SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
POLÍTICA: UMA
INTRODUÇÃO
Prof. Júlio Cezar Gaudencio
(juliocezargaudencio@yahoo.com.br)
Os Significados de Política:
• Durante muitos séculos, o termo Política foi
utilizado para designar, principalmente, obras
dedicadas ao estudo da esfera de atividades
humanas que se refere de algum modo às
coisas do Estado (reflexões sobre a atividade
política);
• No período moderno o termo perdeu seu
significado original e foi substituído pouco a
pouco por expressões como “ciência do Estado”,
“doutrina do Estado”, “ciência política”, “filosofia
política”, etc.;
• Desse modo, o termo política passa a ser
utilizado para indicar a atividade ou conjunto
de atividades que, de alguma maneira, têm
como termo de referência a pólis, ou seja, o
Estado;
Política ≠ Ciências Política/Filosofia Política
Tipologia Clássica das Formas de
Poder:
• O conceito de política, entendida enquanto forma
de atividade ou práxis humana, está estreitamente
ligado ao de poder;
• O poder é tradicionalmente definido como os meios
adequados que permitem alcançar os efeitos
desejados;
• Um desse meios seria o domínio da natureza e
sobre outros homens. Assim, o poder é definido
como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um
impõe ao outro a própria vontade e lhe determina,
mesmo contra sua vontade, o comportamento;
• Uma vez que o domínio não se caracteriza
como um fim em si mesmo, mas como um
meio para se obter “os efeitos desejados”, a
definição de poder precisa considerar (ser
completada) este como a posse dos meios
que permite alcançar esses “efeito
desejados”;
• Existem várias forma de poder do homem
sobre o homem:
– Tradição clássica:
• Aristóteles (384-322 a.C.): distinção baseada no
interesse daquele em benefício de quem se exerce o
poder;
– Poder paterno: se exerce pelo interesse dos filhos;
– Poder despótico: pelo interesse do senhor;
– Poder político: pelo interesse de quem governa e de que é
governado (formas corretas de governos);
• Locke (1632-1704): fundamento ou princípio de
legitimação do poder;
– Poder paterno: seu fundamento é a natureza;
– Poder despótico: um castigo por delito cometido;
– Poder civil: o consenso;
• Nenhum dos dois critérios permite, não
obstante, distinguir o caráter específico do
poder político;
Tipologia Moderna das Formas de
Poder:
• Ênfase nos meios de que se serve o sujeito
ativo da relação para determinar o
comportamento do sujeito passivo;
• Definição de três classes:
– Poder econômico: se vale da posse de certos
bens, necessários ou considerados como tais,
em uma situação de escassez, para induzir
aqueles que não possuem a manter um certo
comportamento;
– Poder ideológico: se baseia na influência que as
ideias formuladas de um certo modo, expressas
em certas circunstâncias, por uma pessoa
investida de certa autoridade e difundida
mediante certos processos, exercem sobre a
conduta dos consociados;
– Poder político: baseia-se na posse dos
instrumentos mediante os quais se exerce a
força física (poder coator);
• As três forma de poder fundamentam e
mantêm uma sociedade de desiguais (ricos e
pobres, sábios e ignorantes, fortes e fracos,
superiores e inferiores);
• Uma vez que o meio específico do poder
político é a força, o meio mais eficaz para
condicionar os comportamentos, este é, em
toda sociedade, o poder supremo;
O Poder Político:
• Mesmo que, a possibilidade de recorrer à força
seja o elemento que distingue o poder político das
outras formas, isso não significa que ele se
resolve no uso da força;
• Ou seja, o uso da força é uma condição
necessária, mas não suficiente para a existência
do poder político;
• O que caracteriza o poder político é a
exclusividade do uso da força (monopólio da
posse e uso dos meios com que se pode exercer
a coação física);
• Como consequência direta da monopolização
da força no âmbito de um dado território,
algumas outras características do poder político
precisam ser consideradas:
– A exclusividade: tendência revelada pelos detentores
do poder político ao não permitirem, em seu domínio,
a formação de grupos armados independentes ou
agressões de grupos políticos do exterior;
– A universalidade: capacidade que possuem os
detentores do poder político, e apenas eles, de tomar
decisões legítimas para toda a coletividade;
– A inclusividade: a possibilidade de intervir, de
modo imperativo, em todas as esferas possíveis
de atividades dos membros do grupo e de
encaminhar tal atividade ao fim desejado ou
desviá-la de um fim não desejado, por meio de
instrumentos de ordenamento jurídico. Isso não
significa dizer que ao poder político não se
imponham limites (variação de uma formação
política a outra);
O Fim da Política:
• Crítica as definições teleológicas tradicionais
que tentam definir a Política pelo fim ou fins que
ela persegue (definições normativas: a boa
política, o bem comum, a justiça);
• A Política não tem fins perpetuamente
estabelecidos, e muito menos um fim que
compreenda a todos e que possa ser
considerado seu verdadeiro fim;
• Os fins da Política são tantos quantos são as
metas que um grupo organizado se propõe, de
acordo com os tempos e circunstâncias;
• A rejeição do critério teleológico não impede
que se possa falar corretamente, quando
menos, de um fim mínimo na Política
(conditio sine quan non);
• A ordem pública nas relações internas;
• A defesa da integridade nacional nas
relações de um Estado com os outros
Estados;
A Política Como Relação
Amigo-Inimigo:
• Entre as mais conhecidas e discutidas
definições de Política, conta-se a de Carl
Schimitt (1988-1985), segundo a qual a
esfera Política coincide com a da relação
amigo-inimigo;
• Nesse caso, o campo de origem da Política
seria o antagonismo e a função consistiria na
atividade de associar e defender os amigos e
de desagregar e combater os inimigos;
“Aos amigos tudo, aos inimigos
o rigor da lei”.
DIA DO TRABALHO 1951
• A definição de Política como relação amigo-
inimigo não é incompatível com a definição
que se refere ao monopólio da força;
O Político e o Social:
• Tradição Clássica: a esfera da Política
compreende toda a sorte das relações
sociais, tanto que o “político” vem a conincidir
com o “social”;
• Tradição Pós-Clássica: reduz a categoria da
política à atividade direta ou indiretamente
relacionada com a organização do poder
coativo (restringe o âmbito do político quanto
ao social/delimitação do que é político);
Política e Moral:
• Ao problema da relação entre Política e não-
política, está vinculado o problema da relação entre
Política e Moral;
• Ambos estendem-se pelo mesmo domínio comum,
o da ação ou da práxis humana;
• Distinguem-se entre si em virtude de princípio ou
critério diverso de justificação e avaliação das
respectivas ações (o que é obrigatório em moral,
não se pode dizer que o seja em Política, o que é
lícito em Política, não se pode dizer que o seja em
moral);
• A autonomia da Política, não seria outra coisa se
não, o reconhecimento de que o critério segundo o
qual se julga uma boa ou má ação política (“faz o
que deves, aconteça o que acontecer”), é diferente
do critério segundo o qual se considera boa ou má
uma ação moral (“faz o que deves, a fim de
acontecer o que desejas”);
• Umas das mais convincentes interpretações desta
oposição é a distinção weberiana entre ética da
convicção e ética da responsabilidade;
• O critério da ética da convicção é utilizado para
jugar as ações individuais, enquanto o critério da
ética da responsabilidade se usa ordinariamente
para julgar as ações de um grupo, ou praticadas
por um indivíduo, mas em nome do próprio grupo;
• A da “Razão de Estado”: conjunto de princípios e
máximas segundo os quais, ações que não seriam
justificadas, praticadas só pelo indivíduo, o são
quanto praticadas por quem quer que exerça o
poder em nome do Estado;
FIM!
DÚVIDAS?
QUESTÕES?

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Slides - Teoria Geral do Estado
Slides - Teoria Geral do EstadoSlides - Teoria Geral do Estado
Slides - Teoria Geral do EstadoDeysi Macedo
 
Estado, sociedade e poder 3 II
Estado, sociedade e poder 3 IIEstado, sociedade e poder 3 II
Estado, sociedade e poder 3 IIedsonfgodoy
 
Poder, Política e Estado.
Poder, Política e Estado.Poder, Política e Estado.
Poder, Política e Estado.Paula Raphaela
 
Resumo ciências politicas - 1ºs pdf
Resumo   ciências politicas - 1ºs pdfResumo   ciências politicas - 1ºs pdf
Resumo ciências politicas - 1ºs pdfSos Financeira
 
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe AssunçãoO CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 
Filosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e ÉticaFilosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e ÉticaCarson Souza
 
As origens e os principais teóricos da sociologia
As origens e os principais teóricos  da sociologiaAs origens e os principais teóricos  da sociologia
As origens e os principais teóricos da sociologiaLucio Oliveira
 
Habermas e o conceito de esfera pública
Habermas e o conceito de esfera públicaHabermas e o conceito de esfera pública
Habermas e o conceito de esfera públicaMarcelo Freire
 
Racionalismo e Empirismo
Racionalismo e EmpirismoRacionalismo e Empirismo
Racionalismo e Empirismolipexleal
 
O QUE É SOCIOLOGIA?
O QUE É SOCIOLOGIA?O QUE É SOCIOLOGIA?
O QUE É SOCIOLOGIA?guest6a86aa
 
Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2Carlagi Gi
 
Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1Karla Saraiva
 

Mais procurados (20)

Poder, política e estado
Poder, política e estadoPoder, política e estado
Poder, política e estado
 
Slides - Teoria Geral do Estado
Slides - Teoria Geral do EstadoSlides - Teoria Geral do Estado
Slides - Teoria Geral do Estado
 
Estado, sociedade e poder 3 II
Estado, sociedade e poder 3 IIEstado, sociedade e poder 3 II
Estado, sociedade e poder 3 II
 
Poder, Política e Estado.
Poder, Política e Estado.Poder, Política e Estado.
Poder, Política e Estado.
 
O Que é PolíTica
O Que é PolíTicaO Que é PolíTica
O Que é PolíTica
 
Ciência política
Ciência política Ciência política
Ciência política
 
Resumo ciências politicas - 1ºs pdf
Resumo   ciências politicas - 1ºs pdfResumo   ciências politicas - 1ºs pdf
Resumo ciências politicas - 1ºs pdf
 
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe AssunçãoO CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
O CONCEITO DE ESTADO - Prof. Noe Assunção
 
Sociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula IntrodutóriaSociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula Introdutória
 
Política e poder
Política e poderPolítica e poder
Política e poder
 
Filosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e ÉticaFilosofia, Política e Ética
Filosofia, Política e Ética
 
As origens e os principais teóricos da sociologia
As origens e os principais teóricos  da sociologiaAs origens e os principais teóricos  da sociologia
As origens e os principais teóricos da sociologia
 
Vigiar e punir
Vigiar e punirVigiar e punir
Vigiar e punir
 
Habermas e o conceito de esfera pública
Habermas e o conceito de esfera públicaHabermas e o conceito de esfera pública
Habermas e o conceito de esfera pública
 
Racionalismo e Empirismo
Racionalismo e EmpirismoRacionalismo e Empirismo
Racionalismo e Empirismo
 
Racionalismo x Empirismo
Racionalismo x EmpirismoRacionalismo x Empirismo
Racionalismo x Empirismo
 
O QUE É SOCIOLOGIA?
O QUE É SOCIOLOGIA?O QUE É SOCIOLOGIA?
O QUE É SOCIOLOGIA?
 
01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia
 
Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2
 
Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1
 

Semelhante a Introdução à Ciência Política

5. poder, participação e controle social
5. poder, participação e controle social5. poder, participação e controle social
5. poder, participação e controle socialLuiz-Salvador Miranda-Sa
 
Política e Poder - Filosofia
Política e Poder - FilosofiaPolítica e Poder - Filosofia
Política e Poder - FilosofiaKleiton Barbosa
 
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2 Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2 Carlos da Paz
 
Cidadania e politica2
Cidadania e politica2Cidadania e politica2
Cidadania e politica2Rogerio Terra
 
Ciência Política - Introdução.pdf
Ciência Política - Introdução.pdfCiência Política - Introdução.pdf
Ciência Política - Introdução.pdfJorgeAlexandreOlivei5
 
Estado nacional e poder politico
Estado nacional e poder politicoEstado nacional e poder politico
Estado nacional e poder politicoSilvia Cintra
 
A questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadoresA questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadoresNatz Lima
 
1 seminário (ética e politica).
1 seminário (ética e politica).1 seminário (ética e politica).
1 seminário (ética e politica).tetewewe
 
Poder e Política - Reflexão Sociológica
Poder e Política - Reflexão SociológicaPoder e Política - Reflexão Sociológica
Poder e Política - Reflexão Sociológicaorim84
 
Filosofia PolíTica (IntroduçãO)
Filosofia PolíTica (IntroduçãO)Filosofia PolíTica (IntroduçãO)
Filosofia PolíTica (IntroduçãO)profpallaoro
 
Filosofia Política ( Introdução)
Filosofia  Política ( Introdução)Filosofia  Política ( Introdução)
Filosofia Política ( Introdução)profpallaoro
 
Filosofia política (introdução)
Filosofia política (introdução)Filosofia política (introdução)
Filosofia política (introdução)profpallaoro
 
Filosofia .docx
Filosofia .docxFilosofia .docx
Filosofia .docxBeltoGIL
 

Semelhante a Introdução à Ciência Política (20)

Mapa mental
Mapa mentalMapa mental
Mapa mental
 
5. poder, participação e controle social
5. poder, participação e controle social5. poder, participação e controle social
5. poder, participação e controle social
 
Política e Poder - Filosofia
Política e Poder - FilosofiaPolítica e Poder - Filosofia
Política e Poder - Filosofia
 
Estado e relações de poder
Estado e relações de poderEstado e relações de poder
Estado e relações de poder
 
Política e Poder.pptx
Política e Poder.pptxPolítica e Poder.pptx
Política e Poder.pptx
 
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2 Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
 
Cidadania e politica2
Cidadania e politica2Cidadania e politica2
Cidadania e politica2
 
Ciência Política - Introdução.pdf
Ciência Política - Introdução.pdfCiência Política - Introdução.pdf
Ciência Política - Introdução.pdf
 
Trabalho de politicas publicas
Trabalho de politicas publicasTrabalho de politicas publicas
Trabalho de politicas publicas
 
Estado nacional e poder politico
Estado nacional e poder politicoEstado nacional e poder politico
Estado nacional e poder politico
 
A questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadoresA questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadores
 
3. valores sóciopolíticos essenciais
3.  valores sóciopolíticos essenciais3.  valores sóciopolíticos essenciais
3. valores sóciopolíticos essenciais
 
1 seminário (ética e politica).
1 seminário (ética e politica).1 seminário (ética e politica).
1 seminário (ética e politica).
 
Seminarioweber
SeminarioweberSeminarioweber
Seminarioweber
 
Poder e Política - Reflexão Sociológica
Poder e Política - Reflexão SociológicaPoder e Política - Reflexão Sociológica
Poder e Política - Reflexão Sociológica
 
Filosofia PolíTica (IntroduçãO)
Filosofia PolíTica (IntroduçãO)Filosofia PolíTica (IntroduçãO)
Filosofia PolíTica (IntroduçãO)
 
Filosofia Política ( Introdução)
Filosofia  Política ( Introdução)Filosofia  Política ( Introdução)
Filosofia Política ( Introdução)
 
Filosofia política (introdução)
Filosofia política (introdução)Filosofia política (introdução)
Filosofia política (introdução)
 
Filosofia .docx
Filosofia .docxFilosofia .docx
Filosofia .docx
 
Filosofia política
Filosofia políticaFilosofia política
Filosofia política
 

Último

Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 

Último (20)

Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 

Introdução à Ciência Política

  • 1. POLÍTICA: UMA INTRODUÇÃO Prof. Júlio Cezar Gaudencio (juliocezargaudencio@yahoo.com.br)
  • 2. Os Significados de Política: • Durante muitos séculos, o termo Política foi utilizado para designar, principalmente, obras dedicadas ao estudo da esfera de atividades humanas que se refere de algum modo às coisas do Estado (reflexões sobre a atividade política); • No período moderno o termo perdeu seu significado original e foi substituído pouco a pouco por expressões como “ciência do Estado”, “doutrina do Estado”, “ciência política”, “filosofia política”, etc.;
  • 3. • Desse modo, o termo política passa a ser utilizado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado; Política ≠ Ciências Política/Filosofia Política
  • 4. Tipologia Clássica das Formas de Poder:
  • 5. • O conceito de política, entendida enquanto forma de atividade ou práxis humana, está estreitamente ligado ao de poder; • O poder é tradicionalmente definido como os meios adequados que permitem alcançar os efeitos desejados; • Um desse meios seria o domínio da natureza e sobre outros homens. Assim, o poder é definido como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao outro a própria vontade e lhe determina, mesmo contra sua vontade, o comportamento;
  • 6. • Uma vez que o domínio não se caracteriza como um fim em si mesmo, mas como um meio para se obter “os efeitos desejados”, a definição de poder precisa considerar (ser completada) este como a posse dos meios que permite alcançar esses “efeito desejados”; • Existem várias forma de poder do homem sobre o homem:
  • 7. – Tradição clássica: • Aristóteles (384-322 a.C.): distinção baseada no interesse daquele em benefício de quem se exerce o poder; – Poder paterno: se exerce pelo interesse dos filhos; – Poder despótico: pelo interesse do senhor; – Poder político: pelo interesse de quem governa e de que é governado (formas corretas de governos); • Locke (1632-1704): fundamento ou princípio de legitimação do poder; – Poder paterno: seu fundamento é a natureza; – Poder despótico: um castigo por delito cometido; – Poder civil: o consenso;
  • 8. • Nenhum dos dois critérios permite, não obstante, distinguir o caráter específico do poder político;
  • 9. Tipologia Moderna das Formas de Poder:
  • 10. • Ênfase nos meios de que se serve o sujeito ativo da relação para determinar o comportamento do sujeito passivo; • Definição de três classes: – Poder econômico: se vale da posse de certos bens, necessários ou considerados como tais, em uma situação de escassez, para induzir aqueles que não possuem a manter um certo comportamento;
  • 11. – Poder ideológico: se baseia na influência que as ideias formuladas de um certo modo, expressas em certas circunstâncias, por uma pessoa investida de certa autoridade e difundida mediante certos processos, exercem sobre a conduta dos consociados; – Poder político: baseia-se na posse dos instrumentos mediante os quais se exerce a força física (poder coator);
  • 12. • As três forma de poder fundamentam e mantêm uma sociedade de desiguais (ricos e pobres, sábios e ignorantes, fortes e fracos, superiores e inferiores); • Uma vez que o meio específico do poder político é a força, o meio mais eficaz para condicionar os comportamentos, este é, em toda sociedade, o poder supremo;
  • 13.
  • 14.
  • 16. • Mesmo que, a possibilidade de recorrer à força seja o elemento que distingue o poder político das outras formas, isso não significa que ele se resolve no uso da força; • Ou seja, o uso da força é uma condição necessária, mas não suficiente para a existência do poder político; • O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força (monopólio da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física);
  • 17. • Como consequência direta da monopolização da força no âmbito de um dado território, algumas outras características do poder político precisam ser consideradas: – A exclusividade: tendência revelada pelos detentores do poder político ao não permitirem, em seu domínio, a formação de grupos armados independentes ou agressões de grupos políticos do exterior; – A universalidade: capacidade que possuem os detentores do poder político, e apenas eles, de tomar decisões legítimas para toda a coletividade;
  • 18. – A inclusividade: a possibilidade de intervir, de modo imperativo, em todas as esferas possíveis de atividades dos membros do grupo e de encaminhar tal atividade ao fim desejado ou desviá-la de um fim não desejado, por meio de instrumentos de ordenamento jurídico. Isso não significa dizer que ao poder político não se imponham limites (variação de uma formação política a outra);
  • 19. O Fim da Política:
  • 20. • Crítica as definições teleológicas tradicionais que tentam definir a Política pelo fim ou fins que ela persegue (definições normativas: a boa política, o bem comum, a justiça); • A Política não tem fins perpetuamente estabelecidos, e muito menos um fim que compreenda a todos e que possa ser considerado seu verdadeiro fim; • Os fins da Política são tantos quantos são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias;
  • 21. • A rejeição do critério teleológico não impede que se possa falar corretamente, quando menos, de um fim mínimo na Política (conditio sine quan non); • A ordem pública nas relações internas; • A defesa da integridade nacional nas relações de um Estado com os outros Estados;
  • 22. A Política Como Relação Amigo-Inimigo:
  • 23. • Entre as mais conhecidas e discutidas definições de Política, conta-se a de Carl Schimitt (1988-1985), segundo a qual a esfera Política coincide com a da relação amigo-inimigo; • Nesse caso, o campo de origem da Política seria o antagonismo e a função consistiria na atividade de associar e defender os amigos e de desagregar e combater os inimigos;
  • 24. “Aos amigos tudo, aos inimigos o rigor da lei”.
  • 26. • A definição de Política como relação amigo- inimigo não é incompatível com a definição que se refere ao monopólio da força;
  • 27. O Político e o Social:
  • 28. • Tradição Clássica: a esfera da Política compreende toda a sorte das relações sociais, tanto que o “político” vem a conincidir com o “social”; • Tradição Pós-Clássica: reduz a categoria da política à atividade direta ou indiretamente relacionada com a organização do poder coativo (restringe o âmbito do político quanto ao social/delimitação do que é político);
  • 30. • Ao problema da relação entre Política e não- política, está vinculado o problema da relação entre Política e Moral; • Ambos estendem-se pelo mesmo domínio comum, o da ação ou da práxis humana; • Distinguem-se entre si em virtude de princípio ou critério diverso de justificação e avaliação das respectivas ações (o que é obrigatório em moral, não se pode dizer que o seja em Política, o que é lícito em Política, não se pode dizer que o seja em moral);
  • 31. • A autonomia da Política, não seria outra coisa se não, o reconhecimento de que o critério segundo o qual se julga uma boa ou má ação política (“faz o que deves, aconteça o que acontecer”), é diferente do critério segundo o qual se considera boa ou má uma ação moral (“faz o que deves, a fim de acontecer o que desejas”); • Umas das mais convincentes interpretações desta oposição é a distinção weberiana entre ética da convicção e ética da responsabilidade;
  • 32. • O critério da ética da convicção é utilizado para jugar as ações individuais, enquanto o critério da ética da responsabilidade se usa ordinariamente para julgar as ações de um grupo, ou praticadas por um indivíduo, mas em nome do próprio grupo; • A da “Razão de Estado”: conjunto de princípios e máximas segundo os quais, ações que não seriam justificadas, praticadas só pelo indivíduo, o são quanto praticadas por quem quer que exerça o poder em nome do Estado;