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QUINHENTISMO - LITERATURA JESUÍTlCA E INFORMATIVA
Logo que o Brasil foi descoberto, no século XVI, o
tipo de colonização a que Portugal submeteu a Colônia
tornou difícil nosso desenvolvimento literário imediato pelas
seguintes razões:
1. Devido à inexistência de cidades e como a
população, constituída de senhores e escravos, estava
voltada apenas para a exploração agrícola da Colônia, não
havia público interessado em manifestações artísticas,
muito menos em literatura.
2. Quando o Brasil foi dividido em capitanias, a longa
distância entre elas acentuava ainda mais o isolamento
cultural a que o regime de monopólio da Coroa Portuguesa
submetia o Brasil.
3. Os nativos que viviam no Brasil, quando os
portugueses aqui chegaram não tinham tradição literária;
assim, nesse sentido, o único meio foi o transplante para o
Brasil, da literatura que se fazia em Portugal, na época do
nosso descobrimento.
Por isso, quando falamos nas primeiras
manifestações literárias brasileiras, o material a que nos
referimos tem muito pouco a ver com o que hoje
chamamos literatura. O século XVI, no Brasil, não assistiu
ao surgimento de poemas e romances: assistiu, na
realidade, ao aparecimento de obras produzidas pelos
jesuítas, cujo interesse pela catequese dos índios se
manifestava em sua religiosidade e didatismo.
Mas, ao lado desta literatura jesuítica, um outro tipo
de produção literária começou a surgir: como o Brasil era
uma terra-nova, recém descoberta, inúmeros viajantes para
cá se dirigiam, onde, a propósito das coisas vistas em
viagem, escreviam livros sobre paisagens, plantas, animais
ou índios. A estas obras chamamos literatura informativa,
pois sua finalidade era apenas informar Portugal sobre a
nova Terra.
Assim, podemos resumir o que dissemos, afirmando
que, no século XVI, a literatura brasileira limitou-se:
a) à literatura jesuítico-religiosa;
b) à literatura informativa.
Características da literatura brasileira do século XVI
1. A literatura jesuítica, representada principalmente
pelas obras de José de Anchieta e Manuel da Nóbrega, é
religiosa: era um dos instrumentos de que os jesuítas
dispunham para a conversão dos índios.
2. Já a literatura informativa apresenta valor
documental, uma vez que fornecia à metrópole dados
sobre a nossa terra.
3. No levantamento de tais dados, os autores, muitas
vezes, entusiasmavam-se com os aspectos pitorescos de
nossa natureza, exaltando, por exemplo, o abacaxi, fruta
desconhecida na Europa, naquela época.
Esse entusiasmo de nossos primeiros escritores, ao
falarem engrandecendo nossa terra, denomina-se de
ufanismo.
AS PRINCIPAIS OBRAS INFORMATIVAS,
ESCRITAS NO SÉCULO XVI SÃO:
• A Carta de Pero Vaz de Caminha;
• História da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente
chamamos Brasil - Pero de Magalhães Gândavo;
• Tratado da Terra do Brasil - Pero de Magalhães Gândavo;
• Tratados da Terra e da Gente do Brasil - Fernão Cardim;
• Tratado Descritivo do Brasil - Gabriel Soares de Souza.
LITERATURA JESUÍTICA
Os impérios ibéricos continham em sua expansão
uma profunda ambiguidade. Ao espírito capitalista-
mercantil associavam um certo ideal religioso e
salvacionista. Por essa razão, dezenas de religiosos
acompanhavam as expedições a fim de converter os
gentios.
Como consequência da Contrarreforma, chegam,
em 1549, os primeiros jesuítas ao Brasil. Incumbidos de
catequizar os índios e de instalar o ensino público no
país, fundaram os primeiros colégios, que foram, durante
muito tempo, a única atividade intelectual existente na
colônia.
Do ponto de vista estético, os jesuítas foram
responsáveis pela melhor produção literária do
Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção,
cultivaram o teatro de caráter pedagógico, inspirado em
passagens bíblicas, e produziram documentos que
informavam aos superiores na Europa o andamento dos
trabalhos.
O instrumento mais utilizado para atingir os
objetivos pretendidos pelos jesuítas (moralizar os
costumes dos brancos colonos e catequizar os índios) foi
o teatro. Para isso, os jesuítas chegaram a aprender a
língua tupi, utilizando-a como veículo de expressão. Os
índios não eram apenas espectadores das peças
teatrais, mas também atores, dançarinos e cantores.
Como podemos ver, as atividades literárias do
Brasil, no século XVI, estão bem longe daquilo que
consideramos literatura. Com exceção de alguns poemas
religiosos de José de Anchieta, até hoje apreciados,
todas as outras obras são ou documentos informativos
sobre o Brasil, ou instrumentos jesuíticos para a
conversão do gentio.
Exercícios:
1. A expansão geográfica de Portugal no século
XVI estava desvinculada da expansão do cristianismo?
a) sim. b) não.
2. Pero Vaz de Caminha e Pero de Magalhães
Gândavo são representantes da literatura:
a) informativa. b) jesuítica.
3. Gabriel Soares de Souza escreveu uma obra
que se encaixa na literatura jesuítica no Brasil do século
XVI?
a) sim. b) não.
4. O “deslumbramento diante da paisagem exótica
e exuberante” de que fala o texto proposto tem relação:
a) com a literatura jesuítica.
b) com o ufanismo.
c) com as poesias do padre José de Anchieta.
5. A “literatura pedagógica” de que fala o texto tem
relação com:
a) a literatura jesuítica.
b) a crônica portuguesa das grandes navegações.
c) o ufanismo.
6. Qual era o objetivo dos jesuítas?
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Literatura Quinhentista Jesuítica e Informativa

  • 1. QUINHENTISMO - LITERATURA JESUÍTlCA E INFORMATIVA Logo que o Brasil foi descoberto, no século XVI, o tipo de colonização a que Portugal submeteu a Colônia tornou difícil nosso desenvolvimento literário imediato pelas seguintes razões: 1. Devido à inexistência de cidades e como a população, constituída de senhores e escravos, estava voltada apenas para a exploração agrícola da Colônia, não havia público interessado em manifestações artísticas, muito menos em literatura. 2. Quando o Brasil foi dividido em capitanias, a longa distância entre elas acentuava ainda mais o isolamento cultural a que o regime de monopólio da Coroa Portuguesa submetia o Brasil. 3. Os nativos que viviam no Brasil, quando os portugueses aqui chegaram não tinham tradição literária; assim, nesse sentido, o único meio foi o transplante para o Brasil, da literatura que se fazia em Portugal, na época do nosso descobrimento. Por isso, quando falamos nas primeiras manifestações literárias brasileiras, o material a que nos referimos tem muito pouco a ver com o que hoje chamamos literatura. O século XVI, no Brasil, não assistiu ao surgimento de poemas e romances: assistiu, na realidade, ao aparecimento de obras produzidas pelos jesuítas, cujo interesse pela catequese dos índios se manifestava em sua religiosidade e didatismo. Mas, ao lado desta literatura jesuítica, um outro tipo de produção literária começou a surgir: como o Brasil era uma terra-nova, recém descoberta, inúmeros viajantes para cá se dirigiam, onde, a propósito das coisas vistas em viagem, escreviam livros sobre paisagens, plantas, animais ou índios. A estas obras chamamos literatura informativa, pois sua finalidade era apenas informar Portugal sobre a nova Terra. Assim, podemos resumir o que dissemos, afirmando que, no século XVI, a literatura brasileira limitou-se: a) à literatura jesuítico-religiosa; b) à literatura informativa. 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