O documento discute os conceitos de poder e dominação para Weber. Weber define poder como a probabilidade de impor a própria vontade em uma relação social. Há diferentes tipos de poder baseados em recursos e fundamentos. Weber distingue poder de dominação, sendo esta um caso especial de poder onde há mando e obediência. Weber identifica três tipos ideais de dominação: carismática, tradicional e legal-racional.
2. Poder para Weber significa a
probabilidade de impor a própria
vontade dentro de uma relação social,
mesmo que contra toda a resistência e
qualquer que seja o fundamento dessa
probabilidade.
PODER
3. Quando Weber fala em fundamento,
ele se refere a certos recursos
necessários para a legitimação desse
poder. Em outras palavras, é preciso ter
alguma coisa a mais em relação aos
outros para que se possa “mandar”.
PODER
4. Os recursos e
fundamentos
podem variar,
gerando dessa
forma, diferentes
tipos de poder.
Poder político;
poder econômico,
poder eclesiástico
etc...
Deve-se ressaltar
que no
pensamento de
Weber, Poder
difere de
Dominação, não
obstante essa
diferença ser
bastante tênue.
PODER
5. Poder é um conceito mais genérico
enquanto Dominação é um conceito mais
específico. Weber irá dizer que o conceito
de poder é “Sociologicamente amorfo”
enquanto o conceito de dominação
aplica-se a casos muito mais específicos e
concretos, isto é, a casos em que o
predomínio da vontade de um sobre o
outro se dá em uma relação de mando e
obediência.
PODER
6. Dominação segundo ele, é um caso
especial de Poder. Dominação é um
estado de coisas pelo qual uma
vontade “manifesta” do ‘dominador” e
influi sobre os atos de outros. Ex. A
execução de uma ordem militar. O
decreto de um imperador. A ordem de
um técnico de futebol, etc.
PODER E DOMINAÇÃO
7. É aquela devida ao apreço puramente dito, à admiração
pessoal ao dominador e a seu carisma, ou seja, suas
qualidades, seus poderes.
Os tipos mais puros são com o dominador na posição de
profeta, herói guerreiro ou demagogo.
É importante distinguir que a origem do poder é intrínseca
às qualidades do líder, seus apóstolos não o obedecem por
sua posição ou cargo, ou mesmo pela tradição, mas pura e
simplesmente por suas qualidades, tendo esse carisma
desaparecido assim desaparece também sua dominação.
Dominação Carismática
8. A Dominação Carismática acontece
Em virtude de devoção afetiva à pessoa
do senhor e a seus dotes sobrenaturais
(carisma) e, particularmente: a
faculdades mágicas, revelações ou
heroísmo, poder intelectual ou de
oratória.
Dominação Carismática
9. Assim, percebe-se que esse tipo se baseia em
capacidades individuais ou pessoais, como afirma
novamente o próprio Weber, se obedece à figura
do líder em virtude de suas qualidades
excepcionais, e não a um estatuto jurídico ou a
uma tradição consolidada. Exemplo da mesma é o
de governantes que se destacaram pelo carisma
pessoal, como é o caso de Juscelino Kubitschek,
Getúlio Vargas ou o próprio Fernando Collor de
Melo.
Dominação Carismática
10. Um dos exemplos da administração
puramente regida pela vontade do Líder se
deu no período da Ascenção dos regimes
totalitários, antes de se oficializarem a
obediência dos apóstolos se devia apenas ao
carisma do líder, foi o que aconteceu na Itália
fascista por exemplo.
Dominação Carismática
11. No Brasil temos vários exemplos de liderança
carismática, apenas nos primeiros anos da
República, temos três casos de grande
importância, Lampião, o chefe do maior e
mais duradouro bando de cangaceiros;
Antônio Conselheiro, o profeta fundador do
Arraial de Canudos; e Padre Cícero, até hoje
cultuado como santo pelos sertanejos.
Dominação Carismática
12. A análise desses exemplos históricos leva-nos a perceber
que a autoridade carismática é em geral de caráter
autoritário, despótico, mas caracteriza uma força
revolucionária, afinal toda revolução elege seus líderes
em geral pelo carisma, por suas qualidades de liderança
essenciais à revolução.
Aconteceu com Robespierre, Marat e Danton na
Revolução Francesa, Oliver Cromwell na Revolução
Puritana e Martinho Lutero na Reforma Protestante.
Dominação Carismática
13. Dominação Tradicional
Esse é o segundo tipo de dominação, é o
poder da tradição, da ordem social em
sua mais pura forma, das instituições que
perduram no tempo, sendo a sua forma
mais pura o patriarcalismo, nessa
dominação quem manda é o Senhor, e
quem obedece é o súdito.
14. Dominação Tradicional
O senhor diferentemente do líder é
deificado através do tempo, dos
costumes, se o senhor vai de encontro
com algum aspecto consuetudinário
(fundado nos costumes) ele põe em risco
sua posição, já que abala a fonte de sua
legitimidade, a tradição.
15. em virtude da crença na santidade das
ordenações e dos poderes senhoriais de há
muito existentes.
Esse segundo tipo tem por base, como afirma o
autor em outro momento, nos mores – do
latim, costumes – santificados pelo meio social.
Exemplo disso é a dominação, no Brasil, dos
coronéis e de seus descendentes sobre os
currais eleitorais anteriormente formados. Mais
comum do ponto de vista histórico é o exemplo
das monarquias hereditárias.
Dominação Tradicional
16. A tradição é talvez a instituição mais forte
dentro de uma sociedade, já que é aceita como
correta pela maioria, é geralmente algo
incontestável, se sempre foi feito de uma
maneira para sempre o será pois ela é
corretíssima; não se pode datar o surgimento
exato de uma tradição, ela é imemorial, válida
desde sempre, por isto sua contestação é difícil
Dominação Tradicional
17. A derrocada do poder tradicional, dá-se
com o contato com novos povos, com a
modernização e o surgimento de novos
hábitos, que, aos poucos, mitigam a
tradição;
Dominação Tradicional
18. Mas enquanto permanece no poder, este
vai até o limite da tradição, apesar de que
as decisões são tomadas por virtude
própria do indivíduo, não existe código de
leis para determinar sua ação.
Dominação Tradicional
19. Weber distingue, para esse tipo de quadro
administrativo, dois tipos distintos:
A estrutura patriarcal: Esse é o tipo em que mais se
confunde o público-privado, os funcionários são
estritamente dependentes do senhor, muitas vezes
pertencentes a ele (escravos), seus direitos não
existem fora da personalidade do senhor.
Esse é o tipo mais puro de despotismo, comum aos
sultanatos e aos califados.
20. A estrutura estatamental:
Nesse caso, os funcionários não são
dependentes do senhor, são pessoas mais ou
menos ligadas a ele que conquistaram seu
cargo, prestando um favor, alcançando
grande mérito para o senhor, por acordos,
etc. nesse caso seu poder administrativo,
sobre o cargo, é limitado porém autônomo,
não depende, diretamente, do senhor.
21. Dominação Legal: baseada em estatutos,
obedece-se à ordem impessoal, objetiva e
legalmente estatuída e aos superiores por ela
determinados, em virtude da legalidade formal
de suas disposições e dentro do âmbito de
vigência destas
Dominação Legal
22. Dominação Legal-racional
A dominação legal ou legal-racional, está sendo a
forma mais sofisticada, para qual as outras
convergem; ela tem sua legitimidade fundada em
um estatuto; a forma mais pura é a burocracia; o
grupo dominante constitui uma empresa, e é
dividido em outras empresas, cada uma com sua
competência, limites e funções próprias.
23. Então a pessoa que está no poder não é mero
instrumento do próprio sistema, a regra estatuída
dá as diretrizes de como se deve governar, não se
obedece a pessoa, e sim o cargo estatuído.
O funcionário é aquele de formação, cuja função
é definida por contrato, se por um lado ele tem
direitos, por outro tem deveres, e isso cabe a
qualquer um que se estabelece sob o estatuto,
inclusive o chefe.
Dominação Legal-racional
24. Tanto o funcionário quanto o chefe agem
imparcialmente, sem caprichos pessoais,
enquanto está em seu cargo, e em seu turno
ele é a personificação do cargo, um
profissional; ao fim do mesmo ele é um
indivíduo livre, essas duas facetas, a priori,
não se misturam.
Dominação Legal-racional
25. 7 - O Estado é constituído por instituições responsáveis pela formulação e execução de leis
e políticas públicas de um país. De acordo com Weber, o Estado possui o monopólio da
força e da violência, exercendo, assim, uma dominação legítima.
A partir da informação acima, assinale a alternativa que contém a característica do Estado
segundo Weber.
A) É definido pelos seus fins e não pelos seus meios, sendo sua finalidade fundamental o
exercício da dominação legítima junto às pessoas daquela sociedade.
B) É definido pelos seus meios e não pelos seus fins, sendo o seu meio peculiar o
monopólio legítimo do uso da força física na esfera da vida social daquela sociedade.
C) Constitui um instrumento de dominação de classe legítimo que não necessita de
qualquer justificativa para o exercício de sua autoridade.
D) Consiste em uma relação de dominação entre os homens sob a condição de que os
dominados se rebelam à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores.
b
26. 8 - Ao fazer uso da sociologia de Max Weber, podemos afirmar que fenômenos sociais
como, por exemplo, a moda, a formação do Estado ou o desenvolvimento da economia
capitalista, podem ser compreendidos por meio do conceito de ação social. Esta
afirmação implica considerar que:
A) estes fenômenos sociais são determinados pela estrutura econômica vigente em uma
dada sociedade e condicionam as condutas e os interesses dos indivíduos.
B) as estruturas sociais são constituídas a partir das ações dos indivíduos, os quais são
livres para realizar escolhas e orientam suas condutas com referência à ação de outros
indivíduos.
C) os fenômenos sociais são constituídos como sistemas orgânicos, de modo que os
indivíduos agem em cooperação com o todo, tendo em vista o bom funcionamento da
sociedade.
D) a conduta individual tem base exclusivamente racional e é orientada para o interesse
de transformação social, com vistas ao progresso da sociedade e à autonomia do
indivíduo.
b
27. 1 - Assinale a opção que contenha as categorias básicas da
sociologia de Max Weber:
a) função social, tipo ideal, mais-valia
b) expropriação, compreensão, fato patológico
c) ação social, materialismo, idealismo
d) vontade de poder, julgamento de valor, solidariedade
mecânica
e) ação social, relação social, tipo ideal
e