9. A questão sobre o futuro das
vocações presbiterais pode ser
extremamente dolorosa se a
discussão se centrar apenas na
escassez de padres, sem prestar
a atenção essencial aos sinais dos
tempos e à vocação fundamen-
tal de todos os cristãos. Tal
perspectiva é muito estreita, até
prejudicial à missão da Igreja.
Deste modo, insisto que devemos
dirigir um novo olhar à vocação
fundamental de todos os cristãos,
de modo particular à luz do
baptismo de Jesus por João, no
Jordão. A vocação de Cristo à
qual somos chamados é, acima
de tudo, a vocação do Servo não-
violento de Yahweh para a
salvação e paz no mundo. O
anúncio da feliz boa-nova da
paixão, morte e Ressurreição du-
rante a vida a pública de Jesus
depende da sua relação e do seu
chamamento pelo Pai. "Tu és o
meu filho muito amado" (Mc
1,11). Jesus é chamado e
consagrado para carregar os
jugos da Humanidade numa
solidariedade salvífica, de modo
a libertar a Humanidade das
lógicas destrutivas do pecado.
Ele é o profeta que vai à nossa
frente, guiando-nos no caminho
da paz, da não-violência e da
força do amor que procura
transformar os inimigos em
amigos. Imediatamente depois
do acontecimento do Baptismo,
o Evangelho de Mateus oferece-
nos uma das chaves essenciais
para compreender o drama da
Salvação. Fá-lo desmascarando
PROGNÓSTICOS PARA O FUTURO DAS
VOCAÇÕES PRESBITERAIS*
as maiores tentações satânicas,
iluminando as falsas expectativas
de um violento e poderoso
Messias, e expondo os abusos da
religião para obter lucro, poder e
exaltação.Apesar de as tentações
rodearem a Jesus de todos os
lados, elas não têm
absolutamente nenhum poder
sobre ele. Foi em nosso benefício
que Jesus desmascarou de uma
vez por todas essas tentações
através da sua absoluta fidelidade
à sua vocação como Servo-Filho
de Deus, sofredor e não-violento.
Compreendê-lo é sobretudo um
modo de aprofundar a nossa
vocação cristã à luz da vocação
de Jesus. Assim, torna-se
evidente que o futuro de todas as
vocações cristãs depende da
nossa inteira fidelidade aos
passos do Servo deYahweh neste
novo contexto. Isto implica que
o futuro da Igreja será marcado
não apenas por vocações
particulares, mas sobretudo por
aqueles que conscientemente
tomam uma opção pessoal por
seguir a Cristo, o Servo não-
-violento de Deus. A diferença
entre aqueles que convicta e
conscientemente vivem o
exemplo do baptismo de Jesus no
Jordão no espírito e no sangue e,
por outro lado, aqueles "católicos
de berço" que são mais ou menos
seguidores passivos é muito mais
relevante do que a diferença en-
tre o sacerdócio ministerial e o
sacerdócio universal. O que
realmente caracteriza os cristãos
é a profundidade da sua
compreensão do que significa ser
chamado em e por Cristo para
servir a causa do Reino do Servo
de Yahweh, e a sua firmeza em
abraçar esta vocação que a todos
abrange. Esta perspectiva é o
fundamento básico de todas as
vocações cristãs, incluindo a vida
presbiteral num sentido estrito.
Esta não é uma ideia
completamente nova. Os meus
pais, que eram cristãos por
nascimento, tornaram-se, ao
longo das suas vidas, cada vez
mais cristãos por opção, e
enquanto o viveram de modo es-
pecial na sua vocação como
esposos e pais, viveram-no
também como comprometidos
criativamente na vida da Igreja.
Foram agricultores segundo o si-
nal do Criador, amigos dos
pobres, e em igual medida,
enfrentaram enormes perigos na
sua firme e corajosa resistência
ao regime de Hitler. […]
Um livro poderia ser escrito
sobre a variedade de vocações e
de caminhos pelos quais
podemos viver a nossa vocação
cristã para a salvação do mundo,
de modo a que o novo paradigma
de "cristãos por vocação" adquira
carne e sangue. Não temo que tal
visão possa ser em detrimento da
específica vocação ministerial.
Pelo contrário, acredito que pode
acentuar significativamente a sua
autenticidade.
Bernhrd Häring, CSsR
*Textoretiradode"PriesthoodImperiled:acriti-
calexaminationofministryintheCatholicChurch".
Ed.TriumphBooks,LiguoriMissouri1996.
10. gressistas".
A génese desta comissão encon-
tra-se numa reunião que assupe-
riorasgeraisdosinstitutosfemini-
nos tiveram com o Papa, em Ro-
ma no dia 12 de Maio. Após ter
sidoquestionado sobreapossibi-
lidade,ouquaisosimpedimentos
a que as mulheres fossem admi-
tidas ao diaconado permanente,
Franciscoassumiuaresponsabili-
dade de constituir umacomissão
que estudasse esta matéria.
Quando, no regressodaviagemà
Arménia, o pontífice foi ques-
tionadosobreotema,revelouque
já tinha falado com o prefeito da
Congregação para a Doutrina da
Fé e com a presidente das
superioras gerais dos institutos
femininos a quem tinha pedido
que lhe enviassem uma lista de
possíveisperitos querealizassem
tal estudo. Esta Comissão é o
resultado da ponderação sobre o
assunto e sobre essas listas:
"Depois de intensa oração e
amadurecida reflexão, Sua San-
tidadedecidiuinstituiraComissão
deEstudo sobreo Diaconadodas
Mulheres", lê-se no comunicado
da sala de imprensa da Santa Sé.
Como sabemos, na Igreja Cató-
lica, como na Ortodoxa, o sacra-
mento da Ordem é circunscrito
aos homens. Apenas nalgumas
Igrejas Reformadas,odiaconado
e o sacerdócio são possíveis às
mulheres.Aquestãodefundotem
queserpostaàluzdaTradiçãoda
Igreja. No grupo de Jesus, havia
doze homens, chamados apósto-
los. Mas também sabemos que
havia mulheres que acompa-
nhavam este grupo: "Jesus ia de
cidade em cidade, de aldeia em
aldeia,proclamandoeanunciando
a Boa-Nova do Reino de Deus.
Acompanhavam-no os Doze e
algumas mulheres, que tinham
sidocuradasdeespíritosmalignos
edeenfermidades:Maria,chama-
da Madalena, da qual tinham
saído sete demónios; Joana,
mulherdeCuza,administradorde
Herodes;Susana e muitasoutras,
queosserviamcomosseusbens"
(Lc. 8,1-3). São as mulheres que
vão ao túmulo de Jesus, logo de
manhã cedo, e o encontram res-
suscitado — e são elas as
primeirasportadorasdaBoa-Nova
da ressurreição.
A Tradição Antiga atesta indu-
bitavelmentea existência de dia-
conisas na Igreja do Oriente até
aoséculoIV.OsPadres daIgreja,
até João Crisóstomo, testemu-
nham que, juntamente com os
diáconos,asdiaconisascolabora-
vamcomoBispoecomospresbí-
teros:eramresponsáveispeloser-
viço eporproveràs necessidades
materiais dos pobres da comuni-
dade.E,com os diáconos,teriam
funções litúrgicas específicas.
Masdesempenhavamumafunção
exclusivaeessencial:competiaàs
diaconisasbatizarasmulheresque
se convertiam e entravam para a
Igreja.Primeiro,porumaquestão
depudormuitoprática:obaptismo
era feito por imersão e incluía a
unção do corpo. Depois, porque
lhescompetiaprovavelmentetodo
o acolhimento de quem se
aproximava da comunidade. E,
presumivelmente, este acolhi-
mento compreendia a catequese
e a preparação teológica exigida
para o baptismo.
Agrandequestão,portanto,nãoé
se existiram ou não diaconisas,
masseodiaconadoantigosepode
equiparar ao sacramento da
Ordem,comooentendemoshoje.
A teologia hodierna considera o
grau dos diáconos como o pri-
meiro grau do sacramento da Or-
dem(quetemcomosegundograu
o presbiterado e como terceiro
grau o episcopado). Mas não há
acordo entreosteólogos sobre se
o diaconado da IgrejaAntiga era
sacramental ou "apenas funcio-
nal".
Após a abertura anglicana à
OrdenaçãoSacerdotalfeminina,o
Papa João Paulo II negou cate-
goricamenteessapossibilidadena
Carta Apostólica Ordinatio Sa-
cerdotalis(1994).Nosanosnoventa,
no entanto, o Cardeal Martini
levantava a hipótese de se pensar
naOrdenaçãoDiaconalfeminina,
nãomencionadanodocumentode
S.JoãoPauloII.Comefeito,além
dodiaconadoemvistaàOrdenação
Sacerdotal, existe o diaconado
permanente,istoé,aOrdenaçãode
homens,casadosounão,quenunca
serãoordenadospadres.Éumapos-
sibilidade abrir este tipo de
Ordenação às mulheres? Ou não
será possível pensar o diaconado
como outro tipo de ministério na
Igreja,nãonecessariamenteligado
aosacramentodaOrdemSacerdo-
tal?
P. MiguelAlmeida, sj
Diaconisas na Igreja?
(continuação da pág. 8)
(conclui na página seguinte)
11. P. Miguel Almeida, SJ
Logonoiníciodoseupontificado,
o Papa afirmara que o "génio
feminino" deveria estar mais
presente, não só genericamente,
mas nos lugaresdecisórios, onde
seexercitaaautoridadedentroda
Igreja. Não será certamente uma
coincidência que,no passado dia
3deJunho,Franciscotenhaeleva-
do a memória litúrgica de Maria
Madalenaàcategoriadefesta.No
decretopublicadopelaCongrega-
ção para o Culto Divino e a
DisciplinadosSacramentospode
ler-seque,"defacto,estamulher,
conhecidacomoaquelaqueamou
tanto Cristo e que foi amada por
Ele; e que São Gregório Magno
cisco é a contínua busca de uma
fidelidadecriativa,umafidelidade
crítica,mas segura (não fosse ele
jesuíta), à Igreja. Não por acaso,
o trabalho esperado por esta
comissão é precisamente um
levantamentohistórico-teológico
do entendimento e da prática da
Igreja no que respeita a esta
matéria. Embora possa parecer o
contrário para quem faça uma
leitura mais superficial do seu
pontificado, o Papa Francisco é,
não só um profundoconhecedor,
como um acérrimo seguidor da
Tradição da Igreja.
chamou de "testemunha da
misericórdia" e São Tomas de
Aquino de "apóstola dos
apóstolos";pode ser considerada
pelos fiéis de hoje como modelo
doministériodamulhernaIgreja".
É nesta linha de fidelidade à
história, de contínuo retorno à
fonte evangélica, mas de
atualização dos modos de agir e
deevangelizar,queoPapainstitui
a nova comissão de estudo sobre
odiaconadofeminino.
Apesar de baralhar alguns
defensores de um certo neo-
conservadorismo católico, que
acusam o Papa de infidelidade à
sãdoutrina,oquevemosemFran- http://observador.pt/opiniao/diaconisas-na-igreja/
In Memoriam...
Nada acontece por acaso! E neste último número do Espiral do ano de 2016, sobre a dor que, certamente
nos sobrecarrega e até esmaga os mais mais próximos, nomeadamente os familiares, somos agraciados
pelo nascimento para a VIDA PLENA de três dos nossos associados: O Senhor da Vida chamou a Si três
dos nossos melhores para que n’Ele possamos ter mais intercessores e a obra da Fraternitas que,
cremos bem nisso, não é nossa mas Sua, possa melhor desempenhar o papel a que Ele nos chama.
Às famílias enlutadas a solidariedade dos nosso sentimentos, bem envolvida na Fé e Esperança da Vida
que apenas se transforma.
1936 - 2016
11 de Setembro
JOSÉ RAMOS MENDES JOSÉ SAMPAIO FERREIRA
1929 - 2016
15 de Novembro
1932 - 2016
2 de Dezembro
JACINTO DE SOUSA GIL
(Associado nº 60) (Associado nº 2) (Associado nº 80)
12. Anoitepovoou-se de estrelas…
Tãocintilantes,
Tão belas
Que os homens,
Ao vê-las,
Perceberam quenada
Ficara como dantes.
Tudomudou…Ecada
Estrela do Céu,
Naquelanoitepovoada
De estrelas, muitas estrelas,
Eumamensagem libertadora
De paz e amor,
Justiça e fraternidade,
Porque
Cristonasceu
Surgiu para oHomem
Uma nova aurora.
Anoitepovoou-se de estrelas…
Os Homens puseram-se a lê-las
Edescobriram então
Que, na gruta de Belém,
Uma jovem mãe
Cumpria aprofecia
Da escritura sagrada
Que dizia
Que o Messias nasceria
De uma mulher judia.
Anoitepovoou-se de estrelas…
Nasceramtemposnovos,
Porque é Natal,
Porque a luzdetodos ospovos
Brilhou em Belém.
Natal de 1985
José Ramos Mendes
Ouviam-se, ao longe, sinos a tocar!...
Milhõesdeluzesbrilhando perto de mim...
Melodias suaves cresciam no ar,
E crescendo, crescendo, cantavam assim:
"É Natal! É Natal! Chegou o Menino,
E traz a Esperança e oAmor também!
Aténamanjedoura,pobree pequenino,
Quer falar a todos, sem excluir ninguém!"...
Pus-me a pensar: "Jesus! Que nos vens dizer,
Assim tão frágil e tão sozinho?...
Tiranos epoderosos nem te vão querer,
E os pobres sóTe podemdar carinho!".
Umavozouvi,voandodoInfinito:
"Esse Menino, aí, gelado achorar,
Mesmo que te pareça tão pequenito,
É também a ti que te quer falar!".
Mireio tecto húmidodaquela cabana:
Caíam pedras toscas e raízes em malha!...
No chão de terra não se via cama,
Apenas feno murcho e um pouco de palha!...
"Meninopequenino,pequeninoMenino,
Fala-me e conta o que me queres dizer!...".
Abriu-se então a boca daquele bambino,
E só pediu coisas que eu podia fazer:
"Sersua presença no mundo em confusão,
Acolher todos os pobres sem tecto nem lar,
Servir com amor e carinho todo o irmão,
Amar aqueles que não sabem amar!...".
.........................................................
Caminhei, sem rumo, pela rua enfeitada...
Senti-me preso à porta de outro casebre.
Ouviládentro,nasolidãocalada,
Outra criança que gemia de febre!...
Perguntei a mim mesmo: "Mas que é isto?...
Será Jesus chorando, também aqui?!"...
Entrei, de mansinho,no portalde xisto,
E fiquei calado... Não conto o que vi!...
— "Meu Deus! Quem será esta criança agora?!...
Será o mesmo Cristo nela incarnado?!...".
Não pude falar!...Talvez, naquela hora,
ChorasseCristo ainda maisdesprezado!...
Peguei na criança, levei-a ao coração!...
Estava gelada, mas sorriu para mim...
Edisse, de mansinho,levantando a mão:
"Sou Cristo queviveem quem sofre assim!".
.................................................................
Talvez para mim e para muitos cristãos,
ONatal tenha sido tempo perdido,
Só porque não vemos,na dor dos irmãos,
Umoutro Natalainda desconhecido!...
RuaDr.SáCarneiro,182-1ºDtº
3700-254S.JOÃODAMADEIRA
e-mail:espiral.fraternitas@gmail.com
boletimde
fraternitasmovimento
Responsável:AlbertoOsóriodeCastro
Nº60-Outubro/Dezembrode2016
Manuel Paiva
NATAL